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CAPITULO 15 HIGIENE, SEGURANCA E QUALIDADE DE VIDA Objetivos de aprendizagem Apos estudar este capitulo vocé estard apto a ‘© Compreender a importancia da higiene e seguranca do trabalho. © Explicar a responsabilidade de linha e a funcao de staff na higiene e seguranca do tra- balho. © Explicar os principais aspectos da sauide ocupacional. © Compreender as causas e conseqiiéncias dos acidentes de trabalho. © Definir as caracteristicas de um programa de QVT. @ Higiene do Trabalho @ Satide Ocupacional @ Seguranga do Trabalho Prevengao de Acidentes ‘Avaliacao do Programa de Higiene e Seguranca do Trabalho Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) ‘ar Gostto do Possoas + IDALBERTO CHIAVENATO Y ELSEVIER, Pe Dk a) BATERIAS MAXIMA Gabriela Passos herdou de seu pal a Baterias Maxima, uma fabricante de baterlas para carros e pilhas de pe- queno porte. Promovida a presidente da organizacéo, Gabriela procurou conhecer mals profundamente os negécios e o esquema de produgéo da empresa. Seus contatos com gerentes e funclonérios a delxaram pre- ‘ocupada com as condigdes internas de trabalho extre- mamente perigosas e Insalubres. O trabalho direto com elementos quimicos - como dcidos e chumbo - néo somente Impunham riscos de acidentes gravissi AS PESSOAS PASSAM A MAIOR PARTE DE SEU tempo na organizagio em um local de trabalho que constitui seu habitat. O ambiente de trabalho se ca- racteriza por condigées fisicas e materiais ¢ por condig6es psicol6gicas e sociais, De um lado, 0s as- pectos ambientais que impressionam os sentidos € que podem afetar o bem-estar fisico, a satide e inte- Bridade fisica das pessoas. De outro lado, os aspec- tos ambientais que podem afetar o bem-estar psi colégico ¢ intelectual, a satide mental e a integrida- de moral das pessoas. De um lado, a higiene e segu- ranga do trabalho e, de outro, a qualidade de vida na organizagao. GP é uma responsabilidade de linha e uma fun- io de staff. Gerentes de linha e especialistas de GP esto envolvidos na Gestao de Pessoas. Além disso, ela envolve as responsabilidades legais € morais de assegurar um local de trabalho livre de riscos desne- cessirios ¢ de condigdes ambientais que possam provocar danos saiide fisica e mental das pessoas. As doengas profissionais e os acidentes do trabalho provocam enormes prejuizos as pessoas ¢ as organi- zagdes em termos de custos humanos, sociais ¢ fi- nanceiros. Eles podem ocorrer casualmente, mas podem ser evitados através de programas preventi- vos ¢ profiliticos. Nas dltimas décadas foram feitos muitos progressos na redugio e prevengao de doen- gas ¢ acidentes relacionados com o trabalho, Para efeito didético desdobraremos a Higiene € Seguranga (H&S) em higiene do trabalho © segu- ranga no trabalho. mos, como doencas profissionals Irrecuperévels, Passivo trabalhista da empresa alinhava reclamacéos Insalubridade e acées acidentes graves, 0 trabalhistas por pericutosidas civels ¢ eriminaig por doen custo das indenizagées judicials era extremamente alto implicava em pesadas perdas para a organlza- g40. Mas, por outro lado, eram vidas humanas que es- tavam em jogo naqueles processos judicials. Gabriela pediu ajuda ao Gerente de RH. Como vocé procederia no seu lugar? © Higiene do Trabalho digdes ambientais de trabalho que assegurem a sati- de fisica e mental ¢ com as condigdes de saiide € bem-estar das pessoas, Do ponto de vista de satide fisica, o local de trabalho constitui a area de agio da higiene do trabalho, envolvendo aspectos ligados com a exposigao do organismo humano a agentes externos como ruido, ar, temperatura, umidade, lu- minosidade e equipamentos de trabalho. Assim, um ambiente saudavel de trabalho deve envolver condi- ] mentat Erios Estressores Estrutura Comunicagao pobra Individuals Pouca participagao Pouca coordenagio Rigidex Necessidades Cognitive Esquecimento Aspiragdes Lol Pouca concentragéo| ‘Cultura Iniquidade Estabilidade emocional Eros de deciséo Bitolamento Romecasel Pouco progresso eae Poucl bartepesra Tolerdncia & ambiguidade atic | att-estima Fisioldgiea Cansago Faores Fania Paced de comportamenio| | | Press ata externos — Economia Daal Vida paricuar joangas Combnidade Relaciona- Superiore] ‘Organi-—Absentoismo mentos Subordinados L,| zacionat — Rotatvidade Colegas Baixa produtvidade Clientes Baixa qualidade Figura 15.1. Os estressores na vida de cada pessoa." CS Rn BATERIAS MAXIMA No “decorrer das providéncias, Gabriela Passos Percebeu que quando nao se adota medidas pro- ventivas as medidas corretivas ficam mais caras. A Fecuperagao do tempo perdido - e da satide perdi- da - exige investimentos mais pesados. Mals vale Prevenir do que remediar. Porém Gabriela apren- deu outra licdo: de nada adianta mudar as condi- 60s fisicas se nao houver uma mudanga da organi- zagao do trabalho e da mentalidade das pessoas. Gabriela percebeu que era necessarlo mudar méto- dos e processos de trabalho, fazer com que as pes- Soas se consclentizassem da Importancia de suas vidas e satide e, principalmente, mudar a qualidade de vida no trabalho. Pediu ao RH que a ajudasse a resolver 0s problemas da empresa. Como o RH deve proceder? Forme grupos de § ou 10 alunos. Cada grupo sera ine cumbido de fazer uma pesquisa em uma ou mais clas. Ses da escola para revelar o que mais ateta positiva © Sots Confianga do Chefe Sinceridade dos colegas Simpatia da equipe Alegria no ambiente Flexibilidade nos procedimentos Reconhecimento e elogios ens Autoritarismo do Chete Destespeito dos colegas Desorganizagao Baixo Astral e mau humor Rigidez nos procedimentos Falta de consideracao as Pessoas Ruido Siléncio ‘CAPITULO 15 + Higiene, Seguranca e Qualidade de Vida | 475) Como reduzir © estresse no trabalho Existem varias maneiras de aliviar 0 estresse, indo desde maior tempo de sono a remedies exéticos como biofeedback ¢ meditacio. Albrecht" sugere as Seguintes medidas para reduzir o estresse: 1. Relagoes cooperativas, recompensadoras agradaveis com 0s colegas. bt SS 2. Nao tentar forgar mais do que cada um pode fazer. 3. Relagdes construtivas e eficazes com o gerente. 4, Compreender os problemas do chefe e aju- dé-lo a compreender os seus. 5. Negociar com o gerente metas realisticas para o trabalho, Esteja preparado para propor me- tas, apesar daquelas que Ihe foram impostas. 6. Estude o futuro e aprenda como se defrontar com eventos possiveis. 7. Encontre tempo para desligar-se das preocu- pagées e relaxar. 8. Ande pelo escrit6rio para manter sua mente trangia e alerta. DICAS PARA REDUZIR O ESTRESSE NO LOCAL DE TRABALHO"? ANorthwstern National Life Insurance Co. dé algumas dicas sobre o estresse: 1. Permita que os empregados conversem amigavel- mente entre si: colaboradores habituados a uma atmostera live e aberta em que possam consul tar-se com colegas sobre assuntos de trabalho on- frentam o estresse com mais humor. Reduza contltos pessoais no trabalho: colaborado- res podem resolver confitos por meio de comuni- cagées abertas, negociagées e respeito mituo, Duas coisas sdo bésicas: trate as pessoas com eqiidade e defina expectativas quanto ao trabalho. Dé aos colaboradores 0 controle sobre como do- vem fazer 0 seu trabalho: 0s colaboradores sen- tem-se orgulhosos e produtivos e s80 mais capa- zes de lidar com 0 estresse quando tém controle sobre 0 que fazer em seu trabalho. “Assegure adequada assessoria e orgamentos de despesas: as empresas necessitam reduzir cus. tos e apertar orcamentos de despesas, mas as pessoas podem contribuir com sugestées, con- Giliando a necessidade de economia com a de assessoria. Fale abertamente com os colaboradores: 0S ge- rentes devem manter suas equipes informadas so- bre as boas ou més novidades e devem dar a elas oportunidades de participar © decidir sobre tals assuntos. Sil 6. Apéie os esforcos dos colaboradores: pergunte re ‘Qularmente a eles como esto indo em suas ativida- des e indague sobre assuntos relacionados @ os nf veis de estresse serdo signifcativamente reduzidos. 7: Proporcione beneficios pessoais competitvas: as pessoas que dispdem de tempo para relaxar @ ré- Carregar energias apés um trabalho duro sao me- nos passiveis de desenvolver doencas relaciona- as com estresse, 8 Mantenha os niveis atuais de beneficios aos colaboradores: cortes em beneticios, como sequ- ro sade, seguridade social, érias e afastamentos Por doenca acrescentam estresse nos colaboré- ores. Deve-se pesar © comparar economias de dinheiro com custos elevados de alastamentos e+ Bes 'xplique o estresse no trabalho, suas fontes princi- Pais © como reduzi-lo? 8. Conceitue seguranga no trabalho ¢ suas prineipais reas de atividade, 9. Defina acidente e a prevengio de acidentes. Classi- fique os acidentes. 10. Explique o CF ¢ 0 CG e suas espectivas formulas Dé exemplos. 11. Como vocé desenvolveria um programa de H&S? 42. Explique os elementos presentes em rodo acidente do trabalho. 13. Explique as condigdes inseguras ¢ 0s atos inseguros. 14. Explique os tragos de personalidade que predis- poem a acidentes 45. Como se deve prevenir acidentes? Explique. 16, Comente os custos diretos ¢ indiretos: dos acidentes. 47. Como se faz a avaliagao do programa de H&S? 48. Conceitue QVT e seus principais elementos. 19, Explique 0s modelos de QVT de Nadlere Lawler € de Hackman ¢ Oldhan. 20. Explique 0 modelo de QVT de Walton. 21. Comente os programas de bem-estar dos colabora- dores. Passeio pela Internet Visite os seguintes sites: www.abyq.org.br www.allbusiness.com awww.agsine.com wwww.asq.r8 sinh CAPITULO 18 + Higlona, Soguranga o Qualidado do Vida | 495) www www.eworkmarkets.com, www.lnqorgbr www.hewitt.co management.com, www humancapitalinsti wwwwilo.ory wwwanseorg, wwweorgplus.com, wowoshaorg www. projectmanagement-hg.com www. purebusiness.com www.quality.nist.gov www.spiritOntheJob.com www.workforce.com www.worldatwork.com www.worldatworksociety.com Referén raficas, 1. “Scope, Objectives and Functions of Occupational Health Programs”, Journal of the American Medi- cal Association, Vol. 174, !. October 1960, P. 533-536. 2. Gloria C. Gordon & Mary Sue Henifin, “Health and Safety, Job Stress, and Shift Work", in H. Meltzer 8 Walter R. Nord (eds.), Making Organi- zations Human and Productive, Nova York, John Wiley & Sons, 1981, p. 322. 3, Robert T. Golembiewski & Robert F. 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