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GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO CEARÁ


Escola de Ensino Fundamental e Médio Mário Hufo Cidrack do Vale

Nome: _________________________________________________________________ Nº: ________

Ano: 1º Ano C. Turno: Noite. Data: ______/_____/______ Prof.ª: Ana Germana

RECUPERAÇÃO PARALELA – LÍNGUA PORTUGUESA – 1º BIMESTRE

Leia os fragmentos abaixo para responder às questões que seguem:


TEXTO I
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café Este açúcar era cana
nesta manhã de Ipanema e veio dos canaviais extensos
não foi produzido por mim que não nascem por acaso
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. no regaço do vale.
Vejo-o puro Em lugares distantes, onde não há hospital
e afável ao paladar nem escola,
como beijo de moça, água homens que não sabem ler e morrem de fome
na pele, flor aos 27 anos
que se dissolve na boca. Mas este açúcar plantaram e colheram a cana
não foi feito por mim. que viraria açúcar.
Este açúcar veio Em usinas escuras,
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, homens de vida amarga
dono da mercearia. e dura
Este açúcar veio produziram este açúcar
de uma usina de açúcar em Pernambuco branco e puro
ou no Estado do Rio com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
e tampouco o fez o dono da usina.
Fonte: “O açúcar” (Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, pp.227-228).

TEXTO II
A cana-de-açúcar
Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses no século
XVI. A região que durante séculos foi a grande produtora de cana-de-açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina,
onde os férteis solos de massapé, além da menor distância em relação ao mercado europeu, propiciaram condições
favoráveis a esse cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de-açúcar é São Paulo, seguido de
Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em parte é exportado e em
parte abastece o mercado interno, a cana serve também para a produção de álcool, importante nos dias atuais como
fonte de energia e de bebidas. A imensa expansão dos canaviais no Brasil, especialmente em São Paulo, está ligada
ao uso do álcool como combustível.
(Comentários sobre os textos: “O açúcar” e “A cana-de-açúcar”.)

01. Para que um texto seja literário:


A) basta somente a correção gramatical; isto é, a expressão verbal segundo as leis lógicas ou naturais.
B) deve prescindir daquilo que não tenha correspondência na realidade palpável e externa.
C) deve fugir do inexato, daquilo que confunda a capacidade de compreensão do leitor.
D) deve assemelhar-se a uma ação de desnudamento. O escritor revela ao escrever, revela o mundo, e
em especial o homem, aos outros homens.
E) deve revelar diretamente as coisas do mundo: sentimentos, ideias, ações.

02. Sobre os textos I e II, só é possível afirmar que:


I. O texto I é literário também pela forma com que se apresenta.
II. O texto II poderia ser literário pela forma.
III. Pela pluralidade significativa da linguagem, só é possível afirmar que o literário é o texto II.

Está(ao) correta(s) apenas: (MARQUE APENAS UM ITEM.)


A) a I e a II
B) a II e a III
C) a I e a III
D) apenas a II
E) Todas estão corretas.
03. Ainda com relação aos textos I e II, assinale a opção incorreta.
A) No texto I, em lugar de apenas informar sobre o real, ou de produzi-lo, a expressão literária é
utilizada principalmente como um meio de refletir e recriar a realidade.
B) No texto II, de expressão não-literária, o autor informa o leitor sobre a origem da cana-de-açúcar, os
lugares onde é produzida, como teve início seu cultivo no Brasil, etc.
C) O texto I parte de uma palavra do domínio comum – açúcar – e vai ampliando seu potencial
significativo, explorando recursos formais para estabelecer um paralelo entre o açúcar – branco, doce,
puro – e a vida do trabalhador que o produz – dura, amarga, triste.
D) O texto I, a expressão literária desconstrói hábitos de linguagem, baseando sua recriação no
aproveitamento de novas formas de dizer.
E) O texto II não é literário porque, diferentemente do literário, parte de um aspecto da realidade, e não
da imaginação.

04. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do seguinte texto.
Para um maior entendimento da literatura, Aristóteles, na obra Arte Poética, definiu os gêneros
literários. Cada um deles reúne um conjunto de obras com características análogas ou parecidas de forma e
conteúdo. Tais gêneros se dividem, na classificação aristotélica, em épico, lírico e dramático. Atualmente,
entretanto, os textos literários são classificados, quanto à forma, em prosa ou em poesia; quanto ao
conteúdo, em narrativos, líricos e dramáticos. No gênero ___________ há a presença de um _________,
responsável por contar uma história em que os personagens atuam em um determinado espaço e tempo. Já
os textos do gênero __________ têm predominância da função poética da linguagem. Os textos
classificados como ___________ são próprios para a representação ou encenação teatral e têm __________
como base.
(MARQUE APENAS UM ITEM.)
A) épico ou narrativo – eu lírico – lírico – dramáticos – os personagens
B) épico ou narrativo – narrador – lírico – dramáticos – o diálogo
C) narrativo – autor – lírico – dramáticos – o palco
D) épico – herói – poético – narrativos – o narrador
E) lírico – eu lírico – dramático – narrativos – as falas dos personagens

05. A escrita é uma das formas de expressão que as pessoas utilizam para comunicar algo e tem várias
finalidades: informar, entreter, convencer, divulgar, descrever. Assim, o conhecimento acerca das
variedades linguísticas sociais, regionais e de registro torna-se necessário para que se use a língua
nas mais diversas situações comunicativas.
Considerando as informações acima, imagine que você está à procura de um emprego e encontrou duas
empresas que precisam de novos funcionários. Uma delas exige uma carta de solicitação de emprego.
Ao redigi-la, você:
A) fará uso da linguagem metafórica.
B) apresentará elementos não verbais.
C) utilizará o registro informal.
D) evidenciará a norma padrão.
E) fará uso de gírias.

Leia o texto abaixo para responder à questão 6:


Soneto de fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto E assim, quando mais tarde me procure
Que mesmo em face do maior encanto Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Dele se encante mais meu pensamento. Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Quero vivê-lo em cada vão momento Eu possa me dizer do amor (que tive):
E em seu louvor hei de espalhar meu canto Que não seja imortal, posto que é chama
E rir meu riso e derramar meu pranto Mas que seja infinito enquanto dure.
Ao seu pesar ou seu contentamento.
(Vinicius de Moraes)
6. Considere verdadeiro (V) ou falso (F):
( ) O poema é formado por quatro estrofes.
( ) Duas estrofes são chamadas de quartetos e duas de duetos.
( ) As rimas dos quartetos estão na seguinte disposição: ABAB e AABB.
( ) As rimas dos tercetos estão na seguinte disposição: CDE e DEC.
( ) Trata-se de um poema com versos brancos, pois não há rimas.

A sequência correta está no item: (MARQUE APENAS UM ITEM.)


A) V, F, V, F, V. B) V, V, F, F, V. C) F, F, V, V, F. D) V, F, F, V, F. E) F, V, V, F, V.

Texto para a questão 7:


Gerente – Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo?
Cliente – Estou interessado em financiamento para compra
de veículo.
Gerente – Nós dispomos de várias modalidades de crédito.
O senhor é nosso cliente?
Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou
funcionário do banco.
Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! Cê tá
em Brasília? Pensei que você inda tivesse na agência de
Uberlândia! Passa aqui pra gente conversar com calma.
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado).

07. Na representação escrita da conversa telefônica entre a gerente do banco e o cliente, observa-se que
a maneira de falar da gerente foi alterada de repente devido
(MARQUE APENAS UM ITEM.)
A) à adequação de sua fala à conversa com um amigo, caracterizada pela informalidade
B) à iniciativa do cliente em se apresentar como funcionário do banco.
C) ao fato de ambos terem nascido em Uberlândia (Minas Gerais).
D) à intimidade forçada pelo cliente ao fornecer seu nome completo.
E) ao seu interesse profissional em financiar o veículo de Júlio.

Texto para a questão 8:


Exmº Sr. Governador:

Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em
1928.
[…]

ADMINISTRAÇÃO
Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro
considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do interior não ponha no arame.
proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao Governo do Estado, que não
precisa disso; todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque se derrubou a Bastilha – um
telegrama; porque se deitou pedra na rua – um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela – um
telegrama.
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.

GRACILlANO RAMOS,
Viventes das Alagoas .
São Paulo: Martins Fontes, 1962.

08. O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é
destinado ao governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o texto chama a atenção por contrariar
a norma prevista para esse gênero, pois o autor
(MARQUE APENAS UM ITEM.)
A) emprega sinais de pontuação em excesso.
B) recorre a termos e expressões em desuso no português.
C) apresenta-se na primeira pessoa do singular, para conotar intimidade com o destinatário.
D) privilegia o uso de termos técnicos, para demonstrar conhecimento especializado.
E) expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte carga emocional e uso de recorrências.
09. O Museu da Língua Portuguesa, em 2010, fez uma exposição cujo título era “Menas: o certo do errado,
o errado do certo” e publicou alguns dos textos lá expostos como exemplos de variação linguística.
Uma das situações relatadas era a de um rapaz que fora convidado a fazer uma viagem em um fim de
semana para uma casa de praia de um amigo. Ele aceitou o convite e precisou enviar mensagens avisando
a ausência dele nesses dias para os seguintes interlocutores: o chefe, a mãe, um churrasqueiro, a namorada
e um outro amigo.
Fonte: MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Menas: o certo do errado, o errado do certo. 2010. (Adaptado) Disponível em:
<http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/files/mlp/texto_31.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2015.

Marque o item correspondente à variante adequada a cada interlocutor: (MARQUE APENAS UM ITEM.)
A) “[...] Informo que, por motivos pessoais, necessitarei ausentar-me de minhas atividades por um período
de dois dias – os quais me comprometo a repor em momento oportuno. [...]” – Interlocutora: mãe do
rapaz.
B) “Tô indo p/ praia c/ o Paulo e a galera. Vai rolar um churrasco. Vamos ficar na casa da tia de um dos
meninos. Não precisa se preocupar! [...]” – Interlocutora: namorada do rapaz.
C) “Tamo indo p/ curtir o fds. Vc tem q colar la. Vamo fica nakela ksa mó loca da tia do cabelo. Vai rolar
um churrasco.” – Interlocutor: outro amigo do rapaz.
D) “Não deu p/ te avisar, mas o Paulão me chamou p/ ir p/ praia hoje. É um pouco ‘clube do Bolinha’ e,
como vc tem trabalho, não vi problema em aceitar. Quando tiver uma oportunidade, te ligo. Ou pode me
ligar! [...]” – Interlocutor: churrasqueiro.
E) “O Paulo pediu pra falar com vc, pq vai precisar de ti nesse fim de semana. A casa é aquela mesma
do Carnaval, com a mesma quantidade de pessoas.” – Interlocutor: chefe do rapaz.

Leia os textos abaixo e responda:


Antigamente
Antigamente, os pirralhos dobravam a língua Expressão Significado
diante dos pais e se um se esquecia de arear os dentes
antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de Cair nos braços de Dormir
Morfeu
entrar no couro. Não devia também se esquecer de
lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na Debicar Zombar, ridicularizar
cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos,
Tunda Surra
pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas,
ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava Mangar Escarnecer, caçoar
mangando na rua, nem escapulia do mestre, mesmo
Tugir Murmurar
que não entendesse patavina da instrução moral e
cívica. O verdadeiro smart calçava botina de botões Liró Bem-vestido
para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que
Copo d'água Lanche oferecido pelos
no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. amigos
Os bilontras é que eram um precipício, jogando com
pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e Convescote Piquenique
caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho Treteiro de topete Tratante atrevido
diante de um treteiro de topete, depois de fintar e
engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em Abrir o arco Fugir
pratos limpos, ele abria o arco. Bilontra Velhaco
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 1983 (fragmento). FIORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua
Portuguesa, n. 24, out. 2007 (adaptado).

10. Na leitura do fragmento do texto Antigamente constata-se, pelo emprego de palavras obsoletas, que
algumas expressões bastante utilizadas não mais o são no português brasileiro atual. Esse fenômeno
revela que:
A) a língua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas do cotidiano.
B) o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do léxico proveniente do português europeu.
C) a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade do seu léxico no eixo temporal.
D) o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser reconhecido como língua independente.
E) o léxico do português representa uma realidade linguística variável e diversificada.

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