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ESTUDO DE CASO PLANEJAMENTO E METODOS 3° Edigao ROBERT K. YIN Reimpressio 2007 RB 10/1023 2005 18 suminio 5. analisando as evidéncias do estudo de caso ... 97 Uma estratégia anal ‘com as ferramentas ani 8438) ‘Técnicas analiticas especificas . 14d Exigindo uma anilise de alta qualidade 167 Resumo 168 6. Relatando estudos de caso ... a © pablico-alvo para os relatérios de um estudo de €as0 -.. 173 Relatérios de estudo de caso como parte de estudos ‘maiores de multimétodos «....-- Fecni 179 Estruturas ilustrativas para a composigio dos estudos de cas0 «182 Procedimentos ao fazer um relatdrio de estuda de caso ves 186 (0 que torna exemplar um estudo de caso? eaceas tL Referéncias bibliograficas .. se 199 finde .sssseseeeennnennimnnnnnennnnnntnensennnnnnt 209 INTRODUCAG site te ca wi mins mann defame pena sn ciéncias sociais. Experimentos, levantamentos, pesquisas hi ee de nformagoes em argues so alguns exempioe de outa za pesquisa. Cada estrategin spresenta vantagens e desvantagens propiss dependend basieamente de tes condigbes: a) 0 tipo de questio da pesquisa; b) 0 controle que © pesquisé a mh aaa meee ae Usar os estudos de caso p is desafindores de todos 0 te livro é ajudar o leitor ~ um cient lidar com © desafio. Seu obj 20 estuoone caso apresentar ¢ analisar os dados de forma imparcial. Um objetivo adicional € Conduzit 0 estudo de caso para o fechamento ao se escrever um relat6rio ou livro convincente Como estratégia de pesquisa, utiliza-se o estudo de caso em muitas situ- agées, para contribuir com o conhecimento que temos dos fendmenos indivi- duais, organizacionais, sociais, politicos e de grupo, além de outros fenéme- relacionados. De forma nao surpreendente, o estudo de caso tem se cons- ido uma estratégia comum de pesquisa na psicologia, sociologia, ciéncia iigun, 1994), administracio (Ghauri & Gronhaug, politica, trabalho soci 5002) ¢ planejamento social. Podem-se encontrar estudos de caso até mesmo ya economia, em que a estrutura de uma determinada industria, ou a econo nia de uma cidade ou regio, pode ser investigada através do uso do método de estudo de caso. Em todas essas situagGes, a clara necessidade pelos estudos de caso surge do desejo de se compreender fenémenos sociais complexos. Em resumo, o estudo de caso permite uma investigagao para se preservar as ca tacteristicas holisticas e significativas dos acontecimentos da vida real ~ tais, ‘0 ciclos de vida individuais, processos organizacionais © administrativos, idangas ocorridas em regides urbanas, relagdes internacionais ¢ a maturaglo de setores econdmicos. ivas do estudo de caso como método de pesquisa. O objetivo ger: ajudi-lo a lidar com algumas das questoes mais dificeis que sdio comumente negligenciadas pelos textos de pesquisa disponiveis. Com muita freqiiéncia, por exemplo, o autor se viu fren- te a frente com um estudante ou um colega de profissio que the perguntou: ‘a) como definir um caso que esta sendo estudado; b) como determinar os dados relevantes que devem ser coletados; ©) o que deveria ser feito com os dados apés a coleta. ratando de todas resentagao dos ro responde a essas questdes ¢ muitas outras, as fases do projeto, da coleta de dados, da ani resultados. Ao mes! de todos os usos do estudo de caso, Jes que procuram utilizar os izados nos campos do direi Llewellyn, 1948; rais. Para sma interpre- tagio comp! estabelecer uma estrutura de discussao e de rios para desenvolver bons casos para ensino ~ cuja v caso nico € nao de casos milkiplos ~ sao bem i wrroougio 21 realizar pesquisa (p.ex., Caulley & Dowdy, 1987). Os estudos de caso que se desea _gnsino no prectam se preocupar com a apresentagio jus ¢ rigorosa dos dados empiricos; os que se destinam| i exatamente isso. i eee De forma similar, no é ol em que 03 casos sio ‘utilizados médicos, arquivos de trabalho soci para facilitar a pratica, na med mente, 05 critérios para desenvolver bons casos para a diferentes dos eitérios usados para projetar estudos de casos para a pesquisa im contraste, 0 fundamento Iogico para este livro é que os estudos de aso esto sendo cada vez. mais utilizados como ferramenta de pesquisa (p.e 1992; Perry & Kraemer, 1986) e na qualidade de cientist a de saber como planejare conduzir estdos de caso nico ou de westigar um objeto de pesquisa. Talvez vocé s6 esteja fazendo um estudo de caso, ou 0 esteja utilizanda como parte dle um estude maior de miiltiplos métodos (veja Caj ). Seja como for, O livro concen- tra-se fortemente no problema de projetar e analisar estudos de caso. Nao para a coleta de evidéi nna metodologia das cién textos sobre “trabalho de campo" e “pesquisa de eamy \étodos qualitativos” ~ mas que oferecem poucas ir um estudo de caso, como analisar os dados ou mesmo como min problemas de composigiio do relatério do estudo. tivo deste livro abranger aquelas situagées como forma de manter regis © outros registros de , 0 direito ou no tral COMPARANDO ESTUDOS DE CASO COM OUTRAS é ESTRA DE PESQUISA INAS CIENCIAS SOCIAIS oEGIAR: __ Quando e por que vocé desejar 6pico? s, seguindo rns e desvantage! 22. estuvo pe caso dos ¢ as pesquisas as so apropriadas & fase descritiva e que 0s experi- ‘mentos constituem a tinica maneira de fazer investigagées explanatérias ou causais (p.ex., Shavelson & Townes, 2002). Essa visio hierarquica reforca a fdéia de que os estudos de caso so apenas uma ferramenta exploratéria pre- liminar e nao podem ser utilizados para descrever ou testar proposigoes. Issa visdo hierdrquica, no entanto, pode ser questionada. Certamente sem. pre houve experimentos motivados por razbes exploratérias. Além disso, 0 de- Senvolvimento de explanagées causais sempre representou uma séria preocupa- {Gao para os historiadores, refletida pelo subcampo conhecido como historio- grafia. Da mesma forma, os estudos de caso estao muito longe de serem apenas dima estratégia explorat6ria, Alguns dos melhores e mais famosos estudos de ‘explanatérios (p.ex., veja Quadro 1 para uma répida descri- te Cuban Missile Crisis, de Allison ity, de Whyte, 1 diferentes inclusiva e propésitos ~ exploratério, ‘quapRo 1 Um estudo de caso iinico e explanatério que vendeu muito Sugere trés teorias concorrentes, foi um best-seller da cién ar a crise - que os Estados Unidos © ‘mas também complementares jos resp ‘Sovistica acabou ret {dem tira da estudo de caso tém is relagoes exteriores entre paises, como também a uma ampla variedade ida mi ide ages governament. cite em sua segunda edi¢do | (goes © generalizagoes si wvnoougao 23 QUADRO 2 Um famoso estudo de caso descritivo Apesar de ser um estudo de caso tinico, que estudava um bairro (Corner tem mais dle 70 anos, 0 estudo foi muito resp. livro esta, paradoxalmente, em sua capa: ‘Também deve haver experimentos explorat6rios, exp. experimentos explanatorios. O que diferencia as estraté quia, mas tré ‘gio nao implica que os igias — ou as ocasides em que fados. Muito embora cada es- as dlistintas, ha grandes dreas de sobreposicoes tar desajustes exagerados ~ isto é, quando vocé izar um tipo de estratégia, porém outro é realmente er planejando vantajoso, Quando utilizar cada estratégia ondicdes consistem (a) no tipo de questao de pesq (b) na extensao de controle que o pesquisador tem sobre ev! 1e em acontecimentos co imentos hist6ricos. A Figura 1.1 apresenta essas stra como cada uma se relaciona as cinco proposta, importancia de cada c¢ as, é discutida a seguir, idicao, a0 se 24° estuooe cas0 Tipos de questdes de pesquisa (Figura 1.1, coluna 1). A primeira condicio trata dats) questdo(Ges) da pesquisa (Hedrick, Bickman & Rog, 1993). Um ‘esquema basico de categorizacai Js de questo pode ser represen tado pela conhecida série: “quem”, smo” e “por que fs questées da pesquisa concentram-se principalmente em questoes tue", surgem duas possibilidades. Primeiro, alguns tipos de ques- ‘sa0 exploratérias, como esta: “O que pode ser ara tornar as cescolas mais eficazes?” Esse tipo de questao é um fundame: vel para conduzir um estudo exploratério, tendo como obj des pertinentes a inguirig&es a tanto, como estudo exploratério, qualquer uma das cinco es pode ser utilizada ~ por exemplo, um levantamento exploratério, um -xploratério ou um ima forma de investigagio na foram os resultados de uma determi- tais resultados favorega as estratégias se de arquivos do que qualquer outra. Por exemplo, pode-se p mente um levantamento para enumerar os “o ques”, a0 passo que um estu de caso nao seria uma estratégia vantajosa nessa situa ‘De forma similar, como esse segundo tipo de qu provavel que questées do tipo “quem” ou “onde” (ou seus Exige controle sobre eventos Estratégia comportamentais Experiments im im Levantamente neo sin ‘ ndo sim/ndo_ ca nao no Nites Estado de case nao. sim jar do pesquisa, oguni’ wntronucaa 25, ¢ “quanto”) favoregam estratégias de levantamento de dados ou anélise de registros arquivais, como na pesquisa econdmica. Tals estratégias siio vantajo- sas quando 0 objetivo da pesquisa for descrever a incidéncia ou a predomi- nancia de um fendmeno, ou quando ele for previsivel sobre certos resultados. {A investigacao de atitudes politicas predominamtes (nas quais um levanta- mento ou uma pesquisa de opinido pode ser a estratégia favorecida) ou da disseminacio de uma doenca como a AIDS (em que uma andlise das e: cas de satide pode ser a estratégia favorecida) seriam os exemplos Em contraste, questdes do tipo “como” e “por que” sao mais explanatérias, € € provavel que levem ao uso de estudos de casos, pesquisas histéricas ¢ experimentos como estratégias de pesquisa escolhidas. Isso se deve ao fato de {que tais quest6es lidam com ligagoes operacionais que necessitam ser tragadas ‘0 longo do tempo, em vez de serem encaradas como meras repetigBes ou léncias. Assim, se Voce desejasse saber como uma comunidade conseguit superar com sucesso o impacto negativo do fechamento de seu maior empre- gador ~ uma base militar (veja Bradshaw, 1999) ~ seria pouco provavel que Yocé confiasse em um levantamento de dados ou em um exame de arquivos; seria melhor fazer uma pesquisa histérica ou um estudo de caso. Da mesma forma, se vocé desejasse saber por que alguns circundantes néo conseguem relatarsituacoes perigosas sob certas condig6es, vocé poderia projetar e con- duzir uma série de experimentos (veja Latané & Darley, 1969). Vamos considerar outros dois exemplos. Se vocé estivesse investigando “quem” sofreu devido a atos terroristas © “quanto” dano foi causado nesses ‘0, vocé podria fazer um levantamento entre os residentes lo local, exami- ¢ de arquivos) ou conduzir um ievanta- to de campo na area afetada. Em contraste, se voce quisesse saber “por "esse ato terrorista teve lugar, teria que esquematizar uma série mais angente de informagées documentarias, ao mesmo tempo em que reali sse algumas entrevistas; se voce focasse sua investigacdio em questées do ipo “por que” em mais de um ato terrorista, provavelmente estaria rea do um estudo de casos miltiplos. Da mesma forma, se voc8 quisesse saber “o que” o governo r apés anunciar um novo programa, poderia responder a essa questi realizan do um levantam: -xaminando dados econdmicos, dependendo de programa envolvido. As quest0es (P.ex., © programa bene- nar os registros comerciais (uma andl me ficiou? Que tipos de beneficios foram concedidos? Qual a freqtiéncia com quem se produ: beneficios diferentes?) poderiam ser todas respondidas s« fazer um) de caso. Mas, se voce precisasse saber “como” ou “por q\ programa ai que se dirigir ou para o estudo de caso podem ser tanto estratégias) ou 26 estuoone caso sobre predominancia de algum tipo de dado (em que se valorizaria levanta: mentos ou andlises de registros em arquivo). E provavel que questées “como” “por que” estimulassem o uso de estudlos de caso, experimentos ou pesquisas histricas. jr as questdes da pesquisa é provavelmente o passo mais importante ‘um estudo de pesquisa. Assim, vocé deve reservar paci €ncia e tempo suficiente para a realizacio dessa tarefa. A chave é compreen: der que as questdes de uma pesquisa possuem substdncia (p.ex., “sobre 0 que 0 meu estudo?”) e forma (p.ex., “estou fazendo uma pergunta do tipo ‘quem’, ‘o que’, ‘por que’ ou ‘como’?"), Outras questdes detiveram-se em detalhes subs- 's(veja Campbell, Daft & Hulin, 1982); 0 ponto-chave ue a forma de uma questo fornece um indicio impor- da discussao anterio: tante para tracar a estratégia de pesquisa que serd adotada. Lembre-se das grandes areas de sobreposicio entre as estratégias, de forma que, para algu- mas questées, pode realmente existir uma escolha efetiva entre uma ou outra ‘Tenha consciéncia, por fim, de que pode haver uma predisposicio fa parte para buscar uma estratégia em particular independentemente da 40 do estudo, Se for assim, certifique-se de criar a forma de questo do ‘thor se enquadre ha estratégia que vocé esté pensando em ado- (@igura 1.1, fi - de que questées do tipo “como” ¢ “por que” devam ser 0 foco do estudo, uma distin~ ‘gio adicional entre pesquisa histérica, estudo de caso e experimento torna-se ‘brangéncia do controle que o pesquisador tem sobre eventos comporta- is efetivos € 0 acesso a cles. As p 1s representam a est estratégia come- a0 se examinarem aconteci- lar comportamen é das 1s relevantes. O pelas pesquisas hi almente nak dos aconteci envolvidas. Novamente, possam se sobrepor, o poder as que usu- riador: observacio direta eas pesquisas histéricas ferenciador do est capacidade wwrmoougho 27 de lidar com uma ampla variedade de evidéncias ~ documentos, artefatos, trevistas ¢ obscrvacdes — além do que pode estar disponivel no estudo histo rico convencional. Além disso, em algumas situagdes, como na observacio participante (veja Capitulo 4), pode ocorrer manipulacdo informal. ialmente, sto realizados experimentos quando 0 pesquisador pode ‘manipular 0 comportamento direta, precisa e sistematicamente. Isso pode ocor- rer em um laboratério, no qual o experimento pode focar uma ou duas var veis isoladas (¢ presume que o ambiente de laboratério possa “controlar” to- das as varidveis restantes além do escopo de interesse), ou pode ocorrer em. uum campo, onde surgiu o termo experimento social para se ocupar da pesquisa fem que 08 pesquisadores “tratam” grupos inteiros de pessoas de maneiras diferentes, como Ihes fornecer tipos diferentes de documentagio comprobatéria, (Boruch, 1993). Novamente os métodos se sobrepdem. A ampla variedade de ciéncias experimentais também inclui aquelas situagées em que 0 experimentador nao pode manipular © comportamento (veja Blalock, 1961; Campbell & Stanley, 1966; Cook & Campbell, 1979), mas nas quais a Kégica do, planejamento experimental ainda pode ser aplicada. Essas situagdes foram ‘comumente denominadas situagSes “

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