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a VAIO Ana Isabel Sani (Coord.) TEMAS REALIDADES E ERESPOSTAS SO} Este lier ALMEDINA ‘TEMAS EM VITIMOLOGIA: REALIDADES EMERGENTES NA VITIMAGAO ERESPOSTAS SOCIAIS ECIGOES ALMEDI vwowalmedinanet- edad es Fm. ‘Tenas de vntmoloys el reposts satay coord 190N970.972-40-4518- ent = CHALSGAG Rs FUREICATTO vesenergeones a vimagso nl Sin. (Psicologia) 1 -SANI, Anabel Manag, 173 cou 1899 368 INTRODUGAO A preocupagio pela vitima de crime, o seu estaxuto, a sua p cenirlo criminal, na reslizagio da Justica, na compreensio da re advém de wim passado recente de poucas décadas, so longo das q sivel frmar-se cientificamente a disciplina de Vitimologia. O coahecimento do campo de estudo, através da investigagio aplicada e da intervengao em problemétices de vitimagio de vsiblidade e carseteristicas diversas, tem sido fonte de incentivo pars mudangas importantes, entre outras, legislativas e de cari interventivo. ‘Nornosso pais, o debate t2dricoem torno de slgurstemasé ainda uma neces- sidade, até porque, por questdes culturas, tem sido algo lenta a proliferagio de conixecimentovitimolégico a todasas franjas da socidade. Temos vindo a perce- ‘ber 9 quit diversos si0 05 ricos de vitimacao, como diferentemente estio estes, dlistibuidos atendendoa pessoas ea contextos e com> é diftll predizer, prevent encetar mudangas promotoras de priticas 20 servigo da vitima.. 0 presente livro pretenée trazer ao debate actual alguns temas de vsiili- dade ainda reduaida face & magnitude das preocupsoBes inerentes a cada um, Os temas aqui traados resukantes, em muito, da investigaglo des lmplementagio de priticas drigidas ao acompanhamento e melhor na abrangénciade .ento institucional ou simplesmente societal, mereceram particular 0 opuos'sozmts sop ontop sued weviodkuen so anb apepzaqe] x2 opuenb sosnjor sop Enarqeq pis ap oxoTu0o op word yeuoisiid emaqnacns ex sopessasqo soi2adse sop sous anb enatioe (2u6r ‘hassorr my wa ‘od5r tau So yepou worries) _,ovSeuodus ap ofppow,ow109 opi3jex‘ojppousopunias Q eplsajaqesss wap:0 ‘enaoo (snow 3's) stanasjoa saptoe venues pod anb euoistdearajnoqns ‘a epepuny ‘spepoprepros ap apna Buin Jonb miuaurexsontot9 op sagteatrd se orauaqis wa opuayos 3 audoad ys 190s op ry osnjoox op exstTenplaspuropSysod ‘exon ‘opurSuojau opsy-d ep onssaudo 3 oupuraoy osad o emataae‘(gSér ‘sods {9961/1961 'weeayo “a jepou uoyvsidep) ,ovseatsd ep ojapows, otz09 2pts2}21 ‘oajounad o “osspd wu waugjam ep orbenyheo 9p sooti9an sopepour septs sop sopeoqriap! os ‘eajs7[9 eafSolourums exaesaiy, © Wo9 Ops03E ap “apepzaqgy ato opuenb jenaiqey 98 9 2389 ap opour op opstrd ett opbaposcas ‘eum. py ‘opow ozmno apouc “esnepp ¢ apepreqy ep wressed opuenb soxpyaypu soyynut 9p sopmine 2 soysaureueduroo ap apepinupluoo v sexeisu09 © opus Ue) (gg6x ‘ouodzog 7 jour S6q6r'smepy HDI, Pg6t Keni gor ‘sayeSO “o) opsnd yoxbradepe e axgos soprasa so‘ossp wary “twenSyzede apepissaase ap sagsojda se 9s sose soxinur wa anb sogsuat taf SoWaWHAOU Shas 7 2}, 09 08 2 seossod sep spepiaqy © 220129 o8 anb yf 'epupforA ap tiopepoustod ‘owsouiis wa ogstid » sapaeoa muon ens wp asass099p 9 ope] ann» 0g -sopeal sep spre sourentiooua s:uauzouuenboxysjeus an suossad sesso ons q “efp-2-epp op seunaiqoud ap orSnyesos eu syerouarajerd sofpresisa ‘ouroo orSeqndrunt sp :eiug[on ep osn.09 9pypapos tro opr ep semnsOx Sead > sa seed onadsarsop cojups9 nas 09 stemsos-nue sapepreuosiod se fo325s9 Oo ezpoiser ono ‘or4)3¢1-apepaysos e thos socuyorA saza4 sod asoxpsoAASTEN soatiouizuoroejor ura Wera,joato as exaMo ap ro Puzo} vumn ap an sonpyAspUE obudsa nas op onuap su09 9 [ouorsiad oxSimnsut ep sorashs=p sop wi. OvSNGOUINT [REALIDADES EMENGENTES Na VITUAAGKO Segundo Bowker (1982), podemos dividir a vitimagio prisionsl er fisey (que inclui a sexual), psicologica, econdmica e social. Tendo presente que esta lidade jé que, por exemplo, é muito proviys! ejaconcomnitente a qualquer uma das outa, imag a por ama questio de organizacdo da informacio, Pir ald de-um destaque particule dado a vitimagio sexutl, referiremos posteriommente easo da auto-vitimacéo. 14. Vitimagio fisica Incluem-se nesta categoria todos os ipos de agresso is acha-se impocente para fizer algo porque é multasvezes opréprio sgredido que fo refere quem foi oagressor ou agressores, commedo de futurasrepresdias ou eicada abaixo" ou “nfo me lembrei que a porta ds cela estava abertae fui com yo relativamente frequentes,fcando as causas da agressio por esc as razdes que estio mais directamente sobretudo a ver com 1) a cbtengio de um estatuto mais levado na hierarqui sional ou com 2) demonstragGes de masculinidade, que em ambos os. actiagio de uma reputagio de lider duro e feros. Assi, no caso da e de dividas originadas pelo consumo de drogas 03 outro géacto de prodates, a agressio represents um sviso para o proprio e pera os pares das consequéncas do nao cumprimento dos compromissos. Contuco, a agressio pode ainds sro 3) resultado de uma resposta a uma provocegio 01 a outra agressio de que se foi avo, Tal como nota Bowler (1982, p. 64), “os prisioneiras que atingem notorie- dade como brighes tem muito menor probabilidide de serem atacados do que aqueles que aparentam recearos confit abertos". Porém, nio énecessirio estar constantemente envolyido em [utas para que ess notoriedade surja, Basta aqul eali ser relerbrado por se submetem a trococe proteccio face outrosrecluscs) ou oacessoamelhores condighes de alojamento Celular, de ocupacio profissioral, de actividades recreativas ou programas de tei- almente, 6) sere considerado como perigoso e temido pela popi- |, pode ser uma estratégia, consciente ounto, que vise uma tomaca, fa Direcgao da fristo, por exemplo, no sentido de providencise a ste, uma recomendagio para usuiruir de medidas flexbilizadoras da pena de prisio (eg, Bower, -082) Sem ser novidade para ningsém, percebe-se que a giande fonte de confitosemt meio orisional gir volta come: 10 da droge. Contudo, seja porreccio de epresélia por parce do trficantes sea pela incapacidade do pessoa! vigtlane para pér cobro a tais actos, a extensio de cifras negras nesta rubrice nas estats- tias prisionais, continuari provavelmente a ser alta (e.g, Wolf & Shi, 2009) 112, Vitimagao sexual ‘Avikimago sexual entre re:lusos consitul um tipo particular de agressio isica que, aio obstante os esforgosteitas pelo staf de cada sstabelecimento prisienal para a sua erradicagio, continua a persist em todos os sistemas de encarcera- ment (ef, Alarid, 2000; Bowker, 1982; Dumond, 2000; Strackman-Joknson & Seruckman-Johnson, 2000; Wooden & Parker, 982). sua permanéncis é, em ‘boa parte, explicaca pelas carnctersticas da sexualidade na pristo (e.g, auséncia prolongada de contactos seauais normais), mas também radia na existéncia de cendigbes ambientais defcientes (e.g, sobrelotacio, deficiente vigiléncia e controle exercido sobre os reciusos) e natralmente nos indices de agressvidade ppredat6ria presentes em muitos reclusos. De acordo com viriosestudos oriundos dos EUA, a taxa de prevaléncta de actos de coacgio e violencia sexual nas pistes varia entre ag a 25% para os homens detidos e 5a 10% das mulheres em igeal situagSo (cf, Alarid, 2000; Seruckman-Johnson & Struckman-Jobnsoa, 20C0; Virios autores (e.g, Bowker, 1982; Dumond, 2000), enumeram um de varidveis identificadcras dos individuos com maior grau de vulnerabi staques sexuais: 1) ser um recluso jovem e inexperiente; 2) ter pequend estatury 2 fraca compleigio fisicg 3) ser portador de deficiénciasisicas cu menta 2 gangs 6) set conhecidopela sua homossexualichde ou por exibir compo: :08 efeminados; 7) estat condenedo por crimes sexuais; 8) ter violad a c os reclusos, scr delato: ou “chibs comunidade rech da agressfio sexual. Ainds assim, Wolf, Blitz e Shi (2007) demonstraram quea axa de vitimagio sexutl de presos portadores de perturbagOes ments ¢ de {para 12 enquanto quenos reclusos sem pereurbaghes mentais& de 1 para 33. Existe cambém evidénea de que as agressbes sexuais possam ter como panade fundo a demonstragio da superioridade racial por parte dos negros emrelagto 4s outras ragas (eg,, Bowker, 1982; Dumond, 2000). Contudo, mais ecente- mente, Wolff, Shi e Blitz (2008), « partir do extudo de uma amostra de cerca Je 7.000 reclusos, referem que a raga apenas seré um factor periférico na motivagao para a agresido, sobretudo a inicial, sendo atribuide mais peso as zaracteristicas especifics do agressore da vitina. Finalmente,e ainda no plano os relacionamentos sexuais na prisfo, deparamo-nos coma constituigfo apa- rentemente “expontinea” de “casais” de reclusos em que um (geralmente mis velho e com estatuto de lider prisional) funciona como “protector” do mais, novo (geralmente bastante jovem e com um passado de institucionakacdes 2enquanto menor) que assim se submeze a esta relagao e com isso evita ser alvo de “ataques" por parte de outros presos (eg, Sykes, 1958). Neste caso jd iio se poders felar de vitimagio mas sim de uma telacio consentida, se bem que no é muito claro se esse consentimento nao é, afinal, um compromso por patte da vitima para evitar males maiores. ‘Nao serd aqui o luga- para dissertar pormenorizadamente acerca do: efeitos negativos deste tipo particular de agressio, Toda iado,asua prevalénets e1cifta negra que lhe est somo no caso da agresifo fisica, muitos reclusos nfo denunciam os staqu: de esquem: dela decortem (eg, risco de doengas sexualmente transmissiveis, disfungSes ‘rMagio NA PRIS/O sesusis, desordem de stress pés-traumitica, depressto, ideagto suicida, etc) (@4»Dumond & Dumond, 2002; Struckman Johnson & Struckman-Johnson, 2008; Tach, 1992). Taleomo piraqualquer vitima de umaagressio,cmaisdo que qualquer outa gress fisie, a agresio exal na pris éaquela que com grande certesa, detxar\ as squclas mas profundase duradourcsnassua viimas podendo, por is, ser consideradaa mals aunatizane (cf, Alarid, 2000; Dumond, 200°). [esi sentido, importa saber ce que forma o staff avainoscontactos sexusis ene cosreclusos. Assim, num estudo feito com guardas provenientes de virias prisbes racionts, Coelho ¢ Goncalves(2o10) encontsaram que a mioria dos guardas tem consciéncia da existéncia de cemtactos sexuals entre os pesos, demonstrandowma, atitude favorivel sua prevengio, nomesdamentesetuis contactossioforcados. ‘Além disso, verlicou-se que a idade, a experineia profissional, a escolaridade ‘ou 0 ximero de prisdes onde tinham prestado servigo, nio afectavam o tipo de stitudes expressas pelos guards, Adicionalmente, gucrdas que supervisionavam prescsde todo otipo de crimes demonstraram atinudesmalsfavordveisem relagi 4 prevengio de contactos sexcaisentre press, sobrertdo nos caso de vtimagéo. [Esteselementos poderio sjudar na eonfiguragio do tein eformagio do pesseal penitenctirfo em torno desta questGes. 13. Vitimagio psicolégica ‘Avitimago pstcoldgia ser, entre todas, a mais zomumm nas prisdes € quicé a mais ignorads. De facto, muita dela repousa directamente na fo dos regulamentos da prisio (e.g, andar fardaco, ser con ‘mimero em vezde um nome,ter2 correspondéncia wgiada, ser revistado, etc.) ppodendo mesmo dizer-se que estariam sob a algadadas “mortificagdes do eu” de que falava Goffman (1986/1961). Contudo, mutes outras podem ter em caricter mais subtil ~ eg, ser mudado de cela ou ser afastado dos habitasis ‘companheiro(s) de cela ~ eu ainda assumir formas bastante distorcidas de percepctonar realidad prsional e.g ser induzido a agredir outros reclusos ow a afrontar 0 staf, sob a convicga0 de que essa éa (nica maneira de se conse~ sir algo dentro da prisio o1 mesmo de sobreviver intra-muros), geralmente a mando de terceiros, nomesdamente reclusos maisinteligentes ¢ persuasivos que se descacam na liderangs da comunidade recluféa (e4,, Irwin, 970, Irvin & Cressey, 1962; Sykes, 1958). ‘Uma das formas mais eficizes de vitimagio psicoldgica na prisio éo espalhar de mores com o objectiva ce poi em causa. a reputacio do recluso.Sdo partie larmente “efieazes” aqueles que envolvem conotagées relativas homossexuali- dade, i quebra do cBdigo prsional (ser delator, ser “chibo”) ow Ginalmente estar concenado por um crime sextal (O'Donnel & Edgar,1998). Maisrecentemerte, [REALIDADES EMERGENTIS NA VITIMAGKO ‘eindependentementeda sua veracidade, areferéncia a0 facto de se sex de dosnga infect-contagios eva dead loge seatimentase compartment, conducentes & estigmatizagio ¢ 0 isolamento soctal do recluso. Com alguina proximidade com esta problemméticaestZo todes as informagbes ou opinides que ‘possam ser emitidas a propésito de familia de recluso ¢ especialmente da fe lidade do seu parceiro(a). A vitimagio psicol6gica tende a aumentar medida ‘que rareiant as visitas, a correspondéncise os telefonemas, que contrituem para sssegurar ao recluso que a familia e nomeadamente os filhos estio bem que 9 seu parceiro ou parceira nao Ihe ¢ infel. Baste lembrar, para quem trabalha nas prisdes, os estados de rnsiedade ou depressio evidenciados pelosrechuos depols de un fim-de-semana sem visitas (quando elas eram esperadas) ou decorrentes dda auséncia de noticias durante virios dias. Também se pode aqui 0s estrangeiros estarfo ainda numa situagio de maior vvulnerabilidade que contribui para acentuar entimentos de desesperanga que esto entre os factores de risco mais importantes para o suicidio (eg, Liebling, 12007; Moreira, 2010). Do ponto de vista do agressor, a cagemem optar pela vit -aquela naa ser em geral dirextamente ‘am escrutinio de apurariento das comportar-se de uma forma mais descuidada, esquecendo-se por ex2 pedir para fechar a cela¢ assim permitindo que esta seja mais failmente assa ‘ada, tendem a descuri sua prépriaseguranga, no sentido em que nfo cuidam de precaver-se contra cventuais ataques sexuais ¢, fnalmente, tomani-se mais ‘ulneriveisaoaliciamenco para se envolverem em comportamentos transgressvas ‘ou “esquemas” ilegais, 1.4. Vitimagio econémica ‘Como qualquer sistema, a prisio tem subjacente ums vertente esonémica ccuja principal funcio€ a gestio dos bens, logisticos e humanos que Ihe esta0 confiados e que, numa légica de sistema aberto, tende para um equi centre aquilo que recebe do exterior e aquils que transforma e predur. pa esse mesmo excerlor (cf, Gongalves, 2002). Mas paralelamente a esca “gestio cortente” existe uma outra que assenta naturalmente nas redes inforais eo ‘cédigo prisional dos reclusos. tal como aquela também esta tem porbasea lei da oferta eda procura, $6 que em moldes basante mais extremados, porque a procura ~sobretudo em relagao a determinadas bens, com a droga aocupar 0 VITIMAGKO NA ORISA primero posto - desproporcionada em relagio & fqunndo Se quer algo que ago se tem ou é proibido ter, ndo é preciso muito pst se estar sob uma qualquer forma de vitimagioecondmica na prisfo, Eesta pssime varias vertentes: empréstimos, dividas de jogo, subida aceatuads do prego do produto no espago que medeis 2 encomenda da entrega xa dejuro ‘evel em fungio do humor ou disposigdo do credo furtos, roubos, extorsio, cobranga de prosecgio, troca deliberada dos produtos “encomendados”,¢ até ‘ano entrega dos produtos mesmo depois de pags. De novo, o produto mais, ‘obigado c transaccionado ¢a droga, cujo valorintre-murosé muito mais elevado inexperientes “caem” com frequéncia em clladas relicio- alas com potenciais beneficios do empréstimo de bens ou dinheir,jé que s6 ahora de pagar é que verlicam o verdadeiro valor da divi, Isto € tanto ais drumitioo quanto oreclusodevedorégeralmente desconhecedor da escalada dos josa que €sujeltaa sua dvida ses atrasa no moneento que foi aprazado para o ‘puamento, Canfiontada coma impossibilidade de satisfizer os compromissisdo recor nfo resta multo mas a vitima sendo submeterse as exigencies daquele, ‘que podem ser de ordem sexual ou para a exccugicde outras actividades ie como por exemplo servi de “corzeio” ou “hospedeiro® da droga. Em mai ‘exis os zeclusos so isicanente agredidos ou at€ nortos para assim servirem de xemplo 20s outros pelo que, indizectamente, a viimagfo econémica contribui para o aumento da viimocto sia, ‘Esta forma de vtimagio prisional, ue poderemos considerar como a mais antiga pois decorre como js dissemes do designio empresaral que prisio com pert, requer geralmente ume organizagio com alzum grou de sofistcagio que cia Sob a forma de rede com elementos em virios pontos-chave, sendo virtual> ‘mente imposs(vel subsist através de um funcionsmenco unipessoal. O poder quea droga tet wrisdo 2romove este tipo de redes (e.g,, Valverde,1997) que, por sua ver, geram a cobigq. de grupos rivais.Assin sendo, podem sucedet com alguma frequénciacentatias de “assalo” a ess rede por parte de grupos rivais, dlesejosos de acer ao poier que ela detém, Taisdtuagées tém ainda tendncia 4 wumentar quando estiom miesma prisioindividuos perencentes a uma mesma ‘organizagio ou gong criminoso, que procurario nauralmente controlar as edes do poder informal 1.5 Vitimagio social Este tipo de vitimagio pretende sbarcar as situngSes em que se podem iden- ticar acg8es que emboradisigas contra individuos em particular, obedecemn contudo a uma légica de grupo, onde sio pontos dercferéncia as questées recicis, EALIDADES EMERGENTES NA VITIMAGHO tipo de crime cometido (eg, abuso sexual de menores), a integracto emgangs ‘012 origemy/pertenga a certos espagos urbanos (¢.,“bairros”). Assim, nio seg ‘kiana de uma agressto por causa de ums rao clarae defini (por exemplo, ua vida nlo saldada), mas sim porque se é simpatizante de determinado grupo ou sc cxibem pegasde roupaou quaisquer artefactossusceptiveis de identificsruma pertenga social ou grupal Em termos socias,identficarmo-nos como apctantes ouelementos de um detemminado grupo, facilita aapropriagio dem sentinento colectivo ¢ reforge lagos de coesto. Por outro lado, impele-nos & perticipagio e obediéncia aos rituais do grupo, oque leva aque diicilmente nos possamos vastar desse grupo mesmo que indo concordemos com a sua postura. Dito de outro odo, a insercio neste tipo de grupos, de nacureza fechads e auto-refere inevitavelmente sinénimo de um envolvimento cada vea maior em ac anti-socfais,o que nos conduz &clissca nocéo da pristo enquanto escola doctime cereforgadora de uma ideatidade criminal De todos os tos de ritimagio que referimos, esta ¢ aquela gue tem oaraga (ef, Irwin, 1970), actualmente prevalece se criminais mais ou menos organizados. Contudo, com (€,, Wolff, Shi & Blitz, 2008), muita da vitimagio pristonal parece assentar em ividuais, relacionadas sobretudo com as caractersticas © 0 compor- ‘2. EXPLICAGOES PARA A VITIMAZAD PRISIONAL [No ponto anterior, eferencismos ainda que episodicamente algumas cas s1aBes apontadss para a existéncia de fendmenos de vitimagio pri as razées, radicam em muito em factores situacionais ¢ da sistémica prisional (eg, design arquitecténico, atitudes da vigilanci, sobrelotacio prisiond, etc.) ‘as também sio originados pelas caracteristicas anti-sociais da generalidade dos reclusos. Sem prejulzo daquelas, que allis retomaremos na parte final deste texto a propésito da intervengao sobre esta problematica, pareceu-nos acertado introduzir aqui uma explicitagdo directamente relacionads com o contibuto do bullying e da psicopatia enquanto factores explicativos do comportamento do agressor. Num segundo momento relevaremos algumas especificidades do comportamento das vitimas que acentuam a sua rulnerabilidade. vvermaagao Na resto sa. Bullying e psieopatia 0 fenémeno geralmente ecnhecido por bullying, tem vindo a conhecer ums atengio crescente por parte dos investigadores dada asia prevaléncia, nomeads- mente na populagio juvenil ¢ 10 contexto escolar (eg, Almeida, 2008). Vitios cstudasafloram também a sua ncidéncia no context frisional (eg, Beck,2992, 19945 Connel & Farrington, jeGurk & MeDougal, 1986}. Nos seus estudos pioneires, resultados provenientes de uma amosera de 2000 crlangasdo sexo masculino que frequentavam 0 6*.¢ 08 anos, verificando que, em mélis, 5% dos rapazes em cada grat escolar foram assinalados pelos professores como sendo bullies e ou:ro tanto como “vitimas", [Em tex posterior, 0 mesmo autor, revendo virlas inestigagGes, firms que 0 fendmeno bullying pode ser encarado como um componente de um padrio ma's gerl de desordem da conduts social, que envolveria actos anti-sociais e quebra deregras leis (Olweus, 1993}. “Alguns estudos sobre este fenémeno em meio prisional (e.g, Beck, 1992, 1994; McGurk & MeDougal, 686), acentuam a existéncia dereclusosvitimadores (entre7 210%) evitimados (ertre 19 25%), que dé auporte & hipérese de wrra diferenciagio de modalidadesde adaptacio & prsio, que provém igualmente ce carreras eriminais distintas. Connel e Farrington (1996), num estudo.com ofen- sotes ovens, encontram que esa proporgio subirla respectivamente, para 45% 1250, Esta diferenca de resultacos parece iro encontro‘los valores anteriormente aniinciados por Sykes (1958) que como jf vimos vias “Sociedade dos cativos” comoessencialme ier do ponto de vista Bisco quer psicaldgica. (Os estudos portugueses scbre bullying prisional so escassos. Pereira ¢ Gon salves (2007) desenvolveram uma investigagio com uma amostra constituida por ‘4g ueltos do sexo masculino que foram identificados como ofensores ou vitimes através da anilise dos processes de averiguagies. Assim, esta amostra encontra-se dividila em dois grupos: ofensores (n=25) ¢ vtimas (n= 24).Foram ainda iden- ‘ificados 7 sujeitos que foram inseridos no primeiro ouno segundo grupo, tenco ‘em conta se foram ofensores ou vtimas na primeira siuagio de conflio em que cestiveram envalvidos o que resultou,respectivamente, uma proporgio de 6 para 1. O principal objective do estudo era verificarscexistiets ou néodiferencas, quer 10 come bo Fenmene de alin. [EALIDADES EMBEGENTES NA ¥ 12s vartiveis socto-demogrificas quer nas juridien-penals, entre 05 dols grupes, sssumindo, por exermplona esteira da tipologia de Quay (1984), a existéncia de ‘uma assimetria bisica entre agressores e vitimas. (s resultados obtidos nfo deram suporte a esta hipstese, antes mosrandy ois grupos muito semelhantes. Tal resultado pode explicar-se, em part, pelo 1 reduzido das amostras, px jos estarem inscridos regional que por sis6 aprese fea diferente de u alberga reclusos teoricamente menos problemiticos e,finalment s ter feito uma andlise partir de informagio arquivada e nio direct ingueérito aos reclusos. Adicionalmente, porém, oestudo deu algumé interessantes para a prevengio do bullying na prisio, nomeadamente o facto dex snaloria des agressbes ocorrerem nas celas (33%) ca seguir nos corredores dasalas (24%), bem como nos dois periodos do dia em qu: os reclusos permanecem mii tempo abertos e sem estirem envolvidos em neahums ocupacio (eg, reriodo do almoco e final da tarde/fecho das celas) Finalmente, sio reférides como prin- Cipais motivos para a agiessio as provocagdes e os insultos (35%), seguidos de problemas de coabitagiona cela (23.5%). Em resumo, os autores nfo invalidara + assimetria entre agressores ¢ vitimas mas concsdem que a amostra reduzida e £s caracrerlsticas da dindmica prislonal podem ter condicionado os rest sendo por isso desejivel que estudos semelhantes ocorram em prisées de maiores dimensées, Finalmente e quigi mais importante, este estudo po, spenas ter analisado agressdes entre presos, potenciadas em muito por fi situacionais (eg,,sobrelotagao) ¢ nfo um comportamento deliberaclo, calculista « predatério de vitimagio que certos reclusos repetidamente infigem a outros companheiros. Un estudo de Ireland (2001) vai no mesmo sentido, isto &.nto di porte i ideia de que ofullying prsional ¢ importado do exterior no sentido em ‘que egressorese vitimas}é desempenhavam esses papels quando em liberdade, sas ocorte sobretudo per forga das circunstinchs da vida prisional. Numa outra linha de endlise podlemos considerar que o bullying poderievoluir para um quadro mais vasto de vitimacio © mesmo uma cristalizagio futara em torno da psicopatia (cf, Congalves, 1999). De facto, a investigacio existente elere que os bles so, de uma forma geral,sgressivos e dominadores, perspectivam como algo pcsitive e demonstram auséncia de empatia para com as as € pouco ou nenhum remorso pelas suas acoes negativas (¢g., Olweuis, 1993; Tapp, 2002). Esta formulagio sobrepée-se em boa parte & caracterizagio dos pcp ees como is, desproviten deafecs supers seus relacionamentos, volentos e incapazes de sentir remorsos pelos sev criminozos (eg, Gongales, 1999; Hare, 199, 20¢3) .Alé que 0s psicopatas, mesmo quando sob medidas de «1 penal, nfo cessam ‘VTIMAGKO Na PRISFO ‘0 sexs comportamentos violentos, buscando vitims entre 0s companheires, reclusos (e.g, Hare & MePherson, 19843 Serin, 199% Wong, 1984). O mesico padrlo de comportamento institucional parece emergir nos “‘psicopatas jovens” (Cap Forth, Hart & Hare, 1950). Estudos mais ecentes ¢ um poueo por todoo mundo (eg, Sullivan & Kossoa, 2007), corroboram est propensio dospsicopatis para seenvolverem em compertamentos violent, mesmo quando institucioni- lizados, evidenciando uma twa elevada de infracgGes disciplinares. ‘Nomesmo sentido, enconiramos entre nds estaastociagio entre psicopatiae infracgées disciplinares. Assi, numa investigagio levzda a cabo com 76 reclusos a quiets adminstrimos a versio porcuguesa da PCL-R (¢f, Gongalves, 1999), 08 resultados evidenciam que «media de sujcitos punidos entre os francamente superior As médias dos outros grupos (moderadamente secebidas pelos 7 psicopatas que compunhham a mostra com osestantes sy ‘Assim, verificou-se que num total de 104 infracgbes cometidas, os psicopats, ‘embers constituindo o grupocom o fectivo mais ram responsivels, or 39 delas (37.5%) oque inci Embors no tendo sido possvel obter as earacterstica da totaldade de «es, constatou-se todavia que virias delas envolveram agressdes com objes cortaates a outros reclusos (¢£, Gongalves, 1995). Noatto estudo com s9 recli- 0s, ereira, Moreira e Goncalves (1999) também encontraram tmma associagio. catia entre um maior nimero de punigdes eur valor médio maiselevado 1a PCL-R bem como uma maior incluso dos psicopatas em regime de reclusio fechado, por oposto aos nto puicopatas. Finalmente, ¢considerando que oregis:0 disciplinar & apontado como um indice fulcral na avalingio da adaptacio prisio (eg, Gonsalves, 2008; Toch & Adams, 1989; Zamble & Porporino, 988), um. jutro estudo evidenciou que si0 0s reclusos mai padrio de ajustamento prisioral mais problem directo das regras insticucionais, 8 agressfo repetida 1 outros compankeiros ou elementos do staf (e-g,, Goncalves, 2004), 2.2. D contribute da vitime ‘Ao contrivio das situagées que ocorrem em liberdade, onde s6 muito rara- ‘mente se pode encontrar ums explicacio vilida ¢ acettvel para um crime direc tamente imputével eo comportamento da vitima, em meio prisional muitas das ‘pessoas vitimadas envolvem-ie em situagSes que tendem a vulnerabilizar ainda maisa sua condigdo de recluso, De facto, para muitos reclusos o cumprimento ‘derma pena de pristo pode lunar num complexo processo de sobrevivencia, (cE, johnson & Toch, 1982; Toc, 2006). Na prisfo sia frequentes os “ajustes de IEALIDADES ENERGENTES NA VITIMAGRO contas” entre reclusos,o envolvimento em “esquemas" de empréstimose contra. bando e “falhas” na obed éncia ao cédigo prisional, Importa pois considerar em pormenor algumas atituices ou comportamentos exibicos pelos reclusos, tend Edgar e O'Donnell (1998, partido trabalho de Sparks (1982) identificedo um conjunto de factores asscciados ao contributo da vitima, ( primeira factor & a facilitaglo, que consiste no envolvimento em certo tipg ds comportamentos ou m adopgio de certo tipo de atitades que podem fecilitr oxconduzir§ vitimacio, Tipicamente, na prisio, as ofensas verbais, as trocss e/ou nagociacio de objectos e bens, emprestar e pedir emprestado e consequente- ‘mente contra dividas que tardam a ser saldadas, para elém de agredir autros reclusos, si indicadores que contribuem fortemente pars orisco dese ser ic uma agressio num futuro relativamente préximo. I prisio a posse de certos objectos ¢ hiper-valorizada, ddedecem a lels de mercado, ances vogam ao sazor dos ditames dos credores, sendo otabscoa principsl moeda de pagamento. Depots, por forca do Fréprio cidigo dos reclusos,é preferivel a vinganga e a desforra do que fazer queixa i comportamentos de rseo, que pode ceulminar em vitimagies sexuais. Emboraligada anterior, precipita represent inci de uma agressio castro modo, a precipitagio referee ocorréncis de um aconteciment ro decurso de um confronto miituo em que pessoa que sofren consequéncias mais graves foia que ameagou ow usou @ forga fisica em primero lugar e que agora surge como vitima. Assim, o seu estatuto de vitima advém do facto de ser elaa pessoa que ficou mais fe co embora fosse ela que “pra- wocaste” aacgio. ‘A vulnerbilidade stéassociada a um conjunto de caracteristicas que os reclusos raferem como sendo potenciadoras de agress6e. No caso da vitimagio sexual ji elencimos essas caractersticas. Em termes mais gerais, podem-se considerar Aictores de vulnerabilidade o estar condenado por um crime sexual, ser pertador ce alguma deficitncla que incapacite a ancodefesa, evidenciar medo, te-baixa ‘auto-estima ou ver-se a si préprio como fraco e incapaz de resistir a qualquer agressfo. Globalmente, nfo ripostar face a uma agressio constitu assim um forte indicio de vulnerabilidade fatura aos olhos da comunidad carceritia. Enguanto que no case anterior se tratava de uma indicagio acerca da reputa- ‘oda vtima, simpunidade refere-se confianga quc o recluso agressortem emnsi préprioe de que os seus :ctos nao Ihe trarSo cons2quéncias negativas, Talfacto€ tanto mais verdadeiro quanto o medo de fazer queixa ou delatar outros recusos VITTMAGzO NA PRIEKO contribu para aumentar a impunidade, o que é sobremudo evidente nos reclusos que so assaltados por outros zorque carregavam droga consigo. O mesmo sucede parsaqueles que foram agrecidos por ndo pagarem assuas “dividas”, Aomedode ‘novas retaliagBesacrescenta-ico receio da punigio fo-malse fizeremadentinci, reforgando assim s impunidede dos agressores. [Embora muitas vezes se spregoe o carécter opressivo, violento, desumano € totaltirio da insttuigio prisional, os factores que acabimos de rever acentuam muito mals a participagio do recluso no sea propric processo de vitimagaio do que inevitabilidade do mesmo, Nesse sentido, Beck (1992, 1994), identifica alguns sinas (alerts) tipicos dos individuos que se encontram na iminéncia de scren vittmados ou ji sob alzum tipo de vitimagao, Alguns so bastante dbvios, (egy nio quererirao banho, pedi protecgio, queinar-se de que foi vitimado,..) smasoutros podem ser menos perceptiveis (e.g, pedi para ser transferido, ten- ter fugir, comprar cantinas para outros reclasos, pedir para the serem enviades, do exterior grandes quanticades de bens,..) ou mesmo contraditérios (auto- -agress6es, descontrolo emacional,..). Quer consideremos 0 contexto quer 0 individu, os elementos referidos podem ajudar os agentes penitenctérios aagir no sentido de prevenir fstuns ocorréncias 3. ABORDAGEM TIPOLOGICA As manifestagGes de agressividade na prisfo cons:icuem um dos indices fun- damentaisda apreciagio global do reclusoe determiram, em regra, ascondighes do cumprimento da pena. Assim, 05 reclusos que ccm frequéncia se envolyem ‘em comportamentos agressivos contra 0s seus pares ou contra Funcioniiios, rapidamente sio colocados em condigdes de maior seguranga e isclamento ou <é mesmo proposta (senio censumada) a sua transferéncia para outro estabele- cierto prison a para un ene 3 egeranga mals Tero Inari ‘uma mi adaptagio A prisio sabémos de ver, & reconhecida Go vitimas da violéncia dos seus pares (eg, Beck, 1992, 1994; Bowker, 1982: MeGurl & MeDougal, 1986), quer esta assuma contornos de “sustes de contas”,respostas a agressOes anteriores, Jutas pela lideranga informal ou se limite a actos predatérios para a obtengiode bens ou prazer sexual i tpbloga de Quay (984) conhecide por AIMS Adult Ineral Managemsat System) sistematiza bem esta oposicio entre agressores ¢ vitimas no contexto prisonal, Concebida através da observagio € das hstérias de vida dos reciusos beneficiando também da eplicagéo de testes de personalidade (e.g, MMPI), IRPALIDADES EMERGENTES NA VITIMAGAO somposta por trés tipos principats, dois dos quuts se su ‘um total de cinco (v. quairo 1). Temos assim 0s Sif, que se screm tipicamenteagressios, manipulatives, vim zadores e hosis,apresertanda miliplos problemas disciplinarese demonstrando pouca preocupagio pa com, cos seus semelhantes. Os Camas,representam o grupo de individuos tipicaney confianca, fis, cooperantes e Iaboriosos, que evitam confrontos € p temperamento equilfbrado, Finalmente os Beas, cujas caractersticastipicas so: a dependéncia, = infdelidade, a passividade, a viscosidade, a cestarem centrados em si >réprios de forma absorvente, o serem mais frequen temente vitimizados ¢airda faciimente iritiveis De acordo com Quay (984), ‘estes mesmos grupos podem ainda ser desigmidos, respectivamente, como Agressivos-Psicopéticos (Alfa 1), Manipulatives (Alf If), Situacionais (Gemas), Inadequados Dependemtes (Beta) e Neurdticos-Ansiosos (Beta H). A vaniagem desta tipologia é 0 seu caricter dinmico — identifica dimensties de actunigio e comportamentos corrigr ~bem como dar indicagSes priticas para a gest sional. Além seu caricter abrangente difiiimente deixaré algum rel por elassifcar o que reforga a sua validade. QUADRO I - Tipologia de Quay com referéncie a estratégias de intervergt0 ‘eindieagoes para o alojamento [ease atari beaters =e thoes ~ Alojemento indi (ult sconsehisel) ~ Alojamento foro re eso (muito pues seoe- selhave) — Hosts auridade = Pouce preacupagte paracom osouros |—Tanaclevadz de casigas| ~Objectivosindviduls —visenadores inca -Comportamerat individuslirads ~CenuadenosSictos|-Cela de segurana (em casos excepto | Albordage do ft | ~Legalita ~ Camarata (rotalmente| ~Gorae directs desaconsohi ~ Apropriads/exionl INGA WA PIERO ures | camscrmuisras | vrenvengao ALOWMENTO fat |-Atanbosos éucsconat: ~ Alojameato individval o% | Busea permanente de | Indirideaieads to aconselhiel | mtpulaos) estimulagto | Eneino progromade | ~Coafravasaolntizes Jamento coms Alf I —tadignoede conan | Labor (aconzlhive) J-Hosisaauroridide |= Naorepontova = Nanipaaions | Fisicamene exigete |~ Alojimente«/outto tipo —Especiazadosem es-|- Objectivos a cu-to| de recuso (pou ace | pro sethive) ~Objecvos india —Vieinadores| nics: = Comportmental =Individuaioada ~ Centra nos Factor — Aproprina/retonal Beta duction: ow = Emgmpocomtuteria Indaquados- ‘nv -Dependenter| -Viseasos ~ Alopmenoe/ Bets To. —goctatricos Labora! (sconsethivel) Taxa bata/maderada| ~ Repedivs de casigns —Orientads para abe ~ Alojemento com Gama| —Faciimenteviinaveis | sivas de grupo (seonslivel) tien = Ptcocerapinavicl ede grupo = Ores paras pe Aboréagem dog ~Busencbmaase verbal ~Apoio tonal) IREALIDADES EMERGENTES NA VITIMACAO ‘enuros[_ cARACTmRsncss INTERVENGAD ALOIAMENTO Beta |-atuitoreceoss | Bdacactonal = Aojamen ou | ~Ansiosos ~ Em grupocom morta} (aconslsivel) Neuriticos |—Foomencetmicives | indicus! ~Ansioeas Laborst = Taxa modersis de es [Rep igor ~ Crentads jobs| J-Factimeneveiminets | de grupo lines ~Pstcoterapin ind vil ede grupo ~Orientada para pe |~Esenc tl ~ Apoio (reaito soueo seonsehivel) Gamas_ |-Nem dependentesnem |Edueaciona ~ Alojamento individyal ou sgressies Ema de aula {aconsethivel) sinmciomis}~Cooperantes ~Tree detmvesigasto Trabalindores ~ Alojamento c/Bera out ~Nio se veem em er Labora (aconseliv!) rinoscs ~ Ocupagioderensiada| = Alguma preocupasio| com rexponsablkinde|~ Alojamenta com Gas com os ours supervisionada (aut scons) Tx balsa de casigos Cinea |— tsolamento face “Individual ede grupa | ante popugio eer —Orientadap/reaugso| (pouco aconsel de problemas ~ Camratas (muito acon Abordagem dosmgi | selhivel) = Contacto veduido ~Indicages mnmas (Quer as caracteristicas das intervengdes quer 0 alojamento dos individuos deveré ter em conta a pertenge a estas categorias, sobretudo quando ha a nzcessidade de partlhar =spayos. se evidente que os Betas jamais deverz0 ser alojados conjintamente com Alfas, enquanto 05 Gamas, dad 0 seu alo-alinhamento pelos valores da cultura delingaente podem, apesar de tudo, virgo Na ska coakitar com aqueles, Por seulzdo, a earacteristcas dos Alfas, sobretudo os Alf, tendem quase sempre a colo:i-los em regimes de msior seguranga. ‘A validade deste sistem: classificatério ficou demonstrada na redugao da violéncia prisional (eg. Levinson, 1988; Quay, 1984). Contudo, a continua cxisténcia de uma taxa de sobrelotagio clevada em muites prisées, que en:re outros aspectosafecta a qualidade do clima prsional e o iimero de ocupagées Inbocaedsponivel, pode acabar por minar ese objetivo. Além disso, as carc- teristicas bisicas da arguitectura prisional (Funcionalidade, uilidade e disc- plint)¢ o esquema de construgio da prisio podem por em questi a efectira- {gio da separacio dos individuos segundo os eritérios propostos (Jewkes & Johrston, 2007). 4, VITIMAGAO PRISIONAL: DOS PROBLENAS AS SOLUGOES Aprisoao ser um contexto de opressio.e controle, alimenta frequentemente avicléncia de muitos daqueles que alberga ¢ que ndo desenvolveram entretaxto ‘ounas formas de resolucio de problemas e de enfrentamento da vide real, que nioa da passagem 20 ct ieflectds, impulsiva ede consequéncias geralmente negatives para sie para tereios. Por outro lado, ela consibui paraa despersona- lWzaglo, para quebra da aurc-estima e pode conduziros reclusos mais vulnersveis aexibirem comporcamentos estitudes que ponhamem causa a sua seguranga€ adetereciros, Assim, o estudo da vitimagio em meio prsional,deve ser visto nfo somente na perspectiva do agressor como também potenciado por certos Factores do ‘estabelecimento prisional (e.g, regime ¢ tipo de prisio; sobrelotagao,ripo: de alojamento, raga argu 1c), caracteristicasgerais da populagio recltida (eg, idade, tipos de crimes, antecedentes criminais, duragio média das penas, histiria de vitimagSes anteriores, ete). ¢ os caracteristicas do comportamento osprdpriosreclusos no sertido de uma maior exposicio/facilitagdo asituacBes Ge witimagio ou do seu evitement. Decorre daqui que a prevengio de taissituagées ndo pode cingir-se a iner- ven;6es parcelares ou focalzadas unicamente nas potenciais vitimas ¢ n08 previsiveis agressores. Assim, a intervengio sobre estes fenémenos deverd ser suti-dimensional, comando sobretudo em conts o papel que factores mais abrangentes, como a configuragio arquitecténica da prio, os enquadramentos ch in Belgan (ep. 306-3395. Ses, (2005). Fors of lec and ee pt ‘A tibtng and 8. Marna (Es), he i a, ) Reseach vito rine Ascomplshens cre deo, reg ses US DeparenentofMekthand Hama Serves Wasigrn DC ssrucknan johny, & Susknan Johan, (2000, Sea person aes in seen neste pion sor neh Po fame, 35 90, ID (2008). Acmpertion of wx coercion eee repo by een nd women in son Juma Intel Vee, i Hlsbeth A. KosonDi, (006) nicand clr ata inpychopty Pc (E),Handoc ochoptiy NY fod iprisoume spectves on prison sition: A comparison ofthe 2 JournalofCriminal wend Criminoly, 68235-U5 ‘Toch, H. (a993). Messe of despair: Human breakdowns tn prise (Re E.). Washingron, DC: ‘American Peychologesl Associ, “Toch, H. (2095). Relventing prone. In A. Liebling and S Maruns (Bds), The fits of mprznsent (pp. 465-473). 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