You are on page 1of 12

Introdução

Este trabalho de reposição de aula tem como objetivo de destacar as políticas


sociais como um todo, desde a sua concepção até o processo de implantação em
território brasileiro.

Falar em política social no Brasil é constatar que a realidade nacional se apresenta


em condições grande desigualdade social, principalmente quando diz respeito ao
acesso de pessoas a um mínimo de dignidade social. Assim, apresentado no
seguinte trabalho a política de assistência social que se põe na posição de
enfrentamento dessa realidade, buscando reverter todo esse déficit presente no dia-
a-dia da população nacional.

A disparidade social do país parte do período colonial da história do Brasil, podendo


se destacar o império e a escravidão, e também as constituições da primeira
república, ou república velha, que não colocaram em seus dispositivos regimentais,
ou seja, não há, até o ano de 1988, dispositivos legais que tratem da assistência
social como obrigação governamental.

Foi em 1988 que foram elaborados os conceitos de assistência social, que começou
a tramitar no âmbito jurídico, de responsabilidade do estado e a universalização do
acesso. Em 1993 surge a lei orgânica da assistência social com o desafio de
construir um novo paradigma relacionado à seguridade social.

Desde então esse arcabouço legal vem sendo aprimorado desde 2003, a partir da
definição do governo de estabelecer uma rede de proteção e promoção social, de
modo a cumprir as determinações legais. Dentre as iniciativas, destacamos a
implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), em 2005, conforme
determinações da LOAS e da Política Nacional de Assistência Social. É o
mecanismo que permite interromper a fragmentação que até então marcou os
programas do setor e instituir, efetivamente, as políticas públicas da área e a
transformação efetiva da assistência em direito.
Desenvolvimento

O que é Políticas e seus conceitos básicos?

Segundo o senso comum a política é definida em dois pontos: Eleição e Gestão do


Patrimônio Público. O problema desse entendimento acerca da política que possui
caráter muito restritivo, além disso, possui consequências outras da simples
ignorância do termo, por conseguinte, quando o indivíduo se convence de que
política é um ato de eleger outrem, que posteriormente, administrará sobre o que
deve ser feito com o patrimônio público, tal eleitor possui como doxa a inferência
imediata de que: “isso (a política) não tem nada a ver comigo porque eu não vou me
candidatar, nem quero administrar o patrimônio público, esse assunto não me diz
respeito.”

Portanto, é necessário expandir a compreensão do significado de política. Sendo


assim o professor Clovis de Barros Filho elenca dois princípios que regem a ideia
história do conceito de política, partindo de Platão e Aristóteles surge a ideia que a
política baseada nas virtudes naturais que diferenciam os homens uns dos outros,
isso, portanto, as pessoas nascem e vivem conforme a natureza os criou, esta é a
base da Cosmologia Aristotélica.

Partindo desta construção moral e política tem-se o Princípio da Necessidade:


Aquilo que é do único jeito que poderia ser. A vida da planta, da fruta, do animal, do
vento (o resto da natureza), exemplo maior é o caso das formigas que vivem em
sociedade, e, portanto, os fenômenos da natureza são regidos pelo principio da
necessidade, pensamento vigente até que o filósofo alemão Immanuel Kant propor
sua ética, moral e política no livro Crítica da razão prática; e o Princípio de
Contingência: O princípio de contingência afirma que aquilo que é pode ser
diferente.

A vida pode ser outra. Podemos fazer diferente, interferir no resultado. A política
moderna relaciona-se, portanto, com aquilo que nós pensamos sobre a nossa
convivência e que não é absolutamente regido pela nossa natureza, pensamento em
consonância com o filósofo Kant. Reforçando assim o entendimento de que a vida e
a convivência em sociedade poderiam ser diferentes do que são. Enfim, a política é
o que há de contingente em nossa convivência, bem como, um instrumento
inteligente a serviço de uma convivência aperfeiçoada, uma atividade constante e
eterna cuja finalidade é pode transformar toda relação humana.

Direitos Sociais

Expostos no ART. 6º da Constituição federal do Brasil, a ideia de Direitos Sociais


está voltada à garantia de melhores qualidades de vida dos mais alijados, com a
finalidade de diminuir as desigualdades sociais. Nas áreas da saúde, educação,
trabalho, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância,
assistência aos desamparados e moradia. Esses direitos estão difundidos por toda a
Constituição. São direitos coletivos e, em norma, passíveis de alteração por emenda
constitucional.

A proteção social assegura as seguintes proposições: segurança de sobrevivência


de acolhida – rendimento e autonomia; bem como, o convívio ou a vivência familiar.
No tocante da segurança de rendimentos não há a ideia de um auxílio adicional ao
valor do salário-mínimo inadequado, mas a garantia a todos de certas condições
financeiras que certifique a sobrevivência do indivíduo, independentemente do
alijamento relacionado ao trabalho, ou desemprego. Como o caso de pessoas
deficientes, de idosos, de desempregados, de famílias numerosas e de famílias
desprovidas das condições básicas para sua reprodução social em padrão digno e
cidadãs.
A compreensão acerca da segurança da acolhida configura-se como pedra angular
da política de assistência social. Operando na dependência da provisão das
necessidades humanas, abarcando os direitos à alimentação, ao vestuário, e ao
abrigo, próprios à vida humana em sociedade.

Políticas sociais e seus princípios.

A política social constitui-se a partir do contexto das formações econômico-sociais


capitalistas contemporâneas, tal política utiliza-se de instrumentos cuja ação e
controle versam sobre as necessidades sociais básicas das pessoas insatisfeitas e
das pessoas alijadas pelo modo capitalista de produção. É uma política mediadora
entre as necessidades de valorização e acumulação do capital; além de equilibrar as
necessidades e manutenção da força de trabalho disponível no mercado. Nesta
perspectiva, a política social é uma gestão estatal da força de trabalho e do preço da
força de trabalho, ressaltando esta entende-se por força de trabalho todos os
indivíduos que só têm a sua força de trabalho para vender e garantir sua
subsistência, independente de estarem inseridos no mercado formal de trabalho ou
não. Para Santos (1989, p 33)

“(...) Política social é toda política que ordene escolhas trágicas


segundo um princípio de justiça consistente e coerente. Sendo
assim, a política social é em realidade uma ordem superior,
meta-política que justifica o ordenamento de quaisquer outras
políticas.”.

Saindo do campo das ideias, na realidade tudo funciona de maneira completamente


diferente e, ao que parece, as desigualdades sociais e as políticas sociais são
consideradas como um fato consumado e inexoráveis, sem o qual o outro não
existe. É difícil, por exemplo, imaginar os cursos de “Políticas sociais” ou de “Serviço
Social”, sem este “objeto de estudo”. E que dizer dos governos populares (ou
populistas) sem a existência de uma multidão de pobres dependentes da sua
benemerência? Não teria sentido, pois é a própria razão da sua existência e da sua
ação e sobrevivência política, cuja prática se baseia no lema de que “é dando que se
recebe”. Visto assim, é cruel reconhecer que a existência de pessoas necessitadas
de atenção social sustenta uma boa parte das nossas preocupações acadêmicas,
políticas e religiosas.

Anteriores e mais amplas do que as políticas sociais, as práticas sociais sempre


foram realizadas cuja importância social de sua atividade está relacionada às
necessidades e à inserção dos indivíduos na sociedade. Surge então a pergunta:
qual o diferencial das políticas sociais das práticas anteriores à sua promulgação: os
atores, as lógicas, as técnicas? Estas três variantes são fundamentais, contudo, a
diferença fundamental percebe-se no caráter político e na amplitude de direito
atribuída ao acesso a bens e serviços sociais. As políticas sociais são, portanto,
constituídas e tornadas prática pelos órgãos de poderes públicos que destinada tais
ações a toda ou a uma parte da população. Mesmo que estas medidas sociais
organizadas pelos governantes já existissem há muito tempo, as políticas sociais
têm datação, e essas práticas são vistas como um conjunto coerente e de
afirmação, cuja realização é exercidas pelo Estado que direciona estas atividades
tentando garantir os direitos sociais, recente. L o g o , tais hábitos emergiram no final
do século XIX, e se generalizaram apenas a partir da metade do século XX.

A questão social no país foi a princípio considerada uma questão de polícia, com
criminalização do delito da vadiagem num contexto em que o mercado de trabalho
urbano era muito restrito para absorver regularmente a todos. Nos anos 30, a
questão social deixa de ser apenas uma questão de polícia e passa ser uma
questão da política: a legislação social, trabalhista e sindical, além de cumprir o
objetivo de harmonia social, passa a ser vista como um instrumento necessário à
estabilidade política e ao crescimento econômico industrial.

As políticas sociais se estruturaram no país sobre um mercado de trabalho


extremamente diferenciado, parcialmente desorganizado e que remunera mal que
está inserido.

Nos anos 70, a participação da sociedade civil na elaboração e implementação de


políticas sociais ocorreu por movimentos sociais fortemente reivindicativos de
politicas no campo social ocorreu em grande medida em oposição ao Estado. Já nos
anos 90 houve mais parcerias entre o estado e a sociedade civil.

Uma das principais políticas públicas que são sinônimos a políticas sociais é a
política de assistência social, um dos principais marcos na história de
desenvolvimento político e social brasileiro.

A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade


Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um
conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o
atendimento às necessidades básicas
Necessidades essas advindas da condição de desproteção, de inseguranças sociais
que não se limitam ao fator renda, pois se têm dimensões protetivas
socioassistenciais relacionadas à acolhida, autonomia, pertencimento, vinculação e
convivência familiar, social e comunitária, além daquela referente ao acesso e
garantia de direitos sociais.
Princípios da Política de Assistência Social:

Num Estado democrático de direitos, têm-se os princípios como uma aproximação


entre o direito e a ética, no caso, ética pública na política social. No artigo 204 da
Constituição de 1988 encontram-se duas diretrizes da política de assistência social,
relacionadas à descentralização político-administrativa e à participação da
população e controle social. O artigo 203 preconiza os objetivos e são antecedidos
pelo enunciado de que “a assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social”. Portanto, o texto da Carta
Magna remete a gratuidade dos benefícios e serviços oferecidos e disponibilizados
indistintamente a quem necessitar, sobretudo, o acesso e a garantia dos direitos,
respeitando a autonomia dos cidadãos bem como as diferenças culturais, regionais,
sociais, religiosas e territoriais.

No que se referem aos princípios da política de assistência social, os mesmos estão


dispostos no artigo 4º da LOAS, foram retomados na PNAS 2004 e assim
estabelecidos conforme o Quadro 1.

QUADRO 1 – PRINCÍPIOS DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL¹

LOAS/1993 PNAS/2004

I - Supremacia do atendimento às I - Supremacia do atendimento às


necessidades sociais sobre as exigências de necessidades sociais sobre as exigências de
rentabilidade econômica; rentabilidade econômica

II - Universalização dos direitos sociais, a fim II - Universalização dos direitos sociais, a fim
de tornar o destinatário da ação assistencial de tornar o destinatário da ação assistencial
alcançável pelas demais políticas públicas; alcançável pelas demais políticas públicas;

III - Respeito à dignidade do cidadão, à sua III - Respeito à dignidade do cidadão, à sua
autonomia e ao seu direito a benefícios e autonomia e ao seu direito a benefícios e
serviços de qualidade, bem como à serviços de qualidade, bem como à
convivência familiar e comunitária, vedando- convivência familiar e comunitária, vedando-
se qualquer comprovação vexatória de se qualquer comprovação vexatória de
necessidade; necessidade;
IV - Igualdade de direitos no acesso ao IV - Igualdade de direitos no acesso ao
atendimento, sem discriminação de qualquer atendimento, sem discriminação de qualquer
natureza, garantindo-se equivalência às natureza, garantindo-se equivalência às
populações urbanas e rurais; populações urbanas e rurais;

V - Divulgação ampla dos benefícios, V - Divulgação ampla dos benefícios,


serviços, programas e projetos assistenciais, serviços, programas e projetos assistenciais,
bem como dos recursos oferecidos pelo bem como dos recursos oferecidos pelo
Poder Público e dos critérios para sua Poder Público e dos critérios para sua
concessão. concessão.

Pode-se observar que nos documentos oficiais e normativas o termo assistencial, como
aqueles expressos nos incisos II e V do referido artigo da LOAS, está sendo substituído pelo
socioassistencial, a fim de identificar e delimitar o campo assistencial desta política de
proteção e na procura de desvincular da conotação e prática assistencialista e/ou de
assistencialismo ainda a serem superadas.

Diretrizes da Assistência Social

A Constituição federal e outros dispositivos normativos, juntos, e partindo de uma análise da


evolução histórica, mantém em consonância as diretrizes políticas, isto é, a LOAS é
resultado dessa operação de forte apelo do direito.

A diretriz de primazia da responsabilidade do Estado e o comando único das ações em cada


esfera de governo e, consecutivamente, a PNAS/2004 compõe a LOAS, em decorrência do
fortalecimento jurídico-político destas instituições, em suma, todas essas diretrizes abarcam
a centralidade na família para concepção de serviços, projetos, programas e benefícios,
conforme Quadro 2. Assim a LOAS/1993 inicia o processo de descentralização político e
administrativa, construindo uma nova ordem democrática que gera e demanda mudanças
por parte dos municípios. Há, portanto, o rompimento com as referências de ação
subsidiária, eventual e emergencial, e toma-se como novo paradigma o caráter continuado
das ações diretriz. Cada ente federado tem, agora, a responsabilidade de estabelecer um
plano de ação focando as necessidades da proteção social, realizar sua proposta e
submeter à aprovação do respectivo conselho faz parte de todo esse processo, que também
se institui por meio de lei específica, e com composição paritária entre governo e sociedade
civil. Com tudo isso, a diretriz da descentralização e da participação fica assim garantida na
LOAS:

Art. 16. As instâncias deliberativas do sistema descentralizado e participativo de assistência


social, de caráter permanente e composição paritária entre governo e sociedade civil, são: I
– o Conselho Nacional de Assistência Social; II – os Conselhos Estaduais de Assistência
Social; III – o Conselho de Assistência Social do Distrito Federal; IV – os Conselhos
Municipais de Assistência Social.

Para a efetiva implantação da diretriz de participação popular do Plano de assistência social,


que expressa a política e suas inter-relações com as demais políticas setoriais e ainda com
a rede socioassistencial, surge um Conselho de composição paritária entre sociedade civil e
governo, do Fundo que centraliza os recursos na área, sendo controlado pelo órgão gestor e
fiscalizado pelo Conselho como exigência para que a diretriz seja cumprida. O pacto
federativo é a base da gestão da política de assistência social, e a partir dessa noção deve-
se detalhar as atribuições e competências dos três níveis de governo na provisão das ações
socioassistenciais, em consonância com o preconizado na LOAS e NOBs, a partir das
indicações e deliberações das Conferências, dos Conselhos e das Comissões de Gestão
Compartilhada (Comissões Intergestora Tripartite/CIT e Bipartites/CIBs), que são espaços
de discussão, negociação e pactuação dos instrumentos de gestão e formas de
operacionalização da política.

QUADRO 2 – DIRETRIZES DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Constituição Federal de 1988 - LOAS/1993 – artigo 5º PNAS/2004


artigo 204

I – Descentralização I - Descentralização I - Descentralização


políticoadministrativa, cabendo políticoadministrativa para os políticoadministrativa,
a coordenação e as normas Estados, o Distrito Federal e os cabendo a coordenação e
gerais à esfera federal e a Municípios, e comando único as normas gerais à esfera
coordenação e execução dos das ações em cada esfera de federal e a coordenação e
respectivos programas às governo; execução dos respectivos
esferas estadual e municipal, programas às esferas
bem como a entidades estadual e municipal, bem
beneficentes e de assistência como a entidades
social; beneficentes e de
assistência social,
garantindo o comando
único das ações em cada
esfera de governo,
respeitando-se as
diferenças e as
características
socioterritoriais locais;

II – Participação da população, II - Participação da população, II – Participação da


por meio de organizações por meio de organizações população, por meio de
representativas, na formulação representativas, na formulação organizações
das políticas e no controle das das políticas e no controle das representativas, na
ações em todos os níveis. ações em todos os níveis; formulação das políticas e
no controle das ações em
todos os níveis;

III - Primazia da III – Primazia da


responsabilidade do Estado na responsabilidade do
condução da política de Estado na condução da
assistência social em cada Política de Assistência
esfera de governo. Social em cada esfera de
governo;

IV – Centralidade na
família para concepção e
implementação dos
benefícios, serviços,
programas e projetos.

Fonte: Estudo e sistematização realizados pelos autores. Maio 2013.

Referindo-se ainda à diretriz da descentralização, o artigo 6º da LOAS dispõe que as ações


na área são caracterizadas por um sistema organizado de caráter descentralizado e
participativo, constituído pelas entidades e organizações de assistência social, articulando
meios, esforços e recursos, e por um conjunto de instâncias deliberativas, compostas pelos
diversos setores envolvidos na área. Com isso, afirma-se que a descentralização leva a
alterações político-institucionais, possibilita a aproximação entre sociedade civil e Estado, já
que ao atribuir a prestação de serviços aos entes federados/governamentais que estão mais
próximos da população, ou mesmo que articulação e estimula a mesma, em decorrência
disso a prestação de serviços torna-se cada vez mais equânime e universal.

A articulação das ações nas três esferas de governo deve ser planejada e executada
juntas, cabendo à esfera Federal a coordenação e as normas gerais e a coordenação; e
execução dos programas, em suas respectivas esferas, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios. Com o surgimento da LOAS e da PNAS/2004 é acrescido na diretriz de
descentralização o comando único, dessa forma, cabe a cada esfera de governo, segundo
os princípios e diretrizes definidos nesta Política Nacional: coordenar, formular e cofinanciar,
além de monitorar, avaliar, capacitar e sistematizar as informações.

Baseado sobre um credo profundamente partilhado, para além das opções


ideológicas e dos posicionamentos políticos, a totalidade das estruturas de
intervenção com as populações desinseridas do mundo do trabalho concentra-se
sobre as ações visando, através de diferentes modalidades, o retorno ao trabalho,
ou pelo menos a preparação intensiva para isso. O apelo aos direitos do humanos e
à justiça social não é um discurso de circunstância num tal contexto. Representa a
força normativa desta resistência política do serviço social em reação à linha de
ação tão indiscutível como evidente, a inserção, que se lhe impõe.

A expectativa é, então intensamente autêntico e desejável, conferindo à inserção


uma primazia indiscutível. Mas, ao fazê-lo, a inserção é também enublante porque
oculta a evidência que lhe escapa, constrangida a considerar pelo seu prisma aquilo
que, justamente, não está no seu campo de apreensão ou, antes de mais, onde não
há podido entrar. As populações vulneráveis, aquelas que cabem às formas
contemporâneas da assistência social, não são mais do que um resto, o saldo de
todas as operações e tentativas de inserção postas em prática de forma cada vez
mais específica no seu lugar.

Considerações finais
Extinguir a pobreza e fazer com que os usuários es da assistência social tenho cada
vez mais autonomia e independência social, financeira e pessoal é um enorme
desafio de todos e sobre a qual paira um consenso retórico, desde os mais altos
fóruns mundiais, até os governos de todos os países, passando pelas empresas e
pela sociedade civil. Contudo, a fato é diferente e desafia o entendimento, pois a
pobreza tem aumentado em termos numéricos em todo mundo, na América Latina, e
no Brasil, mostrando o fracasso das políticas econômicas e das políticas sociais que,
em conjunto, são causa e solução para o problema.

Referências:

AMARO, Maria Inês. Urgências e Emergências do Serviço Social Fundamentos


da profissão na contemporaneidade. 2012.Disponível em
<http://www.uceditora.ucp.pt/resources/Documentos/UCEditora/Indices/Maio
%2012/Urgencias%20e%20emergencias.pdf>. Acesso em: 14 de jun. 2016.

MAGALHÃES JUNIOR, Jutahy. Lei orgânica da assistência social. 1993.


Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742compilado.htm> Acesso em: 14 de
jun. 2016.
PIRES, Izabel Scheidt. POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SUAS e
legislações pertinentes. [entre 2004 e 2009]. Disponível em:
http://www.desenvolvimentosocial.pr.gov.br/arquivos/File/Capacitacao/
material_apoio/mariaizabel_suas.pdf

QUINONERO, Camila Gomes. et al. Princípios e diretrizes da Assistência Social:


da LOAS à NOB SUAS. 2013. Disponível em http://osocialemquestao.ser.puc-
rio.br/media/OSQ_30_Quinonero_3.pdf

SANTOS, Wanderley G. “A trágica condição da política social”. –In: ABRANCHES,


S.H.; SANTOS, W.G; COIMBRA, M.A. (orgs.) Política Social e combate à pobreza.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar,1989. 33-63p.

You might also like