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Texto: JANSEN, T. A era das línguas nacionais. In: ____.

A história das
línguas: uma introdução. Trad. Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2015,
p. 174-186.

 Henrique V – deixa de escrever as suas “[...] pois nosso excelentíssimo


cartas em francês e começa a escrever em senhor; o rei Henrique V, em
inglês. suas cartas missivas e em
diversos assuntos concernentes à
O objetivo: propagar a ideia de uma
sua própria pessoa, escolheu mui
nação inglesa forte e independente. deliberadamente declarar os
Obs.: Levar em consideração a decisão da segredos de sua vontade, e para o
guilda dos cervejeiros de Londres em melhor entendimento de seu
1422. povo, com espírito diligente
procurou o idioma comum [...]”
 Europa: séc. X – séc. XIX
 O desaparecimento dos pequenos Estados, nos quais a língua falada
era, quase sempre, a mesma dos Estados vizinhos, e a língua escrita era
o latim.
 Surgem um número menor de Estados, cada um com sua língua
própria.

Nasce o estado-nação.

 Século VII – Conquista Normanda - A língua genuína nacional foi adiada


por vários séculos.
“Vários dialetos e línguas eram
 Península Ibérica: oito Estados falados nos respectivos Estados,
separados no ano de 1200. mas a língua escrita era quase
 1600 – Portugal e Espanha tinham exclusivamente o latim e, é claro,
praticamente a mesma fronteira que o árabe no sul.”
têm hoje.
“As duas línguas escritas, português e castelhano, tinham se estabelecido
e se tornado dominante nos dois países.”
 Aragão – catalão – status subordinado na época.
 As novas línguas nacionais não brotaram espontaneamente. Elas foram
deliberadamente criadas.
A forma falada já existia, mas a preocupação estava em legitimas e tornar
genuína a língua – uma língua escrita com normas próprias.

1. Inserção da língua na educação;


2. Incentivo aos autores para que escrevessem na língua em questão.
Estado, escola e línguas

 A escolarização
Crianças gregas: aprendiam a ler e escrever exclusivamente a sua
língua.
Crianças romanas: dominavam o latim e o grego.
 A queda do Império Romano – igreja responsável pela educação
sistemática.
As escolas catedrais eram, inicialmente, muito simples. Contudo,
no século XII, foram criadas as primeiras universidades europeias.
A língua nas escolas era o latim
Ou seja, por não ser mais a língua
materna de ninguém, o ensino do
 As línguas faladas se tornam latim exigia um tempo maior, já que
novas línguas escritas. as crianças também precisavam
Por muitos séculos isso foi aprender a ler e a escrever em suas
arranjado informalmente, sem línguas. Nas universidades, as aulas
eram exclusivamente ministradas em
nenhuma mudança nos
latim, o que exigia um excelente
currículos escolares. Essas domínio oral por parte dos alunos e
novas línguas escritas não professores
foram usadas ou ensinadas na
escola por um longuíssimo tempo.
 Século XIII – relatórios isolados sobre essa educação que incluía as
novas línguas.
Dois vieses de ensino: aprender, sem a ajuda de nenhuma
instituição, com a ajuda de parentes e mestres particulares, ou
aprender a ler e a escrever a língua materna depois de ter dominado
o latim.
 A leitura e a escrita são habilidades que podem ser transferidas de
uma para a outra.
 A educação nas escolas – séculos XIV e XV
Ruptura – Reforma no norte da Europa
1. O clero poderia pregar e oficiar a liturgia nas
línguas faladas.
2. Textos fundamentais disponibilizados naquelas
línguas.
 Oposição da igreja católica – insistência em manter o latim.
A disputa religiosa foi, também, uma batalha entre línguas.
 A proclamação da reforma beneficiou as línguas nacionais, já que
a leitura da bíblia e pregação do evangelho agora precisava ser
lida nessas línguas, as quais tiveram que se tornar escritas e bem
estabelecidas, em uma posição semelhante ao latim.
 O latim como a línguas das pessoas cultas.
 A partir do século XVI – a retirada do latim de um domínio após o
outro, até que cessou inteiramente de funcionar como meio de
comunicação linguística.
 1960 – Concílio Vaticano II decide permitir o uso de outras
línguas que não o latim na liturgia.
 A educação linguística exige normas bem definidas, por isso que
as novas línguas não eram muito usadas nas escolas no século
XVI.
 Séculos XVI e XVII - Regras de ortografia, gramáticas e
dicionários das novas línguas.
O Estado foi crucial para a
 No século XVII, as línguas nacionais solidificação dessas línguas, já
entram em real competição como o que aquele conduzia o grosso
latim como língua primeira nas da sua administração em
escolas e como língua oficial. línguas nacionais. Assim, todos
 O conservadorismo das escolas fez que possuíam algum cargo
com que o latim fosse a língua de “estadual” estavam
ensino oficial por séculos. constantemente em contato
 A língua nacional como um meio de com outras línguas que não o
democratização da educação. latim.

“Conforme o latim se retirava e outras línguas avançavam, tornou-


se necessário aprender as línguas de outros países, a fim de ser
possível viajar e se comunicar com estrangeiro.”

 Século XVII – criadas escolas organizadas para ensinar francês


aos ingleses, alemão aos sucos e assim por diante.
 As novas línguas nacionais da Europa se equipararam e
assumiram, pouco a pouco, as funções do latim – uma língua
escrita, com regras de ortografia e gramática, além de ser uma
importante disciplina escolar.

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