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Felipe Soares - O Homem Que Amei - Aline Pádua
Felipe Soares - O Homem Que Amei - Aline Pádua
Ilustração: L. A. Designer
Sinopse
Dedicatória
Playlist
Prefácio
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Epílogo
Contatos da autora
Sinopse
isso;
Obrigada!
Dedicatória
Colocar um ponto final neste livro foi a parte mais difícil. Não os
queria deixar ir. Não queria permitir que acabasse. Contudo, em um
momento, no meio de uma conversa, o final veio. Tão claro quanto deveria
ser. Tão certo quanto imaginei que poderia fazer. A nostalgia que Felipe e
Laura me trouxeram, foi a de quando comecei a escrever. Esses
personagens surgiram nos dois primeiros livros que escrevi O que sobrou
do meu amor (sobre os pais de Laura) e O homem que não amei (sobre os
pais de Felipe). Precisei escrever isso aqui aos prantos, e de verdade, não
teria como ser diferente. Deixei meu coração todo e cada parte minha já
escrita nele. De alguma forma, construir esses personagens, me
descontruiu inteira. E eu só queria os agradecer. Esses personagens
Aline
Playlist
august – the 1
One – Ed Sheeran
“Eu não queria ir embora e esperar o dia seguinte. porque cansei dessa gente que
manda ter mais calma. E me diz que sempre tem outro dia. E me diz que eu não posso
esperar nada de ninguém. E me diz que eu preciso de uma camisa de força. Se você
puder sofrer comigo a loucura que é estar vivo. se você puder passar a noite em claro
comigo de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro, se você puder esquecer a
camisa de força e me enroscar no seu corpo para que duas forças loucas tragam algum
equilíbrio. Se você puder ser alguém de quem se espera algo, afinal, é uma grande
mentira viver sozinho, permita-se. Eu só queria alguém pra vencer comigo esses dias
(...)”
Tati Bernardi
Prólogo
Buried underground
Felipe
perigosas. O medo era meu acompanhante diário, por aquilo estava ali,
naquela exata rua. Mais uma vez, mudando de uma rua para outra.
— Eu... — tentei dizer, mas nada saiu. Era difícil e por mais que
quisesse parecer forte, eu não o era.
— Você mora aqui? Nas ruas? — foi então que notei a mulher do
si.
Resolvi que era hora de ir, enquanto ela falava algo baixo na orelha
do homem. Eu não devia estar ali, apenas para começo de conversa.
Assim, afastai-me aos poucos e tentei dizer algo, ao menos, agradecer pela
atenção, mas me contive.
caminho.
boca, paralisei.
minha mente, todos os dias, era que queria sair daquela situação. A questão
maior era que não conhecia nada além daquilo. Não mais.
— Para casa.
era diferente. Existia uma ternura nela, que não encontrei em mais
ninguém.
deixaremos com que decida onde quer ficar. — Caleb insistiu e não soube
como negar. Eu não tinha porque negar, por mais que tivesse medo. —
Qual o seu nome completo?
a cada vez que passavam, tudo ficava ainda mais bonito. Eu conhecia
aquele sobrenome, não apenas por ser famoso, mas com certeza, por serem
um dos mais ricos da cidade. Aquilo me aterrorizava, pois eu não tinha
absolutamente nada. Nada para lhes oferecer. O por que me levariam
junto? Eu não sabia, mas me vi buscando a resposta.
O que os Soares seriam para mim, e o que eu, seria para eles.
Capítulo 1
“É isso aí
Felipe
minha mesa.
pai.
posição de cobrança.
Não poderia negar que ela era uma mulher linda. Contudo, não
sabia dizer o que realmente me impedia. Gostava dela, das suas conversas
e da forma como era uma boa amiga. Na realidade, eu sabia exatamente o
que impedia. Aquele amor secreto e incubado ainda me cobraria por alto.
Talvez, por eu aceitar vivê-lo completamente sozinho, como minha irmã,
Babi, acusara certa vez.
deu de ombros.
— Olha, eu...
— Ok.
elevador, soltei o ar que mal sabia que segurava. Não sabia sequer como a
encararia depois daquilo. Talvez, o melhor, fosse perguntar a minha mãe
como negar o pedido de um encontro.
Puta merda!
Aos vinte e seis anos, e aquela era uma das “primeiras vezes de
coisas” que não gostaria de ter. Alguns minutos depois, e eu já estacionava
à frente do lugar que chamava de lar. Lembrava-me perfeitamente de como
fora atravessar as portas de uma casa e podê-la vê-la como um lar, depois
— Cheguei!
mesmo lugar, esperando, e eu sabia o que queria. Fui até ela, e assim que
me aproximei, senti os olhos de Laura em mim. Como se minha mente
ilusória não brincasse mais uma vez. Eu sabia que não era o seu tipo de
cara. Nem de longe.
— Agora sim. — piscou um olho e notei que voltara seu olhar para
Laura.
Mas eu sabia.
Laura
casa deles há um bom tempo. Nossa ideia era fazer algo surpresa e
diferente para o aniversário dela, usando o que ela mais amava como plano
indagou e tentei fingir que não sentia os olhos de Felipe em mim, assim
como, queria encará-lo.
que antes mexia, e desligando o fogo. — Mas acredito que elas nos
ajudarão e muito nisso.
— Sim, vou tentar falar com todas hoje e bom... temos duas
semanas até o aniversário. Acho que é um bom tempo. — assenti e ela deu
de ombros. — Pode já pegar seu lugar a mesa, porque vai almoçar com a
gente. — praticamente ordenou e segurei a risada.
— Mas tia Vic... — tentei argumentar e ela negou com a cabeça no
mesmo instante. — Ok, sem discussão por hoje! — levantei os braços em
sinal de rendição.
Felipe estava em uma das pontas, e como era uma mesa de oito
lugares, e mesmo assim, temi a proximidade com ele. De repente, perto
dele, minha mente se desfazia. Não imaginara que ele almoçaria em casa
justamente naquele dia. Ou melhor, que eu ficaria até o horário do almoço.
Contudo, estar ali era bom. Conversar com Victória, que era como uma tia
para mim, tornava tudo fácil. Além de que, Babi, sua filha, era minha
melhor amiga. Mesmo ela estando preso no trânsito, pelo que me contara
por mensagem.
me foi dada.
— Desembucha, Lipe.
A voz de Victória chegou até nós, enquanto ela colocava a travessa
com macarrão à bolonhesa sobre a mesa. Olhei a interação entre eles, e
tive que sorrir. Era claro que ela o conhecia como ninguém.
A voz de Danielle chegou até nós e sorri para ela, que primeiro
veio até mim, dando-me um beijo no rosto.
Masculinidade frágil não se via ali, e fiquei ainda mais feliz com
aquilo.
uma vez, e só percebi que falei demais no segundo que as palavras saíram
de minha boca. Dei de ombros, tentando disfarçar, e senti o olhar de todos
sobre mim. Porcaria de boca grande. — E realmente, tenho um jantar com
amigos no meu apartamento hoje, então...
— Eu...
A voz rouca me tinha por completo, e ele estava tão perto que quis
gritar para que apenas ele aparecesse no meu apartamento. Apenas ele e
eu. Aquela seria uma ótima noite. Ao menos, o era, nos meus sonhos mais
profundos.
Puta merda!
Ali, tive novamente a certeza, que não deveria sentir nada por ele.
Felipe
Vê-la com outro sempre me deixava sem chão. Não queria passar
pela mesma experiência novamente. Não depois de ter que fingir e sorrir
por toda uma noite, até dar tempo suficiente para fugir daquele lugar. Não
compreendia tão bem, da mesma forma, que eu soube que ela era
apaixonada por Christopher antes de todos.
ainda mais, pelo fato de ela ser minha melhor amiga. Mas, Lipe... Não tem
— Porquê da última vez que fui lá, eu fiquei a noite toda dançando
com alguém que não queria, e a vendo nos braços de outro. Tudo o que
ganhei ao tentar foi um boa noite, e nem sequer a chance de espaço.
— E se ela...
— Não vem com seu pessimismo ou realidade distorcida. —
cortou-me rapidamente. — Você pode não ter notado, mas você deu um
“não” na cara dela, na frente de todo mundo no almoço, tão fácil que... Eu
tenho certeza, que mesmo que não sejam próximos, aquilo deixou Laura
completamente sem graça.
— Esqueceu que não tem como ter certeza de algo sem saber a
versão da outra pessoa? — perguntou e me deixou completamente sem
palavras. — Sabe que estou aqui, sempre. Para desabafar, para beber, para
conversar, para brincar... Mas você precisa lutar pelo amor que sente.
pulando da cama.
— Isso, você vai saber se for até o apê dela. — falou, quase
cantando, e acabei me sentando, olhando-a incrédula. — E nem me olhe
assim!
— Eu? — ela indagou e notei de canto de olho, que vinha até mim.
Babi parou ao meu lado e se abaixou, dando-me um beijo no rosto. — Ela
está solteira. — praticamente sussurrou, e quando voltei a mim, ela já saía
do quarto, praticamente arrastando Christopher com ela.
garrafa de vinho. Babi já comentara que era uma das bebidas favoritas de
Laura. Bati em minha testa e neguei com a cabeça. Ela poderia
simplesmente bater à porta na minha cara e me achar maluco – uma parte
minha considerou.
I think he knows”[5]
Laura
— Eu sei que devia ser mais simples, Rafa. — comentei com meu
primo, e pude ouvi-lo bufar do outro lado da linha. — Sei que não é o
assunto top 1 da lista que queria me ouvir falar, mas...
disso né?
parecia que um caminhão passara por cima de mim. Aquele era o que mais
me assustava sobre Felipe. Uma simples fala dele tinha o poder de me
desestruturar por completo. Sem eu permitir e muito menos, sem querer.
— Mas eu...
que ser mais clara. Não precisa desse drama todo, por mais que te
conheço e sei que 99% de você é assim.
Falar sozinha era um hábito que nunca perdi. Desde criança e até
hoje era o que mais fazia. Ajudava-me a colocar os pensamentos em
ordem, ao dizê-los em voz alta. Suspirei fundo e toquei no número,
engolindo sem seco. Era só ligar! Por que diabos eu estava tão hesitante?
— Nota 0, Laura!
Praguejei e fui até o interfone, vendo que era uma bela covarde.
Onde ia parar toda minha iniciativa quando se tratava de Felipe? Talvez
Soares. — meu coração falhou uma batida e senti todo meu corpo tremer.
Eu estava sonhando?
— Sim sim. Felipe Soares! Disse que é o irmão de sua amiga, Babi
Soares.
Levei as mãos aos cabelos e corri para o meu quarto. Pelo caminho,
olhei para a situação do apartamento, que aparentemente parecia
organizado. Assim que cheguei ao espelho que emoldurava toda a parede
do lado da cama, olhei para meu pijama cumprido e me indaguei se ficar
fechando a porta dele. Sequer sabia porque estava deixando a cama livre.
Na verdade, lá no fundo, eu sabia. Não custava nada sonhar, não é?
trazia uma garrafa, que se não estivesse tão intoxicada por sua presença, já
cima abaixo, fez com que meu coração errasse outra batida e meu corpo
implorasse pelo seu toque. A gente se encarou e eu poderia jurar que ele
sentia a mesma antecipação cortante. Era naquele momento em romances
em que se ligava o foda-se e pulava sobre o colo dele, sem querer mais
pensar? Pois era exatamente o que queria fazer.
Capítulo 5
“I hate accidents
Felipe
estava preparado para de fato vê-la. A cada andar que subia, apenas
pensava que precisava ficar calmo e tranquilo, que teriam outras pessoas
lá, e que tudo bem, eu apenas tentar me enturmar com ela. Mesmo que a
frente de outros. Apenas torcia para que Babi estivesse certa e Laura não
tivesse um namorado. Vê-la com outro, tão feliz, me acertara por completo
quando aconteceu. Não precisava repetir tal experiência.
A porta se abriu e tentei abrir um sorriso, mas ainda assim, parecia
congelado. Quando ela entrou em meu campo de visão, parecendo
como agir. Contudo, sabia que não era apenas o físico que me atraía.
Existia muito mais.
lado meu. Nunca fora bom em falar abertamente e usar palavras. — Você
já conhece todo o apartamento? — perguntou de repente, degustando um
pouco do vinho.
— Acho que não fui uma boa anfitriã das outras vezes. — falou,
encarando-me e passando à frente do balcão.
— Ok.
De repente, era tudo tão íntimo que, pela primeira vez, via-me
desejando que ela me desejasse no mesmo momento. Nunca pensei que
Laura Gutterman me daria alguma chance. Porém, ali, poderia jurar que ela
me olhava como um homem – não apenas como o irmão de sua melhor
amiga. Segui-a pelos cômodos, e a cada luz acesa, surpreendia-me com as
cores ornando e como tudo parecia com ela. Quando paramos a frente da
última porta, o vinho em minha taça já acabara e o dela também.
isso, temos eu. Pode ter certeza que drama e falação são minhas
especialidades. — deu de ombros, e seguiu pelo corredor, em direção a
sala que viemos. Fui em seu encalço, e notei que fora até a garrafa e
colocara mais vinho para ela. — Suponho que tenha usado sua vinda aqui
como uma desculpa para não sair com...
— Resolvi ser sincero com ela e dizer que não queria... não como
ela queria. — confessei, e a surpresa no olhar de Laura fora óbvia. —
Parece tão surpresa. — arrisquei dizer e ela assentiu.
— Felipe! — meu nome saindo de sua boca era tão diferente, que
me fizera olhá-la de imediato. — Não precisa se esconder diante de um
elogio. Aposto que já ouviu isso de muitas pessoas.
Laura
noção da força que suas palavras tinham sobre mim. Suspirei fundo, e por
um segundo, tentei entender se aquilo era bom ou extremamente ruim.
loucura, todo aquele desejo e vontade, não ser correspondido. Mas a forma
calma e serena de Felipe, demonstrava que ele apenas me via como a
melhor amiga de sua irmã.
Sentia-me patética.
que sentia. Agora, era como se visse tudo mais claro. Felipe amava outra
mulher. Por aquilo e talvez, por muito mais, ele nunca me olhara. Tal
informação fora como levar um golpe no estômago, ou até mesmo, como
se dissipasse minhas secretas esperanças. Não sabia ao certo o que
poderíamos ser, ou como nos queria. Porém, saber que ele amava outra,
apenas mostrava que seria impossível.
— E por que não estão juntos? — eu devia frear minha boca, mas
não conseguia.
Era como se precisasse saber tudo dele, assim como, tudo sobre ela.
Quem poderia ser? Era minha grande indagação. Naquele momento,
apenas queria ligar para Babi e a obrigar a me contar sobre quem ele era
apaixonado. Contudo, ela sequer sabia do que eu sentia por ele. Nunca
consegui colocá-la em tal situação. Poderia ser ainda mais complicado.
poderia ter me apaixonado por algum dos meus ex? Seria tudo tão
simples. — Ela é intocável, digamos assim.
sua confissão. Porém, vi-me indo até ele, e parando bem próxima, como se
fossemos velhos amigos. Ali, há um fio de cabelo de distância dele, sabia
que não queria ser apenas sua amiga.
Queria saber se aqueles lábios tão misteriosos eram tão bons como
em meus sonhos.
— Acho que eu posso cuidar dos seus medos por alguns segundos.
— falei, e afastei meus dedos de seus lábios.
Passei as mãos por seu rosto, e poderia jurar que morreria apenas
por sua pele em contato com a minha. Era como meu sonho mais secreto e
impossível se realizando, ali, na minha cozinha.
— Laura...
Não saberia dizer quem deu o primeiro passo, mas senti suas mãos
em minhas costas, e de repente, seus lábios nos meus. Felipe tinha gosto de
pecado. O mais belo e delicioso. Agarrei-me a seu pescoço, como se fosse
minha fonte de vida. Enquanto minha boca implorava pela dele, e seu
corpo, puxava-me para si. Aquela pegada naquele homem era
simplesmente transcendental.
Or fades in time[8]
Felipe
ela para sempre. Talvez, estivera desde sempre. Temia a assustar com toda
aquela intensidade. Aprendera com minhas irmãs, que eu era de tal forma.
Não sabia fingir que não sentia nada. Não sabia medir os sentimentos
quando os expunha. Eu simplesmente, deixava-os, me tomar.
minha, era como se pudesse esquecer tudo e permanecer ali, com apenas o
seu nome em minha mente.
Ele não morava por ali, pelo pouco que sabia. Se mudara para o interior,
junto com a esposa.
acontecera entre nós. Mesmo que aquele pouco significasse tudo para mim.
Sem querer pensar em mais nada, meus lábios foram para os seus,
devorando-a. Suas mãos sob minha camiseta, fazendo meu corpo todo
implorar por mais. Minhas mãos em sua nuca e cintura, trazendo-a para
mais perto, como se fosse possível sermos apenas um. Eu sabia que era. E
sabia, que era o queria para aquela noite... e todas as demais.
Capítulo 8
Laura
queria. Trouxe suas mãos para minha cintura, onde ele me apertou de
forma que fez todo meu corpo tremer, e intercalava entre minhas costas e
pescoço. Eu não queria apenas ali. Eu queria seu toque por todo meu
corpo.
Sabia um pouco de seu passado. Sabia que ele não tinha uma
história de vida nem um pouco parecida com a minha. Nem de longe, com
da maioria das pessoas. Não saberia dizer se ele realmente transara com
alguém algum dia. De certa forma, a ideia de aquele homem me pertencer,
tornava-me voraz. Ele poderia me chamar de sua também, se o desejasse.
Gostava de como aquilo soaria entre nós, ainda mais, se queimássemos
juntos.
corpo. Sorri, quando se afastou pela falta de ar e puxei seu lábio inferior
com os dentes.
— Eu não posso prometer que vai ser perfeito, eu... — notei sua
fragilidade, e poderia jurar que sua mente girou sobre “n” questões, menos
em nós, pela primeira vez, naquele exato lugar. — Eu sou virgem. — sua
admissão não me pegou de surpresa. Suspirei fundo, tentando entender a
dimensão de que ele desejar estar comigo, tomava. — Não sou como a
maioria dos caras que conheceu, ou...
— Não quero que seja como ninguém. — admiti, tocando seu rosto
e tentando deixar para ele, todo o sentimento que me invadia. — Apenas
quero que seja você. Nada mais.
— Eu não sei o que fazer, mas... Sei o que quero com você. —
confessou, a voz mais rouca e sedutora, fazendo todo meu corpo se
arrepiar. — Quero te sentir na minha boca.
— Pode não saber o que faz, mas saiba que é uma tortura. —
comentei, e gemi baixo, quando sua boca encontrou o lugar que mais o
necessitava. Gemi alto, sem conseguir me conter, e por um segundo fechei
os olhos, sentindo que poderia morrer feliz ali.
descendo entre beijos, mordidas e lambidas por seu torso. Sabia que ele
estava mais do que pronto para mim, e a forma como estava sendo
torturado em seu olhar, como me deixara antes, fizera-me regozijar por
dentro. Talvez, aquele desejo pudesse ser mais. Muito mais.
Minha boca desceu sobre ele, e ele arfou alto. Meus olhos nos dele.
Suas mãos em meus cabelos, apenas ali, como se me incentivando a
continuar. Não pararia por nada no mundo. Apenas queria me perder em
seu corpo, enquanto o meu fervia, e desejava, que ele me tomasse.
queria, suas mãos me forçaram para cima, fazendo-me subir sobre ele. —
Eu não quero que seja assim.
sanidade. Senti suas mãos em minha blusa, que sequer lembrava que ainda
usava, e de repente, estava nua sobre ele. Completamente.
sempre. Era muito melhor que meus sonhos molhados sobre ele.
E assim foi...
Capítulo 9
Felipe
Eu não sabia quanto tempo estava apenas ali, olhando para ela.
Sobre meu peito, Laura dormia tranquilamente, e podia sentir seu sorriso
contra minha pele em alguns momentos. Ela parecia em outra dimensão
enquanto sonhava algo que parecia tão bom, quanto a realidade, de eu estar
imerso dela. Apenas dela.
Passei as mãos levemente por seus cabelos, sem querer sair dali e
muito menos, ir para longe. Porém, o tempo tinha passado, e já era
praticamente de manhã. Apenas tinha na memória que apaguei com o som
de sua voz me desejando boa noite e um beijo em meus lábios. Se um dia
sonhasse como seria minha primeira vez na cama com alguém, nunca
ela me prendesse a si, e finalmente, pudesse ser eu mesmo. Ali entendi que
mesmo que minha vida fosse diferente no passado, eu nunca encontraria
em outra mulher o que ela me fez sentir.
sorrindo.
— Queria poder tomar café com você e... Mas hoje é o dia semanal
em que passo um tempo a mais com meus irmãos mais novos. Se não, eles
me acham uma desnaturada e me acusam de abandono fraterno. —
argumentou, fazendo-me rir largamente, e lembrar-me de Miguel.
— Tenho certeza que não tem um grama nesse corpo que não seja
bom em algo. — seu tom se modificou por completo, prendendo-me a teia
de sedução que ela instantaneamente construía.
Não pude resistir e levantei meu torso, chegando perto dela. Toquei
seu rosto e notei a forma como reagira a mim. Ela sentia a mesma atração
– parecia simples e nítido ali.
Joguei minha sanidade para longe e apenas puxei-a pela nuca, seus
lábios novamente nos meus. De repente, aquele sonho parecia uma
realidade contínua. Queria que perdurasse e faria de tudo para que sim.
Assim que adentrei a grande porta da sala, não pude evitar fechar
os olhos e soltar um suspiro alto.
me explicar, e só então percebi que era a primeira vez que não dera
nenhuma satisfação a meus pais.
— Mãe, eu...
— Minha rainha.
A voz de meu pai invadiu o ambiente, e pelo seu tom, sabia que ele
segurava a risada. Assim que seu olhar chegou ao meu, eu praticamente
implorei por socorro. A versão mãe de Victória Soares poderia ser
embaraçosa e maluca, como minha irmã mais velha, Luna, sempre dissera.
Aquela era a primeira vez que me via sem saber para onde correr na minha
própria casa.
Meu pai então deu um leve beijo nos lábios dela, como se a
distraindo, e abriu os olhos antes que ela o fizesse, fazendo sinal com a
cabeça para que eu subisse as escadas. Assenti, seguindo meu caminho,
porém, ainda pude ouvir ela gritando as minhas costas.
Eu sabia que ela estava, assim como, meu pai estava. Eles me
deram um mundo novo e me fizeram acreditar novamente que a vida
poderia ser bonita.
me no chão mesmo, sem conseguir acreditar no salto que minha vida dava
em menos de vinte e quatro horas.
baixinho parte do que lembrava do que ela cantara. Aquela seria uma nova
Laura
— Cheguei!
Meu grito poderia ser ouvido na casa vizinha, tinha certeza. Abri
— Mamãe...
— Sei que odeia quando te leio assim, ao mesmo tempo, que ama,
porque é a prova de que nos conhecemos muito bem. Só quero pedir para
que tenha cuidado e calma com Felipe, ele...
— Acho que sim. Ao mesmo tempo que, sinto que qualquer lugar
pode ser bom com ele.
Era a realidade.
Não sabia praticamente nada sobre. Porém, sabia que seria incrível
se ele fosse o cara certo. No fundo, sabia que era ele. Talvez, sempre
soubera. Desde o primeiro olhar, até seu corpo ser meu. Não conseguia
parar de sorrir, mesmo que estivesse em uma luta contra o amor intocável
dele. Eu era o oposto. Ele poderia me ter, me querer, me tocar... quando
quisesse. Esperava que minha intensidade não o assustasse. Porque no fim,
eu era daquela maneira.
Mistério” no visor, senti que poderia gritar ou cantar. Queria poder rodar
pela cozinha, e quando percebi, estava fazendo aquilo. Sem sequer olhar o
conteúdo, e eu me sentia no céu por conta de uma mensagem.
sorria.
Eu estava igual.
Se é normal, eu não sei. Mas, de uma coisa tenha certeza – nunca me senti
assim antes.
tive a certeza de que Felipe não era um amor para se esquecer. Não era
apenas o primeiro amor para ter saudade. Eu não queria esquecer. Eu não
queria sentir falta.
Laura
O coração na boca.
Por Deus!
Aquele era uma parte dos meus sonhos impossíveis que poderiam
todos ser realizados exclusivamente por ele. Pois, apenas o incluíam. Se
ele soubesse...
— Ei! — falei, tentando fechar meu batom com apenas uma mão e
não tentando parecer completamente desesperada.
— Laura...
Sabia qual era seu carro, pois ele me mandara a mensagem com a
placa no segundo em que pisei na rua. Felipe Soares estava na mesma
página que eu, com toda certeza, mesmo que não soubesse o que
— Senti sua falta. — foi tudo o que pude dizer, antes de seus lábios
carro.
— Posso?
Ele com toda certeza não sabia o quanto a sua inocência e polidez o
deixavam ainda mais sexy. Me deixava ainda mais maluca por ele. Sabia
exatamente o que queria, e assenti, soltando um suspiro de desespero no
aquilo acontecer?
marcas em mim, por mais que uma noite. Por todas as noites, pelo resto da
vida. Seria maluquice? Eu adoraria ser considerada maluca, se fosse para
senti-lo. Apenas para senti-lo.
Capítulo 12
So I take my time
Felipe
— Estou vendo sua cabeça pegar fogo de tanto que pensa. — sua
voz chamou minha atenção, como se fosse a gravidade me puxando. Senti
seu braço envolver o meu e ela sorriu. Não consegui fazer outra coisa do
Ela tinha sido minha primeira. E em minha mente e âmago, desejava que
fosse a única. Suspirei fundo, e quando coloquei a mão sobre a mesa, senti
a sua sobre a minha. Para ela, parecia simples, como respirar. Simples
como fora gostar dela... Apaixonar-me por ela. Temia que perdê-la fosse
da mesma maneira. Não queria vê-la escorregar entre meus dedos.
forma.
— Mas ela ficou mais feliz por me ver fazendo algo que
tecnicamente, faz-se antes da minha idade. — dei de ombros. — E Miguel
foi tentar dormir comigo, quase como sempre, e não me encontrou. De
manhã, foi birra atrás de birra.
— Talvez Miguel seja a veia dramática da família, por isso, me dou
bem com ele. — comentou e não pude negar, pois notava a forma como
Laura era, mesmo de longe. Nunca pude não o notar. — Mas e Babi? —
perguntou e notei que sua voz mudara repentinamente.
— Ou qualquer horário.
Nos olhamos por um segundo que pareceu durar uma vida inteira.
Por um segundo, eu consegui ver novamente tudo de nós interligado. Além
Laura
segurei ainda mais firme a mão de Felipe na minha. Puxei-o comigo até o
balcão do bar, e que felizmente, continha menos pessoas. A pouca luz não
me permitia vê-lo por inteiro ali, contudo, os olhos castanhos ainda me
consumiam com seu brilho.
pernas.
Ele sorriu de lado, do jeito sexy que apenas enxerguei nele, com a
covinha esquerda dando ainda mais destaque ao rosto perfeito. Não tinha
algo nele que me fazia desgostar. Não tinha algo dele que me fazia querer
correr.
— Bom, amo vinho, mas quando saio, para dançar prefiro cerveja.
— comentei, dando de ombros e me virei para pedir uma ao barman.
Assim que me voltei para Felipe, notei que seu olhar não saía do meu
corpo. — O que foi? — perguntei e ele sorriu abertamente, passando uma
mão levemente pelos cabelos.
cabines. Era um lugar para simplesmente ficar mais à vontade com amigos,
ou então, com aquela pessoa que você quer que seja apenas sua por alguns
segundos, mesmo com os olhos do mundo ao redor.
— Dani deve ter ficado furiosa com ele aparecendo dessa forma. —
apontei o óbvio e Felipe assentiu. — Aliás, eu tenho uma pergunta, que
acho que nunca, nem quando tentei sem querer tirar de Babi, consegui a
Uma de suas mãos veio para minha coxa, e assenti para ele, ao
notar que claramente pedia permissão para permanecer ali. Toquei seu
rosto e fiquei por alguns apenas o encarando – admirando-o. Olhar para
ele, tão de perto, me fazia esquecer por completo do que fazia. Do que
fazíamos ali. Só queria parar e memorizar cada detalhe. Tocar cada
detalhe.
— Babi comentou por cima sobre Castiel sentir ciúme de você. —
falei e ele assentiu, como se pensando a respeito. — Não preciso dizer que
achei isso sem sentido, mas... Sabendo do histórico dos Soares no amor, e
de como Dani e Castiel passaram maus bocados...
Assim que as palavras pularam de minha boca, notei que não falava
a respeito de ninguém mais, mas sim, de nós. Os olhos castanhos de Felipe
sempre me disseram muito mais do que a boca dele. Na realidade, a boca
dele nunca me entregara absolutamente nada até um dia atrás. A não ser, a
negativa de que jamais teria alguma correspondência.
Pensei sobre a mulher que ele dissera “mais que gostar” momentos
antes de estarmos perdidos demais em nós, que duvidava que ela pudesse
do estofado. Toquei seu peito com a outra mão, e notei seu coração
acelerado como o meu. Eu tinha tanto a falar, mas quando nossos olhares
se encontraram novamente, sua boca finalmente se tornara parte da
resposta.
Seria egoísta demais desejar que todas as batidas fossem para mim?
Capítulo 14
Whenever, wherever
Felipe
Victória Soares quando viciava em algo, fazia a casa toda fazer o mesmo.
Tive que rir, pois era alguma das reclamações que ouvira dela
também.
passos atrás e felizmente, existia uma coluna perto dali. Não sabia ao certo
o que fazer durante as músicas, era um fato. Encostei-me e paralisei ao
notar Laura se encaminhar para um pequeno palco ao lado da dj. Tinha um
poste ali, e não pude evitar os pensamentos que me vieram em mente.
Sequer tinha notado aquele local antes. Talvez por estar preso
demais ao corpo e olhos de Laura. Talvez porque estava me esforçando
para não me sentir um peixe fora d’água. Ali, entendi que ela me fazia
sentir parte. Parte de uma noite com ela. Parte de um local que não me
rebolou, em mim, sobre mim. Fechei os olhos por um segundo, sem saber
o que fazer. Sem saber como agir, e a única coisa que me vinha em mente
era fugir com ela para seu apartamento. Ela então segurou em meu pescoço
e senti seus lábios em meu pescoço, e de repente, sua voz em minha
orelha.
seu queixo. — Eu não sei o que fazer com você. — falei, sendo totalmente
honesto e o sorriso em seu rosto aumentou ainda mais.
que ela desejasse. Mas temia que os meus sentimentos por ela fossem
demais para o que estávamos vivendo.
— Sim, senhor.
Assim que encontramos o carro, meu corpo foi puxado para o dela,
e seus lábios vieram para os meus. Não pude evitar um rosnado baixo, no
segundo em que ela gemeu em minha boca. Suas mãos em meu corpo,
desejando mais. As minhas em seus cabelos, querendo-a por completo. De
algum jeito, consegui abrir a porta do carro para ela, e no momento em que
me sentei no banco do motorista, seu corpo veio para o meu. Como se eu
já tivesse feito aquilo milhões de vezes, de automático, desci o banco em
talvez não devesse, porém, sentia-me vivendo algo que tanto lutava para
ser – apenas eu. Sem precisar mudar ou ser diferente. Ali, soube que o
desejo que sentia por Laura era único, simplesmente, pela forma que ela
me fazia sentir.
Laura não pedia nada além do que eu era, ou poderia dar. Ela
parecia me conhecer melhor que eu naquele curto intervalo de tempo. Ao
menos, ela conhecera perfeitamente meu corpo em apenas dois dias.
Queria que de alguma forma, ela desejasse conhecer meu coração e alma.
Capítulo 15
Laura
ali, mas não conseguia desviar dele. Felipe dormia na minha cama como se
fosse seu lugar certo de estar. E eu, não podia evitar que meus
pensamentos voassem para nós no futuro. Não conseguia parar de pensar
de como desejei aquilo por tanto tempo, e temi tanto quanto, que achei que
seria impossível.
da minha melhor amiga. Suspirei fundo e toquei seu rosto levemente, sem
conseguir evitar suspirar por ele mais uma vez naquele dia.
ainda o era. Sabia que o que senti ao vê-lo pela primeira vez no jardim da
sua casa, não poderia ser disperso com o vento. Apenas o evitei o quanto
pude. Talvez por medo do que sabia que poderia sentir. Talvez por ter
outras prioridades no momento, além do amor. Talvez por saber que a
história dele, não se assemelhava nem um pouco a minha. E eu sabia
apenas o mínimo sobre como fora sua jornada até nossos olhos se
cruzarem.
Sentei-me na cama, e virei meu olhar para ele. Não pude evitar
de: eu mesma, feliz porque era a segunda noite que passava com o homem
que era apaixonada. A Laura de anos atrás, jamais acreditaria na Laura do
hoje, se ela contasse. Talvez minha mãe estivesse certa quando disse que o
amor acontece, quando tem de ser. Quando os dois permitem ser. A
realidade era: quando dona Melissa não estava certa sobre algo?
não era das melhores, não mesmo. Assim que terminei a música, ainda
encenando meu show privado de felicidade, saí de meu momento no
segundo que ouvi a voz alta de Felipe ao final do corredor.
favor, acorda! — pedi, e senti uma de suas mãos segurar com força meu
braço, como se apegando ao que tinha mais próximo. Notei a outra fazer o
mesmo com o lençol da cama, e no segundo em que pensei em ligar para
Babi, e gritar por socorro, já não sabendo o que fazer para tirá-lo daquele
Sabia que poderia ser sem nexo dizer aquilo, no entanto, sabia que
poderia ser o mínimo que ele também buscava. Só queria que a dor que
enxerguei em seus olhos, fosse embora.
fosse. Contudo, não sabia do se tratava o seu pesadelo, muito menos, se era
recorrente. Naquele segundo, entendi mais uma faceta do amor que minha
mãe contava em seus livros, a qual, pensei que nunca compreenderia por
completo. “Às vezes se ama tão instantaneamente, que demora a entender
que existe um outro ser humano inteiro do outro lado para querer, para
amar, para cuidar. O amar à primeira vista, é apenas o primeiro passo de
conhecer o seu amor como um todo por outro ser.”
tocando levemente seu rosto e sentindo uma lágrima descer por seu rosto.
By your side
Felipe
ele tentava me ensinar o básico que sabia. E bom, ele era o melhor. — falar
de Guto sempre me doía demais. Doía pelo fato de que nunca conseguiria
esquecer o que ele fez por nós. E principalmente, o que fez por mim. —
Quando ele completou dezoito, ele conseguiu um emprego “melhor”... —
fiz aspas com as mãos e odiei-me por aos onze, nunca ter desconfiado de
nada. — A gente era pobre e eu sabia, mas a gente tinha comida na mesa,
tudo por ele. E aí... Um dia, ele disse que tinha que ficar mais que uma
semana longe, que era o tempo que ele levava as vezes... trabalhando. —
suspirei fundo e fechei os olhos. — Mas daí, se passou um mês. Eu só
sabia dele através da Bruna, amiga dele, que sempre me trazia as refeições
nos horários certos que ele combinava. Um dia ela apareceu e me mandou
sumir com ela. Sumir pela cidade... Eu não entendi na hora, mas fiz o que
ela mandou. Ela foi comigo, e eu descobri no dia seguinte o que ela queria
dizer. Quando a gente se aproximou da casa que era minha e do meu irmão
até então, ela estava cinza e preta. Pelo fogo que atearam nela.
— Lipe...
repetia. A nossa casa em chamas, Guto ao meu lado, com gasolina em seu
corpo. E eu gritando para que me levassem no lugar dele. O fim sempre era
eu, assistindo meu irmão sendo queimado vivo. — O meu pesadelo sempre
é com... — tentei dizer em voz alta, mas como sempre, travei. Era aquela
parte que doía demais. Nunca consegui parar de me culpar pelo que meu
irmão fizera. Seja lá qual fosse seu acordo com tais pessoas. Sabia que ele
fizera o necessário para que eu tivesse o que comer e um teto. Sabia que no
fim, ele morrera por minha causa.
— Eu até tentei encontrar minha tia, mas... descobri que ela faleceu
meses antes. Foi aí que aceitei que as ruas eram meu novo lar, e tentei ao
máximo, sobreviver a cada dia. Tive ajuda de pessoas no caminho... —
naquele segundo, lembrei-me perfeitamente de quando o olhar de Laura
chegou ao meu pela primeira vez. — Pessoas que me permitiram ter bons
momentos mesmo nos piores momentos deles. E assim foi, até que
conheci, completamente sem querer, ou num quase acidente – Caleb e
Victória.
— Babi diz que sua história com eles foi como família à primeira
vista. — comentou, e tive que sorrir, em meio as lágrimas.
escolheram como seu filho, naquele exato momento. Eu até tentei fugir
uma vez, com medo de que a minha presença tivesse levado Caleb ao
hospital... Mas Victória, minha mãe, me fez ver, pela primeira vez, que eu
tinha novamente uma família. A família que Guto tentou me dar, a todo
custo. E que lhe custou tudo. Eu pus na minha cabeça que não podia abrir
mão do que amava, assim como meu irmão, nunca abriu.
ela. Como fora com meus pais e irmãos, eu não me sentia invadido por ser
verdadeiro. Senti-me ainda mais parte dela. — A ligação que criei com
Luna, Babi e Miguel, é tão forte, que as vezes, nem eu sei como tive tanta
sorte.
tenho a sensação de que ele é tão parecido com Guto, em pequenas coisas.
Em como ele fala algumas palavras ou como amarra o cadarço do tênis
todo errado. Sei que pode parecer maluquice para algumas pessoas, mas
até conversei com meus pais sobre, e claro, na terapia. Pode ser uma parte
minha, que queria ter uma segunda chance com Guto, e talvez, por isso o
enxergue em Miguel.
naquele momento.
Nunca me imaginei abrindo tudo para alguém que tivesse meu coração.
Entendia que trabalhava para ser meu melhor há anos com a terapia, e
ainda mais, tentando ser o meu melhor para minha família. Entendia que
também, Guto sempre seria parte de mim, mesmo que não mais presente.
Mesmo com a culpa ao meu redor. Ali, nos braços de Laura, entendi que
estava me abrindo, justamente, porque senti que era certo. Assim como,
senti que era certo aceitar o convite de Caleb e Victória há cerca de cinco
anos.
— Temia que seu olhar mudasse sobre mim. Sei que algumas
pessoas se comovem e sente pena mesmo que não queiram passar isso, e...
mim, beijando levemente sua testa. — Obrigado por ouvir a parte nada
bonita, espero poder compartilhar coisas boas em algum momento.
— Bom, por mais que a gente se pegue em qualquer canto por aí...
— comentou, provocativa, fazendo-me rir. — Não posso deixar de
esquecer da forma como contou sobre a reação dos seus pais por saberem
que dormiu fora. Ainda mais, os ciúmes de Miguel. E agora, eu sei do seu
amor pelo seu outro irmão. E lindo, mesmo em meio as coisas não bonitas,
esse amor é algo que muda tudo.
Não pude evitar sorrir para ela, notando que sempre que me
faltavam palavras, ela estava ali, para usar as melhores que existiam por
nós. Laura parecia um complemento perfeito, em todos os sentidos.
But I stay when you're lost and I'm scared and you're turning away
Laura
para que sentasse a minha frente, de costas, ele seguiu o comando sem
hesitar.
Meus braços ao seu redor, traziam a água quente para ele, junto aos
sais de banho perfumados que colocara um tempinho antes de água ficar na
então, lilás e verde água. — pisquei um olho e ele sorriu lindamente, como
se fosse possível iluminar o banheiro todo. Estávamos nós ali, com a luz
amarela mais baixa de alguns pontos que deixei estrategicamente acesos.
Não era uma novidade para eu fazer aquilo. Sempre o fazia sozinha. Era
diferente, dividir aquele momento com alguém, e simplesmente
acontecera.
— Minha vez. — falou calmo e baixo, fechando os olhos castanhos
e sorri por notar que ele parecia estar realmente relaxando. Como se
uma constante.
realidade.
Dias depois...
Felipe
A voz alta e feminina a minha frente, fez com que piscasse algumas
vezes e voltasse a realidade. Sequer percebera, mas por alguns segundos
apenas me deixei levar com as lembranças da minha última noite com
Laura. De repente, era como se vivesse um relacionamento, mesmo que
não tivéssemos nomeado aquilo. De repente, via-me suspirando por cada
canto ao lembrar-me dela.
— Nunca te vi tão longe do trabalho. — Gabi comentou, deixando
a pilha de documentos que carregava sobre minha mesa.
deles, mesmo que já me sentisse parte. Ganhara uma nova família, que me
apresentou muito além do dinheiro e fama que tinham, eles me entregaram
seu amor. E lembrava-me, todos os dias, do pedido de minha mãe,
Victória, quando me colocara para dormir pela primeira vez, sendo que eu
tinha vinte e um anos na época. Lembrava-me da forma que sorriu e pediu
baixo, antes de beijar minha testa: não esqueça de sonhar os melhores
sonhos, menino lindo.
pesadelos que tinha, e que ela descobrira logo após começarmos a ser uma
família de fato, quando voltava a realidade, notava que eu estava seguro.
Mesmo que minha saudade e dor pela perda de meu irmão nunca
passassem. Elas eram partes de mim, assim como, os Soares se tornaram
uma.
percebi que não estava comigo. Não era tão apegado aos eletrônicos de
fato. — Só me deixa ver se deixei o celular na sala do meu pai, ok?
aprontou algo?
Luna, o de Babi... preciso nem dizer, né? E agora, eu tento controlar sua
— Apenas viva a sua vida do jeito que quer, filho. Isso que
queremos para você, mesmo sendo malucos e emocionados demais. —
— Tá bem.
tempo, porém, ainda existiam ressalvas sobre mim, que não conseguia
mudar. Não era bom falando com as pessoas, era um fato inevitável.
Change my priorities
Laura
eu tinha sobre nós, antes de qualquer coisa. Jamais aceitaria que ele me
quisesse pela pressão de ter que querer. — É diferente, eu não sei explicar.
Ainda é tudo muito recente. — Babi me encarou com interesse e notei o
brilho em seu olhar.
— Te conheço bem o bastante para saber que esse cara deve ser
mesmo diferente. — apontou e sorriu dando de ombros. — Não vou te
pressionar sobre, ainda mais, porque não me pressionou sobre Christopher.
— Sei que conversei com sua mãe, vulgo, chefe, e ela liberou para
essa tarde comigo! — piscou um olho, e afastei a cadeira, incrédula.
virei para Babi. — Como está o noivado/casamento com seu boy? — ela
suspirou alto, e finalmente, entendi por completo o quanto era estar como
ela – perdidamente maluca por alguém, e não de maneira ruim.
alguns dias que apenas quero me trancar com ele em sua casa, que ele diz
ser nossa. Como se estivéssemos no começo da relação, de novo. —
comentou sonhadora, e tive que sorrir, notando que eu passava por aquele
exato momento com Felipe.
— Queria algo diferente, mas não sei dizer o que. Talvez vá apenas
de filha mais velha e protetora, mamãe vai amar.
irmãos, mas... Sério, preciso tirar isso de mim, se não vou enlouquecer
junto a Christopher.
Sabia que ela olharia todo ele, e escolheria o de sempre, como fazíamos.
Eu já nem me concentrava em fazer aquilo. — Felipe.
A hora que o nome dele saiu de seus lábios, fiquei alguns segundos
parada, tentando disfarçar o impacto daquela simples palavra sobre mim.
Sempre me mantive a esquiva de qualquer fato a respeito de Felipe,
principalmente, com Babi. Mas ali, de repente, após tudo o que acontecera,
parecia ainda mais difícil disfarçar.
com os outros, de aceitar que faz parte... Ele é tão incrível que eu só quero
poder ser amiga de quem o está deixando assim, sonhando acordado, como
mamãe disse.
Time perfeito.
Respira, Laura!
Não costumo ficar muito ao celular, como já notou nos últimos dias rs
obs: também queria poder passar essa noite com você, como na semana
passada.
— Você que pensa, Lipe as vezes é tão fechado como uma caixinha
de surpresas boas.
Felipe
Nos dias que se passaram, foi a forma com a qual conseguimos nos
comunicar melhor. Eu estava atolado até a cabeça do estágio e estudo, e
ela, finalizando os últimos detalhes para o aniversário surpresa de sua mãe.
Não nos vimos novamente, mas mesmo assim, não fora como se
tivéssemos nos afastado. Pelo contrário, ela me ligara todos os dias assim
— Você tem um jeito tão dedicado e parece tão animado, que com
certeza, no direito, encontrou sua profissão dos sonhos. — argumentou e
não pude fazer outra coisa que não fosse sorrir e assentir com a cabeça.
que vai seguir a carreira acadêmica por um tempo, não sei dizer porquê.
Aos poucos, vi-me notando que em suas falas, ela sempre nos
Não era apenas pelo sexo, por mais estrondoso e extraordinário que
fosse. Não tinha experiência para me basear, mas em meu âmago, tinha a
absoluta certeza do que o que Laura me proporcionara, era impossível de
Eu a amava.
fantasia que escolhi. Não era nada extravagante, e seria fácil de fazer.
Contudo, não tinha a mínima ideia de como fazer sangue falso.
cedo, e curiosa para saber o que você vai usar. — apontou um dedo em
minha direção, como se para dar maior ênfase.
— Até.
Ele estava com cinco anos, e ali notei o quanto Miguel tinha
crescido. Por mais que ele fosse o bebê da casa, e da família toda,
praticamente. Aos poucos, notava que o bebê que segurei no colo, não o
era mais.
Miguel ainda era uma criança e tentava ao máximo ter cuidado com
tudo o que lhe falava. Comentei com meus pais que ele não aparecera, e
eles pediram para que não questionasse sobre. Como eles me disseram, em
algum momento, Miguel viria. No tempo dele, claro.
— Você nunca vai ser. — ele veio então para os meus braços e me
abraçou fortemente, do jeito que sempre fizera.
forma que encaixou o pequeno capuz que tinha nela, em sua cabeça. —
Vai perder, Lipe! — falou, e disparou corredor a fora.
— Não corre, Mig! — falei, e fui até ele, e assim que o alcancei,
peguei-o no colo, e fiz o restante do caminho assim, jogando-o para cima,
e o fazendo ficar como um super-herói em meus braços.
Assim que chegamos à sala de estar, notei o olhar que nossos pais
nos lançaram e a forma como pareciam felizes me acertou em cheio. Eles
poderiam ter suas dúvidas sobre nossa criação, contudo, gostaria que
Eu tinha certeza.
Capítulo 21
Laura
encalço.
— Boa noite! Sabem me dizer se está tudo certo com o bolo ou...
— Senhor, eu...
Então olhou para meu lado esquerdo, onde tia Lili acabara de se
aproximar por completo.
tantas e tantas vezes, que era como se um alarme gritasse em meu interior.
Eu sabia que pioraria. — Eu sou Laura Gutterman. — Notei o choque em
seu olhar, assim como, incredulidade. Ele me olhou novamente, de cima
abaixo como se procurando alguma explicação. — Algum problema? —
— Pessoas como eu? — indaguei, e notei que ele não esperava que
cortasse sua fala. — O que tem de tão diferente entre mim e você? Ou
entre mim e a mulher ao meu lado? — indiquei tia Lili, e notei o olhar de
raiva em seu rosto, e como ela se segurava.
ele não tornaria aquilo alto. Não pela forma desesperada que me encarou.
Existiam diferentes tipos de comentários racistas, e pessoas racistas que
cruzaram meu caminho em toda a vida.
Peguei a caixa e lhe devolvi a sua via. Ele deu um leve aceno de
tchau para Lili, que parecia a ponto de saltar no pescoço dele. Soltei o ar
que segurava no momento que vi o carro saindo da casa dos meus pais.
Porém, era impossível. Minha mãe dissera que nunca passa, mesmo que
achemos que passou. Era ainda um caminho longo e de luta para que
pessoas negras não fossem simplesmente desconsideradas, em momentos
como aquele. Assim como, em tantos e tantos outros.
Tia Lili não era calma e serena como minha mãe, nem de longe. — Tem
momentos que não valem falar alto ou discutir. Esse era um deles.
— Vamos correr e colocar esse bolo lindo, com todos os livros dela
adornados, e já mandar mensagem para meu pai. Ele deve estar até suando
frio. — comentei, e ela sorriu, fazendo-me parar de focar no episódio
anterior. — Aliás, todo mundo está dentro da casa ainda, não é? —
perguntei e ela assentiu, digitando algo em seu celular.
ela também amava. Sorri apenas com pensamento de que ela ficaria
emocionada e feliz. Minha mãe merecia o mundo de amor, assim como,
ela sempre me dera.
— Ei!
abraçar. Era o meu corpo, alma e coração gritando pela falta de seu toque.
Já faziam tantos dias... quase duas semanas que não nos víamos. Ele
permaneceu parado próximo à entrada do ambiente, e assim que fiz o
movimento de ir até ele, a voz de Babi invadiu o local, fazendo-me travar.
— E você, Lipe! Papai está todo babão falando sobre a gente na sala,
recomendo fugir um pouco de lá.
in a crowded room
a golden tattoo.”[30]
Felipe
sem entender nada. — Você realmente não sabe o quanto é bonito, né?
— Mas...
— Sei que não gosta de se abrir, mas eu posso dizer a minha breve
vocês têm que saber o que o outro sente, e o mundo que aguarde.
antes de seguir em direção parte que dava uma visão melhor da pista de
dança que fora feita ali, no centro do jardim.
virei em sua direção. Ela estava dançando no meio da pista, com as luzes
penduradas ao redor, dela e de outras tantas pessoas. Rafael, seu primo, a
seguia na coreografia, e foi impossível não sorrir, notando o quanto ela
parecia leve e solta.
Ela girou com sua saia e parecia flutuar no ambiente. Notei que ela
brincava com algumas outras pessoas, como a esposa de Rafael, seu tio,
seus irmãos, seus avós... Todos ali, se divertindo, como se aquele dia fosse
único. E ele realmente parecia. Encostei-me próximo a coluna da casa, que
sorriso se desenhou em seu rosto, fez meu coração falhar uma batida. Era
Notei ela mudar seus passos em minha direção, e fora como se tudo
parasse para ela se aproximar. Não era uma surpresa para ninguém ali,
Laura tentar enturmar a todos em meio a uma festa. Ela já o fizera várias e
várias vezes, com pessoas diferentes. Aquela, parecia ser apenas minha vez
para as outras pessoas. Mas no fundo, não me importei com o que
pensariam. Me importei com o que eu pensava sobre nós, e com o que ela
o fazia.
— Preciso estar perto do homem que amo essa noite, se não ela não
vai estar completa. — sussurrou e suas palavras me atingiram em cheio.
Laura
— Não preciso dizer o nome dele, para saber que estou falando
dele. — pontuou e soltei os ombros, sentando-me ao seu lado. — Ele te
olha de um jeito, Lau. Não sei como consegue esconder o que sente dele.
seja recíproco?
deixar acontecer. Não precisa se forçar a não dizer, assim como, temer que
irá dizer. Pode ser, que diga sem querer, no momento mais inesperado que
o ama. Quando a nossa autoprisão nos machuca, nosso corpo age por si.
Entendi ali que estava sofrendo demais por algo que não deveria
ficar perdurando, por mais que fosse estarrecedor em alguns momentos.
Poderia só viver o momento, do jeito que fazíamos sempre que estávamos
juntos. Sorri sozinha ao pensar sobre.
vai tirar a fantasia de Taylor Swift[33] e Tuan diz que será um caçador de
— Boa noite, casal que amo e que odeio por serem tão românticos.
— falei, e fui até eles, recebendo um beijo em minha testa de meu pai, e
um beijo no rosto de minha mãe. — Me avisem se precisarem que roube os
gêmeos.
— Nem me olhe assim! — falei para meu pai, que já levantou uma
— Amo vocês!
obs: pelo pouco que ficamos próximos, entendi que me basta apenas olhar
para você
meu carro, apenas fiquei esperando a cada toque, para que pudesse ouvir
sua voz do outro lado da linha.
— Laura.
Naquele abraço, tive tudo que desejei durante a noite tão próximos,
Sem dizer nada, ele segurou meu rosto com ambas as mãos e o
olhar castanho inundou todo meu ser. Naquele mundo todo nosso, presos
um ao outro, soube que mesmo que lutasse, era uma batalha perdida. O
sentimento que tinha era tão meu, quanto dele. Mesmo que fosse cedo
demais. Mesmo que fosse tarde demais.
— Eu te amo. — soltei, e seus lábios vieram para os meus, dando-
me tanto dele, que poderia jurar que flutuei naquela calçada.
— Não diz nada. — pedi, tocando seus lábios com meus dedos, os
Laura
Era tão natural para a gente, estar exatamente assim, que percebi
que existia muito mais do que palavras poderiam expressar – existia a
intensidade que emanava de um para o outro. A forma como nossos
aos meus lábios, calando-me, da forma que eu comumente fazia com ele.
Aquele gesto tão íntimo e tão nosso, fez-me ficar ainda mais imersa.
Seu olhar veio para o meu, e de repente, tudo fez sentido em minha
mente. A forma como nos ignoramos ao longo do tempo. Seu olhar
— A mulher que você “mais que gosta” sou eu. — falei alto e ele
assentiu, e notei como estava completamente exposto. — Eu pensei que
estava pirando quando via a reciprocidade em seu olhar. Por Deus, lindo!
— Hoje eu percebi que não podia mais esconder o que sentia, pela
forma como eu claramente deixava exposto que te amava, apenas te
olhando.
— Talvez tivesse que ser nós. — falei, e ele me puxou para si,
abraçando-me tão forte quanto a emoção que nos encontrou.
Naquele momento percebi que por mais recente que fosse nossa
relação, o nosso sentimento não o era. Estava vivo e vibrando entre nós,
Felipe
achocolatado mais uma vez a boca e tive que rir da forma como ela parecia
feliz por tomar aquilo.
complicar.
Notei seus olhos mudarem o brilho e ela ficou sobre meus pés, e
logo seus lábios vieram para os meus, levemente.
de músicas que lembram você, e como te amaldiçoei por não deixar minha
mente em paz. — brincou e tive que rir, beijando sua testa com carinho. —
Me conta qual foi a primeira. — pediu, e notei como sorria em
antecipação.
Podia sentir meu rosto queimar, e não conseguia evitar tal reação.
Respirei fundo e tomei a coragem de me abrir para ela, da forma como
queria. Da forma como fazia sozinho com meu violão.
Para esquecer
Parei e levei meus dedos para seu rosto, limpando as lágrimas que
desciam.
Ardentemente.
— Eu te amo.
Invisible string
Dias depois...
Laura imaginou que amara Felipe Paiva Soares à primeira vista, até
descobrir que o amou a segunda. Felipe nunca pensou que conheceria tal
sentimento, mas este o escolheu no segundo em que os olhos verdes de
Laura Lourenzinni Gutterman bateram, novamente, no castanho dos seus.
naquela mesa de almoço, até Felipe estar do outro lado da porta de seu
apartamento. Eles criaram algo tão deles, completamente sem querer, que
mas sim, admiti-lo em voz alta. O amor se tornava real de tantas maneiras,
que, a admissão do mesmo, era apenas um bônus.
simples dormir lado a lado, ou até mesmo, por uma simples vídeo-
chamada. O amor deles era tão, mas tão maior do que simplesmente dizer
“eu te amo”.
direção.
atrás, que não tiravam o olhar da porta de entrada. Laura não pode evitar
um sorriso.
Dito e feito.
então, foi fácil ver que ele estava, finalmente, com a mulher que ama.
— Babi...
atrás de si. No segundo em que Felipe puxou Laura para si, e lhe deu um
leve beijo nos lábios, as reações dos Soares foram diversas.
— Lipe!
A voz de Miguel chegou as orelhas de Felipe, que encarou o irmão
mais novo no mesmo instante. Notou a forma que ele sorriu em direção a
Tuan, que bagunçou seu cabelo, e logo depois, para Lorena. Os gêmeos se
afastaram, e surpreendendo a todos os presentes, que finalmente,
compreendiam a notícia, Miguel foi diretamente para os braços de Laura.
FIM
Naquela mesma noite...
— Lipe!
Wattpad: @AlinePadua
Instagram: @alineapadua
Uhum, é isso aí
One – Ed Sheeran
[22]“Vou te abraçar
E te proteger
Até amanhã
Do seu lado
afastando
Eu quero suas madrugadas
Mas eu estarei limpando garrafas
no dia de Ano Novo com você”
[31] John Wick é uma franquia americana de thriller de ação neo-noir criada pelo
roteirista Derek Kolstad e de propriedade da Summit Entertainment. Fonte: Wikipédia .
a PlayStation 4, sendo o quarto game da serie Souls. Bloodborne foi realizado por
Hidetaka Miyazaki, diretor de Demon's Souls e Dark Souls. Fonte: Wikipédia.
[35] Moana é um filme de animação estadunidense de 2016, dos gêneros comédia
e aventura, dirigido por John Musker e Ron Clements para a Walt Disney Animation
Studios, com roteiro dos próprios diretores e ainda Jared Bush, Chris Williams, Don
[36] Apaga a Luz é uma canção da cantora brasileira Glória Groove, lançada em
2018.
Corda invisível
Amarrando você a mim”