Capítulo 20 – A arte da segunda metade do século XIX no Brasil
=> Brasil (meados século XIX): o país conheceu certa PROSPERIDADE
ECONÔMICA, proporcionada pelo café, e certa ESTABILIDADE POLÍTICA * Principalmente depois que Pedro II assumiu o GOVERNO e DOMINOU as muitas rebeliões que agitaram o Brasil até 1848 § Imperador: além disso, o próprio imperador procurou dar ao PAÍS um desenvolvimento cultural mais sólido – incentivou as LETRAS, as CIÊNCIAS e as ARTES => Guerra do Paraguai: serviu de TEMA ARTÍSTICO para que alguns pintores exaltassem a AÇÃO DO GOVERNO IMPERIAL => Pintura acadêmica no Brasil – é nesse contexto histórico que se situam as obras de pintores brasileiros que estudaram na Academia Imperial de Belas-Artes * 1 – Pedro Américo * 2 – Vitor Meireles => Pedro Américo (1843-1905): frequentou o Colégio Pedro II e, depois, a Academia Imperial de Belas-Artes * 1859-1864: estudou na Escola de Belas-Artes de Paris – sob o patrocínio de dom Pedro II * Obra: sua pintura abrangeu TEMAS BÍBLICOS e HISTÓRICOS, mas ele também realizou imponentes retratos – entre seus quadros mais famosos § 1 – Dom Pedro II na abertura da Assembleia Geral § 2 – Batalha do Avaí § 3 – Independência ou morte => Batalha do Avaí (1872-1877): mostra uma das batalhas da guerra entre Brasil e Paraguai ocorrida no século XIX * Soube representar um grande número de figuras humanas – o deslocamento das tropas, a contenção e o movimento dos cavalos § Mostrou também a agitação de bandeiras que lembram a PÁTRIA aos que combatem, gestos de lutas e alguns personagens em destaque => Independência ou morte (1888): trata-se de uma enorme tela retangular que mostra Dom Pedro I proclamando a INDEPENDÊNCIA DO BRASIL => Pintura de Pedro Américo: sem dúvida, é ACADÊMICA e ligada ao Neoclassicismo – mesmo tendo estado na Europa numa época em que já começavam as manifestações impressionistas, sua PRODUÇÃO se manteve fiel aos PRINCÍPIOS da Academia Imperial de Belas-Artes * Também fez CARICATURAS – criações em que se exagera com intenção de humor – participou de uma revista de caricaturas “A Comédia Social” => Vitor Meireles de Lima (1832-1903): se matriculou na Academia Imperial de Belas-Artes – obteve como um prêmio uma viagem pela Europa – suas obras mais conhecidas * 1 – Primeira missa do Brasil * 2 – Moema => Primeira missa do Brasil (1861): baseia-se no relato de Pero Vaz de Caminha – incumbido pela corte portuguesa de escrever sobre a viagem de Pedro Álvares Cabral * Destaque para a atitude pacífica e observadora dos indígenas * Provável intenção do autor: destacar o POVO NATIVO do Brasil, que assistia pela primeira vez a um ato religioso católico § Dimensão das cores do céu e da paisagem ao fundo
=> Moema (1866): tem-se a história da índia Moema e de Diogo Álvares, um
colonizador português, chamado de Caramuru pelos índios * Depois de cumprir sua missão no Brasil, Diogo volta para Portugal e leva como esposa Paraguaçu, outra índia com quem travava contato § Moema: junto com outras índias, atiram-se ao mar na tentativa de alcançar o navio em que Diogo partiu – ela acaba morrendo e as ondas do mar devolvem seu corpo à praia => Temas preferidos de Vitor Meireles – eram históricos * 1 – Juramento da princesa Isabel * 2 – Flagelação de Cristo * 3 – Imperatriz Teresa Cristina e Pedro II => José Ferraz de Almeida Junior (1850-1889): considerado por alguns críticos como o mais brasileiro dos pintores nacionais do século XIX – estudou na Academia de Belas-Artes e foi aluno de Vitor Meireles – suas pinturas mais famosas * 1 – Leitura * 2 – Picando fumo * 3 – O violeiro => Leitura (1892): é interessante notar os vários planos que se sucedem e criam uma forte impressão de profundidade => O violeiro (1899): obra de um tema regionalista – o quadro evidencia uma tendência que muitas vezes se desenvolveu nas academias de arte criadas na América Latina * Trata-se de mostrar costumes afáveis das pessoas simples e interioranas – assim, o violeiro e sua companheira de cantoria vistos na cena => Obs: a obra pictórica de Almeida Júnior é grande e de temática variada – composições * I – Saudades * II – Descanso da modelo => Saudades (1899): é interessante o trabalho feito com a luz – toda a cena é iluminada por uma forte luz que entra pela janela do aposento em que está a moça => Superação do academicismo => Obs: a pintura realizada pelos artistas que frequentaram a Academia Imperial de Belas-Artes seguiu os PADRÕES ESTÉTICOS NEOCLÁSSICOS introduzidos no Brasil pela Missão Francesa * De acordo com esses padrões, a beleza perfeita é um conceito ideal e, portanto, NÃO EXISTE NA NATUREZA § Assim, o artista NÃO DEVE IMITAR a realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras por meio da imitação dos clássicos, principalmente gregos e renascentistas => Artistas da segunda metade do século XIX: nas obras dos artistas brasileiros da segunda metade do século XIX, entretanto, essas ideias que orientaram o Neoclassicismo aparecem de FORMA MENOS RÍGIDA * Final do século: os pintores nacionais começam a SEGUIR NOVAS DIREÇÕES, principalmente os artistas que vão à Europa e entram em contato com os movimentos Impressionista e Pontilhista § Eliseu Visconte; Belmiro de Almeida; Benedito Calixto => Belmiro Barbosa de Almeida (1858-1935): foi aluno da Academia Imperial de Belas-Artes – recebeu influência de pintores franceses * 1 – Arrufos * 2 – Dame à la Rose => Arrufos (1887): significa o desentendimento passageiro entre pessoas que se amam * Espaço retratado é um ambiente fechado e que as cores são pouco variadas => Belmiro de Almeida: foi um grande DESENHISTA e COLORISTA que superou os ensinamentos acadêmicos, usando os recursos da arte moderna já florescente na Europa * Impressionismo; Pontilhismo; Futurismo => Efeitos do sol (1892): nessa tela, não é possível ver com muita nitidez nem a moça que caminha, pois toda a cena está inundada pela luz do Sol * Essa foi a intenção do autor que a pintou – Belmiro de Almeida
=> Bernardo Calixto (1853-1927): foi PINTOR DE PAISAGENS URBANAS e
MARINHAS, de costumes populares e de cenas históricas e religiosas * Sua intenção predominante na pintura foi documentar, com detalhes, a paisagem urbana e a paisagem litorânea que conheceu muito bem § Inundação da Várzea do Carmo (1892) – destaque para a visão panorâmica da cidade => País começa a se modernizar: se a literatura já registrava as transformações sociais pelas quais passava o Brasil, a escultura e a arquitetura, apesar de terem ROMPIDO com a estética neoclássica * Continuavam a expressar a RIQUEZA e a VIDA TRANQUILA, sem inquietações temáticas mais profundas § Essa preocupação só viria a ocorrer mais tarde, nos anos próximos da década de 1920, com a EXPLOSÃO do movimento modernista => Pintura impressionista chega ao Brasil => Eliseu D’Angelo Visconti (1867-1944): suas pinturas abrem definitivamente o caminho da modernidade à arte brasileira * Esse artista não se preocupa em IMITAR MODELOS CLÁSSICOS – ele procura decididamente registrar os efeitos da luz solar nos objetos e seres humanos que retrata em suas telas * 1 – Gioventù * 2 – Trigal * 3 – Roupa estendida * 4 – Maternidade => Trigal (1913-1916): a característica impressionista mais visível no quadro é a REPRESENTAÇÃO de uma cena ao ar livre iluminada por luz natural * Como influência impressionista, é de se notar também que NÃO HOUVE PREOCUPAÇÃO do artista em deixar nítidos os contornos da vegetação e dos traços da moça presente na cena => Roupa estendida: é notável a influência da pintura impressionista recebida por Visconti – temos a forte impressão de que a luz natural, própria de um espaço ao ar livre, predomina na cena => Alvim Correia (1876-1910): procurou caminhos fora da pintura acadêmica – apresenta um DESENHO ESPONTÂNEO que abandona qualquer idealização da realidade * Valor tão caro aos acadêmicos * Destaque para a Guerra dos Mundos => A Guerra dos Mundos (1905): suas ilustrações feitas para o livro de H.G. Wells – aqui, sua imaginação LIBERTA-SE dos limites da realidade e cria algo novo – diferente de seu tempo => Arquitetura reflete a riqueza: com a chegada da Missão Francesa, a ARQUITETURA BRASILEIRA substituiu o Barroco pelas linhas neoclássicas * Mas, no fim do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, passa por uma NOVA TRANSFORMAÇÃO ao seguir duas novas tendências europeias § I – Art Nouveau § II – Ecletismo => Ecletismo: reunia aspectos de estilos do passado, principalmente, aqueles que tinham alguma finalidade decorativa * Mantiveram-se elementos greco-romanos, góticos, renascentistas e mouriscos => Cidades do norte do país – enriquecidas com a borracha, também desenvolveram uma ARQUITERURA REQUINTADA – de acordo com as concepções ecléticas * 1 – Belém do Pará * 2 – Teatros de Manaus * 3 – Fortaleza * 4 – Teatro José de Alencar => Teatro Amazonas (1896): foi construído com estruturas metálicas, mármores e cristais importados * Grande parte de sua decoração interna foi feita por um artista brasileiro – Crispim do Amaral => Art Nouveau: no fim do século XIX, o Ecletismo foi SUPERADO pelo novo estilo – Art Nouveau – cuja característica principal era a TENDÊNCIA DECORATIVA que valorizava os elementos ornamentais da arquitetura * Vila Penteado (1902): construção projetada pelo artista sueco Carlos Ekman para a residência do conde Álvares Penteado => Art Nouveau no Brasil: esse estilo persistiu por mais tempo, principalmente, nas artes aplicadas, sendo SUPERADO apenas nos anos 1920 e 1930 pelo MOVIMENTO MODERNISTA => Fotografia chega ao Brasil: o francês Hércules Florence (1804-1879), que morava no Brasil, já vinha fazendo, desde 1833, alguns AVANÇOS NA TÉCNICA de registrar imagens – com o objetivo de imprimir rótulos de produtos farmacêuticos e diplomas maçônicos * 1839: os trabalhos de Daguerre como o ponto de partida da fotografia => Documentários fotográficos * 1 – Marc Ferrez (1842-1923) * 2 – Militão Augusto de Azevedo (1837-1905) § Importante obra “Álbum comparativo da cidade de São Paulo” => Fotografia brasileira: desenvolveu-se muito na PASSAGEM DO SÉCULO e esteve presente em exposições internacionais, como a Exposição de St. Louis (1904) * Nessa exposição, participou o fotógrafo brasileiro Valério Vieira (1862-1941) § 1908: Valéria ganhou o primeiro prêmio na Exposição Nacional do Rio de Janeiro com uma foto de doze metros chamada Panorama da cidade de São Paulo