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MATERIAL DE

APOIO PEDAGÓGICO
PARA APRENDIZAGENS

8º Ano
Ensino Fundamental – Anos Finais
3º Bimestre

Geografia
VOLUME 3
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE EDUCADORES
SUMÁRIO

GEOGRAFIA
Planejamento 1: Fluxos migratórios - Continente Americano .............. pág 01
Planejamento 2: A disponibilidade e a possível escassez de recursos
hídricos na América Latina ............................................................... pág 06
Planejamento 3: O processo de urbanização dos países latino-americanos
e as grandes desigualdades sociais e econômicas ............................. pág 11
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
8º ano – 3º Bimestre Ensino Fundamental – Anos Finais 2022

COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO


Geografia Ciências Humanas
COMPETÊNCIA
UNIDADE TEMÁTICA
O sujeito e seu lugar no mundo.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
OBJETO(S) DE CONHECIMENTO HABILIDADE(S)
As regionalizações do continen- (EF08GE04) Compreender os fluxos de migração na América Latina
te americano. (movimentos voluntários e forçados, assim como fatores e áreas de
As regionalizações do continen- expulsão e atração) e as principais políticas migratórias da região.
te africano.
Movimentos migratórios prin-
cipais motivos: sobrevivência,
catástrofes naturais, guerras,
epidemias, melhores condições
de vida, entre outros.
Os refugiados no mundo: o pa-
pel da ONU através da OIM (Or-
ganização Internacional para
as Migrações) e das nações da
América e da África.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Fluxos migratórios - Continente Americano
DURAÇÃO: 7 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Tendo como base o CRMG (currículo Referência de Minas Gerais), o docente deve fazer o planejamento
bimestral, com as diretrizes organizadas para ter sucesso no que foi previsto. Para tanto, é importante
que se criem situações didáticas variadas e criativas para que o estudante desenvolva todas as suas
habilidades e que seja possível retomar os conteúdos abordados em diversas oportunidades. Isso pres-
supõe um planejamento que contenha diferentes modalidades organizativas: projetos didáticos, ativi-
dades permanentes e sequências didáticas. Esta deve apresentar um enfoque CTS (Ciência, Tecnologia
e Sociedade), com a utilização de questionamentos sócio científicos, visto que se trata de um tema
amplo relacionado à ciência, tecnologia e sociedade, em que o posicionamento e a individualidade, bem
como o contexto social são questões cruciais para o desenvolvimento do aprendizado.

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O principal objetivo é compreender os movimentos populacionais entre diferentes territórios. Tais
conhecimentos apreendidos oferecem aos estudantes a possibilidade de realizarem uma reflexão
crítica sobre o comportamento populacional. No decorrer das aulas desta sequência, os estudan-
tes serão colocados em diferentes situações de conflito e reflexão e deverão debater sempre le-
vando em consideração o respeito aos direitos humanos.
B) DESENVOLVIMENTO:
Inicie a aula, explicando que, durante as Grandes Navegações, os povos tradicionais que viviam na
América Latina assistiram a chegada dos europeus colonizadores e esse não foi o último grande
fluxo migratório vivenciado por essa região. Explicite que, a constituição da América Latina são
aqueles países que possuem um passado colonial em comum e que possuem idiomas derivados do
latim como o português, espanhol e francês. Além disso, uma característica desta região é a con-
centração de terras nas mãos de poucas pessoas, mesmo após a descolonização.
Na sequência pergunte aos estudantes:
• Vocês conhecem pessoas que migraram de uma cidade para outra?
• Sabem o motivo pelo qual esta pessoa se mudou?
• Quais foram os fatores que podem fazer com que as pessoas saiam de suas casas em busca
de outros lugares para viver?
• Vocês conhecem alguém que migrou de outro país latino-americano e sabem o motivo des-
sa migração?

Deixe que eles se expressem e atente-se às explicações, procurando conduzir a discussão de modo
a evitar qualquer forma de expressão discriminatória. Mostre e explique aos estudantes que, desde
os primeiros grupos humanos, a humanidade se deslocava entre regiões e, então, conceitue o ter-
mo “migração” e “refugiados” mostrando a diferença destes tipos de movimentação.
Divida-os em grupos e entregue um mapa político das Américas e peça para identificar os países da
América Latina e peça que preencham a tabela abaixo:

Localização
País Capital Idioma
(qual América)

Para facilitar o trabalho esclareça que, Canadá e Estados Unidos da América não fazem parte da
América Latina por serem países de origem anglo-saxônica.
Ainda em grupos, utilize reportagens ou peça-lhes que pesquisem a imigração na América Latina,
orientando-os a analisar e destacar as ideias principais do conteúdo, como:
• o fluxo de migração;
• os motivos das migrações;
• problemas de racismo/xenofobia, dentre outros.

Abaixo seguem alguns links com sugestões de reportagens:


• CAZARRÉ, Marieta. Seis em cada 10 jovens pensam em deixar o país para morar no exte-
rior. Agência Brasil. [s. l.], 23 jun. 2018. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/
internacional/noticia/2018-06/seis-em-cada-10-jovens-pensam-deixar-o-brasil-para-mo-
rar-no-exterior>. Acesso em: 20 maio 2022.

2
• CEPAL: migrantes dão contribuição econômica, social e cultural aos países em que vivem.
Cidade nova: Fraternidade em rede. [s. l.], 26 set. 2017. Disponível em: <https://www.cida-
denova.org.br/editorial/informa/3502-cepal_migrantes_dao_contribuicao_economi#:~:-
text=Os%20migrantes%20d%C3%A3o%20uma%20contribui%C3%A7%C3%A3o,e%20
a%20inclus%C3%A3o%20dessa%20popula%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 20 maio 2022.
• MOVIMENTO de migração na América Latina e Caribe. Brasil Debate. [s. l.], 4 dez. 2014. Dis-
ponível em: <https://brasildebate.com.br/movimento-de-migracao-na-america-latina-e-
-caribe/>. Acesso em: 20 maio 2022.
• ONU Brasil apoia o governo federal na recepção de refugiados e migrantes venezuelanos.
UNFPA Brasil. [s. l.], 29 out. 2018. Disponível em: <https://brazil.unfpa.org/pt-br/news/onu-
-brasil-apoia-governo-federal-na-recepcao-de-refugiados-e-migrantes-venezuelanos>.
Acesso em: 20 maio 2022.
• PEDUZZI, Pedro. Migrante brasileiro é jovem, trabalha mais e está no Sudeste, diz Ipea.
Agência Brasil. [s. l.], 18 ago. 2010. Disponível em: <http://memoria.ebc.com.br/agencia-
brasil/noticia/2010-08-17/migrante-brasileiro-e-jovem-trabalha-mais-e-esta-no-sudeste-
-diz-ipea>. Acesso em: 20 maio 2022.

Solicite aos estudantes que façam anotações dos pontos mais relevantes. Faça uma roda de con-
versa e discuta esses pontos em destaque, lembrando sempre do cuidado que devem ter em man-
ter o respeito para com outras pessoas, especialmente de outras nações. Explique para eles que
quando não há respeito a outros povos, dá-se o nome de xenofobia. Pergunte a eles se já ouviram
esta palavra e se sabem o que significa.
Espere que se manifestem e expliquem que xenofobia é o nome que utilizamos em referência ao
sentimento de hostilidade e ódio manifestado contra pessoas por serem estrangeiras (ou por se-
rem enxergadas como estrangeiras). Esse preconceito social tornou-se mais comum em virtude
do grande fluxo de migrações que tem acontecido. Esclareça que a xenofobia é manifestada con-
tra diferentes grupos em todo o planeta e que na Europa, por exemplo, os árabes e muçulmanos
têm sido alvo de grande preconceito, assim como os mexicanos e latinos, em geral, nos Estados
Unidos. No Brasil, também se vivencia esse problema, principalmente contra os imigrantes vene-
zuelanos e haitianos.
Em seguida, peça para os estudantes fazerem um texto sobre as causas das migrações forçadas
e o que pode ser feito para a adequação deste migrante na nova realidade. Reforce que conflitos e
crises econômicas são um dos principais motivos de migrações na região da América Latina.
Ao avaliar os textos dos estudantes deixe o seu comentário sobre as ideias dos estudantes.
Ponto em destaque: Caso tenha algum migrante de um outro país na sua sala de aula peça para ele
expor o seu ponto de vista como migrante.
Para aprofundar no assunto, proponha aos estudantes uma pesquisa sobre os países da América Latina.
Distribua como tema de trabalho uma das divisões do quadro abaixo, lembrando que é uma sugestão:

PAÍSES DA AMÉRICA LATINA


LOCALIZAÇÃO NOME DO PAÍS
América do Norte México.
América Central (con-
Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Panamá.
tinental)
América Central (ilhas) Cuba, Haiti e República Dominicana.
Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uru-
América do Sul
guai e Venezuela, além do território ultramarino da Guiana Francesa.

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Peça aos estudantes que iniciem a pesquisa através do celular, do laboratório de informática ou de
materiais separados previamente e caso não a terminem em sala, que a façam em casa.
Informe-lhes que, a partir da pesquisa, farão a confecção de cartazes na aula seguinte com as se-
guintes informações/síntese:
• características relacionadas aos aspectos econômicos do seu grupo de países;
• principais produtos de exportação;
• prevalência de atividades ligadas à mineração, à agropecuária, ao extrativismo ou à indús-
tria;
• tipos de indústria presentes nesses países;
• onde se localizam.

Após a confecção dos cartazes, os estudantes farão a apresentação para os demais colegas e po-
derão afixar os cartazes em sala.
RECURSOS:
Mapa Mundi, livro didático, cartaz, jornais, projetor ou televisão e lousa.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Para o processo avaliativo deverá ser considerado a atividade de pesquisa (qualidade, engajamen-
to dos estudantes, etc), as produções textuais (comentário e resumo), atividades avaliativas, assim
como a participação em sala de aula nos espaços de discussão.

ATIVIDADES
1 - Quais são os fatores que influenciam, atualmente, as migrações entre diferentes territórios?
2 - Qual a diferença entre imigrante e refugiado.

REFERÊNCIAS
ADAS, Melhem; ADAS, Sérgio. Expedições geográficas: manual do professor. 3. ed. São Paulo:
Moderna, 2018.
CAZARRÉ, Marieta. Seis em cada 10 jovens pensam em deixar o país para morar no exterior. Agên-
cia Brasil. [s. l.], 23 jun. 2018. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/no-
ticia/2018-06/seis-em-cada-10-jovens-pensam-deixar-o-brasil-para-morar-no-exterior>. Acesso
em: 20 maio 2022.
CEPAL: migrantes dão contribuição econômica, social e cultural aos países em que vivem. Cida-
de nova: Fraternidade em rede. [s. l.], 26 set. 2017. Disponível em: <https://www.cidadenova.org.
br/editorial/informa/3502-cepal_migrantes_dao_contribuicao_economi#:~:text=Os%20migran-
tes%20d%C3%A3o%20uma%20contribui%C3%A7%C3%A3o,e%20a%20inclus%C3%A3o%20
dessa%20popula%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 20 maio 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: educação
infantil, o ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores
de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/im-
plementacao/curriculos_estados/documento_curricular_mg.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2022.

4
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos fi-
nais. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1ylbVhMRefxB-pju3zonrOhlHMCrur1ds/
view>. Acesso em: 05 jun. 2022.
MOVIMENTO de migração na América Latina e Caribe. Brasil Debate. [s. l.], 4 dez. 2014. Disponível
em: <https://brasildebate.com.br/movimento-de-migracao-na-america-latina-e-caribe/>. Aces-
so em: 20 maio 2022.
ONU Brasil apoia o governo federal na recepção de refugiados e migrantes venezuelanos. UNFPA Bra-
sil. [s. l.], 29 out. 2018. Disponível em: <https://brazil.unfpa.org/pt-br/news/onu-brasil-apoia-gover-
no-federal-na-recepcao-de-refugiados-e-migrantes-venezuelanos>. Acesso em: 20 maio 2022.
PEDUZZI, Pedro. Migrante brasileiro é jovem, trabalha mais e está no Sudeste, diz Ipea. Agên-
cia Brasil. [s. l.], 18 ago. 2010. Disponível em: <http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noti-
cia/2010-08-17/migrante-brasileiro-e-jovem-trabalha-mais-e-esta-no-sudeste-diz-ipea>. Acesso
em: 20 maio 2022.
SANTOS, Lillian Rosa Prado dos. Sistema Positivo de ensino: ensino fundamental: geografia.
2. ed. atual. Curitiba: Cia. Bras. de Educação e Sistema de Ensino, 2022.
VESENTINI, J.W Telaris; VLACH, Vânia. Geografia, 8º ano: ensino fundamental, anos finais. 3. Ed.
São Paulo: Ática, 2018.
VIEIRA, Bianca Carvalho [et al.]. Ser protagonista: geografia ensino médio. Organizadora Edições
SM; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM; editor responsável Flávio
Manzatto de Souza. 3. ed. São Paulo: Edições SM, 2016. – (Coleção ser protagonista).

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UNIDADE TEMÁTICA
Mundo do trabalho.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Os principais recursos hídri- (EF08GE15X) Analisar a importância dos principais recursos hídri-
cos da América Latina e seu cos da América Latina (Aquífero Guarani, Aquífero Alter do Chão,
papel para a segurança hídri- Bacias do rio da Prata, do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nu-
ca local, com destaque para vens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os desafios
os aquíferos brasileiros. relacionados à gestão e comercialização da água.
(EF08GE16X) Analisar as principais problemáticas comuns às
grandes cidades latino-americanas, particularmente aquelas re-
lacionadas à distribuição, estrutura e dinâmica da população e às
condições de vida e trabalho, buscando formas de combate ao tra-
balho escravo e infantil.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: A disponibilidade e a possível escassez de recursos hídricos na América Latina
DURAÇÃO: 7 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
A disponibilidade de água é uma das principais questões socioambientais do mundo atual. Neste
sentido, o estudo sobre os recursos hídricos da América Latina deve levar os estudantes a refle-
tirem sobre a possibilidade concreta de esgotamento da água potável. O consumo da água nas
produções agrícola e industrial, além do uso doméstico, é intenso e, muitas vezes, a relação entre a
demanda e a disponibilidade desse recurso não tem sido positiva, gerando déficit hídrico.
Espera-se que, a partir da execução das atividades propostas nesta sequência didática, os estu-
dantes sejam capazes de compreender a realidade hídrica em diferentes escalas, colaborar com a
sociedade, ao refletir sobre formas de manejo e conservação da água e tomar decisões cotidianas
com relação ao uso da água pautadas em princípios éticos e sustentáveis.
B) DESENVOLVIMENTO:
Relate para os estudantes a respeito da disponibilidade de água no mundo, mostrando que a água
doce é ínfima em relação às águas salgadas e geleiras, e que devemos preservar o máximo as nos-
sas principais fontes de água doce. Apresente para a turma dados sobre os recursos hídricos, como
consta no “Manual de Educação para o Consumo Sustentável”, que está disponível em: <http://por-
tal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf>. Com relação à água doce, informe-os dizer que a
maior parte dela se encontra em geleiras, calotas polares ou regiões montanhosas (68,9%) e em re-
giões subterrâneas (29,9%). Além disso, 0,9% se refere à umidade do solo e dos pântanos, e 0,3%,
à porção superficial, presente em rios e lagos. Sua distribuição não é uniforme no planeta, visto
que está diretamente associada aos ecossistemas que formam o território de cada país. De acordo
com o Programa Hidrológico Internacional, da Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (Unesco), somente 6% da população mundial vive na América do Sul, mas essa
região concentra 26% da água doce do mundo; por outro lado, na Ásia, encontra-se 36% do total de
água doce, sendo que o continente abriga 60% da população mundial.

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A partir deste ponto, faça alguns questionamentos:
• Qual a disponibilidade hídrica no Brasil e na América Latina?
• O que é o Aquífero Guarani?

Projete um mapa sobre o Aquífero Guarani ou entregue o mapa impresso. Peça que respondam às
seguintes questões:
• Entre quais países da América Latina está distribuído o aquífero?

Em seguida, explique-lhes que o Aquífero Guarani é um reservatório subterrâneo de água e que


é uma das maiores reservas de água doce da América do Sul e do mundo. Ele abrange partes dos
territórios do Uruguai (4%), do Paraguai (6%), da Argentina (19%) e, principalmente, do Brasil (71%).
Informe-lhes, que estes países assinaram um acordo no que se refere ao saneamento básico e à
água potável. Tais países têm o dever de fornecer uma gestão adequada e compartilhada dos re-
cursos hídricos, respeitando a legislação ambiental e fortalecendo a educação pelo controle e con-
servação do meio ambiente.
Peça-lhes que reflitam sobre a seguinte questão:
• O que poderia acontecer se um dos países que fazem parte do Aquífero Guarani não promo-
vessem ações adequadas à conservação do mesmo?

Explique aos estudantes que políticas comuns de conservação e manejo precisam ser comparti-
lhadas entre os países, visto que ações degradantes provocadas por qualquer um deles poderiam
ser fatais para todo o sistema do Aquífero Guarani, como o uso excessivo de pesticidas e adubos
químicos ou a contaminação por poluição. Um exemplo muito bom é mostrar que as águas podem
levar estes contaminantes por muitos quilômetros através dos seus afluentes.
Uma sugestão de mapa, a fim de aprofundar os conhecimentos, se encontra disponível no site: ht-
tps://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_aguas_subterraneas.pdf. Nele,
pode-se encontrar a localização das águas subterrâneas do Brasil.
Para concluir, peça aos estudantes que façam uma lista de ações que possam contribuir para a
conservação do aquífero, recordando-os de que se trata de uma reserva hídrica de água doce utili-
zada para o abastecimento da população, indústria e agricultura.
Mencione também a existência do sistema aquífero Grande Amazônia (Saga), localizado nas ba-
cias do Marajó (PA), Amazonas, Solimões (AM) e Acre, que é considerado o maior do mundo, com
reservas hídricas estimadas em 162.520 quilômetros cúbicos. Informe-os de que, de acordo com
o Ministério do Meio Ambiente, a qualidade dessa água é boa, mas há riscos de contaminação pelo
fato de o nível da água ser raso e pela construção equivocada de poços, carência de proteção sani-
tária e ausência de saneamento básico, disponível em: <https://www.gov.br/mma/pt-br/noticias/
brasil-estuda-aquifero-tres-vezes-maior-que-o-guarani>. Fale sobre o déficit hídrico, as conse-
quências da falta de água e o papel das empresas e governo neste acontecimento.
Solicite aos estudantes que compartilhem com os colegas as listas produzidas na aula anterior, so-
bre ações que possam contribuir para a conservação do aquífero Guarani. Escreva na lousa alguns
exemplos, como a necessidade de monitoramento para evitar a aplicação de herbicidas e pestici-
das em áreas de recarga do aquífero e o controle na extração de água do manancial subterrâneo.

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Além disso, peça-lhes que reflitam sobre as questões a seguir e conversem entre si de modo orga-
nizado:
• Como é possível que a América Latina, considerada a região mais rica do planeta em termos
de recursos hídricos, sofra com profundas desigualdades no abastecimento de água?
• Em sua opinião, qual o papel dos governos e das empresas nesse fenômeno?

Faça o papel de mediador da conversa, solicitando que as opiniões sejam dadas uma a uma, e re-
gistre na lousa algumas palavras-chave das respostas dos estudantes. Em seguida, informe-lhes
sobre a situação do saneamento básico na América Latina, a falta de acesso à água potável e sobre
os maiores consumidores de água do mundo que é o setor da agricultura.
Utilize alguns artigos para ilustrar os questionamentos:
• Segundo o Relatório do Banco Mundial, na América Latina, mais de 100 milhões de pessoas
não têm acesso a saneamento básico. Embora 80% dos latino-americanos vivem em cida-
des, esse problema é mais comum nas áreas rurais, assim como a falta de água. Disponível
em: <https://www.worldbank.org/pt/news/feature/2012/08/30/agua-saneamiento-ameri-
ca-latina>.
• Conforme um estudo realizado pelo Banco Mundial, no Brasil, na Colômbia e no Peru, há
recursos hídricos em abundância, o que faz da América Latina a região do mundo com a
maior quantidade de água doce. Mesmo assim, quase 35 milhões de latino-americanos não
têm acesso constante a água potável e aproximadamente 105 milhões não têm banheiro em
casa. Disponível em: <https://brasil.un.org/pt-br/74509-banco-mundial-america-latina-
-tem-agua-em-abundancia-mas-falta-saneamento>.
• Para ilustrar o caso do Brasil tem dados que mostram que 72% da água disponível no Brasil
é utilizada na agricultura, uma atividade que também é altamente poluente para os manan-
ciais quando se aplica os insumos sem as recomendações. Desse modo, para garantir a se-
gurança da água, é preciso repensar o uso desse recurso pela agricultura e pela indústria,
principalmente para a conservação dos aquíferos. Disponível em: <https://www.embrapa.
br/agua-na-agricultura/perguntas-e-respostas>.

Paralelamente, ressalte que os conflitos socioambientais por acesso à água na América Latina são
crescentes. Isso se deve à ação de empresas privadas que pretendem que os recursos hídricos
façam parte de um sistema de mercantilização, corroborando para que a água seja tratada como
mercadoria e, assim, deixe de ser um bem público. Ademais, a gestão das águas é definida por meio
de uma legislação específica, que está sob o controle e a regulação dos Estados nacionais. Nesse
aspecto, a ONU entende que os Estados nacionais, em seus distintos governos, contando com a
participação popular, devem repensar o modo de gestão das águas, a fim de evitar uma crise para
a humanidade. No relatório das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento de Água 2015, intitulado
Água para um mundo sustentável, consta que, se a gestão dos recursos hídricos não melhorar sig-
nificativamente, o mundo enfrentará um déficit de água de 40% até 2030, disponível em: <https://
brasil.un.org/pt-br/68965-ate-2030-planeta-pode-enfrentar-deficit-de-agua-de-ate-40-alerta-
-relatorio-da-onu>. Essa é uma realidade que não pode ser ignorada. A diferença entre a disponibi-
lidade de água e sua respectiva demanda pode ser provocada por diferentes fatores, desde ques-
tões climáticas até o esgotamento dos recursos hídricos, decorrente de má gestão ou ausência de
investimentos públicos. Nesse sentido, é importante que os países de todo o planeta, e não apenas
da América Latina, se empenhem em cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS),
atentando-se às questões relacionadas ao déficit hídrico e ao acesso à água de qualidade. O objeti-
vo 6 frisa a importância de “assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento
para todas e todos”.

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Solicite aos estudantes que, pautados nos conhecimentos apreendidos nas últimas duas aulas,
elaborem um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “direito humano à água”, contemplan-
do aspectos de ordem ambiental, humana, política e econômica. O texto deverá ser composto de
introdução, desenvolvimento e conclusão. Proponha aos estudantes que troquem as produções
entre si, observando as semelhanças e as diferenças entre as próprias ideias e as dos colegas e, na
sequência, selecione aleatoriamente alguns estudantes para expô-los a toda a turma. Para finali-
zar, recolha os textos e, em aula posterior, devolva-os corrigidos e comentados.
RECURSOS:
Mapa Mundi, cartaz, livro didático, jornais, projetor ou televisão e lousa.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Para o processo avaliativo deverá ser considerado a atividade de pesquisa (qualidade, engajamen-
to dos estudantes, etc), as produções textuais (comentário e resumo), atividades avaliativas, assim
como a participação em sala de aula nos espaços de discussão.

ATIVIDADES
1 - O aquífero Guarani se localiza nos reservatórios subterrâneos de quais países da América Lati-
na? Qual é sua importância?
2 - O consumo mundial de água doce destina-se a atividades industriais e agrícolas e ao uso do-
méstico.
a) Como se dá essa distribuição em termos percentuais?
b) Em sua opinião, por que a produção agrícola requer um volume tão significativo de água?

REFERÊNCIAS
ÁGUA na agricultura. Embrapa. [s. l.], 2022. Disponível em: <https://www.embrapa.br/agua-na-a-
gricultura/perguntas-e-respostas>. Acesso em: 21 maio 2022.
ÁGUAS Subterrâneas. IBGE. [s. l.], 2022. Disponível em: <https://atlasescolar.ibge.gov.br/images/
atlas/mapas_brasil/brasil_aguas_subterraneas.pdf>. Acesso em: 21 maio 2022.
ATÉ 2030 planeta pode enfrentar déficit de água de até 40%, alerta relatório da ONU. Nações Uni-
das Brasil. [s. l.], 22 mar. 2015. Disponível em: <https://brasil.un.org/pt-br/68965-ate-2030-pla-
neta-pode-enfrentar-deficit-de-agua-de-ate-40-alerta-relatorio-da-onu>. Acesso em: 21 maio
2022.
BANCO Mundial: América Latina tem água em abundância, mas falta saneamento. Nações Unidas
Brasil. [s. l.], 5 out. 2016. Disponível em: <https://brasil.un.org/pt-br/74509-banco-mundial-ameri-
ca-latina-tem-agua-em-abundancia-mas-falta-saneamento>. Acesso em: 21 maio 2022.
CONSUMO SUSTENTÁVEL: Manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/
IDEC, 2005. 160 p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf>.
Acesso em: 20 maio 2022.
DESIGUALDADE no abastecimento de água é um dos grandes desafios para a América Latina.
The Word Bank. [s. l.], 30 ago. 2012. Disponível em: <https://www.worldbank.org/pt/news/featu-
re/2012/08/30/agua-saneamiento-america-latina>. Acesso em: 21 maio 2022.

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GUSMÃO, Suelena. Brasil estuda aquífero três vezes maior que o Guarani. Ministério do Meio Am-
biente. [s. l.], 27 abr. 2010. Disponível em: <https://www.gov.br/mma/pt-br/noticias/brasil-estu-
da-aquifero-tres-vezes-maior-que-o-guarani>. Acesso em: 21 maio 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: educação
infantil, o ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores
de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/im-
plementacao/curriculos_estados/documento_curricular_mg.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos fi-
nais. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1ylbVhMRefxB-pju3zonrOhlHMCrur1ds/
view>. Acesso em: 05 jun. 2022.
SANTOS, Lillian Rosa Prado dos. Sistema Positivo de ensino: ensino fundamental: geografia.
2. ed. Atual. Curitiba: Cia. Bras. de Educação e Sistema de Ensino, 2022.
VESENTINI, J.W Telaris; VLACH, Vânia. Geografia, 8º ano: ensino fundamental, anos finais. 3. Ed.
São Paulo: Ática, 2018.
VIEIRA, Bianca Carvalho [et al.]. Ser protagonista: geografia ensino médio. Organizadora Edições
SM; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM; editor responsável Flávio
Manzatto de Souza. – 3. ed. – São Paulo: Edições SM, 2016. – (Coleção ser protagonista).

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UNIDADE TEMÁTICA
Formas de representação e pensamento espacial.
OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Principais problemas das gran- (EF08GE18X) Elaborar e interpretar mapas ou outras formas de
des cidades latino-americanas, representação cartográfica para analisar as redes e as dinâmi-
relacionados à distribuição, cas urbanas e rurais, ordenamento territorial, contextos cultu-
estrutura e dinâmica da popu- rais, modo de vida e usos e ocupação de solos da África e Amé-
lação e às condições de vida e rica.
trabalho.
As condições de vida na Améri-
ca Latina.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: O processo de urbanização dos países latino-americanos e as grandes desi-
gualdades sociais e econômicas
DURAÇÃO: 7 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Tendo como base o CRMG (Currículo Referência de Minas Gerais), o docente deve fazer o planeja-
mento bimestral, com as diretrizes organizadas para ter sucesso no que foi previsto. Para tanto,
é importante que se criem situações didáticas variadas e criativas para que o estudante desen-
volva todas as suas habilidades e que seja possível retomar os conteúdos abordados em diversas
oportunidades. Isso pressupõe um planejamento que contenha diferentes modalidades organiza-
tivas: projetos didáticos, atividades permanentes e sequências didáticas. Esta deve apresentar
um enfoque CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), com a utilização de questionamentos sócio
científicos, visto que se trata de um tema amplo relacionado à ciência, tecnologia e sociedade, em
que o posicionamento e a individualidade, bem como o contexto social são questões cruciais para
o desenvolvimento do aprendizado.
B) DESENVOLVIMENTO:
Inicie a aula explicando a formação histórica da América Latina, ressaltando que as desigualdades
no nível de desenvolvimento entre as duas Américas está ligado ao tipo de colonização que predo-
minou em cada uma delas:
• A colonização de povoamento, tal como ocorreu no litoral nordeste dos Estados Unidos
(e também no Canadá), cujo objetivo era fundar uma nova pátria, isto é, os colonizadores
tinham intenção de morar permanentemente no lugar.
• A colonização mercantilista ou de exploração, que ocorreu no sul dos Estados Unidos e na
América Latina, na qual o objetivo dos colonizadores era tão somente enriquecer e retornar
para a metrópole.

Explique aos estudantes que as colônias de povoamento receberam pessoas que eram conside-
radas “excedentes” na Europa, ou seja, a população que emigrava desse continente em direção à
América, fugia das guerras ou emigrava em épocas de fome e carência. Eles emigravam não em
busca de riquezas, para depois retornar à Europa, mas sim em busca de um novo lar, de uma nova
pátria para viver permanentemente.

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Ressalte que, na América Latina, as potências europeias estabeleceram as colônias de explora-
ção, tipo de colonização dominante do século XVI ao XVIII. Essas colônias foram organizadas para
atender aos interesses econômicos da metrópole. A função das colônias, portanto, era fornecer
riquezas minerais ou produzir gêneros agrícolas a preços baixos, tais como açúcar, ouro, prata, etc.
Para realizar esse trabalho de exploração, escravizavam indígenas e africanos para serem usados
como mão de obra barata. Esse tipo de colonização, mercantilista e exploradora, deixou profundas
marcas nas sociedades latino-americanas.
Em seguida, faça uma explanação sobre a urbanização na América Latina e questione-os:
• O que é uma cidade grande?

Espera-se que os estudantes digam que são aquelas em que moram muitas pessoas, que possuem
muitos prédios, casas, entre outros. Aprofunde a percepção dos estudantes e pergunte:
• O que é urbanização?

Os estudantes possivelmente responderão que é o processo de formação das cidades ou de cres-


cimento delas.
Em seguida, inicie a construção de um esquema que os auxilie a entender o processo de urbani-
zação da América Latina. Como sugestão, coloque como título “Urbanização da América Latina”.
Em seguida, escreva a definição de urbanização:
• Processo de crescimento mais acelerado da população urbana, comparativamente à rural,
relacionado ao crescimento de cidades por meio do adensamento de pessoas, marcado pela
expansão de atividades terciárias e, em alguns casos, industriais, em que o modo de vida
urbano se torna cada vez mais predominante. Nesse processo, as paisagens do território dos
países são modificadas, com a expansão de redes de energia, de transportes e a maior inter-
ligação entre as cidades, por exemplo.

Explique que o modelo atual de urbanização da América Latina está relacionado às suas caracterís-
ticas históricas, conforme já falado acima. Lembre-os de que essa regionalização foi estabelecida
considerando os países que falam línguas de origem latina (português e espanhol) e apresentam
características de colonização relativamente parecidas: chegada de portugueses e espanhóis no
século XVI, com foco na exploração das riquezas naturais e minerais, modelo de produção baseado
na mão de obra escravizada, monoculturas exportadoras, entre outros. Abaixo da definição de ur-
banização, escreva que, em função de um modelo de colonização que tinha como base a plantation
(monocultura, mão de obra escrava e latifúndio), a urbanização atual dos países da América Latina
seguiu um modelo parecido, embora haja diferenças entre os países. Essa variedade se estabelece
devido a uma diferenciação econômica, que resulta dos seguintes pontos:
• Duração dos processos de colonização.
• Forma de integração com o mercado internacional após a independência política: há grande
variedade econômica entre os países da América Latina, sendo que grande parte das ati-
vidades são agrícolas (ainda que apresentem mecanização do processo) e de extrativismo
mineral.
• Aproveitamento de recursos naturais: há países que criaram condições para focar sua eco-
nomia no setor industrial e outros que se estabeleceram como exploradores de recursos mi-
nerais. Vale salientar que a industrialização do Brasil foi tardia, entre outros motivos, porque
a base exportadora era agrária até a década de 1950. Atualmente o agronegócio se ampliou,
colocando o Brasil como grande produtor de commodities (produtos considerados maté-
ria-prima, produzidos em larga escala e que podem ser estocados e são cotados em dólar).

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• Distribuição de riquezas desigual: causa grandes disparidades sociais.
• Investimento em educação e saúde: feitos de acordo com as políticas de cada um dos países.

Explique que essa análise concentrou informações que ocorreram entre os séculos XVI e XIX. Res-
salte, também, que a concentração da propriedade rural é um dos fatores que contribuíram para a
intensa migração campo x cidade (êxodo rural) e, portanto, para o crescimento da população urba-
na. Além disso, as perspectivas de melhores condições de vida nas cidades, onde há mais ofertas
de emprego, bem como maior possibilidade de acesso a serviços (saúde e educação, por exemplo),
contribuíram para esse processo migratório.
Descreva para os estudantes os tipos de migrações e que os motivos da concentração das terras
na América Latina vêm da época da colonização, assim como outro fator desta migração é o poder
de atração das cidades (pode ser feito um mapa conceitual sobre este poder de atração).
Em seguida, peça aos estudantes que escrevam um parágrafo-síntese, que deve conter informa-
ções sobre o que foi apresentado. Neste exercício, os estudantes farão uma revisão rápida do que
foi visto e você terá a oportunidade de perceber se existem dúvidas. Espera-se que indiquem, em
linhas gerais, que o processo de urbanização dos países da América Latina ocorreu com base nas
características históricas mencionadas acima.
Fale sobre os problemas urbanos começando com o seguinte questionamento:
• Quais aspectos históricos comuns são apresentados pelos países da América Latina e in-
fluenciaram em sua urbanização?

Espera-se que os estudantes citem elementos como a colonização de portugueses e espanhóis,


o modelo colonial de exploração e as desiguais formas de distribuição de renda.
Organize os estudantes em grupos e peça que reflitam sobre os problemas urbanos que as cidades
brasileiras enfrentam. Peça que citem pelo menos três deles e construam hipóteses que justifi-
quem sua existência. A resposta do grupo deve ser registrada em uma folha separada a ser entre-
gue depois. Espera-se que os estudantes mencionem, por exemplo, violência, falta de saneamento
básico em regiões carentes, moradia precária, grande quantidade de empregos informais, entre
outros. Eles podem levantar hipóteses de que esse cenário é ocasionado pela falta de investimen-
tos públicos, o que gera cada vez mais desigualdades. Após ouvir os grupos, pergunte se essas
hipóteses construídas também podem ser comuns a cidades de outros países latino-americanos.
Apresente algumas imagens da paisagem urbana de Medellín, na Colômbia, analise e compare-as,
destacando aspectos que ocasionaram a precariedade da infraestrutura sanitária, ambiental e de
qualidade de vida, evidenciando um problema de urbanização que cria, de um lado, concentração
de renda e, de outro, precarização social. Depois, promova uma comparação entre a situação so-
cial retratada nas imagens de Medellín e a de cidades brasileiras, fazendo perguntas como:
• Há paisagens urbanas semelhantes a essas no Brasil?
• De que forma vocês percebem a desigualdade social em seu cotidiano?

Converse com os estudantes avaliando suas experiências e relatos, aliando suas colocações às
noções de subdesenvolvimento econômico e desigualdade social. Incentive os estudantes a fazer
uma reflexão sobre como percebem a qualidade de vida no dia a dia.

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Fonte: MOLONEY, Anastasia. Ciudad colombiana de Medellín Fonte: BARRIOS de Medellín – ¿Cómo elegir el barrio para tu
renueva barrios pobres a la sombra de pandillas armadas. vivienda?. Get Vico. [s. l.], 2022.
Reuters. [s. l.], 10 set. 2015.

Esclareça para os estudantes que não existe desenvolvimento humano sem melhoria na educação,
na qualificação da mão de obra, sem investimentos em pesquisas científicas e tecnológicas e sem
melhorias no sistema de saúde.
Apresente aos estudantes, o gráfico abaixo sobre a taxa de urbanização brasileira e proponha uma
reflexão com relação à industrialização tardia do Brasil, salientando que nosso país deixou de ser
um país rural para se tornar um país urbano já na década de 1970.
Em seguida, peça-lhes que reflitam sobre os seguintes questionamentos:
• Quais os maiores problemas enfrentados pelas cidades com urbanização brasileira sem o
devido planejamento?
• Diante dos estudos realizados, quais fatores levaram o Brasil a se tornar um país mais urba-
no que rural já na década de 70?

Fonte: GOBBI, Leonardo Delfim. Urbanização Brasileira. Educação.Geografia. [s. l.], 2022.

RECURSOS:
Mapa Mundi, livro didático, jornais, projetor ou televisão e lousa.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Para o processo avaliativo deverá ser considerado a atividade de pesquisa (qualidade, engajamen-
to dos estudantes, etc), as produções textuais (comentário e resumo), atividades avaliativas, assim
como a participação em sala de aula nos espaços de discussão.

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ATIVIDADES
1- A América Latina é a região do globo com maior desigualdade social e maior concentração da
propriedade agrária. Em sua opinião, esses aspectos têm alguma relação entre si? Explique.
2 - Em sua opinião, que medidas ou ações são necessárias para um desenvolvimento econômico e
social efetivo? Justifique.
3 - Considerando os processos de constituição de cidades na América Latina, indique a alternativa
que aponta um elemento da urbanização comum a esses países.
a) Altos investimentos em setores como educação e saúde.
b) Investimentos insuficientes em infraestrutura urbana.
c) Processos de distribuição de riqueza igualitários.
d) Forte industrialização desde o início do século XVII.

REFERÊNCIAS
BARRIOS de Medellín – ¿Cómo elegir el barrio para tu vivienda?. Get Vico. [s. l.], 2022. Disponível
em: <https://getvico.com/blog/es/mejores-barrios-vivir-medellin/>. Acesso em: 23 maio 2022.
GOBBI, Leonardo Delfim. Urbanização Brasileira. Educação.Geografia. [s. l.], 2022. Disponível
em: <http://educacao.globo.com/geografia/assunto/urbanizacao/urbanizacao-brasileira.html>.
Acesso em: 22 maio 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: educação
infantil, o ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores
de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/im-
plementacao/curriculos_estados/documento_curricular_mg.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos fi-
nais. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1ylbVhMRefxB-pju3zonrOhlHMCrur1ds/
view>. Acesso em: 05 jun. 2022.
MOLONEY, Anastasia. Ciudad colombiana de Medellín renueva barrios pobres a la sombra de pan-
dillas armadas. Reuters. [s. l.], 10 set. 2015. Disponível em: <https://www.reuters.com/article/lati-
noamerica-colombia-desarrollo-idLTAKCN0RA1U220150910>. Acesso em: 23 maio 2022.
SANTOS, Lillian Rosa Prado dos. Sistema Positivo de ensino: ensino fundamental: geografia.
2. ed. Atual. Curitiba: Cia. Bras. de Educação e Sistema de Ensino, 2022.
VESENTINI, J.W Telaris; VLACH, Vânia. Geografia, 8º ano: ensino fundamental, anos finais. 3. Ed.
São Paulo: Ática, 2018.
VIEIRA, Bianca Carvalho [et al.]. Ser protagonista: geografia ensino médio. Organizadora Edições
SM; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida por Edições SM; editor responsável Flavio
Manzatto de Souza. – 3. ed. – São Paulo: Edições SM, 2016. (Coleção ser protagonista).

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