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CULTURA E NATUREZA NO MEIO EXTRATIVISTA DA BORRACHA Neste coptuleanalise cultura que se deservoWve no ambite do sort roslgando para esse fm as vir Instincias que a const luom. Assim, parto da ibis de que o extvathismo de bovacha na ‘maxéria rou ali um modo peculiar de existéncia, tuo expressho em sous eontorns ldeolfglcas quo néo hesito em afar ter atibuido ‘90 Nomem que 6 vvenca uma idetidade © un ethos particular Diferentemente de outras formas de organzacéo secial, entre las 08 diverses tipes de campesinato estudados pela citncia so- al! © exratiisme se dstinguir com rlazdo a elas em virios as: peetes, desde as earectoisteas propiamente soca, como as rela- ‘omadas & estutua familar, a6 a8 que se echam referidas a sua ‘elagdo com a natureza. Convém, no entanto, antes de expt, ‘dstacar aque tipa de extratviemo me retro, haa ws ens no Ie ‘4 ents um anes ro a em mee ome ees o esas ‘eno Ghana ob ame ee pp nd pen cra Moana sided certs varies. Asin, o qu tomo ome re: "Wien nt nd 6 o ering mais meta, tmpouce as tomas fe Aer Que 0 rovesram, mas 0 que pevaleceu no chomedo apoge Au orca (rte cs anos 1870 » 1942) cule onarzagdo assert Mo abahadr que wo islado na mata Tendo em vista esse fate, come pode esse homem adaptarse {uma stuagso em que se encore praticamente prado de ual {er contta humane? Como pace, vendo dosse modo, relacioner $e com a natraa © om que medi ea niuenci.» seu comer tumento? Essas quesides - voltae a0 final para compreens ae io nozonte da sus cultura ~ser8o analsadas por meto de dope imontos que, emboraresgatados nos das tus, cont norma Ges que permitem, também, avaiar aquele passado.E. como ae tata, em muitos casos, de relatos cahios eno velhos segue 105, © fto_de poder ser retncidos com outros depoinentos @ am a iteratura que trata sobre tema permite que reaiemos suas experiénlas,colocandenes na posigio de obserar eros mente a stuagdo om quo se enconram no presente, Antes doin ‘iar essa tarefa,porém, seri necessvi ter em conta o contexto no ‘ual suas falas 80 situs, sus membros prncpios de organiza ou fins expictos, mas Jiauos que 9s desenvotvm isoladamente em seus locals de hho, €, portato, essa condeae de vier islado na mata, nos eistartes das margons do ro, ue caracteriza 0 extras th boracha entre 0¢ anos 1870 e as dias primoiras decades culo. Pls, como ebsenou Olvera Fito (1979, p. 124125), ‘orig da fase anterior’, sua tapao produtva mais dscreta no onsitui pelo erator isolado, ‘ma sim polo extratoro sua fa in" Esso fto, como ele, dava& unidage econdmica uma elas tle sernga se dava em droas prGximas & casa do produto, jude @ presenvar 0 ncleo familar, Ox-nos Foroira Reis que oars wn ps se rms we sh ie tenn So Porsenna e-em tp tn ee tn a tS tS wn ntersan eae nem aoe eek "nos, pibe ae caves com ton texas xo IMs sro tte ecto tena camer po isthmus ma stan nor 9 aces como oi o SeRNGAL Na verdad, parece ser mais fil descreer as athidades inde ‘itis do seringuero do que obsen—ar como se etculam as relapse font eles. © que ocone & quo, emora esses atiidades sejam ro ne SerrTqusceraftn 1079, p 10) Ongzes nay gna ps, op ‘pug gone eh, 976 saan ro 0 pea test aha ov mon, bane pape on 4976, p. 118). Mas ndo 6 86. Aquoles estudos, por manipularem 6a tegorias referidas a espagos dererciads, sugerem que iatrume tos desse tipo possam ser utlizados em outros contests, notada mente aqueles em que se deseja distnguparticundades cultural Nesse sentido as catgorias marge e convo, tl como spacecem em ‘alguns autores (Veto, 1972, 1976; Keller, 4975; Monteiro, 1976), Imostramse adequadas para anaisar no apenas a rama das ela fencontdas no interior da sociodade mas também as represetagées, ideologies quo as recobrem. Refer se 20 extrativima, cz Montel fo: *margem € o rio que anda e ambos conden ao movimento () 28 aspires de um mundo exterior. A margem, nesse sentido, ln fina.se para 0 lado da ciilzarao, enquanto © centro associa se ao) sedentarismo, 20 destero ¢ 20 corfinamento, 0 contro, além do mais, remete & idéia de estagnacio, enquanta a margem revela bresenga do espinto empreendedor. Noutzo canteta ~ 0 da froneia ‘2gicola = Veto (1976, p. 204) pedo também considera a inertia esses categoras; mosirando como intaném na pra denigto da idemicede camponess. Ele indica assim o que coacteriza cada uma onto Bota marge 4. cama, ro¢a 2 ide, va 2. prodomnieca ds agrcutura 3. trabaho pesado 2 pedonnscs de potce 2 att, ae 4. osm urea eonrsaan ino rate mal Ora, no obstate 0 fato de 0 autor refer se & fronteira ayo. la, 8 caractorsties do melo fsico — em que a naturaza & mais ov menos domesticada - sdo vituslmonto as mesimas enconradas no ‘itratnisme. Todavi, enquanto no centr agricola © que se destaca 2 ropa ~ que implica em atiidades cooperatvas @ aut abastece- ores = no centro extratvsta 0 que prevalece 6 a estrada, que exige do trabaador a prtiea de una athvdade Indvualizada, Alm sso, como 0 que nela se produz do so mes de subsistence (alien 10s), ele deve retard natureza —fazendo iguaimente de forma n- ey Aaualzada ~ 08 moles necossérios & sua sobrevWencia, Enesse 40 que Monta atima nao comportar a eabana do sernguevo Innis do que a redo © 2 mala, sendo o restante fomecido improve Hlumonte pela natueza dacivesa (Menai, 1976, p. 125)". ‘Quanto a ser pesado trabalho, nfo se page dizer isso do ex- luahismo, Se 6 verdade que este se aractrize por ser uma ati Undo roaiaade em condigdes perigosns — incisive com evdentes Polos & sade dovido a pluto exposta numa de suas tases, 2 1 deumario ~ ele no requer,entretanto, um esforo fisico mals oncentrado como o que é exit, por exempl, na derrubada de ‘vores ou na remoedo de troncos obserados na atvdado agrcla. A ‘tvidado extrativa, portato, que se di por melo de um processo de franca interagdo com a natreza, equerendo um tipo de trabalho que, fntes de elgr melor dispel de ener, soita muito mais a ob- sowagae de graus do parca ehebidade, Ela requer, nesse sentido, ‘qe © trabalhador salba manipular seus instrumentos de trabalho com proeisdo e saiba, ao mesmo tempo, mater enquant tabalna otal dserigdo de movimentos, evtando produnr gestos que pos: ‘sam romper 0 equltro da oedem ambiental De fat, a aplicagao de lum corte deteitvoso no corpo da érre ou uma aco inusitade que ‘dosperte 0 animal acemodado em seu nicho pode, naquele dia, re sulla em grave projuzo. Requer, nalmente, que o desempenno tee ic se faga combinado com esta adaptacio ecolégea, levando so, pois, a bom terme, o trabalho © as condiodes de sobrewenca, Utitzads nesse contesto comparativo a categoria conto nos eva ao enconte dos propos fos, destacandose como se reaiza rnaguele melo trabalho humane © game, por meio dele, opera'sa a socialzagde da natueza. 0 conve, pos, serdo domesticado, ote: @8e pare © homem ome uma nova oppo do vida usm dating 20 ato Ju, Maser uns mans au ‘fo como sero, Tuo tora fre. Euro gosto de vie ta otha Gest de mer no mato gos. So pnt paca Gn i a agua 6 pote ov east. acum Moron de Sata, sa, Cy Ins Benetine, 1977, 0.295) Tondo superado dessa forma suas aificuldades de adept, Imirante também passava @idontifear 0 cent como um lugar rmissor,estinguindeo clramento da margem, que s6 0 conde ‘ara_uma exsténcia eciosa. Quando indaguei aquele morador da Juma ~ que wveratantos anos no Centro “Unilo” - per cue preeria ver all, le me respondeu: Hort © no mil pos oo mato nrgutm gots, gue dr de aang inguim gosta. A ba dono 2 bo, mae oa sm a, « mo Ma ev esta yarhando ae e aprando (is metres! © mato 6 0 centro © 0 trabathe 6 0 valor ue esse migrants pr legis, de modo que, embera 0 o fosse melner para viver, 36 poi sto pora quem pudesse dastrutar uma vida relaxada, © nae para ‘aquele que desslasse progredi. Na perspective do migrane, portan- ‘o, ea 0 centro em detrimento da margem que estava de acdrdo com ‘9 natreca da empresa extratvae,naturalmente, com a sua insorga0 otro deta. ‘A tilzagbo da categoria contre, consruda em oposigao & mar ‘gem, mostrase, assim, adequeda 8 alse da colocagdo. Come pu demos ver, ela ndo 6 se refer a esta panicularcede que & 6 mundo o trabalho exo, mas referee também a ouras dimensées que fervolven 0 homem na mata. Podendo acerearse das wiios esferas ‘ue recabrem as experiéncias desse homem, ela se toma uma rte: ‘éncia indispensével para 0 entenclmento de suas reprosentacdes Socia's © do imagindrie que ele constr. © centro, enfin, pode sor ‘assimilado como um elemento agutinador de uma lnguagem ~ se- ‘ngs, colocarso, estrada, devareo, salio, etc. ~ capaz ela mes- CT Imo de possbitar a interpretagto da cultura produzida no melo ex untvo da boracha, (0 que so as estradas, essas espléndidas constugtes que 0 homem consegue exguer em plena selva? Ribe¥o (1970, p. 5) nos hz qu clas sia unidades de expirardo do latex e que 6 0 conknto olas que na verdade forma o soringal. Mas como 0 pebprio nome Ssugere, elas adquiem uma signiicaydo exraorinaiaalém da fun- ‘pho econdmica que exereem, Com embora gengrafcamente elas £2 ‘oncontem proxinas 8 barraca do seringueiro,o terrana que deta as separa nao ¢ igualmente eonhecido como estrada, mas como sin. los caminho destinade a nes dar acesso. As estredas, esse sen- tid, formar uma organizaglo parte, distinguinéo-se como um do- Imino conqustado e construido pelo homem. Constituem na verdade parte mals visivel desta dupa relagBo: a relaglo com 0 trabalho © @ rlapdo com a natuezs A abortura do estradas fava a cargo de uma frapSo do pessoal de campo", na fente © mateo, cua fang inital era explora uma \eterminads area para descobrir a oconéncia de arvores de seringa. Ele coma mato durante és las, mapaerdo @ localago das fi turasestradas. 0 sernguero Jodo Amoi, Sou Di, explicoume as- sim a ago do mato: tm or erage par mato esa, «paso no ul a ec 9 esate pops son enn ot vl deans aquels sha. Av leva sexta yal 9 sara que feo po lo ue le <> Imeyou ero ele tt eta, etn, quand & ver deca: a ‘undo oe fone aqua, oe sabe quan esas va a Numa Grea como esta pote abr quinze ou Vnte est ada uma delas possuindo em media de 100 a 180 drvows", telro, agora ausado pelo toqucire ~ palsrareferente 8 toca ou 4a nore ~ rossegue com © seu trabalho, como rlata seu Dil endo senor ach um pd Songs rl a0 senter bate am ain trade: lm, lr, ln (a a nad de usm (sic ao toque excvtae rapo, nf? A le mare sees, 0 {aro vom de 8 para 6 ova! cam re pare fcr can, togunho ~ a concise ~ 8 saul qo gs o8 arr, : descr feta por Pliido de Castro sobre 0 tbstho ro or esses profisionals- aos quais ee chara apropadamente doe {enero da mata’ ~ mostra bem came em tn dele fl so form luna traledo, De fato, os procecimentas utitzados por ees no no, Séeulo so os mesmas que esse seinguoko - nosso onesie ‘acabeu de observa, Castro te, assim, que no momento em que o mateio descobre « primera rvore de seringa, no lugar conheeido como “boca da es. trade’, ai fica um de seus ausiires”, 0 piqueito, enquanto ele ‘mesmo segue adiante & procura da segunda tnore. tncontran doa, entdo, ele da ciécia ao ausliar, avsando-o por melo de um ato ov ‘de um choque de torgado apcado na madeira. E tendo 0 pique chegado aié eta, fica & espera de 0 mateo the dor novo sina, co ‘unieando haver descoberto a tercera Srvoe, © townie, ue fed no lela pina saan, segue 6 goo ‘rings una ga plats, ronandoes polos sls sre cabacan 20 str, camo pts ge crew Ho. (200 carn com cate 30650 nen MY ORB ante ‘im eortruny at qe ecartacas 380 serge, me ‘8 9 melo no porto dopa, It na ton ds strc. Cae, ‘od Boned, 1977, 298) © mato, na verdade, & quem ota toda a condugio do tr uino, uma vez que ele, mais do que nirguém, dspde do connec mento detahado do terreno © da qualidade espectca das ecpécies Nogetals. Como assinalou Plcido do Castr: “€ o mateio quem a re 0 comitiva; 6 ele a bissola da festa, of rumbeador do mon fo, na expressive linguagem dos bolivianos" (apud Benchimel, 1977, p. 396). Para compreender essa engenhara nativa eu hava indagedo an- tes ao meu depoente: por que se far necessérla aquela comunicagso lone 0 toqueroe o mateo? Ele me respondev,Indagand: como a _guém podera rogaraquele mato sem sater para onde & que est um ( para ondo 6 que esté 0 utr?. € desejando tomar mais compen: vol sua expicagéo fozme uma interessante analoga,utiizando uma imagem que sebla estar préxima da minha vise: ‘Sea sera va fz aves pots 6 smo como so ra agua = nS tm que Sear um engantato de te outa de c8? Fos 0 toque ea 80 a somga nag auf poss 0 erore inp em #1 vote -, eee a van oe Bate fata, anh respae aa, Av etal roan, fare o cami, eStore 0 pr fazed [ae paca noe, a a= ee pa i. A tue fe nani (oe ingoars) 18 a tina gue fo! somacaca al comeps ado de rx Esta feo assim, no slo da mata, um culos desenho que se ‘asserta na propa lglea em que a natureza se organiza; tl desenho ‘ga0ha, ertio, contomos dversos, uma vez assemelhando se a uma Imensa serpent cua eadeca se vlta par etremidade de sua cau da tentando aleaneSta, oura vez $6 apresenta efetuando circulos come enracls. que importa 6 que a natureza adquire a para o Homem 0 9 tido de uma intervenedo magnifies, em que ele mesmo s¢ ¥8 col ‘emplade.” ‘ometo EcoLsaico ‘Quando se trata de abrir uma colocapdo de sernga, devem observadas 8 seguntes condies: 4) ela deve estar local uma drea de terra fie onde oextrator posta fear resguardade dos fotos de enchentes; 2} dave possuir em seus ines es de Vit eas para que © extratorpossa cutvar alguns alimentos; 3) dove dis or em suas redondezas de reseras de animals onde possa cera 4) deve possuir em suas proximidades Iagos ou igerapés onde pos Pescar e, fnamente, 5) deve possuir um bom astoque de madeiras (soringueras) que ele possa explora” As dues primeira exgéneias referemse as condgGes fisieas do lugar, 98 dues itermediiias dh em respelt 8 disponbiidade de recursos destinados 8 alimentacl © 8 tina estéreacionada com as condigdes do trabalho extatvo As enchontes, de fato, constuem um desafio & adaptagio do hhomem amaztnico. Diz um seringveir da reso do Made 22 Ena ito natty = un en nt Sharan ee amr pote s ttn nop soe me ow songs sth. ata eta ines pte Ctace st ee” 2 es re ecm aris 3mm ats see e660 0 porns, com ob com 8 anes: nn oon ese ft S608 rehoms ro fossem grandes oe tuo mate taba do lercerte olds 0 nice do ro srg Ate qu ta a A ar 6 npr dos estrada, tae. Tee, 1980) As areas do virzeas, as quais so suscetwos do serom cobor tas pelas geuas,achamse localizadas nas margens dos grandes ros la Amazdnia* enquanto as de ta fme abrangem uma parte des ss margens e sobretudo os eentros distantes. Nas condiées ind cas pelos seringueios, porém, essa separapio ambiental nom Ssompre 6 to nda, Assim, quando eles se referem so lugar Ideal Paras instlar uma colecaclo, ndo 56 destacam que le deve ter terra firme que os protea de enchentes como também deve possuit ‘ange onde possam eutivar alimentos. As duas condigées, portant, dover estar presontes num mesmo esp070. A vérzea a que eles se e- foram, no ertante, no & aqula que 6 caractrstica des grandes os, (Moggers, 1977) mas as que feam as margns de lgos ou geranés. Localizamse, pols, nas imediardes das colocagbes, € uma vez angdas plas aguas, ndo 0 sSo do marcia que imporao seringuco do elas ‘Wer. “0 certo ~ onde es a clocaggo ~ ¢ melhr, porque no tm ‘esta alagegao. U6 néo tem aqueladifieuldede de estar muande e per ‘dend> a eiagio" Tebxe¥a, 1980), ‘Um out fator importante quando se ata de abr uma colocagdo {6 que ela estja sda num tereno onde ej fc a obtengSo de boa ‘gua pare consume. Pois quande ova do ela so achar om lugares su {tos 20s eflios de estiagens, mals alll se toma a via do erator. Este seringuero, por exemplo, cz como era di abastecer de gu olocagSo em que trabaltiave (Sengal Bom Future = Rio Macey: “A 2 Mogens we 8 ve uns ene mdniarcamets domi Aa ‘Rn Go7h, 0 soa vren sg are ese eon ce 18 Aguas lam secande, secand, que quand chogava forgo do ‘do 00s la buscar Agua com uma hora © mela de vagem's meio fsico, portanto,embora facitasse a vida em outros estas, aprosentava quanto 8 gua essa descontiuidade, De f aque reges cetrais ondo as condgde's do relove™ poporcon vam @ doscida das Seuas na degio dos grandes res, os letos, equonos cursos agua, os lgaranés, socavam deta forma que ‘mesmo @ uilzsedo de cacimbes era posshelrecorer, Os sern £28: por isso mesmo, sfimam sorem muito dsputedos 2s eolacaya ‘ve eispdom de bos agua. E boa Sua & a que provém do vorietes “pos tom (colocagdo} que tem muita dua empogadae doentia(e ‘sim sernguero no val pare ti" (in: Benchimol, 1977, p. 64) ‘No do preisareispor de boa ue, o tricia da cclocagso ‘eve ser provdo de caga © outros bene destinados &sllmentagto A. 2ea, sobretudo, era importante na medida em que @ massa de vn, bathodores migrates, sendo orunda de eles do inter do Nordos 16, estavn mais acostumada a uma data eo proditopuncinel era 8 came © do 0 pee. Assin, desde cedo, malgrado foscem beg dos consumir 0 eharque (ou anlatados) trarido do barca, ov oe "ngueios podiam utizar as amas de ga" que poseuam pore pro ‘ceder © abate de orimais (ants, veados,pacas,cotas, ee) Outos ‘eeu alimentcios como 0 afal ou a eastarha podiam ser utce, totes ¢ wee, Nese si, Megas ann an sense "ne io mas oa Stee” SPT ph 25 0 chr is, 9 ct encase sem 9 sarestomen sen eas era, el oa ‘sts ot ewan anh I, ee 2, ef a es ists orn pl rec, es ab ts ei tonsa cma ep Hos, mas cotamente ndo 6 fala por dosconhocorem suns ongens om como @ qualidade do sou valor rut.” Noto, fralment, que ‘ capacidode de producso das estrada de serings, combinada com recursos que acabo de menelonar, & um outa fator decshvo para Ijrortir Geto 90 empreendimento extrativo: A non cae concn mar drt eo to gas (pet mn pao tee pe ora prea en tec ac 8.8 [Uma colocagdo boa de fete, portent, pia oferecer a0 extrator 1 expectativa do um bom fabric ehavendo cag sufcente, no pre tisaria fazer conta para comer (Benchimal, 1977, p. 264). De sorte "we wer bem ou ver mel uma colocaio no dependia apenas das bas ou més relagdes que ele pudesse ter com o Barraco ~ sitvado a margem do lo - mas também das condcées ambientals que en contra a sua vote, ente elat 08 alimentos © @ S¢ua,o, natural mente, a freqiércia das srvores que pada explorar 2 femora er iin nh ‘Siac eves cin ovo om igad ponte (ion. S97 3 em i areal i ain Srna can nr a ei seein Ft ec rence en peng sa eee ah tng oh (fica tas san a sreguon cms" non #/ 2) © TRABALHO NA MATA Dur «mar parte do tengo cca de 10 ors ah xt amas esos. O “core, esperar eat fm a matugedachegand a eangaronescer Sos sete, 1 eign o 0 do aroma nora pores a tment carga press a ni carn Om stegekae ‘erm exit ese taboo 8 rate pore conc sue rose odo a8 inoes tm mar prodavdnde dows bscmtrcia brocestsreanerathes ave ecaonan uma alr esr fe ess ir, [860 p. 129) Du some do as Ged oda “rbao ano pag alte, A ene eased sop eo mesno 6 de ot, na mst fe, 980 919) Reale, pi, sss conde, o abo exh et ‘wcsmcnogado ua fase te adapta que set wo totam pera le um decaf adatoms ao ses reo, a nel Fi us rep ser ais eae erates. anos sre tore fas don oa ‘atta fi eran coma enti, Ma or co no sois sa ramos rot aon oa conga Fares sae ‘Teiwira, 1980, p, 135)” me As condobes se agrnevam, portm, quando sentido se doentes Io poclam nem mesmo cegs ao baraco em busca de algum rd ‘sam ea i oni mst rp SLE Sater ne fee nn ‘ui uae bob gun tha a a mon 6, uo. Moria er ura forma Se rol No ia roi, no tira pein ni tbe ie. To, 1980, p. 135) (0 migrant, sendo um brabo, receba do mateie as primeiras Insirugdes para realizar o trabato extratvo, Aprenda a sangrar a f- oro de seringa com preciso, acoetar 0 latex no tempo adequado para que no coagulasse e a proceder seu endurecimento pelo ro 0880 de combustio ("detumagio"). se estes eram tarefas que exgiam ceta complesidede em sua evecugdo, requerendo 6 extator aprendzado ripido e efeiente, Imals dict era enfrentar 28 agures do melo seo, assclado pelas pragas que o stormentavam. Oiia um seringuel cearense com re logo a0 Aare flan, 28 praeae que no com a gorse sessgac.. (i: Bech 2017. p. 200) Molgrde essa inadaptago, eles tnham ainda que se submeter 12 um regime nio usual de trabathe, cua duraydo nem mesmo hes petits ter uma almentagdo adequada, Dlsseme um deles: io & por de #8 par aura acupase. Poque0 srrgzero sa) ssa passa nm cami a grt cre ra Por cona A vz (ental mop ure ar ds tad, {Um Feguneo eo méi M00V3) © trapaho exratvo da soringa dosenvlvia se em tits fases 1) © corte: realizado quando 0 senngual ingessa nas estradas com ‘seu8 apetrecnos, inckindo uma faca especial que utiiza para fazer incisdes nas Avores; 2) a cathe: com a wilizagao de um balde lum s2c0 de encerado ele porcorte as éreres anteriormente sang. das colnend 0 latex depositade nas tgetinnas e,tnalmente, 3) a de fumagao, que implica em submeter 0 Iétex 20 calor produzco pela eV ombustdo de veyetals(co008 de ouucut) fim de todo cons {ente. 0 corte a coteta S30 eftuados no interior dos este ‘enquanto 0 trabalho de defumagéo é realizado primo a sus bane amo mencienel em piginas antecores, Existem duas modalidades de cont: 4) 0 que 6 feito sob a "ma de espinha de pee © 2) 0 que & foto sob 2 fonna de g 2 r e } cote 4 cake & Essos cores, que vo formando estes canais, permite que 0 tes chegue até vasthame (tigelina) que se encontra embutite 12 nore. As ince que formam aqueles desenhos eram fetes on tlarmente ao redor de nore, © devam guard erte elas ume ai Lancia de quaenta e quatro centimetres (Placido de Casto, agua Benchimol, 1977, p. 392) “Os goles dos das subseqdertes sso dos absixo dos primis, de modo a constr por fm ua séne iesbes que os seingucios do o nome de ameatin” As aneardon = que formam as espinhas de pele ou a8 banderas — devam ter uma lagure de 17 em e a altura de 1.60 m, ou o eaunalente » sete almos. © comprimento do core devia ser de 17 om o 2 distances de um cone para o ouro de meio (0,50) centimete. Alm dase, an ‘5d se inicio cone, era necossério proceder 8 tmipera da avons = 8 raspager ~ eliminado assim as imurezas encontades em sey lenno (eieera, 1960, p. 134). sg po ds aes, ao coi #9 Wow seas eatin Co cnt, seen pcre on feet encnetarri ns rina pre taro ur hs Senna ia mate. he esa om tancher ete tah tm 140 toes ine sna) gairon iiadorve nee ers inn Shen al Inte cece ron a pose 2 cits lt. Dera overt rene ons ad hon ques Gan mde Bemsne ro worac ue oro os ets A nwt as ‘bom ago see ete ee ae it magn 1 in, rs ee soe Qs Sep as an ‘omits empath Dme Gr tnce sts oD tan ea ee ‘ote sno stn pact. nna cas timings en nee go ee Este serngueo, cua estrada devia encoirarse muito prima «to ugar em que morava, da entender que ne ntorvao entre o core ‘© acofeita ele retomava a sua barraca onde ia alimentarse - comer sou “tolin” ~e gozar de um brove dascanso. a malora das vezes, porim, esse descanso era realizado na propria estrada, na chamada ‘boca da wats, quo era 0 porto de ande ele hava saido para sangrar 6 arvores.” Al, no plan elevado de uma drvore, entre seus gah, le erguia. um pequenojrau, foto do varas e forado com folhas ou ‘locos de samaumeia. Nessejrau, onde também feava poteide do ataque de animals, @ 8s vezes adomecis, devia tr © euidado para Se tii a mn gn ‘eto been nt ak ast on eae Ser Stay atm Sona 17 oy 99 a ‘ue © tempo em que al permanecosse no colocasse om 860.0 tado de conserva do litex que logo ina coher. Feita a coll ‘entdo, retomava a sua baraca ond ia dar inlo 8 dafumagdo, 2 dotumagi, como reste em tra ocasio (Teixce, 9h 4123), 6 talvex a fase mais complesa do processo de trabalho, ‘ratio. Eu eo defumador — ez um seringucio do Madea (on ‘eu achel que também ful um artista ‘A compleidade da defumagie reside, tahez, na manipula cometa da téniea de congular2o, quo exige aue vt se acrescentan 0 prodit iniciamenteformado - que os seringivos chamam p bo" — porgdes adequades de ltex, que por sun ver #80 subme tides 9 graus compatves de calor. A detumagao reali se de march. ' Infercalads, devendo o extrator ~ que agora se considera um Aatstal~ ir serescentande a eada a uma certa quantidado de latex 16 que se forme uma Bola de 50 ke ou mais, Placido de Castro, em sua descicho sobre os seringais do Aero 0 inlo do séeulo, mostra como era semlhante a esse o processo, 1 detumagao: ona eg 8 cts: 0 sergio sera 00 las doo, tendo 0s me gad boa ene eso a ito a aren ‘xm eto cae ogo eince de mada ciency sax n card ‘a tana in dl doped, cen, trmnando belo lot. Com topes sucess, barat cou tans 27 cemsy, leq, au tm 0 sega nero aren 030 135 fascor un ten corespone au ule do bora sg on ensue wp. he Barr, £977, 82) defumarao @ uma stad que poscul um inconvenient gave nas condos em que ¢reazada ea expe 0 extratore espossos los de amara, 08 quals saem de char do “bul, atingado desse ma rl sous obese seus ptmaes. Sendo um pccesso danaso@ sade, 8 Yringuoros deka do vizo tao logo descabrram recursos qué 8 colcavam a sah desses eftos pokidors,> Na verdad a dofumaséo representa a cistalizacdo de todo 0 Ivabaho desenvotvdo nas fases anteriores. Ea, por sso mesmo, pee ite distinguir como a matéria ruta, nd pouco retrada da nature, fora na condicSo do ser boracha, transforma'so num ente fantis- tio! la permite, entéo, pela evlagdo erica que sugere, 0 desen- Volvimento da exporagdo que ali se engendou: quarto gota pag @boreoae tae na tow & 0 mar pa 8 a 0 (0) Ae bono ago man! Mas dos ea desepaee. Ye ‘i acaba. (Um setingaa da rp0 do Medora, (Tonora, 1980) ‘0 1SOLAMENTO SOCIAL Logo que © seringuoito chega om sua colocayo © constél sua equena barraca, instaurese entre esta e @ mata dois espagas ie- renelados, A bara, que mal se dstarga no meio da mata ~poranto |quase Se confunddo com sua disposi natural ~ 6 o lugar canhe- ‘Svtcmrs common 6 ogee inter s sg ‘ines de son ost o eginre ideo einoes bdo sh iy eae nin ot a on he ‘True pn cso saa suses xa cas to Sn wh et {pts qumusear ota at op cee aan ot et {Sibac anatase ot onpece sors nr ta ee noes {Ge sarees patio Tata, 180,108) a —— ‘id, trincetra de onde se olha para o outro lao, « mata fel © lugar desconhecid, onde so encontram as estradas 6-08 bh A estrada, ca construgto percence ao homem, & um elemento ‘medlagio entre a baraca © a mata; no so constitu assim rama tidadefrancamente domesticada peis se em algum tompo 0 tom 8 ocupa em ros adequados & conveniéncia do seu taba, n © 2 natuoza que a recupera coma um tenia onde cul so ‘ue fazom parte da sua propia cragso. Por isso, tates, o homk 6 @ esiroda de longe, de sua baaca, como se estvesce pa ‘numa tore pare melhor dsthguir © que passa: “Quando ano ‘0m auerm eu ia conversa? Com ninguém. Endo ou sentava a da baraca e ficava espianco pra boca da estrada” 28 ugar seguro, lugar de descanso e recanligéo; lugar onde ve e lend a vida © o trabalho: “Quando era de madnigaa es me ‘ava, fia mou café e ia ora minha estrada’. A estrada, porom, ao as slguns metos dal, ere 0 lugar separado, que 80 em algun ‘momentos 0 tabalbo esgstave. Fora da, quando seringuelo retor, "8 do seu trabalho, a estrada deba de he pertencr, © eno, 0 ey, ao que aratreza incorpo e anima. Ela 6, ness seio, kay 18 movimento, enquanto a casa canvida ao descanso ¢ & retexto Detonte 3 arace soins, do cocoa, escrmto nun eto, Sebasiso ‘eng sates sem apr poramielapalsgem eneme., Nu abandon sons, os oes mates paiioe nastics wr, a a Yaris com espero mor das sume tonbraga.. Paegine hen 1936, p. 55) Em multas oportunidsdes pude observar como os seringueios ostam de relembrar a vida salvia em que vilam aque colosa (08 afostadas, Al, logo que chegavam, eles contavam cam a cole boragdo de alguns empregades do baraclo ~ um matoito,e um ou ols toaueltos ~ que eram enaresados de orgarizara area em ave ‘eviam trabalhar. Terminado o servco, ard, os empregados retor ‘avam 20 baracto, enquanto ales permaneciam af isolados dovendo "dar conta de sobrovivere, além do mais, de roduzr borracha num een rt et © 8 Fert = 56136, 8 ln Una eon webu no Cantos Bar fo Canad Cara emRnina deo ro eeorto sso. nro uta oas furor eno nao 9 ra 25 tnGon «oso rat, Serre pact om a ea” too aon do Inors «pas do uc sare asm pie erie ei. Bb recs vrs once diet 8 mat ove que cons - esta situacio, portanto,o8 seingusros deviam se scomodsr. Lago no inicio, durante otranscorer do di, eles feavam quase ab- sowides pelo wabalne. Eo trabalho, de fat, os envetina,afastando bo espinto a tisteza e 05 maus prosségios: a eo eins rae da ana - oe mn migare vngo oe Canina rn 8) pn arma be #8 Shen crit wg els rs canes ‘to tse som, 8 verte Ge GES, DE 5050 0 Mas mesme durante 0 a, quando se achavam ecupads com 1 borane, esse sensacdo de Isolamonto os dominava: Senge de Aiavomes) canes 8 8 note, quando se recohiam @ baraca, quo essa nei hnana ais inorodeve,Cessatoo taba doa Ziado © movimento da mata, agora 0 que pevalcia era sien um siléncio pofundo que Ines fia ao encanta da. solao notin com quem comer sb extn a ite do macs da nat, 2 Saude. Ero ev sri pat ate, nme tla le toa ostaus, expand gu chance o cons cara (0 mesmo segue) Esse Isolamento sb ea qubrado 0 cabo de um ou dots mes 528, 88 vezes mais, quando lem ao barracto para se abastocerem, E verde que em algumas ragbes as colaeacées podiam estar mats Gxinas unas des ouras, pamiino que seus ecupantes vs 80m ou polo menos se comunicassem por melo de gritos!” ‘ram dados na mata. Ma maiola das vezes,porém, elas feavam iso ladas, as vezes separa por acientes dices de contomar, prven 40 © indvidvo de qualquer contato humano, ‘Ses Oscar, um neg bsiano que cored nana 617, roo Jan, lembra quo na coleea¢ao em que vabalhava tudo quo possula ea um 22horo, um gato eum macaco prego amaraco numa conente arden, que an ere ho de um lado para 0 outro. como ndo hava pessoas com quem nrsar, ole confessa: Ev conversava com aquele macaco. scar quis domonstrar 0 quanto a vida na mata © hava srldo eveloume, entio, que havia chegado a Rondnia nos anos 40, ome soldado da borrscha, Mas depois de trabanar 14 anos na se- i, resobeu regresser & Bahia com a itengio de I6 permanocor Wie Wz, No tendo conseguido, porém, adaptarse 4 vida de 18 aps uns moses rotomou ao seringal. E onto elo se porguntava: Por que vole? Por que me aeostume nessa mates? € perpleso, cons- Iotovs: Nao sei dizer. E agora feo pensatio comigo mesma! Tendo pos fetornsdo ao seringal, Oscar digs ao lugar Ca hd Central onde ft vabainar como mato, demonstrando dessa forma afridade com as trefas que essa athidade euge.€ como pa- recia movimentarse na mata com desenvotura,emora sendo nes, ‘oabeu ganhendo entre seus companheres © apeldo de ino! Oscar ‘iio 36 conhecia bem a mata, como sabia cagar © pescar com hai Iaade,fato que sttbu a um dom dno, ols sabe dstnguir su8 or fom urbana vida em Salvador, onde trabahou exerende 8 profi: so de agouguet, ‘As nformagdes deas por Oscar ganhavam relvincia na medi- da em que permitiam avatar 6 solamente vivdo pelos sernguccos rguelse colocagtes remetas. tle contou, assim, um caso que acon- teceu com um homem chamado Manoel de Assis, que vabalnou com loa regio do rio Machadinho. Manoel teria saido do imerior da ‘mata onde trabahava e ido 20 baracio para diverse, como 60s tumava fazer nos ns de semana. Sé que dossa ver excodeuse na bebida e ao tenta retornar & sua colecagdo acabou tropevande no melo de gatos onde ealy @ adomeceu. Encontrando-se nesso esta do ~ prossegue Oscar em aua narrative ~ dele aproxmou'se uma enorme onga que, #0 cherHo, estranhamerte nde atacou, mas, 29 contrave, procurea proto com fons © em seguda afastouse (Oscar 8 soka nessa altura da conversa), Ent8o, quando © pobre hhomom acerdou © vis aquote monte de folnas afogandohe a resph ‘ago, logo porebau que algo estranho havia aconteci. Amedton tado,precurou evades, sainde dali om dsabalada corrida: fi uma area s6t, dese Oscar, até ‘segundo Oscar, no tei re lava do seu coro. ‘Como péde aquole homer expicar para os seus companhel 2 afico que o dominou? Tera mesmo o animal ago do ede {ol desoita? Ora, nfo so trata aqul de verficar a exatid do aco {ecimento, mas de reconnecer como oalool gerardo imagens weeantes, pido levbio a esquocer a retina que o consumia, {ao enconto da bebida devia faztl0 de modo que isso mpi ‘numa entraga total. Pois nada al se compensa; nada pod sera ‘ado: A 6 tudo fchado; a gent parecia uns pesos, No plano sexual, por exemple, nBo podiam contr com a co ‘agdo de mulheres, haja vista ser a estrtura prodtva Go serng ‘cupada unicamente por homens. Seu Oscar obsena a esse resp |e 5e cle desojasse experimentar a sua senuadade ~ ter contatg 2m uma mutter, come die ~ devia at Porto Velho, vies alas lo, ¢ dal, onde buscava as casas de prostiuigé. No eernga, come) ‘fema, ora mesmo uma solido afl do suportar. € saldae era so, bretudo fata de muiner © am (erchinol, 1977, p. 185). ures ve 285 suprinse essa caréncia olnandose para figuras feminins sola, des nas paredes de suas barraces: © camara camera un crt (maga) de gs = Dewees, Toes 24 Paquta~ 6 gn aetna eto de mame, Geatons ‘A proptsito desseisolamento que marcou tio foremente a per Sonaliade do seringuero, a ponto de sor comum ou does ser 6 soliddo da mata o que mais ihes 8 sautade, lemérome de vias ‘references fetes & cavernada, uma danga praticada entre homens, ‘al onde ocore a auséncia de mulheres 4 ‘Cavema 6 um termo que se stitui ao homem edie a caver. nada ocore toda vez que mults homens se recnem na case de of luém com a inteneéo de se divortvem, Nesses ccasiées pode hever alguém que saiba tocar algum instrument, mas ndo ser necesséria ‘mutta mstoa ou bebida para que se sintam alegres © quam cx [orsar suns emopdes,abragando se e dangando uns com os outros. ‘Nas fests acu, disse-me um seringuero que wveu nas mates do, Jin, 86 cava mesmo eavera. (Eto) Juntava aquela tunna do se- ‘nguoroso dancava homem com bomam; ara cavema com caver. {We mesmo cz que, com um pander feto com couro de coi, an ou mutas dessas fests, pols assim ele sabia fazer, J. que instr ‘mento de cour era (com ele) mesmo. Em varias ocasias cu falar da caverada, como ocoreu em Costa Marques, em 198, onde conversel com serngucros da regio Cautario. La, como me afrmaram, essa ptica tem a mesma do sorvotura, Sendo os eavemas também conhedidos come “valet”. Dizse que 0 sucosso ou o fracasso de uma festa depondera de que conte com ure nero menor ou malor de valetes, e aquelas em Que sp sabe de antemBo 86 nave valetes © nenhums “sama” est8o su Jottas a se tansfermar numa verdadeia cavernada ‘Sem pretender formular qualquer tera sobre tal manifestagéo,, um seringalista com quam conversi iz estar convencido do quo a cavernada faz pate do que ele chama a "doolgla do seringal in ‘cuindo assim o fendmeno nas eondges de ordenamento do “sein galsmo", aura categoria, alls, quo oo utllza, © que parece ser mais ‘tequada do que “exratismo", por ser esta demasiadamente pla ‘quando se que: comproender especfcdades do previ seringal 2 estrtura do ering, fundada em unidades dispersas no In terior da mata, a complesidade de sua geografia ocunada por ros © furos descanhecdos, a exlusdoenfm do nicl femie que ameoqava ‘2 exclusidade da sua pode, cava para © hamem as condies {de um islament que 8 vezes s#tomavainsuportve. sabi, als, cue, em stuagées de desespero, muitos dos que eram de eptes ds tantes recortam a utilegso de alvindgenos esperangasos do reer Seu lugares e suas gortes (Bonchimal, 1977, p. 190). Contase que ne Serirgal Guarapa (Benchinol, 1977, p. 190), a redo do ro Abund, nos das de festas 08 soringucroseastuma. vam so uiilzar de una substincia native 8 que chamavem ussca, cup ofc os debiava em dela, procuzindo visées maraihosas. A ‘watiedo da uasea, coném lambrar, ada hole continua sendo cut ‘dana Amazin, como eu mesmo veriquel numa conde om Patil, em asquemes, no Canto Espa Unio do Veta, A 8 6 conhecda como Marit, um chp (banistariopis cea que ado toh da chacrona (psycotiewtis) prod 05 mesmos fa (Fr6es, 1986, p. 207-0), pemitindo 20s que chegam aun de tue ~ & borrachara ~ © reencontto com a verdade © 2 pan, 0 IMAGINARIO E 0 VIVIDO OU ‘A DIMENSAO MITICA DA NATUREZA ‘Quando se ests a refetie sobre © ering, algo qe chama a tengo 6 visdo malea € ameagadora que a natureza assume para fo homem. Estandose assim na mata ~ stuagte mais trequente para © sornguoire -, 0 esturo ameagador da ong, 0 bole traigoero da 0210, 6 canto stun do péissar, a lembranca de almas penadas, fue feqdentam seputras abandonadas, 0 enconta com a Mio da Mata ov com 0 Curupira, tudo Isso & capaz de provoear no homem um sentmarto de apreensio © medo. ‘O momento aval dloros e damtco — tom ensejado a0s so ringucros de Rondnia uma ert reeuperagso do seu mundo mito. Assim, quando estve na reise dos ris Branco e Cana®, afuentes do Jamar, cui alguns relatos interessartes ca intencio parecia ser 8 de prem rlovo 0 que tem orate ali com o meio ambiente, Na verdad, no ee Vata de simples relatos, mas também do resgate Je uma memiria que agora ressurge ali come uma erma de dendncia. Mais ainda, essas estérias formam, por assim dizer, um conjunto de trongas © ropresentagbes sobre a natureza quo os seringuerosfo- ram incorporando a0 unverso da sus culture. Agumas dossas est ‘as, come logo veromas, fazen' da natureza um teitrio habitado or sores que, via de vega, adauirom forma humana, indiando, ta

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