Professional Documents
Culture Documents
Guia Colorimetria
Guia Colorimetria
SUMÁRIO
SOBRE A PROFESSORA ............................................................................................... 6
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ........................................................................... 12
Conceitos e princípios .................................................................................................... 13
Cor, luz, volume e textura .............................................................................................. 13
Fundamentos de colorimetria e cromologia ................................................................... 13
Cor no sistema visual e nos processos cerebrais ............................................................ 14
Colorimetria: um estudo sobre a percepção física da cor ............................................... 15
Propriedades das cores.................................................................................................... 15
Cromologia: um estudo sobre a percepção psíquica da cor............................................ 18
Arquétipo de cores .......................................................................................................... 18
Cor e personalidade ........................................................................................................ 21
Fundamentos de luz e sombra ........................................................................................ 22
Linguagem visual sobre volumes e texturas ................................................................... 24
Volume ........................................................................................................................... 24
Textura ............................................................................................................................ 25
Conceito e princípios da colorimetria capilar ................................................................. 25
Colorimetria capilar ........................................................................................................ 26
Origem da cor do cabelo ................................................................................................. 26
Definição e conceitos em colorimetria capilar ............................................................... 27
Sistema internacional de nomenclatura de colorações ................................................... 33
Ação dos pigmentos na haste capilar .............................................................................. 34
Tipos de cabelo ............................................................................................................... 35
Quanto ao formato .......................................................................................................... 35
Quanto à porosidade ....................................................................................................... 37
Quanto ao diâmetro ........................................................................................................ 38
Quanto à elasticidade ...................................................................................................... 38
Quanto ao grau de oleosidade e hidratação .................................................................... 38
Danos da colorimetria e cuidados ................................................................................... 39
Cuidados com a haste capilar pós-coloração .................................................................. 41
Produtos e técnicas de transformação de cor: colorantes e clareadores ......................... 43
Colorimetria: processo de formação da cor das hastes capilares.................................... 44
Princípios de formação da cor ........................................................................................ 46
Transformação da cor das hastes capilares ..................................................................... 48
Colorações: ação de formulações temporárias e tonalizantes semipermanentes ............ 49
2
Colorações permanentes ................................................................................................. 50
Pré-pigmentação e pigmentação ..................................................................................... 52
Pré-pigmentação e cuidados capilares ............................................................................ 52
Processo de coloração ..................................................................................................... 52
Técnica de pré-pigmentação ........................................................................................... 53
Cuidados com o cabelo antes da pré-pigmentação ......................................................... 55
Tinturas permanentes oxidativas .................................................................................... 56
Mecanismo de ação de tinturas permanentes oxidativas ................................................ 57
Composição .................................................................................................................... 58
Forma de apresentação ................................................................................................... 59
Precauções no uso de tinturas permanentes .................................................................... 59
Indicações das tinturas permanentes............................................................................... 59
Vantagens e desvantagens do uso................................................................................... 59
Tinturas temporárias e mecanismo de ação .................................................................... 60
Mecanismo de ação ........................................................................................................ 60
Indicações das tinturas temporárias ................................................................................ 62
Vantagem e desvantagem ............................................................................................... 62
Apresentação e formulação ............................................................................................ 62
Tinturas semipermanentes e mecanismo de ação ........................................................... 63
Formulação e apresentação ............................................................................................. 65
Luzes e mechas capilares ................................................................................................ 67
Tendências em luzes e mechas ....................................................................................... 67
Ombré hair ...................................................................................................................... 68
Californianas ................................................................................................................... 69
Sombre hair .................................................................................................................... 69
Balaiagem ....................................................................................................................... 69
Mechas marcadas ............................................................................................................ 70
Texanas ........................................................................................................................... 70
Efeito tartaruga ou tortoiseshell hair .............................................................................. 70
Dip-dye ........................................................................................................................... 71
Produtos utilizados na realização de luzes e mechas ...................................................... 71
Descoloração .................................................................................................................. 71
Técnicas de aplicação de luzes e mechas ....................................................................... 76
Técnica de desfiar, eriçar ou de empilhamento junto à raiz do cabelo ........................... 77
Mechas costuradas ou tricotadas .................................................................................... 78
3
Mechas em véu, transparência ou lâminas ..................................................................... 78
Free hands ....................................................................................................................... 78
Mechas na touca ............................................................................................................. 79
Mechas com uso de papel alumínio................................................................................ 79
Mechas com uso de plaquetes ........................................................................................ 80
Matização e correção de cores ........................................................................................ 81
Princípios de colorimetria para a correção de cores ....................................................... 82
Erros nos resultados finais de colorações ....................................................................... 82
Correção de cores ........................................................................................................... 83
Matização........................................................................................................................ 85
Tintura permanente oxidativa para correção de cores .................................................... 87
Tintura semipermanente ou temporária para a correção de cores .................................. 89
Cobertura de cabelos brancos e grisalhos ....................................................................... 92
Envelhecimento capilar .................................................................................................. 92
Produtos para cobertura de cabelos brancos e grisalhos................................................. 96
Técnicas empregadas na cobertura de cabelos brancos e grisalhos................................ 97
Técnica de mordaçagem ................................................................................................. 98
Técnica de pré-pigmentação ......................................................................................... 100
Técnica de adição de base ............................................................................................ 101
Técnica de redução ....................................................................................................... 102
Técnica de deposição de pigmento ............................................................................... 103
Técnica de rinsagem ..................................................................................................... 103
Colorimetria na maquiagem ......................................................................................... 106
Conceitos de cor ........................................................................................................... 106
Teoria das cores ............................................................................................................ 107
Colorimetria e maquiagem ........................................................................................... 108
Temperatura das cores .................................................................................................. 109
Pele: tipos cromáticos ................................................................................................... 109
Aplicando a colorimetria à maquiagem ........................................................................ 110
Estações: classificação de peles brancas ...................................................................... 110
Classificação de peles negras ....................................................................................... 111
Camuflagem de disfunções estéticas faciais ................................................................. 113
Disfunções estéticas da pele ......................................................................................... 113
Acne .............................................................................................................................. 113
Rosácea ......................................................................................................................... 114
4
Psoríase ......................................................................................................................... 115
Olheiras pigmentares e vasculares ................................................................................ 115
Manchas vinho do porto e hemangiomas ..................................................................... 116
Equimoses e hematomas ............................................................................................... 116
Discromias .................................................................................................................... 116
Hiperpigmentação ......................................................................................................... 117
Hipopigmentação .......................................................................................................... 119
Acromias ....................................................................................................................... 120
Camuflagem cosmética................................................................................................. 121
Colorimetria para camuflagem cosmética .................................................................... 121
Técnicas de camuflagem .............................................................................................. 122
Referências ................................................................................................................... 124
5
SOBRE A PROFESSORA
6
PLANO DE ESTUDO
c) A prova presencial.
ATIVIDADES WEB
AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM
7
e analisar, na prática, um caso (estudo de caso), voltado ao ambiente
organizacional educacional. Essa atividade avaliativa vale 02 (dois pontos).
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Nossos fóruns temáticos terão data de início e término, por isso você deve ficar
atento aos avisos e comunicados disponibilizados no AVA. Assim, o acesso a esse
ambiente deve ser diário.
Cada contribuição nos fóruns não poderá conter mais de 200 palavras, pois este
limite é importante para garantir-lhes uma maior e mais leve dinâmica. Contribuições
formadas por um número de palavras maior do que 200 deverão ser divididas em mais
de uma postagem ou serão penalizadas ao final da avaliação.
Postagens e tarefas têm caráter autoral, ou seja, devem ser opiniões próprias e inéditas,
sendo desejável o uso de citações para corroborá-las com referências seguindo as
normas da ABNT.
8
à temática exigida, respondendo às questões norteadoras do fórum ou em
debates com os colegas e tutor.
As postagens nos fóruns deverão ser de caráter autoral sendo facultado o direito
de inclusão de citações de acordo com as Normas da ABNT, portanto
acompanhadas de citação de autoria.
Cada contribuição nos fóruns que contiver trechos retirados de textos de outros
autores (incluindo referências eletrônicas) deverá conter, obrigatoriamente, a fonte da
qual estes foram retirados, explicitada em acordo com as normas de citação (NBR
10520) e de referências (NBR 6023) da ABNT.
É extremamente importante destacar que cópias de livros (digitadas e/ou
digitalizadas), artigos, dissertações, teses e textos da internet serão detectadas
facilmente e acarretarão na nota zero ao aluno, sem oportunidade de substituição do
trabalho. Recomendamos que o envio das tarefas não seja feito na última hora, a fim de
9
evitar que eventuais transtornos (problemas com internet, falta de luz, sobrecarga da
rede, etc.) inviabilizem o envio. Se, no horário final de entrega, ocorrer algum problema
com a plataforma, o prazo de envio será dilatado e devidamente comunicado em nossa
plataforma/e-mail.
Não será permitido o envio de tarefas por qualquer outro meio que não o local
específico para isso na plataforma ou fora do prazo. O não envio de uma tarefa no prazo
acarretará na nota zero ao aluno sem oportunidade de substituição do trabalho.
Só serão aceitos tarefas e trabalhos enviados em doc, docx ou rtf. Não enviem
tarefas em pdf, odt ou nenhum outro formato que não os especificados, pois não serão
aceitas e acarretarão na nota zero ao aluno sem oportunidade de substituição do
trabalho.
As notas de fóruns/tarefas serão divulgadas posteriormente ao
encerramento/envio dos mesmos. Fique atento aos calendários.
O aluno terá o direito de, junto ao tutor, requerer a revisão de sua nota. Para
tanto há um "Fórum de Pedido de Revisão de Notas" onde o aluno deverá postar seu
requerimento até 4 (quatro) dias depois de liberada a nota que será questionada. Em
qualquer pedido de revisão devem ser informados o nome do aluno, seu grupo e os
comentários necessários à revisão.
10
EMENTA
11
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Bem vindos ao mundo das cores! Esse mundo é fascinante e de extrema
importância para o profissional da beleza.
Bons estudos!
12
Conceitos e princípios
13
abordada a colorimetria em relação à percepção física das cores, e a cromologia, cujos
fundamentos são relacionados à parte psicológica da cor.
14
Colorimetria: um estudo sobre a percepção física da cor
Colorimetria é a parte da ciência das cores que estuda sua utilização com o
propósito de especificar numericamente a cor de um determinado estímulo visual, e se
preocupa em especificar pequenas diferenças de cor que um observador pode perceber
e, assim, chegar a efeitos de acordo com a necessidade de tal criação (ESQUERRE
MENDOZA, 2017).
A colorimetria trata da cor em um nível físico, em relação a matiz, saturação,
intensidade, tom, luminosidade. Neste capítulo, foram adicionados, ainda, os conceitos
de temperatura, contraste e harmonia das cores. O conhecimento e a aplicação da
colorimetria são essenciais em áreas de atuação artística, como fotografia, decoração,
publicidade, artes, beleza, moda, arquitetura, decoração, entre outras.
15
marrom ultra escuro ao bege mais claro) também são consideradas neutras, pois nada
mais são do que cinzas com pitadas de cores primárias. Os marrons são neutros muito
versáteis, mas já possuem certa característica de temperatura em decorrência desta
mistura, que não é 100% neutra.
Contraste é a relação entre cores que, quando combinadas, ressaltam ou
amenizam as diferenças entre elas, dependendo da combinação. As Figuras 2e e 2f
demonstram alguns tipos de contraste.
16
Harmonia são formas diferentes de combinar as cores do círculo cromático.
Cada uma das combinações passa uma sensação diferente em relação à sua percepção,
como descrito a seguir:
• Harmonia monocromática: são variações de força e luminosidade da cor,
dentro de seu próprio tom. Revela médio a baixo contraste (Figura 3a).
• Harmonia análoga: combinações de uma cor primária e duas outras vizinhas
no círculo cromático. Revela baixo a médio contraste (Figura 3b).
• Harmonia complementar: combinações de duas cores complementares entre si,
normalmente quente e fria. São as que estão localizadas em oposição no círculo
cromático. Revela alto contraste (Figura 3c).
• Harmonia triádica: combinações formadas por três cores equidistantes no
círculo cromático. Causa bastante impacto e revela alto contraste (Figura 3d).
• Harmonia tetrádica: combinação de dois pares de cores complementares —
uma combinação muito rica e não fácil de aplicar, uma vez que pode causar peso visual,
dependendo de como for apresentada. Revela alto contraste (Figura 3e).
17
Cromologia: um estudo sobre a percepção psíquica da cor
Arquétipo de cores
Assim como acontece com as linhas e formas, as cores são também consideradas
símbolos arquétipos reconhecidos universalmente e que agem no inconsciente coletivo
por meio da linguagem visual, comunicando uma ideia, conceito ou sensação, com
poderes de estimular, acalmar, atrair e trazer à tona emoções e comportamentos de
acordo com sua tonalidade e energia (HALLAWELL, 2010a; AGUIAR, 2006). Veja, a
seguir, o significado das cores segundo seus arquétipos, de acordo com Bartlett (2000),
Aguiar (2006) e Hallawell (2010a). Observe também a Figura 4.
Vermelho: ligada ao calor e à energia do sangue e do coração, esta cor
representa a paixão, o desejo, a excitação, e tem o poder, inclusive, de mexer com o
ritmo cardíaco e a frequência respiratória das pessoas. Embora muito estimulante, é uma
cor que pode aguçar a raiva, a impaciência e a agressividade.
Cor de laranja: a cor que dá nome à fruta (ou seria o contrário?) está ligada aos
sentimentos de energia, vitalidade, entusiasmo e criatividade. É quente como o
vermelho, mas possui um frescor que a diferencia. Por outro lado, é uma cor que,
devido à sua própria característica, pode provocar ansiedade, aumentar o apetite e deixar
as pessoas agitadas.
Amarelo: uma cor muito quente, energética e alegre, imprime otimismo e bom
humor. O amarelo tem o poder de nos fazer sentir positivos. No entanto, para algumas
18
pessoas, pode revelar sensações de inquietação, estresse e nervosismo.
Verde: uma cor fria, ligada à cor predominante na natureza, e que revela o
mesmo frescor, equilíbrio, vivacidade e saúde. Está ligada à juventude, remetendo à
primeira fase do amadurecimento dos frutos. Pode revelar imaturidade e ciúmes
excessivo.
Azul: relacionada ao céu e à água, o azul é uma cor fria relacionada ao racional,
ao progresso, à tranquilidade e à inteligência. Tem o poder de transmitir sensações de
calma, suavidade, integridade e respeito. Algumas vezes, pode evidenciar características
de ingenuidade e medo.
Violeta: essa cor fria está ligada a mistério, intuição, espiritualidade e ajuda na
concentração. É um tom introspectivo que estimula o pensamento e a estabilidade. Além
disso, é considerada uma cor nobre e rara, por questões históricas (o roxo era um tom
muito difícil de ser aplicado em roupas, e isso o tornava valioso). Pode transmitir
sensações de penitência e culpa.
Cor-de-rosa: um tom frio com diversas variações, mas, basicamente, sugere
romantismo, doçura, feminilidade, delicadeza, inocência e ternura. Faz-nos pensar
positivamente e nos leva de volta à infância. Simboliza o amor romântico, ao passo que
o vermelho simboliza o amor carnal. Pode ser ingênuo, lúdico e inocente demais.
Preto: o preto é um neutro luxuoso e ao mesmo tempo depressivo. É uma cor
ligada ao masculino e demonstra poder, mistério, dominação, dignidade, elegância,
formalidade. Pode ser excessivamente dramática. Revela autoridade.
Branco: uma cor neutra, feminina, pura, que estimula a autoestima, o êxito, a
esperança, a clareza. É a cor da integridade e inspira renovação, mas pode acentuar
sentimentos de solidão.
Cinza: é a cor neutra do respeito e da maturidade. Ajuda-nos a encontrar o
equilíbrio, é repousante, intelectual, eficiente e conservadora. Pode ser considerada uma
cor indiferente ou triste.
Marrom: está ligado à terra, e, assim como ela, é seguro, confortável, humilde,
resistente. Passa uma sensação de simplicidade, qualidade e seriedade. Pode ser formal
demais e envelhecer a aparência.
19
20
Cor e personalidade
21
Fundamentos de luz e sombra
22
complementares, assim como Yin-Yang, o símbolo do equilíbrio, da reciprocidade, da
interdependência. Embora opostas, constituem uma relação agradável, e não de
rivalidade. É como um abraço recíproco, em que uma coisa contém a outra, sem
prejuízo a nenhuma parte (Figura 6).
23
Linguagem visual sobre volumes e texturas
Volume
Luz e sombra são os elementos básicos para produzir o efeito de volume e
realidade em um desenho ou criação. É o contraste dos requisitos de luz e sombra que
cria a ilusão de volume e, então, as sensações de aumentar, diminuir, aproximar, afastar,
afinar, engrossar, etc., além de tornarem as criações mais realísticas e equilibradas.
Tudo o que tem luz se destaca, se aproxima, ao passo que tudo o que está na
sombra se afasta, se apaga. Na construção de volume, é assim também que ocorre. Esta
técnica do jogo ―claro–escuro‖ foi denominada chiaroscuro por Leonardo da Vinci, no
século XV, e se define pela construção do pinturas utilizando o contraste entre luz e
sombra. Também chamada de perspectiva tonal, exige técnica, conhecimento e
experiencia na aplicação dos fundamentos de luz e sombra, sendo utilizada por artistas,
desenhistas, arquitetos, maquiadores, cabeleireiros, etc. A Figura 9 traz exemplos de uso
das técnicas aqui descritas.
24
Textura
Tem sido muito grande a procura por tratamentos na área da estética. Os clientes
buscam técnicas e tratamentos para mudar a cor dos cabelos, melhorando contraste,
reflexos e tons de acordo com as características pessoais e a moda. Muitos profissionais
apostam no uso da colorimetria para garantir tratamentos mais eficazes. Trata-se de uma
ciência que estuda as cores e suas combinações; entretanto, para que possa ser
empregada corretamente, precisa levar em consideração os diferentes tipos de cabelo e
os danos que podem ocorrer na haste capilar.
O futuro profissional da área de estética aplicada à área capilar terá, neste
capítulo, uma introdução aos princípios da ciência da colorimetria, entenderá sua
aplicação, conhecerá os diferentes tipos de cabelo e verá também os principais agentes
25
lesivos da haste capilar, podendo orientar e prevenir danos através de alguns cuidados
diários.
Colorimetria capilar
26
dos fios e que busca garantir a qualidade, satisfação e segurança (COLORDESIGN,
c2002; TERRIBILE, 2013).
27
tons mais claros aos mais escuros, sendo sempre produzidas a partir das cores primárias:
azul, vermelho e amarelo em diferentes concentrações. Recebem esta denominação
porque ao se misturar cada uma delas entre si, criam-se cores e ao dilui-las obtêm-se as
mesmas cores iniciais. A partir da mistura de duas cores primarias se originam cores
secundárias.
As cores secundárias são resultado da mistura de duas cores primárias em
quantidades iguais. As cores secundárias são: magenta, amarelo e ciano — também
chamadas de roxo, laranja e verde (Figura 1). As cores terciárias são as demais cores
produzidas que não se encaixam em primárias ou secundárias. Sua origem se dá pela
mistura de uma cor secundária e uma primária, em proporções iguais, formando as
cores: vermelho-violeta, violeta-azul, verde-azulado, verde-amarelado, laranja-
amarelado, e laranja-avermelhado. Além disso, pode-se criar uma cor terciária
misturando-se duas primárias em proporções diferentes ou misturando as três primárias
de modo a criar a cor marrom, por exemplo (Figura 2).
Além da definição de cores primárias, secundárias e terciárias, existe a definição
de cores complementares, que se referem à interação e combinação dessas cores e pode
ser representada por uma imagem, chamada de círculo cromático ou estrela de Oswald,
que serve basicamente como um gráfico para auxiliar o profissional da colorimetria
(Figura 3). As cores complementares referem-se às cores primárias e secundárias que se
encontram dispostas opostamente no círculo cromático, formando um par. Os pares de
cores complementares são formados por uma cor primária e uma cor secundaria. Por
exemplo: os pares complementares são o verde e o vermelho, o laranja e o azul, e
amarelo e violeta. Possuem relevância na colorimetria, pois quando misturadas
neutralizam uma à outra, o azul, por exemplo, é utilizado para neutralizar a cor laranja
ou podem também potencializar uma cor desejada.
28
29
É desse raciocínio das cores complementares que se busca um equilíbrio nos
tratamentos de coloração, através da neutralização de uma cor indesejada, ou seja, a
busca por equilibrar e uniformizar a cor por meio das cores primárias. Além disso, os
pigmentos utilizados nas colorações podem ser classificados em acromáticos ou
cromáticos. Os acromáticos, que não possuem cor, referem- -se à mistura do preto e do
branco em diferentes concentrações, que resulta nos pigmentos preto, branco e cinza.
Enquanto que os pigmentos cromáticos podem ser de cores primárias, secundárias ou
terciárias.
A cor ou pigmento ainda possui dois componentes importantes na área da
colorimetria, e referem-se ao nível ou saturação e à tonalidade ou nuance. O nível, ou
saturação, também é chamado de altura de tom e a tonalidade ou nuance também é
chamada de reflexos da cor. O nível/saturação ou altura de tom é a concentração de cor,
informando a intensidade e quantidade de cor existente. Esses termos indicam o quanto
uma cor é clara ou escura. Nesse aspecto, quando o uso de proporções iguais e puras de
cores primárias tem como resultado tons de cinza, preto ou branco, o branco é a
ausência de cor e preto e cinza se diferenciam pela concentração de pigmento.
Entretanto, esse sistema não é tão simples, uma vez que em alguns dos métodos
de coloração utilizados na área capilar, mesmo dentro as leis de colorimetria, a
formação da cor não ocorre apenas pela mistura de pigmentos, mas também por um
processo químico chamado de oxidação. Dessa maneira, misturar cores é muito mais
simples do que controlar reações químicas de oxidação, que se darão pela mistura de
30
pigmentos e agentes intermediários. Na prática clínica da colorimetria capilar, a cor
marrom representa a cor de equilíbrio das colorações, por isso, os tons de marrom são
chamados de fundamentais ou cores bases e se formam a partir da mistura das três cores
primárias em diferentes concentrações e determinando os vários tons existentes,
chamados de altura de tom.
Para graduar a altura de tom, é utilizado um esquema numérico de 1 a 10, sendo
que o preto refere-se a maior concentração de pigmento, recebendo o número 1 e o
branco refere-se ao número 10, que é a cor sem pigmento, a mais clara de todas,
enquanto que do 2 ao 9 tem-se as mais variadas graduações de cinza (Figura 4).
Além disso, a altura de tom traz uma outra definição importante para a prática
clínica da colorimetria, que é o fundo de clareamento. Foi visto que a cor do cabelo é
formada, naturalmente, pela combinação dos tipos de melanina.
Quando o cabelo é exposto a um processo de descoloração, com finalidade de
clareá-lo, as concentrações de melanina são reduzidas, o que resulta na alteração da cor
dos cabelos, obtendo-se uma coloração mais fraca que a natural. À medida que o cabelo
é descolorido, outras cores vão surgindo, o que é chamado de fundo de clareamento.
Para compreender melhor, observe o Quadro 1 e compare com a Figura 5.
31
32
A variação do fundo de clareamento será sempre de tonalidades vermelhas, no
caso de alturas de tons baixas, ou seja, mais escuras, enquanto que as alturas de tons de
louros terão como fundo de clareamento cores na altura de amarelo. Por exemplo, em
um cabelo preto com altura de tom número 1, à medida em que vai sendo clareado surge
o vermelho, podendo apresentar várias tonalidades durante o processo. O amarelo
aparece e também apresenta algumas tonalidades no processo de clareamento dos fios
louros. São justamente essas cores ―de fundo‖, que o cabelo apresenta, que são
chamadas de fundo de clareamento.
A tonalidade, também chamada de nuance ou reflexo da cor, refere-se a um
pequeno desequilíbrio nas cores, e recebe a denominação de reflexos primários,
secundários, podendo ser suaves, intensos ou profundos. Nesse caso, estes termos
informam a quantidade de cores existentes na haste capilar. Por exemplo: o cabelo de
cor castanho ou louro pode ser formado por variações do amarelo, vermelho e azul,
conforme o objetivo desejado. Todas as cores naturais se formam do balanço de cores,
variando apenas o nível de cor.
Vale lembrar que esses reflexos não modificam a cor do cabelo, mas sim a altura
de tom do mesmo. Por ser uma matriz muito fraca, ela não chega a ter profundidade na
cor. São utilizadas com intuito de causar mais brilho, intensidade e ser um diferencial
das alturas de tons. Como visto anteriormente, a altura de tom de um cabelo é definida
por numerações. Os reflexos podem ainda ter predominância de cores, nesse caso a
predominância quente inclui a formação de reflexos nas cores amarelo, laranja ou
vermelho, e a predominância fria, inclui reflexos nas cores: azul, verde ou roxo
(COLORDESIGN, c2002).
33
vermelho e o número 5 representa o reflexo secundário que é o mogno. Para tanto, a
leitura dessa numeração é feita da seguinte forma: castanho-médio, vermelho-mogno.
Vale lembrar que se pode ter apenas um reflexo, nesse caso terá apenas o número
antecedendo a vírgula e, após, um número que representará o reflexo principal.
Quanto às ações dos pigmentos na haste capilar, elas irão agir inicialmente na
cutícula e algumas atuarão na camada intermediária da haste capilar chamada de córtex.
Algumas moléculas de pigmentos existentes nos colorantes conseguem atravessar a
cutícula do cabelo e difundir-se através do córtex, gerando efeitos de coloração mais
duradouros, enquanto outras permanecem na camada mais externa das cutículas, tendo
efeitos a curto prazo. A imagem a seguir (Figura 7) mostra a cutícula, que é a camada
mais externa da haste capilar, seguida pelo córtex e medula.
34
As colorações existentes são classificadas conforme o objetivo de tratamento e o
tempo de duração na haste capilar, podendo ser permanentes, semipermanentes ou de
tom sobre tom. As colorações de tom sobre tom apenas acentuam os reflexos naturais,
sem alterar a cor do cabelo (GOMES, 2018).
Diante dessas informações, é essencial que o profissional da área capilar entenda
os princípios de colorimetria antes da realização de qualquer tratamento, uma vez que
envolve uma série de conhecimentos prévios.
Tipos de cabelo
Quanto ao formato
35
étnicas. Quanto à forma, o cabelo pode ser: liso, encaracolado, ondulado ou em espiral.
O cabelo liso é também chamado de mongol ou oriental. Possui forma reta,
nenhuma onda é evidenciada na haste capilar. O modo como o folículo está implantado
faz com que o cabelo cresça reto e perpendicular ao coro cabeludo. Possui uma taxa de
crescimento média de 1,3 cm/mês. Representado na Figura 8 pelo número 1.
O cabelo ondulado é também chamado de caucasiano. Há sempre a formação de
―S‖ quando está curto e uma série de ondas quando é de comprimento longo. Seu
crescimento se dá num ângulo oblíquo ao couro cabeludo e é levemente curvado e com
uma taxa de crescimento de 1,2 cm/mês. Conforme a Figura 8, o cabelo 2a é um cabelo
ondulado que não tem muito volume, a raiz é mais oleosa, porém o comprimento possui
uma oleosidade adequada. O fio é fino e possui um formato de ―S‖, mas bem alongado.
Por já possuir uma ondulação natural, é mais fácil de modelar. No cabelo 2b é mais
evidente a tendência a ter frizz e a modelagem fica um pouco mais comprometida, pois
o ―S‖ já é mais definido, assim o cabelo tem basicamente uma ―memória‖ da sua
curvatura original. No 2c a forma de ―S‖ ―começa a apresentar alguns cachos espaçados
ao longo do cabelo. A formação dos cachos faz com que os fios já não fiquem mais tão
grudados na cabeça, resultando em um cabelo com mais volume e movimento.
No cabelo encaracolado há presença de ondas e assume um formato semelhante
a um ―C‖ quando o comprimento é curto e um formato semelhante a ―S‖ quando possui
comprimento mais longo. Representado na Figura 8 pelo número 3. Esse tipo de cabelo
ainda apresenta uma subdivisão, de 3a, 3b e 3c. O primeiro deles, o 3a, possui raiz mais
lisa, porém, logo na sequência, os cachos já começam a aparecer. Normalmente, são
bem grandes e largos. O tipo 3b possui cachos desde a raiz, com textura áspera, não tão
sedosa quanto os fios 3a. O fio é mais encorpado e forma cachos mais fechados, alguns
formam até ―molinhas‖. E o tipo 3b apresenta cachos muito fechados desde a raiz. Por
estar se aproximando do cabelo espiral, já possui um nível de ressecamento maior do
que as subcategorias anteriores, principalmente nas pontas.
No cabelo espiral, também chamado de crespo, afro-americano ou étnico, a haste
capilar se apresenta como uma onda contínua que, tal como o nome, assume uma forma
em espiral desde o momento de saída da haste do couro cabeludo. Pode ocorrer a
formação de ondas da largura de um anel. Como o cabelo cresce quase paralelo ao coro
cabeludo, ele cresce enrolado nele mesmo e tem uma taxa de crescimento média de 0,9
cm/mês. São representados na Figura 8 pelo número 4. O tipo 4a se caracteriza por
possuir cachos bem estruturados, independente se estão molhados ou secos. O tipo 4b
36
possui muito volume e é conhecido como cabelo black power, são mais frágeis e
merecem muitos cuidados. Já o cabelo 4c, caracteriza-se por alternar entre mechas que
seguem o padrão zigue-zague e fios que não possuem nenhuma definição. Pela
curvatura estar ainda mais junta, os cabelos 4c sofrem com o fator encolhimento e
ressecamento, e por sua estrutura, podem ser muito difíceis de cuidar (BIOQUÍMICA
da beleza, 2005; FERREIRA, 2018; TERRIBILE, 2013).
Quanto à porosidade
A porosidade é a capacidade da haste capilar de absorver água. Essa
característica da haste capilar é determinada pelas condições da cutícula do cabelo, que
é a parte mais externa da haste capilar. Nos cabelos com porosidade normal, a cutícula é
compacta e impede de maneira semipermeável a penetração de umidade dentro do
cabelo, seja para entrar no cabelo ou para sair. Nos cabelos com porosidade baixa, a
cutícula é muito compacta e impede esta penetração. Nesse caso, a haste capilar é de
difícil tratamento com coloração, uma vez que dificulta a penetração. Esse tipo de
cabelo pouco poroso necessita de tratamentos prévios à coloração para melhorar sua
37
porosidade, assim como os cabelos com alta porosidade, pois são cabelos com a cutícula
muito aberta e, portanto, absorvem e perdem muita umidade, tornando-se facilmente
desidratados e frágeis.
Quanto ao diâmetro
Essa classificação define os cabelos em grossos, médios ou finos, de acordo com
a circunferência da haste capilar. Cabelos grossos possuem maior circunferência, sendo
mais fortes. Na colorimetria, é este tipo de cabelo que resiste mais às colorações quando
comparado aos demais. Cabelos médios possuem uma circunferência média em
diâmetro e normalmente não apresentam problemas nos tratamentos capilares. Enquanto
que os cabelos finos são os que possuem menor circunferência. Tem como característica
a maior possibilidade de dano por tratamentos químicos, pois perdem densidade muito
fácil. Nas colorações, são os que respondem mais rapidamente aos tratamentos, uma vez
que são mais finos e mais fáceis de modelar.
Quanto à elasticidade
A elasticidade é a capacidade que a haste capilar possui de ser distendida e
voltar ao seu comprimento normal sem lesões em sua estrutura. Nas condições normais
de um cabelo saudável, ele é elástico. Os cabelos de baixa elasticidade, ao serem
distendidos, quebram facilmente e é difícil realizar tratamentos químicos. O cabelo de
alta elasticidade apresenta um efeito chamado chicletes, pois ao distender o fio ele
retorna muito facilmente, o que é um sinal de alerta, pois pode estar relacionado ao
excesso de porosidade do fio. A elasticidade em excesso pode ocorrer após alguns
tratamentos químicos de descoloração.
38
associam caraterísticas de cabelos oleosos na raiz e secos nas pontas (FERREIRA,
2018; O ASPECTO dos cabelos, 2018).
39
características, e predispondo ao aparecimento de danos e disfunções. A aplicação de
produtos químicos nos cabelos pode ser realizada com o objetivo de colorir os cabelos,
mas para gerar os efeitos esperados os agentes químicos precisam chegar ao córtex e
gerar reações químicas, para tanto fazem a abertura das cutículas e expõem córtex e
medula. A abertura das cutículas gera maior fragilidade local, tornando a haste ainda
mais suscetível a agentes externos, como umidade, poluição, calor etc. Essa exposição
tende a tornar o cabelo cada vez mais poroso e frágil.
Além dos danos químicos, cabelos quimicamente tratados com coloração estão
predispostos a agentes lesivos, uma vez que estão mais fragilizados. Dentre os agentes
40
físicos causadores de danos, estão hábitos diários como lavar os cabelos, secar com a
toalha, pentear, passar as mãos, exposição à água do mar ou água tratada, vento,
poluição provocam um desgaste que vai se tornando perceptível à medida em que os
fios crescem. Esse desgaste físico causa um levantamento das cutículas e aumenta a
porosidade dos fios, tornando-os mais suscetíveis à desidratação e ao ressecamento,
surgindo sinais como frizz e aparência nitidamente danificada do fio. O fato de
friccionar os fios do cabelo exageradamente durante a lavagem ou na secagem com uso
de toalhas é prejudicial, pois a fricção causa aproximadamente 90% das lesões nas
cutículas (SANTOS, 2017).
O uso de cabelos presos por longos períodos de tempo também causa danos na
haste capilar, uma vez que a predispõem a quebras e podem levar à queda de cabelo
quando a tração é exagerada. Cabelos tratados com coloração apresentam como
resultado uma redução na elasticidade e hidratação, fazendo com que a tração quebre
mais facilmente os fios. Os traumas físicos citados anteriormente, inicialmente alteram a
camada de proteção, mas a longo prazo levam à ruptura e ao desprendimento dessa
camada da haste, causando disfunções capilares comuns como, por exemplo, as pontas
duplas.
41
Quanto ao uso de produtos químicos para coloração, é importante que o cliente
busque profissionais capacitados e que se faça utilização de produtos adequados e
seguros, visando fornecer ao cliente tratamentos de qualidade e segurança, que possam
causar o mínimo de danos à haste capilar.
Na lavagem dos cabelos, dê preferência à água morna, nem fria, nem quente,
pois previne lesões no couro cabeludo e também na haste capilar. Indica-se o uso de
água com temperatura um pouco menor que 25°C e mantendo o chuveiro a uma
distância adequada do couro cabeludo, pois a própria pressão da água pode causar
danos. A água muito quente, além desses danos, causa descoloração precoce nos fios
submetidos à coloração.
Utilize para a higiene dos fios xampus que possuam indicações específicas para
o cabelo colorido, aplicando na raiz do cabelo com movimentos de massagem. Após o
uso, utilize produtos cosméticos que amenizam os efeitos do xampu sobre os cabelos,
como o uso de desembaraçante, hidratante e redutor de volume, assim como cremes
capilares sem enxágue, pois ajudam a proteger os fios. Além de proteger os cabelos das
agressões externas, preservam as cutículas íntegras e formam um filme protetor que
simula as cutículas perdidas durante o tratamento de coloração.
42
moderado dessas técnicas. Para amenizar os efeitos do aquecimento provocados por
secadores, chapinhas e modeladores, deve-se fazer uso de cosméticos com proteção
térmica prévia à aplicação dessas técnicas.
Adotar uma rotina diária de cuidados com o cabelo, que inclui uso de cosméticos
adequados a cabelos tratados com coloração, cuidados com lavagem, secagem e
escovação, assim como evitar a exposição solar e alimentar-se adequadamente, são
ações essenciais para amenizar os danos à haste capilar e garantir cabelos coloridos
artificialmente saudáveis e bonitos (CALEFFI; HELDMANN; MOSER, 2009; HALAL,
2011; PAGAN, 2016; PAULA, 2001).
43
promover a coloração e descoloração dos fios, de uma forma que ofereça ao consumidor
menos riscos à saúde das fibras capilares e do couro cabeludo. O conhecimento técnico
e teórico do processo de modificação de cor e as reações químicas que acontecem nos
fios são de extrema importância para que haja a compreensão de como o procedimento
pode ou não ser efetivo.
44
formação das hastes — isso só não ocorre quando temos a presença dos cabelos
brancos, que são totalmente ausentes de pigmentos. Existem dois tipos de melanina, que
formam a cor dos cabelos, chamados de eumelanina, que confere os tons castanhos e
pretos, e feomelanina, que caracteriza os fios de tons avermelhados e loiros.
45
Princípios de formação da cor
A ciência que realiza o estudo das cores chama-se colorimetria, a qual
desenvolve métodos de quantificação da cor e suas medidas, de maneira que sejam
levados em consideração fatores de transformação das cores cruas, seus reflexos e
efeitos de luz. Cada indivíduo tem uma percepção particular dos tons e subtons da cor
que vê, pois essa visão é causada por estímulos físicos que provocam sensações
cromáticas em virtude da emissão e reflexão da luz — também chamados de ―cor-luz‖ e
―cor-pigmento‖.
46
O sistema RYB, que é utilizado pelo setor cosmético para desenvolver as
colorações e os neutralizantes, tem base em três cores que podemos chamar de
primárias, pois elas são puras e dão origem a todas as outras, que são o vermelho, o
amarelo e o azul. A mistura ou a superposição dessas cores, em partes iguais, cria
variações de marrom, conforme a quantidade de pigmento mais escuro ou mais claro. A
combinação de duas cores primárias dá origem às secundárias — verde, roxo e cor de
laranja —, e a mistura de duas cores secundárias originam as terciárias, criando o que
chamamos de subtons. Todas as variações dessas cores, como o marrom, dependem da
quantidade de pigmento mais claro ou mais escuro a ser utilizado na mistura — no caso
o preto e o branco — de onde são criadas as nuances (Figura 3).
A aplicação de técnicas que modificam as cores dos cabelos tem como ponto de
partida os pigmentos naturais dos fios, atribuindo a isso a importância do conhecimento
dos fundos de clareamento de cada tonalidade para resultados satisfatórios,
principalmente nas técnicas realizadas com agentes descolorantes. A cor natural dos
cabelos tem seus próprios reflexos, herdados geneticamente e transformados pela
melanina. As colorações aplicadas às hastes são misturas de corantes, gerando duas ou
mais nuances: a primeira delas é chamada de cor-fundo (natural) e a segunda é a
tonalidade (reflexos), para que haja transformação da cor.
47
Todas as tonalidades de cabelo têm uma altura de tom, que varia de 1 (preto) a
10 (loiro claríssimo) e são variações de marrons, sendo que os cabelos mais escuros são
ricos em pigmentos de tons de azul, e os mais claros, de vermelho a amarelo. Nos casos
de clareamento dos fios, você consegue eliminar os pigmentos naturais ou artificiais da
fibra capilar. À medida que esses pigmentos são retirados, o cabelo vai alterando a cor e
evidenciando seu fundo de clareamento, onde os tons mais próximos de 10 são amarelo
claro, e os próximos de 1 são vermelho, como pode ser visualizado na Figura 4.
Já no processo de descoloração dos fios, o intuito não é dar nova cor aos fios,
mas, sim, remover pigmentos. Em formulações de clareamento, além do uso de
peróxido de hidrogênio, pode existir a combinação de persulfatos para acelerar o
processo de remoção de cor. O uso de água oxigenada auxilia os persulfatos durante o
48
processo de oxidação, dissolvendo grânulos de melanina, completa ou parcialmente, do
córtex capilar. Nesse processo de reação, as eumelaninas são mais sensíveis, e as
feomelaninas mais resistentes de remoção, fazendo com que sejam notados resquícios
de pigmento nos fios, identificados como fundo de clareamento.
Colorações permanentes
Há cerca de um século, surgiam as primeiras colorações de cabelo à base de
pigmentos extraídos da natureza, os quais passaram por processos de aprimoramentos
ao longo dos anos, surgindo novas tecnologias e métodos que reinventaram o processo
de pigmentação das hastes. Muitos corantes sintéticos foram surgindo e formando as
cartelas numerosas de nuances que você observa na hora de escolher a mudança mais
procurada das mulheres em salões de beleza. O crescimento da tecnologia foi
extremamente necessário, principalmente para a evolução no processo de fixação de
pigmentos no córtex e permeação através das cutículas.
As colorações por oxidação têm mecanismo de ação bem específico, pois são
formadas por substâncias intermediárias ou precursoras de cor e acopladores. A maioria
50
dos produtos utiliza amônia para promover a tumefação e abertura das cutículas, com o
intuito de facilitar o processo de absorção dos corantes e do peróxido de hidrogênio
(OX). Algumas novas tecnologias já se utilizam de ativos, como a anilina, que não são
tão irritantes, para substituição da amônia. Porém, tendem a ter uma menor durabilidade
e menos opções de cores em cartela.
Para que haja a reação do pigmento com os fios, o pH é alterado para um meio
mais alcalino, fazendo com que as escamas das cutículas se abram, e as pequenas
partículas de cor interajam com o córtex. Para você obter o efeito desejado da coloração,
é necessário o uso do peróxido, disponível no mercado com porcentagens diferentes,
que vão das volumagens mais baixas ao 40. Isso significa que, por exemplo, em uma
OX de 20 volumes, cada de litro de peróxido, numa concentração de 6%, é capaz de
liberar 20 litros de oxigênio.
51
Pré-pigmentação e pigmentação
Tinturas são amplamente utilizadas por indivíduos que buscam alterar a cor
natural dos cabelos, evitar o aparecimento de cabelos brancos decorrentes do processo
de envelhecimento e ainda experimentar novas cores de acordo com tendências da
moda. As tinturas podem ser classificadas em permanentes oxidativas, temporárias ou
semipermanentes, de acordo com o tempo que permanecem no cabelo e a maneira pela
qual promovem a coloração. Além disso, também pode ser aplicada a técnica de pré-
pigmentação, que é uma técnica utilizada como pré- tratamento de coloração.
Processo de coloração
O uso de tinturas, as chamadas colorações, é significativo em dias atuais,
considerando a importância que o cabelo possui na aparência humana e a
disponibilidade de colorações e técnicas cada vez mais seguras e efetivas. As tinturas
são utilizadas como agentes transformadores, para mudar as cores naturais dos cabelos e
com a finalidade de mascarar os sinais de envelhecimento, como o aparecimento de
cabelos brancos (MILIAUSKAS, 2017).
52
haste capilar, sendo que se diferenciarão entre si pela intensidade, durabilidade e tipo de
modificação na haste capilar.
Técnica de pré-pigmentação
A pré-pigmentação é uma técnica que objetiva devolver os pigmentos retirados
do cabelo, ou seja, escurecer os cabelos. A retirada de pigmentos pode ser decorrente do
processo de descoloração ou, ainda, decorrente da falta de pigmentos nos cabelos
brancos. O objetivo é obter um resultado final com uma cor uniforme, indicado quando
há uma porcentagem grande de cabelos brancos, considerando que os cabelos brancos
possuem mais dificuldade de fixação de pigmento. Pode ainda ser utilizada em situações
que tenham por finalidade pré-colorir o cabelo, funcionando como uma preparação com
aplicação de uma coloração prévia para o cabelo receber a coloração definitiva. Essa
técnica possibilita um resultado satisfatório, uma vez que garante uma cor uniforme e
mais duradoura. Quanto à sua utilização, exige sempre a aplicação de uma coloração
pura e de um tom mais claro em relação à coloração que será aplicada posteriormente e
sem fazer uso de produto oxidante, apenas água. O Quadro 1 apresenta quais as cores
que devem ser aplicadas na pré-pigmentação, garantindo cores duradouras, sem
53
manchas e tons indesejados (ROCHA, 2016; TERRIBILE, 2013).
Essa técnica é muito importante para bons resultados, pois o cabelo descolorido
e com falta de pigmento, encontra-se normalmente danificado e não consegue absorver
adequadamente a tintura definitiva, pois a estrutura dos fios repele a cor da tintura ou
não a absorve de maneira uniforme, acarretando manchas e o desbotamento fácil. Se o
cabelo que está sem pigmentos receber a coloração definitiva, possivelmente os fios
continuarão danificados e claros, ao contrário do que ocorre quando a pré-pigmentação
é realizada. É indicada também para pré-tratamentos de colorações permanentes
oxidativas, pois são as colorações que mais exigem mudanças nas cores. A pré-
pigmentação possui uma grande aplicação na área da colorimetria (ROCHA, 2016;
TERRIBILE, 2013). Por exemplo, em um cliente que tem o cabelo loiro e deseja ficar
moreno, a técnica de pré-pigmentação é uma boa solução para garantir a cor desejada. A
seguir você confere um exemplo de pré-pigmentação, onde um cabelo naturalmente
loiro claríssimo é transformado em castanho-claro, ou seja, escurecido.
54
Cuidados com o cabelo antes da pré-pigmentação
Para garantir os efeitos desejados na pré-pigmentação, alguns cuidados devem
fazer parte do procedimento (PIRES et al., 2018). A pré-pigmentação, mesmo não
fazendo uso de produtos muito agressivos, demanda alguns cuidados. Nesse
procedimento capilar, ocorre a inserção de pigmentos de natureza artificial, de modo a
colorir o cabelo, logo, trata-se de um processo químico. Portanto, os cabelos precisam
estar preparados para receber a técnica, evitando assim efeitos negativos.
A escolha de produtos deve ser feita com cautela, optando sempre por produtos
de boa qualidade, destinados especificamente a cada tipo de cabelo e, ainda, que
possuam registro junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), garantindo
assim produtos testados e seguros.
55
dentro do prazo estipulado e seguir todos os cuidados de armazenamento descritos pelo
fabricante. Em algumas situações, principalmente naquelas em que o crescimento do
cabelo é rápido, será necessário realizar retoques de pré-pigmentação na raiz do cabelo,
sendo indicado o uso de pigmento igual ao utilizado na primeira aplicação.
Outro cuidado especial refere-se aos cabelos com mechas. Muitos clientes não
gostam dos resultados das mechas e após um período querem retirá-las. Nesse caso,
assim como os cabelos grisalhos ou brancos, a pré-pigmentação deve ser feita em
etapas, onde os pigmentos serão aplicados mais de uma vez. Além disso, dependendo a
cor das mechas, será necessário aplicar mais de uma tonalidade de pigmento. Um
exemplo disso seria aplicar um tom quente em cima das mechas (vermelho, por
exemplo) e após um tom mais escuro e frio no restante do cabelo até que seja possível
igualar e deixar os fios com uma cor uniforme.
56
com o crescimento do cabelo (MILIAUSKAS, 2017).
57
Dessa maneira, para que ocorra o efeito desejado, é necessária a presença
obrigatória dessas três substâncias. A Figura 1 traz esse processo, representado pela
haste capilar, presença dos pigmentos fora da haste e abertura das cutículas. Quando em
condições alcalinas os precursores representados por A reagem à presença dos
acopladores, representados por B, criando uma molécula maior que irá tingir o cabelo.
Composição
Além desses três compostos essenciais, as tinturas permanentes oxidativas
podem apresentar outros compostos que atuam de maneira secundária na haste capilar,
são eles: substâncias antioxidantes, surfactantes, solventes, agentes espessantes, agentes
quelantes, além de substâncias condicionadoras, alguma fragrância e água com efeitos
58
diversos.
Forma de apresentação
As tinturas permanentes são encontradas em diferentes formas de apresentação,
de acordo com o fabricante, podendo ser: líquida, creme, pó, gel ou xampu. Sendo que a
forma mais utilizada ainda é o creme.
59
a formação de cores com aspectos naturais. E as desvantagens são: o cheiro forte
durante a aplicação, o risco de alergias e o uso de um meio alcalino para a coloração,
que torna essa técnica mais agressiva aos fios do cabelo (MILIAUSKAS, 2017). Além
disso, por gerar o processo de oxidação, essa técnica deve ser utilizada com cautela em
clientes que já possuam muitas químicas no cabelo, uma vez que acumulam mais danos
à haste capilar.
Mecanismo de ação
As moléculas dos compostos utilizados nas tinturas temporárias possuem alto
peso molecular, por isso, não são capazes de atravessar a camada das cutículas do
cabelo em condições normais. Portanto, ao ser aplicada sobre o fio de cabelo, esses
compostos depositam-se na superfície do fio, sendo geralmente removidos na primeira
lavagem. Dessa maneira, seu mecanismo de ação se dá na cutícula do cabelo, apenas
pela deposição de corante sobre a haste capilar, como mostrado na Figura 3.
60
Além da utilização de corantes, a tintura temporária faz uso de resinas de
copolímero filmógenos, que possuem a função de aumentar a aderência do corante na
haste capilar, de modo que a tintura final seja resistente e fique aderida ao fio evitando
que manche as roupas e os locais de contato, mas ao mesmo tempo garantindo uma
aderência relativa, para que os corantes possam ser removidos com o uso de xampu
(TERRIBILE, 2013). Nesse tipo de aplicação, o cabelo não é lavado após o término do
procedimento, apenas é submetido à lavagem quando o cliente objetivar retirar a
coloração. Na sequência, a Figura 4 representa como os corantes permanecem na
superfície da haste capilar, não penetrando nas camadas mais internas, como o córtex e
a medula.
61
Esse é o principal mecanismo de ação das tinturas temporárias. Há uma outra
maneira de ação em tinturas temporárias que é aplicada através do método de rinsagem.
Nesse caso, se faz uso, além do corante, de um produto condicionador e é indicado para
situações de cabelos com haste muito porosas, neutralizando reflexos indesejados,
principalmente após a realização de mechas. No processo de tintura temporária por
rinsagem, as moléculas de corante e condicionador unidas se depositam entre a cutícula
e o córtex, uma vez que com o aumento exagerado da porosidade as cutículas se
encontram mais abertas, facilitando a entrada do produto. Sua ação também é
temporária, mas costuma durar mais do que uma lavagem, diferenciando-se do
mecanismo de ação mais comum com a aplicação única do corante (BAILER;
DOGNINI; MOSER, 2009).
Vantagem e desvantagem
Dentre a principal vantagem está a aplicação rápida, segura e sem muitos
processos químicos. Entretanto, a principal desvantagem nesse tipo de tintura é a
remoção muito fácil dos corantes, de modo que a pouca umectação dos cabelos, em
condições de chuva leve, por exemplo, pode remover o pigmento.
Apresentação e formulação
Segundo Gama (2010), apresentam-se normalmente na forma de gel, creme
fluido, spray ou mousses. São feitos a partir de corantes diretos, podendo fazer uso de
corantes básicos, ácidos e os pertencentes às antraquinonas, trifenilmetanos,
fenazínicos, garantindo a coloração dos fios. Os produtos da coloração temporária estão
prontos para a aplicação, e não possuem em sua formulação hidróxido de amônio ou
peróxido de hidrogênio, como nas tinturas permanentes. Exemplo: xampus tonalizantes.
62
Precauções
Como não faz uso de substâncias muitos agressivas, o risco de lesões de pele por
dermatite de contato é muito pequeno. Mas ainda podem ocorrer processos alérgicos ao
corante utilizado.
Mecanismo de ação
63
É possível visualizar na Figura 5 que a molécula de pigmento, nesse tipo de
coloração, apresenta um tamanho médio, logo consegue adentrar na haste capilar,
atravessando a cutícula e permanecendo depositada no córtex. Entretanto, é possível ver
na segunda parte da figura a cutícula aberta de modo que essa molécula de pigmento
pode sair livremente, conforme forem realizadas as lavagens no cabelo. Esses corantes
possuem uma afinidade com a queratina do cabelo, por isso não são eliminados
facilmente, e são chamados de colorações semipermanentes. A Figura 6 mostra como
ficam depositadas as moléculas de corante na haste capilar nos processos de tintura
semipermanente.
Indicação
São muito utilizadas para disfarçar os primeiros fios brancos, indicadas para
64
situações onde há presença de cabelos brancos em até 50% dos fios. Indicada também
para cabelos grisalhos, com intuito de retirar o aspecto amarelado que surge ao longo do
tempo.
Formulação e apresentação
A formulação nas tinturas semipermanentes se faz através da tintura a ser
utilizada associada a um veículo cosmético que pode ser um xampu, gel ou loção. Para
gerar os efeitos, deve permanecer em contato com os fios de cabelo por 20 a 40
minutos, e deve ser enxaguado para ser eliminado o excesso de tintura. O processo de
tintura semipermanente não envolve nenhuma reação de oxidação, como ocorre na
tintura permanente. Apenas faz uso de uma solução alcalina, de modo a alcançar um pH
entre 6 e 8,5, permitindo assim uma abertura leve das cutículas para que as moléculas de
corante possam adentrar na haste.
O corante final utilizado nas tinturas semipermanentes faz uso de vários corantes
unidos, de tamanhos e pesos moleculares diferentes. Isso permite que as moléculas de
corantes maiores se depositem nas pontas dos cabelos, local onde as cutículas costumam
estar mais abertas pelo processo de danificação natural. Em sua composição, é
necessária a presença de corante, substância alcalina, solventes, surfactantes, fragrâncias
e água.
65
durante a aplicação, permitindo diminuir a concentração do corante com melhores
resultados de coloração.
Vantagens e desvantagens
66
Luzes e mechas capilares
O mercado da estética capilar é cada vez mais promissor, uma vez que oferece a
possibilidade de transformações de cabelos que acompanham as tendências de cores da
moda e as preferências pessoais. O público desse mercado é diversificado, incluindo os
clientes clássicos que buscam tratamentos para valorizar a cor sem grandes mudanças
ou os clientes modernos, que seguem as tendências da moda. Os serviços de mechas e
luzes proporcionam beleza e luminosidade aos cabelos, através de processo de
clareamento mediante o uso de produtos químicos específicos.
Quanto às luzes, são definidas como mechas bem definidas, realizadas em pouca
67
quantidade de fios e até três tons abaixo do natural, para dar luminosidade ao cabelo,
além de clareá-los. Sua principal caraterística é a sutileza, sendo que são finas e
realizadas em uma parte dos fios.
A seguir são listados alguns dos tipos de mechas e luzes que atualmente são
consideradas as mais utilizadas pelos clientes.
Ombré hair
Estilo de origem francesa, também chamado de cabelo sombreado (Figura 1). É
realizado um dégradé que tem um início suave na região da raiz do cabelo ou logo
abaixo dela, a fim de mantê-la próxima da cor natural e, dependendo do comprimento,
intensifica-se a partir da região das orelhas ou dos ombros, até chegar às pontas dos fios.
Sua principal característica é a sutileza, uma vez que é difícil saber onde começam as
luzes no cabelo. Seu início, seja ele próximo à raiz ou logo abaixo, inicia numa
tonalidade de cor próxima à cor natural dos fios. Apresenta como vantagem a não
necessidade de muitos retoques, sendo indicado o retoque apenas quando atingirem a
altura mais próxima dos ombros. Sua principal indicação é para cabelos de
comprimento mais longo e cortados em camadas.
68
Californianas
Chamado de sun kisses, refere-se a um estilo inspirado na aparência das surfistas
da Califórnia, nos Estados Unidos, que passavam parafina nas pontas dos fios de cabelo
para deixá-las com tonalidade mais clara. Na versão utilizada atualmente, o clareamento
atinge também o comprimento da haste capilar.
Sombre hair
O nome da técnica é semelhante à ombré hair e suas características também. A
sombre hair se caracteriza por um clareamento dos cabelos a partir de certo ponto, mas
se diferencia da ombré hair, porque este estilo é mais sutil ainda. A graduação de
tonalidade é normalmente dois ou três tons mais claros do que o restante dos fios de
cabelo, de modo que gere apenas maior luminosidade aos fios. Por ser um dos estilos
que menos têm mudanças na tonalidade do cabelo, é indicado para todos os
comprimentos de cabelo, além de poder ser aplicado em praticamente todos os cortes e
tipos de cabelos também: dégradés, desfiados, assimétricos, lisos ou ondulados. Quanto
aos cuidados, a hidratação deve ser intensificada visando reduzir os efeitos dos produtos
químicos, mas sem outros cuidados especiais.
Balaiagem
Nesse estilo, as mechas são mais definidas, finas e espalhadas por todo o cabelo.
Dando um ar ainda mais natural à cor dos cabelos. As mechas nesse estilo são realizadas
em dois ou três tons, sendo que seu objetivo é a iluminação dos fios e a quebra da
uniformidade da cor do cabelo. Normalmente, utilizam-se luzes no comprimento da
haste capilar e nas pontas, mas ainda pode-se encontrar mechas próximas à raiz. Como
essa técnica não possui tanta definição, não precisa ser sempre retocada, sendo indicado
69
o retoque em situações de desbotamento da cor ou quando as luzes se afastarem demais
da raiz. Por não ser tão uniforme, ela é indicada para cabelos de quaisquer cortes ou
comprimentos. É um processo indicado para quem deseja iniciar o clareamento dos fios,
mas não quer uma mudança muito radical.
Mechas marcadas
Também chamadas de reflexo, essas mechas são semelhantes às luzes tradicionais,
mas são mais largas e delimitadas nos cabelos. Quanto aos cuidados, esse estilo
necessita de retoques mais frequentes, pois há um contraste maior da raiz com o restante
dos fios. São indicadas para todo o tipo de cabelo, mas são mais aceitas por cabelos com
cortes retos e sem presença de camadas.
Texanas
Esse estilo apresenta mechas no mesmo estilo de californiana e do ombré, mas
seu início ocorre cinco dedos abaixo da raiz, dando um efeito de que os fios foram
desbotados pelo sol. Nesse estilo, as poucas mechas são feitas na região superior da
cabeça, com característica de serem finas, seguindo até as pontas, todas clareadas com
tonalidades mais leves ou claras, podendo chegar à tonalidade de loiros claríssimos.
Considerando que esse estilo atinge as pontas da haste capilar e podem ser utilizadas
tonalidades bastante claras, é indicado o uso de reparador de pontas com regularidade.
Esse estilo de mechas é indicado para cabelos de comprimento curto ou médio e possui
maior afinidade com cortes assimétricos.
70
Dip-dye
Esse estilo traz a sensação de que os fios de cabelo foram imersos na tintura,
pois se caracteriza por mudar completamente a cor dos fios a partir de certa altura. É
utilizado em clientes que objetivem deixar os fios de cabelo coloridos com diferentes
tonalidades, como azul, rosa, verde, mas também pode ser indicado para clientes que
queiram este efeito mas com tonalidades de escurecimento ou clareamento do cabelo.
Esse estilo não busca a naturalidade e pode gerar resultados divertidos de acordo com a
tonalidade escolhida pelo cliente. Além disso, envolve alguns cuidados mais intensivos
nas escolhas de produtos capilares de uso diário, pois normalmente utiliza-se produtos
especiais para conseguir as tonalidades desejadas. É indicado para cabelos de
comprimento médio a longo e cortes assimétricos ou ainda em camadas. Cabelos com
cortes mais retos e com ondulações também podem se beneficiar desse estilo.
Descoloração
Conforme Dantas (2018), Jardim (2017), Lagune Cosmetics (2016) e Rocha
71
(2016) a descoloração capilar é o primeiro processo a ser realizado. É definida como um
processo químico no qual ocorre a retirada dos pigmentos de melanina dos fios de
cabelo por meio da associação de dois produtos: o agente alcalinizante e o agente
oxidante. Esses produtos devem ser misturados previamente à aplicação até a completa
mistura, tornando-a homogênea na forma de um creme que será aplicado nas regiões
que serão clareadas, distribuindo a solução uniformemente. A quantidade de cada um
dos produtos dependerá do volume, quantidade e comprimento do cabelo onde serão
realizadas as mechas ou luzes. A mistura deverá ter concentrações de 1/1, ou seja, uma
parte de agente alcalinizante para uma parte de agente oxidante ou ½, com uma porção
de agente alcalinizante para duas de agente oxidante.
Sobre o agente oxidante, podem ser empregadas várias substâncias com função
descolorante, mas a mais utilizada é a água oxigenada (H2 O2 ) em diferentes volumes,
sendo encontrada no mercado na forma líquida ou cremosa.
72
forte, quando descolore de cinco a oito tons, descoloração média quando descolore de
três a quatro tons e a descoloração fraca, quando descolore dois tons.
A ação dos agentes descolorantes ainda vai depender da altura de tom dos fios,
pois cabelos loiros são fáceis de descolorir, porque naturalmente possuem poucos
pigmentos. Em contrapartida, os cabelos de coloração mais escura apresentam maior
dificuldade porque apresentam mais pigmentos.
73
clareamento necessário. Por exemplo: se o cliente deseja mechas ou luzes na coloração
louro-claro, o cabelo deverá ser descolorido até chegar a uma cor laranja-amarelo.
Além dos cuidados citados anteriormente, outras medidas são essenciais para um
resultado adequado nas descolorações. Os cuidados a seguir consideram a anatomia e
fisiologia da haste capilar. A raiz do cabelo descolore mais rapidamente em relação ao
comprimento e pontas, e isso ocorre por conta da temperatura maior na região mais
próxima à raiz. Isso é justificado porque a temperatura do corpo humano é de 37°C, e
estando à raiz mais próxima do couro cabeludo se sente mais o calor nesta região.
Portanto, a aplicação deve considerar essa informação, aplicando-se primeiramente nas
pontas e haste. Há a necessidade de considerar que a parte posterior da cabeça, na
maioria dos casos, possui densidade capilar maior, o que diminui a penetração dos
agentes descolorantes. Portanto, a aplicação deve, na maioria dos casos, iniciar na parte
74
posterior da cabeça e após seguir em direção à anterior.
Produtos para higiene dos fios e hidratação: após a coloração, seja com uso de
75
tonalizante ou tintura permanente, o cabelo deve ser lavado com xampu e condicionador
específicos para cabelos recém coloridos, e de acordo com as características do cabelo
do cliente (oleosos, secos, mistos, enrolados, lisos etc.). O passo seguinte é a secagem
dos fios com secador, lembrando de fazer o uso de protetor térmico prévio à aplicação
do secador, considerando que o cabelo encontra-se mais fragilizado em virtude da
coloração. É importante realizar com regularidade a hidratação profunda dos fios, de
acordo com as orientações do profissional e considerando a avaliação dos fios de cabelo
do cliente. Além desses produtos cosméticos necessários para a realização de mechas e
luzes, há a necessidade de outros materiais que irão auxiliar no procedimento: luvas,
pincel, papel alumínio, plaquetes, cubetas e toalhas. Os produtos e materiais necessários
para o procedimento de luzes e mechas são:
• tonalizante;
• pente;
• plaquete;
• cubeta;
• pincel;
• luvas.
Quanto à maneira de divisão, seleção e separação dos fios de cabelo, ela pode
76
ser feita através da técnica de desfiar, costurar, mechas em véu ou free hands (mãos
livres). Essas técnicas propiciam ao profissional a organizar e tornar o trabalho mais
exato. Quanto à aplicação, pode-se ainda fazer o uso da touca, do papel alumínio, e
ainda uma aplicação com a plaquete. As técnicas que fazem uso do papel alumínio e
touca são consideradas mais tradicionais e antigas quando comparadas à técnica de free
hands e com uso das plaquetes (FERREIRA, c2015; MARQUES, 2018; PRINCIPAIS
técnicas..., 2018).
O estilo das californianas pode fazer uso dessa técnica de aplicação. Nesse caso,
o cabelo é desfiado com um pente fino, passando das pontas em direção ao
comprimento dos fios, e o descolorante é aplicado apenas nos fios que ficarem presos
entre os dedos do profissional. As luzes ombré hair também fazem uso dessa técnica. A
separação e o ato de eriçar os fios com o pente fino das pontas em direção à raiz, reduz a
área a ser descolorida, e só recebem o produto descolorante os fios de cabelo que
permanecerem na mão do profissional. Essa técnica promove no estilo ombré hair o
efeito de sutileza.
77
Mechas costuradas ou tricotadas
O profissional deve separar uma parte de fios de cabelo, posterior a isso, deve
utilizar o cabo de um pente e fazer movimentos de costura, de modo a separar fios e
cabelo de maneira intercalada. Nesta técnica, como mostra a Figura 3, as mechas
chegam bem próximas da raiz dos cabelos.
Free hands
Como o próprio nome diz, essa técnica é chamada de mãos livres e se caracteriza
pela aplicação do produto sobre os fios de cabelo à mão livre, sem utilização de papel
alumínio, plaquetes ou outros equipamentos. O resultado encontrado é mais natural e
com tom mais próximo da cor natural dos fios de cabelo, uma vez que não faz uso de
78
equipamentos que mantenham a temperatura capilar, o clareamento não é tão intenso,
garantindo a naturalidade. O estilo balaiagem pode ser feito com a técnica free hands.
Como na balaiagem, os fios ficam mais claros da região do meio para as pontas e os fios
próximos à raiz permanecem naturais ou com um leve sombreado, assim é indicado o
uso da mão livre. Além disso, a técnica de mãos livres pode ser empregada também na
coloração estilo californiana.
Mechas na touca
É uma das técnicas de aplicação mais clássicas. Faz uso de uma touca feita de
silicone e que possui pequenos furos em toda a sua extensão. O profissional deve
colocar a touca no cliente e retirar através dos furos pequenas mechas de cabelos com
uso de uma agulha de crochê, colorindo posteriormente as mechas de cabelo que foram
retiradas pelos furos. As luzes podem ser realizadas com a técnica da touca, por
exemplo.
Esta técnica de aplicação permite que apenas os cabelos que foram retirados da
touca sejam descoloridos ou tonalizados, de modo que ficam separados daqueles que
devem ser preservados, logo, não há risco de manchar a raiz dos cabelos e os demais
fios. É a técnica considerada mais segura, pois é pouco provável que ocorram erros
decorrentes de manchas nas hastes capilares que não deveriam receber o descolorante.
Uma característica dessa técnica é que ela não pode ser aplicada na nuca, pois a
touca não alcança esta região. A região da nuca permanece com fios mais escuros e se o
cliente optar por utilizar os cabelos presos eles ficarão mais evidentes. Além disso,
como a retirada dos fios de cabelo da touca é um pouco desconfortável, não deve ser
indicada para clientes que possuam muita sensibilidade no couro cabeludo.
79
se caracteriza pela colocação de papel alumínio envolto na mecha de cabelo,
previamente separada, de modo que ele acelere o processo de descoloração ou coloração
da haste capilar. A colocação do papel alumínio aumenta a temperatura local e facilita a
abertura das cutículas, de modo que os produtos ajam com mais velocidade.
O resultado com esta técnica é bem variado, podendo ser empregada nas mechas
ombré hair, californianas, mechas com diferentes características. Apresenta como
vantagem, quando comparada à técnica da touca, a aplicação na região da nuca de modo
que o resultado é mais uniforme e ideal para clientes que utilizam cabelos presos. Além
disso, o resultado com o uso do papel alumínio é mais rápido, reduzindo o tempo de
tratamento, uma vez que ele acelera o processo de descoloração capilar.
Nessa técnica, o risco de manchar os fios é maior, uma vez que o papel alumínio
pode abrir-se ou escorregar, provocando um vazamento do produto e,
consequentemente, alterando o resultado esperado. Além disso, essa técnica exige a
abertura do papel alumínio para checagem dos fios.
Para retoques de luzes e mechas é melhor utilizar a técnica com papel alumínio,
plaquetes ou mãos livres, pois a técnica de uso de touca não é a mais indicada, pois cada
vez que for aplicada novas mechas de cabelo serão novamente descoloridas e não
somente a raiz das descoloridas anteriormente. Dessa maneira, se o cliente fizer
retoques frequentes, cada retoque representará maior descoloração e muitas vezes esse
não é o objetivo.
80
Pode ser empregada associada com outras utilizações, como com o papel
alumínio, de modo que a plaquete sirva de base para a mecha de cabelo envolta no papel
alumínio, dando mais segurança para trabalhar.
81
de modo a atender os objetivos dos clientes.
• Cabelos que desbotaram muito rápido: a perda muito rápida da cor é causada
por tempo insuficiente da ação do produto ou oxidante muito forte.
• Cabelos com coloração final muito escura: normalmente causado por erro na
escolha do tom, utilização de um oxidante muito suave ou excesso de pigmentos cinza
na mistura preparada.
• Cobertura insuficiente de cabelos brancos: nesse caso, o erro mais comum está
relacionado à falta de adição de cor base extra na mistura do produto.
Esses problemas com coloração podem, em sua maioria, ser evitados com a
realização de um procedimento considerando as leis de colorimetria, técnica adequada e
a escolha de produtos de qualidade. O conhecimento das leis de colorimetria utilizando
o círculo cromático, garante maior exatidão na escolha da cor desejada e prevê o
resultado e a cor real que será revelada após o tratamento com coloração (ANEETHUN,
82
2016; CASTRO; DE SANTIS, 2017; COMO matizar o cabelo..., 2017; FREITAS;
PEREIRA; PIMENTEL, 2016).
Correção de cores
Quando esses problemas surgem, pode-se fazer uso da colorimetria para tentar
corrigir os resultados indesejados das colorações. Para tanto, utilizam-se técnicas de
correção de cores baseadas no princípio das cores representadas na estrela de Oswald. A
estrela de Oswald é uma representação esquemática da matemática das cores e
representa as cores básicas e as que são possíveis alcançar por meio da mistura das
tonalidades. A estrela é utilizada para se chegar ao resultado desejado, intensificar uma
cor natural, além de ser possível também fazer a correção de uma tintura que deu
errado. Sobre sua formação, é composta por seis pontos, sendo que cada um representa
uma cor. O princípio de correção de cores utiliza a definição de cores complementares
existentes na estrela de Oswald.
A teoria das cores complementares diz que duas cores neutralizam a cor que se
encontra na linha convergente, de modo que cada cor possui uma cor oposta e quando
aplicada sobre ela possui o poder de neutralizá-la, proporcionando assim um equilíbrio
de cor. A estrela de Oswald e as cores complementares podem ser vistas na Figura 1.
Essa neutralização é importante no momento em que se deseja realizar a correção de
cores indesejadas no cabelo. É possível observar que as cores opostas a cada tom, são os
tons que podem ser anulados ou neutralizados com aquela cor. Por exemplo, o vermelho
possui a capacidade de neutralizar a cor verde, o roxo consegue neutralizar o amarelo e
o azul neutraliza a cor laranja (ANEETHUN, 2016; CASTRO; DE SANTIS, 2017;
COMO matizar o cabelo..., 2017; FREITAS; PEREIRA; PIMENTEL, 2016).
83
A estrela de Oswald permite que o profissional utilize os princípios de cores
quentes e frias para auxiliar na correção das cores. Para entender melhor esse processo,
confira a Figura 2.
Matização
Além da correção de cor aplicada a cabelos que receberam colorações e que não
ficaram da tonalidade desejada, existe a definição de matização. Matizar significa
neutralizar uma cor no cabelo e, nesse caso, é aplicado a cabelos descoloridos, coloridos
ou aos cabelos loiros naturais. A indicação se dá em virtude de que estes cabelos estão
mais expostos à oxidação devido a fatores externos como: poluição, radiação UV, cloro
da água, dentre outros fatores e que provocam o desbotamento da cor com o passar dos
dias.
85
desejado. Permite que os fios coloridos, independentemente da cor, possam ser
realçados, ficando com um tom muito mais brilhante, luminoso e vivo.
86
laranja.
87
desvantagem, que é a maior agressão química aos fios. Pois, para garantir o processo de
oxidação que resultará na coloração dos fios, os produtos utilizados nesse tipo de
coloração torna esta técnica mais agressiva aos fios de cabelo, quando comparadas às
demais. Não obstante, esta técnica deve ser utilizada com precaução em clientes que já
possuam muitas químicas no cabelo, uma vez que acumulam mais danos à haste capilar
e podem predispor ao aparecimento novos danos.
Cabelos que ficaram com tonalidades mais claras que dois tons do desejado
também necessitam de tinturas oxidativas permanentes para correção, uma vez que é a
única alternativa que consegue escurecer mais tons. Nesse caso, se for aplicado
88
tonalizante (tintura semipermanente), possivelmente não se alcançará a cor desejada. O
indicado nesse caso é, após realizar a avaliação dos fios, reaplicar a tintura permanente
oxidativa.
Quanto à ação nos fios de cabelos, essas tinturas agem sem que ocorra um
processo de oxidação no interior da haste capilar, logo os pigmentos ficam armazenados
na camada externa da haste capilar, nas cutículas capilares. No caso de tinturas
temporárias e no caso de tinturas semipermanentes, as moléculas de pigmentos chegam
ao córtex e permanecem depositadas lá, entretanto, como as moléculas são
relativamente pequenas, com os processos de lavagem elas vão saindo do fio
gradativamente, durando aproximadamente um mês, além do que, permitem apenas o
escurecimento ou clareamento de tom sobre tom. Enquanto que as temporárias são
89
removidas com um único processo de lavagem.
Além disso, com o passar dos dias e das lavagens, os cabelos com luzes e
mechas podem ir perdendo a coloração inicial, de modo que ficam algumas vezes com
mechas amareladas, dando um aspecto inestético dos fios. Nesse caso, pode-se indicar
ao cliente o uso de uma tintura temporária encontrada na forma de xampu, máscaras ou
cremes e que irão ser aplicados nos fios durante o processo de lavagem, evitando assim
esse efeito indesejado. Esses xampus aplicados a luzes e mechas loiras, mas que estão
amareladas, podem ainda ser empregados em cabelos descoloridos ou coloridos com
tonalidades claras e que passem pelo mesmo processo de amarelamento dos fios.
Cabelos que foram coloridos e estão com cores indesejadas, e que não possuam
condições de serem submetidos a novo tratamento com tintura permanente, podem ser
tratados com tonalizantes, que possuem menos agentes agressivos ao fio de cabelo. Essa
indicação é aplicada, por exemplo, a um cliente que tonalizou o cabelo de marrom no
dia de hoje e que resultou em um marrom extremamente avermelhado. Na avaliação,
90
percebe-se que o cabelo está fragilizado e não deve passar por mais um processo
químico agressivo. Este cliente não quer esperar até no dia seguinte para a correção
definitiva, logo, pode-se fazer a aplicação do tonalizante ainda no salão, desde que bem
explicado ao cliente que o efeito não é definitivo.
91
permanentes demandam um processo de correção mais específico e não devem ser
orientadas a serem realizadas no ambiente domiciliar.
Aqui, você vai estudar o processo de envelhecimento capilar e entender por que
surgem os fios de cabelos grisalhos e brancos, conhecerá os produtos aplicados, as
colorações e, ainda, conhecerá as principais técnicas aplicadas aos tratamentos de
cobertura de fios brancos, garantindo, assim, maiores chances de cobertura uniforme
dos fios.
Envelhecimento capilar
Segundo Halal (2011), Rivitti (2018) e Terribile (2013), o processo de
envelhecimento afeta todos os sistemas do organismo, incluindo os cabelos. O
envelhecimento capilar desencadeia vários acontecimentos, incluindo principalmente a
perda do pigmento natural dos cabelos, resultando em cabelos grisalhos e brancos. Esse
é um processo fisiológico do organismo, também chamado de canície ou encanecimento
e tem início assim que começam a surgir os primeiros cabelos grisalhos e brancos,
sendo um processo que ocorre de maneira progressiva e permanente no organismo
humano.
92
Algumas doenças podem induzir ao aparecimento de cabelos brancos e grisalhos
mais precocemente, como em casos de doenças autoimunes como hipertireoidismo,
hipotireoidismo e anemia perniciosa, além de fatores hereditários que podem induzir ao
envelhecimento capilar prematuro.
93
A redução de tirosinase e consequente redução na quantidade de melanina dos
fios é desencadeada pela redução na quantidade de grânulos de melanina que ocorre de
maneira gradual. O surgimento de cabelos grisalhos, de coloração acinzentada, ocorre
inicialmente no processo de envelhecimento capilar e é quando já se produz uma
quantidade menor de melanina. Nessa fase, os melanócitos, células responsáveis por
armazenar a melanina produzida, encontram- -se em atividade, mesmo que reduzida. E
o surgimento de fios brancos ocorre quando há ausência na síntese de melanina, de
maneira que os melanossomos não tenham como armazenar essas substâncias, ficando
sem atividade celular.
94
exposição excessiva ao sol, má alimentação, tabagismo, alcoolismo e poluição do ar. O
aumento de radicais livres atua de maneira negativa sobre a tirosinase, desestabilizando-
a e reduzindo sua função e consequentemente induzindo o envelhecimento capilar
precoce. Quanto à localização dessas alterações, o aparecimento dos fios brancos ocorre
inicialmente nas têmporas e progride para o restante do couro cabeludo, e
posteriormente para os demais pelos do corpo, como barba, por exemplo.
Todas essas mudanças ocorrem pelo fato de as células dos folículos capilares
diminuírem suas atividades de maneira fisiológica, com o passar do tempo. Há ainda a
redução na produção das proteínas que constituem a haste capilar, além de redução de
lipídios. Esta redução leva a uma desorganização das estruturas que constituem a haste
capilar, tornando o cabelo mais frágil e envelhecido. Somado a isso, o organismo ainda
se apresenta com redução progressiva de alguns hormônios, como os hormônios
sexuais, que estão envolvidos na formação e no desenvolvimento dos cabelos.
Não obstante, o cabelo branco é muito mais poroso e armazena maior quantidade
de ar em seu interior. Isso se deve ao fato da sua camada externa (cutícula) apresentar
células menos compactadas, de modo que a luz não pode ser refletida, porque não se
encontra na presença de uma superfície lisa. Estas duas características resultam em um
cabelo branco que possui ausência de refração ou reflexo, por isso, sua característica é
―apagada‖.
Diante disso, o cabelo grisalho ou branco, além de não possuir ou possuir uma
quantidade de melanina menor que o esperado para a coloração dos fios, apresenta
outras características decorrentes de outras modificações que ocorrem no processo de
envelhecimento capilar, citadas a seguir: cabelos com brilho reduzido, maior
95
ressecamento, afinamento dos fios, diminuição do volume e da densidade capilar,
redução na velocidade de crescimento capilar e maior fragilidade do fio por sua
porosidade aumentada.
96
apresentada pelo cliente e da coloração final desejada. Indica-se água oxigenada de 10
volumes, por ser mais branda em situações onde se objetive tonalizar os cabelos, ou se
já foi aplicada tintura semipermanente. O volume de 10 é empregado ainda para a
técnica de mordaçagem. Para reforçar a cor e clarear um nível se indica a de 20
volumes, para clarear dois níveis a de 30 volumes e para clarear três a cinco níveis,
indica-se o uso de 40 volumes.
Muitos clientes optam por fazer a cobertura dos fios brancos no ambiente
97
domiciliar com a aplicação de tonalizantes, entretanto, essa técnica por si só não garante
a cobertura ideal. Existem algumas técnicas que podem ser associadas à coloração dos
fios e que evitam o efeito transparência no resultado final.
Sobre a coloração escolhida, para garantir uma cobertura total e obter uma altura
de tom natural, é preciso considerar também a porcentagem de fios brancos. Clientes
com baixa porcentagem de fios brancos devem fazer o uso de uma tonalidade cerca de
um tom mais claro, cabelos com média porcentagem devem fazer uso de uma tonalidade
igual à natural e cabelos com alta porcentagem de brancos devem receber tonalidades
um tom mais escuro que o natural, quando o objetivo é apenas esconder os fios brancos
sem mudar a tonalidade natural dos fios.
Dentre as técnicas que podem ser empregadas nas colorações de cabelos brancos
e grisalhos, cita-se: a mordaçagem, a pré-pigmentação, adição de base, técnica de
redução, técnica de deposição e a rinsagem. Essas técnicas podem ser utilizadas de
maneira isolada ou associadas em tratamentos de coloração de cabelos brancos,
considerando que em algumas situações a utilização de apenas uma técnica não será
suficiente para garantir o resultado desejado.
Técnica de mordaçagem
Conforme Bellkey (2018), Rocha (2016) e Unilever (2017), a técnica de
mordaçagem auxilia na coloração de fios brancos, uma vez que propicia que o pigmento
penetre mais profundamente nos fios de cabelo mais resistentes, que é o caso dos fios de
cabelo branco. Trata-se de procedimento realizado antes da aplicação da coloração,
facilitando a penetração posterior da coloração nos fios e garantindo ao cliente melhor
cobertura de fios brancos.
98
volume, normalmente dez volumes, sobre os cabelos brancos previamente à coloração.
No caso de cabelos brancos grossos, aplica-se a água oxigenada em todo o cabelo e em
casos de alguns fios brancos mais resistentes, pode-se aplicar apenas nas áreas que
possuam maior resistência à coloração. A aplicação deve ser feita com auxílio de um
pincel ou de algodão. Após a aplicação do oxidante se espera o cabelo secar por
completo de maneira natural ou com uso de secador. Com o oxidante seco nos fios de
cabelo e sem realizar enxague, o profissional aplica a coloração desejada seguindo as
orientações do fabricante.
99
procedimento com o auxílio de um profissional, pois a realização incorreta da técnica
pode resultar em cabelos manchados. Além disso, é essencial que essa técnica não seja
aplicada a cabelos brancos, finos e fragilizados. A mordaçagem acaba resultando em
maior fragilidade dos fios, é importante que após a coloração, o cabelo passe por
tratamentos de hidratação intensiva, visando o cuidado com os fios de cabelo.
Técnica de pré-pigmentação
De acordo com Rocha (2016), Silva (2017) e Terribile (2013), a técnica de pré-
pigmentação é uma técnica utilizada para devolver os pigmentos que se encontram em
falta no cabelo branco, sendo o objetivo principal garantir ao cliente que possua cabelos
brancos e vai se submeter a coloração dos mesmos, um resultado final mais duradouro e
com uma cor uniforme. É indicada em situação de elevada percentagem de cabelos
brancos, entre 70% e 100% dos fios. Nessa técnica o pigmento faltante é devolvido ao
fio de cabelo antes da aplicação da coloração final. Basicamente, a pré-pigmentação é
uma técnica que pré-colore o cabelo antes da aplicação da coloração escolhida pelo
cliente e é indicada principalmente para quem possui cabelos brancos mais
concentrados em uma região do couro cabeludo.
100
que o profissional realize a massagem nas mechas de cabelos com as mãos e uso de
luvas, para garantir uma cobertura uniforme dos fios brancos. Um exemplo de aplicação
de pré-pigmentação em fios brancos com utilização apenas de água morna é descrito a
seguir:
101
cliente opta por cores frias com nuances. Dessa maneira, a técnica de adição de base
consiste em adicionar uma quantidade extra de coloração de cor base junto à cor
escolhida pelo cliente.
Como, por exemplo: o cliente possui cabelos com 30% de fios brancos e quer
colori-los com uma cor 6.7 (louro-escuro com nuances em marrom). Por não ser uma
cor base, é possível que a cobertura dos fios não seja perfeita. Logo, o profissional pode
adicionar um pouco mais de coloração número 6 (louro-escuro) na coloração 6,7 (que é
a cor desejada pelo cliente).
Técnica de redução
A técnica de redução, de acordo com Silva (2017), se resume a alterar a
concentração de produto na solução de coloração, reduzindo a quantidade de agente
oxidante utilizada. Em condições normais, utiliza-se a proporção 1/1,5, ou seja, uma
porção de coloração para uma parte e meia de agente oxidante (água oxigenada). Na
técnica de redução faz-se o uso da proporção 1/1, de modo que a redução na quantidade
de agente oxidante na mistura aumenta a concentração de amônia e garante maior
cobertura dos fios brancos, uma vez que abre de maneira mais efetiva as cutículas do fio
e age na oxidação no córtex capilar.
Como exemplo de técnica de redução pode-se citar: utiliza-se para cada tubo de
60 gramas de coloração, 60 gramas de agente oxidante. Entretanto, ao optar pela técnica
de redução, é necessário aumentar a volumagem de água oxigenada. Se a indicação
anterior era de 30 volumes, na técnica de redução faz-se o uso de água oxigenada de 40
volumes, por exemplo.
102
(água oxigenada).
Técnica de rinsagem
Segundo De Caprio e Menezes (2011) e Instituto Embelleze (2011), a técnica de
rinsagem consiste na aplicação de uma coloração semipermanente (tonalizante) de cor
acinzentada nos fios de cabelos brancos, com objetivo de envernizar os fios de cabelo e
remover o aspecto branco. Nesse caso, o produto utilizado não possui amônia e possui
coloração fria (cinza). Atualmente não é tão utilizado, uma vez que o cabelo branco com
a aplicação de tonalidades frios o torna facilmente mais opaco. Por isso, atualmente,
indica-se o uso de tonalizantes com brilho e em outras tonalidades.
A rinsagem é indicada para cabelos que possuam até 30% de fios brancos, uma
vez que a técnica não permite uma cobertura tão intensa dos fios brancos, apenas os
tonaliza.
Considerando todas essas técnicas, vale ressaltar que cada aplicação possuirá
etapas específicas de acordo com a técnica de cobertura de fios brancos e grisalhos
escolhida pelo profissional, conforme a avaliação do cabelo do cliente. A seguir, é
apresentado um esquema das etapas envolvidas no processo de tratamento de cobertura
de fios brancos.
103
Passo 1: avaliação do cabelo do cliente — Inicialmente, o profissional deve
submeter o cliente a uma avaliação rigorosa do cabelo, incluindo: queixa do cliente,
análise física de condições de saúde dos fios (elasticidade, porosidade, porcentagem de
fios brancos, fundo de clareamento dos fio, altura de tom, etc), tratamentos químicos
realizados previamente, alergias a produtos cosméticos (devendo ser realizado o teste do
produto na pele do cliente antes da aplicação definitiva); dentre outros fatores que irão
definir a escolha da técnica a ser utilizada e o plano de tratamento. No plano de
tratamento o profissional deverá elencar qual a técnica utilizada para a cobertura dos
fios grisalhos e brancos, escolha dos produtos cosméticos e os resultados esperados.
105
Passo 5: higienização do cabelo — Após a pausa, o profissional deve fazer a
lavagem dos cabelos. Nessa etapa é importante que todo o produto seja retirado dos fios
em água corrente, com a posterior utilização de xampus e agente condicionador. Vale
lembrar que se deve evitar o uso de xampus antirresíduos logo após a coloração, pois,
por possuírem uma ação mais intensa, podem induzir ao desbotamento dos fios mais
rapidamente. A aplicação de um agente condicionador é essencial, já que após o
tratamento químico de coloração, os fios de cabelo tendem a ficar mais fragilizados e
necessitam de hidratação intensiva.
Colorimetria na maquiagem
As cores têm um papel importante na nossa vida, influenciando em vários
aspectos. Não se pode fugir do impacto que elas têm: sejam na moda, nos carros, nos
alimentos, na maquiagem, entre outros, as cores estão muito presentes e podem
influenciar, inclusive, em nosso humor.
Conceitos de cor
Conceitualmente, cor, segundo o dicionário Priberam on-line, é a impressão que
a luz refletida pelos corpos produz no órgão da vista. Cor não tem existência material: é
apenas uma sensação produzida por certas organizações nervosas sob a ação da luz. Ou
106
seja, é a sensação provocada pela ação da luz sobre o órgão da visão. A luz é física e
vibra em diferentes faixas de frequência (radiações).
107
vermelho, amarelo e azul. O tradicional círculo cromático é a criação de várias
combinações de cores, que derivam de três matizes primários, resultando em 12
principais divisões.
As cores secundárias são aquelas formadas por duas cores primárias e incluem o
laranja, o verde e o violeta. Por exemplo, laranja é a mistura do vermelho com o
amarelo, verde é o resultado do amarelo com azul e violeta (ou roxo) é a mistura do azul
com o vermelho.
Misturando uma cor primária com uma cor secundária, surgem as cores
terciárias. Exemplos dessa classificação incluem azul-esverdeado, amarelo- -
esverdeado, vermelho-alaranjado, azul-violeta, vermelho-violeta e amarelo- -alaranjado.
Essas são as cores finais do círculo cromático apresentado acima. Cores terrosas como
marrom e cáqui são cores terciárias formadas pela mistura das três cores primárias.
Cores complementares são aquelas que estão opostas umas às outras no círculo
cromático. Quando são utilizadas próximas umas das outras, criam um contraste
distinto, intensificando a aparência uma da outra. No visual e na maquiagem,
principalmente, podem ser usadas quando se quer que uma cor em especial se destaque
claramente ou quando se quer uma maquiagem com visual vibrante, dinâmico e
dramático (D’ALLAIRD et al., 2017).
Colorimetria e maquiagem
Na arte da maquiagem não existem muitas regras, mas a teoria das cores sempre
108
permanece. O uso errado das cores, deixando de lado a teoria, pode trazer resultados
insatisfatórios, como peles envelhecidas e com aparência doente. D’Allaird et al. (2017)
destacam que as cores são utilizadas para criar humor, emoção, harmonia e perfeição.
Dessa forma, ter percepção das cores é praticamente um dom para um maquiador, pois
isso permite que ele conheça totalmente o conceito da teoria e o modo como esta se
aplica a indivíduos e ambientes específicos.
Já as cores frias, formadas por azuis e verdes, são o oposto das cores quentes,
remetendo a água, grama, ar e gelo. Representam calma, tranquilidade e natureza, mas
quando utilizadas na maquiagem podem representar também excitação.
As cores neutras são as que não complementam nem contrastam com nenhuma
outra cor. Marrom, cinza e nudes, assim como suas variações, são exemplos de cores
neutras. Na maquiagem, atingem uma cor natural e suave e são opções aceitáveis em
qualquer tom de pele.
109
intensidade que vai do claro ao escuro. As cores azuladas harmonizam com magenta, já
as cores douradas harmonizam com laranja (HALLAWELL, 2010).
As classificações de cores da pele, dos cabelos e dos olhos são feitas em quatro
grupos, sendo que cada um deles é conhecido pelo nome de uma estação do ano. Essa
classificação se aplica basicamente às peles claras.
As peles negras têm tonalidades muito variadas, contendo outras cores na sua
composição, além da cor de base, por isso não são analisadas pelo sistema de estações.
Por ser mais escura, a pele negra contém na sua mistura de cor mais da tonalidade
marrom e pouco de branco, que só aparece nas áreas de brilho. Todas as peles negras
são puras de algum tipo de marrom, variando desde marrom-dourado a marrom-azulado
muito escuro. Dessa forma, os tons de pele negros são classificados em seis grupos
básicos, dos quais dois são de peles quentes, dois de peles frias e dois de peles neutras
(HALLAWELL, 2009).
110
bronzeado tom de cobre.
Há dois tipos de pele outono: pele clara, ruivos com sarda, típico dos vikings e
eslavos do norte da Europa, especialmente Polônia e Rússia; e os de pele mais escura,
originários de Espanha ou Portugal. Ambos são associados ao temperamento colérico.
Os cabelos geralmente são ruivos, loiros avermelhados e castanhos claros/médios para
peles outono mais claras, assim como os olhos são claros. Já para as peles mais escuras,
os cabelos são escuros, até mesmo pretos, e os olhos são castanho-escuros. As cores que
combinam com peles tipo outono são basicamente avermelhadas e quentes, tais como:
amarelo-dourado, bege-escuro, verde-musgo, bronze, entre outras (HALLAWELL,
2010).
As peles do tipo verão são frias, delicadas e rosadas. Com fundo azulado, se
expostas ao sol queimam com facilidade e não conseguem bronzear. Os olhos
geralmente são claro e frios, em tons de azul, verde, azul cinzento e violeta.
Eventualmente podem ser castanho-claros ou cor de avelã. O cabelo também é
naturalmente claro: loiro, loiro-claro, cinza-prateado ou castanho-claro.
111
esverdeados, azulados ou castanho-claros. O cabelo é castanho-claro ou médio ou,
ainda, acinzentado. Esse tipo de pele não é muito comum, especialmente no Brasil
(HALLAWELL, 2009). A pele Nilo combina apenas com cores claras ou neutras-frias,
como cinza-azulado ou marrom- -esverdeado-claro, por exemplo. As cores escuras
ficam muito contrastadas, tornando a pele mais pálida e opaca.
A pele do tipo blues refere-se a um tipo de pele de fundo azul e muito escura e
fria, correspondendo ao temperamento fleumático. Os olhos são marrom-escuros, quase
pretos, da mesma forma que o cabelo geralmente é preto, marrom-escuro ou
acinzentado-escuro. As cores frias vivas e que contrastam, que contêm azul, verde e
carmim, harmonizam muito bem com esse tipo de pele.
A pele tipo jazz é um pouco mais clara que a do tipo blues. Tem fundo verde, o
que a torna fria. Os olhos são marrom-escuros ou pretos e o cabelo é preto, marrom-
médio ou escuro ou cinza-azulado (HALLAWELL, 2009). As cores que harmonizam
com esse tipo de pele são frias, vivas e puras, tais como magenta e roxo. Corresponde
ao temperamento melancólico-colérico.
A última pele da classificação de peles negras é a spike, que se trata de uma pele
112
avermelhada com fundo verde-terra, semelhante às peles mais escuras do tipo outono. É
muito encontrada no Brasil. Os olhos são castanho-escuros, pretos ou esverdeados. O
cabelo é preto, castanho-médio ou escuro, ruivo- -médio ou escuro, vermelho ou cinza
(HALLAWELL, 2009). As peles spike harmonizam muito bem com cores
avermelhadas e alaranjadas, vivas e quentes.
Neste item, você identificará as diferentes disfunções estéticas faciais que podem
ser camufladas com maquiagem, entenderá como aplicar a colorimetria para a
camuflagem e conhecerá as técnicas de camuflagem cosmética.
Acne
A acne é uma condição inflamatória crônica do folículo pilossebáceo, de
natureza genética e hormonal, que pode ser agravada por alguns fatores como
alimentação inadequada, estresse e medicamentos. Possui quatro fatores etiopatogênicos
fundamentais: hiperprodução sebácea, hiperqueratinização folicular, aumento da
113
colonização por Propionibacterium acnes e inflamação dérmica periglandular. É uma
disfunção muito comum entre adolescentes e adultos jovens, sendo mais frequente na
idade adulta entre mulheres, apresentando maior tendência a deixar cicatrizes no sexo
masculino.
Rosácea
A rosácea é uma dermatose inflamatória crônica que aparece nas bochechas e no
nariz. É caracterizada por rubor (vermelhidão), telangiectasia (vasos sanguíneos
superficiais distendidos ou dilatados) e, em alguns casos, a formação de pápulas e
pústulas. Não pode ser confundida com a acne e não é o mesmo problema de pele que
acomete adolescentes. Costuma se manifestar após os 35 anos, e é mais comum em
mulheres do que em homens. Exposição ao sol, ao calor ou ao clima muito frio, a
ingesta de alimentos muito apimentados, cafeína, álcool e o estresse são alguns fatores
que podem agravá-la. Indivíduos com rosácea costumam ser sensíveis aos componentes
da maquiagem, embora produtos adequados ajudem a reduzir o rubor constante
(D’ALLAIRD et al., 2016).
114
Psoríase
A psoríase (Figura 1) é uma doença frequente (prevalência mundial de 2%), cuja
causa não é totalmente compreendida, sendo caracterizada por lesões avermelhadas
recobertas por escamas. O curso da doença é crônico e imprevisível, também
caracterizado por exacerbações e remissões dos sintomas, não tendo idade específica de
início. A disfunção acomete homens e mulheres, embora o início seja mais precoce nas
mulheres. Apesar de a causa ser desconhecida, a doença está associada à predisposição
genética, pois um terço dos pacientes refere algum parente acometido pela doença.
115
região orbital, além de ter aspecto escurecido, proporciona uma aparência cansada e
triste à face. Existem alguns tratamentos clínicos disponíveis, porém apresentam
dificuldade na melhora e os resultados não são muito duradouros.
Equimoses e hematomas
Quando a pele sofre uma lesão por um golpe ou choque contra um corpo resistente
sem que exista ferimento aberto na pele, pode ocorrer o rompimento dos vasos
sanguíneos e o consequente extravasamento de sangue no tecido, responsável pelo
surgimento de equimoses (quando há rompimento de vasos de pequeno calibre), ou
hematomas (quando há rompimento de vasos de maior calibre). São caracterizados por
manchas de cor violácea que, com o transcurso do tempo, tornam-se esverdeadas e
depois amarelas, até desaparecer. Pode haver, além disso, dor e ligeira tumefação da
zona lesada.
Discromias
Os pigmentos podem ser afetados por diversos fatores, incluindo hereditariedade,
oscilações hormonais, exposição a raios UV, medicamentos, doenças sistêmicas e
inflamações. Embora algumas vezes sejam mais difíceis de serem cobertos, distúrbios
116
de pigmentação não têm contraindicação para aplicação de maquiagem, inclusive são
motivo de muita procura por maquiadores profissionais. Entre as alterações pigmentares
estão a hiperpigmentação, hipopigmentação e acromias.
Hiperpigmentação
Hiperpigmentação significa uma pigmentação mais escura do que a normal, que
aparece como manchas escuras na pele. A melanose (Figura 2), também conhecida
como mancha senil, é uma pigmentação escura, geralmente circunscrita e definida, que
pode atingir a pele exposta ao sol.
117
Clinicamente, as lesões se manifestam sob a forma de manchas marrom- -
escuras e marrom-acizentadas, são simétricas, de bordas irregulares e geográficas e
ocorrem na fronte, regiões zigomáticas, masseterianas, nasal, temporal, mandibular,
mentoniana e supralabial. O melasma pode ser classificado pela localização do
pigmento melânico nas camadas da pele (epidérmico, dérmico e misto). Vários fatores
estão relacionados ao seu desenvolvimento, mas a exposição à radiação ultravioleta
parece ser o mais importante, além da genética, gravidez, o uso de anticoncepcionais
hormonais e a terapia de reposição hormonal em mulheres pós-menopausadas. O
melasma acomete principalmente mulheres (90% dos casos). Essa condição é muito rara
antes da puberdade e ocorre em qualquer tipo de pele, mas há prevalência em fototipos
mais altos, em pessoas de origem hispânica e oriental, ou que vivem em locais com
altos índices de radiação ultravioleta. As efélides (Figura 4), mais conhecidas como
sardas, são pequenas manchas planas, de cor marrom-ocre que aumentam quando em
exposição aos raios ultravioletas, disseminadas no rosto e nas partes descobertas do
corpo.
118
possuem limites imprecisos e desbotados. Dependendo da etiologia da
hiperpigmentação, o pigmento pode ser depositado na derme ou na epiderme e isto
implica no tratamento das alterações da pigmentação. Segundo Wolff, Johnson e
Saavedra (2016), na hiperpigmentação epidérmica os pacientes apresentam máculas
castanhas a castanho-escuras pouco demarcadas, já na hiperpigmentação dérmica a
tonalidade é mais castanho-acinzentada.
Hipopigmentação
Hipopigmentação é a diminuição do pigmento que resulta em manchas claras ou
brancas. Inclui pitiríase versicolor e hipopigmentação ou hipomelanose pós-
inflamatória.
119
branco, rosa, laranja e marrom, dependendo o tom da pele que é atingida.
Acromias
O vitiligo (Figura 5) é um problema clínico importante e pode acarretar graves
dificuldades no ajuste social, principalmente em pessoas com pele parda e negra.
Caracteriza-se clinicamente pelo desenvolvimento de máculas totalmente brancas,
microscopicamente pela ausência completa de melanócitos e sistematicamente por
frequente associação com determinadas doenças clínicas, principalmente distúrbios
como o da tireoide (WOLFF; JOHNSON; SAAVEDRA, 2016).
120
algumas lesões recentes pode ocorrer uma borda discretamente eritematosa, seguida da
instalação da mancha acrômica com borda, em geral hipercrômica. Há localizações
preferenciais como face, punhos, dorso dos dígitos, genitália, dobras naturais da pele e
eminências ósseas como cotovelos. Há também o albinismo, condição genética causada
pela deficiência na produção de melanina, resultando em uma pele totalmente branca, e
dependendo do grau, pode interferir até mesmo na cor dos olhos e dos cabelos. Pessoas
albinas não apresentarão hipercromias.
Camuflagem cosmética
Existem alguns métodos básicos para a aplicação da camuflagem cosmética,
como a alta cobertura e o uso de produtos HD, onde são usados produtos da cor da pele,
com alta tecnologia, diferentes da maquiagem regular e o uso de corretivos coloridos.
Os cosméticos para camuflagem têm uma consistência mais densa do que os produtos
comuns, e normalmente estão disponíveis em forma de creme, bastão ou compacto.
Segundo Silveira (2014), esses produtos contêm 25% a mais de pigmento em suas
formulações, além de conter substâncias dotadas de capacidade óptica. Há os que são da
cor da pele, que contém maior concentração de pigmentos, dando um alto grau de
cobertura, chamados de produtos de alta cobertura. Há os produtos HD (primers, bases e
corretivos cor da pele, e pós) com pigmentos fotocromáticos, que fazem o rebate de luz,
cobrindo as manchas. E há, ainda, os corretivos coloridos.
Além dos corretivos coloridos, existe ainda o corretivo branco, que é utilizado
como base para a aplicação de sombra. Ajuda a apagar manchas escuras da pálpebra,
evidenciando a cor da sombra usada.
Técnicas de camuflagem
O resultado da maquiagem para camuflagem muitas vezes pode dar uma
aparência pesada ao cliente, por isso, o profissional deve buscar equilíbrio entre a
cobertura e o peso da aplicação, para alcançar uma aparência que seja aceitável e esteja
em equilíbrio. Em geral, a maquiagem para camuflagem precisa preencher uma série de
pré-requisitos, como: combinar com a cor da pele do cliente, oferecer a aparência mais
natural possível e ser à prova d’água, aderente, de longa duração e de fácil aplicação
(SILVEIRA, 2014).
122
produtos HD, a camuflagem poderá ser realizada utilizando apenas corretivos e bases na
mesma cor da pele. Se, porém, as alterações de cor forem muito intensas em relação ao
tom da pele, a camuflagem pode ser realizada com o uso dos corretivos coloridos,
usando sempre a regra da colorimetria e neutralização das cores. Escolhidas as cores dos
corretivos necessários para o cliente, estes devem ser aplicados utilizando um pincel
língua de gato ou kabuki, com batidinhas para aderir bem à pele.
Após a etapa da camuflagem, faz-se a aplicação da base com pincel duo fiber,
kabuki ou esponja úmida, sempre com batidinhas, sem arrastar o pincel, para não
transferir o corretivo de camuflagem anteriormente aplicado. A base deve ser aplicada
de maneira a aderir bem à pele e cobrir bem os camufladores. Em seguida, aplica-se o
pó, bem fino, translúcido ou do tom da pele do cliente, em toda a sua face. O pó deve
ser evitado em peles secas e maduras ou cuja aplicação da base já tenha oferecido um
resultado seco, sem brilho e com boa fixação.
123
Referências
ACÁCIO, J. Sandbag, cutcrease, olho cachorrinho: confira as 6 técnicas de maquiagem
mais comentadas do momento. 2016. Disponível em: http://www.juacacio.com/
beauty/sandbag-cutcrease-olho-cachorrinho-confira-as-6-tecnicas-de-maquiagem- -
mais-comentadas-do-momento/. Acesso em: 25 set. 2020.
AGUIAR, T. Personal stylist: guia para consultores de imagem. 4. ed. São Paulo: Senac,
2006.
ANEETHUN. Matizar os cabelos: por que e como fazer? 2016. Disponível em:
https://catalogo.grupoa.education/home . Acesso em: 25 set 2020.
AYRES, N. Cabelo com luzes: guia sobre os principais métodos. 2015. Disponível em:
https://catalogo.grupoa.education/home . Acesso em: 25 set 2020.
BARTLETT, S. Feng Shui e o amor. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Era, 2000.
BEAUTY COLOR. Saiba como cobrir cabelo branco com tinta loira. 2018. Disponível
em: https://catalogo.grupoa.education/home . Acesso em: 27 set 2020.
124
Disponível em: https://catalogo.grupoa.education/home . Acesso em: 30 set 2020.
DANTAS, B. Saiba como fazer descoloração perfeita em três passos. Disponível em:
https://catalogo.grupoa.education/home . Acesso em: 01 out 2020.
DE CAPRIO, D.; MENEZES, L. Cabelo branco: dicas para cuidar ou disfarçar. 2011.
Disponível em: https://catalogo.grupoa.education/home . Acesso em: 02 out 2020.
125
GOZ COSMÉTICOS. Blond supreme. Disponível em:
https://catalogo.grupoa.education/home . Acesso em: 06 out 2020.
MEDEIROS, C. Mechas: descubra a melhor técnica de acordo com o tom de pele de sua
cliente. 2014. Disponível em: https://catalogo.grupoa.education/home . Acesso em: 07
out 2020.
PAGAN, M. Sete cuidados com o couro cabeludo garantem cabelos mais bonitos e
saudáveis. 2016. Disponível em: https://catalogo.grupoa.education/home . Acesso em:
07 out 2020.
PEDROSA, I. Da cor à cor inexistente. 6. ed. Rio de Janeiro: Leo Christiano Editorial,
1995.
126
PIRES, L. et al. Técnicas de escurecimento. Revista Cabeleireiros, n. 6, 2018.
Disponível em: https://catalogo.grupoa.education/home . Acesso em: 07 out 2020.
RIVITTI, E. Dermatologia de Sampaio e Rivitti. 4. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2018.
SAMPAIO, S.; RIVITTI, E. Dermatologia. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2000.
SILVEIRA, G. Que pele! Tudo o que você precisa saber para ter a pele bonita, firme e
saudável. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014.
UNILEVER. Tem cabelo branco? Conheça a mordaçagem, técnica que pode te ajudar
com a coloração. 2017. Disponível em: https://catalogo.grupoa.education/home . Acesso
em: 27 set 2020.
127
e texto. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
128