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ILHAS
Rodeie-se de mar na Madeira e nos Açores.
FOTOGRAFIA:
Era fácil reduzir as ilhas às suas semelhanças, mas é nas suas diferenças que
está a grande beleza. Não basta conhecer uma para conhecer as outras todas,
ainda que a natureza monumental, a gastronomia pecaminosa e o mar,
sempre o mar à vista, a convidar para mergulhos únicos ou a proporcionar
vistas inesquecíveis, sejam elos comuns a todas elas. Uma coisa essencial,
porém, une todas as ilhas de que lhe falamos nesta edição: são nossas.
São portuguesas e precisam de nós. O apoio à economia local depois de um
ano absolutamente excepcional não pode ficar entre as fronteiras das cidades
de Lisboa e do Porto. Não pode sequer fechar-se no continente: precisa de
mergulhar no Atlântico e sobrevoar o oceano até encontrar os encantos únicos
da Madeira e dos Açores, tão diferentes mas com ainda mais um ponto familiar:
são o destino perfeito para este Verão.
Que esta edição digital sirva para abrir o apetite. Uma vez convertido poderá
encontrar dois projectos especiais da Time Out Portugal dedicados às ilhas:
um site com o melhor da Madeira e uma revista com espaço para todas
as ilhas dos Açores, já nas bancas. O que é nacional é bom. E, nestas férias,
não há ilhas melhores do que as nossas.
Editorial Directora Vera Moura | Directora adjunta (Porto) Mariana Morais Pinheiro | Subdirector (Lisboa) Hugo Torres |
Directora digital Steffany Casanova | Editores Cláudia Lima Carvalho, Inês Garcia e Luís Filipe Rodrigues | Intercidades
Renata Lima Lobo (repórter) | Coisas para Fazer Raquel Dias da Silva | Miúdos Raquel Dias da Silva | Música Ana
Av. da Liberdade, 10, 4º Patrícia Silva e Hugo Torres | Grande Ecrã Eurico de Barros | Pequeno Ecrã Hugo Torres | Palco Mariana Duarte | Noite
1250-144 Lisboa Clara Silva | LGBT+ Clara Silva | Comer & Beber Inês Garcia| Digital Ana Patrícia Silva, Helena Galvão Soares, Margarida
Tel: 21 120 2970 Coutinho, Margarida Ribeiro, Raquel Dias da Silva e Sebastião Almeida | Assistente de redacção Rui Rato | Copydesk
www.timeout.pt Helena Galvão Soares | Colaboradores Alfredo Lacerda, Borges da Gama, Dulce Dantas Marinho, José Margarido, Manuel
Morgado, Ricardo Capitão e Violeta de Vasconcellos | Fotografia e vídeo Editora Mariana Valle Lima Fotógrafo Gabriell
Publicada por Time Out Portugal
Proprietário e Editor Time Out Vieira | Design Designers Ana Bernardes, Cláudia de Almeida e Inês Martins | Comercial e New Business Chief Revenue
Portugal Unipessoal Lda. Officer Duarte Guerreiro | Directora Diana Martin | Departamento Financeiro Directora Michèle Boullier Faro | Account
NIF: 513 739 157 Financeira Catarina Novais | Time Out Portugal Director-geral Duarte Vicente | Time Out Group CEO Julio Bruno | Time Out
ERC: TOP 127577 Market Lisboa Directora Ana Alcobia | Fotografia de capa Rui Soares
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Miúdos
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SECÇÕES
8 Intercidades 14 O melhor da Madeira e dos Açores
36 Coisas para fazer 40 Miúdos 44 Grande Ecrã 48 Pequeno Ecrã
54 Palco 58 Música 62 LGBT+ 64 Noite 66 Comer&Beber
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MEO GO MULTI
1 MÊS GRÁTIS
Petiscos
para ver a bola
FOTOGRAFIA:
e azeite. Na Marisqueira Azul, as amêijoas frango com farinheira, atum com tomate seco,
(14,50€) são do Algarve e a receita segue a bacalhau com chouriço ou tinta de choco
tradição, sem invenções. (1,60€ cada).
8
Pegada
ante pegada
O BIP/ZIP chegou a Lisboa há dez anos e são quase 400 os projectos
apoiados por toda a cidade desde então. Renata Lima Lobo
seguiu as pegadas do novo roteiro e, armada em criança curiosa,
ainda foi espreitar um projecto fora do circuito.
exemplo da dimensão que pode atingir um apesar de manter a vertente física, ganhou esta
projecto BIP/ZIP. Inaugurada em Fevereiro dimensão muito nacional”, diz Paulo.
Este não foi o primeiro projecto da Boutique O projecto também financiado pelo BIP/
da Cultura submetido ao BIP/ZIP – nem será ZIP, e promovido pela APSI – Associação
o último. O primogénito foi “Criar mudança para a Promoção da Segurança Infantil, tem
através da Arte Urbana”, que apoiou a arte provado que ainda é possível brincar ao ar
urbana no Bairro Padre Cruz, nomeadamente livre e em segurança, graças a um conjunto de
com visitas guiadas. Depois veio a Livraria iniciativas que têm transformado os petizes
Solidária de Carnide, e por último a Oficina em reis do asfalto nas freguesias de Santa
Local, um espaço que disponibiliza as mais Maria Maior, Alcântara, Ajuda, São Vicente e
variadas ferramentas à população. E já têm Penha de França.
planos para a próxima edição. “Vamos Uma das acções chama-se Ruas que Brincam
concorrer com esta perspectiva que faz (Schoolstreets) e transforma a rua em frente
sentido espalhar a livraria solidária para à escola num recreio ainda maior. Todas
outros territórios e ajudar a criar uma rede de as sextas-feiras há uma rua que brinca em
livrarias solidárias.” segurança – este mês é a vez da EB Rosa
Lobato Faria, em São Vicente, uma zona
com “graves problemas de mobilidade, onde
À margem do roteiro, os carros se apropriam do espaço público”,
lamenta Liliana Madureira, coordenadora do
mas no meio da rua projecto que desafia os miúdos a ocupar a rua
Damos um passo maior do que a pegada para com bicicletas, trotinetes, patins, skates ou
destacar outro projecto BIP/ZIP que não mesmo carrinhos de rolamentos. O que nos
integra o roteiro agora proposto. Chama-se leva à nova iniciativa da Brincapé, chamada
Brincapé e tem fechado ruas da cidade para Playstreet, que saiu pela primeira vez à rua em
devolver o espaço público às crianças. Setembro, junto ao Mercado de Sapadores,
Não é preciso ser muito antigo para ter boas em parceria com o programa municipal A
memórias de infância a brincar na rua. Mas Rua é Sua. A próxima Playstreet, onde todos
o aumento da insegurança e da circulação podem participar, está marcada para 26 de
automóvel foi empurrando as brincadeiras Junho na Alameda dos Pinheiros, junto ao
dos mais novos para casa, para os parques Palácio da Ajuda, e tem um pouco de história
infantis vedados ou para o recreio da escola. A à mistura. O evento chama-se Arreda!, em
criação de uma cidade segura para as crianças memória do Infante D. Afonso (irmão mais
foi o mote do projecto Brincapé, que quer que novo do rei D. Carlos), que andava pelas ruas a
a miudagem tenha um leque mais alargado de alta velocidade com um carro a gritar “arreda,
oportunidades para brincar, socializar com arreda!” Não se assuste: a Playstreet será
colegas e vizinhos e dar largas à imaginação. bastante mais segura e desafia à participação
com carrinhos de rolamentos. “Os pais pelam-
-se para experimentar”, diz Liliana Madureira,
para quem brincar não tem idade. Os adultos
são mesmo uma peça fundamental para
o sucesso deste tipo de iniciativas e para
estreitar laços dentro da comunidade. A
Brincapé também acaba por criar uma “rede
dos pais que ficam a conversar sobre soluções,
procuram contactos e criam afinidades”,
explica a coordenadora.
Mas os especialistas são mesmo as crianças
que ajudaram a Brincapé a desenhar as Rotas
do Brincar, um divertido roteiro disponível
no site oficial que inclui informação sobre
o espaço e uma proposta de jogo. Podem
ser jardins, mas também espaços como a
área junto ao Panteão Nacional, onde ainda
hoje muitas crianças aprendem a andar de
bicicleta. Fique atento, porque o Brincapé
já se está a preparar para conquistar mais
territórios na cidade de Lisboa. ■
“Enquanto
uns comem,
outros são comidos.
É o ciclo da vida.”
BRINDE À ILHA
Não há uma hora para beber poncha, portanto
não tente encaixar o plano de provar uma
das bebidas mais típicas (e perigosas) da
Madeira ao final da tarde ou depois de jantar.
Madeirense que é madeirense dir-lhe-á que
de manhã é que se começa o dia (como aliás
se percebeu logo no primeiro ponto deste
roteiro…). A bebida, feita com aguardente
de cana de açúcar, açúcar e sumo de limão
ou laranja, nas versões mais tradicionais,
pode ser bebida em qualquer pequena tasca.
LAPAS E CARAMUJOS,
PARA NÃO CAIR NA FRAQUEZA
As lapas grelhadas são um dos pratos típicos
da gastronomia madeirense e vai encontrá-las Pátio das Babosas
como entrada em vários restaurantes da ilha,
como no Pátio das Babosas (um bom sítio
para almoçar depois de subir no teleférico do
Funchal e enquanto se prepara para descer
nos carrinhos de cesto), na Casa da Pedra, na
Madalena do Mar, ou na Quinta do Furão.
São grelhadas na frigideira na própria concha
e temperadas com manteiga e alho, tão simples
como isso. Pode acrescentar gotas de limão
fresco já na mesa. Já os caramujos são muitas
vezes deixados para segundo plano numa ida
à ilha, mas também merecem destaque. Estes
moluscos comestíveis, também conhecidos
como caracóis do mar, são cozidos com água,
sal e alho. Também pode deitar limão por
FOTOGRAFIA: GONÇALO F SANTOS
Afonso
Antunes
A chegar
à última onda
A 4.ª etapa da Liga MEO Surf, a Allianz Sintra Pro, arranca esta sexta-feira,
dia 25, na Praia Grande. Ligue-se à TV e redes sociais do MEO e acompanhe
a par e passo a consagração dos novos campeões nacionais.
MERGULHO DE CABEÇA
Se gosta de passar o Verão de molho,
não faltam mergulhos na grande ilha. Para
os mais friorentos, as piscinas naturais de
Mosteiros, formadas por pedaços de lava
arrefecida pelo mar; a Poça da Dona Beija,
com piscinas de água quente a 39 ºC e, entre
elas, um ribeiro a 28 ºC; o Parque Terra
Nostra, com um lago de água vulcânica
que mais parece uma sopa cor de abóbora;
e a Caldeira Velha, com cascatas de água Caldeira Velha
quente, uma ribeira, poças e fumarolas,
prometem aquecer corpo e alma. Para a
frescura que a estação quente pede, atire-se
à água salgada da Piscina da Caloura, uma
minúscula península metida numa fajã
entre Água de Pau e Vila Franca, ou procure
a Baía do Silêncio. Estenda a toalha, deite-se,
adormeça, sonhe, acorde, limpe a baba e dê
um mergulho. O espaço é bucólico, cheio de
FOTOGRAFIA: RUI SOARES; DR
LAVE AS VISTAS
Miradouros há muitos (os melhores estão
na revista Time Out Açores), mas se tivermos
de escolher um, apenas um e não mais que
um, o nosso coração aponta para a Vista do
Rei. É o mais especial da ilha – talvez até do
arquipélago. E isso nota-se na quantidade
absurda de autocarros a subir a ladeira para
descarregar turistas. Tenha paciência: mais
cedo ou mais tarde consegue tirar a melhor
fotografia das férias, tarefa fácil tendo em
conta a beleza inaudita da paisagem, com a
Lagoa das Empadadas Lagoa das Sete Cidades de um lado e a zona
da Feiteira do outro. Inesquecível é também
a Boca do Inferno, a 1000 metros de altitude.
NAMORE AS LAGOAS Vê-se a Lagoa Verde e Azul das Sete Cidades,
Há toda uma mística à volta de palavras a Lagoa do Santiago, a Lagoa Rasa mais a Serra
singelas como paz, silêncio e oxigénio. Se a isso Devassa. Para chegar a este paraíso, é preciso
juntarmos um trilho pela encosta abaixo de andar uns 10 minutos por entre um trilho
uma cratera com 3900 anos, o cenário torna- desde a Lagoa do Canário. Um, dois, esquerdo,
-se mais idílico ainda. Quando tropeçar num direito, encolhe a barriga e estica o peito. Vale
lago de águas verde-musgo rodeado por uma a pena o esforço.
floresta densa, considere-se uma pessoa de
sorte: o mundo é todo seu. É esta a sensação
de chegar à Lagoa do Congro. Se quiser dar um ENGANE A FOME
pouco de descanso à Lagoa das Sete Cidades, O Guia dos Açores inclui uma bela lista de
a caminho fica a Lagoa das Empadadas, um restaurantes em São Miguel, mas se quiser ficar
conjunto de duas lagoas de origem vulcânica já com um cheirinho, deixamos uma dica para
separadas por um pedaço de terra e rodeadas almoçar e outra para jantar. A esplanada do
por um bosque inacreditável, com acessos de Bar Caloura é um must, os peixes idem, idem,
carro que ao longo dos anos foram melhorados a vista aspas, aspas. Senhoras e senhores, é o
– mas que ainda assim desencorajam muita delírio da massa associativa. Há todo o tipo
FOTOGRAFIA: DR; CLARA SILVA
gente. Por enquanto, as Empadadas escapam de peixe, fresquíssimo, apanhado mesmo ali.
aos roteiros turísticos da praxe e são o cenário Entre os mais cobiçados, o atum e o peixe-
perfeito para fotos – ou para ficar a ouvir as rãs. -porco. Se pedir vinho, é coisa para passar a
ENTÃO E AS CASCATAS?
Esse feed de Instagram não se alimenta
sozinho! Para uma série de fotografias de
sucesso, passear pelo Parque Natural da Ribeira
dos Caldeirões é um plano infalível. Uma
cascata, moinhos de água, um jardim botânico
e um pequeno museu etnográfico fazem deste
parque uma espécie de best of açoriano dividido
por vários patamares. Mas se está disposto
a fazer um esforço a sério, siga o trilho do
Sanguinho. Começa numa azenha abandonada
FOTOGRAFIA: ATELIER VIEITAS
SANTA MARIA
A primeira ilha açoriana a ser descoberta por
navegadores portugueses (1434) é também
a ilha vulcânica mais antiga do arquipélago,
com mais de oito milhões de anos. E é a única
com praia de areia branca e fina: a Praia
Formosa, que tem também água morna, graças
a partículas calcárias. Mais excêntrico ainda é
o Deserto Vermelho, ou Barreiro da Faneca: um
ecossistema invulgar, com quase 1500 hectares
de terrenos argilosos de cor avermelhada,
rodeados de vegetação exótica e espécies da
flora primitiva.
TERCEIRA
É a segunda (e não a terceira) ilha mais
populosa dos Açores. As festas sucedem-se
umas às outras, desde as sanjoaninas até às do
Divino Espírito Santo, com cortejos, marchas
populares e touradas à corda. Não falta o que
FOTOGRAFIA: ROLAND KOCH; DR; RUI SOARES
os gostos e feitios, metidas em crateras Instagram. Se o tempo não está de feição, passeie
vulcânicas de alto gabarito. A mais profunda pelas ruelas da Vila Nova do Corvo, visite os
é a Negra, com 110 metros. Imperdível é a moinhos de vento típicos, passe pelo miradouro
vista panorâmica da Rasa e Funda, como que do Pão de Açúcar ou mergulhe na praia da Areia.
encavalitadas uma na outra, separadas por
Estes textos são excertos das edições
uma ribeira. especiais da Madeira e dos Açores (já à venda).
É MUITO SIMPLES. Reserva uma sexta-feira à A experiência – não revire os olhos, que
noite, paga um único bilhete (30€), e organiza a palavra nunca fez tanto sentido – não só
um programa em família. Transmitido acontece na casa de cada um como começa uns
directamente do Estúdio 33, no centro de dias antes de ligar o Zoom. Quando o carteiro
Portugal, o novo espectáculo a solo do mais bater à porta com um sobrescrito preto, não
premiado ilusionista português promete- se atreva a estragar a surpresa. Guarde-o
-lhe uma noite interactiva, com direito a (longe da vista, longe da tentação) e deixe a
pipocas, muitos truques e até uma visita aos expectativa fazer o seu trabalho. Se quiser
bastidores. “Queremos abrir as portas a este abanar, está à vontade: é provável que os seus
mundo pouco conhecido, que é o nosso dia- poderes de adivinhação não funcionem (nós
-a-dia e o espaço onde criamos, construímos, tentámos). O melhor será respeitar o pedido
ensaiamos, ficamos frustrados, celebramos e focar-se em instalar a versão mais recente
vitórias e até nos reinventamos durante do Zoom no seu dispositivo, de preferência
uma pandemia”, diz Luís de Matos, que nos num computador, que poderá mais tarde
desafia a encomendar uma dose de magia ao ligar à televisão. Até 24 horas antes do início
domicílio. Nem precisa de tirar o pijama – a do espectáculo, receberá a chave de entrada
não ser, claro, que não queira que o resto do virtual no Estúdio 33.
país admire o seu traje de luzes. Agora, ponha a imaginação a trabalhar.
A ideia surgiu ainda em 2020, um ano que Está a acabar de jantar e decide ver se está
era para ter sido de festa. “Celebrámos 25 tudo a funcionar. Quando entra no Zoom,
anos e tínhamos programada uma digressão com a câmara ligada como as instruções
europeia de 26 semanas, com dez espectáculos pedem encarecidamente, apanha um leve
em cada uma dessas 26 cidades. Visitámos a susto. De repente, virou mirone e está a ver
primeira e viemos para casa”, recorda Luís, a casa de outras famílias, que por ventura
que começou a pensar como poderia “bater também estão a observar o que se passa nas
as circunstâncias” e fazer uso da experiência miniaturas da lateral direita. A Elisabete,
acumulada para criar um espectáculo o João, o Aníbal, a Ana, o Gil, o Gabriel.
verdadeiramente diferente. “Começámos Ninguém parece muito incomodado, até se
a criar um espectáculo virtual, não pela faz conversa no chat. Minutos depois, Luís de
contingência, mas porque só faz sentido Matos dá a devida autorização para espreitar
neste formato. O Backstage não é possível para dentro do envelope. Não queremos ser
FOTOGRAFIA: ANA DIAS
fazer a partir de um qualquer teatro, arena ou acusados de spoilers, por isso dizemos apenas
pavilhão multiusos.” que, a seu tempo, o conteúdo fará com que a
magia aconteça, de facto, nas suas mãos. “As e auditórios, com os números de ilusionismo a
portas abrem uma hora antes, para simular sucederem-se, espantosos. Da reinterpretação
a experiência de estar no foyer do teatro, em do seu famoso truque de levitação aos
que vemos as pessoas a chegar, vemos quem clássicos com baralhos de cartas, não há ilusão
está, começamos a conversar, depois as luzes que se deixe intimidar pelas fronteiras físicas
apagam-se e o espectáculo começa.” ou as interferências tecnológicas. Algumas
A partir dos bastidores do seu estúdio em até as ultrapassam. Por exemplo, quando…
Ansião, Luís de Matos guia-nos por vários Não, não, esqueça, o melhor é ver por si. “É
corredores e salas, parando apenas pelo impensável, a ilusão de atravessar o ecrã, fazer
caminho para equilibrismos impressionantes acontecer em casa das pessoas, nas mãos das
e curiosidades divertidas. “Não é um pessoas. É novo e surpreendente.” ■
documentário do Canal História”, promete o à Streaming, por Zoom, com Língua Gestual
ilusionista. “Mas os momentos de espectáculo Portuguesa. 25 de Junho a 30 de Julho, às sextas,
acontecem também no meu escritório,
FOTOGRAFIA: ANA DIAS
FORÇA, PORTUGAL!
Continuamos a apoiar alto e a bom som a nossa selecção no Euro 2020,
acompanhando cada jogo ao pormenor. Com o MEO, pode rever os melhores
momentos e ver as partidas onde quiser.
Euro 2020
Miúdos
miudos@timeout.com
Cinema
para sonhar
FOTOGRAFIA:
Killing Time
Está na hora de voltar ao escurinho 11.15 e Sáb 17/07 17.30), que são convidados
do cinema com o festival PLAY. a viver a sua primeira experiência de cinema
Raquel Dias da Silva acende a luz só em família. As sessões não são propriamente
para lhe dizer o que não pode perder. temáticas, mas a maior parte dos filmes conta
com a presença de animais, inclusive como
protagonistas. Entre as curtas-metragens
programadas, encontram-se vários episódios
de Crias, uma série de animação luso-francesa
da RTP2 sobre os hábitos de dormir de
A 8.ª EDIÇÃO DO PLAY – Festival Internacional espécies de animais diferentes.
de Cinema Infantil e Juvenil de Lisboa vai
voltar à cidade já no próximo fim-de-
-semana, 26 e 27 de Junho, mas também em PARA CRIANÇAS (3-5 ANOS)
Julho, nos dias 3, 4, 17 e 18. A programação, Para Catarina Ramalho, um dos maiores
espalhada pelas salas do Cinema São Jorge destaques desta edição é o cine-concerto
e da Cinemateca Júnior, inclui mais de (Sáb 03/07 17.00) com música de Manuel
uma centena de filmes de todo o mundo, João Vieira e a exibição de quatro curtas-
mas também actividades para as famílias, -metragens de animação dos anos 80, uma
desde ateliês e conversas sobre a sétima estética incomparável da dupla italiana Giuliu
arte até cine-concertos. “Somos um festival Gianini e Emanuele Lu zzati. “Habitualmente,
de Inverno e agora vamos experimentar o
Verão”, diz ao telefone a co-directora Catarina The Best Place In The World
Ramalho. “Creio que será o primeiro evento
infantil, desta envergadura, com estas
condicionantes, que nada têm a ver com o que
é ser criança, mas esperamos proporcionar
um momento de convívio ultra-seguro.”
Turma da Mônica
exibir alguns dos filmes mais icónicos, como a -concerto: 7€ | Cinemateca Júnior: 1,10€/ até aos
Pantera cor-de-rosa e o Professor Balthazar.” 16 anos, 3,20€/ adultos e 2,65€-6€/ ateliês família.
ttttt
INAUGURADA HÁ PRECISAMENTE 20 anos com Tal como sucede nos desenhos animados,
o filme original realizado por Rob Cohen, as leis da Física não funcionam no mundo
a série Velocidade Furiosa transformou-se de Velocidade Furiosa. Neste novo filme,
numa das mais lucrativas de todos os tempos que é um verdadeiro apocalipse de chapa
(ocupa a sétima posição na respectiva lista) batida, o longo sonho húmido de qualquer
e é a mais rentável da história dos estúdios sucateiro que se preze, chega-se ao ponto
Universal. Já foram feitas nove fitas e um de pôr um carro equipado com foguetes a
spin-off, mais duas curtas-metragens e uma colidir com um satélite no espaço sideral, e os
série de animação. Isto sem contar com as dois ocupantes sobrevivem e até conseguem
atracções temáticas do parque de diversões obter uma boleia de volta à Terra graças à
da Universal e ainda um espectáculo Estação Espacial Internacional. Já lá vão os
itinerante, Fast & Furious Live Tour. tempos em que até os mais espectaculares
Aquilo que começou, em 2001, com um filmes de acção procuravam manter sempre
filme policial de acção, sobre speed freaks, um mínimo de credibilidade. Mais do que os
maluquinhos da velocidade, dos carros seus predecessores, Velocidade Furiosa 9 é
modificados e das corridas ilegais, acabou insondavelmente disparatado, abissalmente
por evoluir com a sucessão dos títulos, estapafúrdio, pedindo aos espectadores que
acabando por se transformar num émulo das deixem o cérebro à entrada do cinema.
superproduções de espionagem, aventura e A história assenta numa trágica querela
intriga internacional. Em Velocidade Furiosa de juventude entre os irmãos Toretto,
9, de Justin Lin, esta tendência atinge o Dominic (Vin Diesel) e Jakob (John Cena,
seu apogeu. É um compósito hipertrofiado tão canastrão que, ao pé dele, Diesel faz
dos filmes de James Bond, da série Missão: figura de Sir Laurence Olivier) e usa como
Impossível e de fita de super-heróis à paisana. MacGuffin um dispositivo que permite a
Não é por acaso que, a certa altura, Roman quem o detém controlar todos os sistemas
(Chris “Ludacris” Bridges), depois de ter de armas e informáticos do mundo. A coisa
escapado a uma saraivada cerrada de balázios é cobiçada por um multimilionário vilão de
de militares mexicanos, diz aos seus parceiros Leste que recrutou os serviços de Jakob para a
que está convencido de que os membros do roubar, o que obriga Dominic e Letty (Michelle
grupo são invulneráveis. E a verdade é que Rodriguez) a saírem da reforma e a juntarem-
em Velocidade Furiosa 9 essa capacidade -se ao resto do grupo para salvarem o mundo. A
dos protagonistas de saírem incólumes – ou Cipher de Charlize Theron regressa, há mortos
apenas com dois ou três arranhões – das mais que voltam à vida porque afinal não morreram
abracadabrantes situações de perigo sobre duas, e novas personagens, todos eles a contribuir
quatro ou mais rodas, de campos minados, para o descomunal e absurdo charivari que
de tiroteios alucinantes e de mísseis lançados é Velocidade Furiosa 9. E cujos verdadeiros
por drones, bem como de enormes ensaios heróis acabam por ser as dezenas e dezenas
de pancada e de quedas das mais variadas de “duplos” creditados na longa ficha técnica
alturas, em especial de veículos em movimento final, onde Justin Lin nos dá também um
FOTOGRAFIA: DR
para cima de outros, ou para a rua, é levada ao cheirinho do 10.º filme da série, alegadamente
extremo mais delirantemente inverosímil. o último. Fiem-se nisso, fiem… ■
Cruella
ttttt
FOTOGRAFIA: DR
Mulheres
do fim do mundo
“EU DEMOREI 30 ANOS, dois meses e 19 dias
para ter um lugar só meu.” Ei-lo finalmente:
uma kitchenette minúscula num bairro
‘Manhãs de Setembro’ centra-se
humilde de São Paulo, para onde Cassandra
numa mulher trans surpreendida se mudou em busca de um sonho. Um quarto,
com um filho. Hugo Torres antecipa a bem dizer, pintado de fresco, que exibe ao
a série brasileira, que se estreia namorado com a alegria de uma conquista.
sexta-feira na Amazon Prime Video. Hoje dorme sozinha, lutou por isso – e por muito
mais. Cassandra é uma mulher triplamente
FOTOGRAFIA: DR
Apocalipse mutante
Murch, o seu montador de longa data,
acrescentou-lhe cerca de 50 minutos de
imagens que tinham sido retiradas da versão
original do filme. É o caso da sequência do ttttt
espectáculo que as coelhinhas da Playboy dão
para os soldados, que foi alargada, ou daquela O COMIC HOMÓNIMO de Jeff Lemire em que
passada na plantação francesa, que havia sido Sweet Tooth (Netflix) se baseia começou
totalmente eliminada. a ser publicado em 2009, passa-se num
à FOX Movies. Seg 21.15 mundo pós-apocalipse e é muito sinistro e
cruel. Esta versão para streaming apresenta-
-se bastante atenuada e açucarada, para
Solos atingir um espectro de público o mais amplo
Helen Mirren, Morgan Freeman, Anne possível. A história passa-se nos EUA, após
Hathaway, Anthony Mackie e Dan Steven são uma pandemia, conhecida como A Doença,
alguns dos intérpretes desta série de fantasia ter provocado o colapso da civilização
e ficção científica, que tem sete partes e e também causado que todos os bebés
conta histórias centradas na personalidade começassem a nascer com características
e nos comportamentos das personagens. de animais. São conhecidos como Híbridos,
Os enredos decorrem num futuro próximo e apontados como a causa da pandemia e por
desenvolvem-se cada um numa perspectiva isso caçados pelos humanos sobreviventes.
e num momento diferente no tempo, Gus “Sweet Tooth” (Christian Convery)
explorando o significado da experiência tem dez anos, é um híbrido de humano e
humana. veado e foi levado pelo pai para viver em
à Amazon Prime Video. Qui segurança no meio de um bosque. Quando
aquele morre, Gus parte em busca da
mãe, acompanhado pelo enorme Jeppard
(Nonso Anonzie), um antigo jogador de
futebol americano. Sweet Tooth é ele mesmo
um híbrido que, saltitando entre o doce
e o amargo, o fofinho e o aterrorizador,
tenta conciliar, instavelmente, a ficção
científica pós-apocalíptica, a fantasy para
FOTOGRAFIA: DIEGO LÓPEZ CALVIN; JASON LAVERIS
Terapia de Choque T2
A segunda temporada desta comédia romântica traz-nos
novas aventuras da terapeuta mais requisitada por grandes
celebridades, Dani Santino (Callie Thorne). Depois de passar
por um divórcio difícil e de ter aceitado como paciente uma
estrela de futebol americano viciada em drogas, a Dra. Dani
Santino prepara-se para enfrentar novas dores de cabeça.
A começar pela relação que começou com Matt (Marc
Blucas), que terá de aprender a conciliar com os dois filhos
adolescentes e com os problemas dos seus pacientes.
àAXN White, canal 75 do MEO. Ter 21.25
Portugal
que dança
Reiposto Reimorto
O programa ‘P de dança’ leva à Gulbenkianduas dezenas
de projectos de artistas que têm dinamizadoo circuito da dança
contemporânea do país. Mariana Duarte faz o resumo.
COM CURADORIA DO COREÓGRAFO e bailarino tempo presentes”, assinala João dos Santos
João dos Santos Martins, o programa Martins.
P de dança, organizado pela Gulbenkian, Há trabalhos que se debruçam mais
leva a vários espaços da fundação dezenas directamente sobre relações afectivas, como
de artistas, de diferentes gerações, é o caso de Em Deriva (2011), de Gustavo
contextos e linguagens interdisciplinares, Ciríaco e António Pedro Lopes, que sinaliza “o
que têm dinamizado o circuito da dança momento em que se conheceram como casal”;
contemporânea em Portugal. Vera Mantero, enquanto outros abordam questões políticas
Aurora Pinho, Joana Castro, Flora Détraz, que hoje têm um outro peso e contexto, como
Catarina Miranda, Luís Guerra, Vitalina podemos ver em Museu Encantador (2014),
Sousa, Mariana Tengner Barros, Sónia de Rita Natálio e Joana Levi, criado num
Baptista e Sofia Dias & Vítor Roriz são alguns Brasil muito diferente do actual, mas com
dos nomes que marcam este regresso da implicações que hoje permanecem. Esta é
dança à Gulbenkian ao longo de dois fins-de- uma das criações apresentadas pela primeira
-semana alargados. vez em Portugal, tal como O Museu Invisível
Todas as peças deste ciclo receberam apoios (2013), de Luís Miguel Félix e Ben Evans.
do Programa Gulbenkian Cultura entre 2011 Há também estreias em Lisboa: atenções
e 2017. Um dos pontos em comum entre elas é redobradas para Reiposto Reimorto (2015), de
o facto de serem, na sua maioria, projectos de Catarina Miranda, e Cyborg Sunday (2014), de
início de carreira de artistas que se têm vindo Dinis Machado. ■ à Fundação Gulbenkian. Qui 24
a afirmar na última década, explica João dos a 4 de Jul. Qui-Dom, vários horários
Santos Martins. “Alguns foram feitos logo a
seguir aos criadores terem saído das escolas,
como o Fórum Dança, no caso da Flora Détraz Kin
[com Gesächt + Tutuguri, de 2016], ou o David
Marques, que fez o Kin após ter acabado
o mestrado em Montpellier.” Segundo o
coreógrafo, outro elo de ligação entre os
artistas é a sua “independência de grandes
instituições”.
“São projectos de baixo orçamento, o
que condiciona a forma como estes se
materializam. Há uma relação directa entre
os meios de produção disponibilizados e o
resultado.” Não é por acaso, nota, que grande
parte dos projectos são solos ou duetos, “com
FOTOGRAFIA: JOSÉ CALDEIRA; PABLOLOPEZ; PEDRO NASCIMENTO
Magia, escrita pelo dramaturgo italiano Seja Delas – Segundo Ciclo de Leituras
Eduardo de Filippo em 1948. O actor e Encenadas. à São Luiz Teatro Municipal. Ter 29,
encenador português parte desta obra para 19.00. 7€
Luís Severo
Os sons do Verão
FOTOGRAFIA:
a sua música no início da década passada, Minta & The Brook Trout
quando ainda assinava como Cão da Morte À frente de Minta & The Brook Trout há mais
e escondia as suas inseguranças atrás de de uma década, Francisca Cortesão tem vindo
um manto de ruído doce. Muitos outros a revelar-se uma das melhores escritoras de
encontraram-na a partir de 2015, quando canções de Portugal. Não é exagero: as suas
se assumiu Severo e limou as arestas das preciosas palavras são escolhidas com pinças.
suas canções. Desde então, cada novo disco No mais recente disco, Demolition Derby, as
é melhor do que o anterior. O Sol Voltou, de letras ganham mais texto, mas não perdem o
2019, é o mais recente. à CCB (Lisboa). 21 de poder da simplicidade e da depuração. A voz
Agosto (Sáb) 21.00. 10€ serena comanda a atenção, convida a saborear
sem pressa as palavras e melodias. à Auditório
CCOP (Porto). 11 Jul (Dom) 18.00. 12,50€ | Teatro
PZ Maria Matos (Lisboa). 13 de Julho (Ter) 21.00. 12,5€
Paulo José Pimenta, o cantor e compositor
que conhecemos como PZ, é um surrealista
poeta do quotidiano. Rodeado e acompanhado Domenico Lancellotti
por sintetizadores, caixas de ritmos e A viver em Lisboa, o artista multidisciplinar
cordas electrificadas, canta-nos histórias carioca Domenico Lancellotti apresenta o
pop carregadas de ironia, mas facilmente álbum Raio, que canaliza as energias da sua
reconhecíveis. Apresenta finalmente o álbum terra natal para retratar, à sua maneira, os
Selfie-Destruction, deste ano, num concerto tempos conturbados que se vivem. Com ele
em que não vão faltar velhos e virais êxitos vão estar João Erbetta (guitarra), Cláudio
como “Croquetes” ou “Cara de Chewbacca”. Andrade (teclados), Sami Tarik (percussão)
à Lux (Lisboa). 10 de Julho (Sáb) 21.00. 12€ e Ricardo Dias Gomes (baixo). à Teatro Maria
Matos (Lisboa). 12 Jul (Seg) 21.00. 15€ | Casa da Música
(Porto). 18 Jul (Dom) 20.30. 15€
Glockenwise
Há muito que os Glockenwise deixaram
de ser a banda de garage rock a que nos Pedro Mafama
afeiçoámos na primeira viragem de década A música de Pedro Mafama é difícil de
deste século, entre 2009 (o primeiro EP) delimitar e definir ao certo: é portuguesa
e 2011 (o primeiro álbum). A sua música e global, deste tempo e do próximo; tem
revela-se mais curiosa e o território qualquer coisa de trap e de r&b, de kuduro e de
referencial coberto é mais vasto com cada afro-house, de fado e de kizomba, das recolhas
novo disco, e em Plástico, o primeiro que de Giacometti e das músicas tradicionais
cantam em português, galgam mais terreno de outras latitudes. Às vezes, tem isto tudo
do que nunca. O resultado é uma síntese de na mesma canção. O trapeiro espanhol C.
anos e anos de música a que eles chamam Tangana é um termo de comparação óbvio,
thrash pop, mas a que podemos chamar mas Pedro Mafama tem uma identidade e
apenas rock do bom. à Auditório CCOP (Porto). influências próprias, como atesta o álbum
16 Jul (Sex) 20.30. 10€ | CCB (Lisboa). 17 de Julho de estreia, Por Este Rio Abaixo, editado nos
(Sáb) 21.00. 10€ últimos dias de Maio. à Lux (Lisboa). 15 e 16 de
Julho (Qui e Sex) 21.00. 12€
Rui Reininho
O novo e segundo álbum em nome próprio de
Rui Reininho é um registo intrigante e peculiar
de um homem múltiplo. Explora estruturas
mais magnéticas e sensoriais, com menos
palavras e mais sons, mas sem perder o charme
e a língua mordaz. No Porto, apresenta-se a
17 de Julho nos jardins do Palácio de Cristal,
num festival dedicado à spoken word. Na
Culturgest, em Lisboa, sobe ao palco a 10 de
Setembro com Paulo Borges, Julius Gabriel,
Ryoko Imai e o ex-companheiro dos GNR
Este ano, o Jazz em Agosto recusa-se pelo deserto norte-americano, em que The
a fazer silêncio. As honras de abertura Legendary Tigerman se dispôs a perder-se, a
foram entregues ao histórico saxofonista desaparecer e a reencontrar-se, electrificado
Peter Brötzmann, que a 29 de Julho se pelo rock’n’roll. à CCB (Lisboa). 28 de Agosto (Sáb)
encontra com Han Bennink (bateria) e 21.00. 10€
Uma lição
de História
‘Pride’, uma série documental sobre a luta de
direitos de pessoas LGBT+ dos anos 50 até aos dias
de hoje, chega esta sexta-feira à Disney+. Clara Silva
conta-lhe mais sobre estes seis episódios.
Stonewall, em 1969, como raparigas negras do Orgulho. ■ àPride estará disponível a partir de
queer e mulheres trans. sexta-feira, 25 de Junho, no Star do Disney+
Tapa-buracos
Nasceram na Polónia, ganharam popularidade nos EUA e agora
são lambuzados por cá. Inês Garcia e Margarida Ribeiro andaram
a enfardar bagels em Lisboa e no Porto, e fazem-lhe o roteiro.
LISBOA
Malabarista Café NOVO
Jadwiga e Ricardo abriram o Malabarista
ainda em 2020, com a vontade de servir
café de especialidade no bairro dos Anjos,
feito com grão da casa, torrado pela Olisipo
Lisboa, ou com os grãos da torrefacção
espanhola Right Side. A última entrada no
menu foram os bagels, confeccionados pela
Fábrica dos Sabores com farinhas moídas
em mós de pedra com certificação biológica,
livres de aditivos. Para rechear pode
escolher queijo creme (2,50€), manteiga de
amendoim e doce (3€), queijo de cabra e mel
(3€) ou tomate e pesto vegan caseiro (3,50€).
à Rua Maria, 66 B (Anjos). Ter-Sex 09.00-18.00, Sáb
09.00-15.00
com cebolinho, chili fermentado ou noz e mel os “pizza bagel”, uma espécie de mini-pizzas
(4€). Podem ser feitas versões vegan, a pedido. no pãozinho predilecto. O menu inclui
O levantamento é feito na zona do Campo combinações clássicas, como o de salmão
Mártires da Pátria. fresco marinado com queijo creme e cebolinho
e o de frango e abacate ou versões com pesto, rúcula, bacon, abacate, queijo creme, ovo
queijo mozarela e tomate seco. Também há escalfado e manjericão (6,50€), uma versão
bagels barrados com nutella ou manteiga de “escandinava” com salmão fumado, rúcula,
amendoim e pode sempre levar só os pães para queijo creme, abacate, e molho mostarda e mel
casa. Os menus começam nos 6,90€. (7€), o “tuguês”, com rúcula, presunto, queijo
à Campo de Ourique: Rua Saraiva de Carvalho, 120. de cabra, azeitonas pretas, nozes, manjericão,
Seg-Sáb 09.30-16.30 | Estefânia: Rua Pascoal de Melo, mel e molho agridoce (6€) ou o bufallo pesto,
140 A. Seg-Dom 09.30-19.00 com folhas de espinafre, queijo mozarela,
tomate, azeitonas pretas, manjericão, creme
balsâmico e molho pesto (6€).
Brooklyn à Avenida de Roma, 28 B. Seg-Dom 09.00-19.00
Neste café, restaurante e bar na Praça da
Alegria, perto da Avenida da Liberdade,
durante as manhãs servem-se pequenos- PORTO
-almoços com panquecas, ovos e outros
clássicos da primeira refeição do dia. Os Lazy Breakfast Club
bagels, “brooklyn way”, existem em seis Se era capaz de comer pratos de pequeno-
versões, cinco das quais salgadas, como o de -almoço e brunch em todas as refeições, então
salmão fumado, queijo creme e rúcula (5,10€), o Lazy Breakfast Club é paragem obrigatória.
o de pastrami, queijo creme e mostarda (5,50€) No menu – entre ovos, panquecas e waffles –
ou o de mozarela, azeitonas laminadas, rúcula também encontra bagels. Têm um tamanho
e tomate (5€). O doce pode ser barrado com generoso e são recheados das mais variadas
compota de morango ou nutella (2,20€). formas: com creme de abacate, ovo estrelado e
à Praça da Alegria, 36. Seg-Sáb 09.00-18.00 bacon (7€) ovo mexido, queijo cheddar e bacon
(7€), salmão, queijo fresco, manga e espinafres
(8€) ou presunto, queijo fresco, creme de
Delicafé abacate, ovo escalfado e molho holandês –
Nem só de tostas de abacate, panquecas uma espécie de ovos Benedict, mas dentro de
gulosas (mas saudáveis) e papas de aveia um bagel (8€). Existe ainda uma opção para os
da Papa O’Clock vive o Delicafé, sítio de vegetarianos com cogumelos, espinafres e tofu
pequenos-almoços, almoços e brunch na (7€). à Rua das Oliveiras, 110 (Baixa). 92 638 3359.
Avenida de Roma. No menu há bagels com Seg-Dom 09.00-19.00
FOTOGRAFIA: DR
Swallow
Existem vários locais espalhados pela cidade
onde se pode comer um brunch muito
completo. O do Swallow Decadent Brunch
levanta os ânimos a qualquer um. Tem
panquecas, ovos, frango frito e, claro, o que
nos traz aqui hoje: os clássicos bagels, cobertos
com sementes de sésamo e feitos na casa. Se
quiser comer um recheado aposte no Fan-sea
Bagel (12€), com salmão curado caseiro, ovo
cozido, pepino, abacate fatiado e alcaparras.
Caso queira algo mais simples também os pode
comprar à unidade (1,50€/cada), à meia dúzia
(7€) e à dúzia (12€).à Campo dos Mártires da Pátria,
144 (Baixa). 22 208 1689. Ter-Dom 10.00-17.00
Zenith Brunch
& Cocktails
Não há dúvidas sobre o sucesso do Zenith
Brunch & Cocktails: algo que é fácil de
confirmar pela grande fila de pessoas à espera
de mesa que se cria diariamente. Têm muitas
opções para a hora do brunch, como banana
bread, tapiocas e ovos. Os bagels também são
uma boa escolha, e podem chegar à mesa na
versão bacon e ovo – com queijo cheddar, ovos
mexidos, pesto, cebola crocante, cebolinho
e salada ibérica –, veggie – com hummus de
beterraba, cogumelos selvagens, refogado
de pimento e tomate com harissa, cebola
caramelizada cebolinho e salada ibérica
(ambos 8€) ou com salmão fumado, crème
fraîche, pepino, cebolinho e salada ibérica
(8,50€). à Praça Carlos Alberto, 86 (Baixa). 22 017
1557. Seg-Sáb 09.00-20.00, Dom 09.00-18.00
BOP
Com uma identidade muito ligada à música
– a começar pela colecção de vinis que são
a banda sonora do espaço – o BOP é o lugar
perfeito para quem gosta de café, cocktails
e comida americana. Entre generosos
hambúrgueres, nachos e asas de frango,
também vai encontrar, a partir do final desta
semana, bagels, prato que esteve desaparecido
durante algum tempo. Voltam agora com três
combinações vencedoras, como bacon e brie,
o bagel lox (com salmão fumado) – ambos a
5,20€ – e pesto e tomate (6€). ■ à Rua do Bolhão,
FOTOGRAFIA: DR
Teresa Pyrrait
Lisboa tem doces de casa ao virar da esquina.
Violeta de Vasconcellos descobriu-os ao virar a esquina certa.