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CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae Dispée sobre aprotegao do consumidore dé outras providéncias. O PRESIDENTE DA REPUBLICA, faco saber que o Congresso Nacional decreta e eu sancionoaseguintelei: TITULOI Dos Direitos do Consumidor CAPITULO! Disposicées Gerais Art. 1° O presente cédigo estabelece normas de proteao e defesa do consumidor, de ordem publica e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituigao Federale art. 48 de suas Disposi¢ées Transitérias. Art. 2° Consumidor é toda pessoa fisica ou juridica que adquire ou utiliza produto ou servi¢o como destinatério final. Paragrafo nico. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermindveis, que haja intervindo nasrelacées de consumo. Art. 3° Fornecedor é toda pessoa fisica ou juridica, ptiblica ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de producao, montagem, ctiaco, construsao, transformacao, importacao, exportacao, distribuicao ou comercializagao de produtos ou prestacao de servicos. §1°Produto é qualquer bem, mével ouimovel, material ou imaterial. § 2° Servico é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneracao, inclusive as de natureza bancéria, financeira, de crédito e securitéria, salvo as decorrentes das relacdes de cardtertrabalhista. CAPITULOII Da Politica Nacional de Relagées de Consumo CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR LEI Ne 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 Art. 4° A Politica Nacional das Relages de Consumo tem por objetivo 0 atendimento das necessidades dos consumidores, 0 respeito a sua dignidade, satide e seguranca, a protecao de seus interesses econdmicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparénciae harmonia das relacdes de consumo, atendidos os seguintes principios: (Redacao dada pela Lei n°9,008, de 21.3.1995) |-reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; lI-agdo governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: a) por iniciativa direta; b) porincentivos a criagao e desenvolvimento deassociacées representativas; 0) pela presenca do Estado no mercado de consumo; d) pela garantia dos produtos e servigos com padrées adequados de qualidade, seguranga, durabilidade e desempenho. Ill - harmonizagéo dos interesses dos participantes das relagées de consumo e compatibilizagao da protegao do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econémico e tecnolégico, de modo a viabilizar os principios nos quais se funda a ordem econémica (art. 170, da Constituigao Federal), sempre com base na boa-fé e equilibrio nas relacdes entre consumidores e fornecedores; IV- educagao ¢ informacao de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos ¢ deveres, com vistas a melhoria do mercado de consumo; V-incentivo a criagao pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e seguranca de produtos e servicos, assim como de mecanismos alternativos de solucao de conflitos de consumo; VI-coibicao e repressao eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorréncia desleal e utilizacao indevida de inventos e criacées industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuizos aos consumidores; Vil-racionalizagao e melhoria dos servicos puiblicos; Vill -estudo constante das modificagdes do mercado de consumo. Art. 5° Para a execugao da Politica Nacional das Relagdes de Consumo, contardo poder ptiblico com os seguintes instrumentos, entre outros: |-manutengao de assisténcia juridica, integral e gratuita para o consumidorcarente; ll-instituigao de Promotorias de Justic¢a de Defesa do Consumidor, no ambito do Ministério Publico; 2A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae Ill - criagao de delegacias de policia especializadas no atendimento de consumidores vitimas de nfragées penais de consumo; V-criagao de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas paraa solucao de litigios de consumo; V- concessdo de estimulos & criagéo e desenvolvimento das Associasées de Defesa do Consumidor. §1°(Vetado). § 2°(Vetado). CAPITULOII Dos Direitos Basicos do Consumidor Art. 6° Sao direitos basicos do consumidor: | ~ a protecao da vida, satide e seguranga contra os riscos provocados por praticas no fornecimento de produtos e servicos considerados perigosos ou nocivos; Il - a educacao e divulgag4o sobre 0 consumo adequado dos produtos e servicos, asseguradasa liberdade de escolha ea igualdadenas contratacées; Ill - a informacao adequada e clara sobre os diferentes produtos e servicos, com especificagao correta de quantidade, caracteristicas, composicao, qualidade e preco, bem como sobre os riscos que apresentem; IV-a protecao contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra praticas e clausulas abusivas ou impostas no fornecimento deprodutose servicos; V-a modificagao das cléusulas contratuais que estabelecam prestacdes desproporcionais ‘ou sua revisao em razao de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; VI-aefetiva prevengao e reparacao de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; VIl-0 acesso aos 6rgaos judicidtios e administrativos com vistas a prevencao ou reparacao de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a protecao Juridica,administrativa e técnica aos necessitados; Vill-a facilitagao da defesa de seus direitos, inclusive coma inversdo do énus da prova,aseu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossimil a alegacao ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinérias de experiéncias; 3A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR LEI Ne 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 Ix-(Vetado); X-aadequada e eficaz prestagao dos servicos puiblicos em geral Art. 7° Os direitos previstos neste cédigo nao excluem outros decorrentes de tratados ou convencées internacionais de que o Brasil seja signatario, da legistagao interna ordinaria, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos principios gerais do direito, analogia, costumes e eqilidade. Pardgrafo tinico. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderdo solidariamente pela reparacdo dos danos previstos nas normas de consumo. CAPITULOIV Da Qualidade de Produtos e Servicos, da Prevencao eda Reparacao dos Danos SECAOI Da Protecaoa Satidee Seguranca Art. 8° Os produtos e servicos colocados no mercado de consumo nao acarretarao riscos & satide ou seguranca dos consumidores, exceto os considerados normais e previsiveis em decorréncia de sua natureza e fruicao, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipétese, a daras informagées necessdrias eadequadasa seu respeito. Pardgrafo Unico. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informagées a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devam acompanharo produto. Art. 9° O fornecedor de produtos e servicos potencialmente nocivos ou perigosos a satide ou seguranga deverd informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuizo da adocao de outras medidas cabiveis em cada caso concreto. Art. 10, 0 fornecedor nao podera colocar no mercado de consumo produto ou servico que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade a sade ou seguranca. § 1° O fornecedor de produtos e servicos que, posteriormente a sua introducao nomercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deveré comunicar o fato imediatamente as autoridades competentes aos consumidores, mediante antincios publicitarios. 4A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae § 2° Os antincios publicitarios a que se refere o parégrafo anterior serdo veiculados na imprensa, radio e televisao, 8s expensas do fornecedor do produto ou servico. § 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou servicos a satide ou seguranca dos consumidores, a Unido, os Estados, o Distrito Federal e os Municipios deverao informé-losarespeito. Art.11.(Vetado). SECAOI DaResponsa Jade pelo Fato do Produto edo Servico Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existéncia de culpa, pela reparacao dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricagao, construcao, montagem, formulas, manipulacdo, apresentacao ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informagées insuficientes ou inadequadas sobre sua utilizagao e riscos. § 1° O produto é defeituoso quando néo oferece a seguranca que dele legitimamente se espera, levando-se em consideracao as circunstancias relevantes, entre as quais: I-suaapresentacao; I-o.usoe os riscos que razoavelmente dele se esperam; Ill-a época em que foi colocado em circulacao. § 2° produto nao é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. §3°Ofabricante,o construtor, o produtor ou importador sé nao sera responsabilizado quando provar: I-quenao colocouo produto no mercado; II-que, embora haja colocado 0 produto no mercado, o defeito inexiste; Ill-a culpa exclusiva do consumidor ou deterceiro. Art. 13, Ocomerciante éigualmente responsavel, nos termos do artigo anterior, quando: |-ofabricante,o construtor, o produtor ou'o importador nao puderem ser identificados; IIo produto for fornecido sem identificacao clara do seu fabricante, produtor, construtor ouimportador; 5A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR LEI Ne 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 Ill-nao conservaradequadamente os produtos perecivels. Pardgrafo tinico. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderd exercer o direito de regresso contra os demais responsaveis, segundo sua participacao na causacao do evento danoso. Art. 14, O fornecedor de servicos responde, independentemente da existéncia de culpa, pela reparacao dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos a prestacdo dos servicos, bem como porinformacées insuficientes ou inadequadas sobre sua fruicéo e riscos. § 1° O servico & defeituoso quando nao fornece a seguranga que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideragao as circunstancias relevantes, entre as quais: |-omodo de seu fornecimento; II-oresultado eos riscos que razoavelmente dele se esperam; Ill-aépoca em que foifornecido. §2°O servico nado é considerado defeituoso pela adocao denovas técnicas. §3° O fornecedor de servigos sé nao sera responsabilizado quando provar: I-que, tendo prestado o servico, odefeitoinexiste; II-aculpa exclusiva do consumidor oudeterceiro. 54° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais seré apurada mediante a verificacao deculpa, Art. 15.(Vetado). Art. 16.(Vetado). Art. 17. Para os efeitos desta Secdo, equiparam-se aos consumidores todas as vitimas do evento. SECAOI DaResponsabilidade por jo do Produto edo Servigo Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo durdveis ou nao duraveis respondem solidariamente pelos vicios de qualidade ou quantidade que os tornem improprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou hes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicacées constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitaria, respeitadas as variacées decorrentes de suanatureza, podendo o consumidor exigira substituicao das partes viciadas. 6A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae § 1° Nao sendo 0 vicio sanado no prazo maximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente ea sua escolha: |-asubstituicao do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condigdes de uso; Il - a restituigéo imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuizo de eventuais perdase danos; IIl-oabatimento proporcional do preso. § 2° Poderao as partes convencionar a reducao ou ampliagao do prazo previsto no paragrafo anterior, nao podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesio, a clausula de prazo deverd ser convencionada em separado, por meio demanifestagao expressa do consumidor. § 3° O consumidor poders fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razao da extensao do vicio, a substituicéo das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou caracteristicas do produto, diminuir-lhe o valor ouse tratar de produto essencial § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso | do § 1° deste artigo, endo sendo possivel a substituigéo do bem, poderd haver substituicéo por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementacao ou restitui¢ao de eventual diferenca de preco, sem prejuizo do disposto nosincisos le Ill do § 1° deste artigo. §5° No caso de fornecimento de produtos in natura, sera responsavel perante o consumidor 0 fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor. §6° Sacimpréprios ao uso e consumo I-05 produtos cujos prazos de validade estejam vencidos; II- 0s produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos a vida ou a satide, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normasregulamentares de fabricacao, distribuicéo ou apresentacao; Ill - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam. Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vicios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variaces decorrentes de sua natureza, seu contetido liquido for inferior as indicag6es constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitaria, podendo o consumidor exigir,alternativamente ea sua escolha: |-oabatimento proporcional do preso; II-complementagao do peso ou medida; Ill - a substituicéo do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vicios; 7A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR LEI Ne 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 IV - a restituicdo imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuizo de eventuais perdas e danos. § 1° Aplica-seaeste artigo 0 disposto no § 4° do artigo anterior. § 2° O fornecedor imediato sera responsavel quando fizer a pesagem ou a medicao eo instrumento utilizado nao estiver aferido segundo os padroes oficiais. Art. 20. © fornecedor de servigos responde pelos vicios de qualidade que os tornem impréprios ao consumo ou Ihes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicagdes constantes da oferta ou mensagem publicitéria, podendo o consumidor exigir,alternativamente ea sua escolha: |-areexecugao dos servicos, sem custo adicional e quando cabivel; Ila restituigao imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuizo de eventuais perdas e danos; II|-oabatimento proporcional do preco. § 1° Areexecucao dos servigos poderd ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor. § 2° Sao impréprios os servicos que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que nao atendam as normas regulamentares de prestabilidade. Art. 21. No fornecimento de servicos que tenham por objetivo a reparacao de qualquer produto considerar-se-é implicita a obrigacao do fornecedor de empregar componentes de reposicao originais adequados e novos, ou que mantenham as especificacées técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes ultimos, autorizagaoemcontrariodo —consumidor. Art. 22. Os érgaos pubblicos, por si ou suas empresas, concessionarias, permissiondrias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, séo obrigados a fornecer servicos adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, continuos. Paragrafo Unico. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigacées referidas neste artigo, serao as pessoas juridicas compelidas a cumpri-las ea reparar os danos causados, na forma previstaneste cédigo. Art. 23. A ignorancia do fornecedor sobre os vicios de qualidade por inadequasao dos produtos eservigos nao o exime de responsabilidade. Art. 24. A garantia legal de adequacao do produto ou servico independe de termo expresso, vedadaa exonerasao contratual do fornecedor. Art. 25. E vedada a estipulacao contratual de clausula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigacao de indenizar prevista nesta e nas secées anteriores. 8A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae § 1° Havendo mais de um responsavel pela causacao do dano, todos responderao solidaria- mente pela reparacao prevista nesta e nas secdes anteriores. § 2° Sendo 0 dano causado por componente ou pega incorporada ao produto ou servico, so responsaveis solidarios seu fabricante, construtor ou importador e 0 que realizou a incorporacao SECAOIV Da DecadénciaedaPrescricgao Art. 26, Odireito de reclamarpelos vicios aparentes oude facil constatacao caducaem |-trinta dias, tratando-se de fornecimento de servico e de produtos nao duraveis; II-noventa dias, tratando-se de fornecimento de servico e de produtos duraveis. § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execucao dos servicos. § 2° Obstamadecadéncia: |-a reclamacao comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e servicos até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequivoca; II-(Vetado). Ill-ainstauragao de inquérito civil, até seu encerramento, § 3° Tratando-se de vicio oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado odefeito. Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensao a reparacao pelos danos causados por fato do produto ou do servico prevista na Secao Il deste Capitulo, iniciando-se a contagem do prazoa partirdo conhecimento do dano ede suaautoria. Paragrafo Unico. (Vetado). SECAOV Da Desconsideracao da Personalidade Juridica Art. 28. © juiz poder desconsiderar a personalidade juridica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infracao da lei, fato ou 9A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR LEI Ne 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 ato ilicito ou violacao dos estatutos ou contrato social. A desconsideracao também sera efetivada quando houver faléncia, estado de insolvéncia, encerramento ou inatividade da pessoajuridica provocados pormé administracao. §1°(Vetado). § 2° As sociedades integrantes dos grupos societarios e as sociedades controladas, sao subsidiariamente responsdveis pelas obrigacdes decorrentes deste cédigo. § 3° As sociedades consorciadas séo solidariamente responsdveis pelas obrigacées decorrentes deste cédigo. §4° As sociedades coligadas sé responderao por culpa. § 5° Também podera ser desconsiderada a pessoa juridica sempre que sua personalidade for, dealguma forma, obstéculo ao ressarcimento de prejuizos causados aos consumidores. CAPITULOV Das Praticas Comerciais SECAOI Das Disposigées Gerais Art. 29, Para os fins deste Capitulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determindveis ou nao, expostasas praticas nele previstas. SECAON Da Oferta Art. 30, Toda informagao ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicagéo com relacao a produtos e servicos oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra 0 contrato que viera ser celebrado. Art. 31. A oferta e apresentacdo de produtos ou servicos devem assegurar informacées corretas, claras, precisas, ostensivas e em lingua portuguesa sobre suas caracteristicas, qualidades, quantidade, composicao, preco, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam & satide e seguranca dos consumidores. 10A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae Art. 32. Os fabricantes e importadores deverao assegurar a oferta de componentes e pecas de reposicao enquanto nao cessara fabricacao ou importacao do produto. Paragrafo tinico. Cessadas a producao ou importacao, a oferta deverd ser mantida por periodo razoavel de tempo, na forma dalei. Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e endereco na embalagem, publicidade e em todos os impressos utilizados na transacao comercial, Paragrafo tinico. E proibida a publicidade de bens e servigos por telefone, quando a chamada for onerosaao consumidor quea origina. (Incluido pela Lein® 11.800, de 2008) Art. 34. O fornecedor do produto ou servigo é solidariamente responsavel pelos atos de seus prepostos ou representantes auténomos. Art. 35. Se 0 fornecedor de produtos ou servicos recusar cumprimento a oferta, apresentagao ou publicidade, o consumidor poder4, alternativamente ea sua livre escolha: | exigir 0 cumprimento forgado da obrigagao, nos termos da oferta, apresentagdo ou publicidade; \I-aceitar outro produto ou prestacao de servico equivalente; Ill - rescindir 0 contrato, com direito a restituigao de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, ea perdas e danos. SECAOI Art.36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, facil eimediatamente, aidentifique comotal. Paragrafo Unico. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou servicos, manterd, em seu poder, para informacao dos legitimos interessados, os dados faticos, técnicos e cientificos que dio sustentacaoamensagem, Art. 37. E proibida toda publicidade enganosa ouabusiva. § 1° Eenganosa qualquer modalidade de informagao ou comunicagao de carter publicitatio, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissao, capaz de induzir em erro 0 consumidor a respeito da natureza, caracteristicas, qualidade, quantidade, propriedades, origem, prego e quaisquer outros dados sobre produtos e servicos § 2° Eabusiva, dentre outras a publicidade discriminatoria de qualquer natureza, a que incite a 11A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POSE ee ae violéncia, explore o medo ou a supersticao, se aproveite da deficiéncia de julgamento e experiéncia da crianga, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidora se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua satide ou seguranca. § 3° Para os efeitos deste cédigo, a publicidade é enganosa por omisséo quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou servico. §4°(Vetado). Art, 38. O 6nus da prova da veracidade e corresao da informacao ou comunicacao publicitéria cabeaquemas patrocina. SECAOIV Das Praticas Abusivas Ant25-bvedadenefomecedorde preduterewservigen Art. 39. E vedado ao fornecedor de produtos ou servicos, dentre outras praticas abusivas: (Redacao dada pela Lein®8.884, de 11.6.1994) -condicionar o fornecimento de produto ou de servico ao fornecimento de outro produto ouservico, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos; Il - recusar atendimento as demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usose costumes; Ill - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitacdo prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer servico; IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorancia do consumidor, tendo em vista sua idade, satide, conhecimento ou condigao social, para impingir-Ihe seus produtos ou servicos; V-exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; VI - executar servicos sem a prévia elaboracao de orcamento e autorizacao expressa do consumidor, ressalvadasas decorrentes de praticas anteriores entreas partes; VI - repassar informagao depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercicio de seus direitos; Vill - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou servico em desacordo com as normas expedidas pelos érgaos oficiais competentes ou, se normas especificas nao existirem, pela Associacao Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalizagao e Qualidade Industrial (Conmetro); CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae IX-recusar a venda de bens oua prestacao de servicos, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediacao regulados emleis especiais; (Redacao dada pela Lein? 8.884, de 11.6.1994) HHetade} X - elevar sem justa causa 0 prego de produtos ou servicos. (Incluido pela Lei ne 8.884, de 11,6.1994) XI- Dispositivo incluido pelaMPV n° 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso XII, quando da converao na Lein? 9.870, de 23.11.1999 XII- deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigagao ou deixar a fixacao de seu termo inicial a seu exclusivo critério.(Incluido pela Lei n® 9.008, de 213.1995) XIIl - aplicar formula ou indice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. (Incluido pela Lei n° 9.870, de 23.11.1999) Paragrafo Unico. Os servigos prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipétese prevista no inciso Ill, equiparam-se as amostras gratis, inexistindo obrigacao de pagamento. Art. 40. O fornecedor de servico sera obrigado a entregar ao consumidor orcamento prévio discriminando o valor da mao-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condicées de pagamento, bem comoas datas de inicio e término dos servicos. § 1° Salvo estipulacdo em contrario, o valor orcado terd validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor. § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orcamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociacao das partes § 3° O consumidor nao responde por quaisquer énus ou acréscimos decorrentes da contratacao de servigos de terceiros nao previstos no orcamento prévio. Art.41,No caso de fornecimento de produtos ou de servicos sujeitos ao regime de controle ou de tabelamento de precos, os fornecedores deverao respeitar os limites oficiais sob pena de no o fazendo, responderem pela restituicéo da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, podendo o consumidor exigir & sua escolha, o desfazimento do negécio, sem prejuizo de outras sangées cabiveis. SEGAOV DaCobrangade Dividas Art. 42. Na cobranca de débitos, o consumidor inadimplente nao sera exposto a ridiculo, nem sera submetido a qualquer tipo de constrangimento ouameaca 13A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR LEI Ne 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 Paragrafo Unico. 0 consumidor cobrado em quantia indevida tem direito & repeticao do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correcao monetéria ejuros legais, salvo hipétese de engano justificavel SECAOVI Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores Art. 43. O consumidor, sem prejuizo do disposto no art, 86, tera acesso as informacées existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobreas suas respectivas fontes. § 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de facil compreensao, nao podendo conter informagées negativas referentes a periodo superiora cinco anos. § 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverd ser comunicada por escrito ao consumidor, quando nao solicitada por ele. §3°O consumidor, sempre que encontrar inexatidao nos seus dados e cadastros, poderd exigit sua imediata correcao, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias titeis, comunicar a alteracdo aos eventuais destinatarios das informacées incorretas. § 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os servicos de protecao ao crédito e congéneres sao considerados entidades de carater publico. § 5° Consumada a prescricao relativa & cobranca de débitos do consumidor, nao serao fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Protecao ao Crédito, quaisquer informacoes que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores Art. 44. Os érgaos pliblicos de defesa do consumidor manterao cadastros atualizados de reclamagées fundamentadas contra fornecedores de produtos e servicos, devendo divulga-lo publica e anualmente. A divulgacao indicaré se a reclamacao foi atendida ou nao pelo fornecedor. §1°E facultado 0 acessoas informagées Id constantes para orientacao e consulta por qualquer interessado. § 2° Aplicam-sea este artigo, no que couber, as mesmas regras enunciadas no artigo anterior e as do paragrafo tinico do art. 22 deste cédigo. Art. 45. (Vetado). 14A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae CAPITULOVI DaProtecoContratual SECAOL Disposigées Gerais Art. 46. Os contratos que regulam as relacées de consumo nao obrigarao os consumidores, se nao Ihes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu contetido, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensao de seu sentido ealcance. Art.47. As clausulas contratuais serao interpretadas de maneira mais favoravel ao consumidor. Art. 48. As declaracdes de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos as relagdes de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execugéo especifica, nostermos do art. 84eparagrafos. Art. 49. 0 consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou servico, sempre que a contratacao de fornecimento de produtos e servicos ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ouadomicilio. Paragrafo Unico. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer titulo, durante 0 prazo de reflexao, serao devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados. Art.50. Agarantia contratual é complementara legal e sera conferida mediante termo escrito. Paragrafo Unico. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem comoa forma, prazoe olugarem que pode ser exercitada e 0s énus a cargo do consumidor, devendo ser-Ihe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual deinstrucao, de instalagao e uso do produto em linguagem didatica, com ilustracées. SECAON Das Cléusulas Abusivas Art. 51. Sao nulas de pleno direito, entre outras, as cléusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos eservicos que: 15A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR LEI Ne 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 |- impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vicios de qualquer natureza dos produtos e servicos ou impliquem rentincia ou disposicao de direitos. Nas relaces de consumo entre o fornecedor e 0 consumidor pessoa juridica, a indenizacao podera ser limitada, em situagées justificaveis; II-subtraiam ao consumidor a opsao de reembolso da quantia ja paga, nos casos previstos neste cédigo; Ill-transfiram responsabilidades a terceiros; IV- estabelecam obrigacées consideradas iniquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompativeis com a boa-fé oua eqilidade; V-(Vetado); VI-estabelegam inversao do énus da provaem prejuizo do consumidor; Vil-determinem autilizagao compulséria dearbitragem; VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negécio juridico pelo consumidor; IX - deixem ao fornecedor a opsao de concluir ou nao o contrato, embora obrigando o consumidor; X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variagdo do prego de maneira unilateral; XI- autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito sejaconferido ao consumidor; XIl- obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobranca de sua obrigacao, sem que igual direito Ihe seja conferido contra fornecedor; XIll - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o contetido ou a qualidade do contrato, apés sua celebracao; XIV-infrinjam ou possibilitem a violacéo de normas ambientais; XV-estejam em desacordo com o sistema de protecéo.ao consumidor; XVI-possibilitem a rentincia do direito de indenizacao por benfeitorias necessarias. § 19 Presume-se exagerada, entre outros casos,avontade que: I-ofende os principios fundamentais do sistema juridico a que pertence; II- restringe direitos ou obrigagées fundamentais inerentes & natureza do contrato, de tal modo aameagarseu objeto ou equilibrio contratual; 16A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae Ill - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e contetido do contrato, ointeresse das partes e outras circunstancias peculiares ao caso § 2° Anulidade de uma cléusula contratual abusiva nao invalida o contrato, exceto quando de sua auséncia, apesar dos esforcos de integracao, decorrer énus excessivo a qualquer das partes. §3°(Vetado). §4° E facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao Ministério Puiblico que ajuizea competente aco para ser declarada a nulidade de cléusula contratual que contrarie 0 disposto neste cédigo ou de qualquer forma nao assegure o justo equilibrio entre direitos e obrigagdes das partes. Art. 52. No fornecimento de produtos ou servicos que envolva outorga de crédito ou concessao de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverd, entre outros requisites, informé-lo préviaeadequadamente sobre |- prego do produto ou servico em moeda corrente nacional; II-montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros; Ill-acréscimos legalmente previstos; IV-ntimero e periodicidade das prestacées; \V-soma total a pagar, com e sem financiamento. + , . ; § 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigacées no seu termo néo poderdo ser superiores a dois por cento do valor da prestacao.(Redacao dada pela Lei n° 9.298, de 1°.8.1996) § 2° E assegurado ao consumidor a liquidacao antecipada do débito, total ou parcialmente, mediante reducao proporcional dos juros edemaisacréscimos. § 3°(Vetado). Art. 53. Nos contratos de compra e venda de méveis ou iméveis mediante pagamento em prestacées, bem como nas alienacées fiduciarias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cléusulas que estabelecam a perda total das prestacées pagas em beneficio do credor que, em razao do inadimplemento, pleitear a resolucao do contrato e a retomada do produto alienado, §1°(Vetado). § 2° Nos contratos do sistema de consércio de produtos duraveis, a compensasao ou a 17A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POSTE Sere) eae) restituicao das parcelas quitadas, na forma deste artigo, teré descontada, além da vantagem econémica auferida com a fruicao, os prejulzos que o desistente ou inadimplente causar a0 grupo. § 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo serao expressos em moeda corrente nacional. SECAOII Dos Contratos de Adesao Art, 54, Contrato de adesao é aquele cujas clausulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou servicos, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu contetido. §1° Ainsercao de clausula no formulario nao desfigura anatureza de adesao do contrato. § 2° Nos contratos de adesao admite-se clausula resolutéria, desde que a alternativa, cabendo aescolha ao consumidor, ressalvando-se o dispostono § 2° do artigo anterior. 3t0 A ; § 30. Os contratos de adesao escritos sero redigidos em termos claros e com caracteres ostensivose legiveis, cujo tamanho da fonte nao serd inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensao pelo consumidor. (Redacao dada pelan® 11.785, de 21008) § 4° As cléusulas que implicarem limitagao de direito do consumidor deverao ser redigidas com destaque, permitindo sua imediatae facil compreensao. §5°(Vetado) CAPITULOVII Das Sangdes Administrativas (VideLein’8.656,de 1993) Art. 55. A Unido, os Estados e 0 Distrito Federal, em carater concorrente e nas suas respectivas areas de atuacéo administrativa, baixarao normas relativas 4 producao, industrializacao, distribuigdo e consumo de produtos e servicos. § 1° A Unido, os Estados, o Distrito Federal e os Municipios fiscalizaréo e controlarao a producao, industrializacao, distribuicao, a publicidade de produtos e servicos eo mercado de consumo, no interesse da preservacao da vida, da satide, da seguranca, da informagao e do 18A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae bem-estar do consumidor, baixando as normas que se fizerem necessarias. §2°(Vetado). § 3° Os drgaos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com atribuicdes para fiscalizar e controlar 0 mercado de consumo manterao comissdes permanentes para elaborasao, revisdo e atualizacao das normas referidas no § 1°, sendo obrigatéria a participacao dos consumidores efornecedores. § 4° Os 6rgaos oficiais poderdo expedir notificagées aos fornecedores para que, sob pena de desobediéncia, prestem informagées sobre questées de interesse do consumidor, resguardado o segredo industrial. Art. 56. As infragées das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, as seguintes sangées administrativas, sem prejuizo das de natureza civil, penal edas definidas em normas especificas: I-multa; lI-apreensao do produto; Ill-inutilizagao do produto; IV-cassagao do registro do produto junto ao érgao competente; V-proibigao de fabricagao do produto; VI-suspensao de fornecimento de produtos ou servico; VIl-suspensao temporaria de atividade; Vill-revogagao de concessao ou permissao de uso; IX-cassagao de licenca do estabelecimento ou deatividade; X-interdicao, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou deatividade; Xl-intervencao administrativa; XIl-imposicao de contrapropaganda. Paragrafo unico. As sancées previstas neste artigo seréo aplicadas pela autoridade administrativa, no Ambito de sua atribuicéo, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou incidente de procedimento administrative. CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR LEI Ne 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 artgrafe tiniee* musite verde montante neirresrinfe Ne Segre one : ecioneFNrowrindice equivetentequevenhe Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infracao, a vantagem auferida e a condicéo econémica do fornecedor, seré aplicada mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que trata a Lei n® 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabiveis 8 Unido, ou para os Fundos estaduais ou municipais de protecao ao consumidornos demais casos. (Redaao dada pela Lein°8.656, de 21.5.1993) Paragrafo Unico. A multa seré em montante nao inferior a duzentas e nao superior a trés milhdes de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referéncia (Ufir), ou indice equivalente que venhaa substitui-lo. (Paragrafo acrescentado pela Lein’8,703, de6.9.1993) Art. 58, As penas de apreensao, de inutilizacao de produtos, de proibi¢ao de fabricagao de produtos, de suspensao do fornecimento de produto ou servigo, de cassacao do registro do produto e revogagao da concessao ou permissao de uso sero aplicadas pela administracao, mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem constatados vicios de quantidade ou de qualidade por inadequacao ou inseguranca do produto ou servico. Art. 59. As penas de cassacao de alvara de licenga, de interdicao e de suspensao temporaria da atividade, bem como a de intervencdo administrativa, serdo aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na pratica das infracdes de maior gravidade previstas neste cédigo e na legislacéo de consumo. § 1° A pena de cassago da concessao sera aplicada a concessionaria de servico puiblico, quando violar obrigacao legal ou contratual. § 2° Apena de intervencao administrativa serd aplicada sempre que as circunstancias de fato desaconselharem acassacao de licenga, a interdicao ou suspensao daatividade § 3° Pendendo aco judicial na qual se discuta a imposicao de penalidade administrativa, nao haverd reincidéncia até o transito em julgado da sentenca. Art. 60. A imposicao de contrapropaganda seré cominada quando o fornecedor incorrer na pratica de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e seus paragrafos, sempre as expensas do infrator. § 1° A contrapropaganda seré divulgada pelo responsavel da mesma forma, freqiléncia e dimensio e, preferencialmente no mesmo vefculo, local, espaso e hordrio, de forma capaz de desfazer o maleficio da publicidade enganosa ou abusiva. §2°(Vetado) §3°(Vetado). 20A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae TiTULON Das Infracées Penais Art.61.Constituem crimes contraas relacdes de consumo previstas neste cédigo, sem prejuizo do disposto no Cédigo Penal eleis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes. Art. 62. (Vetado). Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nosinvélucros, recipientes ou publicidade: Pena-Detencao de seis mesesa dois anos emulta. § 1° Incorreré nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendagées escritas ostensivas, sobre a periculosidade do servicoa ser prestado. §2°Seocrimeéculposo: Pena Detencao de umaseis meses oumulta Art. 64. Deixar de comunicar & autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior a sua colocacéo no mercado: Pena-Detencaode seis mesesa dois anos emulta. Parégrafo Unico. Incorreré nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma desteartigo. Art. 65. Executar servigo de alto grau de periculosidade, contrariando determinacao de autoridade competente: Pena Detencao de seis meses a dois anos e multa. Paragrafo Unico. As penas deste artigo sao aplicaveis sem prejuizo das correspondentes a lesao corporal ea morte. Art. 66. Fazer afirmagao falsa ou enganosa, ou omitir informacao relevante sobre a natureza, caracteristica, qualidade, quantidade, seguranga, desempenho, durabilidade, prego ou garantia de produtos ou servicos: Pena-Detengaodetrés mesesaumanoemulta. § 1° Incorrera nas mesmas penas quem patrocinara oferta. §2°Seocrimeé culposo; Pena Detencaodeumaseismeses oumulta. Art.67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva: 21A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POSE ee ae Pena Detencaodetrés meses a umanoe multa. Paragrafo tinico. (Vetado). Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir 0 consumidora se comportar de forma prejudicial ou perigosaa sua satide ou seguranca: Pena-Detencao de seis meses a dois anos multa Paragrafo tinico, (Vetado). Art.69, Deixarde organizar dados faticos, tecnicos e cientificos que dao base publicidade: Pena Detencao de uma seismeses ou multa Art. 70. Empregar na reparacao de produtos, pega ou componentes de reposi¢ao usados, sem autorizagao do consumidor: Pena Detencao de trés meses aum anoe multa. Art. 71. Utilizar, na cobranga de dividas, de ameaga, coagao, constrangimento fisico ou moral, afirmagées falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponhao consumidor, injustificadamente, a ridiculo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer: Pena Detencao de trés meses a umanoemulta Art. 72. Impedir ou dificultar 0 acesso do consumidor as informacées que sobre ele constem emcadastros, banco de dados, fichas e registros Pena Detencao de seis meses a um ano oumulta. Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informacéo sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata: Pena Detencaodeumaseismeses oumulta, Art.74, Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificacao clara de seu contetido; Pena Detencaodeumaseismeses oumulta, Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorter para os crimes referidos neste cédigo, incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa juridica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposicao & venda ou manutengao em depésito de produtos oua oferta eprestacao de servicos nas condisées por ele proibidas. Art. 76. Sao circunstncias agravantes dos crimes tipificados neste cédigo: 22A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae I-serem cometidos em época de grave crise econémica ou por ocasiao de calamidade; |I-ocasionarem grave dano individual ou coletivo; IIl-dissimular-sea naturezailicitado procedimento; IV-quando cometidos: a) por servidor ptiblico, ou por pessoa cuja condigéo econémico-social seja manifestamente superior’ da vitima; b) em detrimento de operério ou ruricola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiéncia mental interditadas ou nao; V-serem praticados em operacées que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros produtos ou servicos essenciais. Art. 77. A pena pecuniéria prevista nesta Secao serd fixada em dias-multa, correspondente ao minimo e ao maximo de dias de duracao da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualizagao desta multa, 0 juiz observard o disposto no art, 60, $1° do Cédigo Penal Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem serimpostas, cumnulativa ou alternadamente, observado odisposto nos arts. 44.a 47, do Cédigo Penal |-ainterdicéo temporaria de direitos; II-a publicago em érgaos de comunicacao de grande circulagao ou audiéncia, as expensas do condenado, de noticia sobre os fatos ea condenacao; Ill-a prestagao de servicos a comunidade, Art. 79. O valor da fianga, nas infracées de que trata este cédigo, sera fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir 0 inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bonus do Tesouro Nacional (BTN), ou indice equivalente que venhaa substitui-lo. Paragrafo tinico. Se assim recomendar a situagao econédmica do indiciado ou réu, a fianga poderd ser: a) reduzida atéa metade do seu valor minimo; b) aumentada pelo juizaté vinte vezes. Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste cédigo, bem como a outros crimes e contravencdes que envolvam relagdes de consumo, poderao intervir, como assistentes do Ministério Puiblico, os legitimados indicados no art. 82, inciso Ill e lV, aos quais também é facultado propor acao penal subsididria, se a dentincia nao for oferecida no prazo legal 23A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR LEI Ne 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 TITULOII DaDefesa do Consumidorem Juizo CAPITULO! Disposigées Gerais Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vitimas podera ser exercida em juizo individualmente, ou a titulo coletivo. Pardgrafo tinico. A defesa coletiva serd exercida quando se tratar de: I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste cédigo, os transindividuais, de natureza indivisivel, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstancias de fato; Il - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste cédigo, os transindividuais, de natureza indivisivel de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou coma parte contréria por uma relacao juridica base; Ill-interesses ou direitos individuais homogéneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum. Arté2-Pareesfinsde-art100-parégrafe tnice;séelegitimadesconcenentemente: Art, 82, Para os fins do art. 81, paragrafo tinico, sao legitimados concorrentemente: (Redagdo dada pela Lein® 9.008, de 213.1995) 1-0 Ministério Publico, Il-a Unido, os Estados, os Municipios eo Distrito Federal; IIl- as entidades e érgaos da Administracao Publica, direta ou indireta, ainda que sem personalidade juridica, especificamente destinados 4 defesa dos interesses e direitos protegidos por este cédigo; IV-asassociaées legalmente constituidas hd pelo menos um ano e que incluamentreseus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este cédigo, dispensada aautorizacaoassemblear. § 1° Orequisito da pré-constituicéo pode ser dispensado pelo juiz, nas acées previstas nos arts. 91 seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensao ou caracteristica do dano, ou pelarelevancia do bem juridico a ser protegido. §2°(Vetado). 24A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae §3°(Vetado). Art.83, Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este cédigo sao admissiveis todas as espécies de aces capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela. Paragrafo tinico. (Vetado). Art. 84, Na acao que tenha por objeto o cumprimento da obrigacao de fazer ou nao fazer, 0 juiz concederd a tutela especifica da obrigacéo ou determinard providéncias que assegurem o resultado pratico equivalenteao do adimplemento. § 1° Aconversao da obrigagao em perdas e danos somente sera admissivel se por elas optar o autor ou seimpossivela tutela especifica ou a obtencao do resultado pratico correspondente. § 2° A indenizacao por perdas e danos se faré sem prejuizo da multa (art. 287, do Cédigo de Processo Civil) § 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficacia do provimento final, é licito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou apés justificagao prévia, citadooréu, § 4° O juiz poderd, na hipétese do § 3° ou na sentenga, impor multa didria ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compativel com a obrigagao, fixando prazo razoavel para o cumprimento do preceito. §5° Para tutela especifica ou para a obtencao do resultado pratico equivalente, poderd o juiz determinar as medidas necessarias, tais como busca e apreensao, remocao de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisicao de forca policial Art.85, (Vetado). Art.86.(Vetado). Art. 87. Nas aces coletivas de que trata este cédigo nao havera adiantamento de custas, emolumentos, honordrios periciais e quaisquer outras despesas, nem condenacao da associagao autora, salvo comprovada mé-fé, em honorarios de advogados, custas e despesas processuais. Paragrafo tinico. Em caso de litigancia de ma-fé, a associacao autora e os diretores responsaveis, pela propositura da aco serao solidariamente condenados em honorarios advocaticios e a0 décuplo das custas, sem prejuizo da responsabilidade por perdas e danos. Art. 88. Na hipétese do art. 13, parégrafo tinico deste cédigo, a aco de regresso poderd ser ajuizada em processo auténomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciagao dallide. Art.89.(Vetado) 25A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POSE ee ae Art. 90. Aplicam-se &s aces previstas neste titulo as normas do Cédigo de Processo Civil e da Lei n® 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que nao contrariar suas disposicées. caPITULOI Das Acées Coletivas Para a Defesa de Interesses Individuais Homogéneos . _ se Ot Orlegitimadesde-que jane St poderte proper em nome proprie-e nernterer indliviehselmente-sofides de-ncorde-conredispestenerartigerseguintes: Art. 91. 0s legitimados de que trata 0 art. 82 poderao propor, em nome proprio € no interesse das vitimas ou seus sucessores, acao civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes. (Redacao dada pela Lein?9.008, de 21.3.1995) Art.92.0 Ministério Publico, se nao ajuizar a aco, atuard sempre como fiscal dalei Paragrafo tnico. (Vetado). Art.93. Ressalvada a competéncia da Justica Federal, é competente paraa causa ajustica local I-no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de ambito local; II-no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de ambito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Cédigo de Processo Civil aos casos de competéncia concorrente. Art. 94. Proposta a aco, sera publicado edital no érgao oficial, a fim de que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuizo de ampla divulgacao pelos meios de comunicagao social por parte dos érgaos de defesa do consumidor. Art. 95. Em caso de procedéncia do pedido, a condenacao sera genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados. Art.96.(Vetado). Art. 97. A liquidacao e a execugao de sentenga poderao ser promovidas pela vitima e seus sucessores,assim como pelos legitimados de que tratao art. 82, Paragrafo Unico. (Vetado). Att O-Arexecusie podertsercetetive sence promevide pelostegitimades cheque trate cat ligitichagiersemrprejuizerdeejtizementedeoutrerexeengoes 26A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae Art. 98. A execucao poderd ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art 82, abrangendo as vitimas cujas indenizagées jé tiveram sido fixadas em sentenga de liquidagao, sem prejuizo do ajuizamento de outras execucées. (Redagao dada pela Lein?9.008, de 21.3.1995) § 1° A execusao coletiva far-se-4 com base em certidao das sentengas de liquidacao, da qual deverd constara ocorréncia ou nao dotransito em julgado, § 2° Ecompetente para a execucao 0 juizo: |-da liquidacao da sentenca ou daagao condenatéria, no caso de execucao individual; \l-daagao condenatoria, quando coletiva a execucao. Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenagao prevista na Lei n.* 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizacées pelos prejuizos individuais resultantes do mesmo evento danoso, estas terao preferéncia no pagamento. Paragrafo tinico. Para efeito do disposto neste artigo, a destinacao da importancia recolhida ao fundo criado pela Lei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficara sustada enquanto pendentes de deciso de segundo grau as acées de indenizacao pelos danos individuais, salvo na hipstese deo patriménio do devedor ser manifestamente suficiente para responder pela integralidade das dividas. Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitacao de interessados em ntimero compativel coma gravidade do dano, poderao os legitimados do art. 82 promovera liquidacaoe execugdo da indenizacao devida Paragrafo Unico. O produto da indenizacao devida reverterd para o fundo criado pela Lei n 7.347,de 24 dejulho de 1985 CAPITULOII Das Acées de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Servicos Art. 101. Na agao de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e servicos, sem prejuizo do disposto nos Capitulos |ell deste titulo, serao observadasas seguintes normas: |-aagao pode ser proposta no domicilio do autor; II-oréu que houver contratado seguro de responsabilidade podera chamar ao processo o segurador, vedada a integraco do contraditério pelo Instituto de Resseguros do Brasil Nesta hipétese, a sentenga que julgar procedente o pedido condenard o réu nos termos do art, 80 do Cédigo de Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o sindico seré intimado a informar a existéncia de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, o ajuizamento de a¢ao de indenizacao diretamente contra o segurador, vedada 27A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR LEI Ne 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 a denunciagao da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsércio obrigatério com este. Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste cédigo poderao propor acao visando compeliro Poder Puiblico competente a proibir, em todo o territério nacional, a produsao, divulgacao distribuigéo ou venda, ou a determinar a alteracéo na composicao, estrutura, formula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou perigoso & satide piblica ea incolumidade pessoal. §1°(Vetado). §2°(Vetado) CAPITULOIV DaCoisaJulgada Art. 103, Nas acées coletivas de que trata este cédigo, a sentenga fara coisa julgada: I- erga omnes, exceto se 0 pedido for julgado improcedente por insuficiéncia de provas, hipotese em que qualquer legitimado poderd intentar outra acdo, com idéntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipétese do inciso | do pardgrafo tinico do art. 81; II-ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedéncia por insuficiéncia de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipétese prevista no incisoll do paragrafo tinico do art.81; Ill-erga omnes, apenas no caso de procedéncia do pedido, para beneficiar todas as vitimas e seus sucessores, na hipétese do inciso lll do paragrafo tinico do art. 81. § 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos | e Il nao prejudicarao interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe § 2° Na hipétese prevista no inciso Ill, em caso de improcedéncia do pedido, os interessados que nao tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderao propor acao de indenizacao a titulo individual § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lein® 7.347, de 24 de julho de 1985, nao prejudicarao as agées de indenizagao por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste cédigo, mas, se procedente o pedido, beneficiarao as vitimas e seus sucessores, que poderdo proceder a liquidagao e 8 execucao, nos termos dosarts. 96 a 99. §.4° Aplica-se o disposto no paragrafo anterior a sentenca penal condenatéria. 28A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae Art. 104. As acées coletivas, previstas nos incisos | € Il e do paragrafo Unico do art. 81, nao induzem litispendéncia para as acées individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ouultra partes a que aludem os incisos I! ell do artigo anterior nado beneficiaro os autores das agées individuais, se nao for requerida sua suspensao no prazo de trinta dias, a contar da ciéncianosautos do ajuizamento da acao coletiva. TITULOIV Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), os orgaos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais eas entidades privadas de defesa do consumidor. Art. 106, © Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econémico (MU), ou 6rgao federal que venha substitui-lo, é organismo de coordenagao da politica do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, cabendo-lhe: 1 - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a politica nacional de protecao ao consumidor; II-receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, dentincias ou sugestdes apresentadas por entidades representativas ou pessoas juridicas de direito puiblico ou privado; Ill- prestar aos consumidores orientacdo permanente sobre seus direitos e garantias; IV - informar, conscientizar e motivar 0 consumidor através dos diferentes meios de comunicagao; \V-solicitar’ policia judicidria a instauragao de inquérito policial para a apreciagao de delito contra os consumidores, nos termos da legislacao vigente; VI - representar ao Ministério Puiblico competente para fins de adogéo de medidas processuais no Ambito de suas atribuicées; VIl-levar ao conhecimento dos érgaos competentes as infragdes de ordem administrativa que violarem osinteresses difusos, coletivos, ou individuais dos consumidores; VIll - solicitar 0 concurso de érgaos e entidades da Unido, Estados, do Distrito Federal e Municfpios, bem como auxiliar a fiscalizacéo de precos, abastecimento, quantidade e seguranca de bens eservicos; IX -incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas especiais, a formagao de entidades de defesa do consumidor pela populagao e pelos érgaos publicos estaduais e municipais; X-(Vetado). 29A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POSE ee ae XI-(Vetado). Xil-(Vetado) XIll-desenvolver outras atividades compativeis com suas finalidades. Pardgrafo tinico, Para a consecucao de seus objetivos, o Departamento Nacional de Defesa do Consumidor poderd solicitar 0 concurso de érgaos e entidades de notéria especializagao técnico-cientifica. TITULOV DaConvengao Coletivade Consumo Art. 107. Asentidades civis de consumidores e as associagdes de fornecedores ou sindicatos de categoria econémica podem regular, por convengao escrita, relagdes de consumo que tenham por objeto estabelecer condigées relativas ao preso, & qualidade, a quantidade, & garantia e caracteristicas de produtos e servicos, bem como a reclama¢ao e composicéo do conflito de consumo. § 1° A convengao tornar-se-é obrigatéria a partir do registro do instrumento no cartério de titulos edocumentos. §2° Aconvengao somente obrigard os filiados as entidades signatérias. § 3° Nao se exime de cumprir a convengao o fornecedor que se desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento. Art. 108, (Vetado). TITULOVI Disposicées Finais Art. 109. (Vetado).. Art.110, Actescente-seo seguinte inciso IV ao art. 1° da Lein* 7.347, de 24 de julho de 1985: "IV-a qualquer outro interesse difuso ou coletivo". Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte redagao: "Il-inclua, entre suas finalidades institucionais, a protecéo ao meio ambiente, ao consumidor, 30A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR POST 2s a ae ao patriménio artistico, estético, histérico, turistico e paisagistico, ou a qualquer outro interesse difuso ou coletivo". Art. 112,0§ 3° doart. 5°da Lein® 7.347, de 24dejulho de 1985, passaa tera sequinte redacao: "§ 3° Em caso de desisténcia infundada ou abandono da acao por associagao legitimada, 0 Ministério Publico ou outro legitimado assumird atitularidade ativa’: Art, 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5°. da Lei n.” 7.347, de 24 de julho de 1985 "§.4° 0 requisito da pré-constituigéo podera ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensao ou caracteristica do dano, ou pela relevancia do bem juridicoa ser protegido. §5.° Admitir-se-d 0 litisconsércio facultativo entre os Ministérios Publicos da Uniao, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei. (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG -STJ) § 6 Os 61ga0s publicos legitimados poderdo tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta as exigéncias legais, mediante combinagées, que tera eficaciade titulo executivo extrajudicial” (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG -STJ) Art. 114, Oart. 15 da Lein®7.347, de 24dejulho de 1985, passaa tera seguinte redacao: "Art. 15. Decorridos sessenta dias do transito em julgado da sentenca condenatéria, sem que a associagao autora Ihe promova a execucao, deverd fazé-lo 0 Ministério Puiblico, facultada igual iniciativa aos demaislegitimados". Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passando o paragrafo Unico a constituir o caput, coma seguinte redagao "Art. 17. Em caso de litigancia de mé-fé, a associacao autora e os diretores responsaveis pela propositura da aco serao solidariamente condenados em honorarios advocaticios ¢ a0 décuplo das custas, sem prejuizo da responsabilidade por perdas e anos’. Art. 116. Dé-sea seguinte redacao ao art. 18 da Lein® 7.347, de 24 de julhode 1985: "art. 18. Nas acdes de que trata esta lei, nao haverd adiantamento de custas, emolumentos, honorarios periciais e quaisquer outras despesas, nem condenacao da associacao autora, salvo comprovada mé-fé, em honorarios de advogado, custas e despesas processuais". Art. 117. Acrescente-se a Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, 0 seguinte dispositivo, renumerando-se os seguintes: “Art. 21. Aplicam-se a defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabivel, os dispositivos do Titulo Ill da lei que instituiu o Codigo de Defesa do Consumidor’. 31A CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR LEI Ne 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 Art. 118, Este cédigo entrar em vigor dentro de cento e oitenta dias a contar de sua publicacao. Art.119. Revogam-seas disposigdes em contrério. Brasilia, 11 de setembro de 1990; 169° da Independénciae 102° da Republica. FERNANDO COLLOR Bernardo Cabral Zélia M. Cardoso de Mello Ozires Silva Este texto nao substitui o publicado no D.0.U. de 12.9.1990- Retificado no DOU de 10.1.2007 (fonte: sitio de internet da Agéncia Nacional de Vigilancia Sanitdria, data: 22/01/09) 32A

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