TJ-SP Full Experience - Juiz Substituto - Simulado VII

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

TJ-SP FULL EXPERIENCE

JUIZ SUBSTITUTO

SIMULADO VII

Bloco I
DIREITO CIVIL

1. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - A Personalidade é a soma de caracteres da pessoa, aquilo que ela é para si e
para a sociedade.
II - Legitimação é a capacidade especial para determinado ato ou negócio jurídico
e legitimidade é a capacidade processual, uma das condições da ação.
III - A capacidade civil plena é a soma da capacidade de gozo com a capacidade de
exercício.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – CORRETA. Personalidade – é a soma de caracteres da pessoa, ou seja, aquilo que
ela é para si e para a sociedade. Afirma-se doutrinariamente que a capacidade é a
medida da personalidade, ou seja, “a personalidade é um quid (substância, essência)
e a capacidade um quantum”.
II – CORRETA. Legitimação – capacidade especial para determinado ato ou negócio
jurídico. Como primeiro exemplo, cite-se a necessidade de outorga conjugal para
vender imóvel, sob pena de anulabilidade do contrato (arts. 1.647, I, e 1.649 do CC).
Outro exemplo envolve a venda de ascendente a descendente, havendo necessidade
de autorização dos demais descendentes e do cônjuge do alienante, mais uma vez sob
pena de anulabilidade (art. 496 do CC).
Legitimidade – é a capacidade processual, uma das condições da ação (art. 3.º do
CPC/1973, repetido parcialmente pelo art. 17 do CPC/2015). Constata-se que o
próprio legislador utiliza os termos legitimação e legitimidade como sinônimos.
Exemplificando, o art. 12, parágrafo único, do CC/2002, trata dos legitimados
processualmente para as medidas de tutela dos interesses do morto, fazendo uso do
termo legitimação. O certo seria mencionar a legitimidade.
III – CORRETA. Capacidade de gozo é sinônimo de capacidade de direito e capacidade
de exercício é sinônimo de capacidade de fato.
CAPACIDADE DE DIREITO (GOZO) + CAPACIDADE DE FATO (EXERCÍCIO) = CAPACIDADE
CIVIL PLENA
Referência: Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. –
8. ed. rev, atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018, p.
85/86.

2. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo ou
curto prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
II – Residências inclusivas são unidades de oferta do Serviço de Acolhimento do
Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas em áreas residenciais da
comunidade, com estruturas adequadas, que possam contar com apoio psicossocial
para o atendimento das necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e
adultos com deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de
condições de autossustentabilidade e com vínculos familiares fragilizados ou
rompidos.
III – Considera-se acessibilidade a possibilidade e condição de alcance para
utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos
urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus
sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao
público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na
rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – INCORRETA. Art. 2º, Lei 13.146/15. Considera-se pessoa com deficiência aquela
que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas.
II – CORRETA. Art. 3º, Lei 13.146/15. Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
(...)
X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Acolhimento do Sistema
Único de Assistência Social (Suas) localizadas em áreas residenciais da comunidade,
com estruturas adequadas, que possam contar com apoio psicossocial para o
atendimento das necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos com
deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de condições de
autossustentabilidade e com vínculos familiares fragilizados ou rompidos;
III – CORRETA. Art. 3º, Lei 13.146/15. Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança
e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações,
transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem
como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados
de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou
com mobilidade reduzida;

3. A respeito dos negócios jurídicos e as disposições do Código Civil assinale a


alternativa INCORRETA.
a) A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico apenas se
cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
b) A validade do negócio jurídico requer agente capaz, objeto lícito, possível,
determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei.
c) A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em
benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso,
for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
d) Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou
renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior
salário mínimo vigente no País.
Gabarito: A
a) Incorreta, segundo o art. 106, CC: A impossibilidade inicial do objeto não invalida o
negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele
estiver subordinado.
b) Correta, segundo o art. 104, CC: A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
c) Correta, segundo o art. 105, CC: A incapacidade relativa de uma das partes não
pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados
capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação
comum.
d) Correta, segundo o art. 108, CC: Não dispondo a lei em contrário, a escritura
pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição,
transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor
superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.

4. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – É de 03 anos o prazo prescricional para que a vítima de um acidente de trânsito
proponha ação de indenização contra concessionária de serviço público de
transporte coletivo.
II – Prescreve em 10 anos o prazo para que um advogado autônomo possa cobrar
de outro advogado o valor correspondente à divisão de honorários advocatícios
contratuais e de sucumbência referentes a ação judicial na qual ambos
trabalharam em parceria.
III – Prescreve em 1 ano a pretensão de sociedade seguradora em face de
ressegurador baseada em contrato de resseguro.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – INCORRETA. Nos termos da jurisprudência é de 5 anos o prazo prescricional para
que a vítima de um acidente de trânsito proponha ação de indenização contra
concessionária de serviço público de transporte coletivo (empresa de ônibus).
RESPONSABILIDADE CIVIL. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO PRESTADORA DE
SERVIÇO DE TRANSPORTE. PRAZO PRESCRICIONAL. REVISÃO DA JURISPRUDÊNCIA. ART.
1º-C DA LEI N. 9.494/97. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL E SÚMULA VINCULANTE N. 10/STF. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL.
1. O prazo de prescrição das ações indenizatórias movidas em desfavor de pessoa
jurídica de direito privado prestadora de serviços públicos de transporte é
quinquenal, consoante o disposto no art. 1º-C da Lei n. 9.494/97.
2. Entendimento consagrado a partir da aplicação da regra da especialidade do
disposto no art. 97 da Constituição Federal, que prevê a cláusula de reserva de
plenário, bem como da Súmula Vinculante n. 10 do STF, que vedam ao julgador negar
a aplicação de norma que não foi declarada inconstitucional.
3. Recurso especial provido.
(REsp 1277724/PR, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 26/05/2015, DJe 10/06/2015)
II – CORRETA. Segundo a jurisprudência:
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PARCERIA PROFISSIONAL.
ARBITRAMENTO E COBRANÇA. PROPORCIONALIDADE.
PRESCRIÇÃO. VÍNCULO ENTRE ADVOGADOS. INAPLICABILIDADE DA LEI Nº 8.906/1994 E
DO ART. 206, § 5º, II, DO CÓDIGO CIVIL. ART. 205 DO CÓDIGO CIVIL. INCIDÊNCIA.
AUSÊNCIA DE DISPOSIÇÃO LEGAL ESPECÍFICA.
TERMO INICIAL.
1. Trata-se de ação nominada de arbitramento de honorários cumulada com cobrança
referente à demanda judicial na qual se alega prestação laboral de serviços
advocatícios em parceria com outro patrono.
2. O prazo prescricional de 5 (cinco) anos previsto nos artigos 25, V, da Lei nº
8.906/1994 e 206, § 5º, II, do Código Civil é aplicável na relação advogado-cliente, o
que afasta sua incidência no caso dos autos.
3. A prescrição para cobrança entre advogados de honorários proporcionais aos
serviços prestados é regulada pelo prazo decenal disposto no art. 205 do Código Civil,
ante a ausência de regra específica.
4. O termo inicial para contagem da prescrição está submetida ao princípio da actio
nata consagrado no art. 189 do Código Civil, que na hipótese se deu com o
recebimento dos honorários sucumbenciais.
5. Recurso especial não provido.
(REsp 1504969/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 10/03/2015, DJe 16/03/2015)
III – CORRETA. Em consonância com a jurisprudência:
EMBARGOS DECLARATÓRIOS NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO E OBSCURIDADE NÃO VERIFICADAS.
DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. PREQUESTIONAMENTO. INVIABILIDADE.
1. Ausentes quaisquer dos vícios ensejadores dos aclaratórios, afigura-se patente o
intuito infringente da presente irresignação, que objetiva não suprimir a omissão,
afastar a obscuridade ou eliminar a contradição, mas, sim, reformar o julgado por via
inadequada.
2. Nos termos do art. 105, inciso III, da Constituição Federal, não compete a esta
Corte o exame de dispositivos constitucionais em sede de embargos de declaração,
ainda que opostos para fins de prequestionamento, sob pena de invasão da
competência atribuída ao Supremo Tribunal Federal.
3. Embargos de declaração rejeitados.
(EDcl no AgRg no AREsp 19.677/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 09/12/2014)

5. Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com o Código Civil.


a) O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído
no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser
molestado.
b) Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando,
tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa.
c) O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem
como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se
constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
d) Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de
cessar a violência ou a clandestinidade.
Gabarito: B
a) Correta, segundo o art. 1.210, CC: O possuidor tem direito a ser mantido na posse
em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se
tiver justo receio de ser molestado.
b) Incorreta, segundo o art. 1.224, CC: Só se considera perdida a posse para quem não
presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou,
tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
c) Correta, segundo o art. 1.216, CC: O possuidor de má-fé responde por todos os
frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber,
desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção
e custeio.
d) Correta, segundo o art. 1.208, CC: Não induzem posse os atos de mera permissão
ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou
clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.

6. Assinale a alternativa CORRETA a respeito da usucapião.


a) Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros
quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
b) Aquele que, por dez anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu
um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé;
ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.
c) Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros
quadrados, por dez anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
d) Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu
um imóvel, nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo, adquire-lhe a
propriedade, independentemente de título e boa-fé.
Gabarito: A
a) CORRETA, conforme art. 1.239, CC: Aquele que, não sendo proprietário de imóvel
rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área
de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por
seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
b) INCORRETA, conforme art. 1.238, CC: Aquele que, por quinze anos, sem
interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare
por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de
Imóveis.
c) INCORRETA, conforme art. 1.240, CC: Aquele que possuir, como sua, área urbana
de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e
sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o
domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
d) INCORRETA, conforme art. 1.238, CC: Aquele que, por quinze anos, sem
interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare
por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de
Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o
possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado
obras ou serviços de caráter produtivo.

7. Assinale a alternativa INCORRETA, de acordo com o Código Civil.


a) No caso de extinção do direito de superfície em consequência de
desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor
correspondente ao direito real de cada um.
b) A servidão pode ser removida, de um local para outro, pelo dono do prédio
serviente e à sua custa, se em nada diminuir as vantagens do prédio dominante,
ou pelo dono deste e à sua custa, se houver considerável incremento da utilidade
e não prejudicar o prédio serviente.
c) As servidões prediais são indivisíveis, e subsistem, no caso de divisão dos
imóveis, em benefício de cada uma das porções do prédio dominante, e continuam
a gravar cada uma das do prédio serviente, salvo se, por natureza, ou destino, só
se aplicarem a certa parte de um ou de outro.
d) Restringir-se-á o exercício da servidão às necessidades do prédio dominante,
evitando-se, quanto possível, agravar o encargo ao prédio serviente, mas
constituída para certo fim, a servidão pode-se ampliar a outro.
Gabarito: D
a) CORRETA, de acordo com o art. 1.376. No caso de extinção do direito de superfície
em consequência de desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao
superficiário, no valor correspondente ao direito real de cada um.
b) CORRETA, de acordo com o art. 1.384, CC: A servidão pode ser removida, de um
local para outro, pelo dono do prédio serviente e à sua custa, se em nada diminuir as
vantagens do prédio dominante, ou pelo dono deste e à sua custa, se houver
considerável incremento da utilidade e não prejudicar o prédio serviente.
c) CORRETA, de acordo com o art. 1.386, CC: As servidões prediais são indivisíveis, e
subsistem, no caso de divisão dos imóveis, em benefício de cada uma das porções do
prédio dominante, e continuam a gravar cada uma das do prédio serviente, salvo se,
por natureza, ou destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro.
d) INCORRETA, de acordo com o art. 1.385, CC: Restringir-se-á o exercício da servidão
às necessidades do prédio dominante, evitando-se, quanto possível, agravar o encargo
ao prédio serviente.
§ 1o Constituída para certo fim, a servidão não se pode ampliar a outro.

8. Com relação à União Estável, assinale a alternativa INCORRETA nos termos do


Código Civil.
a) Não se constituirá a união estável se ocorrerem os impedimentos para o
casamento, salvo no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou
judicialmente.
b) Constitui união estável as relações não eventuais entre o homem e a mulher,
impedidos de casar.
c) Obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda,
sustento e educação dos filhos as relações pessoais entre os companheiros.
d) É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a
mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida
com o objetivo de constituição de família.
Gabarito: B
a) CORRETA, segundo o art. 1723§ 1º, CC: A união estável não se constituirá se
ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI
no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
b) INCORRETA, segundo o art. 1.727, CC: As relações não eventuais entre o homem e
a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.
c) CORRETA, segundo o art. 1.724, CC: As relações pessoais entre os companheiros
obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e
educação dos filhos.
d) CORRETA, segundo o art. 1.723, CC: É reconhecida como entidade familiar a união
estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e
duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.

9. Com relação ao Direito das Sucessões, assinale a alternativa CORRETA


a) A sucessão abre-se no momento e no lugar em que ocorrer a morte.
b) Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo do início
do inventário.
c) A sucessão dá-se somente por disposição de última vontade.
d) Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos
e testamentários.
Gabarito: D
a) Incorreta, segundo o art. 1.785, CC: A sucessão abre-se no lugar do último
domicílio do falecido.
b) Incorreta, segundo o art. 1.787, CC: Regula a sucessão e a legitimação para
suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.
c) Incorreta, segundo o art. 1.786, CC: A sucessão dá-se por lei ou por disposição de
última vontade.
d) Correta, nos termos do art. 1.784, CC: Aberta a sucessão, a herança transmite-se,
desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.

10. Assinale a alternativa INCORRETA, nos termos do Código Civil.


a) Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
b) A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social
do contrato.
c) É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais
fixadas neste Código.
d) Os contratantes são obrigados a guardar na conclusão do contrato os princípios
de probidade e boa-fé.
Gabarito: D
a) Correta, de acordo com o art. 426, CC: Não pode ser objeto de contrato a herança
de pessoa viva.
b) Correta, de acordo com o art. 421, CC: A liberdade de contratar será exercida em
razão e nos limites da função social do contrato.
c) Correta, de acordo com o art. 425, CC: É lícito às partes estipular contratos
atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
d) Incorreta, de acordo com o art. 422, CC: Os contratantes são obrigados a guardar,
assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e
boa-fé.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

11. São características da jurisdição, EXCETO:


a) Substitutividade.
b) Definitividade.
c) Inafastabilidade.
d) Delegabilidade.
Gabarito: D
De acordo com a doutrina, são características da jurisdição:
Substitutividade: é a mais peculiar delas. Pode ser mais bem compreendida com a
lembrança de que as soluções de conflitos de interesses eram, originariamente, dadas
pelas próprias partes envolvidas. Desde que o Estado assumiu para si a incumbência
de, por meio da jurisdição, aplicar a lei para solucionar os conflitos em caráter
coercitivo, pode-se dizer que ele substituiu as partes na resolução dos litígios para
corresponder à exigência da imparcialidade. É a substituição das partes pelo Estado-
juiz que permite uma solução imparcial, muito mais adequada para a pacificação
social.
Definitividade: somente as decisões judiciais adquirem, após certo momento, caráter
definitivo, não podendo mais ser modificadas. Os atos jurisdicionais tornam-se
imutáveis e não podem mais ser discutidos.
Imperatividade: as decisões judiciais têm força coativa e obrigam os litigantes. De
nada adiantaria o Estado substituir as partes na solução dos conflitos de interesses,
formulando uma decisão imutável, se não lhe fossem assegurados os meios
necessários para que fossem cumpridas. As decisões judiciais são impostas aos
litigantes, que devem cumpri-las. A sua efetividade depende da adoção de
mecanismos eficientes de coerção, que imponham submissão aos que devem cumpri-
las.
Inafastabilidade: a lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário nenhuma
lesão ou ameaça a direito (CF, art. 5º, XXXV). Mesmo que não haja lei que se possa
aplicar, de forma específica, a determinado caso concreto, o juiz não se escusa de
julgar invocando lacuna.
Indelegabilidade: a função jurisdicional só pode ser exercida pelo Poder Judiciário,
não podendo haver delegação de competência, sob pena de ofensa ao princípio
constitucional do juiz natural.
Inércia: a jurisdição é inerte, isto é, ela não se mobiliza senão mediante provocação
do interessado. O caráter substitutivo da jurisdição, do qual decorre a imparcialidade
do juiz, exige que assim seja: é preciso que um dos envolvidos no conflito leve a
questão à apreciação do Judiciário, para que possa aplicar a lei, apresentando a
solução adequada. A função jurisdicional não se movimenta de ofício, mas apenas por
provocação dos interessados.
Além dessas, pode ser acrescentada mais uma característica, que não é propriamente
da jurisdição, mas daqueles que a exercem, os juízes. Trata-se da:
Investidura: só exerce jurisdição quem ocupa o cargo de juiz, tendo sido
regularmente investido nessa função. A ausência de investidura implica óbice
intransponível para o exercício da jurisdição, pressuposto processual da própria
existência do processo.
Referência: Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado –
9. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018, p. 123. Destacamos.

12. Assinale a alternativa CORRETA de acordo com as disposições do CPC.


a) Havendo denunciação da lide a sentença de procedência valerá como título
executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por
inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na
proporção que lhes tocar.
b) Acolhido o pedido de desconsideração da personalidade jurídica, a alienação ou
a oneração de bens, havida em fraude de execução, será considerada nula.
c) O relator, considerando a relevância da matéria e a repercussão social da
controvérsia, poderá, desde que requerido pelas partes ou por quem pretenda
manifestar-se, admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou
entidade especializada, com representatividade adequada.
d) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a
pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
Gabarito: D
a) Incorreta, segundo o art. 132, CPC: A sentença de procedência valerá como título
executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por
inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na
proporção que lhes tocar.
OBS. O artigo refere-se ao chamamento ao processo.
b) Incorreta, segundo o art. 137, CPC: Acolhido o pedido de desconsideração, a
alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em
relação ao requerente.
c) Incorreta, segundo o art. 138, CPC: O juiz ou o relator, considerando a relevância
da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes
ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa
natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade
adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
d) Correta, de acordo com o art. 133, CPC: O incidente de desconsideração da
personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público,
quando lhe couber intervir no processo.

13. Assinale a alternativa INCORRETA com relação à tutela provisória.


a) A irreversibilidade dos efeitos da tutela de urgência não impede sua concessão,
em se tratando de direito provável, cuja lesão seja irreversível.
b) Aplica-se às tutelas provisórias o princípio da fungibilidade, devendo o juiz
esclarecer as partes sobre o regime processual a ser observado
c) É cabível a concessão de tutela provisória de urgência em incidente de
desconsideração da personalidade jurídica.
d) As medidas adequadas para efetivação da tutela provisória independem do
trânsito em julgado, salvo contra o Poder Público.
Gabarito: D
a) Correta, nos termos do ENUNCIADO 40, CJF: A irreversibilidade dos efeitos da
tutela de urgência não impede sua concessão, em se tratando de direito provável,
cuja lesão seja irreversível.
b) Correta, nos termos do ENUNCIADO 45, CJF: Aplica-se às tutelas provisórias o
princípio da fungibilidade, devendo o juiz esclarecer as partes sobre o regime
processual a ser observado
c) Correta, nos termos do ENUNCIADO 42, CJF: É cabível a concessão de tutela
provisória de urgência em incidente de desconsideração da personalidade jurídica
d) Incorreta, segundo o ENUNCIADO 38, CFJ: As medidas adequadas para efetivação
da tutela provisória independem do trânsito em julgado, inclusive contra o Poder
Público (art. 297 do CPC).

14. Com relação aos prazos processuais, NÃO É CORRETO afirmar que:
a) Quando a lei for omissa, será de cinco dias o prazo para a prática de ato
processual a cargo da parte.
b) Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.
c) Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a
comparecimento após decorridas quarenta e oito horas.
d) Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-
ão somente os dias úteis.
Gabarito: A
a) Incorreta, segundo o art. 218, § 1º, CPC: Quando a lei for omissa, o juiz
determinará os prazos em consideração à complexidade do ato.
(...)
§ 3o Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o
prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
b) Correta, nos termos do art. 218, § 2º, CPC: Quando a lei ou o juiz não determinar
prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento após decorridas 48
(quarenta e oito) horas.
c) Correta, nos termos do art. 218, § 4º, CPC: Será considerado tempestivo o ato
praticado antes do termo inicial do prazo.
d) Correta, nos termos do art. 219, CPC: Na contagem de prazo em dias, estabelecido
por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.

15. Com relação à audiência de instrução e julgamento assinale a alternativa


CORRETA.
a) Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá sentença em
audiência ou no prazo de quinze dias.
b) Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate
oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo
autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua
intervenção, em prazo comum de quinze dias.
c) A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio
digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos
julgadores, observada a legislação específica.
d) A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais, e não poderá ser
adiada por convenção das partes.
Gabarito: C
a) Incorreta, segundo o art. 366, CPC: Encerrado o debate ou oferecidas as razões
finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias.
b) Incorreta, segundo o art. 364, § 2º, CPC: Quando a causa apresentar questões
complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais
escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério
Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias,
assegurada vista dos autos.
c) Correta, segundo o art. 367, § 5º, CPC: A audiência poderá ser integralmente
gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, desde que assegure o
rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica.
d) Incorreta, segundo o art. 362, CPC: A audiência poderá ser adiada:
I - por convenção das partes;
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva
necessariamente participar;
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do
horário marcado.
e
Art. 368, CPC: A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.

16. Assinale a alternativa INCORRETA.


a) Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser assistido por um ou mais peritos.
b) As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e
fazendo observações que considerem de interesse para a causa.
c) Quando julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos
que deva observar, o juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa.
d) O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, após a audiência de
instrução e julgamento, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer
sobre fato que interesse à decisão da causa.
Gabarito: D
a) Correta, segundo o art. 482, CPC: Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser
assistido por um ou mais peritos.
b) Correta, segundo o art. 483, Parágrafo único, CPC: As partes têm sempre direito a
assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que considerem
de interesse para a causa.
c) Correta, segundo o art. 483, CPC: O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou
a coisa quando:
I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva
observar;
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves
dificuldades;
III - determinar a reconstituição dos fatos.
d) Incorreta, nos termos do art. 481, CPC: O juiz, de ofício ou a requerimento da
parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se
esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa.
17. Quanto à liquidação de sentença, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Tanto o credor como o devedor podem requerer que se proceda à liquidação
quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida.
b) Havendo necessidade de se alegar e provar fato novo a liquidação será pelo
procedimento comum.
c) Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é
lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a
liquidação desta.
d) Ocorre liquidação por arbitramento quando determinado pela sentença ou
exigido pela natureza do objeto da liquidação.
Gabarito: D
a) Correta, segundo a doutrina:
A liquidação pode ser requerida tanto pelo credor quanto pelo devedor.
GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios – Direito Processual Civil Esquematizado. 9ª edição.
2018: Editora Saraiva, p. 674.
b) Correta, segundo a doutrina, a liquidação pelo procedimento comum:
é aquela em que há necessidade de comprovação de fatos novos, ligados ao quantum
debeatur. Dispõe o art. 509, II: “pelo procedimento comum, quando houver
necessidade de alegar e provar fato novo”.
Referência: GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios – Direito Processual Civil
Esquematizado. 9ª edição. 2018: Editora Saraiva, p. 677
c) Correta, segundo a doutrina:
O art. 509, § 1º, do CPC trata da possibilidade de haver uma sentença que seja parte
líquida e parte ilíquida. Por exemplo: uma sentença proferida em ação de reparação
de danos pode condenar o réu a pagar os danos emergentes, correspondentes aos
gastos que ele teve, em determinado valor, e em lucros cessantes, a serem apurados
em liquidação. O credor pode promover simultaneamente a execução da parte
líquida, e, em autos apartados, a liquidação da outra parte.
Referência: GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios – Direito Processual Civil
Esquematizado. 9ª edição. 2018: Editora Saraiva , p. 676
d) Incorreta, segundo o art. 509, CPC: Quando a sentença condenar ao pagamento
de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do
devedor:
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas
partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato
novo.
§ 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito
promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação
desta.
§ 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor
poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.

18. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito da execução para a entrega de


coisa certa.
a) Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e considerada
satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução para o pagamento de frutos ou
o ressarcimento de prejuízos, se houver.
b) O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa,
quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for
reclamada do poder de terceiro adquirente.
c) Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo executado ou por
terceiros de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação seguirá em autos
apartados.
d) Havendo saldo em favor do executado ou de terceiros, o exequente o
depositará ao requerer a entrega da coisa.
Gabarito: C
a) Correta, conforme o art. 807, CPC: Se o executado entregar a coisa, será lavrado o
termo respectivo e considerada satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução
para o pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos, se houver.
b) Correta, conforme art. 809, CPC: O exequente tem direito a receber, além de
perdas e danos, o valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não
for encontrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente.
c) Incorreta, conforme o art. 810, CPC: Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na
coisa pelo executado ou por terceiros de cujo poder ela houver sido tirada, a
liquidação prévia é obrigatória.
d) Correta, conforme art. 810, CPC: Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa
pelo executado ou por terceiros de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação
prévia é obrigatória.
Parágrafo único. Havendo saldo:
I - em favor do executado ou de terceiros, o exequente o depositará ao requerer a
entrega da coisa;
II - em favor do exequente, esse poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo.

19. Assinale a alternativa INCORRETA nos termos do CPC.


a) Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode, a todo tempo,
remir a execução, pagando ou consignando a importância atualizada da dívida,
acrescida de juros, custas e honorários advocatícios.
b) Na execução da obrigação de não fazer, não sendo possível desfazer-se o ato, a
obrigação resolve-se em perdas e danos, caso em que, após a liquidação, se
observará o procedimento de execução por quantia certa.
c) Na obrigação de fazer, quando se convencionar que o executado a satisfaça
pessoalmente, o exequente poderá requerer ao juiz que lhe assine prazo para
cumpri-la.
d) Na obrigação de fazer, se o executado não satisfizer a obrigação no prazo
designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do processo, requerer a
satisfação da obrigação à custa do executado não sendo cabível conversão em
perdas e danos.
Gabarito: D
a) Correta, segundo o art. 826, CPC: Antes de adjudicados ou alienados os bens, o
executado pode, a todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a
importância atualizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários
advocatícios.
b) Correta, segundo o art. 823, Parágrafo único, CPC: Não sendo possível desfazer-se
o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos, caso em que, após a liquidação, se
observará o procedimento de execução por quantia certa.
c) Correta, segundo o art. 821, CPC: Na obrigação de fazer, quando se convencionar
que o executado a satisfaça pessoalmente, o exequente poderá requerer ao juiz que
lhe assine prazo para cumpri-la.
d) Incorreta, nos termos do art. 816, CPC: Se o executado não satisfizer a obrigação
no prazo designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do processo, requerer a
satisfação da obrigação à custa do executado ou perdas e danos, hipótese em que se
converterá em indenização.

20. A respeito dos embargos à execução, assinale a alternativa INCORRETA.


a) Em regra, os embargos à execução não terão efeito suspensivo.
b) Considera-se conduta atentatória à dignidade da justiça o oferecimento de
embargos manifestamente protelatórios.
c) A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos
executados em nenhuma hipótese suspenderá a execução contra os que não
embargaram.
d) Quando alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia
superior à do título, o embargante declarará na petição inicial o valor que entende
correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
Gabarito: C
a) Correta, segundo o art. 919, CPC: Os embargos à execução não terão efeito
suspensivo.
b) Correta, segundo o art. 918, Parágrafo único, CPC: Considera-se conduta
atentatória à dignidade da justiça o oferecimento de embargos manifestamente
protelatórios.
c) Incorreta, nos termos do art. 919, § 4º A concessão de efeito suspensivo aos
embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a execução contra os que
não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao
embargante.
d) Correta, segundo o art. 917, § 3º, CPC: Quando alegar que o exequente, em
excesso de execução, pleiteia quantia superior à do título, o embargante declarará na
petição inicial o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado
e atualizado de seu cálculo.

DIREITO DO CONSUMIDOR

21. Assinale a alternativa INCORRETA, segundo o Código de Defesa do Consumidor


(Lei n. 8.078/90) e a jurisprudência dos Tribunais Superiores.
a) Para a caracterização de determinada pessoa como fornecedor, o Código de
Defesa do Consumidor exige que a atividade desenvolvida no mercado de consumo
tenha fins lucrativos.
b) A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação de culpa.
c) Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, inclusive
as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
d) Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Gabarito: C
a) Correta. STJ, AgRg no Ag 1.215.680.
b) Correta. Art. 14, §4º, CDC.
c) Incorreta. Art. 3º, §2º, CDC: Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de
crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
d) Correta. Art. 3º, CDC.

22. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta no que tange à


responsabilidade pelo fato do produto e do serviço.
I – O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente
se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, dentre as
quais a época em que foi colocado em circulação.
II – O comerciante é responsável, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de
fabricação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos, ainda que
o fabricante seja identificado.
III – Aquele que efetivar o pagamento ao consumidor prejudicado poderá exercer o
direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na
causação do evento danoso, admitida a denunciação da lide, na forma do Código
de Processo Civil.
a) I, II e III estão corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas I e II são corretas.
d) Apenas a I é correta.
Gabarito: D
I – Correta. CDC, art. 12, §1º, III.
II – Incorreta. CDC, art. 13: O comerciante é igualmente responsável, nos termos do
artigo anterior, quando: I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não
puderem ser identificados; (...)
III – Incorreta. CDC, art. 88: Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a
ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a
possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide.
JURISPRUDÊNCIA STJ - “A vedação à denunciação da lide nas relações de consumo
refere-se tanto à responsabilidade pelo fato do
serviço quanto pelo fato do produto” (AgRg no AREsp 472.875/RJ, Rel. Ministro JOÃO
OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/12/2015, DJe 10/12/2015). "A
vedação à denunciação da lide prevista no art. 88 do CDC não se restringe à
responsabilidade de comerciante por fato do produto (art. 13 do CDC), sendo
aplicável também nas demais hipóteses de responsabilidade civil por acidentes de
consumo (arts. 12 e 14 do CDC)" (REsp n. 1.165.279/SP, Relator Ministro PAULO DE
TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/05/2012, DJe de 28/5/2012).

23. Assinale a alternativa INCORRETA acerca da oferta.


a) Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por
qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços
oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se
utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
b) A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações
corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas
características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de
validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam
à saúde e segurança dos consumidores. Nos produtos refrigerados oferecidos ao
consumidor, as informações deverão ser gravadas de forma indelével.
c) Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e
peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.
d) O fornecedor do produto ou serviço é subsidiariamente responsável pelos atos
de seus prepostos ou representantes autônomos.
Gabarito: D
a) Correta. CDC, art. 30. Princípio da Vinculação da Oferta.
b) Correta. CDC, art. 31, caput e parágrafo único.
c) Correta. CDC, art. 32, caput.
d) Incorreta. CDC, art. 34: O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente
responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.

24. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.


I – A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo
escrito.
II – O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de
maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo
e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo
ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do
fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do
produto em linguagem didática, com ilustrações.
III – Constitui crime deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia
adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo.
a) I, II e III são corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas I e II são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: A
I – Correta. CDC, art. 50, caput.
II – Correta. CDC, art. 50, parágrafo único.
III – Correta. CDC, art. 74.

25. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O CDC prevê de maneira expressa que as cláusulas contratuais deverão ser
interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
II – Os contratos de adesão não poderão conter cláusulas que impliquem em
limitação de direito do consumidor.
III – Em regra, admite-se, nos contratos de adesão, cláusula resolutória, desde que
a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I – Correta. Art. 47, CDC: As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais
favorável ao consumidor.
II – Incorreta. Art. 54, CDC: Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo
fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar
substancialmente seu conteúdo.
(...)
§ 4°, CDC: As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão
ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
III – Correta. Art. 54, CDC: Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo
fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar
substancialmente seu conteúdo.
(...)
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa,
cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo
anterior.

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

26. De acordo com o que dispõe o ECA é INCORRETO o que se afirma em:
a) Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na
primeira infância receberão formação específica e permanente para a detecção de
sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o
acompanhamento que se fizer necessário.
b) É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas
autoridades sanitárias.
c) O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das
gestantes, de forma universal com as demais linhas de cuidado direcionadas à
mulher e à criança.
d) O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e
odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a
população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e
alunos.
Gabarito: C
a) Correta, segundo o art. 11, § 3º, ECA: Os profissionais que atuam no cuidado diário
ou frequente de crianças na primeira infância receberão formação específica e
permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem
como para o acompanhamento que se fizer necessário.
b) Correta, segundo o art. 14, § 1º, ECA: É obrigatória a vacinação das crianças nos
casos recomendados pelas autoridades sanitárias.
c) Incorrera, segundo o art. 14, § 2º, ECA: O Sistema Único de Saúde promoverá a
atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e
intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança.
d) Correta, segundo o art. 14, ECA: O Sistema Único de Saúde promoverá programas
de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que
ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para
pais, educadores e alunos.

27. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A observância do cadastro de adotantes, ou seja, a preferência das pessoas
cronologicamente cadastradas para adotar determinada criança é absoluta, não
comportando exceções em razão do princípio do melhor interesse da criança, base
de todo o sistema de proteção.
II – Se o adotante, ainda em vida, manifestou inequivocamente a vontade de
adotar o menor, poderá ocorrer a adoção post mortem mesmo que não tenha
iniciado o procedimento de adoção quando vivo.
III – O pai que questiona a paternidade de seu filho registral (não biológico), que
ele próprio registrou conscientemente, está violando a boa-fé objetiva, mais
especificamente a regra da "venire contra factum proprium". Para que seja
possível a anulação do registro, é indispensável que fique provado que o pai
registrou o filho enganado, ou seja, é imprescindível que tenha havido vício de
consentimento.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – Incorreta. De acordo com a jurisprudência:
A observância do cadastro de adotantes, ou seja, a preferência das pessoas
cronologicamente cadastradas para adotar determinada criança, não é absoluta. A
regra comporta exceções determinadas pelo princípio do melhor interesse da
criança, base de todo o sistema de proteção. Tal hipótese configura-se, por
exemplo, quando já formado forte vínculo afetivo entre a criança e o pretendente à
adoção, ainda que no decorrer do processo judicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1347228-SC,
Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 6/11/2012.
II – Correta. Segundo a jurisprudência:
Pelo texto do ECA, a adoção post mortem (após a morte do adotante) somente poderá
ocorrer se o adotante, em vida, manifestou inequivocamente a vontade de adotar e
iniciou o procedimento de adoção, vindo a falecer no curso do procedimento, antes
de prolatada a sentença. Se o adotante, ainda em vida, manifestou inequivocamente
a vontade de adotar o menor, poderá ocorrer a adoção post mortem mesmo que não
tenha iniciado o procedimento de adoção quando vivo. STJ. 3ª Turma. REsp 1217415-
RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/6/2012.
III – Correta. Segundo a jurisprudência:
Se o marido ou companheiro descobre que foi induzido em erro no momento de
registrar a criança e que não é pai biológico do seu filho registral, ele poderá
contestar a paternidade, pedindo a retificação do registro (arts. 1.601 e 1.604 do CC).
Não se pode obrigar o pai registral, induzido a erro substancial, a manter uma relação
de afeto, igualmente calcada no vício de consentimento originário, impondo-lhe os
deveres daí advindos, sem que, voluntária e conscientemente, o queira. Vale
ressaltar, no entanto, que, para que o pai registral enganado consiga desconstituir a
paternidade, é indispensável que tão logo ele tenha sabido da verdade (da traição),
ele tenha se afastado do suposto filho, rompendo imediatamente o vínculo afetivo. Se
o pai registral enganado, mesmo quando descobriu a verdade, ainda manteve vínculos
afetivos com o filho registral, neste caso ele não mais poderá desconstituir a
paternidade. “Adoção à brasileira” A situação acima descrita é diferente da chamada
“adoção à brasileira”, que ocorre quando o homem e/ou a mulher declara, para fins
de registro civil, o menor como sendo seu filho biológico sem que isso seja verdade.
No caso de adoção à brasileira, o pai sabe que não é genitor biológico (ele não foi
enganado). Caso o pai registral se arrependa da “adoção à brasileira” realizada, ele
poderá pleitear a sua anulação? NÃO. O pai que questiona a paternidade de seu filho
registral (não biológico), que ele próprio registrou conscientemente, está violando a
boa-fé objetiva, mais especificamente a regra da "venire contra factum proprium"
(proibição de comportamento contraditório). Para que seja possível a anulação do
registro, é indispensável que fique provado que o pai registrou o filho enganado
(induzido em erro), ou seja, é imprescindível que tenha havido vício de
consentimento. STJ. 3ª Turma. REsp 1.330.404-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
julgado em 5/2/2015 (Info 555). É possível o reconhecimento da paternidade biológica
e a anulação do registro de nascimento na hipótese em que isso for pleiteado pelo
filho que foi registrado conforme prática conhecida como “adoção à brasileira”.
Caracteriza violação ao princípio da dignidade da pessoa humana cercear o direito de
conhecimento da origem genética, respeitando-se, por conseguinte, a necessidade
psicológica de se conhecer a verdade biológica. STJ. 4ª Turma. REsp 1.167.993-RS,
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/12/2012. Se o exame de DNA provar que
Vitor não é filho biológico de André, o juiz terá que, obrigatoriamente, julgar
procedente o pedido, declarar/desconstituir a paternidade e anular o registro? NÃO.
Segundo já decidiu o STJ, o êxito em ação negatória de paternidade, consoante os
princípios do CC/2002 e da CF/1988, depende da demonstração, a um só tempo, de
dois requisitos: a) Inexistência da origem biológica; b) Não ter sido construída uma
relação socioafetiva entre pai e filho registrais. Assim, para que a ação negatória de
paternidade seja julgada procedente, não basta apenas que o DNA prove que o “pai
registral” não é o “pai biológico”. É necessário também que fique provado que o “pai
registral” não é “pai socioafetivo”, ou seja, que não existe relação socioafetiva entre
pai e filho. STJ. 4ª Turma. REsp 1059214-RS, Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
16/2/2012.

28. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, são exigidos os requisitos


de:
a) idade superior a dezoito anos, reconhecida idoneidade moral e residir no
município.
b) reconhecida idoneidade moral, idade superior a vinte e um anos e residir na
circunscrição judiciária.
c) reconhecida idoneidade moral, idade superior a vinte e um anos e residir no
município.
d) residir na circunscrição judiciária, reconhecida idoneidade moral, idade
superior a dezoito anos.
Gabarito: C
Segundo o art. 133, ECA: Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão
exigidos os seguintes requisitos:
I - reconhecida idoneidade moral;
II - idade superior a vinte e um anos;
III - residir no município.

29. A respeito da Remissão, assinale a alternativa CORRETA.


a) Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária
importará na suspensão ou exclusão do processo.
b) Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o
representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de
extinção do processo.
c) A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da
responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir
eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei.
d) A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a
qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu
representante legal, ou do Ministério Público.
Gabarito: D
a) Incorreta, nos termos do art. 126, ECA: Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a
concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção
do processo.
b) Incorreta, nos termos do art. 126, ECA: Antes de iniciado o procedimento judicial
para apuração de ato infracional, o representante do Ministério Público poderá
conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às
circunstâncias e consequências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade
do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.
c) Incorreta, nos termos do art. 127, ECA: A remissão não implica necessariamente o
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de
antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas
previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e a internação.
d) Correta, segundo o art. 128, ECA: A medida aplicada por força da remissão poderá
ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do
adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público.

30. De acordo com o disposto no ECA, assinale a alternativa CORRETA.


a) A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas
de interesse geral, pelo prazo mínimo de seis meses, junto a entidades
assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como
em programas comunitários ou governamentais.
b) O regime de semiliberdade será sempre determinado como forma de transição
para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
independentemente de autorização judicial.
c) A liberdade assistida será fixada por período não excedente a seis meses,
podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra
medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
d) A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.
Gabarito: D
a) Incorreta, nos termos do art. 117, ECA: A prestação de serviços comunitários
consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não
excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou
governamentais.
b) Incorreta, nos termos do art. 120, ECA: O regime de semiliberdade pode ser
determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto,
possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização
judicial.
c) Incorreta, nos termos do art. 118, § 2º, ECA: A liberdade assistida será fixada pelo
prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou
substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
d) Correta, segundo o art. 121, ECA. A internação constitui medida privativa da
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição
peculiar de pessoa em desenvolvimento.

Bloco II
DIREITO PENAL

31. Com relação aos princípios em matéria penal, assinale a alternativa


INCORRETA.
a) O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração
pública.
b) Segundo o princípio da fragmentariedade, o Direito Penal não deve tutelar
todos os bens jurídicos, mas somente os mais relevantes para a sociedade.
c) O princípio da adequação social afasta atipicidade da conduta de expor à venda
CDs e DVDs piratas.
d) De acordo com o princípio da subsidiariedade, o Direito Penal deve ser a ultima
ratio, isto é, deve atuar somente quando insuficientes as outras formas de
controle social.
Gabarito: C
a) Súmula 599-STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a
administração pública.
b) Correta, segundo a doutrina:
Princípio da fragmentariedade ou caráter fragmentário do Direito Penal
Estabelece que nem todos os ilícitos configuram infrações penais, mas apenas os que
atentam contra valores fundamentais para a manutenção e o progresso do ser
humano e da sociedade. Em resumo, todo ilícito penal será também ilícito perante os
demais ramos do Direito, mas a recíproca não é verdadeira.
Referência: Masson, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1. 13. ed.
São Paulo: MÉTODO, 2019. p. 132.
c) Incorreta, nos termos da súmula 502-STJ: Presentes a materialidade e a autoria,
afigura-se típica, em relação ao crime previsto no artigo 184, parágrafo 2º, do Código
Penal, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.
Ou seja, a adequação social não afasta a tipicidade de tal conduta.
d) Correta, segundo a doutrina:
De acordo com o princípio da subsidiariedade, a atuação do Direito Penal é cabível
unicamente quando os outros ramos do Direito e os demais meios estatais de controle
social tiverem se revelado impotentes para o controle da ordem pública.
Em outras palavras, o Direito Penal funciona como um executor de reserva, entrando
em cena somente quando outros meios estatais de proteção mais brandos, e,
portanto, menos invasivos da liberdade individual não forem suficientes para a
proteção do bem jurídico tutelado. Caso não seja necessário dele lançar mão, ficará
de prontidão, aguardando ser chamado pelo operador do Direito para, aí sim,
enfrentar uma conduta que coloca em risco a estrutura da sociedade.
(...)
Este princípio, ao contrário do postulado da fragmentariedade, se projeta no plano
concreto, isto é, em sua atuação prática o Direito Penal somente se legitima quando
os demais meios disponíveis já tiverem sido empregados, sem sucesso, para proteção
do bem jurídico. Guarda relação, portanto, com a tarefa de aplicação da lei penal.
Em outras palavras, o crime já existe, mas, no plano da realidade, o tipo penal não
pode ser utilizado, pois, nesta hipótese, não há legitimidade na atuação do Direito
Penal. (....)
Referência: Masson, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1. 13. ed.
São Paulo: MÉTODO, 2019. p. 134.

32. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Em regra, aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos no território nacional.
II – Consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, que
se achem, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
III – Aplica-se a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso
no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em
porto ou mar territorial do Brasil.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I – CORRETA. Nesse sentido dispõe o art. 5.º, CP: Aplica-se a lei brasileira, sem
prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido
no território nacional.
II – INCORRETA. Segundo o art. 5º § 1º, CP: Para os efeitos penais, consideram-se
como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de
natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem,
bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em
alto-mar.
III – CORRETA. Nos termos do art. 5º, § 2, CP: É também aplicável a lei brasileira aos
crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade
privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço
aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

33. Além das causas legais de exclusão da ilicitude (art. 23, CP), admite-se a
existência de causas suprelegais, dentre as causas supralegais está o
consentimento do ofendido. Com relação a tal causa de exclusão da ilicitude
assinale a alternativa INCORRETA.
a) Em alguns casos o consentimento do ofendido pode funcionar como causa
excludente da tipicidade no aspecto formal, quando o consentimento constitui
elemento integrante do tipo penal.
b) Para que haja a excludente da ilicitude como causa supralegal, é necessário que
o consentimento não seja elementar do crime, a vítima seja capaz, o
consentimento seja válido, o bem seja disponível e próprio, seja prévio ou
simultâneo à lesão ao bem jurídico e que haja conhecimento da situação de fato
que autoriza a justificante.
c) A integridade física é entendida como bem disponível, pois a Lei 9.099/95 fez
com que a ação penal para os crimes de lesão leve e culposa, os quais eram crimes
de ação pública incondicionada, passasse a ser pública condicionada à
representação.
d) Segundo a doutrina, não é possível que haja consentimento do ofendido em
crimes culposos.
Gabarito: D
Segundo Rogério Sanches, é possível que haja consentimento do ofendido em crimes
culposos. Ele traz um exemplo que vai elucidar a questão.
Por exemplo, o condutor de uma motocicleta propõe a um amigo uma volta de
motocicleta, cheia de manobras radicais e perigosas. O amigo aceita a oferta. Um dos
indivíduos vai na garupa do outro a fim de promover diversas manobras. Uma hora a
motocicleta cai, fazendo com que o amigo sofra lesões corporais leves. Nesse caso,
podemos dizer que o bem é disponível. O sujeito consentiu a partir de o momento em
que subiu na garupa, sabendo que iria realizar manobras.
Como se vê, o caso fundamenta a excludente supralegal do consentimento do
ofendido para o crime de lesão corporal culposa.

34. Marque a alternativa INCORRETA a respeito dos conceitos e teorias de autoria


e participação.
a) Não distinguindo autor de partícipe, o conceito unitário de autor tem
fundamento na teoria da equivalência dos antecedentes causais.
b) O conceito extensivo de autor foi formulado por Mezger e também possui
fundamento na teoria da equivalência dos antecedentes causais.
c) Para o conceito restritivo de autor, este, além de causar o resultado, realiza o
tipo penal, ao passo que o partícipe contribui na causação do resultado, mas não
realiza os elementos típicos.
d) De acordo com a doutrina, majoritariamente adota-se a teoria objetivo-material
para distinguir autor de partícipe.
Gabarito: D
Teoria objetivo-formal
Autor é aquele que realiza todos ou alguns elementos do tipo (realiza o núcleo do
tipo), corno quem mata no homicídio, quem subtrai no furto. Em outras palavras, o
autor executa, total ou parcialmente, a conduta que realiza o tipo.
O partícipe contribui para o crime sem realizar os elementos do tipo. Ex.: josé mata
Maria Jpós ser instigado por João. Este não praticou o ato executório de matar, tendo
apenas instigado, mas, mesmo assim, concorreu para o crime. Ambos respondem pelo
delito descrito no art. 121 do CP, sendo José autor e João partícipe.
Segundo Nucci, "atualmente, é a concepção majoritariamente adotada (Aníbal Bruno,
Salgado Martins, Frederico Marques, Mirabete, René Ariel Dotti, Beatriz Vargas Ramos,
Fragoso, citados por Nilo Batista, Concurso de Agentes, p. 61)" (Código Penal
Comentado, p. 268). Esse critério possui o defeito de não explicar as questões que
envolvem a autoria mediata.
Explicando as demais assertivas:
a) Conceito unitário de autor - Todo aquele que concorre de alguma forma para o fato
é autor. Não distingue autor de partícipe. Possui fundamento na teoria da
equivalência dos antecedentes causais.
b) Conceito extensivo de autor- Formulado por Mezger, também possui fundamento na
teoria da equivalência dos antecedentes causais. Parte da ideia de que todos aqueles
que dão causa ao resultado são autores, mas reconhece que a lei distingue graus de
responsabilidade. Assim, as modalidades de participação seriam causas de restrição
de pena (Santiago Mir Puig, Direito Penal, p. 332). Com efeito, autor é aquele que
causa o resultado, ou melhor, possui contribuição causal para a realização do tipo,
salvo se estiver compreendido em alguma das categorias de participação.
c) Conceito restritivo de autor - Parte da premissa de que nem todo aquele que causa
o resultado é autor do delito. O agente pode causar o resultado (segundo a teoria da
equivalência dos antecedentes causais) e, mesmo assim, não realizar os elementos do
tipo. O autor, além de causar o resultado, realiza o tipo penal, ao passo que o
partícipe contribui na causação do resultado, mas não realiza os elementos típicos. As
normas que regulam a participação são causas de extensão de pena. Se inexistentes, o
partícipe ficaria impune (José Cerezo Mir, Derecho Penal. Parte General, p. 1078).
No entanto, dividem as opiniões sobre quando ocorre uma concorrência de autor ou
de partícipe. Distinguem-se três correntes: 1) teoria objetivo-formal; 2) teoria
objetivo-material; 3) teoria do domínio do fato (Santiago Mir Puig, Direito Penal.
Fundamentos e teoria do delito, p. 334).

35. Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com as disposições do Código


Penal.
a) As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos na sanção
correspondente a cada tipo legal de crime.
b) A pena de interdição, na modalidade suspensão de autorização ou de
habilitação para dirigir veículo, aplica-se aos crimes de trânsito.
c) As penas de interdição aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de
profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos
deveres que lhes são inerentes.
d) As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de
cominação na parte especial, em substituição à pena privativa de liberdade, fixada
em quantidade inferior a um ano, ou nos crimes culposos.
Gabarito: B
a) Correta, trata-se da literalidade do art. 53, CP: As penas privativas de liberdade
têm seus limites estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal de crime.
b) Incorreta, segundo o art. 57, CP: A pena de interdição, prevista no inciso III do art.
47 deste Código, aplica-se aos crimes culposos de trânsito.
c) Correta, trata-se da literalidade do art. 56, CP: As penas de interdição, previstas
nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no
exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação
dos deveres que lhes são inerentes.
d) Correta, trata-se da literalidade do art. 54, CP: As penas restritivas de direitos são
aplicáveis, independentemente de cominação na parte especial, em substituição à
pena privativa de liberdade, fixada em quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos
crimes culposos.

36. Assinale a alternativa CORRETA com relação ao aborto.


a) As penas são aumentadas de metade, se em consequência do aborto a gestante
sofre lesão corporal de natureza grave.
b) Haverá aborto consumado se ocorre a interrupção da gravidez e o feto nasce
com vida (a conduta não foi idônea para matar o feto), mas a mãe vem a praticar
nova ação para matá-lo.
c) No caso de a gestante tentar o suicídio e não conseguir, mas vindo a ocorrer o
aborto, responderá por autoaborto em razão do dolo eventual.
d) O código penal tipifica a conduta de anunciar processo, substância ou objeto
destinado a provocar aborto.
Gabarito: C
a) Incorreta, segundo o art. 127, CP: As penas cominadas nos dois artigos anteriores
são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios
empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
b) Incorreta, segundo a doutrina:
Haverá aborto consumado mesmo que o feto nasça com vida, mas logo venha a
falecer em razão do abortamento; Ou seja, o feto deve morrer em razão da conduta
abortiva. Se ocorre a interrupção da gravidez e o feto nasce com vida (a conduta não
foi idônea para matar o feto) e a mãe vem a praticar nova ação para matar,
responderá por infanticídio ou homicídio restando a tentativa de aborto absorvida.
(SALIM, Alexandre; AZEVEDO, Marcelo André de. Direito Penal - Parte Especial. 6ª ed.
Juspodivm, 2016. p. 94.)
c) Correta, segundo a doutrina:
No caso de a gestante tentar o suicídio e não conseguir, mas vindo a ocorrer o
aborto, responderá por autoaborto em razão do dolo eventual. Se o feto não morrer,
e em sendo adotado o posicionamento majoritário de entender-se possível crime
tentado com dolo eventual, responderá por tentativa de aborto. (SALIM, Alexandre;
AZEVEDO, Marcelo André de. Direito Penal - Parte Especial. 6ª ed. Juspodivm, 2016.
p. 94)
d) Incorreta, trata-se de contravenção penal prevista no artigo 20, LCP.
Art. 20 LCP. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto:
Pena-multa.

37. Assinale a alternativa CORRETA com relação ao crime de violação de domicílio


(artigo 150, Código Penal).
a) Aumenta-se a pena de dois terço, se o fato é cometido por funcionário público,
fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei,
ou com abuso do poder.
b) Para a configuração do crime exige-se a manifestação expressa do morador
contra a presença do autor do delito.
c) A pena é de detenção de um a três meses se o crime for cometido durante a
noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas
ou mais pessoas.
d) A expressão "casa" não compreende a taverna, a casa de jogo e outras do
mesmo gênero.
Gabarito: D
a) Incorreta, nos termos do art. 150, § 2º, CP: Aumenta-se a pena de um terço, se o
fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância
das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
b) Incorreta, nos termos do art. 150, CP: Entrar ou permanecer, clandestina ou
astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa
alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
c) Incorreta, nos termos do art. 150, § 1º, CP: Se o crime é cometido durante a noite,
ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais
pessoas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
d) Correta, segundo o art. 150, § 4º, CP. A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou
atividade.
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto
aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

38. Assinale a alternativa INCORRETA com relação ao delito de extorsão indireta


(art. 160, Código Penal).
a) Tanto aquele que entrega o documento, quanto, eventualmente, terceira
pessoa que pode ser prejudicada pela sorte do documento que foi dado em
garantia são consideradas sujeitos passivos.
b) A objetividade jurídica do crime é o patrimônio e a liberdade individual nas
relações entre credores e devedores.
c) O dolo do delito se consubstancia na vontade consciente de obter documento
que pode dar causa à instauração de procedimento criminal, abusando da situação
aflitiva da vítima, exigindo-se, ainda, como elemento subjetivo do tipo, que a
obtenção do documento sirva como garantia para o pagamento de dívida.
d) O documento (escrito, instrumento ou papel, público ou particular) entregue
pela vítima deve ser apto a ensejar a instauração de procedimento criminal, sendo
que a consumação depende da efetiva instauração do procedimento investigatório
criminal.
Gabarito: D
Extorsão indireta
Art. 160, CP: Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação
de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima
ou contra terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Segundo a doutrina:
O documento (escrito, instrumento ou papel, público ou particular) entregue pela
vítima deve ser apto a ensejar a instauração de procedimemo criminal (do contrário,
não há crime), e ninguém nega que isso ocorre no caso de emissão de cheque sem
suficiente provisão de fundos em poder do sacado (RT 433/426) ou em branco
(JTACRIM 62/152). Todavia, como veremos mais adiante, a consumação não
depende da efetiva instauração do procedimento investigatório criminal. E mais:
a conduta daquele que entrega o cheque sem provisão de fundos não caracteriza o
estelionato na modalidade de fraude no pagamento por meio de cheque diante da
inexistência do intuito fraudulento, imprescindível para que se perfaça aquele crime
patrimonial. Ensina Basileu Garcia não haver crime porque "o tomador usurário sabia
da inexistência de fundos e aceitou o cheque maquiavelicamente, para ameaçar
mover medidas criminais. Em consequência, ele é que deve ser processado, pela
extorsão indireta. O outro, o emitente, livra-se de toda e qualquer pena. Essa
inferência ressalta da evidente inconciliabilidade entre as acusações de emissão de
cheque sem fundos e extorsão indireta. O promotor que afirmasse ter o beneficiário
conseguido o cheque com o intuito de documentar o seu crédito e intimidar o
devedor, informado da inexistência de fundos, ficara "ipso facto" impedido de
atribuir ao emitente a intenção fraudulenta, sem a qual não se compõe o crime a ser-
lhe irrogado. A denúncia seria contraditória e, por isso, inepta" (Doutrinas Essenciais
de Direito Penal. Problemas penais do cheque. RT. vol. 5. p. 781/801. Out/2010).
Referência: CUNHA. Rogério Sanches. Código Penal para Concursos. 9ª ed. Juspodivm.
2016. p. 517/518.

39. Com relação ao crime de estupro (art. 213, CP), analise as assertivas e assinale
a alternativa correta.
I - Será qualificado o estupro de que resultar lesão grave ou morte ou se a vítima
tiver menos que 18 anos de idade.
II - O delito é bicomum, isto é, qualquer pessoa pode praticar ou sofrer as
consequências da infração penal.
III - De acordo com a maioria da doutrina, há necessidade de contato físico entre o
autor e a vítima.
IV - O crime se consuma com a prática do ato de libidinagem buscado pelo agente,
sendo perfeitamente possível a tentativa.
Esta(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s):
a) I e IV.
b) I, II e III.
c) I, II e IV.
d) III.
Gabarito: C
I - Correta, segundo a doutrina: “Qualificadoras (§ 1º e § 2º): será qualificado o
estupro de que resultar lesão grave ou morte (figuras preterdolosas - dolo no
antecedente e culpa no consequente). Também será qualificado o estupro se a vítima
tiver menos que 18 anos de idade. Logicamente, a vítima deve ter idade superior a 14
anos, pois, se menor, haverá estupro de vulnerável (art. 217-A do CP).”
II - Correta, segundo a doutrina: “Sujeitos do crime: antes da Lei 12.015/2009,
ensinava a doutrina que o crime de estupro era bipróprio, exigindo condição especial
dos dois sujeitos, ativo (homem) e passivo (mulher). Agora, com a reforma, conclui-se
que o delito é bicomum, isto é, qualquer pessoa pode praticar ou sofrer as
consequências da infração penal (em outras palavras: qualquer pessoa pode ser
sujeito ativo assim como qualquer pessoa pode ser sujeito passivo).”
III - Incorreta, de acordo com a doutrina: “De acordo com a maioria da doutrina, não
há necessidade de contato físico entre o autor e a vítima, cometendo o crime o
agente que, para satisfazer a sua lascívia, ordena que a vítima explore seu próprio
corpo (masturbando-se), somente para contemplação (tampouco há que se imaginar a
vítima desnuda para a caracterização do crime- RT 429/380)”
IV - Correta, segundo a doutrina: “Consumação e tentativa: o delito se consuma com
a prática do ato de libidinagem buscado pelo agente, sendo perfeitamente possível a
tentativa.”
Referência: CUNHA. Rogério Sanches. Código Penal para Concursos. 9ª ed. Juspodivm.
2016. p. 620/622.

40. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.


I – Não será oferecida proposta de transação penal àquele que praticar lesão
corporal culposa na direção de veículo automotor sob a influência de álcool ou
qualquer outra substância psicoativa que determine dependência.
III – O juiz fixará a pena-base dos crimes cometidos na direção de veículos
automotores segundo as diretrizes previstas no art. 59 do Código Penal, dando
especial atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e consequências do
crime.
II – Deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal
concernente à lesão corporal culposa na direção de veículo automotor daquele
que praticar o crime transitando em velocidade superior à máxima permitida para
a via em 60 km/h.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: B
I – Correta. Segundo o art. 291, § 1o, CTB: Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão
corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro
de 1995, exceto se o agente estiver:
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência;
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição
automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo
automotor, não autorizada pela autoridade competente;
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50
km/h (cinqüenta quilômetros por hora).
II – Correta. Segundo o art. 291, §4º, CTB: O juiz fixará a pena-base segundo as
diretrizes previstas no art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), dando especial atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias
e consequências do crime.
III – Incorreta. Segundo o art. 291, § 2º, CTB: Nas hipóteses previstas no § 1o deste
artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal.
E art. 291, § 1o , CTB: Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o
disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o
agente estiver:
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência;
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição
automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo
automotor, não autorizada pela autoridade competente;
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50
km/h (cinqüenta quilômetros por hora).

41. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O vendedor ou o dono de estabelecimento comercial que, a fim de concretizar
algum negócio, faça afirmação falsa sobre o produto ou omita qualquer das
informações relevantes sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade,
segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia não pratica fato típico
penal, mas apenas uma infração civil.
II – Aquele que veicula campanha publicitária com testemunhos falsos, com
informações científicas inverídicas, baseada em exposição fundada em pesquisa
inexistente ou falsa, com informações inverídicas a respeito das características ou
das condições de pagamento do produto ou serviço pratica o crime de publicidade
enganosa.
III – Trata-se de crime, previsto no Código de Defesa do Consumidor, veicular
propaganda incentivando ao consumo excessivo de álcool.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – Incorreta. Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação
relevante sobre a natureza, característica, qualidade,
quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou
serviços:
Pena — detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena — detenção de um a seis meses ou multa.
II – Correta. Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber
enganosa ou abusiva:
Pena — detenção de três meses a um ano e multa.
Assim, pode cometer o crime, por exemplo, quem veicular campanha publicitária
com testemunhos falsos, com informações científicas inverídicas, baseada em
exposição fundada em pesquisa inexistente ou falsa, com informações inverídicas a
respeito das características ou das condições de pagamento do produto ou serviço
etc.
III – Correta. Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser
capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua
saúde ou segurança:
Pena — detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
O art. 37, § 2º, da Lei n. 8.078/90 expressamente declara abusiva a publicidade que
seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à
sua saúde ou segurança.
Incorrerá no crime, por exemplo, quem fizer ou promover publicidade que contenha
sugestão de utilização de veículo de modo a colocar em risco a segurança do usuário
ou de terceiros (excesso de velocidade, ultrapassagens em locais não permitidos,
desrespeito à sinalização ou aos pedestres, não utilização do cinto de segurança
etc.), ou, ainda, quem veicular propaganda incentivando ao consumo excessivo de
álcool etc.
Referência: GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial
esquematizado. Victor Eduardo Rios Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior. – 3. ed. –
São Paulo: Saraiva, 2017, p. 427/434.

42. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Considera-se organização criminosa a associação de quatro ou mais pessoas
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de
qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas
sejam superiores a quatro anos, ou que sejam de caráter transnacional.
II – Considera-se grupo criminoso organizado o grupo estruturado de três ou mais
pessoas, existente há algum tempo e atuando concertadamente com o propósito
de cometer uma ou mais infrações graves ou enunciadas na Convenção de
Palermo, com a intenção de obter, direta ou indiretamente, um benefício
econômico ou outro benefício material.
III – Considera-se associação criminosa a associação de três ou mais pessoas, para o
fim específico de cometer crimes.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – CORRETA. Segundo o art. 1º, Lei 12.850/13: Esta Lei define organização criminosa
e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações
penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado.
§ 1º. Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que
informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de
qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas
sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
II – CORRETA. Segundo o art. 2, Convenção de Palermo (Decreto 5.015/04)
Terminologia
Para efeitos da presente Convenção, entende-se por:
a) "Grupo criminoso organizado" - grupo estruturado de três ou mais pessoas,
existente há algum tempo e atuando concertadamente com o propósito de cometer
uma ou mais infrações graves ou enunciadas na presente Convenção, com a intenção
de obter, direta ou indiretamente, um benefício econômico ou outro benefício
material;
III – CORRETA. Segundo o art. 288, CP: Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o
fim específico de cometer crimes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se
houver a participação de criança ou adolescente.

43. Sobre os crimes contra a ordem tributária, assinale a alternativa INCORRETA:


a) Nos crimes contra a ordem tributária o bem jurídico protegido é a ordem
tributária, entendida como o interesse do Estado na arrecadação dos tributos,
para a consecução de seus fins. Contudo, a Administração Pública, a fé pública, o
trabalho e a livreconcorrência também são protegidos.
b) O mero inadimplemento por si só, não constitui crime, dessa forma se o
contribuinte declara todos os fatos geradores à repartição fazendária, de acordo
com a periodicidade exigida em lei, cumpre todas as obrigações tributárias
acessórias e tem escrita contábil regular, mas não paga o tributo, não há crime.
c) Nos crimes contra a ordem tributária, a responsabilidade penal é sempre
objetiva, de modo que, em caso de crime praticado no âmbito de uma pessoa
jurídica, responderá pelo crime aquele que detinha, de fato, o poder de gestão.
d) O Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da
competência para exigir o seu cumprimento.
Gabarito: C
a) Correta. Segundo a doutrina:
O bem jurídico protegido é a ordem tributária, entendida como o interesse do Estado
na arrecadação dos tributos, para a consecução de seus fins. Cuida-se de bem
macrossocial, coletivo. Secundariamente, protegem-se a Administração Pública, a fé
pública, o trabalho e a livreconcorrência, consagrada pela CF como um dos princípios
da ordem econômica (art. 170, IV), uma vez que os agentes econômicos que não
recolhem regularmente os tributos poderão ter preços melhores do que aquele que
recolhe seus tributos, caracterizando uma verdadeira concorrência desleal.
b) Correta. Segundo a doutrina:
O mero inadimplemento, ou seja, o fato de deixar de pagar tributo, por si só, não
constitui crime. Assim, se o contribuinte declara todos os fatos geradores à
repartição fazendária, de acordo com a periodicidade exigida em lei, cumpre todas
as obrigações tributárias acessórias e tem escrita contábil regular, mas não paga o
tributo, não há crime algum.
c) Incorreta. Segundo a doutrina:
A responsabilidade penal é sempre subjetiva, de modo que, em caso de crime
praticado no âmbito de uma pessoa jurídica, responderá pelo crime aquele que
detinha, de fato, o poder de gestão.
d) Correta. Segundo o art. 119 do CTN: “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica
de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento”.
Referência: Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial esquematizado.
Victor Eduardo Rios Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior. – 3. ed. – São Paulo:
Saraiva, 2017, p. 649/652.

DIREITO PROCESSUAL PENAL

44. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – No inquérito policial, cabe à autoridade policial realizar as diligências
requisitadas pelo Ministério Público, cumprir os mandados de prisão expedidos
pelas autoridades judiciárias e requerer acerca da prisão preventiva.
II – No decorrer do inquérito, o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da
autoridade policial.
III – Não se pode fazer a condução coercitiva do investigado ou réu com o objetivo
de submetê-lo ao interrogatório sobre os fatos.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – INCORRETA. Segundo o art. 13, CPP: Incumbirá ainda à autoridade policial:
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e
julgamento dos processos;
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; OBS.
Cuidado com o juiz requisitando diligências no sistema acusatório.
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV - representar acerca da prisão preventiva.
II – CORRETA. Nos termos do art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o
indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da
autoridade.
III – CORRETA. Cuidado, em que pese a redação do art. 260, CPP: “Se o acusado não
atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato
que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua
presença.” O STF declarou que a expressão “para o interrogatório” prevista no art.
260 do CPP não foi recepcionada pela Constituição Federal. Assim, não se pode fazer
a condução coercitiva do investigado ou réu com o objetivo de submetê-lo ao
interrogatório sobre os fatos. STF. Plenário. ADPF 395/DF e ADPF 444/DF, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgados em 13 e 14/6/2018 (Info 906).

45. Com relação ao perdão e a renúncia, assinale a alternativa CORRETA.


a) A renúncia ao direito de queixa, a um dos querelados aproveitará a todos, sem
que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
b) O perdão do ofendido, em relação a um dos autores do crime, a todos se
estenderá.
c) Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será
intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser
cientificado de que o seu silêncio importará em recusa.
d) A renúncia do representante legal do menor que houver completado dezoito
anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o
direito do primeiro.
Gabarito: D
a) Incorreta, nos termos do art. 49, CPP: A renúncia ao exercício do direito de
queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.
b) Incorreta, nos termos do art. 51, CPP: O perdão concedido a um dos querelados
aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
c) Incorreta, nos termos do art. 58, CPP: Concedido o perdão, mediante declaração
expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o
aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará
aceitação.
d) Correta, nos termos do art. 50, parágrafo único, CPP: A renúncia do representante
legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito
de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro.

46. De acordo com o CPP, a competência NÃO será determinada por conexão:
a) quando ocorrer duas ou mais infrações, estas houverem sido praticadas, ao
mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso,
embora diverso o tempo e o lugar.
b) quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração.
c) quando ocorrer duas ou mais infrações, estas houverem sido umas praticadas
para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em
relação a qualquer delas.
d) quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias
elementares influir na prova de outra infração.
Gabarito: B
Art. 76, CPP: A competência será determinada pela conexão:
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo,
por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o
tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as
outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias
elementares influir na prova de outra infração.
Art. 77, CPP: A competência será determinada pela continência quando:
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53,
segunda parte, e 54 do Código Penal.

47. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – São consideradas ilícitas as provas obtidas mediante violação de normas que
possuam conteúdo material.
II – São provas ilegítimas, àquelas obtida mediante violação à norma de direito
processual.
III – Tanto as provas ilícitas quando as ilegítimas não são admitidas em nenhuma
circunstância no Processo Penal, devendo ser desentranhada dos autos e
inutilizada.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: B
I – Correta. Segundo a doutrina:
A prova será considerada ilícita quando for obtida através da violação de regra de
direito material (penal ou constitucional). Portanto, quando houver a obtenção de
prova em detrimento de direitos que o ordenamento reconhece aos indivíduos,
independentemente do processo, a prova será considerada ilícita. São várias as
inviolabilidades previstas na Constituição Federal e na legislação infaconstitucional
para resguardo dos direitos fundamentais da pessoa: inviolabilidade da intimidade,
da vida privada, da honra, da imagem (CF, art. 5o, X), inviolabilidade do domicílio
(art. 5o, XI), inviolabilidade do sigilo das comunicações em geral e dos dados (CF,
art. 5o, XII), vedação ao emprego da tortura ou de tratamento desumano ou
degradante (CF, art. 5o, III), respeito à integridade física e moral do preso (CF, art.
5o, XLIX), etc. Exemplificando, se determinado indivíduo for constrangido a confessar
a prática do delito mediante tortura ou maus-tratos, tem-se que a prova aí obtida
será considerada ilícita, pois violado o disposto no art. 5o, inciso III, da Constituição
Federal.
Outra característica da prova ilícita é que esta, em regra, pressupõe uma violação no
momento da colheita da prova, geralmente em momento anterior ou concomitante
ao processo, mas sempre extemamente a este. Daí se dizer que a prova ilícita é
aquela obtida fora do processo com violação de norma de direito material. Apesar
de, em regra, a prova ilícita ser produzida extemamente ao processo, nada impede
que sua produção ocorra em juízo. Basta imaginar, v.g., que o magistrado obtenha a
confissão do acusado em seu interrogatório judicial, sem prévia e formal advertência
quanto ao seu direito ao silêncio (CF, art. 5o, LXIII). Nesse caso, é possível concluir-se
pela presença de prova ilícita produzida no curso do próprio processo.
II – Correta. De acordo com a doutrina:
De seu tumo, a prova será considerada ilegítima quando obtida mediante violação à
norma de direito processual. A título de exemplo, suponha-se que, ao ouvir
determinada testemunha, o magistrado se esqueça de compromissá-la. Assim o
fazendo, incorreu em violação à regra do art. 203 do CPP, dispositivo este que obriga
o juiz a compromissar a testemunha. Em outro exemplo, no curso de audiência una
de instrução e julgamento, o magistrado pede à vítima que realize o reconhecimento
do acusado. A vítima, então, olhando para trás, aponta o acusado como o suposto
autor do delito, o que fica registrado na ata da audiência. Como se vê, tal
reconhecimento foi feito ao arrepio do art. 226 do CPP, que traça o procedimento a
ser observado na hipótese de reconhecimento de pessoas e coisas. Em ambas as
situações, temos exemplos de provas obtidas por meios ilegítimos, porquanto
colhidas com violação à regra de direito processual.
Há outros dispositivos processuais penais que contêm regras de exclusão de
determinadas provas, como, por exemplo, a proibição de depor em relação a fatos
que envolvam o sigilo profissional (CPP, art. 207), ou a recusa de depor por parte de
parentes e afins (CPP, art. 206).
III – Incorreta. Admite-se a utilização da prova ilícita pro reo:
Acerca da distinção entre provas obtidas por meios ilícitos e provas obtidas por meios
ilegítimos, expressivas são as súmulas 48, 49 e 50 das Mesas de Processo Penal,
dirigidas por Ada Pellegrini Grinover, e vinculadas ao Departamento de Direito
Processual da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Dispõe a súmula
48: “denominam-se ilícitas as provas colhidas com infringência a normas eprincípios
de direito materiaF', súmula 49: “são processualmente inadmissíveis as provas ilícitas
que infringem normas e princípios constitucionais, ainda quando forem relevantes e
pertinentes, e mesmo sem cominação processual expressa “súmula 50: “podem ser
utilizadas no processo penal as provas ilicitamente colhidas, que beneficiem a
defesa.”
Referência: Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único 7.
ed. rev., ampl. e atual. - Salvador: Ed. JusPodivm, 2019, p. 642/643.

48. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por dois peritos
oficiais, portadores de diploma de curso superior, preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza
do exame.
II – Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à
perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua
guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for
impossível a sua conservação.
III – Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito
oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – Incorreta. Nos termos do art. 159, CPP: O exame de corpo de delito e outras
perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.
§ 1 º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas,
portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre
as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
II – Correta. Nos termos do art. 159, § 6º, CPP: Havendo requerimento das partes, o
material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do
órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para
exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.
III – Correta. Nos termos do art. 159 § 7º, CPP: Tratando-se de perícia complexa que
abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a
atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.

49. Analise os itens abaixo e assinale a alternativa correta.


I - Considera-se em flagrante delito quem é encontrado, logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da
infração.
II - Ocorre flagrante presumido ou ficto na hipótese em que o agente é perseguido,
logo após, de forma ininterrupta pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer
pessoa, sendo, ao final, localizado e preso.
III - Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão
prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
a) Apenas os itens I está correto.
b) Todos os itens estão incorretos.
c) Apenas o item II está incorreto.
d) Todos os itens estão corretos.
Gabarito: C
I – CORRETO. Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa,
em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que
façam presumir ser ele autor da infração.
II – INCORRETO. Flagrante impróprio ou quase flagrante (art. 302, III, do CPP):
ocorre na hipótese em que o agente, muito embora não tenha sido surpreendido
cometendo a infração ou acabando de cometê-la, é perseguido, logo após esses atos,
de forma ininterrupta pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, sendo,
ao final, localizado e preso.
Flagrante presumido ou ficto (art. 302, IV, do CPP): perfaz-se em relação ao
indivíduo que, logo depois da prática da infração, é encontrado portando
instrumentos, armas, objetos ou papéis que indiquem, presumidamente, ter sido ele
o autor do crime. Tal como na hipótese anterior, não define a lei o alcance temporal
exato da expressão “logo depois”, compreendendo-se como tal algo que ocorra em
seguida à infração penal, sem longo intervalo.
(Avena, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo penal / Norberto Avena. – 9.ª ed. rev. e
atual. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017. 641/642)
III - CORRETO. Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus
agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

50. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra
cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou
contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
II – O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se,
no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela
subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.
III – A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre
motivada e fundamentada.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – Correta. Art. 315, § 1º, CPP: Na motivação da decretação da prisão preventiva ou
de qualquer outra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos
novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
II – Correta. Art. 316, CPP: O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a
prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de
motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem razões
que a justifiquem.
III – Correta. Art. 315, CPP: A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão
preventiva será sempre motivada e fundamentada.

51. Assinale a alternativa INCORRETA.


a) As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.
b) A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua
substituição por outra medida cautelar.
c) Não há previsão legal de fixação de medidas cautelares de ofício pelo juiz.
d) A comparecimento periódico em juízo para informar e justificar atividades é
uma das medidas cautelares previstas no CPP.
Gabarito: C
a) Correta, segundo o art. 282, § 1º, CPP: As medidas cautelares poderão ser aplicadas
isolada ou cumulativamente.
b) Correta, segundo o art. 282, § 6º, CPP: A prisão preventiva somente será
determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar,
observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por outra
medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos
presentes do caso concreto, de forma individualizada.
c) Incorreta, segundo o art. 282, § 5º, CPP: O juiz poderá, de ofício ou a pedido das
partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo
para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.
d) Correta, segundo o art. 319, CPP: São medidas cautelares diversas da prisão:
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz,
para informar e justificar atividades; (...)

52. Assinale a alternativa INCORRETA com relação aos prazos no processo penal.
a) Em matéria penal, o Ministério Público não goza da prerrogativa da contagem
dos prazos recursais em dobro.
b) Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, se
interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
c) Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou
obstáculo judicial oposto pela parte contrária.
d) São contados em dobro todos os prazos da Defensoria Pública em matéria penal.
Gabarito: B
a) Correta, segundo a jurisprudência:
AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. PENAL E PROCESSUAL PENAL.
INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO APÓS O PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS PREVISTO NO
ART. 258 DO REGIMENTO INTERNO DO STJ. PRAZO EM DOBRO PARA O MINISTÉRIO
PÚBLICO EM MATÉRIA PENAL. INEXISTÊNCIA. PRAZO SIMPLES CONTADO DA ENTREGA
DO ARQUIVO ELETRÔNICO. PRECEDENTES.
I - O entendimento pacífico desta Corte Superior é no sentido de que o Ministério
Público, em matéria penal, não goza da prerrogativa da contagem dos prazos
recursais em dobro.
II - No caso dos autos, a intimação ocorreu com a entrega do arquivo digital contendo
cópia do processo eletrônico em 17/08/2012 e o Agravo Interno foi protocolado
somente em 27/08/2012, extrapolando o quinquênio legal, previsto no art. 258 do
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
III - Agravo Regimental não conhecido.
(AgRg nos EREsp 1187916/SP, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, TERCEIRA SEÇÃO,
julgado em 27/11/2013, DJe 09/12/2013)
b) Incorreta, nos termos do art. 798, CPP: Todos os prazos correrão em cartório e
serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia
feriado.
c) Correta, segundo o art. 798, § 4º, CPP: Não correrão os prazos, se houver
impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto pela parte contrária.
d) Correta, segundo a jurisprudência, também em matéria penal, são contados em
dobro todos os prazos da Defensoria Pública (STJ. AgRg no AgRg no HC 146823 ,
julgado em 03/09/2013).

53. Com relação à Audiência de Instrução e Julgamento no procedimento comum,


assinale a alternativa INCORRETA.
a) Na instrução poderão ser inquiridas até oito testemunhas arroladas pela
acusação e oito pela defesa, não se computando as que não prestem compromisso
e as referidas.
b) Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão
oferecidas alegações finais orais por vinte minutos, respectivamente, pela
acusação e pela defesa. Em havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a
defesa deverá ser dividido entre eles.
c) O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados,
conceder às partes o prazo de cinco dias sucessivamente para a apresentação de
memoriais. Nesse caso, terá o prazo de dez dias para proferir a sentença.
d) Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o
querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja
necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução.
Gabarito: B
a) Correta, segundo o art. 401, CPP: Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito)
testemunhas arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa.
§ 1º. Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as
referidas.
b) Incorreta, de acordo com o art. 403, CPP: Não havendo requerimento de
diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte)
minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10
(dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.
§ 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será
individual.
c) Correta, segundo o art. 403, § 3º, CPP: O juiz poderá, considerada a complexidade
do caso ou o número de acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias
sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10
(dez) dias para proferir a sentença.
d) Correta, segundo o art. 402, CPP: Produzidas as provas, ao final da audiência, o
Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão
requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados
na instrução.
54. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.
I – Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios
suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente,
impronunciará o acusado.
II – Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de
crime diverso que não seja doloso contra a vida e não for competente para o
julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.
III – Na fase da pronúncia, o juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da
constante da acusação, salvo na hipótese em que o acusado fique sujeito a pena
mais grave.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: B
I – Correta. Art. 414, CPP: Não se convencendo da materialidade do fato ou da
existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz,
fundamentadamente, impronunciará o acusado.
II – Correta. Art. 419, CPP: Quando o juiz se convencer, em discordância com a
acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código
e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.
III – Incorreta. Art. 418, CPP: O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da
constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave.

55. Com relação ao procedimento relativo aos processos da competência do


Tribunal do Júri, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Até o dia 10 de outubro de casa ano será publicada a lista geral dos jurados,
com indicação das respectivas profissões, a qual poderá ser alterada, de ofício ou
mediante reclamação de qualquer do povo ao juiz presidente até o dia 10 de
dezembro, data em que será definitivamente publicada.
b) Se o jurado, sem causa legítima, deixar de comparecer no dia marcado para a
sessão ou retirar-se antes de ser dispensado pelo presidente será aplicada multa
de um a 10 dez salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a sua condição
econômica.
c) Os jurados excluídos por impedimento, suspeição ou incompatibilidade serão
considerados para a constituição do número legal exigível para a realização da
sessão.
d) O mesmo Conselho de Sentença poderá conhecer de mais de um processo, no
mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese em que seus integrantes deverão
prestar novo compromisso.
Gabarito: A
a) Incorreta, de acordo com o art. 426, CPP: A lista geral dos jurados, com indicação
das respectivas profissões, será publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro de
cada ano e divulgada em editais afixados à porta do Tribunal do Júri.
§ 1º. A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de qualquer do
povo ao juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva.
b) Correta, segundo o art. 442, CPP: Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de
comparecer no dia marcado para a sessão ou retirar-se antes de ser dispensado pelo
presidente será aplicada multa de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do
juiz, de acordo com a sua condição econômica.
c) Correta, segundo o art. 451, CPP: Os jurados excluídos por impedimento, suspeição
ou incompatibilidade serão considerados para a constituição do número legal exigível
para a realização da sessão.
d) Correta, segundo o art. 452, CPP: O mesmo Conselho de Sentença poderá conhecer
de mais de um processo, no mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese em que
seus integrantes deverão prestar novo compromisso.

DIREITO CONSTITUCIONAL

56. NÃO está entre as principais características do neoconstitucionalismo:


a) onipresença dos princípios e das regras.
b) positivação e concretização de um catálogo de direitos fundamentais.
c) inovações hermenêuticas.
d) diminuição da força normativa do Estado.
Gabarito: D
Nas palavras de Walber de Moura Agra, “o neoconstitucionalismo tem como uma de
suas marcas a concretização das prestações materiais prometidas pela sociedade,
servindo como ferramenta para a implantação de um Estado Democrático Social de
Direito. Ele pode ser considerado como um movimento caudatário do pós-
modernismo. Dentre suas principais características podem ser mencionadas: a)
positivação e concretização de um catálogo de direitos fundamentais; b) onipresença
dos princípios e das regras; c) inovações hermenêuticas; d) densificação da força
normativa do Estado; e) desenvolvimento da justiça distributiva”.
E continua: “o seu modelo normativo não é o descritivo ou deontológico, mas o
axiológico. No constitucionalismo moderno a diferença entre normas constitucionais e
infraconstitucionais era apenas de grau, no neoconstitucionalismo a diferença é
também axiológica. A ‘Constituição como valor em si’. O caráter ideológico do
constitucionalismo moderno era apenas o de limitar o poder, o caráter ideológico do
neoconstitucionalismo é o de concretizar os direitos fundamentais”.
Referência: Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 22. ed. – São Paulo:
Saraiva Educação, 2018, p. 81.

57. Assinale a alternativa CORRETA.


a) As normas constitucionais de eficácia contida precisam de regulamentação para
a produção de todos os efeitos jurídicos. Essas normas só vão ter aplicabilidade
direta e imediata se forem reguladas, complementadas pelo legislador
infraconstitucional.
b) As normas constitucionais de eficácia limitada nascem com eficácia plena,
reúnem todos os elementos necessários para a produção de todos os efeitos
jurídicos imediatos, mas terão seu âmbito de eficácia restringido, reduzido ou
contido pelo legislador ordinário.
c) As normas constitucionais de eficácia contida são as únicas que,
definitivamente, não são bastantes em si, elas não reúnem todos os elementos
necessários para a produção de todos os efeitos jurídicos.
d) As normas constitucionais de eficácia plena reúnem todos os elementos
necessários para a produção de todos os efeitos jurídicos imediatos. São dotadas
de uma aplicabilidade imediata, direta.
Gabarito: D
Normas constitucionais de eficácia plena: reúnem todos os elementos necessários
para a produção de todos os efeitos jurídicos imediatos. São dotadas de uma
aplicabilidade imediata, direta. (...)
Normas constitucionais de eficácia contida: nascem com eficácia plena, reúnem todos
os elementos necessários para a produção de todos os efeitos jurídicos imediatos,
mas terão seu âmbito de eficácia restringido, reduzido ou contido pelo legislador
infraconstitucional (ordinário). (...)
Normas constitucionais de eficácia limitada: são as únicas que, definitivamente, não
são bastantes em si. Nesses termos, elas não reúnem todos os elementos necessários
para a produção de todos os efeitos jurídicos. São normas que têm aplicabilidade
apenas indireta ou mediata. Elas vão precisar de regulamentação para a produção de
todos os efeitos jurídicos. Essas normas só vão ter aplicabilidade direta e imediata se
forem reguladas, complementadas pelo legislador infraconstitucional. Elas se
dividem em: Normas constitucionais de eficácia limitada de princípios institutivos
(...) e Normas constitucionais de eficácia limitada de princípios programáticos (...)
Referência: Fernandes, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional - 8. ed.
rev. ampl. e atual. - Salvador: JusPODIVM, 2016, p. 107/108.

58. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei
orgânica, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal.
II – A eleição do Governador, do Vice-Governador e dos Deputados Distritais
coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual
duração.
III – Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos
Estados e Municípios.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
Todas as assertivas estão corretas, nos termos do art. 32, CF:
O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica,
votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços
da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos
Estados e Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e
dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais,
para mandato de igual duração.
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das
polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia
civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar.

59. A sessão legislativa extraordinária é a que ocorre no período de recesso das


Casas, em virtude de convocação extraordinária. São hipóteses de convocação
extraordinária, EXCETO:
a) Pedido de autorização para a decretação de estado de sítio, pelo presidente do
Senado.
b) Decretação do estado de defesa, pelo presidente do Senado.
c) Para o compromisso e a posse do Presidente e da Vice-Presidente da República,
pelo presidente do Congresso Nacional.
d) Decretação de intervenção federal, pelo presidente do Senado.
Gabarito: C
Art. 57. § 6º, CF. A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa
ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de
sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da
República;
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em
caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso
com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

60. É vedada a edição de Medida provisória relativa:


a) Organização do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública,
a carreira e a garantia de seus membros.
b) Direito Financeiro, planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e
créditos adicionais e suplementares.
c) Nacionalidade, cidadania, direito civil, direitos políticos, partidos políticos e
direito eleitoral.
d) Direito penal, processual penal e processual civil.
Gabarito: D
Art. 62, § 1º, CF - É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de
seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro
ativo financeiro;
III – reservada a lei complementar;
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de
sanção ou veto do Presidente da República.

DIREITO ELEITORAL

61. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito do Ministério Público Eleitoral.


a) Compete ao Ministério Público Federal exercer, no que couber, junto à Justiça
Eleitoral, as funções do Ministério Público, atuando em todas as fases e instâncias
do processo eleitoral.
b) O Ministério Público Federal tem legitimação para propor, perante o juízo
competente, as ações para declarar ou decretar a nulidade de negócios jurídicos
ou atos da administração pública, infringentes de vedações legais destinadas a
proteger a normalidade e a legitimidade das eleições, contra a influência do poder
econômico ou o abuso do poder político ou administrativo.
c) Incumbe ao Procurador Regional Eleitoral acompanhar os procedimentos do
Corregedor-Geral Eleitoral, dirimir conflitos de atribuições, requisitar servidores
da União e de suas autarquias, quando o exigir a necessidade do serviço, sem
prejuízo dos direitos e vantagens inerentes ao exercício de seus cargos ou
empregos.
d) As funções eleitorais do Ministério Público Federal perante os Juízes e Juntas
Eleitorais serão exercidas pelo Promotor Eleitoral, que será o membro do
Ministério Público local que oficie junto ao Juízo incumbido do serviço eleitoral de
cada Zona.
Gabarito: C
a) Correta, nos termos do art. 72, LC 75/93: Compete ao Ministério Público Federal
exercer, no que couber, junto à Justiça Eleitoral, as funções do Ministério Público,
atuando em todas as fases e instâncias do processo eleitoral.
b) Correta, nos termos do art. 72, Parágrafo único, LC 75/93: O Ministério Público
Federal tem legitimação para propor, perante o juízo competente, as ações para
declarar ou decretar a nulidade de negócios jurídicos ou atos da administração
pública, infringentes de vedações legais destinadas a proteger a normalidade e a
legitimidade das eleições, contra a influência do poder econômico ou o abuso do
poder político ou administrativo.”
c) Incorreta, nos termos do art. 75, LC 75/93: Incumbe ao Procurador-Geral
Eleitoral:
I - designar o Procurador Regional Eleitoral em cada Estado e no Distrito Federal;
II - acompanhar os procedimentos do Corregedor-Geral Eleitoral;
III - dirimir conflitos de atribuições;
IV - requisitar servidores da União e de suas autarquias, quando o exigir a
necessidade do serviço, sem prejuízo dos direitos e vantagens inerentes ao exercício
de seus cargos ou empregos.
d) Correta, nos termos do art. 78, LC/75/93: As funções eleitorais do Ministério
Público Federal perante os Juízes e Juntas Eleitorais serão exercidas pelo Promotor
Eleitoral.
e
Art. 79, LC 75/93: O Promotor Eleitoral será o membro do Ministério Público local que
oficie junto ao Juízo incumbido do serviço eleitoral de cada Zona.

62. NÃO é parte legítima para proposição da Ação de Impugnação de Registro de


Candidatura:
a) Candidato ou pré-candidato
b) Partido Político ou Coligação
c) Ministério Público
d) Cidadão
Gabarito: D
Art. 3°, LC 64/90 - Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao
Ministério Público, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do pedido de
registro do candidato, impugná-lo em petição fundamentada.
§ 1° A impugnação, por parte do candidato, partido político ou coligação, não
impede a ação do Ministério Público no mesmo sentido.
§ 2° Não poderá impugnar o registro de candidato o representante do Ministério
Público que, nos 4 (quatro) anos anteriores, tenha disputado cargo eletivo, integrado
diretório de partido ou exercido atividade político-partidária.
§ 3° O impugnante especificará, desde logo, os meios de prova com que
pretende demonstrar a veracidade do alegado, arrolando testemunhas, se for o caso,
no máximo de 6 (seis).

63. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A propaganda eleitoral será considerada tempestiva quando realizada entre o
dia 16 de agosto e a véspera da eleição, sendo extemporânea e, portando,
irregular, se realizada fora desse período, sujeitando tanto aqueles que criaram e
divulgaram a propaganda, bem como como os beneficiários, às sanções previstas
na Lei Eleitoral.
II – Não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não envolvam
pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatura, a exaltação das
qualidades pessoais dos pré-candidatos, que poderão ter cobertura dos meios de
comunicação social, inclusive via internet.
III – Será considerada propaganda eleitoral antecipada a convocação, por parte do
Presidente da República, dos Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal e do Supremo Tribunal Federal, de redes de radiodifusão para divulgação
de atos que denotem propaganda política ou ataques a partidos políticos e seus
filiados ou instituições, sendo que, nos casos permitidos de convocação das redes
de radiodifusão, é vedada a utilização de símbolos ou imagens, exceto a bandeira,
o hino, as armas e o selo nacionais.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – CORRETA. Classificação da propaganda eleitoral:
a) Positiva ou negativa: Na propaganda positiva, exalta-se a imagem candidato, suas
realizações como administrador público, com a finalidade de mostrá-lo como a pessoa
mais adequada para ocupar determinado cargo eletivo. Na propaganda negativa, o
objetivo é desqualificar o candidato adversário, apontando suas deficiências,
indicando sua incapacidade e sua falta de aptidão para o exercício do cargo eletivo
em disputa.
b) Tempestiva ou extemporânea: a propaganda será tempestiva quando realizada
dentro do período permitido em lei, ou seja, entre o dia 16 de agosto e a véspera da
eleição. Será extemporânea, irregular, se realizada fora desse período, sujeitando
tanto aqueles que criaram e divulgaram a propaganda, como os beneficiários, à
sanção pecuniária prevista no art. 36, § 3º da Lei 9504/97.
Art. 36, Lei 9.504/97: A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 15 de
agosto do ano da eleição.
(...)
§ 3o A violação do disposto neste artigo sujeitará o responsável pela divulgação da
propaganda e, quando comprovado o seu prévio conhecimento, o beneficiário à multa
no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), ou
ao equivalente ao custo da propaganda, se este for maior.
II – CORRETA. Segundo o art. 36-A, Lei 9.504/97: Não configuram propaganda
eleitoral antecipada, desde que não envolvam pedido explícito de voto, a menção à
pretensa candidatura, a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos e os
seguintes atos, que poderão ter cobertura dos meios de comunicação social, inclusive
via internet: (...)
III – CORRETA. Nos termos do art. 36-B, Lei 9.504/97: Será considerada propaganda
eleitoral antecipada a convocação, por parte do Presidente da República, dos
Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal
Federal, de redes de radiodifusão para divulgação de atos que denotem propaganda
política ou ataques a partidos políticos e seus filiados ou instituições.
Parágrafo único. Nos casos permitidos de convocação das redes de radiodifusão, é
vedada a utilização de símbolos ou imagens, exceto aqueles previstos no § 1o do art.
13 da Constituição Federal.
Art. 13, CF: A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o
selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

64. Marque a alternativa INCORRETA nos temos da lei 9.504/97.


a) Erros formais ou materiais irrelevantes no conjunto da prestação de contas, que
não comprometam o seu resultado, não acarretarão a rejeição das contas.
b) Havendo indício de irregularidade na prestação de contas, a Justiça Eleitoral
poderá requisitar do candidato as informações adicionais necessárias, bem como
determinar diligências para a complementação dos dados ou o saneamento das
falhas.
c) Qualquer partido político ou coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no
prazo de três dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a
abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo com a Lei,
relativas à arrecadação e gastos de recursos.
d) Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos caberá recurso ao
órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de três dias, a contar da publicação
no Diário Oficial.
Gabarito: C
a) Correta, segundo o art. 30, § 2o-A, Lei 9.504/97: Erros formais ou materiais
irrelevantes no conjunto da prestação de contas, que não comprometam o seu
resultado, não acarretarão a rejeição das contas.
b) Correta, segundo o art. 30, § 4º, Lei 9.504/97: Havendo indício de irregularidade na
prestação de contas, a Justiça Eleitoral poderá requisitar do candidato as informações
adicionais necessárias, bem como determinar diligências para a complementação dos
dados ou o saneamento das falhas.
c) Incorreta, nos termos do art. 30-A, Lei 9.504/97: Qualquer partido político ou
coligação poderá representar à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 (quinze) dias da
diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação
judicial para apurar condutas em desacordo com as normas desta Lei, relativas à
arrecadação e gastos de recursos.
d) Correta, segundo o art. 30, § 5º, Lei 9.504/97: Da decisão que julgar as contas
prestadas pelos candidatos caberá recurso ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no
prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário Oficial.

65. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Caracteriza-se o abuso do poder quando demonstrado que o ato da
Administração, aparentemente regular e benéfico à população, teve como
objetivo imediato o favorecimento de algum candidato, ferindo a legitimidade e
normalidade dos pleitos e, também o princípio da isonomia entre os concorrentes.
II – A apuração do abuso do poder econômico, nos feitos em que os fatos apontados
são múltiplos, deve ser aferida a partir do conjunto de irregularidades apontadas.
Assim, ainda que algumas delas não possua, em si, gravidade suficiente para
autorizar a cassação do registro ou do diploma dos representados, é possível que,
no conjunto, a gravidade seja reconhecida
III – Com relação ao abuso de poder não se analisa mais a potencialidade de a
conduta influenciar no pleito (prova indiciária da interferência no resultado), mas
"a gravidade das circunstâncias que o caracterizam".
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – Correta. Segundo o TSE: Caracteriza-se o abuso do poder quando demonstrado que
o ato da Administração, aparentemente regular e benéfico à população, teve como
objetivo imediato o favorecimento de algum candidato, ferindo a legitimidade e
normalidade dos pleitos e, também o princípio da isonomia entre os concorrentes.
REspe 25074.
II – Correta. Segundo o TSE:
2. O Tribunal Regional Eleitoral, analisando o conjunto probatório dos autos,
entendeu configuradas as práticas de propaganda eleitoral antecipada, de propaganda
irregular e de abuso do poder econômico. (...) 4. Os fatos imputados à agravante, da
forma como descritos no acórdão regional, revelam a distribuição de brindes (rosas,
cartões de felicitações pelo Dia das Mães, ímãs de geladeira com logotipo e fotografia
da candidata com eleitores individualizados, camisetas com as cores de campanha)
em eventos de grande porte, nos quais houve divulgação do logotipo de campanha da
candidata, com desvio da finalidade dos encontros para beneficiar a candidatura. 5.
"A apuração do abuso do poder econômico, nos feitos em que os fatos apontados são
múltiplos, deve ser aferida a partir do conjunto de irregularidades apontadas. Assim,
ainda que algumas delas não possua, em si, gravidade suficiente para autorizar a
cassação do registro ou do diploma dos representados, é possível que, no conjunto, a
gravidade seja reconhecida. Precedentes" (REspe 568-76, rel. Min. Henrique Neves da
Silva, DJE de 10.12.2015). Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 30251 -
ITAGUAÍ – RJ Acórdão de 23/03/2017 Relator(a) Min. Henrique Neves Da Silva.
III – Correta. De acordo com a jurisprudência do TSE:
(...) Contudo, para afastar legalmente determinado mandato eletivo obtido nas
urnas, compete a esta Justiça especializada, com base na compreensão da reserva
legal proporcional e em provas lícitas e robustas, verificar a existência de
grave abuso, suficiente para ensejar a severa sanção da cassação de diploma e/ou
declaração de inelegibilidade. 2. Quanto ao abuso de poder, nos termos da nova
redação do art. 22, inciso XVI, da Lei Complementar nº 64/1990, não se analisa mais a
potencialidade de a conduta influenciar no pleito (prova indiciária da interferência no
resultado), mas "a gravidade das circunstâncias que o caracterizam". (...)
4. Abuso do poder político e econômico. Doação de material esportivo mais de 1.000
pares de tênis distribuídos em junho e julho de 2008 com ampla divulgação, atingindo
praticamente todos os alunos da rede pública municipal. O acórdão regional
demonstrou que: i) o programa social não se encontrava em execução orçamentária
em 2007, tampouco existia lei a amparar a doação realizada por meio de abertura de
créditos adicionais especiais, porquanto a lei que os haveria aprovado também teria
condicionado sua utilização ao exercício do ano de 2007; ii) a conduta teve
potencialidade para desequilibrar a eleição. TSE: Recurso Especial Eleitoral nº
1627021 - MONTE SANTO DE MINAS – MG. Acórdão de 30/11/2016. Relator(a) Min.
Gilmar Ferreira Mendes.

Bloco III
DIREITO EMPRESARIAL

66. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A teoria dos atos do comércio, usada pela codificação napoleônica como critério
distintivo entre os regimes jurídicos civil e comercial, extrapolou as fronteiras da
França e irradiou-se pelo mundo, inclusive chegando ao Brasil.
II – O Código Comercial Brasileiro de 1850 adotou a teoria francesa dos atos de
comércio e definiu o comerciante como aquele que exercia a mercancia de forma
habitual, como sua profissão.
III – A exemplo do que ocorreu na Europa, a doutrina brasileira também não
conseguiu atribuir um conceito unitário aos atos de comércio, sendo considerada
“problema insolúvel para a doutrina, martírio para o legislador, enigma para a
jurisprudência”.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – CORRETA. (...) a teoria dos atos do comércio, usada pela codificação napoleônica
como critério distintivo entre os regimes jurídicos civil e comercial, extrapolou as
fronteiras da França e irradiou-se pelo mundo, inclusive chegando ao Brasil. Isso nos
remete, necessariamente, ao início dos anos 1800, quando se começou a discutir em
nosso país a necessidade de edição de um Código Comercial.
II – CORRETA. (...)o Código Comercial de 1850, assim como a grande maioria dos
códigos editados nos anos 1800, adotou a teoria francesa dos atos de comércio, por
influência da codificação napoleônica. O Código Comercial definiu o comerciante
como aquele que exercia a mercancia de forma habitual, como sua profissão.
III – CORRETA. Enquanto na doutrina alienígena se destacou a formulação de Rocco,
no Brasil ganhou destaque merecido a formulação de Carvalho de Mendonça, que
dividia os atos de comércio em três classes: (i) atos de comércio por natureza, que
compreendiam as atividades típicas de mercancia, como a compra e venda, as
operações cambiais, a atividade bancária; (ii) atos de comércio por dependência ou
conexão, que compreendiam os atos que facilitavam ou auxiliavam a mercancia
propriamente dita; e (iii) atos de comércio por força ou autoridade de lei, como, por
exemplo, o já citado art. 2.º, § 1.º, da Lei 6.404/1976.
Ora, o que se vê na formulação de Carvalho de Mendonça, resumida no parágrafo
anterior, não é uma tentativa de conceituar cientificamente os atos de comércio,
mas apenas uma descrição de como a nossa legislação os abarcava. Assim, a própria
terceira classe de atos de comércio da teoria de Carvalho de Mendonça, que abrangia
os atos de comércio por força ou autoridade de lei, demonstra que era impossível
criar uma formulação teórica que conseguisse englobar todas as atividades de
mercancia. Essa terceira classe compreende aquelas atividades que são consideradas
atos de comércio simplesmente por vontade política do legislador.
Pode-se concluir que, a exemplo do que ocorreu na Europa, a doutrina brasileira
também não conseguiu atribuir um conceito unitário aos atos de comércio. Uma frase
do professor Brasílio Machado, muito citada em várias obras nacionais sobre o direito
comercial, resume bem o que se pensava sobre a teoria dos atos de comércio em
nosso país: “problema insolúvel para a doutrina, martírio para o legislador, enigma
para a jurisprudência”.
Referência: Cruz, André Santa, Direito empresarial. – 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018, p. 35/36.

67. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA nos termos da


Lei 8.934/94.
I – O Registro Público de Empresas Mercantis será exercido em todo o território
nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais, estaduais e distrital.
II – Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins serão
exercidos, em todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e
interdependente, pelo Departamento Nacional de Registro Empresarial e
Integração (DREI)
III – As juntas comerciais subordinam-se, administrativamente, ao governo do
respectivo ente federativo e, tecnicamente, ao Departamento Nacional de
Registro Empresarial e Integração.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I – CORRETA. Segundo o art. 1º, da Lei 8.934/94: O Registro Público de Empresas
Mercantis e Atividades Afins, observado o disposto nesta Lei, será exercido em todo o
território nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais, estaduais e distrital, com
as seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei nº 13.833,de 2019)
I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos
das empresas mercantis, submetidos a registro na forma desta lei;
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e
manter atualizadas as informações pertinentes;
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu
cancelamento.
II – INCORRETA. De acordo com o art. 3º, da Lei 8934/94: Os serviços do Registro
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins serão exercidos, em todo o território
nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdependente, pelo Sistema Nacional
de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), composto pelos seguintes órgãos:

I - o Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração, órgão central do


Sinrem, com as seguintes funções: (Redação dada pela Lei nº 13.833,de 2019)
a) supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, na área técnica; e (Redação
dada pela Lei nº 13.833,de 2019)
b) supletiva, na área administrativa; e (Redação dada pela Lei nº 13.833,de
2019)
II - as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e
administradora dos serviços de registro.
III – CORRETA. Nos termos do art. Art. 6º, da Lei 8.934/94: As juntas comerciais
subordinam-se, administrativamente, ao governo do respectivo ente federativo e,
tecnicamente, ao Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração, nos
termos desta Lei.

68. Assinale a alternativa CORRETA a respeito do empresário individual.


a) Atua sob a forma de pessoa jurídica, por tal razão possui CNPJ.
b) Pode ingressar em juízo em nome próprio.
c) Ingressa em juízo em nome próprio, para tanto é necessário que tenha CPF e
não CNPJ, pois não é considerado pessoa jurídica.
d) O empresário individual é considerado pessoa jurídica após o registro de seu ato
constitutivo no órgão competente.
Gabarito: B
a) O empresário individual atua sob a forma de pessoa física
b) Pode ingressar em juízo em nome próprio.
c) O empresário individual possui CNPJ para desenvolver sua atividade, mas não
significa que seja pessoa jurídica.
d) O empresário individual atua sob forma de pessoa física, mesmo após o registro.

69. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A assembleia dos sócios instala-se com a presença, em primeira convocação, de
titulares de no mínimo três quartos do capital social, e, em segunda, com qualquer
número.
II – Na assembleia, nenhum sócio, por si ou na condição de mandatário, pode votar
matéria que lhe diga respeito diretamente.
III – O sócio pode ser representado na assembleia por outro sócio, ou por
advogado, mediante outorga de mandato com especificação dos atos autorizados,
devendo o instrumento ser levado a registro, juntamente com a ata.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
De acordo com o art. 1.074, CC: A assembleia dos sócios instala-se com a presença,
em primeira convocação, de titulares de no mínimo três quartos do capital social, e,
em segunda, com qualquer número.
§ 1o O sócio pode ser representado na assembleia por outro sócio, ou por advogado,
mediante outorga de mandato com especificação dos atos autorizados, devendo o
instrumento ser levado a registro, juntamente com a ata.
§ 2o Nenhum sócio, por si ou na condição de mandatário, pode votar matéria que lhe
diga respeito diretamente.
70. O protesto é definido como ato formal pelo qual se atesta um fato relevante
para a relação cambial. Com relação ao protesto assinale a alternativa INCORRETA.
a) A prescrição da pretensão executória de título cambial não enseja o
cancelamento automático de anterior protesto regularmente lavrado e registrado.
b) Depois do protesto, caso o devedor efetue a quitação da dívida, a
responsabilidade por promover o cancelamento do protesto é do credor.
c) É possível, à escolha do credor, o protesto de cédula de crédito bancário
garantida por alienação fiduciária, no tabelionato em que se situa a praça de
pagamento indicada no título ou no domicílio do devedor.
d) A sustação de protesto de título, por representar restrição a direito do credor,
exige prévio oferecimento de contracautela, a ser fixada conforme o prudente
arbítrio do magistrado.
Gabarito: B
a) Correta, segundo a jurisprudência:
RECURSO ESPECIAL. TÍTULOS DE CRÉDITO. NOTA PROMISSÓRIA. AUSÊNCIA DE
PAGAMENTO. PROTESTO REGULARMENTE LAVRADO. AJUIZAMENTO DE AÇÃO
EXECUTIVA. PRESCRIÇÃO DO TÍTULO. AÇÃO DE CANCELAMENTO DO REGISTRO DO
PROTESTO FUNDADA EM MOTIVO DIVERSO DO PAGAMENTO DO TÍTULO (LEI 9.492/97,
ART. 26, § 3º). NECESSIDADE DE DECISÃO JUDICIAL. RECURSO PROVIDO. 1. De acordo
com o art. 26, § 3º, da Lei 9.492/97, o cancelamento do registro do protesto advém,
normalmente, apenas em razão do pagamento do título. Por qualquer outra razão,
somente poderá o devedor obter o cancelamento mediante decisão judicial favorável.
2. Como esclarece FRAN MARTINS: "o protesto cambial não cria direitos. Meio de
prova especialíssimo, próprio dos títulos cambiários, ele apenas atesta um fato, a
falta ou recusa do aceite ou do pagamento." Portanto, o protesto não se prende
imediatamente à exequibilidade do título ou de outro documento de dívida, mas sim à
inadimplência e ao descumprimento da obrigação representada. Como estas não
desaparecem com a mera prescrição do título executivo não quitado, o protesto não
pode ser cancelado simplesmente em função da inaptidão do título prescrito para ser
objeto de ação de execução. 3. Recurso especial provido. (REsp 813.381/SP, Rel.
Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 20/11/2014, DJe 20/05/2015)
b) Incorreta, segundo a jurisprudência:
PROCESSO CIVIL. DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. CANCELAMENTO DO
PROTESTO. ÔNUS DO DEVEDOR. RESSALVA DO RELATOR. 1. "Legitimamente protestado
o título de crédito, cabe ao devedor que paga posteriormente a dívida o ônus de
providenciar a baixa do protesto em cartório (Lei 9.294/97, art. 26), sendo
irrelevante se a relação era de consumo, pelo que não se há falar em dano moral pela
manutenção do apontamento" (REsp 1.195.668/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado
em 11/9/2012, DJe 17/10/2012). Ressalva do Relator. 2. Recurso especial provido.
(REsp 959.114/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
18/12/2012, DJe 13/02/2013)
c) Correta, segundo a jurisprudência:
PROTESTO EXTRAJUDICIAL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.
OS TABELIÃES DEVEM VELAR PELA AUTENTICIDADE, PUBLICIDADE E SEGURANÇA DOS
ATOS. EM CASO DE PROTESTO DE TÍTULOS OU OUTROS DOCUMENTOS DE DÍVIDA, O
TABELIÃO, AINDA QUE O DEVEDOR RESIDA EM MUNICÍPIO DIVERSO DAQUELE DA
SERVENTIA, DEVE SEMPRE BUSCAR EFETUAR A INTIMAÇÃO, POR VIA POSTAL. PROTESTO
DE CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. POSSIBILIDADE DE SER REALIZADO NO CARTÓRIO
DE PROTESTO DO DOMICÍLIO DO DEVEDOR OU NO CARTÓRIO EM QUE SE SITUA A PRAÇA
DE PAGAMENTO INDICADA NO TÍTULO, CABENDO A ESCOLHA AO CREDOR. Para fins do
art. 543-C do CPC: 1. O tabelião, antes de intimar o devedor por edital, deve esgotar
os meios de localização, notadamente por meio do envio de intimação por via postal,
no endereço fornecido por aquele que procedeu ao apontamento do protesto; 2. É
possível, à escolha do credor, o protesto de cédula de crédito bancário garantida por
alienação fiduciária, no tabelionato em que se situa a praça de pagamento indicada
no título ou no domicílio do devedor. 3. No caso concreto, recurso especial provido.
(REsp 1398356/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Rel. p/ Acórdão
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 24/02/2016, DJe
30/03/2016)
d) Correta, segundo a jurisprudência:
SUSTAÇÃO DE PROTESTO EXTRAJUDICIAL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE
CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. TUTELA CAUTELAR PARA SUSTAÇÃO DE
PROTESTO CAMBIÁRIO. A TEOR DO ART. 17, § 1º, DA LEI N. 9.492/1997, A SUSTAÇÃO
JUDICIAL DO PROTESTO IMPLICA QUE O TÍTULO SÓ PODERÁ SER PAGO, PROTESTADO
OU RETIRADO DO CARTÓRIO COM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. MEDIDA QUE RESULTA EM
RESTRIÇÃO A DIREITO DO CREDOR. NECESSIDADE DE OFERECIMENTO DE
CONTRACAUTELA, PREVIAMENTE À EXPEDIÇÃO DE MANDADO OU OFÍCIO AO CARTÓRIO
DE PROTESTO PARA SUSTAÇÃO DO PROTESTO. 1. Para fins do art. 543-C do Código de
Processo Civil: A legislação de regência estabelece que o documento hábil a protesto
extrajudicial é aquele que caracteriza prova escrita de obrigação pecuniária líquida,
certa e exigível. Portanto, a sustação de protesto de título, por representar restrição
a direito do credor, exige prévio oferecimento de contracautela, a ser fixada
conforme o prudente arbítrio do magistrado. 2. Recurso especial não provido. (REsp
1340236/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
14/10/2015, DJe 26/10/2015)

71. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Para que haja a exclusão extrajudicial por justa causa de um dos sócios da
sociedade é preciso que o contrato social expressamente contenha essa previsão.
Não contendo, o recurso ao Judiciário é medida que se impõe.
II – A exclusão de um sócio somente poderá ser determinada em reunião ou
assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo
hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa,
ressalvado o caso em que haja apenas dois sócios na sociedade.
III – O Código Civil exigiu quórum de maioria absoluta para a exclusão extrajudicial
de sócio por justa causa, razão pela qual apenas os sócios minoritários poderão ser
excluídos da sociedade por tal via, restando apenas a via judicial para a exclusão
de sócio majoritário.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – CORRETA. Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos
sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais
sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de
inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato
social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa.
II – CORRETA. Art. 1.085 - Parágrafo único. Ressalvado o caso em que haja apenas
dois sócios na sociedade, a exclusão de um sócio somente poderá ser determinada em
reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em
tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa.
III – CORRETA. Segundo a doutrina: (...) destaque-se que o Código Civil exigiu quórum
de maioria absoluta para a exclusão extrajudicial de sócio por justa causa, razão pela
qual apenas os sócios minoritários poderão ser excluídos da sociedade por tal via,
restando apenas a via judicial para a exclusão de sócio majoritário.
São basicamente cinco, portanto, os requisitos a serem observados no procedimento
de exclusão extrajudicial de sócio faltoso: a) que o sócio seja minoritário; b) previsão
expressa no contrato social; c) prática de atos de inegável gravidade por parte de
determinado sócio; d) convocação de assembleia ou reunião específica; e)
cientificação do acusado com antecedência suficiente para possibilitar o seu
comparecimento e defesa; e f) quórum de maioria absoluta.
Referência: Cruz, André Santa. Direito empresarial. – 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018, p. 379.

72. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Acionistas e companhia podem litigar em litisconsórcio facultativo ativo em
ação de responsabilidade civil contra o administrador pelos prejuízos causados ao
patrimônio da sociedade anônima, quando não proposta a ação pela companhia no
prazo de três meses após a deliberação da assembleia-geral.
II – Prescreve em cinco anos a pretensão de cobrança de valores relativos a
debêntures.
III – Para o ajuizamento da ação de responsabilidade civil contra os
administradores da sociedade anônima, é necessária a prévia propositura da ação
de anulação da assembleia geral que aprovou as contas da sociedade.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – CORRETA. Segundo a jurisprudência:
RECURSOS ESPECIAIS. AÇÃO DE RESPONSABILIDADE POR ATO DE ADMINISTRADOR DE
SOCIEDADE ANÔNIMA. PREJUÍZO SUPORTADO PELA COMPANHIA, DECORRENTE DE
PROCEDER CONTRÁRIO À LEI (EM SENTIDO AMPLO). 1. LITISCONSÓRCIO ATIVO
FACULTATIVO FORMADO PELA COMPANHIA E ACIONISTAS, APÓS O PRAZO DO § 3º DO
ART. 159 DA LEI DAS S/A. POSSIBILIDADE 2. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL.
NÃO OCORRÊNCIA. 3. APROVAÇÃO DAS CONTAS, SEM RESSALVA, PELA ASSEMBLEIA
GERAL. VERIFICAÇÃO. 4. AJUIZAMENTO PRÉVIO DE AÇÃO DESTINADA A ANULAR A
DELIBERAÇÃO ASSEMBLEAR QUE APROVOU AS CONTAS. EXIGIBILIDADE. EXTINÇÃO DO
FEITO. NECESSIDADE. 5. RECURSOS ESPECIAIS PARCIALMENTE PROVIDOS.
1. Nos termos do art. 159, § 3º, da Lei das S/A, durante os três meses contados da
deliberação da assembleia geral que autoriza a companhia a promover a ação contra o
administrador, somente a própria sociedade, com exclusão de qualquer outro
acionista, pode assim proceder. No curso de tal interregno, portanto, a lei confere
legitimidade exclusiva à sociedade anômina para promover a ação social. Após o
término do aludido termo, o regramento legal expressamente admite que qualquer
acionista promova a ação social, caso a companhia não o tenha feito naquele período.
Veja-se, portanto, que, em tal circunstância - após o término dos três meses contados
da deliberação assemblear - possuem legitimidade ativa ad causam tanto a
companhia, como qualquer acionista para promover a ação social. Não há, pois,
qualquer óbice legal para a formação de um litisconsórcio ativo facultativo integrado
por sujeitos de direito que, repisa-se, simultaneamente ostentam legitimidade
(concorrente) para, em juízo, defender os interesses da companhia.
2. O acórdão impugnado não encerra qualquer dos vícios de julgamento supracitados,
porquanto adotou fundamentação suficiente à solução de tais questões, coerente com
a convicção dos julgadores então externada.
3. O § 4º do art. 134 da Lei das S.A. trata da hipótese em que a Assembleia Geral, ao
apreciar as contas e demonstrações financeiras apresentadas pelos administradores, a
despeito de aprová-las, delibera expressamente por modificá-las, seja porque
possuem inadequações ou irregularidades; não expressam a realidade contábil da
companhia; adotam critério equivocados ou impróprios, etc, tudo a repercutir no
montante do lucro do exercício ou no valor das obrigações da companhia. Nessa
medida, apenas no específico caso em que a assembleia geral tenha deliberado por
modificar as contas e as demonstrações financeiras inicialmente apresentadas,
determinando-se, no prazo de trinta dias da deliberação, a republicação daquelas, é
que se pode reconhecer que as contas foram aprovadas com ressalvas, independente
da utilização das expressões "com ressalvas", ou "com reservas" ou outra que a valha.
3.1 Na espécie, a partir da fundamentação adotada pelo Tribunal de origem, com a
indicação e, principalmente, a reprodução de excertos das atas assembleares, em
cotejo com a lei de regência, sobressai, indene de dúvidas, que a Assembleia geral,
órgão responsável pela aprovação das contas, não deliberou por qualquer modificação
das contas nos moldes então apresentadas, o que evidencia a inexistência de reservas
na aceitação destas.
3.2 Em se reportando aos atos referidos nos protestos e esclarecimentos mencionados
no acórdão recorrido, nota-se que o balanço de 2006, publicado em 26/3/2007, foi
retificado e republicado em 21/12/2007, em momento anterior, portanto, à própria
realização da Assembleia Geral, datada de 28/12/2007, sendo certo, ainda, que a
aludida modificação deu-se, unipessoalmente, pela então nova administração da
companhia.
3.3 Não se questiona se a retificação do balanço operada pela então nova
administração foi movida pelo nobre propósito de preservação da companhia, ou por
disputa acionária, ou mesmo por desavenças familiares, teses veiculadas a latere por
ambas as partes. Fato é que a retificação do balanço do exercício de 2006, com a sua
republicação, determinada pela nova direção, não consubstancia reserva ou ressalva
às contas e demonstrações financeiras dos correspondentes administradores
posteriormente submetidas ao crivo da assembleia geral, órgão que, nos termos da
legislação regente, detém, efetivamente, legitimidade para tanto.
3.4 Especificamente em relação à rubrica "provisões de devedores duvidosos", não se
pode deixar de assentar a impropriedade, permissa venia, da fundamentação
sufragada pelas instâncias precedentes, que trataram do aludido registro contábil
como significativo indicativo de ressalva assemblear. A mencionada rubrica constitui,
segundo a lei das S/A, importante critério a ser utilizado pela companhia para definir
a composição de seu ativo, a viabilizar o fiel retrato financeiro da companhia. E, no
caso, a Assembleia Geral aprovou as contas e as demonstrações financeiras, tal como
a ela foram submetidas (com menção da aludida rubrica), sem qualquer deliberação
destinada a modificá-las, do que ressai, inequivocamente, a inexistência de ressalvas
ou reservas, nos termos do art. 134, § 3º, da Lei das S.As.
4. Ante a aprovação das contas sem ressalvas, referente aos exercícios de 2006 e
2007, que, por expressa disposição legal, exonera os administradores e diretores de
quaisquer responsabilidades, a ação com tal propósito deve, necessariamente, ser
precedida de ação destinada a anular a disposição assemblear, mediante alegação e
demonstração de vício de consentimento.
Sobressai evidenciado, portanto, o não preenchimento da destacada condição de
procedibilidade para a presente ação, a ensejar a extinção do feito sem julgamento
de mérito.
5. Recursos especiais parcialmente providos.
(REsp 1515710/RJ, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado
em 12/05/2015, DJe 02/06/2015)
II – CORRETA. De acordo com o entendimento jurisprudencial:
DIREITO CIVIL E COMERCIAL. DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA. DEBÊNTURES.
PRAZO PRESCRICIONAL. NÃO É ADMITIDA ANALOGIA EM MATÉRIA DE PRESCRIÇÃO.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NO CURSO DO PROCESSO
FALIMENTAR E EXTENSÃO DOS EFEITOS AOS CONTROLADORES DA FALIDA.
POSSIBILIDADE.
1. O Tribunal a quo dirimiu as questões pertinentes ao litígio, afigurando-se
dispensável que venha examinar uma a uma as alegações e fundamentos expendidos
pelas partes. Além disso, basta ao órgão julgador que decline as razões jurídicas que
embasaram a decisão, não sendo exigível que se reporte de modo específico a
determinados preceitos legais.
2. No curso do processo de falência, o agravo de instrumento faz as vezes da
apelação, e, sendo assim, os embargos infringentes opostos são cabíveis. Ademais,
depreende-se dos autos que os embargos foram interpostos em face de decisão que
deu parcial provimento a agravo de instrumento, decidindo-se acerca do mérito da
demanda. Na verdade, é o conteúdo da matéria decidida que define o cabimento dos
embargos infringentes, e não o nome atribuído ao recurso pela lei.
Precedentes.
3. "Constituem as debêntures um direito de crédito do seu titular diante da sociedade
emissora, em razão de um contrato de empréstimo por ela concertado. As debêntures
têm a natureza de título de renda, com juros fixos ou variáveis gozando de garantias
determinadas nos termos da escritura da emissão. [...] Não assiste à debênture,
portanto, no âmbito da teoria geral dos títulos de crédito, autonomia e literalidade,
sendo que entre nós está também descaracterizada a cartularidade, por força da
obrigatoriedade da forma nominativa e do uso uniforme dos títulos nominativos
escriturais. (CARVALHOSA, Modesto. Comentários à lei de sociedades anônimas. São
Paulo: Editora Saraiva, 2011, p. 671) " 4. O artigo 70 da Lei Uniforme de Genebra
(LUG), referente às notas promissórias e letras de câmbio, não se aplica às
debêntures.
Aplicam-se a estas o artigo 206, parágrafo 5.º, inciso I, do Código Civil, que
estabelece prescreverem em 5 (cinco) anos a pretensão de cobrança de dívidas
líquidas constantes de instrumento público ou particular.
5. As debêntures não perdem sua liquidez por dependerem de atualização monetária
e cálculos aritméticos, a serem apurados quando da habilitação da falência.
Precedentes.
6. Uma vez apurada a fraude e a confusão patrimonial entre a empresa falida e seus
controladores pelas instâncias ordinárias, em regra pode ser desconsiderada a
personalidade jurídica como medida incidental no curso do processo falimentar, bem
como determinada a extensão de seus efeitos aos controladores da falida,
independentemente de ação autônoma. Precedentes.
7. Recurso especial não provido.
(REsp 1316256/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
18/06/2013, DJe 12/08/2013)
III – CORRETA. De acordo com a jurisprudência:
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL. INEXISTÊNCIA. SOCIEDADE ANÔNIMA. RESPONSABILIZAÇÃO DO DIRETOR
FINANCEIRO. APROVAÇÃO DAS CONTAS POR ASSEMBLEIA GERAL SEM RESSALVAS.
PRÉVIA ANULAÇÃO. PRECEDENTES. SÚMULA Nº 211/STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
SUCUMBÊNCIA. SÚMULA Nº 7/STJ. 1. Não há falar em negativa de prestação
jurisdicional se o tribunal de origem motiva adequadamente sua decisão,
solucionando a controvérsia com a aplicação do direito que entende cabível à
hipótese, apenas não no sentido pretendido pela parte. 2. Esta Corte Superior
mantém o entendimento de que, salvo se anulada, a aprovação das contas sem
reservas pela assembleia geral exonera os administradores e diretores de quaisquer
responsabilidades. (...) (REsp 1313725/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS
CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/06/2012, DJe 29/06/2012)
“(...) o entendimento dominante neste STJ é de que, para propositura da ação de
responsabilidade civil contra os administradores, é necessária a prévia propositura da
ação de anulação da assembleia de aprovação de contas da sociedade no prazo bienal
previsto no artigo 286 da Lei 6.404/76. A partir do trânsito em julgado da sentença
que acolher a anulação é que começa a fluir o prazo trienal para a ação de
responsabilidade. (...) (AgRg no Ag 640.050/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta
Turma, julgado em 19/5/2009)

73. Assinale a alternativa INCORRETA com relação às duplicatas.


a) Uma só duplicata pode corresponder à soma de diversas notas fiscais parciais.
b) O aceite mesmo lançado em separado da duplicata mercantil imprime eficácia
cambiária ao título.
c) É possível o ajuizamento de execução de duplicata virtual, desde que
devidamente acompanhada dos instrumentos de protesto por indicação e dos
comprovantes de entrega da mercadoria e da prestação do serviço.
d) O aceite lançado em separado à duplicata poderá servir como prova da
existência do vínculo contratual subjacente ao título, amparando eventual ação
monitória ou ordinária.
Gabarito: B
a) Correta, em consonância com a jurisprudência:
RECURSO ESPECIAL. COMERCIAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO
OCORRÊNCIA. TÍTULOS DE CRÉDITO. DUPLICATA. EMISSÃO. CAUSA DEBENDI. COMPRA E
VENDA MERCANTIL E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. EXTRAÇÃO DE FATURA. SOMA DE
NOTAS PARCIAIS. POSSIBILIDADE. HIGIDEZ DO NEGÓCIO JURÍDICO SUBJACENTE. PREÇO
DAS MERCADORIAS. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE. SÚMULA 7/STJ.
1. Cinge-se a controvérsia a saber a) se a duplicata pode corresponder a mais de uma
nota fiscal ou a mais de uma fatura e b) se os títulos de crédito emitidos encontram-
se viciados, pois os valores cobrados das mercadorias e dos serviços constantes nas
faturas e nas notas parciais não guardariam similitude.
2. A fatura consiste em nota representativa de contratos de compra e venda
mercantis ou de prestação de serviços, devendo haver, entre outras identificações, a
discriminação das mercadorias vendidas e dos preços negociados e a menção à
natureza dos serviços prestados.
Pode, ainda, conter somente a indicação dos números e valores das notas parciais
expedidas por ocasião das vendas, despachos ou entregas das mercadorias (arts. 1º,
caput e § 1º, e 20 da Lei nº 5.474/1968).
3. A duplicata, de extração facultativa, materializada-se no ato da emissão da fatura,
constituindo o título de crédito genuíno para documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador (art. 2º da Lei nº 5.474/1968).
4. Apesar de a duplicata só poder espelhar uma fatura, esta pode corresponder à
soma de diversas notas parciais. De fato, a nota parcial é o documento representativo
de uma venda parcial ou de venda realizada dentro do lapso de um mês, que poderá
ser agrupada a outras vendas efetivadas nesse período pelo mesmo comprador.
5. Não há proibição legal para que se somem vendas parceladas procedidas no curso
de um mês, e do montante se formule uma fatura única ao seu final, sobretudo diante
da natureza do serviço contratado, como o de concretagem, a exigir a realização de
diversas entregas de material ao dia.
6. A discussão acerca dos valores de preços corretos das mercadorias e dos serviços
cobrados e da validade do negócio jurídico entabulado (causa debendi), subjacente às
duplicatas emitidas, encontra óbice na Súmula nº 7/STJ.
7. Recurso especial não provido.
(REsp 1356541/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 05/04/2016, DJe 13/04/2016)
b) Incorreta, o aceite lançado em separado da duplicata mercantil não imprime
eficácia cambiária ao título, vejamos:
RECURSO ESPECIAL. COMERCIAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO
OCORRÊNCIA. EMBARGOS À EXECUÇÃO. TÍTULOS DE CRÉDITO. DUPLICATA MERCANTIL.
ACEITE EM SEPARADO. INADMISSIBILIDADE. ATO FORMAL. AUSÊNCIA DE EFICÁCIA
CAMBIAL. FALTA DE EXECUTIVIDADE. PROVA DA RELAÇÃO NEGOCIAL. INSTRUÇÃO DE
AÇÃO MONITÓRIA.
1. Cinge-se a controvérsia a saber se é possível o aceite em separado na duplicata
mercantil.
2. O aceite promovido na duplicata mercantil corresponde ao reconhecimento, pelo
sacado (comprador), da legitimidade do ato de saque feito pelo sacador (vendedor), a
desvincular o título do componente causal de sua emissão (compra e venda mercantil
a prazo).
Após o aceite, não é permitido ao sacado reclamar de vícios do negócio causal
realizado, sobretudo porque os princípios da abstração e da autonomia passam a reger
as relações, doravante cambiárias (art. 15, I, da Lei nº 5.474/1968).
3. O aceite é ato formal e deve se aperfeiçoar na própria cártula (assinatura do
sacado no próprio título), incidindo o princípio da literalidade (art. 25 da LUG). Não
pode, portanto, ser dado verbalmente ou em documento em separado. De fato, os
títulos de crédito possuem algumas exigências que são indispensáveis à boa
manutenção das relações comerciais. A experiência já provou que não podem ser
afastadas certas características, como o formalismo, a cartularidade e a literalidade,
representando o aceite em separado perigo real às práticas cambiárias, ainda mais
quando os papéis são postos em circulação.
4. O aceite lançado em separado à duplicata não possui nenhuma eficácia cambiária,
mas o documento que o contém poderá servir como prova da existência do vínculo
contratual subjacente ao título, amparando eventual ação monitória ou ordinária (art.
16 da Lei nº 5.474/1968).
5. A duplicata despida de força executiva, seja por estar ausente o aceite, seja por
não haver o devido protesto ou o comprovante de entrega de mercadoria, é
documento hábil à instrução do procedimento monitório.
6. Recurso especial provido.
(REsp 1334464/RS, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 15/03/2016, DJe 28/03/2016
c) Correta, em consonância com a jurisprudência:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL E CIVIL. EXECUÇÃO.
DUPLICATA VIRTUAL. REQUISITOS. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA Nº
211/STJ. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA Nº 7/STJ.
1. A jurisprudência desta Corte é assente no sentido de ser possível o ajuizamento de
execução de duplicata virtual, desde que devidamente acompanhada dos
instrumentos de protesto por indicação e dos comprovantes de entrega da mercadoria
e da prestação do serviço.
2. A falta de prequestionamento da matéria suscitada no recurso especial, a despeito
da oposição de embargos declaratórios, impede seu conhecimento, a teor da Súmula
nº 211 do Superior Tribunal de Justiça.
3. O não pronunciamento do tribunal de origem a respeito da existência dos requisitos
para a execução de duplicata virtual atrai a incidência da Súmula nº 7 do Superior
Tribunal de Justiça.
4. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 1559824/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA
TURMA, julgado em 03/12/2015, DJe 11/12/2015)
d) Correta, em consonância com a jurisprudência:
RECURSO ESPECIAL. COMERCIAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO
OCORRÊNCIA. EMBARGOS À EXECUÇÃO. TÍTULOS DE CRÉDITO. DUPLICATA MERCANTIL.
ACEITE EM SEPARADO. INADMISSIBILIDADE. ATO FORMAL. AUSÊNCIA DE EFICÁCIA
CAMBIAL. FALTA DE EXECUTIVIDADE. PROVA DA RELAÇÃO NEGOCIAL. INSTRUÇÃO DE
AÇÃO MONITÓRIA.
1. Cinge-se a controvérsia a saber se é possível o aceite em separado na duplicata
mercantil.
2. O aceite promovido na duplicata mercantil corresponde ao reconhecimento, pelo
sacado (comprador), da legitimidade do ato de saque feito pelo sacador (vendedor), a
desvincular o título do componente causal de sua emissão (compra e venda mercantil
a prazo).
Após o aceite, não é permitido ao sacado reclamar de vícios do negócio causal
realizado, sobretudo porque os princípios da abstração e da autonomia passam a reger
as relações, doravante cambiárias (art. 15, I, da Lei nº 5.474/1968).
3. O aceite é ato formal e deve se aperfeiçoar na própria cártula (assinatura do
sacado no próprio título), incidindo o princípio da literalidade (art. 25 da LUG). Não
pode, portanto, ser dado verbalmente ou em documento em separado. De fato, os
títulos de crédito possuem algumas exigências que são indispensáveis à boa
manutenção das relações comerciais. A experiência já provou que não podem ser
afastadas certas características, como o formalismo, a cartularidade e a literalidade,
representando o aceite em separado perigo real às práticas cambiárias, ainda mais
quando os papéis são postos em circulação.
4. O aceite lançado em separado à duplicata não possui nenhuma eficácia cambiária,
mas o documento que o contém poderá servir como prova da existência do vínculo
contratual subjacente ao título, amparando eventual ação monitória ou ordinária (art.
16 da Lei nº 5.474/1968).
5. A duplicata despida de força executiva, seja por estar ausente o aceite, seja por
não haver o devido protesto ou o comprovante de entrega de mercadoria, é
documento hábil à instrução do procedimento monitório.
6. Recurso especial provido.
(REsp 1334464/RS, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 15/03/2016, DJe 28/03/2016)

74. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Compete ao Juízo falimentar decidir sobre os bens do falido dados em garantia
em favor de sociedade empresária em recuperação judicial ainda que pendente
decisão no juízo arbitral sobre eventual descumprimento de obrigações entre as
partes.
II – A decretação da falência implica a imediata e incondicional extinção da pessoa
jurídica e impõe ao falido a perda do direito de administrar seus bens e deles
dispor, conferindo ao administrador judicial a representação judicial da massa.
III – Na fila de pagamentos da falência, o encargo de 20% previsto no DL 1.025/69,
apesar de não ter natureza de crédito tributário, ocupa a mesma posição dos
créditos tributários.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I - Correta. De acordo com a jurisprudência:
PROCESSO CIVIL. CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA ENTRE O JUÍZO DA FALÊNCIA
DA SUPOSTA DEVEDORA E O JUÍZO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA EVENTUAL
CREDORA. CONTROVÉRSIA ACERCA DO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES
CONTRATUAIS. BENS DE PROPRIEDADE DA FALIDA DADOS EM GARANTIA. LIBERAÇÃO DA
GARANTIA. QUESTÕES DE DIREITO MATERIAL SUBMETIDAS AO JUÍZO ARBITRAL.
CONFLITO SEM FINALIDADE RECURSAL.
DISPOSIÇÃO SOBRE TAIS BENS. COMPETÊNCIA DO JUÍZO FALIMENTAR.
1. O conflito de competência, nestes autos, decorre da divergência entre o Juízo que
processa a autofalência da suposta devedora, o qual se considera competente e
afirma que os bens dados em garantia são de propriedade da massa falida, e o Juízo
onde tramita a recuperação judicial da credora, que não libera os referidos bens por
entender que compete ao Juízo arbitral, em primeiro lugar, decidir sobre o mérito do
descumprimento das obrigações.
2. Extrai-se do "Memorando de Entendimentos" e dos respectivos aditivos assinados
pelas partes que os bens discutidos neste conflito (três conjuntos de pás eólicas a
serem submetidos à perícia independente e a importância depositada), entregues
pela falida, proprietária de tais bens, representam, exclusivamente, garantias ao
cumprimento das obrigações contratuais. Até o presente momento, a contratante do
serviço, em recuperação judicial, não pode executar tais garantias e incorporar,
definitivamente, os referidos bens ao seu patrimônio.
3. Havendo somente decisão do Juízo falimentar afirmando que os bens pretendidos
por suposta credora pertencem à massa falida - entendimento que, diante dos
elementos dos autos, deve prevalecer -, compete ao Juízo da falência decidir sobre a
destinação da importância depositada e dos três conjuntos de pás eólicas, bens
vinculados à execução concursal, inclusive sobre eventuais atos constritivos incidentes
sobre o patrimônio da falida.
4. Eventualmente, caso o Juízo arbitral reconheça que a empresa falida é devedora
de algum valor à sociedade que postula os bens dados em garantia, haverá formação
de crédito em favor da empresa credora, a ser habilitado na falência, para fins de
execução concursal.
5. Discordando a suposta credora de decisão do Juízo da falência, quanto ao destino a
ser dado aos bens dados em garantia, deve fazer uso dos recursos cabíveis nos autos
do processo falimentar, objetivando a reforma do respectivo entendimento, uma vez
que o conflito de competência não tem função recursal.
6. Conflito conhecido para estabelecer a competência do JUÍZO DE DIREITO DA 2ª
VARA DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E FALÊNCIAS DE FORTALEZA - CE.
(CC 166.591/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, SEGUNDA SEÇÃO, julgado
em 23/10/2019, DJe 28/10/2019)
II – Incorreta. Segundo a jurisprudência:
CIVIL, PROCESSUAL CIVIL E FALIMENTAR. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL. FALÊNCIA. DECRETAÇÃO. FALIDA. PERSONALIDADE JURÍDICA.
EXTINÇÃO IMEDIATA. NÃO OCORRÊNCIA. CAPACIDADE PROCESSUAL.
MANUTENÇÃO. RECURSO PROVIDO.
1. Segundo o procedimento regrado pelo Decreto-Lei n. 7.661/1945, a decretação da
falência não implica a imediata e incondicional extinção da pessoa jurídica, mas tão
só impõe ao falido a perda do direito de administrar seus bens e deles dispor (LF, art.
40), conferindo ao síndico a representação judicial da massa (CPC/1973, art. 12, III).
2. A mera existência da massa falida não é motivo para concluir pela automática,
muito menos necessária, extinção da pessoa jurídica. De fato, a sociedade falida não
se extingue ou perde a capacidade processual (CPC/1973, art. 7º; CPC/2015, art. 70),
tanto que autorizada a figurar como assistente nas ações em que a massa seja parte
ou interessada, inclusive interpondo recursos e, durante o trâmite do processo de
falência, pode até mesmo requerer providências conservatórias dos bens arrecadados.
3. Ao término do processo falimentar, concluídas as fases de arrecadação, verificação
e classificação dos créditos, realização do ativo e pagamento do passivo, se
eventualmente sobejar patrimônio da massa - ou até mesmo antes desse momento, se
porventura ocorrer quaisquer das hipóteses previstas no art. 135 da LF -, a lei faculta
ao falido requerer a declaração de extinção de todas as suas obrigações (art. 136),
pedido cujo acolhimento autoriza-o voltar ao exercício do comércio, "salvo se tiver
sido condenado ou estiver respondendo a processo por crime falimentar" (art. 138).
4. Portanto, a decretação da falência, que enseja a dissolução, é o primeiro ato do
procedimento e não importa, por si, na extinção da personalidade jurídica da
sociedade. A extinção, precedida das fases de liquidação do patrimônio social e da
partilha do saldo, dá-se somente ao fim do processo de liquidação, que todavia pode
ser antes interrompido, se acaso revertidas as razões que ensejaram a dissolução,
como na hipótese em que requerida e declarada a extinção das obrigações na forma
do art. 136 da lei de regência.
5. Agravo interno provido para dar provimento ao recurso especial.
(AgRg no REsp 1265548/SC, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, Rel. p/ Acórdão
Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 25/06/2019, DJe
05/08/2019)
Obs: o entendimento acima exposto também pode ser aplicado para a atual Lei de
Falência (Lei nº 11.101/2005).
III – Correta. De acordo com a jurisprudência:
PROCESSUAL CIVIL E FALIMENTAR. CLASSIFICAÇÃO DE CRÉDITOS. ENCARGO LEGAL
INSCRITO EM DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. NATUREZA JURÍDICA. CRÉDITO NÃO
TRIBUTÁRIO. PREFERÊNCIA CONFERIDA AOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS.
EXTENSÃO.
1. Nos termos do art. 1º do DL n. 1.025/1969, o encargo de 20% inserido nas cobranças
promovidas pela União, pago pelo executado, é crédito não tributário destinado à
recomposição das despesas necessárias à arrecadação, à modernização e ao custeio
de diversas outras (despesas) pertinentes à atuação judicial da Fazenda Nacional.
2. Por força do § 4º do art. 4º da Lei n. 6.830/1980, foi estendida expressamente ao
crédito não tributário inscrito em dívida ativa a preferência dada ao crédito
tributário.
3. O encargo legal não se qualifica como honorários advocatícios de sucumbência,
apesar do art. 85, § 19, do CPC/2015 e da denominação contida na Lei n.
13.327/2016, mas sim como mero benefício remuneratório, o que impossibilita a
aplicação da tese firmada pela Corte Especial no RESP 1.152.218/RS ("Os créditos
resultantes de honorários advocatícios têm natureza alimentar e equiparam-se aos
trabalhistas para efeito de habilitação em falência, seja pela regência do Decreto-Lei
n. 7.661/1945, seja pela forma prevista na Lei n. 11.101/2005, observado, neste
último caso, o limite de valor previsto no artigo 83, inciso I, do referido Diploma
legal").
4. Para os fins do art. 1.036 do CPC/2015, firma-se a seguinte tese: "O encargo do DL
n. 1.025/1969 tem as mesmas preferências do crédito tributário devendo, por isso,
ser classificado, na falência, na ordem estabelecida pelo art. 83, III, da Lei n.
11.101/2005." 5. Recurso especial da Fazenda Nacional provido.
(REsp 1521999/SP, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, Rel. p/ Acórdão Ministro GURGEL DE
FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/11/2018, DJe 22/03/2019)

75. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O falido tem capacidade para propor ação rescisória para desconstituir a
sentença transitada em julgado que decretou a sua falência.
II – Os créditos resultantes de honorários advocatícios (sucumbenciais ou
contratuais) têm natureza alimentar e são equiparados aos créditos trabalhistas
para efeito de habilitação em falência, mas os honorários de advogado resultantes
de trabalhos prestados à massa falida, depois de ter sido decretada a falência são
considerados como créditos extraconcursais.
III – A ação de compensação por danos morais movida contra empresa em
recuperação judicial não deve permanecer suspensa até o trânsito em julgado da
decisão final proferida no processo de soerguimento.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – Correta. Depois que é decretada a falência, a sociedade empresária falida não mais
possui personalidade jurídica e não poderá postular, em nome próprio, direitos da
massa falida, nem mesmo em caráter extraordinário. Diz-se que ela sofre uma capitis
diminutio (diminuição de sua capacidade) referente aos direitos patrimoniais
envolvidos na falência, sendo afastada da administração dos seus bens. Sendo assim,
num processo em que se discuta, por exemplo, a venda desses bens, o falido apenas
poderia acompanhá-lo como assistente. Ele não poderia, portanto, tomar a iniciativa
das ações com relação a bens da massa. No entanto, no caso em que se pretenda
rescindir decisão que decreta falência, a situação é diferente. Nesse caso, nem a
massa nem os credores têm interesse na desconstituição da decretação de falência.
Realmente, o falido é o único interessado. Por isso, se a legitimidade deste para
propor a rescisão do decreto falimentar fosse retirada, ele ficaria eternamente falido,
ainda que injustamente, ainda que contrariamente à ordem legal.
Desse modo, o STJ entende que o falido mantém a legitimidade para a propositura de
ações pessoais, podendo, inclusive, ajuizar ação rescisória para tentar reverter o
decreto falimentar, conforme decisão publicada no informativo 558 do STJ:
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO RESCISÓRIA CONTRA O DECRETO FALIMENTAR.
PROPOSITURA PELA SOCIEDADE EMPRESÁRIA COM FALÊNCIA DECRETADA.
CAPACIDADE PROCESSUAL RECONHECIDA. AFASTAMENTO DA EXTINÇÃO DO PROCESSO
SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO. 1. A decretação da falência acarreta ao falido uma
capitis diminutio referente aos direitos patrimoniais envolvidos na falência, mas não o
torna incapaz, de sorte que mantém a legitimidade para a propositura de ações
pessoais. 2. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 1126521/MT, Rel. Ministro
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Rel. p/ Acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 17/03/2015, DJe 26/03/2015)
II – Correta. É preciso observar que há uma diferença substancial.
1) Caso um advogado tenha créditos de honorários advocatícios para receber da
sociedade empresária falida, tais créditos estarão em que lugar na ordem do art. 83
da Lei 11.101/2005?
Em primeiro lugar, enquadrando-se no inciso I do art. 83. Os créditos resultantes de
honorários advocatícios (sucumbenciais ou contratuais) têm natureza alimentar e são
equiparados aos créditos trabalhistas para efeito de habilitação em falência, estando,
portanto, enquadrados no art. 2) Se um advogado é contratado pela massa falida, os
honorários advocatícios desse causídico deverão ser pagos também segundo a ordem
do art. 83?
NÃO. Os honorários de advogado resultantes de trabalhos prestados à massa falida,
depois de ter sido decretada a falência são considerados como créditos
extraconcursais, nos termos dos arts. 84 e 149 da Lei 11.101/2005.
Trata-se de decisão do STJ. Corte Especial. REsp 1152218-RS, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 7/5/2014 (recurso repetitivo) (Info 540).
III – Correta. O STJ possui precedentes nos quais já admitiu que os processos
permaneçam suspensos mesmo depois do decurso do prazo de 180 dias previsto no
art. 6º, § 4º da Lei nº 11.101/2005: Nesse sentido: (...) 2. De acordo com o
entendimento deste Tribunal Superior, admite-se a prorrogação do prazo suspensivo
das ações e execuções ajuizadas em face da sociedade em crise econômico-
financeira, previsto no art. 6º, § 4º, da Lei n. 11.101/2005. (...) STJ. 2ª Seção. CC
111.614/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/06/2013.
Todavia, não se pode admitir prorrogação genérica e indiscriminada do prazo de
suspensão do art. 6º, § 4º para todo e qualquer processo relacionado à empresa
recuperanda, sendo sempre necessário analisar as circunstâncias do caso concreto.
Nesse sentido:
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. NEGATIVA DE
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NÃO VERIFICADA. EMPRESA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
SUSPENSÃO DO PROCESSO ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO DA AÇÃO DE SOERGUIMENTO.
AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO LEGAL. RAZOABILIDADE NÃO VERIFICADA.
PROSSEGUIMENTO. NÃO OCORRÊNCIA DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DA
EMPRESA. 1. Ação ajuizada em 10/10/2012. Recurso especial interposto em
31/5/2017 e concluso ao Gabinete em 24/11/2017. 2. O propósito recursal é definir
se a presente ação, movida contra empresa em recuperação judicial, deve ser
suspensa até o trânsito em julgado da decisão final proferida no processo de
soerguimento. 3. Devidamente analisadas e discutidas as questões controvertidas, e
suficientemente fundamentado o acórdão recorrido, não há como reconhecer a
ocorrência de negativa de prestação jurisdicional. 4. Ainda que o STJ possua
entendimento assente no sentido de que a regra suspensiva do art. 6º, caput e § 4º,
da Lei 11.101/05 comporte, em casos excepcionais, certo temperamento, a
extrapolação do prazo previsto não pode consistir em expediente que conduza à
prorrogação genérica e indiscriminada do lapso temporal suspensivo para todo e
qualquer processo relacionado à empresa recuperanda. 5. As exceções autorizadas
pela jurisprudência desta Corte impedem tão somente que a retomada da marcha
processual das ações movidas contra a sociedade recuperanda ocorram
automaticamente em razão do mero decurso do prazo de 180 dias. 6. Circunstância
bastante diversa, entretanto, pode ser verificada na espécie, pois não se cuida de
simples esgotamento desse termo, mas sim de processo recuperacional encerrado por
sentença. 7. Manter as ações contra a recuperanda suspensas indiscriminadamente
depois de aprovado o plano de soerguimento feriria a própria lógica recuperacional,
na medida em que, a partir da consolidação assemblear, é impositivo que os créditos
devidos sejam satisfeitos, sob risco de o processo ser convolado em falência. 8.
Destoa da razoabilidade admitir que a recorrida tenha de suportar o ônus que a
suspensão pleiteada pelo devedor lhe acarretaria, haja vista (i) a pequena dimensão
de seu crédito quando comparado ao porte econômico do recorrente e (ii) o tempo
transcorrido desde o ajuizamento da ação, o que resultaria em afronta ao princípio da
efetividade da jurisdição. 9. Recurso especial não provido. (REsp 1710750/DF, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/05/2018, DJe
18/05/2018)
DIREITO TRIBUTÁRIO

76. Assinale a alternativa INCORRETA com relação à taxa.


a) A taxa, de modo diverso do imposto, é exação bilateral, contraprestacional e
sinalagmática.
b) A taxa de polícia, denominada também de taxa de fiscalização, será exigida em
razão de atos de polícia realizados pela Administração Pública, pelos mais variados
órgãos ou entidades fiscalizatórias.
c) Os requisitos da taxa de serviço são cumulativos e dão os limites necessários à
exigibilidade da taxa de serviço, sempre dotada de especificidade e divisibilidade.
d) Pagar-se-á taxa de polícia em função do exercício efetivo ou potencial do poder
de polícia administrativa.
Gabarito: D
a) Correta, de acordo com a doutrina:
A taxa é tributo vinculado à ação estatal, sujeitando-se à atividade pública, e não à
atividade do particular. Deverá ser exigida pelas entidades impositoras (União,
Estados, Municípios e Distrito Federal), não se admitindo a exigência em face de
atuação de empresa privada. De modo diverso do imposto, é exação bilateral,
contraprestacional e sinalagmática. Seu disciplinamento vem do art. 145, II, da CF,
c/c os arts. 77 a 79 do CTN.
b) e d) Correta e incorreta, respectivamente. De acordo com a doutrina:
A taxa de polícia, denominada também de taxa de fiscalização, será exigida em razão
de atos de polícia realizados pela Administração Pública, pelos mais variados órgãos
ou entidades fiscalizatórias. Pagar-se-á tal taxa em função do “exercício regular do
poder de polícia administrativa”, tendente a limitar direitos ou liberdades
individuais em benefício da coletividade. A esse propósito, dispõe o parágrafo único
do art. 78 do CTN:
“Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e,
tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de
poder”.
c) Correta, de acordo com a doutrina:
A taxa de serviço será cobrada em razão da prestação estatal de um serviço público
específico e divisível. Note que são requisitos cumulativos, que dão os limites
necessários à exigibilidade da taxa de serviço, sempre dotada de especificidade e
divisibilidade, segundo dispõe o art. 79, II e III, do CTN. Ressalte-se que a prestação
do serviço público poderá ser de utilização efetiva (art. 79, I, a, do CTN) ou potencial
(art. 79, I, b, do CTN).
Referência: SABBAG, Eduardo de Moraes- Direito Tributário Essencial. 14. ed. rev.,
atual. E ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014, p. 67/68

77. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de
lei complementar, contribuições para custeio de regime próprio de previdência
social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que
poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição
ou dos proventos de aposentadoria e de pensões.
II – Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, sendo facultada a
cobrança na fatura de consumo de energia elétrica.
III – As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão
sobre as receitas decorrentes de exportação, mas incidirão sobre a importação de
produtos estrangeiros ou serviços.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – Incorreta. Art. 149, §1º, CF: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de
previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos
pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de
contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões.
II – Correta. Art. Art. 149-A, CF: Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir
contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação
pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na
fatura de consumo de energia elétrica.
III – Correta. Art. 149, §2º, CF: As contribuições sociais e de intervenção no domínio
econômico de que trata o caput deste artigo:
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (...)

78. Sobre o princípio da liberdade de tráfego, assinale a alternativa INCORRETA.


a) A liberdade de locomoção é garantia individual do cidadão que, em tempo de
paz, poderá entrar no território nacional, nele permanecer ou mesmo sair, com
seus bens.
b) A garantia fundamental da liberdade de locomoção repercutirá na seara
tributária quando a CF determina proibição aos entes políticos em estabelecer
limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público.
c) O atual entendimento Supremo Tribunal Federal é de que o pedágio pode ser
instituído e cobrado pelo próprio ente político que realiza a manutenção de via e,
sendo prestado esse serviço público, específico e divisível, pode cobrar a
contraprestação tributária da modalidade taxa.
d) A própria CF prevê especifica tributação que limita a livre locomoção de bens
no território nacional, qual seja: o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços, mas considerando a especificidade do fato gerador desse imposto ser
atrelado ao elemento comercial, não ocorrem grandes discussões quanto à suposta
violação desse princípio.
Gabarito: C
De acordo com a doutrina:
A liberdade de locomoção é garantia individual do cidadão que, em tempo de paz,
poderá entrar no território nacional, nele permanecer ou mesmo sair, com seus bens
(art. 5º, XV, da CF). Ocorrendo violação ilegal desse direito, específico remédio
constitucional do habeas corpus estará posto à disposição do lesado (art. 5º, LXVIII,
da CF).
Essa garantia fundamental também repercutirá na seara tributária quando o art.
150, V, da CF determina proibição aos entes políticos em “estabelecer limitações ao
tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais,
ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
Público”.
Valendo-se desse preceito, não poderá União, Estados, Distrito Federal e Municípios
utilizarem os tributos como forma de impedir a locomoção de pessoas e bens no nosso
País.
Contudo, a própria Carta Magna prevê especifica tributação que limita a livre
locomoção de bens no território nacional, qual seja: o Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços – ICMS.
Considerando a especificidade do fato gerador desse imposto ser atrelado ao
elemento comercial, não ocorrem grandes discussões quanto à suposta violação desse
princípio.
Tema polêmico relaciona-se à definição da natureza jurídica do pedágio.
Inicialmente, identifica-se, no pedágio, o estudo direcionado à seara do direito
administrativo em que, por meio de regimes de concessão e permissão de serviços
públicos, o particular realiza a manutenção de via pública. O particular-prestador
exigirá da população o pagamento de preço público ou tarifa, quando utilizados.
Entretanto, aplicando-se o princípio tributário em estudo, verifica-se, na parte final
do inciso V do art. 150 da CF, que a vedação de utilização dos tributos como forma de
limitar a locomoção sofre ressalva quanto à “cobrança de pedágio pela utilização de
vias conservadas pelo Poder Público”.
Diante desses fatos, a dúvida surgiu: se o pedágio foi excepcionado da regra de um
princípio tributário, seria ele também tributo?
Em iniciais posicionamentos, o Supremo Tribunal Federal exarou entendimento de
que o pedágio poderia ser instituído e cobrado pelo próprio ente político que
realizasse a manutenção de via alternativa.
Prestado esse serviço público, específico e divisível, poderia cobrar a contraprestação
tributária da modalidade taxa (art. 77 do CTN).
Evoluindo seus julgados, em decisão recente, esse mesmo Supremo acabou por
afastar a natureza jurídica de tributo ao pedágio, designando deter apenas previsão
no direito administrativo, ainda que o próprio ente político realizasse a manutenção
da via alternativa.
Note que, com a recente decisão, perdeu sentido a parte final do inciso V do art. 150
da CF, pois estaria excetuando da regra (vedação de usar tributo para limitar
locomoção) algo que não faz parte dela (pedágio não é mais considerado tributo).
Desse modo, apesar da aparente confusão, aconselha-se adotar em provas o atual
entendimento do STF no sentido de que não mais existe pedágio com natureza
jurídica de tributo.
Referência: Novais, Rafael Direito tributário facilitado / Rafael Novais. – 3. ed. rev.,
atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018, p. 141/143.
Destacamos.

79. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as
convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem,
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
II – Denominam-se fontes formais o conjunto das normas no Direito tributário, as
quais estão previstas no art. 96 do CTN, sob a titulação de legislação tributária, e
são restritas à dogmática do direito.
III – Os tratados e as convenções internacionais não revogam nem modificam a
legislação tributária interna, mas serão observados pela que lhes sobrevenha.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: B
I – CORRETA. Art. 96, CTN: “A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os
tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que
versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.”
II – CORRETA. De acordo com a doutrina abaixo transcrita:
Denominam-se fontes formais o conjunto das normas no Direito tributário. Tais
normas estão previstas no art. 96 do CTN, sob a titulação de legislação tributária, e
são restritas à dogmática do direito. Podem ser elas primárias ou secundárias.
As fontes primárias estão elencadas no art. 96 do CTN, a saber:
a) leis em sentido amplo (Constituição Federal, emendas, leis ordinárias, medidas
provisórias etc.);
b) tratados e convenções internacionais;
c) decretos.
Referência: Sabbag, Eduardo. Código Tributário Nacional Comentado. – 2. ed. rev.,
atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018, p. 321.
III – INCORRETA. Art. 98, CTN: “Os tratados e as convenções internacionais revogam
ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes
sobrevenha.”

80. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA de acordo com o


CTN.
I – A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, sempre
acompanhada do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito
da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do
tributo dependa de apuração.
II – A responsabilidade por infrações da legislação tributária depende da intenção
do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do
ato.
III – Considera-se espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a
infração.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Todas estão incorretas.
Gabarito: D
I – Incorreta. Segundo o art. 138, CTN:
A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada,
se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da
importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo
dependa de apuração.
II – Incorreta. Conforme o artigo 136, CTN:
Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação
tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade,
natureza e extensão dos efeitos do ato.
III – Incorreta. Segundo o artigo 138, parágrafo único, CTN:
A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada,
se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da
importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo
dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de
qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a
infração.

81. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O benefício da denúncia espontânea se aplica aos tributos sujeitos a
lançamento por homologação, mesmo que regularmente declarados e pagos a
destempo.
II – É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de
nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade
da compra e venda.
III – O adquirente de boa-fé não pode ser responsabilizado pelo tributo que deixou
de ser oportunamente recolhido pela empresa vendedora que realizou a operação
mediante indevida emissão de nota fiscal.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – Incorreta. De acordo com a Súmula 360-STJ:
O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento
por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.
II – Correta. De acordo com a Súmula 509-STJ:
É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota
fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da
compra e venda.
III – Correta. Segundo a jurisprudência do STJ (Info 640):
TRIBUTÁRIO. ICMS. EMPRESA VENDEDORA. NÃO RECOLHIMENTO ADQUIRENTE DE BOA-
FÉ. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INAPLICABILIDADE. 1. "O agravo poderá ser
julgado, conforme o caso, conjuntamente com o recurso especial ou extraordinário,
assegurada, neste caso, sustentação oral, observando-se, ainda, o dispositivo no
regimento interno do tribunal respectivo" (art. 1.042, § 5º, do CPC). 2. O Plenário do
STJ decidiu que "aos recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a
decisões publicadas até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os requisitos de
admissibilidade na forma nele prevista, com as interpretações dadas até então pela
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça" (Enunciado Administrativo n. 2). 3.
"Art. 124. São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham interesse comum
na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal" (CTN). 4. Hipótese
em que o acórdão recorrido, com base nesse dispositivo legal, reconheceu a
responsabilidade objetiva da empresa adquirente pelo pagamento de ICMS não
recolhido pela empresa vendedora que realizou a operação mediante indevida
emissão de nota fiscal pela sistemática do Simples Nacional, a qual não contém o
destaque do imposto. 5. O "interesse comum" de que trata o preceito em destaque
refere-se às pessoas que se encontram no mesmo polo do contribuinte em relação à
situação jurídica ensejadora da exação, no caso, a venda da mercadoria, sendo certo
que esse interesse não se confunde com a vontade oposta manifestada pelo
adquirente, que não é a de vender, mas sim de comprar a coisa. 6. A Primeira Seção,
quando do julgamento do REsp 1.148.444/MG, submetido à sistemática dos recursos
repetitivos, decidiu que "o comerciante de boa-fé que adquire mercadoria, cuja nota
fiscal (emitida pela empresa vendedora) posteriormente seja declarada inidônea,
pode engendrar o aproveitamento do crédito do ICMS pelo princípio da não-
cumulatividade, uma vez demonstrada a veracidade da compra e venda efetuada,
porquanto o ato declaratório da inidoneidade somente produz efeitos a partir de sua
publicação".7. In casu, essa razão de decidir, mutatis mutandis, pode ser aplicada ao
presente caso, pois, se o adquirente de boa-fé tem o direito de creditar o imposto
oriundo de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, com maior razão não pode
ser responsabilizado pelo tributo que deixou de ser oportunamente recolhido pelo
vendedor infrator. 8. Agravo conhecido para dar provimento ao recurso especial.
(AREsp 1198146/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
04/12/2018, DJe 18/12/2018)
82. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito das modalidades de lançamento.
a) O lançamento por homologação se caracteriza pela maior participação do
próprio sujeito passivo nas características que envolvem o procedimento de
lançamento tributário.
b) O lançamento misto ocorre quando a autoridade administrativa definirá valores
em decorrência de omissões ou ausência de boa-fé por parte das declarações
prestadas pelo contribuinte ou terceiro.
c) O lançamento de ofício se caracteriza quando todos os atributos do lançamento
tributário serão realizados pela própria autoridade administrativa.
d) O lançamento por declaração se caracteriza pela divisão das atribuições do
lançamento tributário entre a fazenda pública e o sujeito passivo.
Gabarito: B
Segundo o doutrinador Rafael Novais: (...) a doutrina diverge quanto à existência de
uma quarta modalidade de lançamento tributário denominada de “lançamento por
arbitramento” quando a autoridade administrativa definirá valores em decorrência
de omissões ou ausência de boa-fé por parte das declarações prestadas pelo
contribuinte ou terceiro. Nesse sentido, designa o art. 148 do CTN:
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o
valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora,
mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam
omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os
documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado,
ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou
judicial.
Referência: Novais, Rafael. Direito tributário facilitado / Rafael Novais. – 3. ed. rev.,
atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018, p. 352.
Destacamos.

83. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA, de acordo com o


CTN.
I – O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à
restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu
pagamento, ressalvadas as disposições do CTN.
II – A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do
respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido
referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este
expressamente autorizado a recebê-la.
III – A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da
decisão definitiva que a determinar.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – Correta. Art. 165, CTN: O sujeito passivo tem direito, independentemente de
prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade
do seu pagamento,ressalvado o disposto no § 4.º do artigo 162, nos seguintes casos:
I – cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em
face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do
fato gerador efetivamente ocorrido;
II – erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no
cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer
documento relativo ao pagamento;
III – reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.
II – Correta. Art. 166, CTN: A restituição de tributos que comportem, por sua
natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem
prove haver assumido referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro,
estar por este expressamente autorizado a recebê-la.
III – Correta. Art. 167, CTN: A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à
restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias,
salvo as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da
restituição.
Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em
julgado da decisão definitiva que a determinar.

84. Marque a alternativa INCORRETA a respeito da Administração Tributária.


a) A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos
respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou
específico, por lei ou convênio.
b) Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza,
regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de
esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida
em processo regular.
c) A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o
efeito de prova pré-constituída, sendo que a fluência de juros de mora não exclui,
para os efeitos legais, a liquidez do crédito.
d) A omissão de quaisquer dos requisitos legais, ou o erro a eles relativo, são
causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a
nulidade poderá ser sanada até a decisão definitiva, mediante substituição da
certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para
defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.
Gabarito: D
a) Correta, segundo o art. 199, CTN: A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a
fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma
estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio.
b) Correta, segundo o art. 201, CTN: Constitui dívida ativa tributária a proveniente de
crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa
competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por
decisão final proferida em processo regular.
c) Correta, segundo o art. 201, Parágrafo único, CTN: A fluência de juros de mora não
exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.
e
Art. 204, CTN - A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e
liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.
d) Incorreta, segundo o art. 203, CTN: A omissão de quaisquer dos requisitos previstos
no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do
processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a
decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao
sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá
versar sobre a parte modificada.

85. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – É legítima a incidência do imposto de transmissão "causa mortis" no inventário
por morte presumida.
II – Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a
homologação do juiz, incide o imposto de transmissão "causa mortis".
III – O imposto de transmissão "causa mortis" é devido pela alíquota vigente ao
tempo da abertura da sucessão.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I – Correta. De acordo com a Súmula 331-STF: É legítima a incidência do imposto de
transmissão "causa mortis" no inventário por morte presumida.
II – Incorreta. Nos termos da Súmula 115-STF: Sobre os honorários do advogado
contratado pelo inventariante, com a homologação do juiz, não incide o imposto de
transmissão "causa mortis".
III – Correta. De acordo com a Súmula 112-STF: O imposto de transmissão "causa
mortis" é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão.

DIREITO AMBIENTAL

86. Nos termos da Lei 6.938/81 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente),
compete ao CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente -, EXCETO:
a) Controlar a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio
ambiente.
b) Propor ao conselho de governo diretrizes para a política nacional do meio
ambiente.
c) Estabelecer normas e critérios para o licenciamento ambiental, mediante
proposta do IBAMA.
d) Deliberar sobre normas e padrões sobre o meio ambiente.
Gabarito: A
a) Incorreta, nos termos do art. 6º, inciso III, Lei 6.938/81: órgão central: a
Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de
planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política
nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;
b) Correta, segundo o art. 6º, II Lei 6.938/81: órgão consultivo e deliberativo: o
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar,
estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para
o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência,
sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;
c) Correta, segundo o art. 8º, Lei 6.938/81: Compete ao CONAMA: inciso I -
estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de
atividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e
supervisionado pelo IBAMA;
d) Correta, segundo o art. 6º, II Lei 6.938/81: órgão consultivo e deliberativo: o
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar,
estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para
o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência,
sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;

87. Não são de competência da União os licenciamentos ambientais de:


a) Empreendimentos desenvolvidos em dois ou mais estados.
b) Empreendimentos desenvolvidos no Brasil e em país limítrofe.
c) Empreendimentos desenvolvidos em todas as unidades de conservação federal.
d) Empreendimentos desenvolvidos em terras indígenas.
Gabarito: C
Segundo o art. 7º, LC 140/11: São ações administrativas da União:
(...)
XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na
zona econômica exclusiva;
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela
União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato
do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas,
conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e
dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em
qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de
Energia Nuclear (Cnen); ou
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de
proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de
porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento;

88. Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com a lei 12.651/12.


a) A CRA não pode ser emitida com base em vegetação nativa localizada em área
de RPPN instituída em sobreposição à Reserva Legal do imóvel.
b) A CRA não poderá ser emitida pelo órgão ambiental competente quando a
regeneração ou recomposição da área forem improváveis ou inviáveis.
c) A CRA será emitida pelo órgão competente do Sisnama em favor de proprietário
de imóvel incluído no CAR que mantenha área nas condições previstas na lei.
d) Não poderá ser instituída CRA da vegetação nativa que integra a Reserva Legal
na pequena propriedade ou posse rural familiar.
Gabarito: D
a) Correta, segundo o art. 44, § 2º, lei 12. 651/12: A CRA não pode ser emitida com
base em vegetação nativa localizada em área de RPPN instituída em sobreposição à
Reserva Legal do imóvel.
b) Correta, segundo o art. 46, § 2º, lei 12. 651/12: A CRA não poderá ser emitida pelo
órgão ambiental competente quando a regeneração ou recomposição da área forem
improváveis ou inviáveis.
c) Correta, segundo o art. 45, lei 12. 651/12: A CRA será emitida pelo órgão
competente do Sisnama em favor de proprietário de imóvel incluído no CAR que
mantenha área nas condições previstas no art. 44.
d) Incorreta, nos termos do art. 44, § 4º, lei 12. 651/12: Poderá ser instituída CRA da
vegetação nativa que integra a Reserva Legal dos imóveis a que se refere o inciso V do
art. 3o desta Lei.

89. Assinale a alternativa CORRETA nos termos da Lei que institui o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza.
a) O entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão
sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os
impactos negativos sobre a unidade é chamado de corredor ecológico.
b) Entende-se por plano de manejo o conjunto de métodos, procedimentos e
políticas que visem a proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas,
além da manutenção dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos
sistemas naturais.
c) Unidade de conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais, onde
há manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência
humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais.
d) Por diversidade biológica entende-se a variabilidade de organismos vivos de
todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres,
marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem
parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e
de ecossistemas.
Gabarito: D
Art. 2º, Lei 9.985/00. Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
Incisos:
a) XVIII - zona de amortecimento: o entorno de uma unidade de conservação, onde as
atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito
de minimizar os impactos negativos sobre a unidade; e
XIX - corredores ecológicos: porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando
unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento
da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas,
bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas
com extensão maior do que aquela das unidades individuais.
b) XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos
objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e
as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais,
inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade;
V - preservação: conjunto de métodos, procedimentos e políticas que visem a
proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção
dos processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais;
c) I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo
as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído
pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime
especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;
VI - proteção integral: manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por
interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais;
d) II - conservação da natureza: o manejo do uso humano da natureza,
compreendendo a preservação, a manutenção, a utilização sustentável, a restauração
e a recuperação do ambiente natural, para que possa produzir o maior benefício, em
bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de satisfazer as
necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos
seres vivos em geral;
VII - conservação in situ: conservação de ecossistemas e habitats naturais e a
manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies em seus meios naturais
e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham
desenvolvido suas propriedades características;
e) III - diversidade biológica: a variabilidade de organismos vivos de todas as origens,
compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros
ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte;
compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de
ecossistemas;

90. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A supressão de vegetação nativa para uso alternativo do solo, quando de
domínio público, dependerá do cadastramento do imóvel no CAR e de prévia
autorização do órgão estadual competente do Sisnama.
II – Nas áreas passíveis de uso alternativo do solo, a supressão de vegetação que
abrigue espécie da flora ou da fauna ameaçada de extinção, segundo lista oficial
publicada pelos órgãos federal ou estadual ou municipal do Sisnama, ou espécies
migratórias, dependerá da adoção de medidas compensatórias e mitigadoras que
assegurem a conservação da espécie.
III – Não é permitida a conversão de vegetação nativa para uso alternativo do solo
no imóvel rural que possuir área abandonada.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – Incorreta. Nos termos do art. 26, Lei 12.651/12: A supressão de vegetação nativa
para uso alternativo do solo, tanto de domínio público como de domínio privado,
dependerá do cadastramento do imóvel no CAR, de que trata o art. 29, e de prévia
autorização do órgão estadual competente do Sisnama.
II – Correta. Nos termos do art. 27, Lei 12.651/12: Nas áreas passíveis de uso
alternativo do solo, a supressão de vegetação que abrigue espécie da flora ou da
fauna ameaçada de extinção, segundo lista oficial publicada pelos órgãos federal ou
estadual ou municipal do Sisnama, ou espécies migratórias, dependerá da adoção de
medidas compensatórias e mitigadoras que assegurem a conservação da espécie.
III – Correta. Nos termos do art. 28, Lei 12.651/12: Não é permitida a conversão de
vegetação nativa para uso alternativo do solo no imóvel rural que possuir área
abandonada.

DIREITO ADMINISTRATIVO

91. De acordo com o artigo 37, caput, da Constituição Federal, a Administração


Pública obedecerá aos seguintes princípios:
a) De legalidade, moralidade, adequação social, responsabilidade pessoal e
publicidade.
b) De legalidade, publicidade, eficiência, presunção de inocência e adequação
social.
c) De legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
d) De legalidade, impessoalidade, presunção de inocência, eficiência e
intervenção mínima.
Gabarito: C
A) Incorreta. Os princípios da adequação social e responsabilidade pessoal fazem
parte dos princípios de Direito Penal e não abrangem a Administração Pública.
B) Incorreta. Os princípios da presunção de inocência e adequação social constituem
os princípios do Direto Penal e não da Administração Pública.
C) Correta. A Administração Pública, de acordo com o artigo 37 da Constituição
Federal, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.
D) Incorreta. Os princípios da presunção de inocência e intervenção mínima
pertencem ao Direito Penal e não fazem parte da Administração Pública.

92. A Administração Pública deve observar o princípio da eficiência. Assinale a


alternativa correta acerca do conceito deste princípio.
a) O princípio da eficiência diz respeito à Administração Pública praticar atos
somente previstos em lei.
b) De acordo com o princípio da eficiência, os atos administrativos devem ser
imparciais, sem quaisquer distinções, como privilégios ou discriminações.
c) Conforme observa-se no princípio da eficiência, o administrador público, no
exercício de sua função, deverá agir de acordo com os padrões éticos exigidos pela
sociedade, como honestidade e boa-fé.
d) O princípio da eficiência determina que o administrador público deve sempre
cumprir suas competências da forma mais eficiente possível, visando atingir
melhores resultados práticos e gerar menos desperdício.
Gabarito: D
A) Incorreta. A alternativa está incorreta pois é o princípio da legalidade que
determinada que a Administração Pública deve praticar ato somente previstos em lei.
B) Incorreta. O conceito trazido pela alternativa diz respeito ao princípio da
impessoalidade.
C) Incorreta. É de acordo com o princípio da moralidade que o administrador público
deverá agir conforme os padrões éticos.
d) Correta. A alternativa está de acordo com o conceito do principio da eficiência.

93. Com base na função pública, assinale a alternativa correta.


a) De acordo com o artigo 37, inciso IX, um dos requisitos que a função pública
deve atender é a contratação por tempo indeterminado.
b) Na função pública, os agentes públicos não podem desempenhar a função
temporária ou de confiança.
c) A função pública é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um agente público.
d) A função pública é o conjunto de atribuições destinadas aos agentes públicos a
fim de atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.
Gabarito: D
A) Incorreta. De acordo com o artigo 37, inciso IX, da Constituição Federal, a
contratação do agente público deverá ser por tempo determinado.
B) Incorreta. Na função pública, os agentes públicos podem desempenhar a função
temporária (período determinado de tempo) ou a função de confiança (servidores
públicos de cargos efetivos que passam a exercer atividades de direção chefia e
assessoramento).
C) Incorreta. Este conceito na verdade pertence ao cargo público, previsto no artigo
3º da Lei 8.112/90.
D) Correta. A alternativa está de acordo com o artigo 1º da Lei 8.745/93 e artigo 37,
inciso IX, da Constituição Federal.
94. Com base na lei 8.666/93, pode-se afirmar que a licitação possui uma
modalidade denominada de pregão. Assinale a alternativa correta inerente ao
conceito desta modalidade.
a) Consiste na venda de bens pelo poder público para aquele que ofertar maior
preço, seja um bem inservível, apreendido ou penhorado.
b) Direcionada somente para licitantes cadastrados no órgão ou que se cadastram
em até 3 dias antes da data marcada para o recebimento das propostas, atendendo
a todos os requisitos exigidos para o cadastramento.
c) Direcionada para licitantes que forem convidados, independentemente de
cadastro, sendo, no mínimo, 3 convidados, com instrumento convocatório afixado
em local apropriado.
d) Consiste na contratação de bens e serviços comuns, preferencialmente na
forma eletrônica, disputadas através de lances sucessivos.
Gabarito: D
A) Incorreta. A alternativa está incorreta pois trata-se da modalidade de licitação
denominada leilão.
B) Incorreta. A alternativa está incorreta pois trata-se da modalidade de licitação
denominada tomada de preços.
C) Incorreta. A alternativa está incorreta pois trata-se da modalidade de licitação
denominada convite.
d) Correta. A alternativa está correta pois trata-se do conceito da modalidade de
licitação denominada pregão.

95. De acordo com o Capítulo III (artigos 98 a 103) do Código Civil que dispõe
sobre os bens públicos, estes classificam-se quanto à destinação como:
a) Uso comum: bens de uso comum do povo, como rios, mares, estradas, ruas e
praças.
b) Uso especial: bens de uso especial, como edifícios ou terrenos que não são
destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
territorial ou municipal.
c) Dominicais: constituem o patrimônio das pessoas físicas de direito privado.
d) Uso especial: são bens alienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na
forma que a lei determinar.
Gabarito: A
A) Correta. A alternativa está de acordo com o artigo 99, inciso I, do Código Civil.
B) Incorreta. A alternativa está incorreta pois os bens públicos de uso especial são
aqueles destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,
territorial ou municipal, conforme disposto no artigo 99, inciso II, do Código Civil.
C) Incorreta. Nos termos do artigo 99, inciso III, do Código Civil, os bens públicos
dominicais constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público.
D) Incorreta. De acordo com o artigo 100 do Código Civil, os bens de uso especial são
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei
determinar.
96. De acordo com o entendimento sumulado pelos Tribunais Superiores, assinale
a alternativa CORRETA.
a) Não é necessária prévia autorização do Presidente da República para
desapropriação, pelos Estados, de empresa de energia elétrica.
b) Na desapropriação, cabe a atualização monetária, ainda que por mais de uma
vez, independente do decurso de prazo superior a um ano entre o cálculo e o
efetivo pagamento da indenização.
c) Na indenização por desapropriação não se incluem honorários do advogado do
expropriado
d) Os juros compensatórios, na desapropriação indireta, incidem a partir da
citação, calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.
Gabarito: B
a) Incorreta, segundo a Súmula 157, STF: É necessária prévia autorização do
Presidente da República para desapropriação, pelos Estados, de empresa de energia
elétrica.
b) Correta, nos termos da Súmula 67, STJ: Na desapropriação, cabe a atualização
monetária, ainda que por mais de uma vez, independente do decurso de prazo
superior a um ano entre o cálculo e o efetivo pagamento da indenização.
c) Incorreta, segundo a Súmula 378, STF: Na indenização por desapropriação incluem-
se honorários do advogado do expropriado
d) Incorreta, segundo a Súmula 114, STJ: Os juros compensatórios, na desapropriação
indireta, incidem a partir da ocupação, calculados sobre o valor da indenização,
corrigido monetariamente.

97. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A desapropriação é procedimento de competência privativa do Poder Público e,
como tal, não comporta a delegação de qualquer de seus atos a agentes privados.
II – Os juros compensatórios, na desapropriação direta, incidem a partir da imissão
na posse, calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.
III – Não contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Dl. 3.365/41 (Lei da
Desapropriação por utilidade pública).
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – Incorreta. Comporta delegação. Segundo a doutrina:
A competência executória significa a atribuição para promover a desapropriação, ou
seja, para adotar todas as medidas e exercer as atividades que venham a conduzir à
efetiva transferência da propriedade. Essa competência se inicia pela negociação com
o proprietário e estende-se até a finalização do processo judicial expropriatório,
após a propositura da respectiva ação. Em outras palavras, promover a
desapropriação tem o sentido de legitimidade para sua propositura, vale dizer, a
legitimatio ad causam para a mesma ação.
A lei geral expropriatória refere-se a tal legitimação no art. 3º, que dispõe o
seguinte: “Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráter
público ou que exerçam funções delegadas de poder público poderão promover
desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou contrato”.
Antes de qualquer comentário, cabe destacar a aplicação aqui do axioma de que
quem pode o mais pode o menos. Com efeito, as pessoas que têm legitimidade para
declarar a utilidade pública podem promover a desapropriação; a execução é
consectária da declaração. Assim, por exemplo, um Estado pode proceder à
declaração e ele mesmo ajuizar a ação expropriatória, tendo, pois, dupla
legitimação.
Os legitimados do art. 3º, todavia, têm somente legitimidade para executar a
desapropriação, mas não possuem a competência declaratória, ou seja, não podem
declarar a utilidade pública.
Resulta que, para promover a ação, dependem da declaração de utilidade firmada
por alguma das entidades legitimadas. Por tal motivo, a competência executória
pode classificar-se em: 1º) competência incondicionada, aquela não sujeita a
condição e atribuída aos entes federativos e, por exceção, a algumas pessoas
administrativas, como vimos; 2º) competência condicionada, aquela que depende de
declaração de utilidade de outra entidade e de autorização expressa de lei ou
contrato, como é o caso dos entes mencionados no referido dispositivo.
Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de direito administrativo. – 32. ed. rev.,
atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2018, p.974.
II – Correta. Segundo o enunciado da Súmula 113-STJ: Os juros compensatórios, na
desapropriação direta, incidem a partir da imissão na posse, calculados sobre o valor
da indenização, corrigido monetariamente.
III – Correta. segundo o enunciado da Súmula 652-STF: Não contraria a Constituição o
art. 15, § 1º, do Dl. 3.365/41 (Lei da Desapropriação por utilidade pública)

98. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O servidor público não tem direito adquirido de manter o regime jurídico
existente no momento em que ingressou no serviço público.
II – As mudanças no regime jurídico do servidor não podem reduzir a sua
remuneração, considerando que o art. 37, XV, da CF/88 assegura o princípio da
irredutibilidade dos vencimentos.
III – A Administração Pública não pode, sob a simples alegação de insuficiência de
servidores em determinada unidade, designar servidor para o exercício de
atribuições diversas daquelas referentes ao cargo para o qual fora nomeado após
aprovação em concurso.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I e II – CORRETAS. Segundo decisão do STF:
EMENTA Recurso extraordinário. Repercussão geral reconhecida. Servidor público.
Odontologistas da rede pública. Aumento da jornada de trabalho sem a
correspondente retribuição remuneratória. Desrespeito ao princípio constitucional da
irredutibilidade de vencimentos. 1. O assunto corresponde ao Tema nº 514 da Gestão
por Temas da Repercussão Geral do portal do Supremo Tribunal Federal na internet e
está assim descrito: “aumento da carga horária de servidores públicos, por meio de
norma estadual, sem a devida contraprestação remuneratória”. 2. Conforme a
reiterada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, não tem o servidor público
direito adquirido a regime jurídico remuneratório, exceto se da alteração legal
decorrer redução de seus rendimentos, que é a hipótese dos autos. 3. A violação da
garantia da irredutibilidade de vencimentos pressupõe a redução direta dos
estipêndios funcionais pela diminuição pura e simples do valor nominal do total da
remuneração ou pelo decréscimo do valor do salário-hora, seja pela redução da
jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária, seja pelo
aumento da jornada de trabalho sem a correspondente retribuição remuneratória. 4.
Não há divergência, nos autos, quanto ao fato de que os odontologistas da rede
pública vinham exercendo jornada de trabalho de 20 horas semanais, em respeito às
regras que incidiam quando das suas respectivas investiduras, tendo sido compelidos,
pelo Decreto estadual nº 4.345/2005 do Paraná, a cumprir jornada de 40 horas
semanais sem acréscimo remuneratório e, ainda, sob pena de virem a sofrer as
sanções previstas na Lei estadual nº 6.174/70. 5. No caso, houve inegável redução de
vencimentos, tendo em vista a ausência de previsão de pagamento pelo aumento da
carga horária de trabalho, o que se mostra inadmissível, em razão do disposto no art.
37, inciso XV, da Constituição Federal. 6. Recurso extraordinário provido para se
declarar a parcial inconstitucionalidade do § 1º do art. 1º do Decreto estadual nº
4.345, de 14 de fevereiro de 2005, do Estado do Paraná, sem redução do texto, e,
diante da necessidade de que sejam apreciados os demais pleitos formulados na
exordial, para se determinar que nova sentença seja prolatada após a produção de
provas que foi requerida pelas partes. 7. Reafirmada a jurisprudência da Corte e
fixadas as seguintes teses jurídicas: i) a ampliação de jornada de trabalho sem
alteração da remuneração do servidor consiste em violação da regra constitucional da
irredutibilidade de vencimentos; ii) no caso concreto, o § 1º do art. 1º do Decreto
estadual nº 4.345, de 14 de fevereiro de 2005, do Estado do Paraná não se aplica aos
servidores elencados em seu caput que, antes de sua edição, estavam legitimamente
submetidos a carga horária semanal inferior a quarenta horas. (ARE 660010,
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 30/10/2014, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-032 DIVULG 18-02-2015 PUBLIC 19-
02-2015)
JORNADA – ATO JURÍDICO PERFEITO E ACABADO – CLÁUSULA PÉTREA. Ante a existência
de situação jurídica aperfeiçoada, descabe modificar, em prejuízo do servidor, a
jornada de trabalho.
(MS 25875, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 09/10/2014,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-246 DIVULG 15-12-2014 PUBLIC 16-12-2014)
III – CORRETA. De acordo com o STJ:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE
SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. EXERCÍCIO DE ATIVIDADES DISTINTAS DO
CARGO DE ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO. ILEGALIDADE. RECURSO EM MANDADO DE
SEGURANÇA PROVIDO. 1. O administrador deve agir de acordo com o que estiver
expresso em lei, devendo designar cada servidor para exercer as atividades que
correspondam àquelas legalmente previstas. 2. Apenas em circunstâncias
excepcionais previstas em lei poderá o servidor público desempenhar atividade
diversa daquela pertinente ao seu cargo. 3. Apesar da alegação do recorrido,
referente ao número insuficiente de servidores na Contadoria Judicial, não é
admissível que o recorrente exerça atribuições de um cargo tendo sido nomeado para
outro, para o qual fora aprovado por meio de concurso público. 4. Recurso em
mandado de segurança provido. (RMS 37.248/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/08/2013, DJe 04/09/2013)

99. Assinale a alternativa correta acerca dos atos de improbidade administrativa


que importam enriquecimento ilícito.
a) Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito
recusar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento
para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público,
durante a atividade.
b) Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito
adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à
evolução do patrimônio ou à renda do agente público.
c) Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito
recursar vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente,
para omitir ato de oficio, providencia ou declaração a que esteja obrigado.
d) Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito
deixar de incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas
ou valores integrantes do acervo patrimonial ou declaração a que esteja obrigado.
Gabarito: B
A) Incorreta. De acordo com o artigo 9º, inciso VIII, da Lei 8.429/92, configura
enriquecimento ilícito aceitar emprego comissão ou exercer atividade de consultoria
ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser
atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
público, durante a atividade.
B) Correta. A alternativa está de acordo com o artigo 9º, inciso VII, da Lei 8.429/92.
C) Incorreta. Segundo o artigo 9º, inciso X, da Lei 8.429/92, configura enriquecimento
ilícito receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente,
para omitir ato de oficio, providencia ou declaração a que esteja obrigado.
D) Incorreta. Configura enriquecimento ilícito incorporar, por qualquer forma, ao seu
patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial ou
declaração a que esteja obrigado, conforme artigo 9º, inciso XI, da Lei 8.429/92.
100. Assinale a alternativa correta acerca dos atos de improbidade administrativa
que causam prejuízo ao erário.
a) Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário deixar de
agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz
respeito à conservação do patrimônio público.
b) Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário celebrar
parcerias da administração pública com entidades privadas mesmo com a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie.
c) Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário impedir
que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante
celebração de parcerias.
d) Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário celebrar
contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na
lei.
Gabarito: D
A) Incorreta. Conforme artigo 10, inciso X, da Lei 8.429/92, configura ato que causa
lesão ao erário agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como
no que diz respeito à conservação do patrimônio público.
B) Incorreta. Configura ato que causa lesão ao erário celebrar parcerias da
administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie, de acordo com o artigo 10, inciso XVIII,
da Lei 8.429/92.
C) Incorreta. Segundo o artigo 10, inciso XVII, da Lei 8.429/92, configura ato que
causa lesão ao erário permitir que pessoa física ou jurídica privada utilize bens,
rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade
privada mediante celebração de parcerias.
D) Correta. A alternativa está de acordo com o artigo 10, inciso XVII, da Lei 8.429/92

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