Professional Documents
Culture Documents
Revista RPG Pará 2018 N02
Revista RPG Pará 2018 N02
Mulheres
RPGistas
E Muito MAis!
Sumário
03 - Carta do Editor
04 - Notícias e Novidades das Editoras
05 - Mensagens dos Leitores
06 - Março Mês das Mulheres e do RPG
08 - Mundo do Board Game - The Resistance
10 - Scion - Os Descendentes dos Deuses
14 -
Singrando o Cosmo! Uma Entevista com
Igor Moreno
16 - Unisfera - O Universo Jogável de Noáh
19 - Perfil do RPGista - Yago Pereira Vaz
21 - O Que Vocês Estão Jogando - The Maze
23 - Conte um Conto - Despertos
26 - Grupos Organizados de RPG no Pará
Editorial
Nesta segunda edição, estamos trazendo uma nova sessão: Conte um Conto. Este espa-
ço será dedicado àqueles que gostam de escrever contos correlacionados com jogos
e cenários de RPG, sejam eles existentes ou originais. Aqui vale todo tipo de conto, seja
um conto tradicional ou seja o histórico de um personagem em forma de narrativa.
Além disso, gostaríamos de obter feedbacks de nossos leitores. Gostaríamos de saber as
impressões que vocês estão tendo sobre a revista e o que vocês acham que poderia
melhorar ou ser agregado. Contamos com a ajuda de vocês.
Ah! Já ia esquecendo. No mês de fevereiro ocorreu o Dia Nacional do RPG, e a turma
de algumas cidades do Pará fez a sua parte. Também houve a participação do RPG
Pará e do Resistência RPG, organizando o encontro na Fundação Cultural do Pará. Essa
turma mandou muito! Acredito que o ano que vem será mais agitado e divertido.
Então vamos deixar de blá-blá-blá. Divirtam-se com esta segunda edição da revista.
Rodrigo Ragabash
- Editor Chefe -
pg - 3
Encontros
Dia Nacional do RPG
RETROPUNK PUBLICAÇÕES
O Projeto de Castelo Falkenstein.
Hora de Aventura na Terra de Aaa.
FÁBRICA EDITORA
Pré-venda do Evolution Pulse.
REDBOX EDITORA
Goddess Save the Queen.
Space Dragon - Caixa Intergaláctica.
pg - 4
pg - 5
Março Mês das Mulheres e do RPG
Por Glailson Santos
pg - 6
e conservadorismo, tornando-se paulatinamente um espaço mais inclusivo, tolerante e acolhe-
dor para todos que demonstrem interesse em conhecê-lo. A própria indústria do entretenimento,
que vê o jogo como mero nicho de mercado, já foi capaz de perceber isso e tem fomentado
campanhas contra a intolerância entre seu público. Mas cabe a nós, amantes do RPG, irmos
além da lógica mesquinha do mercado para incorporarmos esta preocupação a nossa pró-
pria visão do jogo.
COMO CONTAR ESTORIAS PARA MUDAR A HISTORIA,
OU O QUE PODEMOS APRENDER COM GEORGE R.R. MARTIN...
COMO CONTAR ESTÓRIAS PARA MU- histórias. Sem “forçar a barra”, sem demagogia, sem pretensão desnecessária.
DAR A HISTÓRIA, OU O QUE PODEMOS
APRENDER COM GEORGE R.R. MARTIN... Em relação a questão de gênero, como em tantas outras questões relevantes, a his-
tória, esta inesgotável fonte de inspiração para os jogos e mesas de RPG pode de-
A ficção de qualidade sempre trouxe monstrar-se uma fonte riquíssima de personagens e histórias que apresentam mulheres
consigo um elemento provocativo que complexas e surpreendentes que fogem aos estereótipos da donzela em perigo ou
nos convida a reflexão sobre a realidade, do objeto sexual. Vilãs, heroínas, líderes e guerreiras como a rainha Celta Boudicca,
potencializando o envolvimento do pú- a engenhosa Lucrécia Bórgia, Catarina a Grande, a líder quilombola Dandara, a
blico com a narração ao invés de com- precursora do samba Chiquinha Gonzaga, a pioneira militar Maria Quitéria, a pio-
prometê-la.Com o RPG não precisa ser neira da programação Ada Lovelace, as astrônomas Cecilia Payne e Annie Jump
diferente. Neste sentido, acredito que há Cannon, as lendárias Bruxas da Noite do Exército Vermelho ou as heroicas líderes da
importantes lições que podemos apren- resistência Curda ao Estado Islâmico na atualidade. O RPG tem muito mais a ganhar
der com um dos maiores contadores de com o questionamento da opressão racial, religiosa, de gênero e de orientação
história da atualidade, o gênio George sexual e da restrição de uma representação fidedigna de toda complexidade e
R. R. Martin, discípulo de Tolkien, baluarte potencialidade das mulheres e demais setores oprimidos, do que com a reprodução
contemporâneo da cultura Nerd e au- de preconceitos.
tor das aclamadas Crônicas de Gelo e
Fogo, muito popular entre jogadores de É por tudo isso que toda a comunidade RPGística precisa compreender e apoiar
RPG por mesclar com maestria elementos a importância de esforços como o 1º e 2º Encontros de Mulheres RPGistas, nos
de fantasia, intriga política e reflexões anos de 2015 e 2016, respectivamente, além da necessidade de buscar tornar o
sobre a natureza humana. meio RPGístico um espaço acolhedor para as mulheres, que é metade do público
em potencial para o nosso hobby. Estessão passos decisivos para o avanço e per-
A genialidade de Martin reside não só petuação desta magnifica forma de lazer e aprendizagem. Vida longa e próspera
no fato de que ele conseguiu subver- ao RPG!
ter quase todas as regras da cartilha
tradicional dos escritores de romance e
mostrou que é possível fazer sucesso sem
subestimar a inteligência de seus leito-
res, mas, também, em sua capacidade de
contar uma história que embora não pa-
reça ter a intenção de ser feminista ou
politicamente engajada, em seu admi-
rável esforço por retratar com verossimi-
lhança as relações e atitudes humanas,
consegue romper o monopólio do “pon-
to de vista masculino e heteronormativo”
que assola os romances de uma forma
geral, mesmo quando o protagonista ou
narrador da história é uma personagem
feminina. A obra de Martin é feminista e
inclusiva pelo simples fato de retratar mu-
lheres, homossexuais, bissexuais e porta-
dores de necessidades especiais como
seres humanos, falhos, contraditórios, ad-
miráveis, complexos, plenamente capazes
de serem protagonistas de suas próprias
pg - 7
Mundo do Board Game - The Resistance
Por Antonio Andrade
pg - 8
Caso o time seja definido, passamos a fase
da missão onde o líder da rodada entrega
um par de cartas (sucesso e fracasso) aos
jogadores do time, que escolhem secreta-
mente o destino da missão. Depois de esco-
lhidas as cartas são embaralhadas secre-
tamente e abertas, a resistência consegue
realizar a missão e ganham um ponto caso
todas as cartas indiquem sucesso do con-
trário os espiões os sabotaram e eles ga-
nham um ponto.
O jogo termina com o sucesso de 3 missões
(Resistência ganha) ou com 3 missões sabo-
tadas (Espiões ganham).
pg - 9
Scion - Os Descendentes dos Deuses
Por Tailson de Lima
Em dia comum e ordinário de trânsito, trabalho Em Scion, os jogadores se unem em um Bando
e estresse, essa pessoa (até então anônima) de Heróis para enfrentar desafios incríveis, ob-
percebe que algo está... diferente. Os pássaros terem artefatos de eras antigas e conciliar o
voam em formações que parecem símbolos, a Destino com os caprichos dos Deuses e Deusas
paraleidolia do reflexo da água nas superfí- de diversos panteões... E se o Heróis sobrevive-
cies criam imagens de criaturas mitológicas e rem a todos esses perigos e se assim os Deu-
as pessoas ao redor começam a retornar o ses permitirem, quem sabe os Heróis galguem
pg - 10
poder específico aos seus Descendentes, como uma Criatura(Creature) (como, por exemplo, um
a habilidade de possessão do Loa, os Deuses Pégaso de montaria ou um leão gigante, prole
Vodu, ou a possibilidade de falar com os espí- do Leão de Nemeia, para auxiliar no comba-
ritos das coisas, o poder animista dos Deuses te),Seguidores (Followers) – de pessoas comuns
japoneses, o Amatsukami. Em mecânica de jogo, com algum grau de especialização em com-
o poder divino se mede por pontos de Lenda bate, como policiais até as lendárias Valquírias,
(Legend), que varia incialmente de dois a qua- as donzelas guerreiras de Odin -, Guia(Guide)
tro pontos (Herói). (um mortal com grandes conhecimentos ou mes-
Além do Ichor/Lenda, ser Descendente de Deu- mo um Deus ou Deusa menor) e Relíquia (Relic),
ses e Deusas tem outros benefícios. Tal como um item que permite ao Descendente acessar
Perseu, que foi agraciado pelos Deuses do suas Dádivas e que pode conter outros po-
Olimpo com um escudo espelhado para matar deres, como voar (Talaria, as botas do Deus
a medusa, os Heróis não são mandados a seus Hermes) ou mesmo ressuscitar (com o Livro dos
destinos de mãos vazias: a eles são dados os Mortos egípcio)!
Birthrights(ou Legados), os “presentes” que as Armado com poderes e artefatos, criaturas e
divindades oferecem aos seus Descendentes guias, os Descendentes dos deuses estão pron-
para que entrem na guerra contra as Crias tos para se jogar em uma vida de aventuras
Titânicas, que são de quatro tipos: pode ser heroicas!
QWSA ERFD TYHG UIKJ OPL ZASX CDFV BGHN MJK LKM MJU NHY BGTS QAWRG
Livro Um – Jogadores
WAFTH ASR EAH ZRHH SDFH SDGH RG AWEGDBD AVS RTN QWSA ERFD TYHG
UIKJ OPL ZASX CDFV BGHN MJK LKM MJU NHY BGTS QAWRG WAFTH ASR EAH
ZRHH SDFH SDGH RG AWEGDBD AVS RTN QWSA ERFD TYHG UIKJ OPL ZASX
Livro um Jogadores
CDFV BGHN MJK LKM MJU NHY BGTS QAWRG WAFTH ASR EAH ZRHH SDFH SDGH
RG AWEGDBD AVS RTN QWSA ERFD TYHG UIKJ OPL ZASX CDFV BGHN MJK LKM
O módulo básico de Scion, se inicia a criação de personagem, por causa do “Chamado”
Hero, é dividido em dois “livros”: (Calling): as deidades somente se apresentam aos Descenden-
o “um”, com as ideias, concei- tes se estes tiverem elementos que refletem a essênciado Deus
tos e mecânica para criação ou Deusa que são filhos (por exemplo, uma beleza negra exóti-
de personagens e sistema de ca e sensualidade semelhante a da Deusa vodu do amor Erzu-
jogo e o “dois”, apresentando lie ou a aptidão para a violência e sanguinolência dignas de
elementos importantes para os Huitzilopochtli, o selvagem Deus da guerra asteca) – este reflexo
narradores, como uma aventu- pode ser também a questão de ocupação semelhante a do
ra envolvendo todos os pan- pai ou mãe divinos... Um carteiro filho de Hermes seria um bom
teões e antagonistas, além de exemplo de Chamado para o Deus mensageiro!
outros elementos que incremen- Em Scion, é apresentado ao leitor seis panteões maiores, prin-
tam a narração, como no caso cipais: o Pesedjet (deuses egípcios), o Dodecateão (deuses
da misteriosa força do Destino gregos), o Aesir(deuses escan-
e suas sendas, que envolvem dinavos), o Atzlánti(deuses as-
até mesmo os Deuses e seus tecas), o Amatsukami (deuses
Descendentes em seus emara- japoneses) e o Loa (deuses
nhados acontecimentos, fatos, vodu). O Companionapresen-
tempos e fatores. ta três panteões adicionais:
Como é de se esperar, um dos osDevas(deuses hindus), o Tua-
capítulos mais importantes do thadéDannan (deuses celtas) e
livro um de Scion: Hero é aque- a Burocracia Celestial (deuses
le que descreve os Panteões e chineses).A escolha do Pan-
os Deuses e Deusas – PANTEÃO teão indica um modo de ver o
é o primeiro capítulo do livro Mundo, os Heróis e os valores
básico. Não há jogo de Scion (as Virtudes/Virtues) que cada
sem essa escolha de “pai” ou conjunto de Deuses pregam e
“mãe” por parte dos jogadores. valorizam e que desejam que
É a partir dessa decisão que seu Descendente honrem.
pg - 11
Escolhidos os Chamados dos personagens, Panteão e Deuses, os jogadores preenchem
suas planilhas de acordo com o sistema de Scion. Os Heróis são mais poderosos que os perso-
nagens iniciais dos demais títulos de Storyteller, tendo mais pontos de atributos (8/6/4 em vez
de 7/5/3), 30 pontos de perícia em do esquema 13/9/5 e todos os números que são resultados
de divisão, como, por exemplo, a absorção de dano (Vigor dividido por dois), é arredondado
para cima em vez de para baixo. Além destas vantagens, poderes e perícias relacionadas aos
deuses escolhidos podem ser comprados mais baratos com pontos de bônus.
QWSA ERFD TYHG UIKJ OPL ZASX CDFV BGHN MJK LKM MJU NHY BGTS QAWRG
A arte de narrar Scion está em utilizaras teões principais:os Deuses egípcios podem es-
mitologias e suas inúmeras histórias e criaturas colherseus Descendentes entre os imigrantes da
sobrenaturais nas aventuras heroicas do Bando região do Oriente Médio, enquanto que o Do-
de Descendentes. A missão é resgatar o Olho de decateão teriam os imigrantes italianos e, da
Rá de um templo de Set e enfrentar as múmias mesma forma, os Deuses Nórdicos e Japoneses
guardiãs do local? Impedir que os ciclopes, fi- teriam Descendentes entre os imigrantes ale-
lhos de Polifemo, tenham sua vingança em cima mães e japoneses, respectivamente. O Loa vodu
dos Heróis que possuem uma ancestralidade pode ser adaptado às religiões afro-brasileiras
com Odisseu? Quem sabe os Heróis necessitem como a umbanda e Scions dos Deuses astecas
adquirir uma lendária katanaMasamune para poderiam ser estrangeiros dos diversos países
enfrentar Orochi mais uma vez... talvez um po- que uma vez formaram os extensos impérios da
deroso Herói vodu esteja influenciado por um América do Sul e Central, Descendentes dos an-
espírito maligno e o Bando necessite trazê-lo à tigos Incas, Maias e Astecas... Ademais, a Região
razão, mas quem está por detrás poderiamser Norte, principalmente, possui uma rica herança
cultistas de Tezcatiploca a serviço de um gi- indígena, o que nos leva ao próximo tópico:
gante de Jotunheim... Scions da Região Norte: O Panteão Tupi-Gua-
Em Scion todas estas possibilidades incrí- rani
veis que são encontradas nas mitologias e nos
épicos literários podem ser reais em uma aven- O eixo Rio de Janeiro-São Paulo é clara-
tura de Descendentes. Basta ao narrador uma mente uma boa opção de local para iniciar uma
boa dose de leitura e criatividade para con- aventura de Scion, dado o tamanho e a quan-
duzir uma aventura heroica, uma história épica tidade de imigrantes que comportaria uma di-
e, quiçá, uma campanha lendária... versidade de Descendentes...Mas quanto a criar
algo original da Amazônia, genuinamente nor-
O Mundo de Scion no Brasil
Crias Titanicas Crias Titanicas Crias
Titanicas Crias Titanicas Crias Tita tista? Uma aventura heroica no Pará, por exem-
Em que parte do Mundo começar a sua aven- plo, pode estar recheada de criaturas lendá-
tura heroica? As nações cosmopolitas são ex- rias locais, com Descendentes tentando vencer
celentes pontos de encontro de vários Descen- na esperteza o travesso Pretinho da Bacabeira
dentes de diversos Panteões para formar um em Soure no Marajó, ou enfrentar Boiúnas que
Bando heroico – a aventura que se encontra no atravessam a cidade e dormem suas cabeças
Scion:Hero, por exemplo, passa-se em Las Vegas, de baixo dos alicerces das igrejas, como a de
nos Estados Unidos, onde pessoas – e Descen- Vigia...
dentes – dos quatro cantos do mundo testam
suas sortes contra os caprichos do Destino...
Uma história no Brasil seria uma excelen-
te ideia. É um local perfeito para se encontrar
todos os tipos de Descendentes dosseis pan-
pg - 12
E que tal criar um Panteão próprio, algo como o Panteão Tupi Guarani? No capítulo nove, in-
titulado EpicStorytelling(Narração Épica), do módulo Scion, Hero fala de criar novos Deuses e
criaturas lendárias e míticas para servir no jogo de Scion; o Companion de Scion cria o Panteão
Russo como um exemplo a serseguido para aqueles que querem criar seu próprio panteão. Com
a ajuda dos demais livros de Scion, os módulos Scion: Demigod e Scion: God e, logicamente, uma
boa dose de leitura sobre a mitologia e deuses indígenas, é possível construir o Panteão, descre-
vera relação que estes Deuses têm com os demais seres divinos de outros panteões e determinar
qual o Titã inimigo que ameaça o Mundo e os deuses e que Crias os serve, formando assim as
G criaturas e personagens antagonistas do Bando.
G
H
X
H
M
Para se jogar Scion, é necessário somente o livro básico, Scion: Hero e dados de 10 faces,
característica marcante do sistema Storyteller. Os demais livros, Scion: Demigod, Scion: God e
Scion: Companion enriquecem o jogo e a narrativa trazendo novidade e permitindo aos joga-
dores elevarem os personagens a outros patamares de poder e interpretação, na ascensão de
Herói ou Heroína a Deus ou Deusa.
Infelizmente, Scion não possui tradução para o português. Os mestres e jogadores que possuem
interesse em jogar podem recorrer aos livros em inglês ou a tradução feitas por fãs, que se esfor-
çam para dar acesso a outros rpgistas ao seu amado RPG (eu incluso). Caso queiram conhecer
mais Sobre Scion ou conversar com o autor deste artigo, é só entrar em contato peloemail pes-
soal: tailsondelima@hotmail.com.
pg - 13
Singrando o Cosmo! Uma Entrevista com Igor Moreno
Por André Mousinho
RPGPA: Flash Gordon foi criado em 1934 por RPGPA: O que o “pulpsci-fi” tem de diferente,
Alex Raymond e um pouco antes disso, em charmoso ou cativante em relação ao hard
1928, nós já tínhamos Buck Rogers, do Philip sci-fi ou mesmo à space opera? Você tem mais
Francis Nowlan. Quase 60 anos separam essas predileção por qual?
duas criações e o surgimento de Igor Moreno
na Terra. Como você descobriu Flash Gordon IM: Acho que a diferença do pulpsci-fi era
e Buck Rogers? que ele tentava ser hard sci-fi numa época
em que a ciência ainda não era totalmente
Igor Moreno: Conheci ambos pela minha pai- compreendida, e não chega a ser uma spa-
xão por cinema antigo, filmes em preto-e-bran- ceopera, pois a grande maioria era limitada
co e as séries. Dali conheci as séries do Flash em escopo, sem as grandes aventuras pelo es-
Gordon com o BusterCrabbe. Buck Rogers foi paço. Por isso, o pulp é mais wacky. As coisas
simplesmente a continuação, desbravando são mais “sem noção” porque, digamos, embora
esse “paleoscifi”. Mas eu digo isso porque é o soubessem do que a lua era feita, ninguém ha-
que eu acho. Eu não tenho de fato a memória via estado lá para confirmar que não existiam
de quando fiquei sabendo quem eram Gordon selenitas ou outros alienígenas vivendo por lá.
ou Rogers. Foram referências que eu sempre
tive, por curtir ambientações espaciais. Primeiro RPGPA: Falando um pouco sobre tramas es-
nos videogames, depois quadrinhos (o Astro- paciais, George Lucas certa vez teria dito que
nauta da Turma da Mônica era meu favorito), se baseou nos antigos filmes de samurai para
e por fim outras mídias. compor o fio condutor de drama e luta de
Star Wars. Mais recentemente, BladeRunner co-
loca o dilema da substituição do homem pela
máquina, e há um discurso sobre a perda da
Humanidade nas entrelinhas. Há espaço hoje
para a “releitura de temas” na ficção científi-
ca? Em outras palavras, coisas como culturas
antigas reais, violência urbana e/ou desigual-
dade social, que vemos em nossa realidade
hoje em dia, podem inspirar aventuras de RPG
em cenários de ficção? Nesse ponto, qual se-
ria sua dica para os mestres (em especial os
mestres de Space Dragon que estão lendo a
entrevista neste momento?).
pg - 14
IM: Eu acho que as nossas experiências em um pouco como algo retrô. Tudo se deve à
mesas de RPG são moldadas pelas nossas apresentação. Algo que uso para explicar o
experiências de vida reais, seja em obras de sci-fi proposto no Space Dragon, é que não
ficção ou na própria realidade. O pulpsci-fi há distinção de software e hardware. Se ler as
floresceu numa época cientificamente empol- histórias antigas de robôs de Asimov, o cérebro
gante. Ao passo que o público precisava es- deles é programado manualmente através de
quecer a situação econômica desesperado- circuitos - não há um sistema operacional so-
ra com um escapismo barato. Temos Robocop bre uma placa-mãe. Acho que essa migração
por exemplo, trazendo uma Detroit ultravio- pode ser difícil se o jogo não for devidamente
lenta, exagerando, mas expondo, uma faceta explicado. Hoje temos acesso a aparelhos que
da sociedade da época. Se olharmos para antigamente eram ficção, como celulares por
o Brasil dos últimos anos, temos protestos, es- exemplo, então a geração mais jovem pode
cândalos de corrupção, governantes depos- achar que são parte dessa ficção como lugar-
tos, golpes, investigações, violência nas ruas... -comum. Basta lembrá-los que wi-fi não existe,
agora imagine que isso se passa num planeta interfaces digitais são o futuro e que ElonMusk
distante com armas laser. A mesma história vira ainda não existia, que tá tudo certo!
facilmente uma ambientação sci-fi. A dica que
dou é: pegue algo que aconteceu, coloque RPGPA: Você, hoje, é professor de uma disci-
uns nomes malucos espaciais, coloque a trama plina diferente, que leva o RPG para sala de
numa espaçonave ou em um planeta, e inven- aula, não? Vi em suas redes sociais. Como é
te alguma forma de colocar lasers e poderes esse trabalho?
mentais. Pronto!
RPGPA: Sobre RPGs de pulpsci-fi, como explicar IM: Agora sou parte da equipe do NAVE-RJ,
o gênero a jogadores que passaram incon- que tem a proposta de trazer um ensino médio
táveis horas frente à TV jogando Mass Effect, técnico de qualidade sobre jogos e multimí-
dia junto com a grade regular. Vou lecionar
Cultura de Jogos (analógicos e digitais) para
a garotada, além de Técnicas de Programa-
ção de Jogos digitais, tanto em 2D quanto em
3D. Minha bagagem no RPG vai ser muito útil
nessa jornada, visto que trabalharei bastan-
te boardgames e outras expressões de jogos
analógicos com o primeiro ano, incluindo aí
alguns aspectos de roleplaying games, como
forma de gerar um senso de equipe, resolução
de problemas e empatia com os demais. E em
Cultura de Jogos, claro que os RPGs vão apa-
recer constantemente!
Dead Space e outros videogames onde a fic-
ção científica adquire tons de space opera? RPGPA: Pra encerrar, Space Dragon 2018 está
Acha que essa “transição” do videogame high aí. No réveillon você me disse que o novo SD
sci-fi para o RPG de mesa pulpsci-fi pode ser seria “foda pra caralho” (HUAHUEHUAHUE). A
mais fácil ou mais difícil, dependendo do que? promessa se mantém? O que poderia dizer so-
bre mais esse lançamento com a qualidade
IM: Acho que de uma forma ou de outra to- RBX?
dos temos o sci-fipulp - sobretudo sua estéti-
ca - como uma base para a ficção científica IM: Não só se mantém como VAI SER MAIS FODA
de hoje em dia. Se hoje temos space marines, AINDA DO QUE EU FALEI. Só digo isso. <3
lá atrás eram cadetes de uma frota espacial.
Se pegarmos “MinorityReport”, é um livro de
1956 que foi adaptado com sucesso em um Grande abraço, Igor Moreno, e obrigado
filme quase 50 anos depois, sem parecer nem por seu tempo. O RPG Pará agradece!
pg - 15
Unisfera - O Universo Jogável de Noáh
Por Victor Almeida
Uniesfera é o universo cósmico onde existe um local chamado Noáh, o mundo de existência e
palco central das transformações da própria Criação. Estamos tratando de um jogo narrativo
de aventuras fantásticas, totalmente independente e que pretende trazer novas possibilidades
de campanhas para os jogadores da nova edição de Dungeons&Dragons (a 5E).
Este material é completamente autoral, escrito e desenvolvido por Victor Almeida, quase que ex-
clusivamente sozinho. Este trabalho começou efetivamente em 2017, mas vem sendo engatinhado
desde janeiro de 2016, onde as primeiras ideias sobre a Rainha e os Aracnagorgs começaram
a se tornar realidade. Esses dois aspectos mencionados são alguns dos eixos centrais que de-
senvolvem a estória central de Noáh. A Rainha é uma Deusa Artificial que foi criada pelo - agora
em ruínas - Reino Soberano da Magia, Viris, no intuito de ser uma arma final para a conquista
global. O plano evidentemente deu muito errado, erradicando o país por completo e deixando
que a entidade criasse seu exército de crias monstruosas, os Aracnagorgs, e começasse a usá-
-los para realizar sua tarefa existencial: acabar com tudo que é vivo; corrompendo, destruindo,
extinguindo ou absorvendo.
Os jogadores irão inserir seus personagens em meio a este caos eminente e sob esta guerra entre
mortais x deusa. Eles criarão desde exploradores dedicados a descobrir elementos do passado;
conjuradores buscando redenção pelo passado de seus ancestrais ou mesmo o filho herdeiro do
trono do maior reino humano. Não há limites de possibilidades, pois mesmo A Guerra sendo plano
central existem inúmeras questões que passam em seu desenvolvimento: conspirações dentro de
importantes reinos humanos; a saga da fé na busca de demonstrar sua crença e a veracidade
de seus dogmas (visto que até o surgimento da Rainha nunca havia se comprovado a existência
de “Deuses”); as transformações que acontecem na Uniesfera; as movimentações escusas de Ho-
neheim; as viagens astrais e a recente invasão massiva de espíritos do Outro Mundo; fragmentos
do passado (das civilizações antes do Cataclisma da Transformação que determinou o fim da
Era Antiga) estão cada vez mais presentes, demonstrando novos patamares e revelando mistérios
por muito esquecidos. Desde situações globais, até intrigas regionais ou de uma cidade, Noáh é
um mundo vasto, totalmente novo e pronto para ser explorado.
Vamos jogar?
pg - 16
O MATERIAL GRATUITO
Atualmente o projeto está em sua versão de testes, que logo será disponibilizada para a comu-
nidade de forma gratuita para avaliação e feedback. Uma das intenções primordiais de criar
este conteúdo é aproveitar as sugestões e ideias coletivas, desenvolvendo muito mais e apli-
cando diversas contribuições para fortalecer o elo de todos aqueles que decidiram investir seu
tempo em expandir o Uniesfera. De toda forma, o processo será bem simples:
1. Quando a versão de testes estiver disponível você acessa um link que o direcionará a uma
aba de download. Você preenche seus dados em um campo rapidamente e obtém acesso ao
arquivo e a senha para decodificação do mesmo. A versão é online (PDF interativo) e totalmente
gratuita;
2. Ao fazer o download você está se comprometendo em ajudar. Nós precisamos de seu re-
torno, seja apontando sugestões, correções, apontamentos, revisão ou mesmo novo conteúdo:
envie seus arquétipos, seus monstros, aventuras ou nos conte como foi sua experiência jogando
e testando o Uniesfera;
3. O Feedback pode ser feito através do e-mail (doisbrow@gmail.com) ou das próprias redes
sociais com o envio de um arquivo de texto com as informações pertinentes. Depois de um prazo
de 30 dias você será lembrado por nós que estaremos ansiosamente esperando seu retorno.;
4. O material dos feedbacks será reunido e posto em desenvolvimento após a devida avalia-
ção, sendo modificado e colocado na versão final do livro. Aqueles que ajudaram e apoiaram
nessa versão terão os devidos créditos, além de poder fazer parte da construção de um cená-
rio totalmente completo de RPG.
PRODUTO INDEPENDENTE
Todos os esforços são de uma única pessoa e um pequeno grupo de apoiadores, no que se
refere ao desenvolvimento estrutural, administração, divulgação e a parte financeira. Na versão
de testes o Uniesfera não possuí recursos suficientes para poder trazer suas próprias ilustra-
ções (o que era nossa vontade), mas este é um trampo que exige qualidade e um profissional
adequado (que merece receber o valor justo por isso). No livro você encontrará imagens que
são de Banco de Imagens (Google e Pinterest) e em sua grande maioria possuem direitos reais
envolvidos ou mesmo são conhecidas de jogos eletrônicos, board-games ou mesmo outros mun-
dos de fantasia. Pedimos a compreensão de todos e gostaríamos de deixar claro que a versão
de testes NÃO POSSUÍ INTUITO COMERCIAL e sempre que possível cada artista receberá seus
devidos créditos.
Eai? Vamos participar dessa jornada?
Download
Página do
Projeto
pg - 17
pg - 18
Perfil do RPGista - Yago Pereira Vaz
Por Rodrigo Ragabash
pg - 19
pg - 20
O Que Vocês Estão Jogando
Por Rodrigo Ragabash
5) Quais são os personagens dos jogadores? Faça uma breve descrição de cada personagem.
Os personagens do jogo são: Alquimista, Investigador, Militar, Monge, Paranormal e Xamã. Neste jogo,
considerandoque é um boardgame, os personagens não têm personalidade, apenas perícias e atributos
de batalha. No começo do jogo os jogadores devem escolher um destes personagens já criados para o
boardgame e decidir qual é a hora certa para utilizarem cada uma de suas habilidades, dependendo
da situação em que se encontram.
pg - 21
pg - 22
Despertos
- Padre Antônio. Posso conversar um pouco com você?
Sentado na mesa de recepção da secretaria da Paróquia Santa Edwiges, Padre Antônio se surpreende
com seu nome sendo solicitado, levantando sua cabeça, que antes estava voltada para o caderno
das contas da paróquia. Mesmo atordoado pelo rompimento repentino de sua concentração, ele con-
segue identificar Rafael, um dos rapazes da comunidade e atuante nas atividades da paróquia.
- Não, padre. Não há reunião alguma marcada. Apenas vim aqui em busca de uma conversa amiga.
Você se importa?
- Vejo que estás preocupado com algo, Rafael – Padre Antônio fecha então o caderno e volta sua
atenção completamente ao rapaz. Em seguida, ele puxa a cadeira ao seu lado e aponta sua mão
para ela – Sente-se! Vejamos se consigo trazer conforto ao conflito que aflige seu espírito.
Rafael sem perder tempo senta-se na cadeira e segura nas mãos de Padre Antônio – Padre, estou com
medo. Acho que a culpa pelas bestas estarem aparecendo na comunidade seja minha.
- Então, Padre. Sabe aquele senhor de idade que morava na Rua 24 e que foi devorado por uma onça?
Padre Antônio balança sua cabeça de forma afirmativa sem dizer algo, continuando atento ao que o
rapaz está para revelar.
- Como o senhor bem sabe, eu estou estagiando no posto de saúde, ajudando o Dr. Paulo com os
doentes da comunidade. Pois então, este mesmo senhor esteve no posto semana passada, com fortes
dores em sua coluna. O Dr. Paulo fazia o que podia, mas as dores do senhorzinho iam além dos remédios
que ele tinha. Era preciso fazer alguns exames, mas os aparelhos necessários não haviam mais no posto,
dizia o Doutor. Que era preciso o senhorzinho ir para a fortaleza buscar ajuda, pois lá ainda haviam
equipamentos funcionando. O problema Padre é que esse senhorzinho não tem nada a oferecer em
troca do tratamento que se encontra na Fortaleza. Então só lhe restava sair do posto com mais uma
pequena quantidade de analgésicos para ajudar a dormir durante as noites.
Rafael então se coloca mais afrente na cadeira, em direção ao Padre, como se esforçando para que
o Padre não perdesse uma única palavra que ele estava falando.
- Eu me padeci por ele, Padre. Não consegui ficar sem fazer nada. Lembrando das técnicas de fisiote-
rapia que o Doutor me ensinou, decidi fazer uma sessão de massagens na costa do senhorzinho. Então
fui até a casa dele. Não queria que soubessem o que estava fazendo sem a devida autorização, por
isso fui lá.Ao chegar lá, sua esposa me recebeu em prantos, dizendo que seu marido estava padecendo
de dores na cama, que não conseguia levantar de tanta dor.
- Padre. Quando eu vi aquele senhor na cama, ensopado com o próprio suor e contorcendo-se bus-
cando encontrar sem sucesso uma posição que lhe trouxesse alívio, eu me padeci por ele por completo.
Meu coração foi tomado por uma profunda vontade de querer ajudar aquele homem. Então imedia-
tamente pousei minhas mãos sobre suas costas comecei a aplicar as massagens que havia aprendido.
Senti que meus movimentos eram confiantes. Pois eram assim que os queria. Queria muito ajudar aquele
senhor. Foi então que algo aconteceu. Minhas mãos começaram a brilhar levemente. Ao mesmo tempo
percebi que o senhorzinho ia relaxando, conseguindo se apaziguar com o seu próprio corpo, e então
dormindo. Levantei minhas mãos e olhei para elas. Elas ainda brilhavam, mas lentamente foi se esvaindo.
pg - 23
Passei vários minutos sentado em frente ao senhorzinho rezando. Buscando em minhas preces orientação
para o que tinha acontecido comigo.
- Mas então fui tomado por um profundo medo. Teria eu Despertado, Padre? Tal como os Inquisidores
descreveram sobre aqueles que estariam tomados pela magia que assola o mundo? Mas Padre, como
poderia ser o despertar algo tão ruim se o que senti quando curei o senhorzinho foi uma enorme von-
tade de fazer o bem?Eu sei que as feras farejam os Despertos para devorá-los, assim como a todos
aquelesque estiveram em contato com ele, mas não seria isso algo bom e que deveria ser protegido, ao
invés de ser caçado? Será que os Despertos não seriam abençoados por Deus, ao invés de amaldiço-
ados, como contam os Inquisidores?
- Por isso vim até você. Em busca de orientação. Pois na missa de domingo, as suas palavras alcança-
ram o meu coração aflito com essas dúvidas.
Sem ter tirado um momento sequer sua atenção ao Rafael, Padre Antônio segura nas mãos de Rafael e
os levanta na altura de seus pescoços, como se estivesse pronto para orar. – Rafael, acalme seu cora-
ção. Foi Deus quem lhe enviou até mim. Para lhe ajudar nesse momento de dúvidas.
- Você sabe que me tens como sacerdote para ouvi-lo e orientá-lo segundo os ensinamentos sagrados,
mas saibas que como amigo estou aqui para ajudá-lo. Fico feliz que tenhas me procurado, pois também
acredito em bênçãos nos Despertos. Mas antes que eu continue, permita-me pegar minha bíblia para
buscar trechos que possam ajudar nesse momento.
Então Padre Antônio se levanta e segue caminhando em direção à estante da parede, onde ele apa-
nha um livro grosso com capa escura e dura. Rafael permaneceu sentado, acompanhando com os olhos
o que o sacerdote fazia. De posse da Bíblia, Padre Antônio começou a caminhar de volta, olhando
para Rafael.
Todavia, no meio do caminho ele fez uma parada. E agora com um olhar pensativo falou ao Rafael -
Vou precisar da estola. Aguarde um momento que vou buscar em minha sala – Então ele se vira para a
esquerda, e caminha em direção à sua sala, ainda visível para quem estivesse sentado na mesa central.
Rafael continuou acompanhando o Padre com os olhos, e o viu abrindo e mexendo por uns 15 segun-
dos a gaveta de sua escrivaninha. Então ele puxa da gaveta a estola e volta caminhando em direção
à Rafael, para enfim senta-se novamente ao seu lado.
Padre Antônio então coloca a Bíblia em cima da mesa, entre os dois e fala - Rafael, coloque sua mão
sobre a bíblia.
Rafael sem questionar, assim obedece, colocando sua mão direita sobre a bíblia. Enquanto isso, o sa-
cerdote coloca em si sua estola, preparando-se para iniciar aquele momento sacerdotal com seu pa-
roquiano.
- Agora feche seus olhos, Rafael. Vamos orar juntos a oração que Jesus nos ensinou.
Rafael então fechou seus olhos e em seguida levantou seu braço esquerdo em graças à oração. Juntos
eles oraram o Pai Nosso, e no final Padre Antônio fez sua prece final.
- Oh Pai! Traga paz de espírito à esta ovelha. Permita-me guiá-lo através de sua sabedoria – enquanto
isso, ele retira do bolso da calça uma seringa e retira a proteção da agulha – Permita-me mostrar o
caminho da luz através de seus ensinamentos – ele levanta a mão com a seringa, como se fosse fazer
um ataque com faca – Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém! –então sua mão desce em
direção do pescoço de Rafael, aplicando o líquido da seringa no corpo do rapaz.
Rafael abre os olhos repentinamente e se levanta, surpreso e assustado com o que acabara de acon-
tecer com ele. Em resposta, Padre Antônio sentou-se, olhando para o rapaz. Então Rafael decidiu sair
dali, e buscou correr em direção à porta de saída. Mas infelizmente ele conseguiu dar somente alguns
pg - 24
passos. Seu corpo já não mais correspondia a sua vontade, rapidamente ficou letárgico e pesado. An-
tes que pudesse gritar por socorro, caiu no chão e desmaiou diante do poderoso sonífero que Padre
Antônio havia aplicado nele.
Com o corpo de Rafael desacordado em sua frente, Padre Antônio se levantou e caminhou em direção
à um telefone de gancho antigo fixado na parede, com seu discador circular ainda preservado. Ele
discou uns quatro números e então falou – Encontrei mais um Desperto. Tragam o carro, pois eu botei
ele para dormir aqui na secretaria da paróquia – ele aguarda alguns segundos pelos questionamentos
da voz do outro lado da linha – Não! Não chame os Inquisidores. Este Desperto tem o que é necessário
para entrar no Lírio Mimoso – volta a ouvir por alguns segundos e então desliga o telefone.
Ele volta seus olhos para Rafael deitado no chão e fala – Espero que você entenda.
pg - 25
RP
Home Page
Portal RPG Pará
Pa
no
RP
Aventureiros do Vale (Parauapebas)
Whatsapp
Whatsapp
Pa
RP
Grupo do Resistência RPG Belém
Grupo do RPG Pará
Grupo do RPG Castanhal
Pa
RP
Pa
RP
pg - 26
PG no Pará RPG no Pará RPG n
ará RPG no Pará RPG no Pará RP
Pará RPG no Pará RPG no Par
PG no Pará RPG no Pará RPG n
ará RPG no Pará RPG no Par
PG no Pará RPG no Pará RPG n
ará RPG no Pará RPG no Par
PG no Pará RPG no Pará RPG n
ará RPG no Pará RPG no Par
PG no Pará RPG no Pará RPG n
ará RPG no Pará RPG no Par
PG no Pará RPG no Pará RPG n
ará RPG no ParáRPG noRPG
Pará no Par
PG no Pará RPG no Pará RPG n
A sua Revista mensal! de RPG e Board Game no Estado do Pará!