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XX Enangrad-Relacao Custo-Beneficio de Atletas Profissionais Comparado
XX Enangrad-Relacao Custo-Beneficio de Atletas Profissionais Comparado
Gisele Mazon
Abstract: This paper aims to compare the cost / benefit of training for amateur
athletes facing recruitment and retention of professional athletes as a tool for
marketing. For this was a study. This article proposes a survey, or proceed to the
request for information to a significant group of people about the problem studied.
The sample is composed of two coordinators of two sports the American educational
institutions, through semi-structured on the basis of issues raised in this research.
The interviewees were contacted by telephone and a meeting was scheduled to
perform the same. The methods of data analysis was qualitative and quantitative. It
can be concluded that although a few universities use the sport as a gimmick to
attract and retain students, it is important to recognize the potential of it. The
management of university sport is who will determine what they want to get back and
what actions needed to achieve.
1 INTRODUÇÃO
No século XXI, o esporte se consolidou como uma área de negócios
bilionários. Segundo o jornal britânico Financial Times “o PIB esportivo mundial, em
2006 - considerando apenas as transações ligadas diretamente ao esporte - chegará
a 100 bilhões de dólares.” Este valor equivale ao PIB (Produto Interno Bruto) total de
países como Argentina e Venezuela. Somente nos EUA os negócios diretos e
indiretos movimentam 234 bilhões de dólares por ano. A cada ano o PIB do esporte
mundial cresce em média 6% (MARLAN, 2006). “De 1995 a 2005, o PIB do esporte
brasileiro cresceu em média 10,26%, enquanto o PIB nacional cresce apenas 3,2%
ao ano” (IBGE, 2003). Porém, o PIB do esporte brasileiro movimenta apenas 15,6
bilhões de dólares, 15 vezes menor que o dos EUA. Portanto, o Brasil ainda é um
país em desenvolvimento no esporte.
Essa disparidade entre o esporte norte americano e o brasileiro aumenta
ainda mais quando se refere aos esportes não-profissionais ou universitários. Nos
EUA, os esportes universitários, golfe e Nascar movimentam diretamente e
indiretamente US$ 30 bilhões. Somente a NCAA (National Collegiate Athletic
Association), órgão que rege o esporte universitário dos EUA, tem como receita
anual US$ 614 milhões. Enquanto por outro lado, no Brasil, o esporte não-
profissional universitário é insignificante quando comparado com o norte americano.
Este estudo irá caracterizar a situação do esporte nas universidades
brasileiras assim como a situação do esporte nas universidades norte-americanas.
Esta comparação tem o objetivo de discutir as possíveis contribuições do esporte
como ferramenta de marketing uma vez que as universidades norte-americanas são
uma referência mundial tendo o esporte como sua maior e principal ferramenta de
marketing. Além do mais, o estudo discutirá porque as universidades brasileiras não
investem seus recursos no esporte não-profissional como é feito nas universidades
americanas. E se há possibilidades do esporte não-profissional trazer maiores
benefícios a longo prazo do que o esporte profissional para as universidades
brasileiras.
Assim, pretende-se estudar qual a relação custo/benefício de atletas
profissionais comparado com atletas não-profissionais como ferramenta de
marketing nas universidades brasileiras e americanas?
O esporte amador é aquele praticado por prazer e não por profissão, ou seja,
um trabalho sem remuneração. O esporte amador brasileiro em universidades é
quase inexistente. Poucas universidades decidiram, através de seu planejamento
administrativo, investir em modalidades esportivas. Como todas as instituições que
promovem o esporte no Brasil, poucas universidades brasileiras optaram pelo
retorno de investimento a longo prazo. Estas investem no esporte profissional como
ferramenta de marketing, deixando em segundo plano o esporte amador. O
problema é que o esporte profissional como ferramenta de marketing tem o custo
muito elevado, por isso não somente depende do capital designado ao marketing da
universidade, como também da ajuda de patrocinadores para custear os gastos. Os
patrocinadores exigem atletas de ponta que muitas vezes são originados de outros
estados, estes tomam o lugar de atletas de potencial local que após passarem pelas
categorias juvenis ou juniores (categorias antecessoras à categoria adulta) não têm
para onde ir e desistem do esporte. A existência de uma suposta liga esportiva
universitária, serviria de intermédio para esses atletas locais se aperfeiçoarem antes
de ir para o profissional e mais importante, a relação custo/benefício seria mais
vantajosa para as universidades investirem no esporte amador.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
3 METODOLOGIA
Quanto ao objetivo, esta pesquisa caracteriza-se como um estudo
exploratório. A pesquisa exploratória pretende oferecer maior familiarização acerca
do tema estudado tornando o problema mais explícito além de possibilitar o
desenvolvimento de hipóteses. Uma vez que há poucas publicações acerca do
tema a ser estudado e pretende-se ao final, oferecer subsídios para o
desenvolvimento de futuros projetos, o planejamento flexível da pesquisa
exploratória torna-se adequada. (GIL, 1999)
Quanto ao delineamento, esta pesquisa propõe um levantamento. Segundo
Gil, “as pesquisas deste tipo se caracterizam pela interrogação direta das pessoas
cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de
informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado [...].”
(GIL, 1999, p. 70).
Além disso, esta pesquisa possui uma dimensão qualitativa e quantitativa.
Através de uma análise qualitativa, é descrita a situação atual do tema pesquisado,
os fenômenos envolvidos e os modelos estratégicos principais das instituições
universitárias. Por outro lado, a análise quantitativa oferece dados estatísticos dos
possíveis custos de investimento esportivo para universidades.
A população do presente estudo consiste em todas as áreas que fomentam o
esporte universitário. A amostra por sua vez, está constituída por dois
coordenadores esportivos de duas instituições educacionais norte-americanas. Além
disso, para a caracterização das universidades brasileiras foi pesquisado um
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4 ANÁLISE DE DADOS
Nesta seção serão apresentados e discutidos os resultados obtidos por meio
de coleta de dados proposta. Os dados obtidos por meio de levantamento de dados
primários foram analisados e posteriormente comparados com os conceitos
apresentados na revisão de literatura deste trabalho.
4.2 CUSTO-BENEFÍCIO
Atualmente, patrocinadores que almejam grande retorno de mídia em um
curto período de tempo procuram patrocinar universidades que disputam
campeonatos profissionais. Segundo a revista Máquina do Esporte, a Universidade
Luterana do Brasil a ULBRA, passou de ser a terceira maior universidade do Rio
Grande do Sul para a terceira maior do país investindo no esporte profissional em
modalidades como vôlei, basquete, futsal e atletismo. Outro exemplo é a
Universidade do Sul de Santa Catarina, a UNISUL que desde 2000 tem colocado
seu time masculino de vôlei entre os quatro finalistas da Super Liga Nacional
(MACHADO, 2003). Mais um caso de sucesso, foi o investimento da UNIARA,
Universidade de Araraquara que derrotou o Vasco da Gama na semifinal da Liga
Nacional de Basquetebol Masculino. Assim, o nome da universidade ficou conhecido
no país. Fernando Soares Mauro, pró-reitor administrativo da UNIARA, contabiliza
que para chegar à final, “a TV Bandeirantes transmitiu seis jogos da equipe. Para
cada partida, houve aproximadamente duas horas de exposição da marca, o que
representa cerca de R$ 1,5 milhão de investimento.” (DACOSTA apud Novas
Tendências, 2003).
Entretanto, as equipes universitárias de ponta que disputam campeonatos de
nível nacional, como a Superliga de Vôlei ou a Liga Nacional de Basquete têm uma
folha de custos muito mais elevada que equipes não-profissionais.
Investimento
semestral para
Atuação e desenvolvimento
Modelos uma modalidade Exemplos
das atividades
(um campeonato
de futsal)
Associação Atlética Atua nos campeonatos UNIP, ANHEMBI
Acadêmica ou universitários com recursos MORUMBI, FAAP
Departamento de da associação ou da R$ 1.090,00
Esportes instituição
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo Hunger e Wheelen apud Soares (2007p. 268) “a gestão estratégica
é o conjunto de decisão e ações estratégias que determinam o desempenho de uma
corporação a longo prazo.” Através dos dados levantados neste estudo, não temos
dúvidas que o esporte tanto não-profissional quanto profissional usado dentro de um
planejamento estratégico é um produto de grande potencial lucrativo. A indústria do
esporte moderno devido a sua evolução tecnológica engloba profissionais da área
de educação física, nutrição, psicologia, medicina, administração, direito, marketing,
publicidade, engenharia, jornalismo e outras. A possibilidade de vagas de empregos
relacionadas na indústria do esporte é infinita.
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gestão esportiva poderia incluir a análise profunda dos ambientes interno e externo,
a formulação de estratégia dentro de um planejamento estratégico de longo prazo e
a implantação da estratégia. Diante desta proposta, percebe-se a necessidade do
departamento de esporte ser constituído por profissionais da área de gestão,
marketing e direito esportivo procurando assim, maximizar seu sucesso.
6 CONCLUSÃO
Este estudo procurou informar e discutir sobre a situação atual dos esportes
universitários além de esquematizar sua eficácia como ferramenta de marketing.
Apesar de poucas universidades utilizarem o esporte como um artifício para atrair e
manter estudantes, é importante reconhecer o potencial do mesmo. A gestão
esportiva das universidades é quem irá determinar qual retorno que querem obter e
quais as ações necessárias para conseguir.
Hoje em dia as universidades americanas utilizam o esporte não somente
para obter novos alunos, mas para desenvolver a cultura e orgulho dos alunos e da
comunidade. O retorno financeiro, como foi discutido neste trabalho, provém do
desenvolvimento desta cultura fazendo do esporte uma das maiores ferramentas de
marketing. Por outro lado as universidades brasileiras dependem de patrocínio para
manterem os seus times. Este patrocínio traz para a universidade reconhecimento
nacional o que pode atrair novos alunos, enquanto traz para o patrocinador
reconhecimento nacional de sua marca e novos consumidores de seu produto.
Ambos têm menor custo se compararmos com o custo do marketing convencional,
ou seja, através de comerciais de televisão, radio e etc. Esses fatos mostram que o
marketing esportivo estratégico das universidades brasileiras está mais preocupado
em atrair novos estudantes do que valorizar e estimular a fidelização dos atuais
alunos. Entretanto fica a questão, por que não adotar estratégias de marketing
esportivo das universidades americanas?
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REFERÊCIAS
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 1999.
KASZNAR, I. K.; GRAÇA FILHO, A. S.. O esporte como indústria: solução para
criação de riqueza e emprego. Rio de Janeiro: Confederação Brasileira de Voleibol,
2002.
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