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Psicologia do desenvolvimento

Da conceção ao nascimento

 Período pré-natal:
o Inicio da fecundação:
▪ união dos gametas;
▪ nova célula- zigoto;
▪ divisão celular do zigoto
o Hereditariedade:
▪ unidade básica de hereditariedade (gene);
▪ DND (instruções bioquímicas [códigos de 4 letras]);
▪ gene (parte funcional do DNA- Cromossoma (23 pares em cada
célula, 46 cromossomas)
o Definição sexual:
▪ 23 cromossomas masculinos
▪ 23 cromossomas femininos
▪ 23 para de cromossomas (22+1) (se receber Y do pai será menino;
se receber X será menina)
o Estádios:
▪ germinal (0-2 semanas);
▪ Embrionário (2-8 semanas);
▪ Fetal (8- nascimento);
▪ processo dirigido geneticamente, crescimento pré e pós-natal:
Princípio Céfalo caudal e princípio próximo distal
o Dificuldades:
▪ 1/3 das conceções termina em aborto espontâneo
▪ ¾ dos abortos e das anomalias congénitas ocorrem no 1º trimestre
▪ Mais abortos nos fetos do sexo masculino
o Principais Características:
▪ Formação da estrutura básica (corpo e órgãos)
▪ Crescimento acelerado
▪ Grande vulnerabilidade ao meio
▪ Formação da vinculação pré-natal
▪ Os fetos interagem com o ambiente intrauterino
▪ Cada vez menor movimento, mas mais vigoroso, alterações da
frequência cardíaca, coordenação dos estados do sono-vigília
▪ Interação do ambiente e da hereditariedade no desenvolvimento
▪ Mas interação diferente conforme os aspetos (ex. inteligência e
personalidade muito permeáveis ao meio)
▪ Hereditariedade- semelhanças
▪ Meio- diferenças
▪ Maior ou menor influência de cada aspeto varia ao longo do
desenvolvimento
o Competências:
▪ Ouvir
▪ Exercitar a discriminação sensorial
▪ Aprender
▪ Recordar

Parto

• Eutócito (“normal”)
• Distócito (“com auxilio”)

Recém-nascido ou neonato

• Tipos de neonato:
o Desde o nascimento até aos 28 dias
o Classificação:
▪ Prematuros ou pré-termo (36-37 semanas)
▪ De termo (37-41)
▪ Pós maturo ou pós termo (>42 semanas)
• Características:
o Secreção do mecónio no trato intestinal (devido ingestão do colostro)
o Colostro (leite) com propriedades laxantes e imunologia
o Perda e recuperação de peso
o Queda do laguno (penugem pré-natal que desaparece nos 1º dias de vida
assim como vérnix)
o Vérnix (camada protetora pré-natal) seca
o Fontanelas encerram no 1º mês
o Independência dos sistemas em relação à mãe (circulatório, respiratório,
gastrintestinal, regulação da temperatura)
• Reflexos:
o Sucção
o Preensão (mãos, pés)
o Babinski (planta do pé)
o Moro (largar o bebé ou som alto)
o Esgrimista (decúbito ventral e rodar a cabeça)
o Marcha automática (segurar pelas axilas e tocar numa superfície)
• Outros indicadores:
o Peso:
▪ normativo: 2,500Kg -4,000Kg (3,500Kg com 40 semanas)
▪ Peso baixo: < 2,500Kg
▪ Perda de peso e recuperação rápida (depende da duração da
gravidez-idade gestacional)
o Estatura: 48-52 cm (final do 1º ano cerca de 74 cm)
o Perímetro cefálico: 34-35 cm no RN (superior-hidrocefalia; inferior,
abrandamento do crescimento-encerramento prematuro dos ossos do
crânio e problemas do desenvolvimento).
o Transição complexa da vida intrauterina para a extrauterina
o Elevado risco para o bebé (cerca de 65% das mortes no 1º ano ocorrem
neste período)
o As primeiras observações são fundamentais
o A primeira consulta de pediatria após o regresso a casa (1ªsemana) –
avaliação do bebé e informações básicas de saúde
o A queda do coto do cordão umbilical (resulta do cordão e é negro) deve
ser acompanhada; provoca uma pequena ferida que levará 2 ou 3 dias a
cicatrizar
o Entre o 4º e o 7º dia deve realizar no centro de saúde o teste do pezinho e
as vacinas ainda não realizadas (BCG e anti- hepatite B)
Parentalidade

Adaptação à parentalidade

Definição: processo maturativo intenso que permite ume reestruturação


psicoafectiva, no sentido de dois adultos te tornarem pais; deve ser dependente da cultura
e os aspetos dessa cultura devem ser respeitados; A fase em que o casal se encontra tem
um grande impacto no nascimento do bebe.

Pertinência:

• O nascimento, especialmente do 1º filho acarreta alterações e reestruturações


profundas e definitivas nos progenitores, apesar de um acontecimento
normativo;
• O planeamento facilita a satisfação nesta fase (realização pessoal, novo
significado à vida, proximidade familiar alargada);
• Pode também ser um período de crise;
• A transição para a parentalidade pode coincidir com o fim do romance;
• Pais e mães apresentam diferentes formas de se adaptar à parentalidade
(cada um tem o seu percurso de vida)

Fases na adaptação materna

1. Comportamentos dependentes (internamento pós-parto- cerca de 48h; cuidados


bebe e mãe e preparação para a fase seguinte)
2. Comportamentos dependentes- independentes(transição)
3. Comportamentos independentes (por volta do 3º, 4º dia se houve apoio)

Cuidados pós-Natais

• Centrados na família
• Individualizados
• Multidisciplinares
• Holísticos
• Culturalmente contextualizados
Ciclo de desenvolvimento de um casal

• Enamoramento (fusão; conexão; formação da identidade de casal);


• Estabelecimento de diferenças (interação e negociação; cosa contrário sentem
ameaça e vontade de voltar à fase anterior para obter segurança);
• Relações de poder (desejo de maior independência; possível ansiedade, tensão,
conflitos);
• Estabilidade (foco nas realizações externas, mais intimidade, tranquilidade,
realização pessoal, cumplicidade);
• Comprometimento (decisão de permanecer juntos, sem anular o outro; eu e nós
coexistem em harmonia; grande negociação, transformação sem ameaça)

Tarefas durante a gravidez

1. Aceitação da gravidez (e iniciação da identificação materna)


2. Aceitação da realidade do afeto (perceção da diferenciação mãe-feto pelos
movimentos deste; importância da representação cognitiva do feto)
3. Reavaliação da relação com os pais (internalizar e mimetizar)
4. Realização do relacionamento conjugal (relacionamento sexual; fundamental a
aliança conjugal para a aliança parental)
Com o parto
5. Aceitação do bebe (como separado da mãe)
6. Integração da identidade parental (avaliar ganhos e perdas com a maternidade)
7. Aceitação social (como pais e do bebe)
8. Iniciação da sua ligação ao bebe (dar e receber afetivo)

Casos que podem deteriorar a conjugalidade

(dificuldades)

1. Entrada no mundo adulto;


2. Mudança nos objetivos familiares;
3. Triangulação (ex. o filho pode ser o 3º elemento; frequente quando há tensão
entre o casal);
4. Trangeracionalidade (alianças e consequentemente relação de inclusão e
exclusão);
5. Idealização da figura parental (expectativas de ser como o pai/ mãe; ou de ser
pai ou mãe que nunca teve);
6. Pertença (para formar a sua própria família de forma emaranhada com as famílias
de origem);
7. Ciúmes (insegurança no casal e não aceitação da partilha de atenção);

Tarefas da parentalidade

1. Fim do romance a dois e a consciência de um “bem maior”; rompimento da


relação de exclusividade (deixar de pensar no casal em si e começar a focar na
criança);
2. Adaptação intra e interpessoal (mãe, pai e relação conjugal; novos hábitos/
adaptação dos velhos):
3. Mudança de papeis, funções, novos relacionamentos (mais pessoas entram na
vida do casal: médicos, cuidadores, etc.);
4. Inicio de “uma relação a três” (adição de alguém dependente)
5. Coparentalidade (sintonia mútua em comportamentos como apoio,
envolvimento, solidariedade, evitando competitividade e hostilidade; aspeto
importante e muito difícil para a família);
6. Mudanças na família de origem (transmissão transgeracional: de pais para
filhos; e de filhos para pais; “ir” para o lado da mãe ou do pai pode causar atrito
na relação);

Infância

Até ao sec. XVIII +/-:

• Infância não era considerada uma fase com características próprias


• Criança como adultos em miniaturas (época medieval, os divertimentos e
atividades laborais não eram distinguidos entre os mais novos e os mais velhos);
• John Locke (sec. XVII) considerou que a criança é uma “tabua rasa” sobre a qual
o meio externo “regista” tudo o que esta vivencia, tornando-a num adulto ativo e
competente.
Sec. XIX

• Charles Darwin, chamou a atenção para a infância ao estudar as diferenças e


semelhanças entre o animal e o ser humano:
• É o precursor do estudo da infância
• A criança é definida com ambiguidade social (“ingenuidade” / verdadeira/
espontânea)
• A criança passa a assumir um papel (novo) na família refletindo-se o aumento
das responsabilidades sociais relativas à infância

Infância- desenvolvimento sensorial

Dos 0 aos 3 anos

• Recém-nascido apresenta estruturas que lhe permitem ver, ouvir, saborear,


cheirar e sentir o toque;
• Fisicamente imaturo e dependente, apresentando limitadas capacidades
cognitivas;
• A criança nasce com o sistema sensorial claramente ativado, embora este
necessite de passar por um processo de maturação que é muito rápido nos
primeiros meses de vida;
• O tato parece ser o primeiro sentido a ser desenvolvido, sendo o sistema sensorial
mais maduro durante os 1º meses de vida
• O desenvolvimento do olfato, do paladar e da audição inicia-se no útero
• A visão é o sentido menos desenvolvido ao nascimento (a visão periférica, a
perceção à cor, a acuidade de focagem, a visão binocular e a capacidade de seguir
com os olhos um objeto em movimento desenvolvem-se nos primeiros meses de
vida;
• A preferência visual e a discriminação auditiva estão relacionadas com o
funcionamento cognitivo posterior.

Infância- desenvolvimento motor

• Nos 3 primeiros anos de vida, o bebé começa a adquirir controlo sobre os seus
movimentos corporais
• As competências motoras desenvolvem- se segundo uma determinada sequência
conforme a maturação, mas também da experiência
• Competências simples combinam-se em sistemas de ação, progressivamente mais
complexas.
• Desenvolvimento progressivo devido a:
o Evolução da estrutura corporal ao longo do primeiro ano de vida
o Aumento acelerado do peso (cerca de três vezes mais)
o Rigidez dos osso e tonicidade corporal
o À modificação da proporção corporal (a cabeça parece maior
relativamente à restante parte do corpo e o tronco é relativamente maior
que os braços e pernas
o Inico da dentificação (por volta dos 3-4 meses)

Em posição de decúbito Idade média Intervalo


ventral

Levanta a cabeça 1M ½ A 2M
momentaneamente

Levanta a cabeça cerca de 30º 2M 1 a 3M

A cabeça e a parte superior do 3M 2 a 5M


tronco elevam-se com apoio
nos antebraços

Suporta o peso do corpo sobre 6M 4 a 8M


os braços estendidos e as
palmas das mãos abertas

Adota a posição de gatinhar 8M 6 a 12M

• Dos 0 aos 3 anos


o O crescimento do bebé é mais acentuado no 1º ano, do que em qualquer
outro período, abrandando no segundo ano de vida
o No 1º ano o bebe sofre importantes e aceleradas modificações, tais como
gatinhar, sentar, andar e falar
o Ritmo do desenvolvimento: padrões culturais; estimulação ambiental;
treino

Na posição de pé Idade média Intervalo

Suporta algum peso do 7M 6 a 9M


corpo nos pés

Suporta a totalidade do 8M 6 a 12M


peso do corpo nos pés

Consegue manter-se de pé 9M 7 a 14M


apoiada

Consegue pôr-se de pé 10M 8 a 12M

Fica de pé sozinha 11M 9 a 16M

Motricidade grosseira Idade média Intervalo

Rebola para se deslocar 8½M 6 a 11ª

Gatinha 9½M 7 a 13 M
Anda quando lhe seguram 10M 8 a 12M
as mãos

Anda agarrada à mobília 10 ½ M 8 a 13M

Anda sozinha 13M 11 a 1m

Baixa-se e panha objetos 14 ½ M 12 a 19M


do chão

Corre 16M 15 a 20M

Sobe escadas com ajuda 16M 12 a 24M

Salta 18M

Andar em bicos de pés 20M

Corre em bicos de pé 24M

Sobe escadas em 25M 19 a 30M


alternância de pés

Sobe as escadas, 3A
alternando os pés por
degrau

Salta ao pé-coxinho 3 3A
vezes
Motricidade fina Idade média Intervalo

Faz rabiscos 15M


espontaneamente

Constrói torre de 2 cubos 15M 11 a 19M

Imita um traço 18M

Constrói torre de 4 cubos 18M

Constrói torre de 8 cubos 24M 21 a 23M

Imita linha vertical 24M

Imita linha horizontal 2½A

Imita um círculo 3A

• Se o desenvolvimento for normativo a criança atinge os 3 anos com as


competências necessárias
• Dos 3 aos 6 anos
o Aperfeiçoamento do aprendido nos 0-3 anos
o O crescimento físico aumenta, mas mais lentamente do que durante os
primeiros anos de vida
o Os rapazes são em média ligeiramente mais altos, pesados e musculados
do que as raparigas
o Os sistemas musculares, ósseo, nervosa, respiratório, circular e imunitário
estão a amadurecer e a primeira dentição já está presente
o As crianças do período pré-escolar comem menos do que anterior e
necessitam de uma dieta equilibrada
o A alimentação é muito importante nesta faixa etária. A obesidade torna-se
uma preocupação neste período... a sua prevalência tem aumento nestas
idades
o Rituais de adormecimento que adiam o sono, e que apoiam em objetos
transacionais. O sono é mais profundo
o É comum as crianças até aos 4 anos terem necessidade de fazerem uma
sesta durante o dia
o As crianças geralmente dormem toda a noite, e mais profundamente agora
do que mais tarde ao longo da sua vida
o Comuns certos problemas de sono:
▪ Esforços de adormecimento prolongados na hora de ir para a cama
▪ Terrores noturnos e pesados persistentes podem indicar
perturbações emocionais
▪ A incontingência urinária, especialmente à noite, mas é
habitualmente ultrapassada sem ajuda profissional. Isto pode
desenvolver algum “isolamento social” da criança, mas até aos 5
anos é normal ocorrer
▪ Progressão nas competências motoras grossas, nas competências
motoras finas e na coordenação óculo motora. Tem de ter
concordância (equilíbrio entre a visão e o motor) mas criança pode
apresentar alguma dificuldade.
▪ Diferenças motoras de rapazes e raparigas podem refletir
diferenças ósseas ou expectativas sociais ou ambas
▪ A lateralidade (pedir à criança para tocar com a mão esquerda na
orelha direita; distinguir a esquerda da direita) é evidente aos 3
anos
▪ As crianças dextras e canhotas tendem a diferir numa serie de
outras características
Idade Locomoção/ competências motoras grossas

3 anos Não consegue virar ou parar repentinamente ou rapidamente;


mas consegue: saltar a uma distância até 60cm; consegue subir escada
sem ajuda intercalando os pés; saltar num só pé, usando uma serie de
saltos irregulares com algumas variações

4 anos Desenvolvimento significativo; tem um controlo mais eficaz de


parar, iniciar e virar a marcha; pode conseguir saltar numa distância de
até cerca de 8cm; consegue descer escada alternando os pés, se apoiada;
consegue saltar (4 a 6 vezes seguidas (ao pé-coxinho)

5 anos Tem intencionalidade; segue informações especificas; já não


precisa de tanta ajuda; consegue iniciar, virar e parar eficazmente em
jogos que impliquem marcha rápida ou corrida; pode conseguir saltar,
correr, a uma distância de até cerca de 90cm; consegue descer escadas
alternando os pés, se ajuda ou qualquer apoio; consegue facilmente
saltar num só pé uma distância de 5 metros

Idade Manipulação/ competências motoras finas

2-3 anos Já consegue enfiar contas e abotoar a roupa, desde que os botões
sejam grandes e as casas não sejam muito apertadas

3-4 anos Grande mudança no desenho da criança; consegue desenhar uma


imagem reconhecível e já é capaz de desenhar linhas na horizontal;
Discriminação nas figuras/ formas; é capaz de abotoar e desabotoar a
roupa, vestindo-se e despindo-se completamente; consegue construir
uma torre de 9-10 cubos; começa a tentar servir-se da tesoura (um
grande passo em frente do ponto de vista de coordenação neuromuscular
e da destreza manual)

4-5 anos Consegue copiar muito bem um círculo e uma cruz; evolui muito
em termos de destreza manual (e.g. põe a mesa, come sozinho com os
talheres adequados, lava a cara e as mãos, pinta tendo cuidado de
começar a obedecer aos contornos do desenho; usa pincel para desenhar
e pintar, etc.)

Desenvolvimento cognitivo

Piaget (1962) considera a criança, em particular, como um ser ativo e criativo-


constrói o conhecimento e interpreta a realidade, permitindo-lhe adaptar-se ao ambiente.

Para tal necessita dos esquemas mentais, presentes desde o nascimento, que se vão
tomando cada vez mais abstratos e complexos.

Piaget foca-se na evolução das estruturas mentais e no modo como as crianças,


desde o nascimento, se adaptam ao meio ambiente.

Estádio (idade) Descrição genética

Sensório-motor O bebé gradualmente torna-se capaz de organizar atividades em


(0-18/24M) relação ao ambiente, através das capacidades sensoriais e motoras

Pré-operatório A criança desenvolve um sistema de representações e usa


símbolos para representar pessoas, lugares e acontecimentos. A
(2-7A) 1
linguagem e o jogo simbólico são manifestações importantes deste
estádio
Operações A criança pode resolver logicamente problemas se estiverem
concretas focalizados no “aqui e agora”. Não consegue ainda pensar de
modo abstrato
(7-11/12ª)

Operações Neste estádio, a pessoa é capaz de pensar de um modo abstrato,


formais lidar com situações hipotéticas e pensar sobre diferentes
possibilidades.
(11/12- idade
adulta)

Estádio sensório-motor (0-18/24M)

• Capacidades percetivas e motoras


• Coordenação das respostas
• Noção de “permanência do objeto” (8-12M)
• Inteligência pratica que se aplica à resolução de problemas concretos
• Inicio da função simbólica (faz de conta)
• Inteligência anterior à linguagem e ao pensamento
• 6 substratos
1. Reflexos (0-1M):
▪ Ações reflexas; muitos reflexos são automáticos
▪ Criança reativa
▪ O que não é alcançável pelos seus sentidos não é real;
realidade reduzida
▪ Ausência de “noção de permanência do objeto” (o objeto
escondido, ou fora do seu alcance visual, deixa de existir)
2. Reações circulares primárias (1-4M)
▪ Reações que acontecem quando o bebe aprende a
reproduzir acontecimentos agradáveis ou interessantes
inicialmente produzidos não intencionalmente, como
resultados, por exemplo, de reflexo
▪ Coordenação dos reflexos e repetição sensoriomotora
▪ Ausência de noção de permanência do objeto (objeto
escondido deixa de existir)
▪ Os acontecimentos agradáveis são repetidos com
intencionalidade
3. Reações circulares secundarias (4-8M)
▪ Atividades para fazerem reaparecer acontecimentos
ambientais interessantes
▪ Inicio da noção de permanência do objeto
4. Coordenação dos esquemas secundários (8-12M)
▪ Atos intencionais dirigidos a objetos
▪ Procura pelo objeto, mas faz o erro A-na-B (o objeto é
escondido no ponto A, o bebé consegue retirar o pana e
descobri-lo. Se posteriormente, o objeto for escondido, em
frente ao bebe, no ponto B, o bebé vai insistir no ponto A
para encontrar o objeto)
5. Reações circulares terciarias (12-18M)
▪ Soluções para os problemas através de tentativa e erro
▪ Procura pelo objeto no último local onde foi escondido,
mas apenas se vir a deslocação; já vai buscar à nova
localização
6. Inicio da representação simbólica (18-24M)
▪ Solução para os problemas através de tentativa e erro
mental
▪ A noção de permanência do objeto esta desenvolvida
(procura os objetos em todos os locais possíveis); vai à
procura do objeto sem ver onde foi colocado
▪ Sem a função de permanência do objeto não há
representação simbólica

Estádio pré-operatório (2-7A)

• Função simbólica
o Estratégia baseada no uso de palavras, números, imagens, gestos e
outros sinais para representar acontecimentos passados e recentes,
experiências e conceitos, para resolver problemas práticos.
o Tem subjacente a representação simbólica
o Ao falar, ao brincar ao faz-de-conta, ao desenhar, a criança exerce
a função simbólica (representa uma coisa por outra, muitas vezes
atribuindo vida a objetos inanimados- animismo; não se deve pôr
em causa a sua representação), mas ainda não consegue pensar
logicamente
o Exemplo: desenha uma roda e diz que é um carro; desenha um pau
e diz que é um cavalo; ralha à boneca porque se portou mal;
improvisa um palácio no seu quarto de brinquedos
• Pensamento e linguagem
• Pensamento irreversível
• Egocentrismo
• Pensamento intuitivo
• Baseado em regras, mas muito influenciado pelos dados da perceção; inico
do estabelecimento de regras baseadas na perceção, por exemplo, pede um
brinquedo, dizem que não há dinheiro, mas depois vão à caixa multibanco
levantar dinheiro; é importante explicar à criança

2 subestádios:

• Pré-concetual: exercício da função simbólica, >2 <4ª


o Egocentrismo intelectual (tudo existe por si, em relação a si (criança));
reconhece o mundo através de si ou em relação a si; o mundo foi criado
para si, e incapacidade de compreender as relações entre as coisas;
incapacidade da criança em compreender o ponto de vista do outro;
o Pensamento mágico: imaginação prodigiosa da criança em tornar os seus
desejos realidade sem grande preocupação lógica; baseia-se na fantasia,
sem diferenciar, a partir do todo e o geral do particular:
fantasia/imaginação da criança levado ao extremo e devemos reforçá-la

A partir dos 4 anos o desenvolvimento é noutro sentido, a criança vai saindo, lentamente,
de si mesmo, começa a descentrar-se de si próprio e nós devemos de a ajudar
• Pensamento intuitivo: >4 <6/7ª;
o descentração cognitiva permitindo uma maior aprendizagem e resolução
de alguns problemas;
o compreensão do conceito de identidade; alguma noção da sua entidade
(interesses, características, etc.) e nesta fase é importante dar várias coisas
a conhecer à criança
o relações causais;
o inicio da classificação; princípios de contagem e quantidade
o pensamento é irreversível: não compreende a diferença entre
transformações reais e aparentes; foca-se nos estados e não nas
transformações; não compreende os princípios de conservação devido à
centração (ou incapacidade em se descentrar);
o ex. a régua deslocada é maior que a outra, e raramente dira que são iguais
porque houve deslocamento da régua

Estádio operatório (7-11/12A)

• reversibilidade e descentração
• pensamento logico recorrendo a objetos concretos
• domínio das noções de conservação da matéria, peso e volume, ex. da água dos
dois copos diferentes, a criança já identifica que a quantidade é a mesma
• capacidade de fazer seriações e classificações

Estádio operações formais (11/12- idade adulta)

• pensamento lógico, formal, abstrato


• egocentrismo intelectual: crença no poder ilimitado da reflexão; fase do “eu é que
sei”; o seu pensamento é melhor que o dos outros
• consegue tirar conclusões das situações ou generalizar
• pensamento hipotético-dedutivo
• capacidade de abstração
• capacidade de pensar de forma dedutiva e indutiva

Infância- desenvolvimento linguístico

• Linguagem: forma de expressão


• Linguagem permite uma expressão gradual dos sentimentos e pensamentos e uma
estruturação cada vez mais orientada e coerente do conhecimento
• Possibilita a partilha de significados das várias situações e objetos entre as
crianças e os adultos que as rodeiam
• Pré-linguagem: criar/produzir sons que vão permitir desenvolver a linguagem
• Implica interação entre as dimensões física, cognitiva, emocional e social
• Piaget atribuiu uma importância à interação
• Símbolos permitem interação, promove a linguagem
• Significado que atribuímos à interação
• Implica:
o Estruturas físicas, necessárias à produção do som, passam pelo processo de
maturação
o Conexões neuronais, necessárias à associação de sons e significados; forma
como as transmissões neuronais ocorrem
o Interação social com os adultos permite o início da natureza comunicativa
do discurso do bebé
• 4 componentes (ordem a -> b -> c; o d engloba todos)
a) Fonológica
• Estuda os sons/ fonemas produzidos no discurso da criança (natureza,
sequencia e estrutura do som
• Estuda as regras da estrutura e sequencia dos fonemas
• Integra prosódia (o estudo de características do som incluindo a
duração, as inflexões, o tem e o acento- a melodia da fala)
• Duração, acentuação, melodia, prosódia
• Estimulação fonética é muito importante
• P.e. uso de coisas musicais quando são pequenos
b) Semântica
• Desenvolvimento do vocabulário e os significados de palavras
• Saber o nome das “coisas” para enriquecer o vocabulário
c) Gramática
• Estuda as regras de organização de palavras em frases (organização
frásica- sintaxe;
• Estuda a estrutura, a formação e a classificação das palavras,
morfemas, importante para o significado (morfologia); formação
d) Pragmática
• Regras que a criança aprende dentro do seu contexto social
• Relacionada com a dimensão social da linguagem
• Contexto descrito como psicossocial e afetivo
• Estuda as origens e o desenvolvimento de regras condicionadas pelo
contexto psicossocial e afetivo da produção linguística

Indicadores

➢ 0-6 meses
o Fase pré-linguístico; vocalização; começa a dar significado aos
seus sons; treino de vocalização sem grande sentido
o Desenvolvimento de um reportório elevado de vocalizações
o Primeiros sons: choro, balbucios (sobretudo após as refeições e o
sono)
o Capacidade de reconhecer e compreender os sons da faloa e usar
gestos providos de significado
o Na 6ª semana de vida, o bebé vocaliza um vasto conjunto de sons;
só mais tarde começa a imitar os sons que ouve
➢ 6-12 meses
o 6 meses - exibe lalações (que habitualmente se iniciam depois dos
4m), isto é, os sons básicos transformam-se em combinações de
consoantes e vogais repetidas em cadeia: ex.: (ba-ba-ba; ma-ma-
ma)
o 9.º mês - imita os sons do seu ambiente, sons emitidos pelos pais;
reconhece algumas palavras; reage adequadamente ao ouvi-las
compreensão antecipa a produção
o 12.º mês - pronuncia a primeira palavra, iniciando o discurso
linguístico (apenas representado por uma ou duas palavras ou até
mesmo algumas sílabas)
➢ 12-24 meses
o 13 meses - compreende que uma palavra representa um objeto ou
acontecimento específico; rapidamente aprende o significado de
uma nova palavra
o o vocabulário começa a aumentar rapidamente
o padrões e tendências fonológicas para atingirem um objetivo de
comunicação: simplificação fonológica (uso partes mais
acentuadas de uma palavra em vez da palavra inteira (e.g., maçã:
“çã”); repetição de consoantes principais (avó: “vovó”; telemóvel:
“ lelê ”).
o 18 - 24 meses: junta duas palavras para expressar uma ideia;
primeiras frases relacionadas com acontecimentos do quotidiano,
objetos, pessoas, ou atividades familiares
o 2 anos - o vocabulário aumenta para incluir centenas de palavras.
➢ 2-3 anos
o Fase de aperfeiçoamento fonológico progressivo e no final do
período pré-escolar apresenta as seguintes características: uso da
forma correta das palavras; desaparecimento gradual das
simplificações fonológicas; melhoria da pronúncia e articulação.
A partir dos 3 anos é só aperfeiçoamento

Entrada para a escola


(desenvolvimento socio-emocional)

Como psicólogo o que posso fazer para ajudar a criança e a família nesta transição do
pré-escolar para o 1ºciclo?

Porque é que a entrada para a escola é tão desafiante?

O desafio é para quem?

Nesta transição o sistema muda completamente. Isto torna-se um desafio tanto para as
crianças como para os pais. Alguns dos desafios que se encontram nesta vão são: a
importância excessiva que é atribuída o que pode causar alguns medos; pré-requisitos (as
diferenças entre as crianças que vão para a mesma turma); as expectativas que os pais
criam dos filhos também tem impacto nesta transição; pode haver alguma ansiedade
devido ao reforço dos medos das crianças, algo que acontece, mas devemos “acalma-las”;
comparação com irmãos/pares começa a ocorrer nesta fase; a relação com o professor
também afeta a criança; características desenvolvimentais da criança e ciclo de vida da
família.

Num contexto de intervenção, esta deve ser multidimensional, ou seja, deve-se considerar
a criança assim como todo o seu contexto. Alguns aspetos que esta intervenção deve ter:

➢ Autoestima: impossível a criança sentir-se bem sem gostar de si próprio;


importante como os pais abordam a criança uma vez que esta deve ser estimulada
pelos pais, mas por vezes o pai através de pequenas afirmações tem uma influência
negativa.
➢ Autonomia e responsabilidade: comentários como “depois vais ver quando
cresceres” este enfase negativo que dão em relação às responsabilidades, cria na
criança um medo de crescer; uma criança deve de tomar decisões autonomamente
e assumir responsabilidades de acordo com a idade; a criança não deve de estar à
espera de que os pais lhe mandem fazer os TPC. Como psicólogos devemos
mostrar à criança e aos pais que a autonomia e a responsabilidade são aspetos bons
e importante. Devemos ir aprendendo a gerir o nosso tempo visto que mais tarde
na vida temos vários papeis a exercer (profissionais, pais, filhos, etc.)
➢ Confiança nas suas capacidade: é necessário experimentar e fazer para acreditar
nas suas capacidades; não se deve fazer comparações com os outros
➢ Competências sociais: pais que passam muito tempo ao telemóvel não permite
que a criança desenvolva, pratique ou observe competências sociais. As
tecnologias são um grande desafio visto que nós somos orientadores destas
competências
➢ Hábitos de trabalho: ter horas de brincar, fazer os trabalhos, de fazer nada é
importante, a criança precisa de saber que existe tempo para tudo. Orientar a
criança, ex. “está na hora de fazer os trabalhos de casa” deixar a criança a fazer e
só depois, no fim, conferir.
➢ Saúde física: rotinas de sono são muito importantes à semana e aos fins-de-
semana; alimentação (lanches, pequeno-almoço, etc.); exercício físico; equilíbrio
nas atividades extracurriculares

As famílias devem mudar as rotinas quando a criança entra para a escola e isto é
facilmente gerido se a criança for desejada. O desenvolvimento é dos filhos, mas
também dos pais e nem todos tem “capacidades” para ser pais.
Papel do psicólogo:

➢ Prevenção
➢ Promoção de competências
➢ Envolver os vários intervenientes (pais, filhos, educadores)
➢ Normalizar: “não se preocupe que isto vai-se resolver”; incentivo aos pais,
estes também precisam de orientação

Desenvolvimento emocional e social

➢ Freud:
o Centrado no aparelho mental
o Desenvolvimento centrado na infância
o Desafios nos primeiros anos de vida
o Em cada estádio diferentes zonas erógenas
o Desde o nascimento até aos 18 meses- período fundamental na
vinculação especialmente entre mãe/bebé (1ª relação afetiva com a
mãe)

Estádio (idades) Aparelho psíquico Características

Oral (0-12/18M) Id e ego Zona erógena: boca e


lábios
Importância das relações
mãe/bebé

Anal (12/18M-2/3A) Id e ego Zona erógena: região anal


Ambivalência de
sentimentos (experimentar
da criança; sentimentos
contrários)

Fálico (3-5/6A) Id, ego e superego Zona erógena: genitais


Complexo de Édipo
ligação afetiva preferencial
pelo progenitor do ser
oposto; permite conhecer à
criança o que não é igual a
si

Latência (5/6A- Id, ego e superego Amnésia da sexualidade


puberdade) infantil
Processo de identificação
sexual- identificação com
o género igual a si

Genital (>puberdade) Id, ego e superego Sexualidade genital


Reativação do complexo
de Édipo
Retrocesso no período
fálico, volta a estabelecer
vínculo com o progenitor
do sexo oposto

Identidade de género

Reconhecimento do seu próprio género e do seu significado associado

É um aspeto importante do desenvolvimento do autoconceito

Apresenta uma grande evolução no período pré-escolar

As diferenças de sexo são diferenças físicas entre indivíduos do sexo masculino


e indivíduos do sexo feminino. São diferenças psicológicas ou de comportamento

Importante distinguir diferenças de género dos estereótipos de género

São biológicas e Ideias pré-

normativas concebidas

Ocorre por: identificação com o mesmo sexo; aprendizagem social; teoria


freudiana

Teoria freudiana - a criança desenvolve a identidade de género através da identificação


com a figura parental do mesmo sexo depois de desistir da fixação em relação à figura
parental do sexo oposto.

Teoria da aprendizagem social, a identidade de género desenvolve-se através da


observação e da imitação de modelos e reforço do comportamento sexualmente adequado.
Tanto os fatores biológicos, como os fatores ambientais (dos pais e dos media), afetam
a tipificação do género.
Vinculação e desenvolvimento

Abordagem etológica (enfatiza as bases biológicas e evolucionistas do


comportamento- sobrevivência do grupo e espécie) representada por John bowlby e mary
ainsworth. Os seus estudos derivam das contribuições konrad lorenz e niko tinbergen
(década de 30 desenvolveram a etologia, enquanto disciplina científica). A etologia
estuda o estudo do comportamento das espécies animais através da observação,
normalmente realizada em contexto natural. Foi bowlby, nos anos 50 que alargou os
princípios etológicos ao desenvolvimento humano. Segundo a etologia há uma variedade
de comportamentos inatos e específicos que evoluíram de modo a aumentar as suas
possibilidades de sobrevivência.

Através de investigação comparativa identificaram:

• os comportamentos universais
• os específicos de uma determinada espécie ou que se modificam através
da cultura.
• os comportamentos que são adaptativos em diferentes momentos do ciclo
de vital (no bebé o estar próximo da mãe, na criança mais velha a
exploração mais independente…).

Bowlby verificou a importância da ligação mãe-bebé e o perigo da separação sem


que haja um prestador de cuidados alternativo adequado. Ainsworth, através da “situação
estranha” estudou a vinculação aos pais. (autores fundamentais nas teorias da vinculação)

O que é:

• ligação emocional recíproca e duradoura entre o bebé e a(s) figura(s)


parental(ais), também designada(s) de figura(s) de vinculação
• implica interações de bebe com os pais, em particular com a mãe
• transmissão de afeto
• Permite ao bebe criar/construir um “modelo interno dinâmico”
(ainsworth, 1973) sobre o que ele pode esperar dela; crias expectativas do
progenitor a nível de cuidado afetos, etc.
• Inicia-se no período pré-natal e existe ao longo da vida
• É uma ligação que lhe permite viver; sem vínculo não se sobrevive
• A vinculação é uma questão muito importante (casas de acolhimento: o
cuidador com muitas crianças o que não permite dar a tenção às crianças)

Estádios de vinculação

➢ Antes dos 2 meses o bebe reage de forma indiscriminada aos adultos


➢ Entre os 2 e os 3 meses os bebés choram, sorriem e balbuceiam mais para
a mãe do que para qualquer pessoa, mas continuam a responder a todos
➢ Aos 6/7 meses os bebés demonstram uma vinculação à mãe bem definida
(o medo a estranhos poderá surgir entre os 6 e os 8 meses)
➢ Mais tarde começa a desenvolver reações de vinculação a outros adultos
para além da mãe
➢ Ao meio ano nota-se uma vinculação acentuada e quando não sente a
figura de vinculação esta reage como uma situação estranha

Começa a
Resposta Generaliza a
organizar a
indiscriminada resposta
resposta

Padrões de vinculação

A vinculação é caracterizada através do comportamento da criança em situações


diferentes, situações de desafio

1. Vinculação insegura
Numa situação de separação (bebe separa-se) inicialmente reage, mas depois
adapta-se, quando o adulto regressa procura-o ativamente e fica muito
contente/ satisfeito; consegue lidar com a situação nova, mas quando a figura
de vinculação regressa fica muito satisfeito
2. Vinculação insegura
Vinculação evitante: quando a figura de vinculação sai o bebe
raramente chora e no seu regresso evita o contacto
Vinculação ambivalente/resistente: comum em consulta; antes da saída
da figura a criança já se encontra ansiosa, fica muito perturbada
durante a sua ausência; e quando regressa procura a figura, mas
apresenta alguma resistência (fica sentida); pouco segura; pouco
consistente; pais que estão e não estão
3. Vinculação desorganizada/ desorientada
Após ter sido separada da sua figura, o bebé apresenta comportamentos
contraditórios face ao regresso da mesma; apresenta uma desorientação;
contradição, falta de congruência quando a figura regressa

O ideal é a vinculação segura, mas pode acontecer de em curtos períodos passar para
outros padrões de vinculação (normal em casos de divorcio, mas é importante ajudar a
regressar)

Freud e vinculação

Segundo Freud a vinculação inicia-se a partir do nascimento. É um processo que


está subjacente ao desenvolvimento. se a vinculação é segura, no processo de mudança o
individuo poderá desenvolver sentimentos positivos. Se o processo não for normativo
poderá desenvolver elementos/pensamentos negativos em relação a si

Erickson (1976)

Realçou a importância da figura materna nos primeiros anos de vida para o


desenvolvimento psicossocial da criança. Os bebés nos primeiros 18 meses de vida
experienciam a 1.ª de uma série de oito crises que influenciam o desenvolvimento da
personalidade ao longo da vida. O desenvolvimento psicossocial começa no nascimento
e termina na morte. Explica de que forma a vinculação com a figura influencia o
desenvolvimento. Ao longo da vida vai-se aprendendo novos sentimentos.

Estádio Idade Crise psicossocial

1ª idade 0-18M Confiança versus desconfiança

2ª idade 18M-3A Antonímia versus duvida vergonha

3ª idade 3-6A Iniciativa versus culpa

4ª idade 6-12A Indústria versus inferioridade

5ª idade 12-18/20A Identidade versus difusão/confusão

6ª idade 18/20-30/35A Intimidade versus isolamento


7ª idade 30/35-60/65A Generatividade versus estagnação

8ª idade >65A Integridade versus desespero

Na 1ª idade se a vinculação é segura a criança desenvolve sentimentos de confiança, caso


seja insegura desenvolve sentimentos de desconfiança. Se são satisfeitas as necessidades,
a criança consegue um sentimento de confiança básica. Isto pode mais tarde refletir-se
na sua relação com os outros: confiança no adulta, a criança pode ter esperança, mais
tarde em confiar e o inverso também pode acontecer

A obtenção ou não de confiança pelo bebe nas pessoas e objetos que o rodeiam esta
intimamente relacionada com a interação com a mãe.

Desconfiança: o mundo é percebido pela criança como um local hostil e


imprevisível. O que se poderá refletir na dificuldade em estabelecer relações
futuras com os demais
Confiança: se a crise psicossocial for resolvida positivamente, então predominará
o vetor confiança e a criança desenvolverá a esperança e o impulso como
elementos-chave no estabelecimento de relacionamento futuros

Referencial social

Compreensão de uma situação ambígua através da perceção de outras


pessoas sobre os assuntos
Ex. Imitação
A possibilidade de a criança compreender uma situação através/com a
ajuda da perceção do adulto
Os bebés utilizam a referência social, quando ao encontrar uma nova
pessoa ou brinquedo procuram as figuras parentais.
Inicia-se aos 6 meses quando criança avalia as consequências possíveis
dos acontecimentos; imita comportamentos mais ou menos complexos e
distingue e a reage às várias expressões emocionais. (com o adulto)
depende do desenvolvimento cognitivo

Na 2ª idade uma vinculação segura leva a desenvolver sentimentos de autonomia, no


entanto uma vinculação insegura desenvolve duvida/vergonha em si mesmo, em falhar.
A criança esforça-se por adquirir independência e confiança. A chave para a resolução
positiva desta crise, isto é, para a obtenção de um sentimento de autonomia passa pela
proteção e orientação parental. Se a criança se sentir protegida no seu processo de
autonomização, ira desenvolver e incrementar sentimentos de força de vontade e
autocontrolo como virtudes básicas da resolução positiva desta crise. Nesta fase a criança
é capaz de equilibrar a dependência e independência do adulto. A dependência pode criar
duvida em relação a si e vergonha perante outros, a criança esconde-se.

O referencial social a partir dos 2 anos tem grande influência, existe uma mudança
significativa, procura o referencial, pergunta ao adulto. É durante o 2.º ano que adquirem
as competências necessárias para procurar informação de rs antes de esta ser oferecida.

Na 3ª idade (segundo Freud complexo de Édipo), uma criança devidamente orientada


pelos adultos significativos desenvolve iniciativa, quando esta antes desenvolve
independência. O autocontrolo permite querer executar tarefas, contrariamente,
desenvolve sentimentos negativos de culpa (“eu não consigo fazer”). A criança aprende
a desenvolver tarefas e lida com o autocontrolo. Desenvolvimento não normativo
desenvolve sentimento de culpa.

Na 4ª idade a criança devidamente orientada pode desenvolver sentimentos de eficácia


(indústria) caso contrário sentimento de inferioridade. a criança aprende a sentir-se eficaz
ou inapta. A forma como os adultos cuidadores reagem perante a dificuldade da criança,
assim como da parte da criança tem impacto.

Na 5ª idade, fase da adolescência. Formação de identidade, suas características, o que os


diferencia, o adolescente aperfeiçoa o sentido do eu, experimentando erros, integrando-
os depois para formar uma só identidade. Inicia-se o autoconceito, até ao momento só
consegue fazer caracterização em extremos (ex. grande ou pequeno), na adolescência já
consegues contrabalançar (ex. sou mau nisto, mas bom em x). confusão de ideias e valores
em relação a si próprio o que depois tem implicações no seu futuro. Identidade difusa ou
confusa é a incapacidade de reunir características que nos definem ou nos diferenciam

Autoconceito: cognitivo; o que penso sobre mim; desenvolve-se gradualmente e


assumindo cada vez mais dimensões; as crianças mais novas não conseguem
reconhecer a diferença entre o self real e o self ideal
Autoestima: emocional; o que sinto sobre mim; difícil de mudar, demora mais
tempo a mudar; dependente do desenvolvimento das emoções e do
desenvolvimento cognitivo
18 Meses: Autorreconhecimento físico e autoconsciência – reconhece-se a si mesma em
espelhos e em fotografia

19 e os 30 Meses: Autodestruição e autoavaliação – começam a aplicar termos descritivos


a elas próprias: como por exemplo o grande e o pequeno; bom Vs. mau; bonito Vs. feio.
Resposta emocional ao comportamento errado – inicia-se quando as crianças começam a
ficar tristes com a desaprovação dos pais e param de fazer algo que não era suposto
fazerem (sobretudo quando estão a ser observados).

À medida que as crianças se desenvolvem (física, cognitiva e emocionalmente) são


levadas a procurar a independência das figuras parentais e de outros adultos cuidadores.
Os contributos de Erickson (1950) no desenvolvimento infantil são demonstrativos de
como, entre os 18 meses e os 3 anos aproximadamente, as crianças tendem a adquirir um
equilíbrio entre a autodeterminação e o controlo exercido pelos adultos.

Quais as características do adulto? É conforme o adulto que a criança vai desenvolver


certos sentimentos

Autoconsciência constitui o 1.º passo para o desenvolvimento de regras de


comportamento

Altruísmo ou comportamento pró-social é influenciada … características próprias


da criança…pelo exemplo dos pais e professores …influências culturais.

A agressão instrumental é o tipo mais comum de agressão no período pré-escolar


e pode ser um passo necessário no desenvolvimento social: diminui aos 6/7 anos e pode
ser facilitada por comportamentos educativos inadequados, exposição aos media e
influências culturais. É algo normativo que vai fazer a criança perceber o efeito que tem
os outro, papel que o adulto tem em desmontar as ideias de agressividade

Áticas parentais

Autoritário - valorizam o controlo e a obediência


inquestionável; o adulto que não estimula o autocontrole, cria regras
que exige serem cumpridas sem as explicar

Permissivo - valorizam a autoexpressão e a autorregulação da


criança; quem cria as regras é a criança
Democrático – respeitam a individualidade da criança, mas também enfatizam os
valores. Pais com autoridade democrática tendem a educar crianças, mas competentes. O
amor dos pais pode ser a influência mais importante na maturidade social que os seus
filhos exibirão quando adultos.; individualidade; negociação de regras

Desenvolvimento moral

debater os problemas
ser ouvido
argumentação das decisões
Incentivar a criança a argumentar
De que forma a criança se situa em diversas situações (participar nas
decisões)
Sentido de dever
As responsabilidades que assumimos devem ser levadas até ao fim
É estimulado pela interação social na família e no grupo
Manifesta-se:
o Funcionamento em diferentes situações
o Demonstração de empatia
o Sentido de dever
o Hierarquia de valores
o Atitude de valores
o Atitude face às regras
o Sentido de responsabilidade
Existe 3 tipos de julgamento associados a 6 estádios (Kohlberg)

Pré convencional: Estádio 1 Até aos 9/10 anos


pensamento concreto;
Orientação para a
acontecimento observados obediência e para o castigo
pela criança, que a chama a
atenção; valores morais Deferência e egocêntrica
assentam em para com o poder ou o
acontecimentos externos, prestígio superior
nas más ações ou em Tendência para evitar
necessidades físicas (não problemas
nas pessoas ou em padrões
Responsabilidade objetiva
Decisões para evitar
castigos

Estádio 2 10 e 13/14 anos


Continua no evitamento de
problemas
Viragem – começa a
focagem na recompensa
A criança evita para obter
Orientação genuinamente
egoísta e ainda para evitar a
punição ou obter ganhos
materialistas (início)
Ações corretas =
satisfazem as necessidades
individuais e apenas
ocasionalmente as dos
outros
O significado das coisas
depende das necessidades e
perspetivas de cada pessoa
Igualitarismo ingénuo e
orientação para as trocas e
para a reciprocidade

Convencional: Valores Estádio 3 16 anos


morais residem no Progressão lenta
desempenho de bons ou
maus papéis, na Estádio decisivo
manutenção da origem Para a obtenção de
convencional e para ir de aprovação, para agradar e
encontro às expectativas auxiliar os outros
dos outros (pais, Conformidade com a
professores e mais tarde maioria e comportamento
colegas). Abstração vai natural
aumentando Julgamento conforme as
intenções
Empatia genuína
Instabilidade no grupo
provoca vulnerabilidade no
juízo de valor
Conseguem assumir a
perspetiva social aos outros
Estádio 4 20 anos
Ensino Secundário
Intrinsecamente orientado
–indivíduo ativo,
autónomo no seu
pensamento
Realizar o dever próprio,
mostrando respeito pelas
figuras de autoridade e para
manter a ordem social
Considera as expectativas
que os outros têm a seu
respeito

Pós convencional: 20 Estádio 5 Orientação para o legal


anos; Ensino Secundário; Deve ser definido em
Intrinsecamente orientado termos de contrato
– indivíduo ativo,
autónomo no seu Recusa em violar a vontade
pensamento; realizar o ou os direitos dos outros, os
dever próprio, mostrando desejos e o bem-estar da
respeito pelas figuras de maioria
autoridade e para manter a Questões ligais
ordem social; considera as
expectativas que os outros Estádio 6 Orientação para a tomada
têm a seu respeito; de consciência ou para
individuo ativo; centrado princípios não apenas para
nos princípios de vida regras impostas
Decisões conscientes e
universais
Consciência, respeito e
confiança mútuos orientam
a ação
Ligado às consequências

Adolescência

Período de desenvolvimento muito estudado


Alterações físicas (no rapaz não são tão evidentes)
Caracteres secundários: acne, alteração da voz, etc.
É difícil especificar a idade de fim
Mudanças físicas

(puberdade e todas as características físicas associadas; assincronia no


crescimento)

Pensamento abstrato, lógico; perceções de si próprio e do mundo; torna-o


mais autónomo
“Egocentrismo intelectual” (crença no poder ilimitado da reflexão); não
aceitar o ponto de vista dos outros sobretudo do mais velhos
Pensamento hipotético-dedutivo
Capacidade de pensar de forma dedutiva e indutiva
Alteração do significado do outro e hierarquização diferente dos grupos;
atribui um significado diferente ao outro (quem é o líder, quem tem mais
competências numa área); necessita de atribuir significado a cada
elemento do seu grupo
Responsabilidade em oposição à externalização de culpa; atribuição
causal; “a professora é que não ensina

Mudanças cognitivas, emocionais, sociais, morais

Maior capacidade de avaliar relações e afetos


Maior capacidade de avaliar os seus sentimentos o que lhe dá maior
vulnerabilidade à insatisfação e a sentimentos depressivos
Comparação entre o atual e o possível (oposição, rebeldia, hipercriticismo,
hipersensibilidade, distinção entre verdade e falsidade)
Pensam nos outros como diferentes
Contexto extremamente negativo, cria um pensamento “o que estou aqui
a fazer”, cai na realidade
Transição infância, adolescência: tudo é uma maravilha e de repente cai
na realidade
Comum fazer e desfazer amizades; amizades coloridas; vai e vem de
sentimentos
Empatia
Sentido do eu, experimentando erros, integrando os depois para formar
uma só identidade
Identidade sexual
Autonomia, perda a autoestima – “ferida narcísica”
Assunção de novos papéis: aparecimento de novos papeis de vida (ex.
tornar-se cuidador de um familiar) isto encontra-se relacionado com a
responsabilidade
Obtenção de aprovação ao agradar e auxiliar os outros
Conformidade com a maioria, o comportamento natural
Instabilidade no grupo provoca vulnerabilidade no juízo de valor

Mudanças vocacionais

Consciência Vocacional
Atitude exploratória alargada (agora integrada)
Autonomia: Importância do papel de estudante
Identidade Pessoal
Estabilização de valores e interesses
Atitudes positivas, de confiança face ao futuro
Expetativas vocacionais realistas

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