You are on page 1of 73
GLOBALIZACAOE | INTERDISCIPLINARIEDADE O CURRICULO INTEGRADO Jurjo Torres Santome mente publicada 50 Obra origin > tule iplinariedad: ef curriculum inte © Ediciones Morata S.L, 1994 capi Prepariglo do origina Supervisio i Projeto gritico Editoracao eletrnic Artes Médicas Edttografica Catalogagie na’ publicacto: Ménica Ballejo Canto ~ CRB 10/102: ISBN 85-7307-313.6 Reservados todos os direitos de publicagto em Kngua portuguese & EDITORA ARTES MEDICAS SUL LTDA Av. Jerénimo de Ornellas, 670 — Fane (051) 380-3444 FAX (OSI) 33 1040-340. Porto Alegre, RS, B SAO PAULO. Rua Francisco Leitio, 146 — Pinheiros Fone (011) 883-6160 CEP 054 14-021 SP, Brasil IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZI Sumario I \ Istonucio Carino |: AS Origens da Modalidade de Curriculo Integrado A Politica de Fr de Producao A Fragmentaca gmentago dos Processos da Cultura Escolar As Novas Necessidades das Economias de Producio Flexivel Algumas Influéncias clos Modelos Empresariais nos Sistemas Educaciona Cirinno Tl: Os Motivos do Curriculo Integrado A Idios rocessos de Aprendizagem A Interdisciplinariedade do Conhecimento A Sociedade Globa sia dos P Curtin IM: A Organizaga nos Curriculos © Curriculo de Disciplinas e suas Implicagdes Justificativa do Curriculo Integrado. As Areas do Conhecimento e Experiéncia come Ajuda no Planejamento Curricula © Corpo Doc 0 Relevante dos Contetidos nte € OS Projetos Curriculares Integrados Carmo WV: Os Contetidos Cult € a Funcio das Instituigdes Escolares. Vozes Ausentes na Selegio da Cultura Escolar A Reconstrucio da Real dade nas Instituicdes Escolares is, a Diversidade Cultural Capiruto I Os Motivos do Curriculo Integrado i sempre quem declare ironicamente que a tinica coisa que liga as c Ferentes salas de aula em uma instituigio escolar sto os canos da ca- lefacio ou os cabos elétricos. Em geral, poucos estudantes sio capazes de vislumb! r algo que permita unir ou integrar os conteidos ou 0 trabalho das diferen s iscipl A coeréncia com que se afinna que sio_planejados os contetidos.clos sistemas educacionais dificilmente 6 Visivel. pata os-alunas.eyal UE mesmo. para as professores. seia qual far 6 niv educacio infantil ¢ no ensino funds NOMA Tanto na ental como na universidade, o prinet pio que rege 2 selecao dos diferentes contetidos, assim como sua forma de rBanizacio em 4reas de conhecimento ¢ disciplinas, nio costuma ser objeto lexo € discussio coletiva; & aceito como notivel siléncio na comunidade esc 80 4 priori e provoca um i cientifica e trabalhadora, pelo me NOS se lovarmos sasous vebale> que provoca O curriculo pode ser.or em torno de disciplinas, come costuma.ser feito, mas de niicleos que-ultrapassom ns Hienione dye rier nas, centrados em.temas, problemas,t6picospinstituigaes, periodos histori cos, espacos geogrificos, grupos humanos. idéins Fe ratar-se-ia cle cursos nos quais os alunos seriam obrigados a mane} tis te6ricos, conceitos, proceimentos, habilidades de difere disciplinas npreender ou solucionar as questes e problemas pro- postos. 26 Juno Tonnes Sanrove Esta estratégia ajuda a desvelar as questoes de-valor-implicitas “9° diversas propostas ou solucuc> ciscipnnares, permitindo constatar comma: facilidade cimensOas €ticas, polititas e sécio-culturais. queas visdes excl sivamente disciplinares tendem a relegar a um serunde slany Quande-as intencdes e finalidades da educagio tornam-se pouco cla fis, surge um descontentamento, tratando de denunciar a perda de sentide © a inutilidade das propostas educacionais. E logo aparecem suspeitas de que as instituicdes de ensino na verdade conseguem o contririo daquilo que pregam os discursos oficialistas. Durante.todo estesséculo as instituigoes escolaresstem,sido acusadas de desvirtar os fins nis altruistis aos quais'se propaem servir, \ i, Por exemplo, a escola, ponto para onde confluem todas as criticas ma negativas a0 sistema educacional, recebeu os maiores ataques durante toda a década de 60, e um notivel autor como Everett Reimer chegou a dar titulo de Za escuela ha muerto a uma das suas principais obras (1973) Mas curiosamente, apesar dos dliagndsticos pessimistas dos curriculos desenvolvidos nas instituicoes escolares, neste periodo historico (embora suas raizes provenham das tiltimas décadas do século XIX) € que maior importancia o ideal utépico que considera a educaglo c de transformagdes sociais © peso que, no inicio do século, ainda possuiam tradigdes como a Ilustrago € o Roman ambém contribuiu para gerar um novo dis- curso sobre os direitos ¢ deveres da infiincia. Os argumentos psicologicos © pedagégicos converteram-se cm importantes pontos de apoio para just ficar os novos ideiais deste “século da infincia". As reflexdes sobre a volta A natureza, especialmente o pensamento de Jean Jacques Rousseau, volta- ram a adquirir forga para justificar uma nova educacio e, portanto, novas \etodologias. Utilizaram-se ataques contra o ensino livresco ¢ verbulizados Para propor ¢ experimentar alternativas mais globaligacloras, Mais proximas @_n6s cropologia55 ie Aiase ran amnesia q desescolarizacio, como yan Illichcontra-um sistemaredueacional excessi- vamente fechado em si mesmo, desligado da realidade, ou as opinides emitidas por numerosos:pensaciores sobre perda le tefiipo € inutilidacie daquilo que se aprende nat instituicacr esc6lit, Sobre a necessidade de uma ecucacao mais aberta, eteg transformaram-se ent arguMentos que tamben SeraOTECOINIAGS jeelos partidarios da glabalizacio e da iniesdisciplinariecadl 1 a defesa de um curriculo slobalizado 6 intericrinlinne seen te-se em um dos sinais dle identidace mais idiossincraticos de-umaespé le ideologit que serve para definir 08 limites ce uma corrente nerinerinss 1ue, inesmO, Com. diavergencias. internas.maisou,menos:importantes;-exiby e fesa como-umsinal de identidade eificiente ewsnr Aetna = ande g OO Rips PatiCiASTITTIIAEE Nic obstante Mos constatar weRmeeneM ce umd him de Centro em que lem com este ou aquele grupo, conforme o nivel edu: definitiv dimensdes inte do de sdes € També vezes exclusiam cos, ou com =m rico os arguaaeal iferentes ps decisivos. conheciment elaboragio uma pesqui Nos ti teriores, um argumentach mais global Sobre ist contribuiv Globaiizapio o interdisciplinariedade 27 cacional ao qual for destinada a proposta curricular e/ou as caracteristicas dos contetidos culturais trabalhados. Se algo esta caracterizando a educagio obrigaisiia em todas ~* paises, é 0 seu Interesse'em oBter uma integragio de campos dé conhecimento experiencia que facilitem uma compreensio mais reflexiva e critica da rea lidade. ressaltando no s6 dimensbes centradas em «vutcudios cultura, mas-també essos Necessirios para conseguir alcancat conhecimentos concretos ¢, a9 mesmo tempo, « compreensao de como se elabora,-produz é transforma 6 conhecimento, bem como as dimensoes SicasnereMESMESSMIARE!D Tuco isso reflete um objetivo educacional ta0 definitive como é 0 “aprender 4 apreadey © mundo em que vivemos jé é um mundo global. no qual tudo esti relacionado, tanto nacional como internacionalmente; um mundo onde as dimensdes financeirasyrcultuFais, politica, amiientais, cienuncas, etc interdependentes, e onde nenhum de tais'aspe dode n » dominio dos pro tOS pode ser compreendi- ineiataciequada a matgenidosidemalsy Qualquer tomada de deci SIO eM Aiguin cesses sefores deve implicar uma reflexio sobr sdes ¢ efeitos colaterais que cada um provocaré nos Ambitos restantes. ‘Também devem ser calibradas as limitagoes e as conseqiiéncias que surgi- Fio ao levar em consideragao informagées ligadas a areas diferentes das j4 consideradas. © cunticul globalizado ¢ interdisciplinar conycite-se- assim em_uma categoria “guarda-chuva” capa de agrupar uma ampla variedade de priti- cas educacionais de: ESMEAUID © é um exemplo signifi cativo do interesse em analisar a forma mais apropriada de contribuir para melhc 5 de ensino e aprendizagem ROUDREOIGMIDITOR i stoi A zes utilizadas para legitimar formas de desenvolvimento curricular globalizadas e interdisciplinares foram justificadas mediante argumentos as vezes exclusivamente psicoldgicos, 28 vezes, epistemologicos, socioléai- AUACOHUAGOMERATOSISIED fm um primeiro momento hist6- Mico os aigumentos obtidos « parr das conclusdes as quais chegavam as diferentes psicologias da aprendizagem infantil converteram-se nos mais decisivos. Depois, a urgéncia de uma interdiscipl r para o enquistamento € a incapacidade das disciplinas de compreender o conhecimento das parcelas da realidade objeto de seu estudo, levaram A elaboragdo de discursos (nao tanto de o mais interdisciplinares. Nos tiltimos anos, sem esquecer nenhuma destas duas dimensdes ar teriores, um certo © necessério pragmatismo transformou-se no eixo argumentacio prioritério na hora de justificar a convenié mais globaiizados e interdisciplinares Sobre isto, necessirio recordar que foi justament i aaa contribuiu de um modo mais decisivo para reconceitulllizar 0 campo da envolvidas nas sa ade como sol iticas) sobre a necessidade de uma pesquisa e educac: 28 Junio Tonnes Santon ee ERIE, frisando a necessidad escolar a0 a eve fazer com que meninos € © conhecimento caracteristicos escrevia em Mi credo peda ligar 0 Ambito experiencia! epcao mais ampla, A escola ninas possam reconsiguig exp > sua_comunidacle. iis Dewey gogico que “a escola deve representar ay presente, tmar-vieHt #10 rea! © vitil para.a crianga como'a que vive em su casa, no Bairro ou no campinho de futebol” (p.55). A maior ou menor énfase na necessidade da glahalizacta e interaisciplinaniedade caminha junto com, o.debate,sobre a definicao de eurticulo €,portanto, das flincdes que o mesmn vleve assumir em cacl MOH See Lstorico concre E obvio que a concepeao e filosofia da giwvalizacao e da interdisciplina: nedacle nao seta mesma em uma coneeituslizacho positivista ¢ com Portamental- dor que er umn dlisce 80 tlominado pela psicol TCORCEPCAO flloscfica imersa na Leoria Critica derivada da E de Frankfurt Dest SRE SOM SMMSMOEMENID cicfinicio a partir de necessidacles administativas © como ups série estruturac: cle aprendizagem, @iiEt COnsegueHeHiG Ua eunTeulSICGinG cificado e fechado de antemio) jus.» Gttnterdisciplinarietlicke EaBlObalizagAO aquilo que € excluido ou omitido a no considerar, nem mesmo como € pela aeadleMeD Conseqiicntemente, tudc@IGSANNOS Ealunas apren: Bt odelo de casino c aprendizagem especific tam nado por varidveis sociais, politicas ¢ culturais que suiesagem.em-um minado espago geografico © em u dete: ticular momenter Ristarie 1 frisa Thomas S. Popkewitz (1987, p. 61), ‘participar das escolas € particip: de um contexto social que contém pautas de raziio, normas de pratica ¢ concepgdes do conhecimente Este modo de planejar um curriculo evidencia nossos compromissos crencas sobre as fungoes a serem desen penhadas pela escolarizacao em le, partindo daquilo que pensamos sobre as possibilidades las pessoas para adquirir conhecimentos, habilidades, atitudes e valores ¢ Por outro lado, de como se consegue tudo isso. A pergunta fundamental que temos de responder é como podemos contribuir para essa preparacio dos que agors jf so cidadi0s «Oo Cilia oa al pilicleaicear cle a yionomi: (Uiinsisieiiled tila Meradelainealnel do com o propésito de contribuir com uma. capacitaglo de-meninos.« meninas para assumir responsabilidades ¢ para poder serem nessnas aura nomas, solidarias e democriticas’ Esta meta educacional «il... deve condicionar a_tomada de decisdes ~” planejame wvallagio d+ um curricul Na instituicio escolar deve ser criado um esp: to, desenvolvimento $4 possibilidades para o envolvimento em atividades e experiéncias de ensino e aprendizagem de qualidade e interesse para todos os membros que ali convivem, principalmente alunos e professores. A finalidade de um: sua validade é ¢ proposta curricular nao se en lida em que puder servir ou nao aos propdsi tos que se exigem da educacio institucionalizada em uma sociedade de- mocgitica Jm corpo docente que pesquise e trabaine em equipe é algo con: substanciala este modelo de’ curticulo, A IDIOSSINCRACIA DOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM As revolugdes burguesas e ilustradas do século XVIII, e fundamenta mente a Declaracao dos Direitos do Homem e do Cid: Assembléia Constituinte lio elaborada ancesa no verio de 1789, que serviu de 30__ Junio Tonnes Saxton para a sua Constituicto, demonstram em grande medida a consolidagio das dimensdes de carter mais pessoal, o triunfo do individuo. Entretanto, € preciso esclarecer que, anos antes, diversos estados norte-americanos jd tinhagy realizado proclumactes similares Os modelos econdmicos — libe ismo € capitalismo — que impuse. ram sua hegemonia a partir do século XVIII terio como um dos seus alia- dos mais indiscutiveis as correntes de pen alor das dimensoes pessoais. 23), as ideologias do individualismo si capital dispoe para a dominagao ideo! Partindo dos grupos sociais discurso que sirva de referencial, dominado pela linguagem da prod industrial, 0 management cientifico, as filosofias individualistas também transformam-se em algo indispensivel e que, portanto, precisam legitin © modelo de organizacio da producto por elas promovido requer pessoas gue tenbiam difcullade par 5 ver come iniege pies do ums class mio: Q.trabalhador ou trabathadora individualista tem maiores impedim 0 destinadas a ressaltar 0 destaca James O'Connor (1987, > “a arma mais poderosa de que o igica do trabalho nais conservadores que tentam in para exieir reivindicacdes, pois demora até percever quem sJo seus ali dos; conse¢ ente, fica muito mii tho, a imeree do empresirio de plan A iniciativa privada, bandeira do liberalismo econémico, passari a condicionar os processos dle producio, distribuicao, intercimbio, consu: mo © competéncia nos paises capitalistas a partir do século XIX, mas ao mesmo tempo originaré um importante ntimero de contradigdes € crises econdmicas € sociais. Muitas pessoas perceberio que sio sujeitos ria e tratarao de agrupar-se para solucionar problemas comuns e intervir n: determinae Assim, seus olhares dirigem-se também para 0 sistema educacional, que consideram uma das vias para o desaparecimen: to de desigualdades sociais A igualdade de oportunidades cons: la hist6- o de seu fur ada pelas constituigdes mode; nas _propiciard exigéncias decisivas, como o acesso obrigatorio.as-institui G0es escolares, para receber uma educagao de qualidade cada vez maior Os argumentos cientificos e politicos sobre as potencialidades huma. nas, as capacidades intelectuais fisicas, a criatividade e a originalidade consideradas dimensdes de todo ser humano, precisavam de um sister educacional coen Isto explica que uma analt srosa de uma parte muito substancial do pensamentc 0, inclusive do borado do final até hoje, permita entrever 0 peso decisivo dos discursos do indivi je com tais pressuposicoe pedag: ninimamente Fi is progressista, el dualisme No final do século XIX ocorre uma “revoluga0 copernicana” na educ G40, conforme as palavras de Edouard Claparéde..Os alunos transformam, Se ilo tnico elemento a ser considerados Pela primeira vez, a instituicao escolar comega TEMOSANAEIERD Por isso poce-s firmar Globatizactio © Intordisejpinariodade 31 nessa 6poea h CSEUGAREOESCCUISMMINERERD , segundo a termi Ce titlo do Hvro de Ellen Key (1900). Sto momentos de um tipio desenvolvimento de pesquisas que visam chegar ao couhensege ee sades clos comportamentos infantis. Qa al 40, ptincipalmente no Ambito cia psicologi Serge eecimento cesdiferentes concebeoes sobre a infancia que teen Cutiro decisivamente nas teorias e priticas pedagdgicas si partir do inicio deste =Eculorainfluéncla de correntes dé pensamen to Individualistas sera notada ne« discursos e priticas educacioniie be, "oy | ET ee te toda a primeira metade deste século gozardio de uma importante difecs € aceitac AS correntes px Lillian S$ que da medicina, favore- BOgicas progressitas aceitardin incorporar a suas fon: GAONESHECORERIE PSICAMAMHED sec al mens er SE eta? Chstto Tundamcr‘a1. priuicas pedagogicas prog em-se nos eixos de legitimagac ESSE N20 obstantee necessiiio teeo. cee etree tinea qule ambos os conceitos ¢ ideais tere ne ene, cs pueasio. Assim, a liberdade era encaraca mais com enfoques seme Os, baseandlo-se no amincio daquilo que era preciso fazer part cone rae ean libertar-se da ‘tirinia’ dos professores, do enorme €m que consistiam as disciplis adro nais; uma liberdade para dultos. ‘nao aceitar valores © normas propostas pelos Trata-se de uma concepedo de liberda Pensamento rousseauni le promovida a partir de um no que luta por libertar meninos ¢ meninas da ultos, como tinica estra se desenvolvessem sem t Ss geracde raumas © com todo o seu potenciall, Dest mane; fa, meninos e meninas das geragdes seguintes tetvam senvolvimento individual mais promissor; se: seu potencial i assegurado um de m melhor educados, pois ¢ nao teria sido limitado, Trata-se novamente de uma Tonnes Sarone de_concepeGes. inatistas, assume-se.que).se-cleixarmosemeninos-e Meninas totalmente livres, eles saberio escolher em tains me mamentes = CUEMAUSTNETCOAVIED terian urn Je instinto que os guiaria em Sis escolhas, A infincia é con nte e, portanto, vulnersi mas ao mesmo tempo com grandes potencialidades em seu’ desenvoly mento intelectual, afetivo, social, moral e psicomotor Conscqdevoriente, propdem-se intervencdes. pedagdgicas-mais rousseaunianas( a fim de proteger meninos e meninas da cormipetn que GRENSON Fst2 concepcio da infincia, que servia para a elaboracao de propostas educacionais de cariter idilico, reaparecert tra cle muitos Mov Dl os erate cimlibecicio no final dos anos 60.0 ser humano € considerado.uma-pessoa-a-historicae-mesmo, a-social, sem necessidacle de seus iguais para sobreviver @ desenvnler As experiéncias educacionais que comungavam de alguma forma com estas concepedes se distinguirio de outras mais tradicionais. de castes ris Coe rei toe tie outras rizdcs, por sua GERHISRMAACOMENSIAEESMOM>.- um grande otimismo e confianca na apacidade de escolha dos seres humanos e por seu individualismo, pois 4 visio de pessoa defendida ressalta fortemente a especificidade de catia s 620 Clara real con cae dominantes sais inatisias S priticas de ensino comegam a diferenciat-se ares destinadas a premaver dimencae =r PMlSrininalidide Griauwaliobadwestidante Nest meta educa «|, 0 trabalho das pessoas adultas circunsereve-seunicamente a proporcio. far materiais para favorecer manifesticdee erbapione-s arinin-' Wark rate de ditigit, aconselhar ou critic boa medida, este papel docente & um Bolpe pendukir em uma meto mais tradicional, dedicada a asfixiar qualquer iniciativa infantil A necessidade de nao reprimir o que cada pessog tomy om seu inter foi apoiada de maneira decisiva por toda QD para esta escola psicolégica, os desvios patologias que alguns adultos manifestam stio uma das seqiielas dos atos de repressaeaaes guais submetidos Clurante a infincia pelos adul:os, (SB GOM elisa eon instintivos de qualquer menino ou menina se So de personalidades neursticas ou com qualquer outra patologia similar ia contribuic para a cnreers na idade aclul Com esta forte énfase na liberdade, criatividade e espontaneidacd egam-se a um segundo plano «ras tarefas académicas mais intelectilais, Tanto as perspectivas conservacoras como as progressistas che coincidir na necessidade de se levar em conta a pessoa individualmente considerada; por isso logo chegard ao auge o movimento denominado “a Globalizagéo e Interdlsciplinariedade 33 © Conceito de Globalizago slo, aqueles que se dedicam a inovar no setor educacao procuram fundamentar suas priticas recorrendo aos daclos sroporcionados por algumas ciéncias ou disci Jo momento. Desta ingita, por exemp|0 (QSOS SES ntes e/ou mfnantes em cada periodo historico, comprovaremos que, até certo pe- do deste século, elas constituem um dos Apoios dos Modelos iculares mais inovadores em educagio ‘ Ds, assim, que @ Desde o inicio deste gia aderida Mafia Montessomilé justificada mediante esque~ 0 mas extraidos do sensualismo e do associacionismo, "+ Ovide Decroly rncontra na teora da Gestalt uma das bases mmtis suiteats para acide Pp amhae as antares em globalizado"e-os centros de -interesse: No en" ora recorram % psicologia, AAO 6 Fizem com atitude servil, mas cheg Supersn as limitigoes dessa\diseipliny Craqucte momento cm uma clipe : muito imeiprente de CesenvOwimento) como resultado de seu grande co- nhecimento de outras dreas do saber, de sua vinculacio com a praitica edo yento de projetos curriculares concretos. Dentro deste panorama aparece 0 termo globalizacda) no inicio do s seuulp sic conceito, cm @llisa@epeHo eliferent plinariedade, costuma estar fundamentado sempre em Fizoes eo relacionadas com & peculiar estrutura cognitivae~aferiva-cla codelos curficulires que Fespoiters lo desenvolvimento ¢ da aprendizagem infant ~~ < ern Toinamente Ten COC S Sa aE especifica de organizar 0 ensino para tacihtar waprendiza: ial Frente 40 de interdisci- carder AANGD 0 que Tevart ao cesentio del ssa idiossincrasia quentemente, este © unt metodologi gem e o desenvolvimento pessoal dos alunos. Pata esirategia citaticr Mo smige aamente como m mas, como veremos, ji desde o inicio deste s através de argumentacdes levemos destacar os estudos de Edouard inovacio educacion sua necessidade foi fundamentad sicols Assim, no Ambito da psicologia, Claparéde que em 1908 publicou uma observacao com seu filho de quatrc anos e meio que podia reconhecer as paginas de um livro onde havia ragmentos de cancdes dis quais gostava, embora nao soubesse ler 0 texte von. susici BE Claparéde explicava isso dizendo que a crianga possuia ; oe mest Rena que em seutivro Paventrde la science (“O futuro da ciéncia"), publicado em 1888, descreve a evolucio historica do espirito humano e afirma que sua primeira etapa é 0 sincretismo. Assim, meninos ¢ meninas teriam uma estrutura psiquica semelhante & dos primeiros integrantes da espécie Outras pesquisas psicologicas que contirmariam esta caracteristica gic bal da percepcto nfanil, EUBEMT no -Infclo” deste século,sio-Os s como Max Wertheimer, Wolfging Kahle ealizados por psicdl sentan 1 Jema. As aprendi ormalmente costumam Globalizagao ¢ Interdisciplinariedade 35 Cee —— gradual partindo da primitiva unidade inconsciente da vida so ye L167, 58) > tariter global da percepcio infantil da realidade condiciona sev cvolvimento. Meninos e meninas nao captam inicialmente as coisa s detalhes e partes isoladas (que vio unindo até obter uma ima fe um objeto), mas, pelo contririo, pela'sta globalidlade, Posterior. hum trabalho de andlise servira para compreender e matizar melhor sa totalidade, “interessante” e significativa. Baseandlo-se nestas razdes, um pedagogo como @]Re DSS 4 que os centros de interesse so o resultado desta percepgao givil Tide objetos, fatos © situacoes, Gue desperate earosenatte te re npo, tém a possibilidade de satisfazer algt das suas necessidaces. Assim, @iQQHESS)6titi(Gresse sao eisigeiass lor das quais convergirao as necessicacies fisioicgican, poivlogi To utifrast em aia propast d= decenvoly MeTOORCO PAM as salas de aula, baseando-se nas tres famosas as de\observacio, associacao € expressio. So entantoh@) Decroly propom@ termo mIODANEMEMD oro in2is pro acio IRENA outros. vocibulos epoca, como GREENS SAIS ropomos, escreve O. Decroly (1965, p. 25), globalizacao, que ‘poder sincrético’ ¢ que ‘esquematismo: o primeir se meninas €, 10 mesmo t se sociais do individu: gni-lo no estado perceptivo, enquantc via € pressupde uma sintese completa’ io desta psicologia sera 0 gposto da analitica-sintética. Assi ESM € mais conveniente para dé stro envolve uma analise p © modelo pedagdgico derivac lologia imperante naquela ép: classicas que detenciam que a soina © daouetayaas frenta as teort epgoes siniples levava a conceitos mais amplos e-universais: esta con epHLO PSICOLO RICH MAMET Se es TERT especialmente nos métodos analiticos de leitura e escrita na educacio infantil e do ensino fundamental. A concentragio da atengao € 0 respeito as dimensoes individuai: m como 0 reconhecimento da especificidade das idades infantis, dife renciando-as qualitativamente da vida adulta, servirio de eixo fundamen. para a elaboragio de novas propostas educacionais A pedagogia do interesse © d Jeira para todos os professores € professoras soes da infincia, especialmente a neces co ritmode decenvolimenta decads seb Durante este século, todo um grande movimento pedagseico very omovendo a necessidade de uma educacao centrada na intancis, 901 idsispanindostanoeas Cr Movimento ene river mere gee non PESERNERIORM's cla Cpo- significatividade converte-se em ban: ue compartilham essas Vi ic respeitar as capacidades lagdgicos do mo reagao a algumas instituicdes escolares e discursos p rizacao de contedidos nada relevan. jinad tes para os a pelo academicismo ¢ a me 36 _ Junio Tonnes Savrowe Pretende-se colocar meninos & meninas nov centes 45 diss curricular." as metodologis como 0s conteddos.eirecuisos:pedagog Cos dleveriam dedicar. atencio.prioritaria.as-peeutfaridades rin recone te mento infantil, a suas necessidades e inrereseos A preocupagio por construir ambientes e espacos de liberdade uma das daracteristicas que, segundo a pedagogia e a psicologia, favorecem o clesenvolvimento cognate ieaicommrnnte el instituigdes escolares aparecem clatamente como centrios M08 cist!» dem ser produzidas experiéncias ¢ experimentos infantis que propiciem o desenvolvimento pessoal. Bund dbs fisisessio ¢ GUC Uo useu si fA JACGUESROUSSEAD ‘comegam a. demonstrar seu peso e inféne- A enfase_nas_dimensécs.individuais de cada crianga caracteriza.os discursos e priticas educacionais durante, a, prime le deste secule ©, muitts vezes, SUPESOCHERAMEROSSOSEMS, Os ciscursos rousseaunianos chegam a converter-se em pensamento hegemonico na maioria dos mov mentos de refo rogressista dos sistemas educacionais das inovacoes escolares © movimento da Escola Nova na Europa e a Associagdo de Educaci gressista nos Estados Unidos sio os grupos mais representativos entre os defensores desta filosofia O enfrentamento desta nova concepgio educacional, mais espontaneist fam a mais tradicional ¢ academicista, é expressado claramente Pox Dewey C0967 p20) quando contrapoe a preferéncia pelos voca am SESAME: *Discipiina ¢ a palavra de ordem dos que exal fam © programa escolar; tnteresse, a dos que colocam a crianga como brasio em sua bandeira. © ponto de partida dos primeiros ¢ logico, o deg segundos, psicolégiec De toda forma, suscita-se uma curiosa ironia, também destacada por Daniel Tanner ¢ Laurel N. Tanner (1980, p. 123): “embora o movimento de Pesquisa educacional sobre a infancia tenha comecado como um esforea para induzir reformas educacionais através do estudo cientifico da infin ia, ele foi mais dominado pelo sentimento que pela ciéncia Entretanto, € preciso destacar que normalmente estes movimentos Pedagdgicos eircunscreveram-se a discursos académicos; mais do que pra ticados, foram construtos académi A medida que este século avancava, acrescentaram-se a este tipc fundamentagdes — que levavam a defesa ¢ elaboracao de estratépns cle ensino ¢ aprendizagem congmuentes com esta idiossincracia do devon mento infantil (especialmente com as peculiaridades e limitncoes perceptivas constatadas pela psicologia da Gestalt) — argumentos der s da teoria das etapas do desenvolvimento e, patticularmente, da Globatizagéo e Interdisciplinariedade 37 1s questdes, a psicologia piagetiana propoe explicagdes so- as caracteristicas e mudancas ocorridas nas formas de pensamento das «cas em seu caminho para a vida aculta, bem como sobre as razdes ¢ ecanismos que as promovem. Sua diferenciacao de ts etapas no desenvolvimento evolutive logo giu uma importante difusio e consenso: 1. A etapa sensério-motora (do momento do nascime s). Neste periodo, a atividade sensorial e motora domina os comporta- entos infantis. A maneira de relacionar-se com a realidade s sentidos € com agdes fisicas 2. A etapa das operagdes concretas, com dois subperiodes, um pré- rat6rio (até sete OU Oito anos) ¢ outro, 0 das operagoes concretas pro- amente dito (que finaliza por volta dos 12 anos). Alin ri avancos de riangas pode es concretas, 3. Aetapa das operagdes formais. A partir dese momento as criancas m a operar com conceitos abstratos ¢ a raciocinar de forma hipo- jedutiva. Esta € a tiltima etapa do desenvolvimento intelectual ¢ sca com a Superaglo da etapa anterior até os dois yguagem possibili sivos na forma de compreender e intervir na realidade. As realizar operagoes mentais, embora sempre sobre realida- Cada uma destas etapas condiciona as estratégias que podem s. resolver os problemas nos quais uma p esenvolvimento da inteligéncia ocorre con inadas operacdes cognitivas que condicionam as informagdes com as ais € possivel ent as com elas. pase em deter- F EM Contato € as Operagdes que podem ser realiza A divulgagio e aceitagao destas etapas do desenvolvimento cognitive epercutiram imediatamente nas metodologias de ensino, QgSIeOIe na, j ‘oria_ da percepcio da Gestalt, serio utilizadas > principais argumentos para a defesa de metodologias globalizadoras EESCMEIGIONAEAUI! Ghvio que as peculiaridaces desta etapa evolutiva estrategias dickiticas em que as informagoes e problemas com os quais se entra em contato e as tarefas escolares propostas sejam facilmente problema e a discussio que ocuparam e continua ocupando mui sem grandes esforcos, s professores referem-se a quando, em que etapa educacional deixa de ser gcopselbivel wabalbas com meiadologias slabaliz 2 fatoncde que também a psicologia piaetiana ter sido a que mah atribui nara divulgar que, a partir de 10 ou 11 anos, os jovens comeca podeqUbligit Contettos absteos © forms te Mciocinio hipotctico-dedtr foi utilizado como argumento ¢ Siiicgis MAS Cseiplinwes A instiuicao escolar poderia oferecer inf 38 _Jumlo Tones Sanrowe eee magdes mais compartimentadas ¢ fragmentadas sem maiores problemas Pois os alunos, 20 possufrem outras possibilidades cognitivas, poderiam relacioné-las € organizi-las facilmente C 0S cursos escolares fragmentam-se em matériase mes: mo em blocos de contetidos claramente separaras em mada sina relic, /Preocupacio dos que planejam e programam estes contetidos € a dle ofere, Cer todas as informacoes necessirias para compreender e intervir em det minadas situages sociais, Para isso realizam algum tipo de varredura cm cada disciplina cujo objeto de estudo sto essas realidades, selecionand Conteticlos indie pepadcks bara faciltar sua compreensio e possibilidacies ‘ku, Pensa-se que os alunos, sozinhos, poderio. reonganizarsdepois €ssas informagées fragmentaaas ¢ captar seu verdadeiro signifiens” = ten BED De alguma maneirt-aMBtuicdo escolar oferece as pecas de um Quebra-cabecas (cada uma das disciplinas ¢ seus blocos de contetides Porém nio se compromete claramente a constatar se os alunos consegues, ccgpabtuilas de maneira compreensivel. No fundo ial Ocorrer_uma_confusao.entre_as.polenciattdades de imanejar informacses PomisemadisiincimMesereMaade le Ut 1 concise ines A cles cognitivas realmente sejam_postas em pritica de forma automiticn independentemente do cumprimento G€ outros requisitos, Siagifigancia « a relevancia das informacoes Com as quais se opens © resultado desta confusio provocou © abandono de projetos de tra balho. globalizados.nos ciclos medio @ sumerinr cin oncin' srimivle eae t—t—_ooe fey ‘Whicisios-escolares em»suasitormas mais disciplinares STOTT falar le metodologias ou modelos interdise s de organizacao dos SBE endo que a linha de argumentagao derivava para a peculiari- eade de problemas do conhecimento organizado em disciplinas e. o que & mais Imporantc, despreocupando-se com o sujeito que aprende No entantostambém a pair aa psicologia, pesquisas posteriores con- unuaram oferes="lo_argumentos-decisivospataspropor eswaréy slobalizadoras em todos Os niveis edueacio Hones, nchretn universitérios. Nostu s | 2 prOpria. psicologia.piagetiana também afonace ear: PARUESEMMGIEdaormanizaclordaaprENMPET,, 26 presiar atencao as Peculiaridades cognitivas das pessoa cao clacca inne gabe ie desenvolvimento. Gail eatisbiiaeimaiprenclisee nals {peilitar-o.progresso las estruturas, cognitivas.6.controlada-por processos ga0..Os confltos cognitivos ou desequilibrios slo os motores due, significa.que.o.organismo humano nao assimils alquer informacdo que lhe olerecida; isto s6 acontece na medida en ue est ESCM CRETE eT connie rion Globalizagao e Interdisciplinariodade 39 idos. $6 as questdes interes: s pelos esquemas anteriormente const se motivadoras, que podem ser problemiticas para a pessoa, tém a ssibilidade de gerar conflitos cognitivos ¢, conseqlentemente, aprencl ns. Para 2 (SOGIOBRUBIEREE 2, como frisa Juan Delval (1983, pp. 229 3) ) @QHGENgao € sobretudo WinyNecmTEMMIOTEXIMsEE |s'0 significa / eo sujeito aprende e forina seus conhecttentos poreee se interessa por s. Existem disposigdes, consideradas herdadas, que levam 0 sujeito a essar-se pelo novo Os processos de ensino ¢ aprendizagem devem prestar atengao aos jemas e contetidos selecionados, pois o principal filtro seletivo esti s peculiaridades, esquemas e contetidos prévios das pessoas que apren: Esta aposta na relevaincia das situacdes de aprendizagem fez com que prio Piaget se posicionasse com relagio ao ensino com Gieipllnas Frarmenticto que se choct coms precomectos postrtse eculiaridades cognitivas dos alunos, representandlo 20 culo ao progresso do proprio conhecimento. As mas € contraria as f smo tempo um obst m, referindo-se ao ensino das ciéncias, afirma rotuni nte que se “qui 1s condicdes do progresso cientifico e preparar inovadores conisne deverd acentuar este estruturalismo cada = mais generalizado.econquistador, com tudo 0 que kxo tpl de asa iselbtinar’ (Piaget 11975. 910 A pedagogia plagetiana apostara claramente na aprendizagem por rem ¢, portanto, aprenderem sozinhas F preciso destacar 1c (gee ee ete Gael SSeS! mente em um ensino através individualismo rousseaniniano, pois muitas vei Jo a ajuda que outras pessoas adultas podem proporcior Ja descoberta, corre omfisco de cairem un fSsdeimsmuen® Vo fundo, da feturrd att corer © sain de ye Meada vez que se ensina prematuramente a uma crianca que poderia descobrir sozinha, impede e, assim, 0 entenda completamente” (F F sua aposta nas aprencizagens Nit da ou nao presta a devida atencao ao grande actimulo.de.conceitos, ferd ser descoberto de maneira espontanea p: gens de comeudos indispensiveis para JaugSeDpmaBeeD Dar ADC Cie OPO Ne Te Ne entanto, orias que nao BRGES! pois no S10 apren: breviver, mats (QUES €Onistruebes reali € social\Neste caso, @ interagio social infencionada, 4 que os adultos deyemplanejame-colocarsem. Guisiio indispensavelpare ct twaprene™™ cu devir historic ervencOes. ped tem ee zam contfibuicdes mais decisivas para a defesa de propostas , Vygotsky, frisando.a necessidade de os adultos ajudarem as criangas na construgio.€ teconstrugao.do conhe Cimento, sv... \ Ausubel, enfatizando.as.condicdes de si dos contetidos culturais a serem trabalhades Ambos autores situam-se contra 0 associacionismo € o behavic ue tinham grande forga naquele momento. Negam que as aprendizagens possam ser reduzidas a associacOes mais ot menos complexas entre esti, mulos e respostas. Lev S, Vygotsky contribuiu para uma nova reformulacto entre aprendizagem ¢ desenvolvimento, sustentando que a primeira deve Ser COnBruente COM 0 Dive de i ne cctetts hu, Sua teoria.historico-cultural ressalta 0 panel decisiva desempentacln pelos adultos, pelo meio social ¢ pela instrugio na aprendizagem e desen. MOMMENOMUMANOD A xprcndizagem, considerada um processo profun damente social, necessita adaptar as estratégias ¢ contetidos dos projetos curriculares ao contexto historico e cultural especifico no qual os alunos vivem; esta é a forma de poder utilizar seus conceitos espontineos, frut das interagdes cotidianas em seu meio social, ¢ de vinculi-los aos novos conceitos que instituigdes docentes facilitam A psicologia vygotskiana ressalta que as possibilidades de aprendiza gem de cada pessoa mantém uma estreita relacio com o nivel de desenv Viento atingido@ SR USEAGOO VERSUS EnEMO MA) poss. ido por um determinado estudante em um determinado momento Qaim GE POUEMEMIEMNEND © primeito deles representaria o que ter conseguido como fruto de seu descavalvimenig 2 exneriéncias prévias. cm compensi¢io, (GE CUSAOM MEMO POM ria detinids come © que esse sujeito seria capaz de fazer com ajuda de outras pessoas ou de instrumentos media dors (Signo ae «A diferenca entre o desenvolvimento real ¢ 0 potencial & aqnilo qe GeHGmina Zon. de desenvolvimento proximal). Corseqientementc GR Ta a importancia do trabalho dos professores na hora de estimular essa ZonaeleMesenvolviMneMoNPrONMAD selecionando experencias de apren- dizagem baseadas nos conhecimentos ja assimilados pelos seus alunos « aproveitando seus conceitos espontineos. E importante destacar que, se as estraté las permitirem 0 apoio nestes conceitos espor Nines, os mesmos poderio ser revisados © modificados m: meni Mas as iiltimas experiéncias estio evidenciando que isto é dificil e que « Preciso prestar muita aten¢o, pois um bom ntimero de adultos continuar sustentando concep¢oes erréneas sobre muitos fendmenos fisico-naturais| sociais, politicos ¢ histéricos (Driver, R,; Guesne, E. e Tiberghien, A., 1989. retero, M.; Pozo, J.I. € Asensio, M., 1989). Ima educacio que quiser entrar em contato com esses-¢onceitos:¢s pontaneos € promover sua reconstrugto tem de trabathar com ennteritlos Globalizagao e Interdisciptinariedade 441 ais verdadeiramente relevantes, cujo significado possa ser facilmente ipreendidoj por isso as matérias nao devem ser excessivamente frag EAEMAS Quanto maior for a compartimentacao dos conteudos, mais cif ni sua compreensio, pois a realidade torna-se menos precisa A teoria da aprendizagem de David P,-Ausubel-ajudaré a complemen: a falta de coneretizactio det § Woratclye aatere ng racnions purrs facili reconstrugio do conhecimento. Recontriburcio ce Au \¢ aS pessoas reconstroem continuamente seu conhecimento, sobre @ forma em que aprendem e sobre 556) Para isscQpropoeum modelo de duasdimensOes que ajuc a nao nfundir duas varidveis que interagem em qualquer situacao de ensino € © Onde Lmoctes os dois cixos desse modo Gig ett annEEEE se aos modos através dos quais os alunos ou qual novo conhecimento as suas a Baseia-se na pesquisa sobre a forma com stratégias di er pessoa incorporam s estruturas ¢ EMEA; isto €, de que a ra codificam, Capsfoumam ¢ ammizenaln te inlounacio com 2a > cari © resultado seria um continuo que vai da aprendiza: -moristica ou repetitiva & aprendlizagem significativa ‘ours diiensacy @ 0 HOnZOntaly comesponde as estiategeas aide 4S quais se recorfe para proporcionar informagio 10s_alunos; «um 60 que iia do ensino mais Claramente teceptivo, reduzide + “en sOes expositivas, a lipica licio magistral, as, estratégias pedagégicas cesti- nadas a favorecer a aprendizagem por descoberta autonoma A aprendizagem significativa ocome quando nhecimentos podem relacionar-se de uma maneira nao arbitraria c lo que a pess yuilo que se esta rendendo pode -se a conhecimentos ji pos- los, € possivel incorpord-lo as estruturas de conhecimento atuais. Ao mntrdtio, quando quem aprende encontra cont sem sentido, ie relacionar com os contetidos sua atual estrutura cognitiva, ocorre uma aprendizagem memoristic Os contetidos culturais deste tipo de aprendizagem tambem costumam vas informagOes € 1 ja sabe, No momento em que ntrar em relacio e integi 0s arbitrariamente entre si e dificeis resentacos mediante recursos diditicos nada motivadores. Os alunos origados a recorrer a esta modalidade de aprendizagem fazem isso pc que nao podem, ou tém grandes dlificuldades para comprender as informa ato; esses conhecimentos, cons ‘om als quis entram em con rande facilidade, nao podem ser transferidos sutras situagoes nem utilizados para resolver problemas futurc Algo importante de ressaltar € que a aprendizagem baseada na emorizacio também ocorre “independentemente da quantidade de signifi ado potencial que tiver a tarefa” (Ausubel, DP; Novak, J.D. e Hanesian. p. 37). A questo principal esti no fato de se esse significado potencial i ser Ou no compreendido e utilizado pela pessoa que aprende 42 Juno Tonnes Savtoue QUADRO! APRENDIZAGEM | Esclarecimento —Ensino audiotutorial Pesquisa cientitica, SIGNIFICATIVA | das relages entre bem desenhado, Novas musicas ou ‘95 conceitos. nova arquitetura, Aulas magistrais Trabalho escolar. A maloria da “pes- ou a maioria das laborat6rio quisa’ ou produgao apresentagdes intelectual rotineira, fem livros-text, APRENDIZAGEM | Tabuadas de Aplicagdo de f6r- Solugdes de quebra. BASEADANA | multiplicacdo, mulas para resolver cabegas por ensaio MEMORIZAGAO problemas, e erro. APRENDIZAGEM A APRENDIZAGEM PORRECEPCAO PORDESCOBERTA POR DESCOBERTA DIRIGIDA AUTONOMA 'As aprendizagens por recep¢ao e por descoberta se fazem de modo diferente do que compoem as aprendizagens memoristicas e significativas. (Aususet, D. P,; Novak, J. D. & HaNEsian, H., 1982, p. 35) (tradugao adaptada pelo autor A aprendizagem significativa implica que os alunos devem possuir previamente algumas idéias inclusoras ou, o que € a mesma coisa, teorias, conceitos ou conhecimento experiencial relacionado com 0 conteddo das tarefas escolares nas quais estdo envolvidos. Deste modo, existem mais possibilidades de promover a motivacao pela aprendizagem e é mais facil comprometer afetivamente as pessoas que aprendem, assim como gerar autoconfianga em si mesmas. Uma das explicacées do motivo pelo qual alunos ¢ alunas optam pela aprendizagem através da memorizacao mesmo quando esto diante de recursos diditicos potencialmente motivadores é que eles “aprendem, por triste experiencia, que as respostas substancialmente corretas, que carecem de correspondéncia literal com o que Ihes ensinaram, no sio validas par alguns professores. Outra raz4o consiste em que, por um nivel elevado de ansiedade ou por experiéncias de fracassos cronicos em um determinad tema (que por sua vez refletem escassa aptidio ou ensino deficiente), care- cem de confianga em suas capacidades para aprender signiticativamente por isso, com excegio da aprendizagem por repeticao, nao encontrar nenhuma outra alternativa sendio © pinico’ (Ausubel, D.P; Novak, J.D. ¢ Hanesian, H., 1982, pp. 48-49). E necessiirio, portantonctiar situagdes de ensino ¢ aprendizagem nas quais @ relevancia dos contevidos culturais sélecionados no projeto curricular Globalizagao e Interdisciplinariedade 43 ssa interagir € propiciar processos de reconstrugio junto com © que ja existe nas estruturas cognitivas dos alunos. A meu ver, a partir de propostas como as realizadas por estas escolas sicolégicas da aprendizagem que acabamos de dest argumentos suficientes pani continuar apoiandc Mmo-nos, essidade de pers N ectivas globalizacioras em todas e cada uma das etapas do sistema eduica ‘Ou, em outras pala iliaridades cognitivas dos que aprendem; conhecer € partir dos seus Aceitos espontineos e implicitos para gerar as adlequ nflitos cognitivos capazes de obrigar cada estudante a substituir ou te stn éias para enfrentar os novos desafios que os envolvem icamente, quanto mais geral ou amplo for o contetido a ser trabalh: ula, pelo me € preciso levar sempre em considera nas salas 05 nos momentos iniciais de cada projeto curti 10 as possibildades de 0 mesmo ser sig ative © motivador ara os alunos. E previsivel pensar, por exemplo, que tanto meninos como F 4 ‘ninas preferirdo trabalhar em um projeto curricular organizado em torno nticleos como “a musica rock’, “a sexualicade”, etc., do que com blocos de contetico organizacios em discipli nas, que podem aparecer no interior de tais nticleos globais. Isto nao impede que, com o de nvolvimento da unidade didatica, os contetid subjace tais propostas de ensino aprendizagem am ir sendo organizados ¢ sistematizados; que possamos nos deter em determinados campos discipli- ares ou especialidades que sejam estudados mais amplamente em algumas articulares ou contetidos mais especific E bom nao esquecer, como destaca Guy Claxtc imensoes (1987, p. 215), que as pessoas aprendem antes o que necessitam com mais urgencia ¢ 6 que juerem saber”. Assim, tudo o que se distanciar de suas preoc Dm a satisfa- aio de uma necessidade, de um desejo ou buscando evitar algum per interesses, que nao estiver relacionado de alguma maneir. ficilmente pode chegar a converter-se em relevante € significative para quem deve aprer A INTERDISCIPLINARIEDADE DO CONHECIMENTO Uma das caracteristicas que dist eorganizacao do conhecimento zacho © propen; inguem o século XX é a freqiiente Jéncias.a maiores parcelas.de-es; Ja.do.saber sio as SMsnAOMUSIO UB EOMNECMMEREE Come trate diss >elo menos podemos constatr Ei NOE einannea + (si @a conseqiiéncia 16, nclusive em Uma supermennci“leacin. com base em divisoes € subdiv slizado pelas pessoasino: lesuma,especialidade concreta, caindo OES IG Al Ta CAPRA |PACICIOIS|EO|COANEEIMEATS. este modo, ul quire autonomia ou também parcelas independentes ou temiticas muitc especificas de algum dos campos de pesquisa dominantes em um momen- to hist6tico determinado, + Outra cinimics(Qi SOOO ne Mees ake plies Cecon saa Iham objetos de estuclo, parcelas de um mesmo tema ou metodologias de feeqmism chezando a comunicarse e coordenar-se de tal mane podem chegar & formacao de Ambitos de conhecimento novos iplinares Uma tiltima dingmica, que esté surgindo com bastante forca nas Kécadas mais rocoots pensador “renascentista”, ou metacientista Francis Bacon © =". >.) vislumbrou a necessidade de unificar 0 saber Em su<@SERNGHmAARSe A Nowa Adlantida’))).7. @lopimcientinea, << Globalizagao @ Interdisciplinariedade creve a Casa de Salomao, um centro de pesquisa cientifica interdiscipli asemicocahumanidade, uma espécie de sociedade paradisiaca onde rei- na a sabedoria € cujos integrantes dedicam suas energias a0 método No século XVII, a Pansopbia ou Pantaxia, de Juan Amés Comenio. também *@DIeSemtOu Mini BpOsth oSabet, por ‘ontemplar o conjunro das coisas como unidade, relaclonando-as conti DETESEEEUOEOD 05 intclectuais como GemeliesedmeskuRuee Comte, Emmanuel Kant, os enciclopedistas francese:, .. ,.mostraram sua preocupacao pelo grat: de fragmentacio do conhecimento em campos de Sspecializagio Sem comunicacso explicita entresi Conseqtientemente, cacia um deles, de maneira mais ou menos articulada, tratou de apresentar uma Proposta buscando estabelecer maiores parcelas de unificagao ou interdisci- Maziedade © século XVI € 0 Iluminismo transformaram a Frrciclopédia em sev modelo, uma defesa da unidade e condensacio da diversidade de saberes priticas, convertendo-a ao mesmo tempo em um instrumento de luta icologica.e expresso. de uma nova atitude intelectual caracterizada por uma rejeicao frontal da autoridade cdogmatica, especialmente a sustentada bela InreiaNGSHESUIaSNSNPElamCi¢AG)Os cnciclopedistis pretendem si- Tarse no plano da objetividade e estao abertos a ddvida metddica. Segun- do Jean Le Rond D’Alembert, a Enciclopédia ou Diciondrio das ciéneias das artes e dos oficios conteria os ramos do conhecimento disponiveis nes- nomento, deixando claros os “principios gerais nos quais se baseia ¢ os na cosmovisio ou tnida¢ detalhes mais essenciais que constituem o corpo e a substincia da mesma DiAlembert, J., 1984, p. 38). Existia em seus autores uma preocupacio xpressa por explicitar as conexdes que os distintos ambitos do saber man ém entre si, tentanto ligar ciéncia, técnica, razao e pritica social, “Entre as as drvores enciclopédicas, sem diivida mereceria preferéncia aquela jue oferecesse maior numero de ligacdes ¢ relagdes” (D'Alembest, J., 1984, rentes direa ). A unidade das dif do conhecimento facilitaria um de ‘nvolvimento mais harmonioso de cada disciplina em relagio com as ‘mais, permitindo assim solucionar de um modo mais eficaz os proble mas inerentes ao desenvolvimento da sociedade. As duas peculiaridades mais destacadas promovidas pelos eneiclopedistas sio a confianga na ra 10 2 crepe a rbgresso ilimitado das ciéncias. No entanto, as necessidades da industrializagao promovida a partir de modelos econdmicos capitalistas, a8 TevolugOes industrials cos proceso: le iransformacao das sociedades agrarias.cda épocaabritdo o caminho para sores parcclisMediscinlinanedadode-conheetwents As incistrias ne- ssitavam urgentemente de especialistas para enfrentar os problemas ¢ pjetivos especificos cle seus processos de produgio € iedida que a revolucio industrial e a tecnologia se desenvolviam, giam novas especialidades © subespecialidades que, por se basearem em 48 _Juevo Tonnes Sw algum ramo muito especifico de um campo tradicional de conhecimento ou em uma nova metodologia e/ou tecnologia de pesquisa, exigiam mate res Parcelas dle independéncia até atingir autonomig pl oo srobssicites ce canbe. rent. Este 6 © momento de’ firme consolidacse SEED © especialista € aquela pessoa que sabe muito de am campo cientifico cada vez menor, delimitace Como evidencia Georges Gusdorf (1983, p. Glentifcismo, corresponde a esse novo estatuto do saber, no qua cisciplina encerra-se no espléndido isolamento de suas propr Metodologias, tornando a linguagem das ciéncias exatas uma espécte de absolute’ Naturalmente, uma sociedade que esta sendo construfda com base no trabalho fragmentado nos ambitos da producio industrial e comercial ane Plia esta filosofia da divisdo para o mundo da cigncia Mas também neste momento sécio-hist6rico é possivel detectar fortes contradig@: la uma dessas sociedades nas quais ocorriam estes processos de industrializacao, havia o paracoxo — e mente até os dias de hoje — de coexistirem dois moce dois ideais daquilo que é uma pessoa culta, educada, Nao deine Curioso que os processos cle ecucacio obrigatéria « mesmo os nao-obrie (rs indlusive o sistema universitirio, ainda mantivessem vivos em grins ep. ees cee cuisuramerate et Shue, todas as espectalidades do saber frente-ammnindy amteshq COTO eS ECILICOS DEI econ ce smnaemuivcoriGhetares peciilidade cientifica ou tecnaléete No entanto, também nesse periodo aparece um conflito dicotomico 37), *o positivismo, Gnure 98 partidirios de maiores niveis de especiilizagio e agueles ue apoiavam propostas de formacio mais generalistas, implicando um may numero de éreas do conhecimento e especialidudes. O desejo de aprofundne um determinado ambito de conhecimento aparece como antayonieo ck extensio mais generalist Mio obstante, neste:século ¢ que adquire maior rigor e justfieativa a defesa da ntérdisciplinariedade, diante da ingenuidadle ds propostas a tsriores, bastadas mais em uma nostalgia perante a unidade epistemolOicn perdida nte as dificulda 1 adequar-se ao velocissimo cresc mento do conhecimento e da tecnologia que, especialmente dese ms dlos do século XIX, manifestam um rumo muito aeierido NOgalgil oe bém de uma meta utopica, «1-2 buser GeNiih Saber “abeolie espécie de ciéncia das ciénciae “ uclesa.desmaiores.parcelas de interdisciplinariedadedtambém. foi izadla"para impor critérios dé cientficidade e modelos de faser clenc Fol 0 recurso uulizado por aquelas reas do conhecimento que, cnn ciferhinads momezts hist“ 1 gO¥avam de menor poder pier a conee SCHOEN NIGENAMEIDESTEIDS Ftc £01 0 caso das chanad.(GiR Globalizagdo e Interdisciplinaniedade EBGEID Assim, durante a primeira metade deste século, segundo Martin Tandau, Harold Proshanky e William Ittelson (1962), podemos constata dois momentos interdisciplinares no campo das ciéncias sociais. Um meiro momento, compreendido entre a Primeita Guerra Mundial € os anos caracterizado pelo empréstimo (ou 6} amos dizer com maior rigor) de técnicas e instrumentos de pesquisa, especialmente o que hoje € conhecido como metodologias quantitativas, dominantes em um primeiro momento nas ciéncias fisico-naturais. Os filésofos neopesitivistas do lo de Viena, com seu projeto de uma Encyclopedia of Unified Science CEn- ciclopédia de Ciéncia Unificada”), desenvolvido nos Estados Unidos sob a diregao de personalidades ath, Rudolf Mortis, pretenciam apenas enfrentar os problemas da unificagao das pode ete cont nto, Deste modo incorreu-se em as e das diversas areas d uma notivel colonizagio das ciéncias sociais e da propria filosofia com as s positivistas, domingntes pas Gidmeiss isicas c pati. metodolo: © Circulo de Viena opée-se veementemente a toda “especulagao” ¢ metafisica” seu ideal ria constituicio de uma tilosotia cientitica ¢, eps nte, a elaboragtio de uma linguagem clentifica qlte permitisse seu @ontrole"por meio de enunciados expressos em forma behaviorist RemmosMMCMMeMMisG. Este Micatsmo, segundo Oto Neurath, deve si entendido no sentido ce que postula a “unidade da cigneia” basead: (eS ou as pessoas integradas a ste GED spiram a desenvolver uma modalidade de positivismo na qual « logica € 0 n desempenhar um papel importante; apostai logicismo”, dai também o nome de “positivistas Iégicos” ¢ “empiristas como sio dl dora Diet seus principais interesses era o de Qe SSCenisiestamnodaldaderde empirismo deveri sminados seus seguidores ¢ Sosmivemopnosmproiiemasssoeinis. No funco, queriam acabar com a nante nese momento. @ESaIOE Provenctine cowtemercnet RUNRUSENESUMSMSEPIAERES Otto Neurath também foi of aT promotor dos Congressos pro-Unidade da Ciéncia (1929-1939 Fildsofos cientificistas como Rudolf Carnap, Hans Reichenbach ¢ Otto Neurath estavam convencidos de qu-@iiiiiGii soe esquismestae: PORANGSHEESIPSSEMAD 20 contrario, todos cles tinham capacida- de de beneficiar-se com suas metodologias, deslig Assim, por exemplo, encontramos uma monografia intitulada “Ciéncia snificada psicologia’, dentro da série de monografias da colecao “Cién- cia unificada” editadas sob a direcao de Otto Neurath, no inicio dos anos 30, com a intencao de exemplificar a forma com que 0s métodos cientificos positivos deveriam ser utilizados em todos os Ambitos do saber € no 86 nas ciéncias naturais. Nesta publicacao luta-se claramente pela incorpora co das técnicas rigorosas das cigncias fisico-naturais para evitar 0 poucc gor de muitos dos textos daquele momento. Ch 50 Junio Tonnes Swrroue disciplina, bebavioristics, que combin de pesquisa do comporta mentalismo € outros ramos da psicologia experimental com 0 vocabulario “fisicalista aceito Poucos anos depois, em 1937, em sua contribuigo para essa mesma colegio de ciéncia unificada, Clark Hull chega a sugerir um método para garantir uma "genufna coordenagao entre os esforcos cientificos de num rosos trabalhadores com... diferente formagao e interesses”, especificando entre outros: “pesquisadores em fisiologia, comportamento animal, psic logia, sociologia, antropologia cultural, psicopatologia, delingiiéncia juve nil, logica e matematica” (Hull, C., 1987, p. 1 undo momento em prol de uma maior integracao das ciéncias sociais surge mediante 0 apoio prestado por departamentos universitérios € de pesquisa, cursos € publicagdes constituidos com orcamentos inter- disciplinares. No entanto, a filosofia interdisciplinar ficou mais como um rotulo ¢ um slogan do que como realidade pratica. A inércia venceu nente certas disciplinas ou éreas do conhecimento passaram a part horario, a justapor seus contetidos, ete., porém tercambio ou a uma auténtica integragio de co ceitos, metociologias, modelos, etc Também desemp. m_umi importante papel no renascer da interdisciplinariedade concepese: BSPio decisivas como cAiiaeKisine © estruturalismo, a teoria geral de sistemas ou o desconstrutivismo. E possivel que Gags teh. sido um dos @i@delos Keoricosaue FUSS prOthover a inVRISSPMBHEMNTA Uma do. prova disso esta No Impacto que esta eoria causou sobre praticamente todas as disci- plinas e campos de conhecimento, da economia, sociologia, histéria, pin- tura, musica, escultura, a biologia, ecologia, etc 'U estruturalismo foi outra das concepgdes teéricas decisivas na. con solidacio do movimento interdisciplinar. 11. +". 1970, no Seminario GIeMIOPEIMOEDS Organizacao de Cooperacto ¢ Desenvolvimento Econémico) e pelo Ministério da Educacio fran c¢ peracionais, do ensino programado, ete. Tampouco a denominada “revo- lugdo cognitiva” escaparia dos interesses militares, principalmente se rec amos a critica efetuada por Jerome Bruner sobre as distorcoes ocorridas dentro do cognitivismo, sua abordagem técnica. Como frisa esse autor, “0 fator-chave desta mudanca foi a adocio da computago como metiifora dominante e da computabilidade como critério imprescindivel de um bom modelo tedrico" (Bruner, J., 1991, p. 21). Este reducionismo substituiu onceito de significado por algo mais facilmente conceituavel que um pro- ama de computador; desta maneira, embora tenha se adquirido uma ompreensio adequada clas formas em que se processa € circula a inf macao, “ficaram sem explicagao precisamente os problemas fundament: jue inspiraram originalmente a revolucio cognitiva, tendo sido mesmo um ouco obscurecidos” (Bruner, J., 1991, p. 27). Questoes tao decisivas « ‘elevantes como considerar que a mente € credota de significados e prod Globalizagio e Interdisciptinariedade / 10 no $6 biolégico mas também cultural, s4o incompativeis com uma tradigao perigosa que aparece na psicologia nas dltimas décadas, tendente aclos e com menos contato com outras, jonam os comport .gmentar-se em campos mais isc as do conhecimento que explicam e condi anos. Nio podemos esquecer que circunstincias poli nentos tamentos hun sociais, econémicas, ideol6gicas, etc., influem nos comport pessoais como de classes. Algo constataco por Jerome Brune? fe “a revoluugo cognitiva, tal como foi concebida originariamente, exigia icamente que a psicologia unisse forcas com a antropologia e a lingitis- 2, 2 filosofia e a hist6ria, ¢ mesmo com a disciplina do direito” (Bruner, 19h po2D Mas naturalmente niio € apenas de perspectivas militares que a file fia interdisciplinar tem um peso destacado, Os aimbitos mais antigOnicos sda guerra. como 0 pacilismo e a ecologia, também trabalham sempre PESURUSMUGRIGRISCIPINERS Suas andlises, propostas e solugo Te pesquisas eft ss de especialistas de um campos de conhecimento social, cientifico e tecnol6gicc jologia, antropologia, medicina, sao resultado adae por equip nde variedade de gia, geologia, quimica, fisica, so nformatica, engenharia, etc As razOes e finalidades das sito diferentes, poretit coinciclem cm. sua necessida ‘opostas interdisciplinares costumam ser ide, se. quisermos real mente cheear a compreender 6 mundo em que vivemos e-enfrenta= >= SRESCCUTENGSEMUENRES O verdaceiramente decisivo é que se p Sr controfiro poder da clencrs que & construfda, ¢ 0 fato de ela nao ser grupos humanos e em bene- ia mistificago de linguag zacio 4 pa queles que o usam escudando-se logias. dologias ¢ tecr © Coneeito de Disciplina rdisciplina- na > legitimamente Antes de introduzirmos mais detidamente 0 conceito de in convém tentar esclarecer 0 sentido do conceito di a que um corpo de conhecimentos possa ser rotulad disciplina, ele deve preencher uma série de requisitos. No entanto, co existe uma total unanimidade na hort ma disciplina € uma maneira de organizar ¢ um territ6rio alho, de concentrar a pesquisa € as exper rminado Angulo de visto. Dai que cada disciplina nos oferece uma gem particular da realidade, isto é, daquela parte que entra no Angulo seu objetivo. Do ponto de vista histérico, a tendéncia 2 diferenciaciio do conheci- ni ima multiplicidade de disciplinas autonomas ¢ algo que vem se etizando desde 0 inicio do século XIX, vinculado ao proceso de 56 Junio Tonnes Sawroue 1 que ocorria nos paises europeus mais desenvolvidos e que necessitava de uma especializagto de acordo com a divisio material do processo de prod Ja industrializaglo, As técnicas © saberes foram se diferenciando progressivamente; por sua vez, as li gens que os caracterizavam foram se especializando e circunscrevendo a Ambitos especificos. Deste modo surge 0 conceito de dise rais, métodos e procedimentos ¢ transformacao socia objeto de estudo, marcos conce Desenvolveram-se numerosas propostas clas condigdes que um corpo de conhecimentos deve reunir para ser conceitualizado como disciplina ou Gigncia, Geralmente, devido ao fort na positivista digdes eram impostas a partir da logica deste paradigma, Assim, segundo Msscl Boos uma disciplina € earacterizada por trés tipos de elementos: anipulados por “1. GRRBEEEERAED «ou formalizados, ambos 0 meio. de mctotlos e procedimentos, erializagao da interacao entre estes obje- 2. GERORAHD que sa0 an tos. 3. @@Bscujos termos e/ou formulagio dependam de um conjunto de Tfomas) que déem conta dos fendmenos € permitam prever sua operacao. Os elementos deste conjunto, dotado de relagdes internas e/ou externas, revelam-se através de fendmenos que, 4 postertori, con: € as leis” (Boisot, M., 1979, 1 reimpres- sio, p. 101). idas € limitadas fario com que muitos corps am rotulo de ciéncia (entre outros, os imentos nao obten! discursos religiosos, metafisicos ou muitas das pi s € tradigdes das di versas ciéncias sociais), por no se submeterem aos niveis de formalizaca ios pelo positivismo, No fando, um notivel cient icismo (no sentido de ciencia & de mit incipais conceitualizagdes do que é ou mio uma disciplina. A ciéncia apa n 6 tipo de conhecimento mais valioso. Qualquer saber, se desejar adquitir um reconhecimento social, teri de submeter-se aos requisitos que as cién fisico-naturais ditam e exigem para si mesmas. Dai “os rios de tinta uuldades que, do século XVII até hoje, v statadas na e catalogar corpos de conhecimento como as artes, ética, a politi- nist requisitos de’ cientificic: A Escola de Fr ma de concepeac Umm dos focos de a que a concepea da) dominara as p asiadamente parcial € Jo, etc,, que dificilmente podem incorporar esses Je defenclidos pelo positivismo. jurt formu is duras ntra esta for. conhecimento, s frankfurtianos centravas soisificantes (“positivistas”) presentes n: struc ingdo ¢ do dos tracos compulsivos Globalizagao e Interdisciplinariedade 57 esentando como s6ficas e cientificas da cultura ocidental, a ernativa uma nova postura teérico-metodolégica p a no ideal da auto-reflexividade” (Rodriguez Ibanez, 1989, p. tre 5 fildsofos que mais se preocuparam por criticar ¢ desvelar o do de: lizacao positivista esta Max Horkheime manifesta uma forte aversdo pela supérioridade dessa razio que nive vés da tecnificacio, areas do acontecer humano que nio podem se ratizadas. A razio instrumental é contemplada por esta Escola como sa da “engenheirizagio” da sociedade. autor junto com Theodor Adorno, em 1947, we desta Es: visificagio e racion: 1 obra escrita por e a do Iluminismo, transforma-se em um dos pilares-ch que melhor traduz a critica que os autores fazem da de }egara o pensamento ilustrado: do seu nascimento e potencial liber- x, A conversio em uma légica e uma ideologia dominante de percontrole, negagao do pensimento critico, dominago © redugao de do fendmeno a uma ordem preestabelecidla. Assim, podemos ler textual- Tudo 0 que nao se sujeita ao critério d o € da utilidade 6 ara a Tlustraglo... A llustrago relaciona-se com as coisas como 0 m os homens. Este os conhece na medida em que os pode r... A Ilustracao € totalitiria como nenhum outro sistema, Sua fal- je no radica naquilo que seus inimigos romanticos sempre criticara nalitico, reduco a0s elementos, decomposicao me s no fato de que para ela o proceso esti decidido de ante ca 0 pensamento com a matemitica” (Horkheimer, M. e Adorno, T 64 e 78). Entre as finalidades d teoria critica estaria a de resgatar a razdo da 1 racionalidade tecnolégica, Neste tipo de racionalidade nao exis: acdes importantes em tomo de questdes referentes A genese vimento e natureza normativa dos sistemas conceituais que se vam e definem os fatos aceito de ciéncia apresentad ositivismo desconhece a GHECISSPISCESSONSOCITEMUSUANCONSUUGIOM rece como uma fe punt co penstmente: fe fica bastante claro para os pés-empiristas, assim chamados por arg bermas, como Thomas . Kuhn ou Imre Lakatos, ja fora formu ot Max Horkheimer: "Nao se pode afirmar que a transforn cientificas dept (cdo social respectiva ais como o sistema copernicano, como tamt lemas especiais da pesquisa corrente” (Horkheimer (0 da teoria tradicional ao aparelho social ial, suas funcoes dentro da Acr balho nao slo contempladas. rome fatos em categorias, registrar dados, calcular medidas, dispor os objetos Para seu controle transformacao, uma atividade te6tica puta que nao e influenciada por outras dimensoes mais sociais e human: Stas Concepcdes que rotulamos genericamente de positivistas, embo. TA sejamos conscientes das diferentes nuangas que surgem dentro deste movimento tio amplo, sto contestadas por aquilo que denominamos ge- hericamente de filosofia hermenéutica, na qual desempenham funcoes cen. trais as nogdes de compreensio, comunicacao e dislogo. Nao pretendemos nos deter nesta questio, porque consideramos mais convenient opta Don a coos isciplina em um sentido mais amplo GRRGACEIAEESTCIAS9ONBEEOD props: uma definicae inter 51" as disciplinas.so.cagrupagdes:intélectualmente coerentes de obietos de estudo diferentes entre si Por sua vez, Stephen Toulmin (1977, pp. 383-384) afirma que, para Poder considerar uma disciplina como tal, a mesma tem de cumprir cinco condicdes: 1. Suas atividades devem estar organizadas em toro de, e dirigidas Para, um conjunto especifico € realista dle ideais coletivos acordados 2, Estes ideais coletivos impdem determinadas exigéncias a todas as pessoas que se dedicam ao acompanhamento profissional das atividacles envolvidas. 3. As discussoes resultantes oferecem ocasides discipli elaboragao de *razdes” no contexto dos argumentos justificativos, cuja fun, ‘o € mostrar em que medida as inovagdes nos procedimentos estio a altura dessas exigéncias coletivas Para tal fim, desenvolvem-se os foros profissionais nos quais sto utilizados procedimentos reconhecidos para “elaborar razdes", para justi. car a aceitagao coletiva dos novos procedimentos, 5. Os mesmos ideais coletivos determinam 0s eritérios de adequacdo Pelos quais sao julgados os argumentos que ap6iam essas inovagoes Na medida em que toda disciplina, antes de alcangar este status, Por alguma fase na qual esses requisitos nao se satisfazem plenay segundo a terminologia do proprio S. Toulmin, podemos chegar a diferen. ciar entre disciplina propriamente dita, ou “disciplina compacta” ¢ “dis Plinas difusas € possiveis’. Neste segundo caso, normalmente as dificuld des esto em aspectos metodolégicos e/ou institucionais. Isto é por um lado existiria um forte conflito em torno dos problemas da disciplina e das formas de enfrenté-los, o que impossibilitaria que se chegasse a “entronizacio de um conjunto acordado de conceitos fundamentais e critétios de sele so” (Toulmin, S., 1977, p. 385); por outro, nao esta clara a organizaca Profissional de quem cultiva esse campo do conhecimento. Este mesmo. autor também admite que existem atividades e empreendimentos humanos

You might also like