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PROCESSO SAÚDE DOENÇA NA ODONTOLOGIA: Pacientes com Necessidades

Especiais (PNE)

Valdirenni Pereira Dourado 1


Lígia de Nazaré Mota Araújo Brito 2
Sheila Gonçalves Lopes 3
Rafael Alves Freire 4
Lara Carolina D’Araújo Pinto Zampieri 5
Amujacy Tavares Vilhena 6

RESUMO
O objetivo deste trabalho é realizar uma atividade voltada para mostrar os benefícios dos
cuidados da saúde bucal, para os portadores de necessidades especiais que tem suas delimitações
física e visual. A metodologia adotada foi a utilização de oficinas práticas de forma dinâmica,
interativa e adaptativa nos moldes da Política Nacional de Saúde Bucal – Programa Brasil
Sorridente, em 2004, que trouxe para o Sistema Único de Saúde (SUS), a criação de novos serviços
de saúde bucal e reorientou o modelo assistencial da Odontologia nos níveis de atenção no controle
do processo saúde doença. Os resultados e discussão demonstram que o aspecto principal da
educação em saúde bucal deve ser parte das atribuições comuns a todos os membros da Equipe de
Saúde Bucal (ESB) para conduzir hábitos de higiene bucal para fortalecer a autonomia dos usuários.
A Conclusão reforça que A Lei 8.080/90, Art. 3º., diz que: “a saúde tem como fatores determinantes
e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais”. A cárie
dentária é uma doença mundial com variação em sua prevalência e severidade nas diferentes
populações e considerada um problema de Saúde Pública de especial atenção por parte da
Organização Mundial de Saúde-OMS.

Palavras-chave: Pessoas com necessidades especiais; Educação em saúde bucal, saúde coletiva,
Orientações.

INTRODUÇÃO

1
Graduanda pelo Curso de Odontologia da Faculdade Gamaliel Fatefig/valdirenni.pereira @faculdade gamaliel.com.br;
2
Graduando pelo Curso de Odontologia da Faculdade Gamaliel Fatefig/ligia.brito@faculdadegamaliel.com.br;
3
Graduando pelo Curso de Odontologia da Faculdade Gamaliel Fatefig/ sheila.lopes @faculdadegamaliel.com.br;
4
Graduando pelo Curso de Odontologia da Faculdade Gamaliel Fatefig/ rafael.freires @faculdadegamaliel.com.br;
5
Mestre pelo Curso de Odontologia da FaculdadeGamaliel Fatefig/lara.zampieri@faculdadegamaliel.com.br;
6
Mestrando pelo Curso de Odontologia da FaculdadeGamaliel Fatefig/amujacy.vilhena@faculdadegamaliel.com.br
1
Na década de 90, com a criação do SUS que é pautado na integralidade, na universalidade e
equidade dos cuidados ao usuário, muitos municípios brasileiros passaram a organizar seus sistemas
de saúde conforme os princípios do SUS, com suas próprias estratégias de ações odontológicas
priorizando ações coletivas de saúde bucal. Os estudos do Processo Saúde-Doença na Odontologia
estão intimamente ligados aos estudos dos determinantes sociais, no sentido de que o adoecimento
e morte é de natureza histórica nas diferentes classes sociais dentro de uma mesma sociedade, que
estabelecem entre si, a articulação entre o social e o processo saúde-doença. (Ferreira,
S.M.S.Pecol.2015).

‘’ Ferreira, S.M.S.P e col. citam: Várias são as formas de classificação dos determinantes
sociais das doenças. A classificação proposta por Lalonde (1981), tem sido utilizada pelo
Ministério da Saúde e reconhece a existência de quatro determinantes: biologia humana,
ambiente (incluindo características naturais e sociais), estilo de vida e serviços de saúde’’.
(Ferreira, S.M.S.Pecol.2015)

Os dados epidemiológicos dos estudos nacionais de saúde bucal no Brasil de 2003 e 2010,
nos mostram a desigualdade da saúde bucal na relação entre os fatores sociais, que demonstraram
melhora dos indicadores de saúde bucal, porém, a desigualdade inter-regional nos mostra a maior
prevalência da doença cárie nas regiões do Nordeste, Centro-Oeste e Norte, sendo que na região
Sudeste foi mais de 90%.”Em 2010, a cidade de Porto Velho (RO) na região Norte apresentou CPO-
D médio de 4,15 para crianças de 12 anos e, em contrapartida, na cidade de Florianópolis (SC) na
região Sul a média foi de 0,77, menor valor médio de CPOD para essa faixa etária.” (Ferreira,
S.M.S.P et cols. 2015).

O Brasil Sorridente é a política do SUS, que parte da premissa de assistência integral das
ações multidisciplinares, multiprofissionais e intersetoriais. Partindo desse princípio, há a
necessidade da cobertura ampla para pacientes portadores de necessidades especiais. Na Convenção
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, ficou definida “que a pessoa com deficiência
é aquela que tem impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial,
os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas” (BRASIL,2018).

Para promover o atendimento integral no SUS, o acesso da pessoa com deficiência se dá no


âmbito da Atenção Básica (AB), que necessitam dos cuidados de higiene bucal por uma equipe
capacitada para acolher e prestar assistência a esses usuários. (BRASIL,2018).

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O comportamento do paciente especial é imprevisível e por muitas vezes involuntário, não
possuindo coordenação adequada para realizar a própria higiene bucal. O uso de medicamentos,
alimentação pastosa e/ou cariogênica e o difícil acesso ao atendimento odontológico pela recusa do
Cirurgião dentista, contribuem para um alto risco das patologias bucais nesses pacientes. Daí, a
necessidade de acompanhamento odontológico diferenciado para a prevenção e educação em saúde
bucal, para o melhor controle de biofilme dental que é o principal agente das doenças bucais.
(Oliveira, J. S. et cols.2015).

A promoção de saúde para pacientes especiais é de grande importância para odontologia


quando na literatura, se observa a alta prevalência de cárie dentária nesses pacientes PNE, que
através da saúde coletiva e as ações clinicas baseada nas novas práticas de saúde que integram a
interdisciplinaridade e multiprofissionais com a praticas humanizadas e resolutivas das ações
preventivas de saúde bucal. (Oliveira, J. S. et cols.2015).

Para entender o processo saúde-doença, vimos que a doença acompanha a espécie humana
desde os primórdios e que este processo tem significados conforme a época, que muda de uma
cultura para outra e que remonta a história com diferentes noções de saúde e de doença.

Oliveira, J. S. et cols.2015 citam: “Programas de educação para saúde bucal não devem
limitar-se à demonstração de procedimentos corretos, mas devem concentrar- se em criar
hábitos próprios. Os programas educacionais devem reforçar o conceito de dividir
responsabilidades para saúde bucal, de modo que o paciente e /ou cuidadores não
pensem em cuidados com sua saúde bucal como um tratamento isolado, realizado
somente em ambiente de consultório odontológico”. (Oliveira, J. S. et cols.2015)

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OBJETIVOS
Objetivo Geral:
O objetivo do presente trabalho é ofertar atenção odontológica educativa e preventiva
aos pacientes com necessidades especiais (PNE), visando diminuir o biofilme dental
(colonização de bactérias) e evitar que doenças bucais interfiram no quadro sistêmico. Ações
incluindo educação, orientação, motivação e treinamento dos responsáveis e/ou cuidadores e
professores, como ensino do uso inteligente do açúcar, escovação supervisionada.

Objetivo Específicos:
• Disseminar o conceito de saúde bucal como um direito e cidadania, com ênfase na
Promoção e Prevenção das doenças bucais;

• Orientar quanto ao uso racional do açúcar;


• Orientar no manejo da higiene bucal com a possibilidade do paciente PNE ter o
autocuidado;

• Conscientizar e orientar os pais ou responsáveis da importância de um trabalho


preventivo com adaptações conforme as limitações, para melhorar a saúde bucal e
também a qualidade de vida do portador de necessidades especial;

• Estabelecer protocolos de atendimento odontológico conforme a necessidade individual


de cada PNE.

• A pratica dos hábitos de higiene bucal como uma rotina saudável e necessária para o
bem-estar desses indivíduos especiais.

• Desenvolver atividades psicomotoras que possibilitem que as crianças com deficiência


possam executar a auto higiene bucal com foco de integração do PNE ao meio escolar;

• Integrar as atividades odontológicas as áreas de psicologia, fonoaudiologia, medicina,


psicopedagogia, terapia ocupacional, enfermagem e de assistência social, executados
em conjunto para oferecer um atendimento integral aos PNE.

JUSTIFICATIVA
A promoção de saúde bucal em PNE, pode ser proporcionada através da prevenção,
informações e melhor qualidade de vida, por meio dos esclarecimentos aos familiares,
responsáveis e ou cuidadores e os usuários sobre o modo especial de higienização da boca e o

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uso de uma alimentação com redução de açucares, para que os mesmos possam ter consciência
dos cuidados preventivos essenciais para a saúde em geral.

Justifica-se ainda as ações com foco para aos usuários PNE, com deficiência visual devido a
não visualização das ações preventivas voltadas para a higiene bucal.

METODOLOGIAS

Ações de Saúde Bucal será uma forma para conscientizá-los sobre a importância e o uso
correto da escovação dental, com o público alvo dos Portadores de Necessidades (PNE), nas
escolas do município Tucuruí, com ênfase aos deficientes visuais mostrando as doenças bucais
como: cáries, gengivites e doenças periodontais, através do tato.

A escova será adaptada ao aluno (PNE), será entregue para o mesmo, logo em seguida
explicaremos como usar de acordo com sua necessidade individual, orientaremos a higienizar a
escovar, como trocá-la quando a escova não estivesse mais adequada, a correta forma de
armazenamento, além da motivação e instrução de higiene oral.

O paciente será estimulado a realizar três escovações por dia e sua responsável será
alertada da necessidade em auxiliar na higienização esporadicamente ou sempre que o paciente
relatar uma maior dificuldade de execução.

A confecção que foi selecionada para o paciente, foi à siliconada de condensação leve.
A escolha foi motivada pela manopla ser um material plástico resistente, de fácil higienização
e antiderrapante (facilita a preensão e empunhadura da escova). Além disso, é facilmente
encontrada em lojas que vendem produtos para bicicletas.

Os materiais que podem ser usados confeccionar a escova (silicone, massa epóxi, resina
acrílica, sugadores, abaixadores de língua, tiras de velcro), adaptando às necessidades
particulares de cada indivíduo.

Os materiais que podem ser usados para o álbum (Cartolina, barbantes, apara de lápis,
linha de crochê, papel crepom, cola, casca de ovo, milho, feijão, isopor, seringa de 3ml e
gasolina.

RESULTADOS E/OU DISCUSSÕES


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Ações educativas em programas de saúde bucal em projetos de extensão podem
desenvolver habilidades, competência e estímulo aos responsáveis e/ou cuidadores dos
pacientes com necessidades especiais. Atividades de extensão podem causar mudança nos
estudantes e propiciar maior segurança e familiaridade no atendimento a pacientes com
necessidades especiais. O trabalho dos agentes envolvidos no processo de extensão enaltece a
indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão que reafirma a extensão como processo acadêmico
de formação e de geração de conhecimentos.

CONCLUSÃO

A educação em saúde bucal coletiva, é uma ação de política pública com importantes informações
e necessárias para aqueles com acesso limitado ao serviços públicos, o presente trabalho
direcionada para as pessoas com necessidades especiais (PNE), tem grande relevância, portanto,
permite os mesmos compreenderem a necessidade da saúde bucal ser melhor divulgada e apoiada,
para as pessoas com necessidades especiais, seus responsáveis legais, cuidadores, obtiverem
informações e esclarecimentos técnicos que mudará a saúde bucal evitando doenças, por motivos
de má higiêne.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. A saúde bucal no Sistema Único de Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2018. 350 p.: il.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_bucal_sistema_unico_saude.pdfFERREIRA
, S.M.S.P; Pereira, R.M;Pereira,T.C.L; Almeida, T.S.C. Determinação social do processo
saúde-doença e implicações na Prática Odontológica: Uma apropriação necessária. Estação
Científica - Juiz de Fora, nº 14, julho – dezembro/2015.
http://portal.estacio.br/docs%5Crevista_estacao_cientifica/03-14.pdf

OLIVEIRA, J. S.; Prado Júnior, R. R.; Fernandes, F.R; Mendes, Regina Ferraz . Promoção de
saúde bucal e extensão universitária: novas perspectivas para pacientes com necessidades
6
especiais. Revista da ABENO • 15(1): 63-69, 2015.
http://revodonto.bvsalud.org/pdf/abeno/v15n1/a08v15n1.pdf

COSTA1, R. M; FIGUEIREDO1, Fellipe Moraes Pereira, MARIANO1, Lorena Castro;


MARCHIONNI2, Antônio Márcio; TUNES3, Roberta Santos; OLIVEIRA4, Viviane Maia

Barreto de Oliveira4.

https://pdfs.semanticscholar.org/3ad9/137715e0682d08a41d550d491741390b5a6e.pdf

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