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LETA23 INTRODUÇÃO À LINGUÍSTICA ROMÂNICA

PROFESSORA. RISONETE BATISTA DE SOUZA


ANO / SEMESTRE: 2022.1 DIA/HORÁRIO: TER/QUI – 10:40/12:30

ATIVIDADE ASSÍNCRONA_02
PARA 29/03/2022

Leitura e fichamento dos textos disponíveis no DRIVE:

FARACO, C. A. A percepção da mudança. In: ____. Linguística Histórica: uma


introdução à história das línguas. São Paulo: Parábola, 2005, p. 14-43.

"As línguas mudam com o passar do tempo”

• As línguas humanas não constituem realidades estáticas.


O objeto de estudo da linguística histórica.

• A mudança gera contínuas alterações da configuração estrutural das línguas – sem se


perder a plenitude estrutural e potencial semiótico das línguas.
As mudanças linguísticas se dão de forma lenta, por isso que muitos a enxergam como
estáticas. Além disso, as mudanças atingem sempre partes, não o todo da língua.

A língua escrita é mais estável do que a língua falada. “[...] no fluxo do tempo, a língua se
transforma, isto é, estruturas e
• O contraste entre a imagem que se tem da língua e a palavras que existiam antes não
realidade – situações que envolvem manifestações ocorrem mais ou estão deixando de
linguísticas ocorridas em momentos bem claramente ocorrer; ou, então, ocorrem
distanciados no tempo. modificadas em sua forma, função
e/ou significado”

• A grafia portuguesa medieval tinha uma configuração


fonética.

• Análise do texto apresentado na página 19


Diferenças substanciais entre a língua de 700 anos atrás e a de hoje:
Ocorrência de itens lexicais e gramaticais que desapareceram do uso corrente.
• O português, logo, passou por diversas mudanças nestes seis ou sete séculos, desde
substituições lexicais até alterações estilísticas, sintáticas, sonoras e semânticas.

• Manifestações linguísticas afastadas pelo tempo: Os elementos linguísticos


mudanças em tempo real. inovadores ocorrem com
Fenômenos de mudanças no tempo presente: frequência menor na fala das
mudança em tempo aparente. gerações mais velhas e dos
grupos socioeconômicos menos
privilegiados do que nas falas
“Nem toda variação implica mudança, mas toda
da geração mais nova e dos
mudança pressupõe variação”
grupos socioeconômicos
intermediários
• A língua é uma realidade heterogênea,
multifacetada.

• Fatores que contribuem para o maior conservadorismo da língua escritas:


1. A escrita tem uma dimensão de permanência;
2. As atividades escritas estão ligadas a contextos sociais marcados de
formalidade.

• Falantes da língua que fazem parte de grupos socioeconômicos mais altos tender a ter
uma reação negativa às formas inovadoras.
• Os grupos implementadores de mudanças têm geralmente baixo prestígio social

“É com a quebra progressiva desse estigma (isto é, com a mudança de valores


correlacionada com mudanças nas relações sociais) que as formas inovadoras vão
adquirindo condições de se expandir para outras variedades da língua.”

• A mudança linguística está envolvida por um complexo jogo de valores socias.


• Teoria variacionista:
Metodologia para aprender
sociolinguística quantitativa.
cientificamente, como parte do
• A escola homogeneiza a
estudo da variação e da mudança,
Realidade linguística.
os valores que uma comunidade
• Não existe língua homogênea. atribui às diferentes variedades da
• Cada variedade da língua é língua.
resultado das experiências
históricas e socioculturais do
grupo que a fala.

• Mikhail Bakhtin – plurilinguismo.


• As variedades se equivalem.
• A diferença de valoração das variedades se cria socialmente: algumas variedades por
razões políticas, sociais e/ou culturais, adquirem uma marca de prestígio e outras não.
• Variedades prestigiadas – norma ou variedade culta.
• Qualquer parte da língua pode mudar.
A classificação geral das mudanças é feita utilizando-se os diferentes níveis comuns
no trabalho de análise linguística:
1. Fonético-fonológicas – alteração da pronúncia de certos segmentos em
determinados ambientes da palavra.
2. Morfológicas - as palavras autônomas podem se tornar morfemas
derivacionais; sufixos podem desaparecer como morfemas distintos passando a
integrar a raiz da palavra; o sistema flexional pode mudar.
3. Sintáticas – quando um elemento lexical se transmuda num elemento
gramatical.
4. Semânticas – abordada na perspectiva da palavra, isto é, como um processo
que altera o significado da palavra.
5. Lexicais – estudo da composição do léxico, observando sua origem e os
diversos fluxos de incorporação de palavras de outras línguas.
6. Pragmáticas – estudar os usos dos elementos linguísticos em contraste com o
estudo das propriedades estruturais desses elementos.

• O nível mais estudado em linguística histórica é o fonético-fonológico.

.
LUCCHESI, D. Os mitos sobre a língua e suas raízes históricas. In: ____. Língua e
sociedade partidas: a polarização sociolinguística do Brasil. São Paulo: Contexto, 2015, p.
15-19

• “Um dos mitos mais recorrentes que rondam a língua diz respeito a um suposto processo
de inexorável deterioração, que está sempre suscitando previsões alarmistas sobre o
risco de um iminente colapso”
• Guy Deutscher – Compilação histórica de depoimentos sobre o tema.

O declínio da língua inglesa “como a língua de uma nação histórica e


1942 – George Orwell literariamente importante podia afundar
1848 – August Schleicher rapidamente”
1780 – Thomas Sheridan
O inglês durante o reinado da rainha Anne (1702-1714)
Jonathan Swift: Proposta para corrigir, melhorar e determinar a língua inglesa

• “Ou seja, ao longo de vários séculos, os principais usuários da língua inglesa repetiram
a mesma ladainha: a língua está decaindo e perdendo as virtudes que exibia a algum
tempo, em sua época de ouro”
• A língua alemã e a nostalgia do estado de perfeição da língua de Goethe e Schiller.
Jacob Grimm – contemporâneo de
“há seiscentos anos, todo humilde camponês
Goethe
sabia – ou seja, praticava diariamente –
perfeições e sutilezas da língua alemã, com as
▪ Franceses e portugueses também quais os melhores professores de língua de
começam a se preocupar com a hoje em dia não podem sequer sonhar”
“decadência” das suas línguas.

• Deutscher – “O que faz com que pessoas tão inteligentes acreditem em algo tão
gritantemente irracional?”
• Os puristas na atualidade e a aversão à linguagem da internet - e abreviaturas.

Relação entre a língua e o funcionamento da mente humana.


X
Constituição histórica da língua e da evolução da sociedade.
=
“Dissipar as ilusões de ótica que fundamentam tais juízos dogmáticos,
irracionalistas e ilógicos que plasmam a visão da língua nas sociedades
modernas”

• O mito da identificação entre a complexidade gramatical e grau de civilização de um povo.


As declinações do grego e latim clássicos tidos como índice de uma cultura superior.
As línguas indígenas e africanas e as suas morfologias complexas.
Línguas consideradas primitivas, já que não seguem um padrão europeu.

• O mito da ameaça à unidade linguística.


“Se não houver uma rígida uniformização, a unidade da língua se perde; se o caos da
variação linguística não for controlado, a comunicação verbal ficará irremediavelmente
comprometida”
O que garante a unidade da língua é a interação entre os seus usuários.
A heterogeneidade da língua.
A flexibilidade da variação linguística.

• A ignorância em relação à língua em pleno século XXI.


• “Ao longo dos tempos, a língua tem sido um poderoso instrumento de dominação e
construção da hegemonia ideológica que legitima o poder das classes dominantes”
• Os fatores sociais como importante mecanismo para a sedimentação dos mitos, estereótipos,
preconceitos e dogmas que alimentam uma visão hegemônica da língua e como ela atua na
sociedade.
• A concordância não é um requisito para o raciocínio lógico.

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