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NÍVEL Graduação

CURSO Engenharia de Produção


DISCIPLINA Geometria Analítica
MÓDULO A1 2016
AULA 4
PROFESSOR Nacib Mattar Jr

Conversa inicial

Na aula de hoje, estudaremos os planos e alguns formatos de equações


de um plano. Iniciaremos com a equação geral de um plano e, em
seguida, uma equação vetorial para planos. A sequência do estudo se
dará pela análise das posições relativas entre retas e planos com o
estudo de ângulos e intersecções. Por fim, estudaremos as posições
relativas entre planos: ângulos entre planos, paralelismo e
perpendicularismo e intersecções.

Para mais informações sobre o conteúdo da disciplina, acesse o vídeo


do professor no material on-line!

Contextualizando

Marcelo é dono de uma grande área de terras, onde existe um pequeno


morro desocupado. Certo dia, Marcelo teve a ideia de instalar um painel
solar sobre esse morro. Por isso, Marcelo precisará saber que ângulo o
painel formará com o plano horizontal, como podemos ver no esquema
a seguir.
Com o auxílio de um GPS (global positioning system, – Sistema de
Posicionamento Global) ele obteve as coordenadas cartesianas de três
pontos (A, B e C) localizados sobre o morro e que servirão de apoio ao
painel solar. A partir das coordenadas de cada ponto, Marcelo poderá
calcular o ângulo do painel em relação ao plano horizontal.

Mas como fazer isso? É preciso, inicialmente, encontrar um vetor


normal à superfície do plano que passa pelos pontos dados. Em
seguida, basta encontrarmos o ângulo entre os planos.

O desenvolvimento desse processo é que você verá nessa aula!

Equação Geral de um Plano

Equação cartesiana geral do plano


Observe a figura a seguir em que se representou o plano α, um

vetor , normal a α , e um ponto A ∈ α.

Conhecidos e A, um ponto P qualquer de α é dado por: . = 0,

já que será ortogonal ao vetor (lembre-se: o produto escalar

entre dois vetores ortogonais entre si é sempre igual a zero). De .

= 0 obtém-se:
. =0

(a, b, c) . ( - ) = 0, sendo n = (a, b, c)


(a, b, c) . ((x, y, z) - (x0, y0, z0))= 0, sendo A = (x0, y0, z0) e P = (x, y, z)
(a, b, c) . (x - x0, y - y0, z - z0) = 0
a . (x - x0) + b . (y - y0) + c . (z - z0) = 0
ax - ax0 + by - by0 + cz - cz0 = 0
ax + by + cz + d = 0, com d = - ax0 - by0 - cz0

A equação obtida no desenvolvimento acima, ax + by + cz + d = 0 , é a


equação cartesiana no plano α. Note que os coeficientes, a, b e c, são

as componentes do vetor normal .

Exemplo 1
Determine uma equação cartesiana geral do plano α, tal que n = (2, 3,-
1) é normal a α, e A = (4, 2, 1) pertence a α.
Suponha um ponto P = (x, y, z) pertencente ao plano α. Assim:

. =0

(2, 3, -1) . ( - )=0


(2, 3, -1) . ((x, y, z) - (4, 2, 1))= 0, sendo A = (x0, y0, z0) e P = (x, y, z)
(2, 3, -1) . (x - 4, y - 2, z - 1) = 0
2 . (x - 4) + 3 . (y - 2) - 1 . (z - 1) = 0
2x - 8 + 3y - 6 - z + 1 = 0
2x + 3y - z - 13 = 0
Note que os coeficientes de x, y e z coincidem com os coeficientes do

vetor normal = (2, 3,-1).


Pode-se determinar esta equação pela substituição das componentes

de em a, b e c na equação ax + by + cz + d = 0 : 2x + 3y - 1z + d =
0. E então, para se determinar d, basta substituir nesta equação os
componentes de um ponto pertencente à reta, neste caso,
A = (4, 2, 1):
2x + 3y - 1z + d = 0
2.4+3.2-1.1+d=0
13 + d = 0
d = - 13
Ou seja: 2x + 3y - 1z - 13 = 0.

Exemplo 2:
Determine uma equação cartesiana geral do plano α que contém os
pontos A = (1, 0, 1), B = (3, 5, 2) e C = (-2, 3, 2), não-colineares.
Uma propriedade importante do produto vetorial pode ser aplicada para
determinação de um vetor normal ao plano: o produto vetorial entre dois
vetores sempre resulta em um vetor ortogonal a estes dois vetores.

Sendo assim, como A, B e C pertencem ao plano α, os vetores


= = (3, 5, 2) - (1, 0, 1) = (2, 5, 1) e = = (3, 5, 2) - (-2, 3,
2) = (5, 2, 0) são paralelos a α.

Portanto, = × será um vetor normal a α :

E então, dado um ponto P = (x, y, z) qualquer de α , pode-se dizer que:

. =0
(-2, 5, -21) . ( - = 0)
(-2, 5, -21) . ((x, y, z) - (1, 0, 1)) = 0
(-2, 5, -21) . (x - 1, y - 0, z - 1) = 0
-2 . (x - 1) + 5y - 21 . (z - 1) = 0
-2x + 5y - 21z + 23 = 0

Ou ainda, como no exemplo anterior, pode-se determinar o


coeficiente d pela substituição das componentes de um dos pontos do
plano – neste caso de A, B ou C a partir das componentes de = (-2,
5, -21) e a equação -2x + 5y - 21z + d = 0.

-2x + 5y - 21z + 23 = 0
-2 . 1 + 5 . 0 - 21 . 1 + d = 0
-23 + d = 0
d = 23
E assim: -2x + 5y - 21z + 23 = 0.

Observe que para um mesmo plano existem várias equações


cartesianas gerais, todas equivalentes umas às outras. Neste exemplo
em particular, as equações 2x - 5y + 21z -23 = 0 ou 20x - 50y + 210z -
230 = 0 são exemplos de equações cartesianas do plano α.

Exemplo 3
Determine uma equação cartesiana geral do plano α que contém os
pontos:
A = (1, 0, 1),B = (3, 5, 2) e C = (-2, 3, 2), não-colineares, usando a
operação produto misto.
Como os vetores = = (3, 5, 2) - (1, 0, 1) = (2, 5, 1) e
= = (3, 5, 2) - (-2, 3, 2) = (5, 2, 0), determinado no exemplo 2,
ambos paralelos a α, e um ponto P = (x, y, z) pertencente a α, pode-se
determinar a equação geral do plano fazendo-se:
AP. u x v = 0, com AP = OP - AP = (x -1, y - 0, z - 1):

-2x + 5y - 21z + 23 = 0

1. Determine uma equação geral cartesiana do plano α. Considere o

vetor normal a α e o ponto A pertencente a α onde = (3, 5, 2) e A


= (1, 2, 4).

Para escrevermos uma equação geral do plano α vamos considerar a

expressão . =0

Sabemos que o vetor pode ser escrito como - . Sabemos


também que:

= (3, 5, 2). Logo

(3, 5, 2) . ( - )= 0

Como P é um ponto qualquer de α, = (x, y, z) e como

= (1, 2, 4), A = (1, 2, 4).

Substituindo por (x, y, z) e por (1, 2, 4), temos: (3, 5, 2) . ((x,


y, z) - (1, 2, 4)) = 0
Vamos agora subtrair as componentes x - 1, y - 2 e z - 4
(3, 5, 2) . (x - 1, y - 2, z - 4) = 0

Agora precisamos multiplicar os vetores (3, 5, 2) e (x - 1, y - 2, z - 4)


3 . (x - 1) + 5 . (y - 2) + 2 . (z - 4) = 0

Aplicando a propriedade distributiva, temos: 3x - 3 + 5y - 10 + 2z - 8 = 0

Finalmente, vamos somar os termos semelhantes. Nesse caso, - 3 - 10


– 8 3x + 5y + 2z - 21 = 0

Portanto, uma equação geral do plano α é 3x + 5y + 2z - 21 = 0.

2. Considere o Exercício 1.

Encontre uma equação geral para α substituindo a, b e c pelas

componentes do vetor normal e calculando o valor de d a partir da


relação d = -ax0 - by0 - cz0.

Como = (3, 5, 2), temos a = 3, b = 5 e c = 2. Substituindo esses


valores na expressão ax + by + cz + d = 0, temos 3x + 5y + 2z + d = 0.

Para que possamos encontrar o valor de d, vamos utilizar a relação


d = -ax0 - by0 - cz0

Já sabemos quais são os valores de a, b e c. Quanto aos valores de x0,


y0 e z0, vamos substituí-los pelas coordenadas do ponto A = (1, 2, 4),
ou seja, x0 = 1, y0 = 2 e z0 = 4. Portanto d = -3 . 1 - 5 . 2 - 2 . 4

Efetuando as respectivas multiplicações, temos d = - 3 - 10 - 8

Que resulta em d = - 21

Logo, a equação geral do plano α é dada por 3x + 5y + 2z - 21 = 0.


3. Considere os pontos A = (2, 6, 2), B = (3, 1 , 4) e C = (5, 2, 3).
Determine uma equação geral do plano α que contém os pontos A,
B e C.

Precisamos, inicialmente, de um vetor normal ao plano α. Podemos


fazer

= e = . Como e são paralelos ao plano α, o

vetor = × é normal a α. Logo, vamos calcular o produto

vetorial × para que possamos encontrar o vetor .

O vetor é dado por =

Logo =B-A

Substituindo B por (3, 1, 4) e A por (2, 6, 2), temos = (3, 1, 4) - (2, 6, 2)

que resulta em = (3 - 2, 1 - 6, 4 - 2)

donde = (1, -5, 2)

Para encontrarmos o vetor , vamos fazer =

ou, equivalentemente, =C-A

Como C = (5, 2, 3) e A = (2, 6, 2), temos = (5, 2, 3) - (2, 6, 2)

Vamos subtrair as respectivas componentes = (5 - 2, 2 - 6, 3 - 2)

Logo = (3, -4, 1)

Já temos os vetores = (1, -5, 2) e = (3, -4, 1).


O produto vetorial × é dado por:

Substituindo as respectivas componentes de e , temos

Precisamos efetuar as multiplicações indicadas acima

× = (-5 + 8)i + (6 - 1)j + (-4 + 15)k

Vamos agora somar os termos que estão entre parênteses

× = 3i + 5j + 11k

Logo, o vetor normal ao plano α é dado por = (3, 5, 11)

Podemos agora utilizar a expressão . =0

para encontrarmos uma equação geral para o plano α, pois = (3, 5,


11),
A = (2, 6, 2) e P = (x, y, z).

Sabemos que . = 0 é equivalente a .( - )= 0

Logo (3, 5, 11) . ((x, y, z) - (2, 6, 2)) = 0

Subtraindo as respectivas componentes, temos (3, 5, 11) . (x - 2, y - 6, z


- 2) = 0

Multiplicando (3, 5, 11) por (x - 2, y - 6, z - 2), temos3.(x - 2) + 5.(y - 6) +


11.(z - 2) = 0

Que resulta em 3x - 6 + 5y - 30 + 11z - 22 = 0

Somando os termos semelhantes, temos 3x + 5y + 11z - 58 = 0

Que é a equação geral do plano α.


4. Resolva o Exercício 3 substituindo a, b e c pelas componentes do

vetor normal e calculando o valor de d a partir da relação d = -ax0 -


by0 - cz0.

Sabemos que a = 3, b = 5 e c = 11, pois = (3, 5, 11). Vamos


substituindo esses valores na expressão ax + by + cz + d = 0.
3x + 5y + 11z + d = 0
O próximo passo é encontrarmos o valor de d utilizando a relação
d = -ax0 - by0 - cz0
Nese caso, a = 3, b = 5 e c = 11 e x0 = 2, y0 = 6 e z0 = 2, pois A = (2, 6,
2).
Logo: d = -3 . 2 - 5 . 6 - 11 . 2

Efetuando as respectivas multiplicações, temos: d = - 6 - 30 - 22

Que resulta em: d = - 58

Logo, a equação geral do plano α é dada por: 3x + 5y + 11z - 58 = 0

Sugestões de Estudo

Para conhecer um pouco mais sobre Equação Geral de um Plano clique


no botão Saiba Mais e aprecie!
http://www.mat.ufmg.br/gaal/aulas_online/at4_02.html

Agora que você já fez a leitura, assista aos vídeos a seguir e aprimore
ainda mais seus conhecimentos!
https://www.youtube.com/watch?v=EDoby2Sg2IY

https://www.youtube.com/watch?v=Gr3oHWKrRyA

Que tal rever o conteúdo desta parte da aula? Aprecie o vídeo do


professor Nacib Jr. acessando o material on-line!
Planos no Espaço Tridimensional
Três situações: uma, duas e três dimensões

Observe o estudo da equação z = 3 em três diferentes situações:

1ª situação: considerando-se
somente um eixo real, z = 3 é o ponto
que está a 3 unidades de distância da
origem (marcação 0), no sentido
positivo do eixo (indicado pela
orientação da seta):

2ª situação: considerando-se dois


eixos reais, y e z, z = 3 representa a
reta r paralela ao eixo y e que
dista 3 unidades de y, no quadrante
positivo. A reta r é formada por todos
os pontos tais que:

3ª situação: considerando-se três eixos


reais, x, y e z, z = 3 representa o
plano α paralelo ao plano xy e que se
encontra 3 unidades acima de xy. A
figura a seguir representa parte deste
plano. Note que α é formado por todos
os pontos (x, y, z) tais que (x, y, z) = (x,
y, 3).
Exemplo 1
Planos α : z = 3, β : y = 2 e γ : x = 1.
Na figura a seguir representou-se parte de cada um dos três planos:

Enquanto z = 3 é o plano paralelo a xy e que está 3 unidades “acima”


de xy, y = 2 é o plano paralelo a xz e que está 2 unidades “à direita”
de xz. A equação x = 1 representa o plano paralelo a yz e que está uma
unidade “à frente” de yz.

Observe que as equações dos planos xy, xz e yz são,


respectivamente, z = 0, y = 0 e x = 0.

Este exemplo ilustra três casos em que a equação geral do plano ax +


by + cz + d = 0 possui dentre os coeficientes a, b e c, dois deles com
valor nulo. Sempre que isto acontecer, o plano dado pela equação será
paralelo a um dos planos coordenados: xy, xz ou yz.

Neste exemplo em particular, tem-se:


α : 0x + 0y + z + (-3) = 0 ∴ z = 3 → plano paralelo a xy.
β : 0x + y + 0z + (-2) = 0 ∴ y = 2 → plano paralelo a xz.
γ : x + 0y + 0z + (-1) = 0 ∴ x = 1 → plano paralelo a yz.
Exemplo 2
Dois planos: plano α : x + z = 3 e β : x + 2y = 4.
Plano α: x + z = 3.

Se considerarmos somente os eixos x e z, a equação x + z =


3 representa a reta r, ilustrada a seguir:

Considerando-se os três eixos, a equação x + z = 3 representa o


plano α, representado parcialmente na figura a seguir:

Observe que a intersecção entre α e o plano xz é a reta r. Além


disso, x não intersecta o eixo y.
Os pontos de intersecção com os eixos x e z podem ser obtidos como
a seguir:
Intersecção em x : z = 0 em x + z = 3 → x + 0 = 3 → x = 3 → (3, 0, 0)
Intersecção em z : x = 0 em x + z = 3 → 0 + z = 3 → z = 3 → (0, 0, 3)

Plano β : x + 2y = 4.
Se considerarmos somente os eixos x e y, a equação x + 2y =
4 representa a reta s ilustrada a seguir:

Considerando-se os três eixos, a equação x + 2y = 4 representa o


plano β, representado parcialmente na figura a seguir:

Observe que a intersecção entre β e o plano xy é a reta s. Além


disso, β não intersecta o eixo z. Os pontos de intersecção com os
eixos x e y podem ser obtidos como a seguir:

Intersecção com x : y = 0 em x + 2y = 4 → x + 2 . 0 = 4 → x = 4 → (4,


0, 0)
Intersecção com y : x = 0 em x + 2y = 4 → 0 + 2y = 4 → y = 2 → (0, 2,
0)

Os planos neste exemplo ilustram o caso em que a equação geral do


plano ax + by + cz + d = 0 possui um dentre os coeficientes a, b e c com
valor nulo. Sempre que isto acontecer, o plano dado pela equação não
intersectará o eixo correspondente ao coeficiente nulo.
Neste exemplo em particular, tem-se:
α : x + 0y + z + (-3) = 0 ∴ x + z = 3 → plano não intersecta o eixo y.
β : x + 2y + 0z + (-4) = 0 ∴ x + 2y = 4 → plano não intersecta o eixo z.

Exemplo 3

Plano α : 2x + y + 3z = 6
Este plano intersecta os três eixos, x, y e z. Os pontos de intersecção
com os eixos podem ser obtidos como a seguir:

Intersecção com x : y = z = 0 em 2x + y + 3z = 6 → 2x = 6 → x = 3 →
(3, 0, 0)
Intersecção com y : x = z = 0 em 2x + y + 3z = 6 → y = 6 → (0, 6, 0)
Intersecção com z : x = y = 0 em 2x + y + 3z = 6 → 3z = 6 → z = 2 →
(0, 0, 2)

As intersecções deste plano com os planos xy, yz e xz podem ser


obtidas como a seguir:

Intersecção com xy : z = 0 em 2x + y + 3z = 6 → 2x + y = 6 (reta r)


Intersecção com yz : x = 0 em 2x + y + 3z = 6 → y + 3z = 6 (reta s)
Intersecção com xz : y = 0 em 2x + y + 3z = 6 → 2x + 3z = 6 (reta t)

Observe uma representação do


plano α: 2x + y + 3z = 6 e suas
intersecções com os eixos
coordenados e com os planos xy,
xz e yz:
1. Considere o plano α definido por 4x + 5y + 2z - 20 = 0. Determine os
pontos A, B e C de intersecção do plano α com os eixos coordenados x,
y e z, respectivamente.

O ponto de intersecção do plano α com o eixo x ocorre quando y =


0 e z = 0. Logo, vamos substituir esses valores na equação 4x + 5y +
2z -20 = 0

O que resulta em 4x + 5(0) + 2(0) - 20 = 0

Logo 4x - 20 = 0

Somando 20 nos dois membros da equação 4x - 20 + 20 = 0 + 20

Donde 4x = 20

Dividindo ambos os membros por 4, temos

Portanto x = 5

Logo, o ponto A de intersecção do plano α com o eixo x é igual a A = (5,


0, 0). Para encontrarmos o ponto de intersecção do plano α com o
eixo y vamos considerar agora x = 0 e z = 0. Substituindo esses valores
na equação 4x - 5y + 2z - 20 = 0

Temos 4(0) - 5y + 2(0) - 20 = 0

Os cálculos para encontrarmos o valor de y são análogos aos


realizados anteriormente:
Portanto, o ponto B de intersecção do plano α com o eixo y é igual a B
= (0, 4, 0). O ponto de intersecção do plano α com o eixo z ocorre
quando x = 0 e y = 0. Logo:

Assim, o ponto C de intersecção do plano α com o eixo z é igual a C =


(0, 0, 10). A figura a seguir apresenta os pontos A, B e C onde o
plano α intercepta os eixos coordenados x, y e z, respectivamente.

2. Seja o plano α definido por 4x + 5y + 2z - 20 = 0 conforme o Exercício


1. Determine as intersecções do plano α com os planos xy, yz e xz.

O plano α intercepta o plano xy quando z = 0.


4x + 5y + 2z - 20 = 0

Logo:

4x + 5y + 2(0) - 20 = 0
4x + 5y + 0 - 20 = 0
4x + 5y - 20 = 0
4x + 5y = 20
O plano α intercepta o plano yz quando x = 0.
4x + 5y + 2z - 20 = 0

Logo:

4(0) + 5y + 2z - 20 = 0
0 + 5y + 2z - 20 = 0
5y + 2z - 20 = 0
5y + 2z = 20
O plano α intercepta o plano xz quando y = 0.
4x + 5y + 2z - 20 = 0

Logo:

4x + 5(0) + 2z - 20 = 0
4x + 0 + 2z - 20 = 0
4x + 2z - 20 = 0
4x + 2z = 20

Agora que o conteúdo já foi visto, acesse o material on-line e assista ao


vídeo preparado pelo professor Nacib Jr. para apreender um pouco
mais!

Bons estudos!
Equação Vetorial de um Plano

Equação vetorial
Seja um plano α , dois vetores e não paralelos entre si e ambos
paralelos a α e um ponto A ∈ α.
Todo ponto P ∈ α pode ser escrito como uma combinação linear
de e , ou seja, pode-se escrever:
= t1 . + t2 . → Equação Vetorial do Plano, com t1 e t2 reais.

Para P = (x, y, z), A = (x0 , y0 , z0 ), = (a1 , b1 , c1 ) e = (a2 , b2 ,


c2 ) tem-se:

Exemplo 1:
Determine a equação vetorial do plano α, que contém os pontos A =
(1,0,1), B = (3,5,2) e C = (-2,3,2).

Como calculado no exemplo da seção anterior, pode-se fazer:


= = (3, 5, 2) - (1, 0, 1) = (2, 5, 1) e = = (3, 5, 2) - (-2, 3,
2) = (5, 2, 0)

Assim, para t1 e t2 reais:

(x, y, z) = (1, 0, 1) + t1 . (2, 5, 1) + t2 . (5, 2, 0)


(x, y, z) = (1, 0, 1) + (2t1 , 5t1 , t1 ) + (5t2 , 2t2 , 0)
(x, y, z) = (1 + 2t1 + 5t2 , 5t1 + 2t2 , 1 + t1 )

Observação: Para determinarmos uma equação vetorial do plano,


precisamos de dois vetores quaisquer pertencentes ao plano e que não
sejam paralelos entre si.

1. Encontre uma equação vetorial do plano α que passa pelos pontos A


= (2, 6, 2), B = (3, 1, 4) e C = (5, 2, 3).

Considere = . Como = B – A temos = (3, 1, 4) - (2, 6, 2)

Que resulta em = (3 - 2, 1 - 6, 4 - 2)

Donde = (1, -5, 2)

Vamos considerar =

Sabemos que =C-A

Logo = (5, 2, 3) - (2, 6, 2)

Donde = (5 - 2, 2 - 6, 3 - 2)

Portanto = (3, -4, 1)

Como já temos os vetores e e o ponto A = (2, 6, 2), a equação


vetorial do plano pode ser facilmente obtida.
Vamos substituir A, e na expressão P = A + t1 + t2 o que
resulta em:
(x, y, z) = (2, 6, 2) + t1(1, -5, 2) + t2(3, -4, 1)
Multiplicando t1 por (1, -5, 2) e t2 por (3, -4, 1), temos
(x, y, z) = (2 + t1 + 3t2, 6 - 5t1 - 4t2, 2 + 2t1 + t2)
Que é a equação vetorial α.

2. Utilize o produto misto para encontrar uma equação vetorial do


plano α que passa pelos pontos A = (2, 6, 2) , B = (3, 1, 4) e C = (5, 2,
3).

Sabemos que o produto misto .( × ) é calculado a partir do

determinante da matriz formada pelas componentes dos vetores

, e :

Precisamos, então, definir a partir dos pontos A, B, C e P, os vetores

, e . É importante ressaltar que P é um ponto pertencente a α tal

que P = (x, y, z). Vamos fazer = , = e = .

O vetor = é obtido como segue:

=P-A

= (x, y, z) - (2, 6, 2)

= (x - 2, y - 6, z - 2)

Para encontrarmos o vetor = , basta fazer:

=B-A

= (3, 1, 4) - (2, 6, 2)
= (3 - 2, 1 - 6, 4 - 2)

= (1, -5, 2)

O vetor = também pode ser facilmente obtido:

=C-A

= (5, 2, 3) - (2, 6, 2)

= (5 - 2, 2 - 6, 3 - 2)

= (3, -4 ,1)

Como já temos os vetores , e , podemos calcular o produto

misto .( × ) e, para obtermos a equação geral do plano, igualar


esse produto misto a zero.

Que corresponde a:

.( × ) = (x - 2)(-5)(1) + (y - 6)(2)(3) + (z - 2)(1)(-4)


-(x - 2)(2)(-4)-(y - 6)(1)(1) - (z - 2)(-5)(3) = 0

Vamos agora efetuar as multiplicações indicadas

-5x + 10 + 6y - 36 - 4z + 8 + 8x - 16 - y + 6 + 15z - 30 = 0

Somando os termos semelhantes, temos:

3x + 5y + 11z - 58 = 0 que é a equação geral do plano α.

Equações paramétricas do plano


A equação vetorial do plano apresentada acima,
r(t1 , t2 ) = (x, y, z) = (x0 , y0 , z0 ) + t1 . (a1 , b1 , c1 ) + t2 . (a2 , b2 , c2 ) , é
uma parametrização do plano, isto é, é uma regra P = r(t1 , t2 ) que
determina as coordenadas dos pontos P pertencentes a um plano em
função dos parâmetros reais t1 e t2.
Comparando-se os componentes nesta equação podem ser obtidas as
equações paramétricas do plano:

Exemplo
Determine as equações paramétricas do plano α que contém os pontos:
A = (1, 0, 1).
B = (3, 5, 2) e C = (-2, 3, 2).
De (x, y, z) = (1 + 2t1 + 5t2 , 5t1 + 2t2 , 1+ t1) tem-se:

Para cada combinação de valores reais de t1 e t2 tem-se um ponto


diferente do plano, e para cada ponto do plano sempre existirá uma
combinação de valores dos parâmetros que resulta neste ponto.

1. Encontre um sistema de equações paramétricas do plano α que


passa pelos pontos A = (2, 6, 2), B = (3, 1, 4) e C = (5, 2, 3).
A partir dos pontos A, B e C, precisamos definir os vetores diretores do
plano α:
O primeiro vetor pode ser = :

=B-A

= (3, 1, 4) - (2, 6, 2)

= (1, -5, 2)
O segundo vetor diretor pode ser =

=C-A

= (5, 2, 3) - (2, 6, 2)

= (3, -4, 1)

Como as equações paramétricas são dadas por

Basta substituirmos x0, y0 e z0 pelas respectivas coordenadas do

ponto A, a1, b1 e c1pelas respectivas coordenadas do vetor e a2,

b2 e c2 pelas respectivas coordenadas do vetor :

Logo, as equações paramétricas de α são:

Sugestões de Estudo

Para conhecer um pouco mais sobre Equação Vetorial de um Plano,


confira os links a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=6LAybr1Colc
https://www.youtube.com/watch?v=TY77xqTDpsA

E antes de prosseguir, confira o que o professor Nacib Jr. preparou


para você no material on-line!
Retas e Planos

Retas e planos: perpendicularismo e paralelismo


Para avaliar se uma reta r é paralela ou perpendicular a um plano α ,
podem ser comparados um vetor diretor de re um vetor normal a α .
Observe:

A figura vista anteriormente ilustra o caso em que um vetor diretor de r,


vetor , é paralelo a um vetor normal de α , vetor : a reta é
perpendicular ao plano.

Na figura a seguir, ilustra-se o caso em que um vetor diretor de r é


ortogonal a um vetor normal de α : a reta é paralela ao plano:

Exemplo:
Verifique que a reta r dada por:
É perpendicular ao plano α , dado por α : 7x - y -3z +45 = 0.
Pode-se escrever r: (x, y, z) = (13, 5, 0) + t . (-14, 2, 6) com o que se
evidencia o vetor diretor de r usado nesta parametrização: = (-14, 2,
6).
A partir dos coeficientes da equação cartesiana do plano α pode-se
obter um vetor normal a α: 7x - y -3z + 45 = 0 → = (7, -1, -3).
Assim, basta verificar que = (-14, 2, 6) e são paralelos entre si,
ou seja, que =k. para algum k real:
=k.
(-14, 2, 6) = k . (7, -1, -3)
(-14, 2, 6) = (7k, -k, -3k)

Portanto, como um vetor diretor de r é paralelo a um vetor normal


de α, r é ortogonal a α .

Exemplo:
Verifique que a reta r dada por:

É paralela ao plano α , dado por α : (x, y, z) = (1 +3t1 + 5t2, 2t2, 1 + 2t1).


Pode-se escrever r: (x, y, z) = (1, 2, 3) + t . (1, 1, -1) com o que se
evidencia o vetor diretor de r usado nesta parametrização:

= (1, 1, -1).

E também, pode-se escrever: α : (x, y, z) = (1, 0, 1) + t1 . (3, 0, 2) + t2 .


(5, 2, 0), com o que se evidenciam dois vetores paralelos ao plano α
, = (3, 0, 2) e = (5, 2, 0), a partir dos quais pode ser obtido um
vetor normal a α :

Finalmente, basta verificar que = (1, 1, -1) e (-4, 10, 6) são


ortogonais entre si, ou seja, que . =0: . = (1, 1, -1) . (-4,
10, 6) = -4 + 10 -6 = 0.

Portanto, como um vetor diretor de r é ortogonal a um vetor normal


de α, r é paralela a α.
Note que uma reta paralela a um plano pode ou não estar contida neste
plano: acompanhe o próximo exemplo.

Exemplo
Em relação ao exemplo anterior, verifique se a reta r está ou não
contida no plano α.
Como, de acordo com o exemplo anterior, já se sabe que a reta é
paralela ao plano, tem-se agora apenas que verificar se há dois pontos
de r que também pertencem a α: se houver, a reta está contida no
plano, caso contrário, a reta não está contida em α.
Para determinar as coordenadas de dois pontos da reta, substitua
quaisquer dois valores no parâmetro t, por exemplo:
t = 0 : A = (1, 2, 3) + 0 . (1, 1, -1) → A = (1, 2, 3)
t = 1 : B = (1, 2, 3) + 1 . (1, 1, -1) → B = (2, 3, 2)

Em seguida, verifique se os dois pontos pertencem ao plano:

A = (1, 2, 3):
(1, 2, 3) = (1, 3t1 + 5t2 , 2t2, 1 + 2t1)

Substituindo-se t1 = 1 e t2 = 1
na primeira equação:
1 = 1 + 3t1 + 5t2
1=1+3+5
1 = 9 → Falso (Sistema impossível)

Como o sistema de equações resultante da aplicação das coordenadas


do ponto A nas equações paramétricas do plano α não possui
solução, A não pertence ao plano e, por isso, pode-se afirmar que a
reta r não está contida no plano α - lembre-se: para se afirmar
que r está contida em α seria necessário que os dois pontos, A e B,
pertencessem ao plano.

1. Seja r a reta dada pelas equações:

.
Verifique se r é paralela ao plano α dado por α: (x, y, z) = (1 + t1 + 2t2, 3
+ t1 + t2 , 3 + 3t1 + 2t2 ).

r: (x, y, z) = (2 + 3t, 5 + t, 1 + 2t)


Vetor diretor: = (3, 1, 2)
Plano α: (x, y, z) = (1, 3, 3) + t1(1, 1, 3) + t2(2, 1, 2)
Donde:

= (1, 1, 3)

= (2, 1, 2)

= (-1, 4, -1)

Ortogonalidade:

= (3, 1, 2)

= (-1, 4, -1)

× = (3, 1, 2) . (-1, 4, -1)

× = (3).(-1) + (1).(4) + (2).(-1)

× = -3 + 4 -2

× = -1
Não são ortogonais

2. Considerando o Exercício 1, verifique se r está contida no plano α.


Para que uma reta esteja contida no plano, essa reta deve ser paralela
ao plano e é preciso ainda mostrar que dois pontos quaisquer da reta
pertencem ao plano. Como r e α não são paralelos, a reta r não está
contida no plano α.

3. Verifique se o ponto A = (4, 2, 3) pertence ao plano


α: (x, y, z) = (1 + t1 + 2t2 , 3 + t1 + t2 , 3 + 3t1 + 2t2 definido no Exercício
1.

Para sabermos se um ponto pertence ou não a um plano, basta


substituirmos as coordenadas x, y e z desse ponto na equação do
plano e verificarmos se os parâmetrost1 e t2 satisfazem a equação do
plano. Nesse caso, temos:
α : (x, y, z) = (1 + t1 + 2t2 , 3 + t1 + t2 , 3 + 3t1 + 2t2 )

Sendo assim:

(4, 2, 3) = (1 + t1 + 2t2 , 3 + t1 + t2 , 3 + 3t1 + 2t2 )

Donde

Agrupando os termos semelhantes, temos

Ou, equivalentemente,

Precisamos agora resolver o sistema de três equações e duas


incógnitas para encontrarmos, caso existam, os parâmetros t 1 e t2 que
satisfazem o sistema de equações. Podemos resolver, inicialmente, o
sistema formado pelas duas primeiras equações. Caso exista solução,
devemos substituir t1 e t2 na terceira equação para, enfim, sabermos se
o sistema possui solução e, consequentemente, se o ponto A = (4, 2,
3) pertence ao plano α. Logo:

Multiplicado a segunda equação por -1 temos:

Vamos agora somar os termos semelhantes:

Logo, t2 = 4. Podemos substituir esse valor na equação t1 + t2 = -1 , o


que resulta em
t1 + t2 = -1
t1 + 4 = -1
t1 = -1 – 4
t1 = -5
Finalmente, para sabermos se o ponto A pertence ao plano α, vamos
substituir t1 = -5 et2 = 4 na equação 3t1 + 2t2 = 0.
3t1 + 2t2 = 0
3(-5) + 2(4) = 0
-15 + 8 = 0
-7 = 0
Como -7 ≠ 0, podemos concluir que o ponto A = (4, 2, 3) não pertence
ao planoα: (x, y, z) = (1 + t1 + 2t2 , 3 + t1 + t2 , 3 + 3t1 + 2t2 ).

Intersecção de retas com planos


Caso exista, a intersecção entre uma reta r e um plano α , é formada
pelo ponto (ou conjunto de pontos) ponto comum a ambas e que,
portanto, atende às equações da reta e do plano ao mesmo tempo.

Exemplo:
Verifique se a reta r dada por: r: y = 3 - 2x, com z = 0, intersecta o
plano α, dado por:
α: 2x + y + z = 5.
Para determinar uma equação vetorial de r, encontre dois pontos
pertencentes a r atribuindo valores em x:
Para x = 0 : y = 3 → A = (0, 3, 0)
Para x = 1 : y = 3 - 2 = 1 → B = (1, 1, 0)
Assim:
r: (x, y, z) = + t.
r: (x, y, z) = (0, 3, 0) + t . ( - )
r: (x, y, z) = (0, 3, 0) + t . ((1, 1, 0) - (0, 3, 0))
r: (x, y, z) = (0, 3, 0) + t . (1, -2, 0)
r: (x, y, z) = (t, 3 - 2t, 0 com t ∈ ℝ)

Em seguida, verifique se há algum ponto que atenda às equações do


plano e da reta ao mesmo tempo. Por exemplo, substitua

Na equação do plano:
α : 2x + y + z = 5
r ∩ α : 2 . (t) + (3 - 2t) + 0 = 5
r ∩ α : 2t + 3 - 2t + 0 = 5
r ∩ α : 3 = 5 → Equação Falsa

A equação falsa encontrada no desenvolvimento indica que não existe


ponto que atenda tanto às equações da reta como à equação do plano
e, assim, não há intersecção entre a reta e o plano.
Obs.1: uma equação vetorial para a reta pode ser facilmente encontrada
substituindo-se a variável x pelo parâmetro t:
r : y = 3 - 2x, com z = 0
x = t : y = 3 - 2t, com z = 0
r : (x, y, z) = (t, 3- 2t, 0)

Obs.2: pode-se desenvolver este exercício por meio das equações


dadas, sem que seja determinada uma equação vetorial para a reta:
α : 2x + y + z = 5 ∩ r : y = 3 - 2x com z = 0:

2x + 3 -2x + 0 = 5 ∴ 3 = 5
Exemplo:
Verifique se a reta r dada por: P = (1, 2, 4) + t (1, 2, 1) intersecta o
plano α, dado por:
α: (x, y, z) = t1 . (2, 1, -1) + t2 . (0, 3, 2).
Deve-se procurar por algum ponto que atenda as equações da reta e
do plano, ou seja, um ponto tal que:
Para t, t1 e t2 reais, ou seja, por uma solução para o sistema de
equações:

Da primeira equação obtém-se:


1 + t = 2t1 → 2t1 – 1
Substituindo-se este resultado na segunda equação:
2 + 2t = t1 + 3t2 → 2 + 2 . (2t1 - 1) = t1 + 3t2 → t1 = t2

Substituindo-se t = 2t1 - 1 e t1 = t2 na terceira equação, tem-se:


4 + t = - t1 + 2t2 → 4 + 2t1 - 1 = 1t1 + 2t1 → t1 = -3

Finalmente, aplicando-se t1 = -3 em t = 2t1 - 1 e t1 = t2, tem-se a solução


do sistema: t = 2 . (-3) - 1 = -7 e t1 = t2 = -3, ou ainda:

O plano e a reta se intersectam em P = (-6, -12, -3).

Sugestões de Estudo

Para conhecer um pouco mais sobre Retas e Planos, confira os vídeos


a seguir!
https://www.youtube.com/watch?v=gyqDMNxtY7k
https://www.youtube.com/watch?v=LwsQ9XXtaSs

E depois de conferir os vídeos, assista às explicações dadas pelo


professor Nacib Jr. no material on-line!
Planos: Ângulos, Paralelismo e
Perpendicularismo

O ângulo θ entre dois planos α e β é dado pelo menor ângulo formado


entre um vetor normal aα e um vetor normal a β, podendo ser calculado
pela expressão:

Destacam-se dois casos particulares:


planos paralelos e planos
perpendiculares. Quando dois planos
forem paralelos (ângulo de 0º), os
vetores normais aos dois planos
também serão paralelos entre si.
Observe a ilustração:

Quando dois planos forem


perpendiculares entre si (ângulo
de 90º), os vetores normais aos dois
planos serão ortogonais uns aos outros.
Observe a ilustração:
Exemplo

Encontre a medida do ângulo entre os planos α: x + 2y - z = 0 e β: x + y


+ z = 0.
Dos coeficientes de x, y e z nas equações gerais dos
planos α e β obtêm-se os vetores:

= (1, 2, -1) e = (1, 1, 1), normais, respectivamente, a α e β.

Assim:

cos (θ) = 0,471


Então para encontrar o ângulo, usa-se arccos (θ)=0,471, portanto
θ=61,9°

Qual é a medida do ângulo entre os planos α: 6x + 2y - 4z = 15 e β : 2x


-4y + z = -13 ?

Dos coeficientes de x, y e z nas equações gerais dos


planos α e β obtêm-se os vetores:
= (6, 2, -4) e = (2, -4, 1), normais, respectivamente, a α e β.

Assim:

Este exemplo ilustra o caso em que os vetores normais a dois planos


são ortogonais entre si e, com isso, os planos são perpendiculares entre
si. Lembre-se: . =0⇔ e são ortogonais entre si.
Intersecção entre planos
A intersecção entre dois planos não paralelos entre si é uma reta cujas
equações podem ser obtidas a partir das equações dos planos.

Exemplo:

Determine a intersecção entre os planos α: 6x + 2y -4z = 15; e β: 2x -


4y + z = -13.
Como os dois planos são perpendiculares (veja o exemplo da seção
anterior), a intersecção entre eles existe e pode ser determinada pelo
sistema de equações a seguir:

Substituindo-se z = -13 -2x + 4y em 6x + 2y - 4z = 15:

Substituindo-se:

Portanto, a intersecção entre os dois planos é a reta de equações:


Ou ainda, fazendo-se x=t:

Exemplo:

Determine a intersecção entre os planos α: 6x + 2y -4z = 15 e


β: 2x - 4y + z = -13, usando-se outro método.

A figura a seguir ilustra a ideia de que um vetor diretor da reta formada


pela intersecção de dois planos é ortogonal aos vetores normais aos
planos:

Os vetores = (6, 2, -4) e = (2, -4, 1) são normais,


respectivamente, a α e β. Como, de acordo com as propriedades do
produto vetorial, = × é um vetor ortogonal tanto a como
a , = × é um vetor diretor de r.
Assim:

Para se determinar um vetor posição de r é preciso encontrar um


ponto A que pertença aos dois planos, α e β, ou seja, é preciso
determinar uma das soluções do sistema formado pelas equações dos
planos.

Para isso, atribua um valor qualquer (por exemplo, 0) em uma das


incógnitas (por exemplo, emx):

Em seguida, resolva o sistema assim obtido:

O ponto

pertence à reta r e, portanto,

é um vetor posição de r.
Finalmente, uma equação vetorial de r pode ser obtida como a seguir:

Obs.: o desenvolvimento aplicado neste exemplo para a determinação


do ponto A, pertencente à intersecção dos dois planos, parte do
pressuposto de que o sistema de equações obtido com as equações
dos planos possui grau de liberdade igual a 1, conceito este que será
explorado na disciplina de Álgebra Linear.

Em linhas gerais, pode-se dizer que, como apresentado, o sistema de


equações formado pelas equações dos planos pode ser reduzido a
duas equações em que as incógnitas y e z estão em função de x e,
assim, para cada (um) valor atribuído a x, determina-se uma solução do
sistema. No desenvolvimento acima, atribuiu-se o valor 0 a x,
determinando-se uma dentre as soluções do sistema.

1. Encontre o ângulo formado entre os planos α : x + y + z - 5 = 0 e


β : 2x + 3y + z - 12 = 0.

O ângulo entre dois planos é dado pelo menor ângulo entre os vetores
normais desses dois planos. A fórmula a ser utilizada é a seguinte

O vetor normal ao plano α é = (1, 1, 1) e o vetor normal ao plano


βé = (2, 3, 1). Substituindo esses vetores na expressão:
Temos:

Nesse caso, o ângulo entre os planos α: x + y + z - 5 = 0 e


β : 2x + 3y + z - 12 = 0 é igual a 22,21°.

Sugestões de Estudo

Para conhecer um pouco mais sobre Planos: Ângulos, Paralelismo e


Perpendicularismo, assista aos vídeos a seguir:

https://www.youtube.com/watch?v=TZy-yItttQ8

https://www.youtube.com/watch?v=jNcZKMYHe4A

E para finalizar seus estudos, acesse o material on-line e assista com


atenção ao vídeo que o professor Nacib Jr. preparou para você!
Planos
Equações do plano

Equação geral do plano: ax + by + cz + d = 0 onde a, b e c são as


componentes do vetor normal , d = -ax0- by0 - cz0 e . = 0,
A,P ∈ α.

Equação vetorial do plano: P = A + t1 + t2 onde e são


paralelos a α, A, P ∈ α e t1, t2 ∈ ℝ.

Equações paramétricas do plano:

Produto misto:

Onde = (x1, y1 , z1 ), = (x2, y2 , z2 ) e = (x3, y3 , z3 ).


Ângulo entre dois planos:

Com 0 ≤ θ ≤ 90º.

Na prática
Vamos colocar em prática o que estudamos nessa aula!

Agora que você já é capaz de encontrar um vetor normal a um plano,


uma equação do plano que passa por três pontos e também como
proceder para determinarmos o ângulo entre dois planos, poderá ajudar
o Marcelo a resolver o seu problema.

O GPS fornece coordenadas globais e, para simplificar o processo de


obtenção de uma equação do plano, vamos considerar as coordenadas
dos pontos em relação a um sistema hipotético de eixos, onde a origem
desse sistema de eixos está localizada na parte plana do terreno e
próxima ao morro.

Sendo assim, as coordenadas dos pontos em relação ao sistema de


eixos são: A=(2, 5, 10), B=(0, 8, 9) e C=(4, 9, 2). Para encontrar um
⃗ = ⃗⃗⃗⃗⃗
vetor 𝑛⃗ normal a esse plano, considerar 𝑢 ⃗⃗⃗⃗⃗ .
𝐴𝐵 e 𝑣 = 𝐴𝐶

Calcular o produto vetorial 𝑢


⃗ × 𝑣 para que se possa encontrar o vetor 𝑛⃗.
O vetor 𝑢 ⃗ = ⃗⃗⃗⃗⃗
⃗ é dado por 𝑢 𝐴𝐵. Logo:

𝑢 ⃗⃗⃗⃗⃗
⃗ = 𝐴𝐵

𝑢
⃗ =𝐵−𝐴

⃗ = (0, 8, 9) − (2, 5, 10)


𝑢

𝑢
⃗ = (−2, 3, −1)

⃗⃗⃗⃗⃗ . Logo:
O vetor 𝑣 é dado por 𝑣 = 𝐴𝐶

⃗⃗⃗⃗⃗
𝑣 = 𝐴𝐶

𝑣 =𝐶 −𝐴

𝑣 = (4, 9, 2) − (2, 5, 10)

𝑣 = (2, 4, −8)

A partir dos vetores 𝑢


⃗ e 𝑣 , pode-se encontrar o vetor 𝑛⃗.

𝑖 𝑗 𝑘⃗
𝑛⃗ = 𝑢
⃗ × 𝑣 = |−2 3 −1|
2 4 −8

𝑖 𝑗 𝑘⃗ 𝑖 𝑗
𝑛⃗ = |−2 3 −1 | −2 3|
2 4 −8 2 4

𝑛⃗ = −24𝑖 − 2𝑗 − 8𝑘⃗ − 16𝑗 + 4𝑖 − 6𝑘⃗

𝑛⃗ = −20𝑖 − 18𝑗 − 14𝑘⃗

Dessa maneira, tem-se que o vetor normal ao plano é dado por 𝑛⃗ =


(−20, −18, −14).

Para determinar o ângulo entre dois planos, basta conhecer os vetores


normais a esses planos, mas como exercício determinar também a
equação do plano que passa pelos pontos A, B e C.
Para encontrar a equação do plano, utilizar a expressão 𝑛⃗. ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑃 = 0 com
A=(2, 5, 10) e P=(x, y, z).

Logo: (-20, -18, -14). ((x, y, z) - (2, 5, 10)) = 0


Subtraindo as respectivas componentes, tem-se: (-20, -18, -14) . (x - 2,
y - 5, z - 10) = 0

Multiplicando (-20, -18, -14) por (x - 2, y - 5, z - 10), tem-se: (-20).(x - 2)


+ (-18).(y - 5) + (-14).(z - 10) = 0
Que resulta em: -20x + 40 - 18y + 90 - 14z + 140 = 0

Somando os termos semelhantes, tem-se: -20x - 18y - 14z + 270 = 0


Essa é a equação geral do plano  em questão.

Precisamos agora de um vetor normal ao plano horizontal. Pode-se


considerar o vetor 𝑛⃗ = (0, 0, 1) como sendo o vetor normal ao plano.
Mas por que isso? A resposta é bem simples. Esse vetor coincide com
o vetor canônico 𝑘⃗ que é normal ao plano horizontal.

horizontal, utilizar a
fórmula:

|𝑛⃗⃗⃗⃗1 . 𝑛
⃗⃗⃗⃗2 |
𝑐𝑜𝑠𝜃 =
|𝑛
⃗⃗⃗⃗1 |. |𝑛 ⃗⃗⃗⃗2 |

onde ⃗⃗⃗⃗
𝑛1 = (−20, −18, −14) e ⃗⃗⃗⃗
𝑛2 = (0, 0, 1).

Logo:

|(−20, −18, −14). (0, 0, 1)|


𝑐𝑜𝑠𝜃 =
|(−20, −18, −14)|. |(0, 0, 1)|

|(−20, −18, −14). (0, 0, 1)|


𝑐𝑜𝑠𝜃 =
|(−20, −18, −14)|. |(0, 0, 1)|

|(−20)(0) + (−18)(0) + (−14). ( 1)|


𝑐𝑜𝑠𝜃 =
√(−20)2 + (−18)2 + (−14)2 . √(0)2 + (0)2 + (1)2
| − 14|
𝑐𝑜𝑠𝜃 =
√400 + 324 + 196. √0 + 0 + 1

14
𝑐𝑜𝑠𝜃 =
√920. √1

14
𝑐𝑜𝑠𝜃 =
30,33

𝑐𝑜𝑠𝜃 = 0,46

𝜃 = 𝑎𝑟𝑐𝑜𝑠(0,46)

𝜃 = 62,61°

Portanto, o ângulo formado entre o plano  e o plano horizontal é de


62,61°.

Síntese

Chegamos ao final da aula!

Nessa aula, aprendemos a obter uma equação geral de um plano.


Vimos também que um plano pode ser representado por equações
vetoriais e também por equações paramétricas. Aprendemos a
avaliar se uma reta é paralela ou perpendicular a um plano e também a
encontrar, caso exista, a intersecção de uma reta com um plano. E por
fim, aprendemos a encontrar o ângulo entre dois planos e verificar se
há intersecção entre planos.

Até a próxima!

Referências

WINTERLE, P. Vetores e Geometria Analítica. 2. ed. São Paulo:


Pearson, 2014.

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