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A Missão Do Leigo Na Igreja e No Mundo
A Missão Do Leigo Na Igreja e No Mundo
A Missão Do Leigo Na Igreja e No Mundo
ago262021
Artigos
Mas afinal, o que é ser leigo? Seguindo do significado literal da palavra, de acordo com o
dicionário Michaelis, uma das definições refere-se ao leigo como alguém que desconhece
determinado assunto ou não pertence a certa profissão. Por essa razão, antes, não se compreendia
de forma plena o sentido de ser leigo, no entanto, pós concílio, é possível encontrar documentos
esclarecedores.
E qual seria a função do leigo na Igreja? Primeiro, precisamos saber o que a Igreja nos diz: “Por
leigos entendem-se aqui todos os cristãos, exceto os membros das Sagradas Ordens ou do estado
religioso reconhecido na Igreja, isto é, os fiéis que, depois de serem incorporados a Cristo pelo
Batismo[...]”(CIC, n. 897)
O leigo é todo o povo de Deus, admitido em sua Igreja, através do Batismo e da Confirmação
(CIC, n. 900), que possui um caráter secular, como afirma o documento Lumen Gentium (um
documento dedicado a todo povo de Deus), em uma sessão dedicada aos leigos, entendemos que,
por vocação própria, o leigo trata das realidades temporais, segundo à vontade de Deus, seja na
vida familiar, ou no seu ofício. É viver no mundo, mas sem necessariamente pertencê-lo.
É o exercício da profissão (aqui esclareço que o que popularmente é difundido como “vocação
profissional” não é um chamado, mas, utilizar o ofício em favor de Deus e do próximo), na
colaboração do Reino de Deus, pois, como pode se encontrar no decreto Apostolicam
Actuositatem, “os leigos exercem seu apostolado multiforme tanto na Igreja como no mundo",
pois, “o apostolado dos leigos, que deriva da própria vocação cristã, jamais poderá faltar na
Igreja”.
O serviço do leigo, não se resume aos grupos, pastorais e movimentos de dentro da Igreja, que
também possui grande relevância, como, por exemplo, a Catequese de Iniciação à Vida Cristã
(que será abordada muito em breve) que é um dos trabalhos mais conhecidos de dentro da Igreja.
Porém, essa vocação, possui também um caráter Missionário (proposta trazida no mês de
outubro, considerado o “Mês Missionário”). É o serviço nas comunidades, na família, dentre a
juventude e até no meio social, contribuindo até para a construção de uma sociedade mais justa,
onde sejamos verdadeiramente para Cristo e por Ele.
Dada a importância da vocação dos leigos, em 1987 houve um sínodo cujo tema foi
“Christifideles laici” (Os Fiéis Leigos), no qual em 1988 foi publicada a exortação pós sinodal,
pelo Papa João Paulo II, e em 2018, no Brasil, ocorreu o Ano do Nacional Laicato, onde foi
enfatizado o Documento 105 da CNBB (lançado em 2016, na 54ª Assembleia da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil), que tem como título: “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na
Sociedade: Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5,13-14)”, que aborda a importância, não somente
na Igreja, mas também no meio social.
O Papa Francisco, na edição de maio de 2018, de O Vídeo do Papa, nos fala: “Os leigos estão na
linha de frente da vida da Igreja. Necessitamos de seu testemunho sobre a verdade do Evangelho,
e de seu exemplo ao expressar sua fé com a prática da solidariedade.
Agradecemos pelos leigos que arriscam, que não tem medo, e que dão motivos de esperança aos
mais pobres, excluídos e marginalizados. Peçamos juntos neste mês para que os fiéis leigos
cumpram sua missão específica, a missão que receberam no batismo, colocando sua criatividade
a serviço dos desafios do mundo atual.”
Concluo com a seguinte reflexão: o que falta a nós, casados ou não, cristãos, batizados,
confirmados na fé, para viver a nossa vocação de leigos? Que nossa resposta ao Senhor seja
sempre sim. Ele nos amou por primeiro, nos escolheu, nos vocacionou e nos deu uma grande
missão.
“Eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a levardes uma vida digna da vocação que recebestes. Há
um só Senhor, uma só fé, um só batismo. No entanto, a cada um de nós foi dada a graça
conforme a medida do dom de Cristo.” (Ef 4,1.5.7)
Os leigos são, por vocação, “cristãos no mundo”. Não é por favor ou por necessidade
da hierarquia que aí exercem a sua missão. É um direito e um dever de quem, mesmo
agindo em comunhão eclesial, não perde a autonomia própria da sua condição. O
Concílio Vaticano II (1962-1965) recorda que a missão da Igreja de “dilatar o Reino de
Cristo em toda a Terra, ser sinal da salvação para todos, ordenar o mundo e a sua
ação à luz de Cristo e do seu Evangelho, são orientação para todas as atividades
apostólicas”. E acrescenta que a mesma missão será realizada a partir do que a todos
é comum como participantes do sacerdócio, profetismo e realeza de Cristo, com o tom
bem vincado do que é próprio de cada vocação.
Vivendo no meio do mundo e das atividades profanas, é próprio do leigo contribuir para
a evangelização e santificação de todos, animar e aperfeiçoar as realidades humanas,
de acordo com o espírito evangélico, fazer da sua vida e da sua atividade um
testemunho claro de Cristo e uma ocasião para a salvação dos homens. Para isto deve
o leigo ser formado, respeitado e acolhido.
Toda esta atividade determina, também, uma espiritualidade própria que se traduz no
olhar de quem vê o mundo e os outros com os olhos do Pai. Daí não poder o leigo
dispensar a luz da Palavra, a vivência eucarística, a oração pessoal, o estudo da
realidade humana e social, onde é chamado a agir e viver, no seguimento de Cristo, o
espírito das bem-aventuranças. Casado, solteiro ou viúvo, e de acordo com a sua vida
social e profissional, doente ou saudável, o leigo enriquece a sua espiritualidade diária
no contexto em que se processa a sua vida. É da vivência da fé, esperança e caridade
que sai a luz e a inspiração para realizar a sua missão de cristão no mundo,
evangelizando , renovando pela força do Evangelho a vida temporal, dando como sinal
distintivo do cristão, onde quer que se encontre, o mandamento do amor.
Tudo isto traduzido em obras que vão desde o esforço de reconciliação ao serviço da
defesa dos direitos humanos e do exercício dos deveres próprios, ao empenhamento a
favor dos mais pobres e mal-amados na sociedade, sempre em atitude gratuita,
solidária e fraterna.
Os campos de ação apostólica do leigo estão ligados ao que é específico da sua vida:
família e educação, meio social, trabalho, convivência e participação cívica. Deve ser
realizado este serviço dedicado em comunhão com a hierarquia e em espírito de
serviço fraterno. Agirá de maneira individual ou associada, consciente do valor do
apostolado associado no mundo de hoje, resistindo à tentação de se refugiar em
atividades internas da Igreja, mais a seu gosto.
Há que sentir, porém, o apelo que lhe vem da sociedade, mormente dos meios mais
descristianizados ou onde o exercício da verdade e da justiça é menos cuidado ou mais
esquecido. O leigo é, por missão e condição, um cristão de fronteira.
Depois do Concílio andou-se muito em relação aos leigos, mas há rotinas e nostalgias
que dificultam, ainda, o crescimento e a maturidade do laicato cristão.
Cristãos leigos na Igreja e na Sociedade
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Os leigos são cristãos que têm uma missão especial na Igreja e na sociedade. Pelo batismo,
receberam essa vocação de viver intensamente a serviço do Reino de Deus.
Eles não são simples colaboradores do bispo e dos padres, mas membros ativos da comunidade,
assumindo ministérios e serviços para o engrandecimento da Igreja de Cristo.
Entretanto, a missão mais importante dos leigos é no mundo. Eles são chamados a realizar sua
missão dentro das realidades que encontra no seu dia a dia.
Na família, no trabalho, na escola, no mundo da política, nos movimentos populares, nos meios
de comunicação, eles são chamados a testemunhar, pela Palavra e pela vida,, a mensagem de
Jesus Cristo.
É uma missão necessária e insubstituível. O papel do leigo não é ficar o dia todo na igreja, mas
ser fermento nos ambientes em que vive; nesses campos de vida e de atuação, ser “sal da vida e
luz do mundo”.
Quando os leigos assumem, de fato, sua missão específica, podemos sonhar com uma nova
ordem social.
Que cada leigo se conscientize disso e dê a sua contribuição para o crescimento cristão no
mundo. Cada um usando os dons que Deus lhe deu, poderia fazer concretizar-se aquela imagem
de uma vela acesa se juntar a outra e a outra e a outra e, juntas, iluminar o ambiente e o mundo,
lembrando sempre a frase de Madre Teresa de Calcutá: “Eu sei que o meu trabalho é como uma
gota no oceano, mas sem ele o oceano seria menor”.
Acreditamos que pelo batismo, fonte de todas as vocações e ministérios, faz de cada cristão um
discípulo missionário de Jesus. Portanto, todo batizado é chamado a ser “sal da terra e luz do mundo”.
Muitos são os serviços através dos quais os leigos e leigas podem expressar sua vocação de seguidores
de Jesus.
O primeiro lugar onde os leigos devem dar testemunho de Jesus Cristo é lá onde vivem. Sua missão que
começa em casa, mas que deve contagiar a sociedade toda.
Com sua vida cristã assumida e alimentada na Palavra, na Eucaristia, na oração pessoal e comunitária,
o leigo e leiga dá sua contribuição na edificação do Reino de Deus, transformando o mundo por dentro.
O primeiro campo de ação do leigo casado é com sua família. E, a família que deseja ser
verdadeiramente cristã não pode fechar-se em si mesma, mas deve abrir-se à comunidade eclesial e
civil. Se as pessoas na família e na comunidade são bem acolhidas, se os pobres são ajudados, os filhos
ali gerados crescem sem medo de acolher bem e tratar bem todas as pessoas.
É, também, missão dos cristãos leigos e leigas estar lá onde se decidem as políticas públicas de saúde,
educação, assistência social e de desenvolvimento econômico.
Cabe aos leigos e leigas serem, como muito bem expressou Paulo VI: “homens e mulheres da Igreja no
coração do mundo e homens e mulheres do mundo no coração da Igreja”. A vocês leigos e leigas a
responsabilidade de fazer a ponte entre a Igreja e a Sociedade.
Onde houver um cristão disposto a testemunhar e servir o Reino, aí a Igreja está de algum modo
presente, mesmo sem uma organização visível. Todo cristão é sujeito, na condição em que se encontra
no mundo, é sujeito habilitado a evangelizar e transformar o mundo.
Na Igreja, cada qual é chamado a ser um sujeito eclesial ativo que, segundo sua capacidade, se coloca a
serviço dos irmãos. Jovens, adultos e idosos, mulheres e homens, todos estão convocados para o
serviço na vinha do Senhor”.
Hoje, a Igreja deseja viver uma profunda renovação missionária, e há uma forma de pregação que
compete a todos como uma tarefa diária: levar o Evangelho às pessoas com quem se encontra, tanto
aos mais íntimos como aos desconhecidos e mais afastados.
Para refletir: Como me vejo e situo na Igreja e na Sociedade? Sinto-me corresponsável com a missão
da Igreja e a edificação da sociedade? De que jeito estou colaborando com ambas as dimensões? O que
poderia e gostaria de fazer mais?