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Victoria Maria Lopes

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CPF: 073.764.413-36 ERTENCEREMOS | WWW.
PROJETOCAVEI
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110646620040
GABARITO 2º SIMULADO PCGO - Pós-edtial

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Victoria Maria Lopes


CPF: 073.764.413-36 110646620040
PROVA DISCURSIVA – PROJETO CAVEIRA

TEMA 02 – PC-GO – PÓS-EDITAL 2022


Com relação à prova, discorra, em uma dissertação, ao menos sobre os requisitos abaixo
empregados:
a) Conceitue prova e mencione ao menos dois princípios que norteiam a sua produção;
b) Fale sobre os sistemas de valoração da prova e de que forma eles são aplicados no Brasil;
c) Discorra sobre a utilização de provas ilícitas.

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TEMA 02 – COMENTADO – PC-GO PÓS-EDITAL 2022

a) Conceitue prova e mencione ao menos dois princípios que norteiam a sua produção;

Olá, Caveira! Tudo bem?

Vamos trabalhar com prova, tema previsto no artigo 155 e seguintes do Código de
Processo Penal.

Observe que o enunciado foi dividido em três comandos. O primeiro deles se subdivide
em duas: na primeira, pede-se uma definição; na segunda, pede-se que seja feita uma citação
(ou seja, não é necessário fazer uma explicação). Atentar-se a isso é muito importante, pois,
além de ser necessário não deixar faltar nada que é pedido pela banca, isso te ajuda a se orientar
sobre como organizar a abordagem adequada de cada tópico dentro das linhas disponibilizadas
pela banca.

Agora, sem mais delongas, vamos ao conceito de prova. Conforme NUCCI:

"O termo prova origina-se do latim – probatio –, que significa ensaio, verificação,
inspeção, exame, argumento, razão, aprovação ou confirmação. Dele deriva o verbo
provar – probare –, significando ensaiar, verificar, examinar, reconhecer por experiência,
aprovar, estar satisfeito com algo, persuadir alguém a alguma coisa ou demonstrar"1.

O termo é polissêmico, ou seja, tem mais de um significado. No processo penal, podemos


entendê-la como todos aqueles instrumentos que são apresentados com o objetivo de atestar a
verdade dos fatos alegados. Assim, resta evidenciado que ela é inerente ao desempenho dos
direitos de defesa e de ação. Ademais, as provas têm como finalidade formar a convicção ou
certeza em torno de um fato no espírito do julgador.

Diante disso, importa mencionar os princípios que regem a produção probatória.


Embora o enunciado não tenha pedido que você os explique, vamos trazer a noção geral de
cada um para que você, Caveira, consiga compreender melhor a razão de eles se aplicarem a
este assunto e, com isso, saiba qual pode melhor se encaixar ao seu texto.

São eles:

1. Princípio da autorresponsabilidade das partes


A frustração ou o sucesso no processo estão ligados à conduta probatória das partes.
Assim, elas assumem a responsabilidade pela inércia, erro ou negligência no que
tange à comprovação do que alegam.

2. Princípio do contraditório
Todas as provas apresentadas no processo admitem a produção de uma contraprova
pela parte contrária. Isso está relacionado à ideia de dialética processual e decorre do
brocardo “audiatur et altera parte” (“ouça-se também a parte contrária”).

3. Princípio da comunhão da prova

1
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo e execução penal. 11. Ed. Rev., atual e ampl. Rio
de Janeiro: Ed. Forense, 2014, p. 338.
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A prova pertence ao processo e não à parte que a produziu. Assim, pode ser utilizada
por qualquer das partes.

4. Princípio da oralidade
A palavra falada deve predominar sobre a escrita, sem que esta seja excluída. Está
evidenciado, por exemplo, no art. 62, Lei 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais):

“Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da


oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando,
sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena
não privativa de liberdade”.

5. Princípio da concentração
A produção probatória deve ser centralizada em uma única audiência ou no menor
número delas. É o que traz o art. 400, § 1º, Código de Processo Penal:

“Art. 400. (...)


§ 1o As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as
consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias”.

6. Princípio do imediatismo
O magistrado deve proceder diretamente à colheita de todas as provas, em contato
imediato com as partes. Isso, porém, não impede que sejam produzidas provas por
videoconferência.

7. Princípio da identidade física do julgador


O juiz que preside a instrução é também o que julgará o processo, salvo exceções
previstas em lei, como em caso de promoção ou aposentadoria (art. 399, § 2º, Código
de Processo Penal).

“Art. 399. (...)


2o O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença”.

8. Princípio da publicidade
Os atos que compõem o processo penal, em regra, não podem ocorrer de forma
secreta, devido à importância das questões atinentes a esses procedimentos. Nesse
sentido, a Súmula Vinculante nº 14 do Supremo Tribunal Federal afirma:

“Súmula Vinculante 14/STF: É direito do defensor, no interesse do representado, ter


acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito
ao exercício do direito de defesa”.

Todavia, há exceções a isso. A Constituição da República Federativa do Brasil de


1988 e a legislação infraconstitucional asseguram o segredo de justiça em algumas
situações, quando a preservação do direito à intimidade não prejudica o interesse
público à informação (art. 93, IX, CF/1988) 2 e/ou a divulgação das informações resulta
em escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem (art. 792, § 1º,
Código de Processo Penal)3. Exemplo de imposição de segredo de justiça são os

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casos de interceptações telefônicas (art. 1º, Lei 9.296/1996) 4 e crimes contra a
dignidade sexual (art. 234-B, Código Penal)5.

9. Princípio do livre convencimento motivado


O magistrado tem liberdade para decidir o caso conforme a apreciação que fez das
provas, porém precisa fundamentar seu entendimento. Isso pode ser extraído do art.
155, caput, Código de Processo Penal:

“Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não
repetíveis e antecipadas”.

10. Princípio da verdade real


O julgador deve se dedicar a estar o mais próximo possível do que ocorreu, devendo
manter um sentimento de busca pela verdade quando da aplicação da pena e da
apuração dos fatos. Essa ação encontra algumas limitações, como a vedação ao uso
de provas obtidas de forma ilícita ou mesmo a imposição de restrições à atuação
estatal (garantias contra a autoincriminação do réu, vedação da tortura, nulidade de
provas obtidas por meios ilícitos, limitações em depoimentos de testemunhas etc.)6.

Por isso, assentou-se o entendimento de que é impossível o alcance da verdade


absoluta, havendo apenas uma aproximação da verdade dos fatos. Nessa linha, a
doutrina moderna tende a adotar o princípio da busca da verdade. Nos julgados
Tribunais Superiores, a nomenclatura adotada ainda tem sido princípio da busca da
verdade real:

“Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. COMPETÊNCIA


TERRITORIAL. DIVERGÊNCIA QUANTO AO LOCAL DE CONSUMAÇÃO DO CRIME
MAIS GRAVE. INCIDÊNCIA DA REGRA DO ART. 70, § 3º, DO CPP. PREVENÇÃO DE
UMA DAS COMARCAS POSSIVELMENTE COMPETENTES. VIOLAÇÃO DO
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL. NÃO OCORRÊNCIA. INVIBILIDADE DE REEXAME
DO CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO NA VIA DO HABEAS CORPUS. AGRAVO
REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – O art. 70 do Código de Processo
Penal, que considera como local do crime aquele em que o delito se consumou, permite
o abrandamento da norma, ao enunciar que a competência será, de regra, a do local em
que a infração se consumar, tendo-se em conta os fins pretendidos pelo processo penal,
em especial a busca da verdade real. II – No caso, o Tribunal de Justiça de origem
decidiu que, à luz do que contido nos autos, “o suposto delito foi cometido na divisa de
Sergipe e Bahia, ficando incerta a competência com base no lugar da infração, razão
pela qual se aplicam as regras de competência da prevenção, do art. 70, § 3º, do CPP”.
III – A prorrogação da competência em favor de uma das comarcas possivelmente
competentes não importa em violação do princípio do juiz natural. IV – Para se chegar à
conclusão diversa da que chegaram as instâncias antecedentes, como pretende a
defesa, haveria a necessidade de reexame do contexto fático-probatório, o que é inviável
na via do habeas corpus. V – Agravo regimental a que se nega provimento
(STF. Agr. Reg. no HC 148.984. Sergipe. 2ª Turma. Relator: Min. Ricardo Lewandowski.
Data do julgamento: 02/03/2018. Data da publicação: 09/08/2018)”.

11. Princípio da não autoincriminação


Ninguém que é acusado de ter cometido infração pode ser obrigado a produzir provas
contra si mesmo, ou seja, “nemo tenetur se detegere” (“ninguém é obrigado a se
descobrir”). Decorre do art. 5º, LXIII, CF/88:

“Art. 5º (...):

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LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado”;

Ademais, o art. 8º, 2, “g”, Pacto de San José da Costa Rica, promulgado pelo Decreto
nº 678/1992 diz:

“2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto
não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito,
em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
g) direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada;
e”

b) Fale sobre os sistemas de valoração da prova e de que forma eles são aplicados no
Brasil;

A segunda parte do enunciado traz, novamente, dois pedidos. Perceba, Caveira, que a
mera descrição de cada um dos sistemas de valoração da prova não será suficiente para obter
nota máxima no que diz respeito a este tópico. Você também precisa dizer de que forma eles se
aplicam no Brasil – ou seja, se são ou não aplicáveis e em que contexto.

Diante disso, vamos aos sistemas de apreciação das provas.

O primeiro deles é o sistema da íntima convicção, da livre convicção, da prova livre ou


da certeza moral do juiz. Por meio desse sistema, entende-se que a verdade jurídica reside na
consciência do juiz, o qual tem liberdade plena e absoluta, não precisando motivar sua convicção.

Ademais, conforme esse sistema, o juiz pode até mesmo se basear em elementos que
não estão nos autos e julgar com base em seus conceitos preestabelecidos e suas crenças
pessoais.

Em regra, esse sistema não está presente no direito processual penal brasileiro. Pode-se,
porém, perceber resquícios de sua existência no Tribunal do Júri, uma vez que os jurados julgam
de acordo com a sua íntima convicção e votam os quesitos sem fundamentar.

Nessa linha, afirmam CAPEZ e COLNAGO: "Esse sistema vigora entre nós, como
exceção, nas decisões proferidas pelo júri popular, nas quais o jurado profere seu voto, sem
necessidade de fundamentação"7.

O segundo deles é o sistema da certeza legislativa, da prova tarifada, da certeza moral


do legislador ou da certeza legal. Conforme esse entendimento, as provas têm valor inalterado
e fixado; o valor de cada prova decorre da própria lei. É como se o magistrado, como um
matemático, apenas aplicasse as regras, sem empregar nenhum tipo de senso crítico em sua
atuação.

Nesse sistema, não há qualquer margem para discricionariedade – o julgador não pode
deixar de, rigorosamente, acatar às regras previamente estabelecidas. Não há, assim, convicção
pessoal na valoração do contexto probatório, mas obediência estrita aos pesos e valores
impostos por lei. Desse sistema, decorre o brocardo “testis unus, testis nullus”, pelo qual o

7
CAPEZ, Fernando; COLNAGO, Rodrigo. Código de processo penal comentado. 1 ed. Ed. Saraiva,
2015, p. 180.
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depoimento de uma só testemunha, por mais detalhado e verossímil que seja, não tem qualquer
valor8.

No Brasil, esse sistema vigora excepcionalmente em alguns casos. Um deles é o do art.


158 do Código de Processo Penal, que diz:

“Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”.

Observa-se que, em casos em que o crime deixe vestígio, a realização do exame de corpo
de delito para demonstrar a materialidade da infração é imprescindível. Nem mesmo a confissão
do réu supre a não realização do procedimento.

Também é possível perceber esse sistema no art. 155, parágrafo único, Código de
Processo Penal:

“Art. 155. (...)


Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições
estabelecidas na lei civil”.

No caso supramencionado, o estado das pessoas somente é provado mediante certidão,


não sendo admitida prova testemunhal.
O terceiro e último sistema de valoração das provas é o sistema do livre convencimento
motivado, da apreciação livre, da verdade real ou da persuasão racional. Preconiza que o
juiz tem liberdade para decidir, devendo, todavia, motivar sua decisão. Justamente por isso, não
promove uma hierarquia entre as provas – cabe ao próprio magistrado imprimir, em sua decisão,
o grau de importância das provas que lhe foram apresentadas.
Assim, temos que o juiz só pode decidir de acordo com a prova dos autos, mas pode
apreciá-las com inteira liberdade. Por outro lado, o legislador freou sua atuação quando
determinou que deve haver a fundamentação da decisão. Nesse sentido, lecionam CAPEZ e
COLNAGO9 que esse sistema busca a verdade real, de modo a rejeitar o formalismo exacerbado
e a impedir o absolutismo pleno do julgador, já que ele precisa justificar sua decisão.

Esse é o sistema adotado pelo Brasil, conforme se observa no art. 93, IX, CF/1988:

“Art. 93. (...)


IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a
presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a
estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação”

Da mesma forma, pode-se perceber a opção do legislador por sua adoção no art. 155,
caput, CPP:

“Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não
repetíveis e antecipadas”.

8
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9
CAPEZ, Fernando; COLNAGO, Rodrigo. Código de processo penal comentado. 1 ed. Ed. Saraiva,
2015, p. 181.
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Verifica-se que o juiz tem liberdade para formar sua convicção, uma vez que é ele quem
determina, com base em cada contexto, a valoração a ser atribuída a cada prova produzida em
contraditório judicial. Sua fundamentação não pode ter como base elementos estranhos aos
autos, bem como não pode estar exclusivamente pautada nos elementos informativos colhidos
na fase do inquérito, já que eles não foram passíveis de contraditório nem ampla defesa.

Em relação à imprestabilidade dos elementos colhidos na fase preliminar na prolação da


sentença, há três exceções. A primeira diz respeito às provas cautelares, que são produzidas
devido à necessidade e à urgência, para que os elementos não venham a se perder (exemplo:
oitiva de uma testemunha em estágio terminal). A segunda é quanto às provas não repetíveis,
que, uma vez feitas, não podem ser refeitas na fase processual. A terceira e última é relativa às
provas antecipadas, que visam a evitar o perecimento probatório e tramitam perante o
magistrado, com colaboração das futuras partes, resguardando-se contraditório e a ampla
defesa.

Sobre isso, vale mencionar o que diz a jurisprudência:

PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM


HABEAS CORPUS. ROUBO MAJORADO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
CONDENAÇÃO BASEADA EM INFORMAÇÕES COLHIDAS NO INQUÉRITO E
COMPLEMENTADAS POR PROVAS PRODUZIDAS EM JUÍZO. POSSIBILIDADE.
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A controvérsia dos autos
não foi apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça. O que impede o imediato exame da
matéria pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob pena de indevida supressão de
instância. Precedente. 2. O entendimento do STF é no sentido de que o livre
convencimento do juiz pode decorrer das informações colhidas durante o
inquérito policial, nas hipóteses em que complementam provas que passaram pelo
crivo do contraditório na fase judicial, bem como quando não são infirmadas por
outras provas colhidas em juízo (RHC 118.516, Rel. Min. Luiz Fux). 3. No caso de que
se trata, o Juízo de origem, em decisão corroborada pelo Tribunal estadual, ao condenar
o acionante apontou que a sucessão de provas materiais produzidas na fase
administrativa associada aos depoimentos colhidos perante a autoridade policial e
aqueles que se realizaram sob o crivo do contraditório permitem concluir que os
acusados Gilberto de Oliveira e Jeferson Pereira da Silva praticaram os crimes de roubo”.
4. Agravo regimental desprovido.
(STF - AgR RHC: 170101 SC - SANTA CATARINA 0088228-64.2018.3.00.0000, Relator:
Min. ROBERTO BARROSO, Data de Julgamento: 04/10/2019, Primeira Turma, Data de
Publicação: DJe-231 24-10-2019)

c) Discorra sobre a utilização de provas ilícitas no processo penal brasileiro.


O terceiro comando do enunciado pede que você fale sobre a utilização de provas ilícitas
no processo penal brasileiro. Note que, implicitamente, a Banca espera que você traga uma
noção do que são provas ilícitas, uma vez que, para falar sobre seu uso, você precisa explicar o
que elas são.
Nesse sentido, primeiramente, convém lembrar que a doutrina entende que as provas
ilícitas são uma espécie do gênero provas proibidas. Em linhas gerais, as provas ilícitas são
aquelas que violam princípios constitucionais penais (normas de direito material), enquanto as
provas ilegítimas violam princípios constitucionais processuais (normas de direito
formal/processual). Para facilitar:

PROVAS PROIBIDAS
Tipo de direito ofendido Classificação da prova

Material Ilícitas

Formal Ilegítima

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Essa distinção, no entanto, é indiferente em termos de aplicação da lei. Sobre isso, o
art. 5º, LVI, CF/1988 diz apenas que “LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
por meios ilícitos”. Na mesma linha, o art. 157, caput, Código de Processo Penal traz:

“Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas


ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais”.

Observa-se, assim, que o dispositivo não distingue provas ilícitas de provas ilegítimas,
apenas considera como ilícita a prova que viola a norma constitucional ou infraconstitucional,
pouco importando tratar-se de norma de direito material ou processual.

Quanto à utilização de provas ilícitas no processo penal brasileiro, existem as


seguintes teorias:

a) Teoria da ponderação quanto à inadmissibilidade da prova ilícita ou da


proporcionalidade ou da razoabilidade ou do sacrifício

Entende que o magistrado deve, na ponderação de bens jurídicos, dar prevalência


ao bem jurídico de maior importância. Em outras palavras, entende que, se a prova
foi obtida para o resguardo de outro bem protegido pela Constituição, de maior valor
do que aquele resguardado, não há que se falar em ilicitude, devendo ser afastada
a restrição da inadmissibilidade da prova.

Assim, alguns doutrinadores defendem o uso da prova ilícita em favor do acusado,


para demonstrar sua inocência. A ideia é que o “status libertis do réu” é o bem de
maior importância em casos do tipo. Ainda, destaca-se que prova ilícita não pode ser
utilizada para demonstrar culpa, pois seus efeitos são limitados à obtenção da
inocência do réu. É o que explicam TÁVORA e ALENCAR10, para quem a teoria da
proporcionalidade deve ser invocada para preservar os interesses do acusado, em
favor da absolvição (concepção da prova ilícita utilizada "pro reo").

Sobre o uso da prova ilícia “pro societate”, ensinam CAPEZ e COLNAGO 11:
"(...) consiste na admissibilidade das provas ilícitas, quando demonstrada a prevalência
do interesse público na persecucáo penal, a tendência atual da jurisprudência dos
Tribunais Superiores é a da sua não adoção. De acordo com esse entendimento, a não
admissão de mecanismos de flexibilização das garantias constitucionais tem o objetivo
de preservar o núcleo irredutível de direitos individuais inerentes ao devido processo
legal, mantendo a atuação do Poder Público dentro dos limites legais. As medidas
excepcionais de constrição de direitos não podem, assim, ser transformadas em práticas
comuns de investigação."

b) Teoria dos frutos árvore envenenada ("fruits of the poisonous tree") ou da


prova ilícita por derivação

Derivada do direito americano, é adotada no Brasil desde 1996, após o julgamento


de um habeas corpus. Atualmente, a teoria dos frutos da árvore envenenada
encontra previsão no art. 157, Código de Processo Penal, anteriormente
mencionado. Ela defende que uma árvore envenenada provoca frutos envenenados;
em outras palavras, diz que provas que decorrem de uma prova ilícita estão
igualmente contaminadas.

10
TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de direito processual penal. 8. Ed. Salvador:
Ed. JusPODIVM, 2013.
11
CAPEZ, Fernando; COLNAGO, Rodrigo. Código de processo penal comentado. 1 ed. Ed. Saraiva,
2015, p. 185.
8

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É da leitura do próprio art. 157, Código de Processo Penal, porém, que podem ser
extraídas quatro teorias que se mostram como exceção.

b1. Teoria da prova absolutamente independente ou limitação da fonte independente:


o art. 157, § 1, 1ª parte do CPP estabelece que:

“Art. 157. (...)


§ 1º. São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras (...)”.

Assim, não havendo nexo de causalidade (relação de dependência) entre a prova ilícita e as
demais provas que decorreram da ilícita, não haverá contaminação. O processo será
aproveitado se houver outras provas válidas absolutamente independentes da prova ilícita,
cabendo ao juiz deferir os limites de interdependência da prova.

b2. Teoria da descoberta inevitável ("inevitable discovery") ou do curso hipotético de


investigação: o art. 157, § 1º, parte final e § 2ºe § 3º, CPP dispõe:

“Art. 157. (...)


§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos
e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao
fato objeto da prova.
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta
será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente”.

Logo, as provas que decorrem de uma prova ilícita não necessariamente estarão
contaminadas. Assim, serão aproveitadas se ficar demonstrado que elas inevitavelmente
seriam descobertas de outra maneira, por uma outra fonte autônoma e por meio válido.

b3. Teoria da contaminação expurgada ou da conexão atenuada: defende que, se o


vínculo entre a prova ilícita e a derivada for irrelevante ou tênue, não haverá contaminação.

b.4 Teoria da boa-fé: busca evitar o reconhecimento da ilicitude da prova quando os agentes
de polícia ou da persecução penal tiverem atuado destituídos do dolo de infringir a lei,
pautados em situação de erro.

c) Teoria da exclusão da ilicitude da prova

Defende que a prova, aparentemente ilícita, deve ser tida como lícita quando a
conduta do agente na sua captação está amparada pelo direito (excludentes de
ilicitude). Exemplo disso ocorre se o réu violar o domicílio de alguém, conduta
tipificada como crime nos termos do art. 150 do CP, para produzir prova fundamental
em favor de sua inocência. A prova será tida como válida, pois ele agiu em estado
de necessidade (art. 24, CP) ao suprimir bem jurídico alheio (tutela domiciliar) para
salvaguardar outro bem jurídico (liberdade), em face de um perigo atual (existência
de persecução penal), ao qual não deu causa, e cujo sacrifício não era razoável
exigir12.

12
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9

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EXEMPLO DE REDAÇÃO
Prova é tudo aquilo que se utiliza para comprovar o que se alega no processo e, assim,
corroborar para que o juiz ou tribunal concorde sobre a existência ou inexistência de determinado
fato. Em outras palavras, ela é um instrumento por meio do qual se tenta convencer o julgador a
respeito da "verdade" que se está apresentando. Sua produção respeita o princípio do
contraditório, já que as partes podem produzir contraprovas para questionar o que for
apresentado. Ainda, é válido lembrar do princípio da comunhão das provas, que defende que a
prova é do processo, não das partes, já que elas podem ser usadas por ambos os lados para
convencer o juiz.
Nesse sentido, convém também falar sobre os sistemas de valoração das provas e as
formas como podemos reconhecê-los no processo penal brasileiro. O primeiro é o sistema da
íntima convicção, que entende que a verdade jurídica reside na consciência do juiz, o qual tem
liberdade plena e absoluta, não precisando motivar sua convicção. Assim, o magistrado pode até
mesmo se basear em elementos que não estão nos autos e julgar com base em seus conceitos
preestabelecidos e suas crenças pessoais. Os resquícios de sua existência estão presentes no
Tribunal do Júri, uma vez que os jurados julgam de acordo com a sua íntima convicção e votam
os quesitos sem fundamentar.
O segundo é o sistema da certeza legislativa, que defende que as provas têm valor
inalterado e fixado, que deriva de lei. Logo, o magistrado apenas aplica as regras, sem nenhum
tipo de senso crítico. Não há margem para discricionariedade. Sua presença é exceção no
processo penal brasileiro, sendo encontrada, por exemplo, no art. 158 do CPP, que determina
que, em casos em que o crime deixe vestígio, é imprescindível a realização do exame de corpo
de delito. Já o terceiro e último é o do livre convencimento motivado, no qual o juiz tem liberdade
para decidir, devendo, todavia, motivar sua decisão. Não há hierarquia de importância entre as
provas, e o juiz pode valorá-las conforme o seu próprio entendimento, precisando, apenas,
explicar as razões de ter tomado tais decisões. Isso aponta a importância da produção cuidadosa
das provas, pois seus efeitos são gravosos ao réu, uma vez que podem restringir o direito
fundamental à liberdade. É o sistema adotado no Brasil.
Para encerrar, é importante falar sobre a utilização de provas ilícitas. Convém destacar
que, conforme o art. 5º, LVI da CF/88, as provas obtidas por meios ilícitos são inadmissíveis no
processo. Algumas teorias, porém, preveem. Conforme a teoria da ponderação quanto à
inadmissibilidade da prova ilícita, por exemplo, o magistrado deve, na ponderação de bens
jurídicos, dar prevalência ao bem jurídico de maior importância. Assim, a prova ilícita deve ser
aceita “pro reo” caso demonstre a inocência do acusado, pois o “status libertis do réu” é o bem
mais relevante em casos do tipo. Já a teoria dos frutos da árvore envenenada entende que as
provas obtidas a partir de provas ilícitas – ou seja, de provas obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais – estão contaminadas, sendo provas ilícitas por derivação. Em regra,
também são inadmissíveis no processo, exceto quando não evidenciado o nexo de causalidade
entre umas e outras ou quando as derivadas puderem ser obtidas por fontes independentes das
primeiras (art. 157, § 1º, CPP).

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CONHECIMENTOS GERAIS sabedoria de tradições religiosas e filosóficas que têm


início há milhares de anos. A gratidão é um dos estados
Língua Portuguesa mentais mais saudáveis e edificantes, e aqueles que a
adotam como hábito estão enriquecendo não apenas
suas próprias vidas mas também as vidas daqueles à sua
A gratidão tem o poder de salvar vidas (ou por que
volta.
você deveria escrever aquela nota de agradecimento)
Richard Gunderman. Tradução: Camilo Rocha Adaptado de:
https://www.nexojornal.com.br/externo/2018/08/11/Agratid%C3%A3o-
A gratidão pode ser mais benéfica do que tem-o-poder-de-salvar-vidas-ou-por-quevoc%C3%AA-deveria-
costumamos supor. Um estudo recente pediu que escrever-aquela-nota-de-agradecimento Acesso em: 04 fev. 2020.
pessoas escrevessem uma nota de agradecimento para
alguém e depois estimassem o quão surpreso e feliz o 1
recebedor ficaria. Invariavelmente, o impacto foi Considere as ideias e informações apresentadas no
subestimado. Outro estudo avaliou os benefícios para a texto e assinale a alternativa INCORRETA.
saúde de se escrever bilhetes de obrigado. Os
pesquisadores descobriram que escrever apenas três (A) Os três primeiros parágrafos têm a função de
notas de obrigado ao longo de três semanas melhorava apresentar os efeitos positivos da gratidão na vida das
a satisfação com a vida, aumentava sentimentos de pessoas.
felicidade e reduziria sintomas de depressão. (B) A sequência lógica do texto revela que não apenas
Existem múltiplas explicações para os benefícios aspectos positivos estão articulados à gratidão, pois, nos
da gratidão. Uma é o fato de que expressar gratidão 4º e 5º parágrafos, é apresentado um contraponto aos
encoraja os outros a continuarem sendo generosos, benefícios da gratidão.
promovendo, assim, um ciclo virtuoso de bondade em (C) Ocorre uma contradição interna no texto, visto que,
relacionamentos. Da mesma maneira, pessoas primeiramente, é apresentada a serventia da gratidão,
agradecidas talvez fiquem mais propensas a retribuir com porém, em seguida, o autor se contradiz.
seus próprios atos de bondade. Falando de modo mais (D) A referência à obra literária de Dafoe exemplifica, por
amplo, uma comunidade em que as pessoas se sentem meio da experiência de Robinson Crusoe, que a
agradecidas umas com as outras tem mais chance de ser importância do hábito da gratidão não é recente.
um lugar agradável para se viver do que uma (E) O autor acredita que o atual individualismo na
caracterizada por suspeição e ressentimento mútuos. sociedade pode ser uma consequência da falta de
Os efeitos benéficos da gratidão podem ir ainda atitudes de agradecimento nas relações pessoais.
mais longe. Por exemplo, quando muitas pessoas se
sentem bem sobre o que outra pessoa fez por elas, elas Gabarito: C
sentem um senso de elevação, com um consequente
reforço da sua consideração pela humanidade. Alguns se COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
inspiram a tentar se tornar também pessoas melhores,
fazendo mais para ajudar a trazer o melhor nos outros e Vamos lá, Caveira. A questão solicita a INCORRETA, ou
trazendo mais bondade para o mundo à sua volta. seja, uma só. Todas as outras estão corretas e são
É claro, atos de bondade também podem informações de acordo com o texto.
fomentar desconforto. Por exemplo, se pessoas sentem
que não são merecedoras de bondade ou suspeitam que Caveira, note que o autor não se contradiz, ele só diz que
há algum motivo por trás da bondade, os benefícios da NEM SEMPRE “É claro, atos de bondade também podem
gratidão não se realizarão. Do mesmo modo, receber fomentar desconforto. Por exemplo, se pessoas sentem
bondade pode fazer surgir um senso de dívida, deixando que não são merecedoras de bondade ou suspeitam que
nos beneficiários uma sensação de que precisam pagar há algum motivo por trás da bondade, os benefícios da
de volta a bondade recebida. A gratidão pode florescer gratidão não se realizarão.”.
apenas se as pessoas têm confiança o suficiente em si
mesmas e nos outros para permitir que isso aconteça. Ele só cita que há alguns atos que podem gerar
Outro obstáculo para a gratidão é desconforto, isso não significa que é uma contradição.
frequentemente chamado de senso de merecimento. Em
vez de sentir um benefício como uma virada boa, as O ato de individualismo exposto na letra E, apesar de
pessoas às vezes o veem como um mero pagamento do estar escrito individualismo, fica claro no penúltimo
que lhes é devido, pelo qual ninguém merece nenhum parágrafo.
crédito moral. Ainda que seja importante ver que a justiça
está sendo feita, deixar de lado oportunidades por “Outro obstáculo para a gratidão é frequentemente
sentimentos genuínos e expressões de generosidade chamado de senso de merecimento. Em vez de sentir um
também podem produzir uma comunidade mais benefício como uma virada boa, as pessoas às vezes o
impessoal e fragmentada. veem como um mero pagamento do que lhes é devido,
Quando Defoe retratou a personagem Robinson pelo qual ninguém merece nenhum crédito moral. Ainda
Crusoe fazendo da ação de graças uma parte diária de que seja importante ver que a justiça está sendo feita,
sua vida na ilha, ele estava antecipando descobertas nas deixar de lado oportunidades por sentimentos genuínos
ciências sociais e medicina que não apareceriam por e expressões de generosidade também podem
centenas de anos. Ele também estava refletindo a

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produzir uma comunidade mais impessoal e (E) […] se promove, assim, um ciclo virtuoso de bondade
fragmentada.”. em relacionamentos.

2 Gabarito: A
Assinale a alternativa em que a substituição do verbo
em destaque em “Existem múltiplas explicações para COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
os benefícios da gratidão. ” Respeite as normas de
concordância. Direto ao ponto.
Vamos lá, Caveira. Acontece ali uma explicação.
(A) Faz múltiplas explicações para os benefícios da
gratidão. Vamos ao trecho todo: “Existem múltiplas explicações
(B) Há múltiplas explicações para os benefícios da para os benefícios da gratidão. Uma é o fato de que
gratidão. expressar gratidão encoraja os outros a continuarem
(C) A múltiplas explicações para os benefícios da sendo generosos, promovendo, assim, um ciclo virtuoso
gratidão. de bondade em relacionamentos. ”
(D) Hão múltiplas explicações para os benefícios da
gratidão. Perceba que ali diz que EXISTEM EXPLICAÇÕES.
(E) Existe múltiplas explicações para os benefícios da
gratidão. Ou seja, ali se tem uma causa para as múltiplas
explicações.
Gabarito: B
Portanto, vamos achar a conjunção causal.
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
A e B são as únicas, porém a B possui um erro de
Caveira, vamos lá. concordância.
A) Faz  errado, aqui tem que ser o FAZEM. O verbo
FAZER tem algumas circunstâncias, porém, o FAZER, Não seria o PROMOVA, seria o PROMOVE, como na lera
para ficar impessoal, a grosso modo, quando é tempo A.
decorrido.
Portanto a letra A é a única que se encaixa.
B) Perfeito. HÁ. Nesse caso está substituindo o verbo
EXISTEM. Vamos lá pras outras.

C) A? C) Desde que E) Se  ambas são condicionais.


Fica bem sem nexo e o correto é o HÁ. D) Quando  temporal.

D) Está errado o hão. Nesse caso o verbo deve vir Aquele a mais.
juntamente de outro. Exemplos: hão de comer, hão de Caveira, vamos àquele resumo de orações
fazer. subordinadas.

E) Erado. Se a banca já deu o EXISTEM, não tem como ● Oração subordinada adverbial causal.
ser o EXISTE. É uma oração que transmite a causa, o motivo da oração
principal.
3 Conjunções – Porque, que, porquanto, visto que, uma
Considerando que a oração em destaque se vez que, como.
classifica como reduzida por não apresentar
conectivo e por apresentar um verbo em sua forma
nominal, assinale a alternativa que apresenta um “O Caveira passou na prova, pois estudou.” [...]
desenvolvimento dessa oração com sentido coerente A causa de ter passado na prova foi ter estudado.
e redação adequada. “Uma é o fato de que expressar
gratidão encoraja os outros a continuarem sendo ● Oração subordinada adverbial comparativa.
generosos, promovendo assim um ciclo virtuoso de Como o próprio nome já diz: faz uma comparação.
bondade em relacionamentos.”. Conjunções – Como, mais do que, menos do que, assim
como. [...]
(A) […] porque promove, assim, um ciclo virtuoso de
bondade em relacionamentos.
(B) […] visto que promova, assim, um ciclo virtuoso de “Ele estuda mais do que ela”.
bondade em relacionamentos. Aqui ocorre uma comparação de quem estuda mais que
(C) […] desde que promova, assim, um ciclo virtuoso de quem.
bondade em relacionamentos.
(D) […] quando promove, assim, um ciclo virtuoso de
● Oração subordinada adverbial concessiva.
bondade em relacionamentos.

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Admite uma contradição ao fato da oração principal. É Passa a ideia de proporção.


uma permissão, um contraste, uma oposição, porém a Conjunções – À proporção que, à medida que, ao passo
ação continua. Ou seja, o fato contraditório é incapaz de que, quanto mais ... que, quanto menos ... menos, quanto
anular a ação. maior ... maior, quanto maior, menor. [...]

Conjunções – Embora, conquanto, ainda que, mesmo “Ele aprende português à medida que estuda.”
que, se bem que. [...] Ou seja, é uma proporção. De pouco em pouco chega lá.

“Eu vou estudar, mesmo que no escuro”. 4


Perceba que mesmo sem energia, tudo escuro, o Caveira De acordo com o contexto, a palavra em destaque em
se propôs a estudar. Ocorreu uma quebra de expectativa, “[...] uma comunidade […] caracterizada
por suspeição e ressentimento mútuos.” Significa:
uma adversidade, porém não impediu o autor da frase de
estudar. (A) afeição.
(B) preconceito.
● Oração subordinada adverbial condicional. (C) superstição.
Apresenta uma condição para o fato acontecer ou não. (D) rancor.
Conjunções – Se, salvo se, desde que, exceto se, caso, (E) desconfiança.
desde, contanto que. [...]

Gabarito: E
“Caso ela vá, eu irei.”.
Uma condição para a pessoa ir é que a outra vá. COMENTÁRIO DO PROFESSOR:

● Oração subordinada adverbial conformativa. Caveira, questão de sinônimos / significados, não tem pra
Ideia de conformidade, uma regra, um modelo de onde fugir.
concordância à oração principal.
Suspeição  dúvida, suspeita, desconfiança.
Conjunções – Conforme, como, consoante, segundo. [...]
Portanto o gabarito é a letra E.
“Segundo o resultado da banca, passei.”
“Farei o bolo, conforme a receita.” 5
Considerando os usos do “se” no seguinte excerto,
● Oração subordinada adverbial consecutiva. analise as assertivas e assinale a alternativa que
Exprime a consequência da ação. aponta as corretas.
Conjunções – Que, tanto que, tão que, tal que, tamanho
“Por exemplo, se pessoas sentem que não são
que, de forma que. [...]
merecedoras de bondade ou suspeitam que há algum
motivo por trás da bondade, os benefícios da
“Estudou tanto que passou.” gratidão não se realizarão. ”
A consequência de ter estudado muito foi a aprovação.

● Oração subordinada adverbial final. I. Nas duas ocorrências, o “se” é um pronome que
É uma oração que expressa a finalidade, objetivo. integra o sentido do verbo.
Conjunções – A fim de que, para que, que. [...] II. Na primeira ocorrência, o “se” tem valor
condicional.
“Estudou a fim de passar.”
A finalidade, o objetivo, de estudar é passar. III. Na segunda ocorrência, o “se” indica que a oração
está na voz passiva.
● Oração subordinada adverbial temporal.
IV. Nas duas ocorrências, servem para indeterminar
Exprime circunstância de tempo em relação à oração
os sujeitos verbais.
principal.
Conjunções – Quando, enquanto, agora que, logo que, (A) Apenas I e IV.
desde que, assim que, tanto que. (B) Apenas II e IV.
(C) Apenas I e II.
Quando ela vier, eu irei. (D) Apenas II e III.
Mal li o edital e já saiu o local de prova. (E) Apenas I e III.

Gabarito: D
● Oração subordinada adverbial proporcional.

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COMENTÁRIO DO PROFESSOR: Voz passiva sintética – Possui um verbo conjugado na


3ª pessoa do singular ou plural juntamente com o
Vamos lá, Caveira. pronome apassivador SE.

“Por exemplo, se pessoas sentem que não são EXEMPLOS – Vendem-se casas / Cantam-se músicas.
merecedoras de bondade ou suspeitam que há algum Se você quiser decorar cada uma, apenas decore: (VOZ
motivo por trás da bondade, os benefícios da gratidão PASSIVA SEntética, pois terá que ter o SE).
não se realizarão.”. Aqui você pode transpor a voz.
Casas são vendidas.
No primeiro caso é condição. Músicas são cantadas.
Pode ser substituída por outra conjunção de igual valor.
O sentido está de condição, exprime uma condição das Cuidado, somente em orações que sejam possíveis
pessoas sentirem ou não. fazer essa troca.
Precisa-se de garçonetes.
No segundo caso está na voz passiva. Você não consegue transpor essa voz.
De garçonetes são precisados.
Você pode substituir por  os benefícios serão Não faz sentido.
realizados.
Resumo da ópera.
Vamos àquele resumo sobre vozes verbais para Voz ativa – faz ação.
entender mais do assunto de vozes verbais. Voz reflexiva – utiliza o pronome SE – faz e sofre a ação.
Voz passiva SEntética (para lembrar do SE) – utiliza o
Ação praticada pelo sujeito (VOZ ATIVA). pronome SE.
Pode indicar uma ação sofrida pelo sujeito (VOZ Voz passiva analítica – Utiliza os verbos terminados em
PASSIVA). ADO e IDO.
E também pode inferir uma ação praticada e sofrida pelo
sujeito. (VOZ REFLEXIVA). 6
Assinale a alternativa que o termo destacado difere
dos demais.
VOZ ATIVA.
Aqui o sujeito FAZ ação. (A) Marcos, o novo professor, chegou?
João estudou pelo Projeto Caveira. (B) Professor, você veio cedo?
Cadê o verbo? ESTUDOU, muito bem. (C) Pedro, ex-imperador, sempre esteve presente.
Quem estudou pelo Projeto Caveira? JOÃO. – SUJEITO. (D) Ele possui três filhas: Carla, Júlia e Ana.
(E) O grupo de professores é incrível.
Nesse caso ocorre uma ação por parte de João? Ou seja,
ele fez algo ou sofreu algo? Gabarito: B
Ele fez, ele estudou pelo Projeto Caveira.
Então a voz verbal é ATIVA. COMENTÁRIO DO PROFESSOR:

VOZ REFLEXIVA. Caveira, praticamente questão de vocativo e aposto.


Aqui o sujeito FAZ e SOFRE a ação. É formada por um
verbo na voz ativa mais um pronome oblíquo reflexivo A única alternativa que não tem aposto é a letra B, que
(me, te, se, nos, vos, se) nesse caso é um VOCATIVO.
Eu me barbeei.
Cadê o verbo? Está na frase, muito bem. Mas qual é o Vocativo  você fala com alguém.
verbo? BARBEEI. Aposto  você fala de alguém.
Show. Quem me barbeei? EU.
Legal. Vamos lá, letra por letra.
Eu fiz a ação, BARBEEI-ME. E sofri a ação FUI
BARBEADO. (A) Marcos, o novo professor, chegou?
APOSTO  eu explico quem é esse MARCOS.
VOZ PASSIVA. Caso eu removesse a vírgula depois de professor, tornar-
Aqui o sujeito sofre a ação. se-ia um VOCATIVO.

Há dois tipos de voz passiva. (B) Professor, você veio cedo?


Voz Passiva Analítica: sua marca principal é, VOCATIVO  aqui eu pergunto se o professor veio cedo.
normalmente, a locução verbal formada por
ser/estar/ficar + particípio (C) Pedro, ex-imperador, sempre esteve presente.
Exemplos – Eu fui vendido / Ele foi marcado / Nós APOSTO  praticamente igual à letra A.
fomos vendidos.
(D) Ele possui três filhas: Carla, Júlia e Ana.
APOSTO  explico quem são as três filhas.

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Geralmente as orações subordinadas substantivas são


(E) O grupo de professores é incrível. acompanhadas das conjunções QUE ou SE.
Explico de que são os grupos de professores, nesse
caso, um aposto. ● Oração subordinada substantiva subjetiva.
(Tem função de sujeito para a oração principal).
7
Leia o trecho a seguir. É importante que você trabalhe.
“Atualmente, não é possível ter o que se pede. Hoje
pela manhã, chegamos a um consenso e tudo foi Vamos lá, separe a oração. Tem dois verbos?
liberado.” Sim. É e Trabalhe.
Beleza.
Analise os seguintes itens. É importante, tem sujeito? Não, ainda não.
Beleza, o trecho “é importante” é a oração principal.
I. A primeira vírgula é opcional.
Agora veja como é fácil.
II. A primeira vírgula é obrigatória. Olhou para a oração principal, não achou sujeito,
automaticamente a segunda oração é o sujeito.
III. A segunda vírgula é opcional.
O sujeito da oração é “Que você trabalhe”.
IV. A segunda vírgula é obrigatória.
● Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.
A assertiva correta é: Simples, ache o objeto direto.

(A) I e II. Todos sabemos que choverá amanhã.


(B) II e IV. Separe a oração – verbos.
(C) II e III. Todos sabemos. – Oração Principal.
(D) I e IV. Que choverá amanhã. – Oração S.S.O.D.
(E) I e III.
Olha só: tem sujeito na primeira oração? Sim.
Gabarito: D Quem sabemos? TODOS. Já tem sujeito, então não é
Subjetiva.
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
Todos sabemos O QUÊ? – Objetiva direta.
Caveira, vamos lá.
● Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta.
● Adjunto adverbial com até 2 palavras, a vírgula é
opcional. (Geralmente, estudo – Geralmente estudo.) Maria gosta de que cozinhem sempre.
● Adjunto adverbial com 3 ou mais palavras, vírgula é
obrigatória. (Nos dias atuais, eu estudo). Há dois verbos? Sim.
Maria gosta – Oração principal.
Portanto fica claro que a primeira vírgula é opcional e a De que cozinhem sempre – Oração S.S.O.I.
segunda é obrigatória.
Vamos lá.
Maria gosta, o sujeito é MARIA. Logo não é subjetiva.
8
Assinale a alternativa que a oração seja subordinada
Pergunte pro verbo -> gosta de quê? De que cozinhem
substantiva subjetiva.
sempre.
(A) Todos sabemos que choverá amanhã.
Tem preposição? Sim, há preposição.
(B) Maria gosta de que cozinhem sempre.
Logo se tem preposição é Objetiva Indireta.
(C) Eu tenho certeza de que passaremos de ano.
(D) Meu desejo era que você passasse no concurso.
● Oração Subordinada Substantiva Completiva
(E) É importante que você trabalhe.
Nominal.
Gabarito: E É aquela que complementa o sentido de um substantivo
abstrato com preposição.
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
Eu tenho certeza de que passaremos de ano.
Direto ao ponto. Oração principal – Eu tenho certeza.
Sem enrolar, o resumo abaixo já dará a resposta, bem Aqui até tem objeto direto – certeza. Mas até aí tudo bem.
como explicará as outras orações subordinadas
substantivas. A outra oração está completando CERTEZA, e certeza é
substantivo abstrato.
Orações subordinadas substantivas

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(B) II e III.
● Oração Subordinada Substantiva Apositiva. (C) I, II e III.
(D) I.
Função de aposto e está ligado pelos dois pontos. Sim, (E) II.
dois pontos.
Todos pensam a mesma coisa: que eu sou um vitorioso. Gabarito: C

● Oração Subordinada Substantiva Predicativa. COMENTÁRIO DO PROFESSOR:

Função de predicativo do sujeito. Caveira, o resumo abaixo já explica cada uma e diz o
porquê de estar certo. Vejamos.
Exemplo: Meu desejo era que você passasse no
concurso. PREDICADOS.

Oração principal  Meu desejo era Predicativo do sujeito.


O predicativo é  que você passasse no concurso. Simples, é a característica do sujeito.
Essa característica pode ser ligada por um verbo de
9
Assinale a alternativa que esteja no sentido figurado. ligação ou um verbo que determina ação.

(A) Do jeito que ela cozinha, vai fazer meu coração Verbos de ligação – determinam a característica do
derreter. sujeito SEM SER uma ação.
(B) O professor tinha mais de 200 provas pra corrigir. Ela é linda.
(C) Ela encarou o garoto. Ela está feliz.
(D) A moça abriu a porta do carro e foi viajar.
Ela continua estudiosa.
(E) Beatriz não tinha nada na sacola.
Ela permanece alegre.
Gabarito: A
Note que os verbos presentes não indicam uma ação, ou
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: seja, o sujeito não está fazendo uma ação, os verbos são
de ligação, ligam a característica do sujeito ao sujeito.
Caveira, a única assertiva que passa sentido figurado,
isto é, conotativo, é a letra A. Os principais verbos de ligação são:
ser;
Não significa que o coração da pessoa vai ser derretido
na “frigideira”, mas sim que ele vai se apaixonar por ela. estar;
parecer;
B) Sentido denotativo. O professor pode ter, sim, mais de ficar;
200 provas, sem problemas nenhum. Aqui não ocorre um tornar-se;
exagero. continuar;
andar;
C) Nada de figurado ali. Apenas encarou mesmo.
permanecer.
D) Nesse caso a moça entrou no carro e foi viajar. Utilizou
o automóvel para fazer uma viagem, não há um sentido CUIDADO para não confundir esses verbos com ação.
figurado. Por exemplo.

E) Nada na sacola não significa nada no sentido figurado. Ela está linda X Ela está na cozinha.
É algo comum, estava com uma sacola e não tinha nada.
Note que há uma diferença.
10
Nos itens a seguir é dado uma frase e uma Ela está linda – ocorre uma característica do sujeito.
classificação delas entre parênteses. Leia-os. Ela está na cozinha – indica uma ação, onde o sujeito
está.
I. A moça está feliz. (Predicado Nominal). Vamos pegar dois exemplos.

II. Ela chegou cansada. (Predicado Verbo-Nominal). 1) Ela continua estudiosa.


Sujeito? Você já sabe. Pergunte ao verbo.
III. Ela terminou cedo. (Predicado Verbal).
Quem continua estudiosa?
Está correta a assertiva. Resposta – ELA.
Beleza.
(A) I e II.

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Estudiosa é característica do sujeito, por isso é Ela – sujeito.


predicativo do sujeito. Terminou – verbo, indica só ação.
Cedo – aqui seria predicativo do objeto, mas por hora,
O verbo continua, no caso, não indica uma ação, mas não precisam saber. Percebam que não há predicativo
sim uma ligação da característica do sujeito ao sujeito, do sujeito.
logo é verbo de ligação.
VERBO SÓ AÇÂO = PREDICADO VERBAL.
2) A criança ficou feliz.
Sujeito? Quem ficou feliz? – Criança. Realidade étnica, social, histórica, geográfica,
cultural, política e Econômica do Estado de Goiás
Feliz – característica do sujeito, portanto, predicativo do
sujeito. 11
“Carro de boi ficou pra trás, o trem chegou, tic-tic-
O verbo FICOU, no caso, não indica uma ação, o verbo tac cantou forte no quase inóspito cerrado goiano.
apenas liga a característica do sujeito ao sujeito, Em 27 de maio de 1912, foi concluída a ponte
Engenheiro Bethout, 287,5 metros de uma estrutura
consequentemente é verbo de ligação.
metálica entre os municípios de Araguari (MG) e
Anhanguera (GO), fazendo a ligação entre os dois
Nesse caso, chamamos isso de PREDICADO NOMINAL. estados. O tic-tic-tac não chegou sozinho.
Ou seja, quando há VERBO DE LIGAÇÃO + Trouxe progresso.
PREDICATIVO DO SUJEITO = PREDICADO Da divisa entre territórios mineiros e goianos,
NOMINAL. os trilhos foram seguindo cerrado adentro. No início
do século XX, o trem começava a chegar manso por
essas bandas, correndo solto, deslizando nos trilhos,
O verbo nem sempre precisa ser de ligação para ter
alimentando sonhos, esperanças, desbravando
predicativo do sujeito. novas regiões, integrando o isolado Goiás às regiões
Vamos analisar. mais desenvolvidas do Brasil”.

Ela chegou cansada. (Mais Goiás. 27.05.2020. disponível em:


https://www.maisgoias.com.br/ferrovia-goiana-
completa-108-anos-nesta-quarta-27/) .
Note que o verbo indica uma ação.
Sujeito – ELA. A construção da ferrovia goiana foi motivada, entre
outros fatores, pela (o):
Chegou é uma ação, portanto não é verbo de ligação.
(A) Necessidade de escoamento da soja do estado de
Cansada é uma característica do sujeito, pode ser Goiás para o porto de Santos-SP.
chamado de predicativo do sujeito. (B) Urgência de uma infraestrutura de transporte para
subsidiar as atividades da mineração no Centro-Oeste
brasileiro.
Nesse caso chamamos isso de Predicado Verbo- (C) Objetivo de disseminar a civilização pelo interior do
Nominal, quando o verbo indica ação e característica. país, de economizar tempo em percorrer as distâncias e
pela importância de integridade do território nacional.
VERBO (AÇÃO) + PREDICATIVO DO SUJEITO = (D) Carência de meios de transporte que conectem a
PREDICADO VERBO-NOMINAL. capital federal Brasília a região Sudeste.
(E) Apoio ao crescente processo de industrialização que
o estado vivenciava no início do século XX.
ATENÇÃO: a característica não precisa ser do sujeito.
Pode ser do OBJETO. Gabarito: C
Achei a aluna calma.
Quem achei? COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
EU – Sujeito.
Aluna – objeto direto (do verbo ACHAR). Alternativa A – Incorreta
Calma – característica da aluna. A construção da ferrovia goiana ocorreu no início do
século XX. Na época, o Brasil ainda vivenciava o ciclo
do café. A modernização da agricultura e a
Quando não há predicativo do sujeito e o verbo só indica intensificação da produção de grãos (soja-milho) no
ação, chamamos de PREDICADO VERBAL. estado de Goiás é um fenômeno mais recente, ocorre a
partir da segunda metade do século XX.
Exemplo:
Ela terminou cedo. Alternativa B – Incorreta

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A mineração em Goiás teve o seu ápice em 1750, de maior mobilidade das relações sociais de trabalho no
1751 a 1770 a extração e exploração do ouro foi campo. Gradativamente, vários produtos que antes
diminuindo drasticamente, do ano de 1770 adiante a eram importados de outras regiões passaram a ser
mineração entrou em decadência. Assim, quando foi produzidos, assim, houve também o
implantada a primeira linha ferroviária em Goiás, a desenvolvimento do setor artesanal, fortalecendo o
mineração já havia entrado em decadência. mercado inter-regional. Todavia, essas mudanças
não promoveram uma melhor distribuição das
Alternativa C – Correta propriedades rurais”.
Apesar da posição estratégica e do potencial produtivo
de Goiás, somente em 1912 são construídos os (MENDES, E. de P. P. Ocupação e produção no
primeiros trilhos no território goiano. Cerrado Goiano: do século XVIII ao XX. In: IX
Simpósio Nacional do Cerrado. Brasília, 2008).
A Estrada de Ferro Goiás (EFG) surge como forma de
atender as necessidades locais de modernização, mas Em relação aos séculos XIX e XX no território goiano,
está ligada, sobretudo, à pressão externa exercida pelos assinale a alternativa INCORRETA:
empresários do Sudeste brasileiro e pelo capital
internacional no país. (A) O fluxo de migrantes vindos de Minas Gerais e do
Nordeste brasileiro para o Centro-Oeste contribuíram
Entre as justificativas para o processo de construção para ampliação do sistema econômico agrícola,
das ferrovias interioranas no país, estão: a de pecuarista e comercial, desde o século XIX.
disseminar a civilização pelo interior de nosso país; (B) Os primeiros núcleos populacionais de Goiás foram
economizar o tempo gasto em percorrer as constituídos por frentes colonizadoras de agricultores do
distâncias; de harmonia com os altos interesses Rio Grande do Sul com o objetivo de plantar soja no
políticos e estratégicos; e a percepção de que a grandeza Centro-Oeste.
deste país está, antes de tudo, na integridade de seu (C) A implantação de infraestrutura de transporte e a
território. construção de Goiânia e Brasília contribuíram para a
expansão da fronteira agrícola no estado.
A Estrada de Ferro simbolizou para o estado de Goiás (D) A região goiana se manteve como fornecedora de
mais que uma simples infraestrutura de circulação. Ela foi gado de engorda até o início da década de 1950.
à ligação com a metrópole e tudo o que esta pode (E) Com a modernização da agropecuária, a agricultura
representar. goiana passou por transformações significativas, tendo
como principal objetivo estreitar relações com o setor
A estrada de ferro ajudou a fundar municípios; a agrícola e o setor urbano-industrial.
alterar a estrutura fundiária; influenciou a cultura por meio
da modernização; e provocou mudanças no mercado Gabarito: B
de trabalho. Em outros termos, pode-se afirmar que a
estrada de ferro alterou significativamente a dinâmica do COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
território goiano, uma vez que viabilizou o advento da
modernização territorial. Caveiras, vamos lembrar que o enunciado pede para
assinalar a alternativa INCORRETA.
Alternativa D – Incorreta
Na década de 1910, quando foram inaugurados os A alternativa ‘A’ apresenta uma afirmação correta. O
primeiros trilhos em território goiano, a atual capital estado de Goiás recebeu deslocamento populacional
federal – Brasília - não existia. Brasília foi fundada em de Minas Gerais e do Nordeste (início do Século XIX) e
1960. houve dispersão dos colonos pelo espaço rural.

Alternativa E – Incorreta A alternativa ‘B’ possui afirmação INCORRETA. Os


A industrialização no estado de Goiás é um fenômeno primeiros núcleos populacionais de Goiás estão
recente, tornou-se mais evidente a partir da década de associados à mineração e foram fundados pelos
1970 e intensificou-se na década de 1990, favorecido bandeirantes. A expansão da fronteira agrícola na
pelos esforços estatais em atrais indústrias. região Centro-Oeste e a intensificação do plantio de
grãos (ex: soja) ocorrem a partir da segunda metade
12 do século XX.
“O início do processo de ocupação e organização do
espaço rural goiano dá-se pelo deslocamento A alternativa ‘C’ traz uma afirmação correta. A política
populacional de Minas Gerais e do Nordeste, no de Estado de interiorização do desenvolvimento com a
início do século XIX, o que permitiu a incorporação implantação de uma infraestrutura de transportes nas
da Província goiana ao sistema colonial. A primeira primeiras décadas do século XX e a construção de
fase foi marcada pelo ciclo da mineração (1726 – Goiânia e Brasília contribuiu para expansão da
1770). Após a decadência dessa atividade (1780) fronteira agrícola. A implantação de uma infraestrutura
ocorreu à dispersão dos colonos pelo espaço rural, de transporte (rede ferroviária e construção de rodovias)
desenvolvendo a agricultura de subsistência e a permitiram uma articulação inter-regional e uma
pecuária extensiva. Essas atividades permitiram uma integração regional.

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Conectada à Goiânia pela GO-070, a cidade de Goiás


A alternativa ‘D’ apresenta uma afirmação correta. (popularmente chamada de Goiás Velho) foi fundada nos
Com a decadência da mineração e a dispersão dos remotos tempos de 1736 por Bartolomeu Bueno da Silva,
colonos pelo espaço rural, a região goiana manteve- o Anhanguera, que foi um dos mais importantes
se como fornecedora de gado de engorda até o início bandeirantes a desbravar o interior do Brasil durante o
da década de 1950. Com a construção das rodovias período colonial, ou seja, foi fundada por bandeirantes
ocorreu a integração regional, que consequentemente que buscavam índios e ouro.
estimulou a formação de um complexo urbano/rural, que
passou a consumir os excedentes agrários através do Goiás cresceu às margens do Rio Vermelho, que corta o
setor mercantil. município - um dos primeiros fundados no Brasil colonial.

A alternativa ‘E’ possui uma afirmação correta. A partir 14


de segunda metade do século XX, com processo de Construída inicialmente para 50 mil habitantes,
modernização da agropecuária, a agricultura goiana Goiânia experimentou um crescimento moderado até
passou por transformações significativas. Houve 1955. Entretanto, devido a uma série de fatores, cerca
crescimento e especialização da agropecuária em Goiás de 150 mil pessoas já habitavam a nova capital em
e o incremento do processo de urbanização. As relações 1965. Apenas da década de 1960, Goiânia ganhou
entre o setor agrícola e o setor urbano-industrial cerca de 125 novos bairros e tudo isso exigia mais
ficaram mais estreitas. infraestrutura, energia, transporte e escolas.
Entre um dos fatores que contribuiu para o
13 crescimento de Goiânia no período está:
“O decreto estadual nº 3359, de 18 de maio de 1933,
determinou a escolha da região às margens do (A) A guerra fiscal desencadeada pela nova constituição
córrego Botafogo, compreendida pelas fazendas federal.
Crimeia, Vaca Brava e Botafogo, no então município (B) A descoberta de jazidas de ouro no estado de Goiás.
de Campinas, para a edificação da nova capital de (C) O fim do ciclo do café no Brasil.
Goiás. Em 24 de outubro de 1933, em local definido (D) O processo de desconcentração industrial na região
pelo engenheiro, arquiteto, urbanista e paisagista sudeste.
Attilio Corrêa Lima, responsável pelo projeto (E) A construção de Brasília.
urbanístico da nova capital, Pedro Ludovico lançou a
pedra fundamental de Goiânia. Gabarito: E
De acordo com relatos históricos, o nome sugerido
para a nova capital de Goiás teria sido “Petrônia”, em COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
homenagem ao seu fundador Pedro Ludovico. O
jornal O Social havia realizado um concurso cultural Alternativa A – Incorreta
com seus leitores para o batismo da nova cidade. A guerra fiscal consiste em um fenômeno que tem se
Dois nomes concorreram: Petrônia e Goiânia. O intensificado a partir dos anos 90, apresentando como
primeiro foi escolhido por 68 leitores do jornal, característica marcante, a disputa entre os Estados pela
enquanto Goiânia obteve menos de 10 votos. Pedro atração de empresas para seus territórios. O enunciado
Ludovico, no entanto, por razões que ele nunca aborda o crescimento de Goiânia nas décadas de
revelou a ninguém, preferiu Goiânia e em decreto de 1950 e 1960.
2 de agosto de 1935 formalizou o nome da nova
capital”. Alternativa B – Incorreta
A descoberta de ouro no estado de Goiás ocorreu no
(Prefeitura Municipal de Goiânia. Disponível em: século XVIII. A mineração em Goiás teve o seu ápice
https://www.goiania.go.gov.br/sobre- em 1750, de 1751 a 1770 a extração e exploração do
goiania/historia-de-goiania/). ouro foi diminuindo drasticamente, do ano de 1770
adiante a mineração entrou em decadência, o que
Antes da construção de Goiânia, a capital do estado provocou o abandono de muitos povoados goianos.
de Goiás foi: Goiânia foi fundada apenas em 1933.

(A) Campinas. Alternativa C – Incorreta


(B) Caldas Novas. O Ciclo do Café perdurou por mais de 100 anos, entre
(C) Goiás. os anos de 1800 e 1930, a cafeicultura se manteve como
(D) Brasília. a principal atividade econômica do Brasil. Os processos
(E) Anápolis. de urbanização e o início da indústria no Brasil estão
ligados a esse produto. Entretanto, num primeiro
Gabarito: C momento, este processo tem impacto mais
significativo no estado de São Paulo e na região
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: Sudeste.

A cidade Goiás foi a antiga capital do estado de Goiás. Alternativa D - Incorreta

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Historicamente – e ainda nos dias atuais – a região mais DICA: Equivalência e negação da condicional:
industrializada do Brasil é o Sudeste, com destaque
para o eixo Rio-São Paulo, além da região sul. São
justamente essas áreas que mais perdem
investimentos atualmente com a guerra fiscal e a
desconcentração industrial, o que leva muitos
analistas econômicos a chamar esse processo de
desconcentração concentrada, haja vista que são poucas
as áreas que perdem indústrias. A desconcentração
industrial acontece do Sul e do Sudeste para as demais
regiões, sobretudo o Nordeste. Mas é importante
ressaltar que não ocorre apenas uma migração inter-
regional de fábricas, mas também uma interiorização,
cujo principal efeito é o notável crescimento das
chamadas cidades médias. A desconcentração
industrial passa a acontecer, de fato, a partir da Logo, de acordo com a DICA acima, note que a
década de 1990. proposição: A→B possui como equivalência as seguintes
proposições: ~B→~A ou ~A∨B.
Alternativa E – Correta
Construída inicialmente para 50 mil habitantes, Goiânia
experimentou um crescimento moderado até 1955. Portanto:
Entretanto, devido a uma série de fatores, como a
chegada da estrada de ferro, em 1951, a retomada da • ~B→~A = Se não gosto de comer carne, então não
política de interiorização de Getúlio Vargas, de 1951 gosto de atirar.
a 1954, a inauguração da Usina do Rochedo, em 1955, • ~A∨B = Não gosto de atirar ou gosto de comer carne.
e construção de Brasília, de 1954 a 1960, cerca de 150
mil pessoas já habitavam a nova capital em 1965. Apenas
da década de 1960, Goiânia ganhou cerca de 125 novos Os erros das demais alternativas estão sublinhados em
bairros e tudo isso exigia mais infraestrutura, energia, vermelho (Caso tenha alguma parte que esteja faltando,
transporte e escolas. esta estará escrita em caixa alta), veja:

Raciocínio Lógico (B) Gosto de atirar e de comer carne – Totalmente


errada, não condiz com nenhuma das duas
equivalências possíveis.
15
Considere a proposição: “Se gosto de atirar, então
gosto de comer carne.” Uma proposição logicamente
(C) NÃO Gosto de atirar ou não gosto de comer carne. A
equivalente a ela é:
palavra maiúscula: “NÃO” deveria estar descrita na
proposição e a palavra “não”, em minúsculo, não deveria
(A) “Não gosto de atirar ou gosto de comer carne.”.
estar descrita na proposição.
(B) “Gosto de atirar e de comer carne.”.
(C) “Gosto de atirar ou não gosto de comer carne.”.
(D) “Se não gosto de atirar, então não gosto de comer
carne.”. (D) Se não gosto de atirar, então não gosto de comer
(E) “Se gosto de comer carne, então gosto de atirar.”. carne – A condicional está invertida.

Gabarito: A
(E) Se NÃO gosto de comer carne, então NÃO gosto de
atirar - As palavras maiúsculas: “NÃO” deveriam estar
COMENTÁRIO DO PROFESSOR
descritas na proposição.
É necessário seguir as seguintes etapas:

• 2ª etapa: Análise final


• 1ª etapa: Analisando a proposição:
Diante do exposto, a alternativa correta corresponde à
• Proposição: Se gosto de atirar, então gosto de letra A.
comer carne.
• A = gosto de atirar.
• “→” = “Se, então”.
• B = gosto de comer carne.
• Proposição = A→B.

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16
A respeito da proposição: “Todo crime tem solução”,
três peritos apresentaram a negativa dessa
proposição como segue:

Perito A: “Algum crime não tem solução”.

Perito B: “Todo crime não tem solução”.

Perito C: “Pelo menos um crime não tem solução”.

Está(ão) correta(s):

(A) Apenas A.
(B) Apenas B.
É necessário seguir as seguintes etapas:
(C) Apenas C.
(D) Apenas A e C. • 1ª etapa: Análise do item:
(E) Apenas A e B.
>> Todo crime tem solução:
Gabarito: D
Supondo que A = crime e B = solução, temos:
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:

Dica: Proposições categóricas:

• Proposição: “Todo crime tem solução”.


• A = crime.
• B = tem solução.

DICA: Negações:

𝟏ª: Algum A não é B


•Todo A é B → Negações: {𝟐ª: Pelo menos um A não é B
𝟑ª: Existe A que não é B

Tomando como base a dica acima, teremos a seguinte


negação para essa proposição:

• 1ª Possibilidade: Algum crime não tem solução.


• 2ª Possibilidade: Pelo menos um crime não tem
solução.
• 3ª Possibilidade: Existe crime que não tem solução.

Portanto, a negação da proposição: “Todo crime tem


solução” está corretamente expressa nas alternativas A
e C.

• 2ª etapa: Análise final


Diante do exposto, a alternativa correta corresponde à
letra D.

DICA: Negação do quantificador: “TODO”:

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17 Calinhos é o mentiroso. (Logo, quem quebrou o vaso foi


Quatro policiais estão em uma sala e um deles quebra Carlinhos).
um vaso. Ao serem perguntados sobre quem
quebrou o vaso, eles respondem:
Portanto, como Carlinhos é o mentiroso, todas as demais
• Joãozinho: Carlinhos quebrou o vaso; alternativas são verdadeiras, pois a banca afirma que
apenas um dos policiais está mentindo.
• Pedrinho: eu não quebrei o vaso;

• Carlinhos: Paulinho quebrou o vaso; Logo, podemos concluir que: Carlinhos quebrou o vaso e
que Joãozinho está falando a verdade, como descrito na
• Paulinho: Carlinhos está mentindo. alternativa C.

Sabendo que apenas um dos policiais está mentindo,


assinale a alternativa correta. • 2ª etapa: Análise final

(A) Joãozinho quebrou o vaso e Paulinho está mentindo. Diante do exposto, a alternativa correta corresponde à
(B) Pedrinho quebrou o vaso e Paulinho disse a verdade. letra C.
(C) Carlinhos quebrou o vaso e Joãozinho está falando a
verdade. 18
(D) Paulinho quebrou o vaso e Carlinhos disse a verdade. Determinada fábrica produz certo tipo de armamento.
(E) Carlinhos quebrou o vaso e Joãozinho está mentindo. As armas produzidas são remetidas aos
consumidores em lotes de 100 armas, mas é possível
Gabarito: C que esses lotes contenham armas defeituosas.

COMENTÁRIO DO PROFESSOR A PCGO decidiu comprar algumas armas, nesse


É necessário seguir as seguintes etapas: cenário avaliaram a qualidade das armas de certo
lote, assim efetuaram uma amostragem aleatória
simples sem reposição de 10 armas.
• 1ª etapa: Análise da alternativa:
Considerando que o lote examinado pelo cliente
Note que a banca afirma que apenas um dos policiais possui exatamente 4% de armas defeituosas, julgue
está mentindo, ou seja, devemos procurar dentre as o item subsequente.
sentenças duas que se contradizem.
A probabilidade de não haver armas defeituosas na
amostra corresponde a um número entre:
Perceba que as declarações de Carlinhos e de Paulinho
se contradizem: (A) 20% e 30%.
(B) 31% e 40%.
• Carlinhos: Paulinho quebrou o vaso.
(C) 41% e 50%.
• Paulinho: Carlinhos está mentindo. (Logo, Paulinho (D) 51% e 60%.
não quebrou o vaso). (E) 61% e 70%.

Gabarito: E
Dessa forma devemos supor que a declaração de
Carlinho é verdadeira ou falsa. Vamos iniciar supondo COMENTÁRIO DO PROFESSOR
que seja verdadeira, caso haja uma contradição iremos
supor que a declaração é falsa. Assim: DICA: Diferença entre arranjo e combinação:

>> Declaração de Carlinhos = Verdadeiro


Ao supor que a declaração de Carlinhos é verdadeira,
implicaria automaticamente que Paulinho é mentiroso,
dessa forma, poderíamos afirmar que Joãozinho disse a
verdade (“Carlinhos quebrou o vaso”), ou seja, teríamos
dois policiais quebrando o vaso, o que significa que
estamos diante de uma contradição. Dessa forma,
devemos supor que a declaração de Carlinhos é falsa. É necessário seguir as seguintes etapas:
>> Declaração de Carlinhos = Falso
• 1ª Etapa: Análise do item
Não há contradição ao supor que a declaração de
Carlinhos é falsa, dessa forma, podemos concluir que

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Note que a banca quer saber se a probabilidade de não


haver armas defeituosas na amostra será inferior a 0,3. Voltando ao item, temos:

Sendo assim, é necessário seguir as seguintes etapas: 96!


10! 86! = 96! 10! 90!
P= ∗
Note que temos 100 armas no lote examinado e dentre 100! 10! 86! 100!
10! 90!
essas armas, há exatamente 4% de armas defeituosas,
logo: 96! 90 x 89 x 88 x 87 x 86!
4% de 100 = 4 P= ∗
86! 100 x 99 x 98 x 97 x 96!
Logo, são exatamente 4 armas defeituosas. 90 x 89 x 88 x 87 61324560
P= =
100 x 99 x 98 x 97 94109400
• 2ª etapa: Casos possíveis para compor a amostra:
Como a ordem de escolha das armas para compor a P ≈ 0,651 ≈ 65,1%
amostra NÃO importa, teremos uma combinação.
Portanto, a probabilidade de não haver armas
Como devemos escolher 10 armas em 100 disponíveis, defeituosas na amostra será igual a 65,1%.
teremos uma combinação de 𝐶100,10. Com isso:
• 5ª etapa: Análise final:
100! 100! Diante do exposto, a alternativa correta corresponde a
𝐶100,10 = =
10! (100 − 10)! 10! 90! letra E.

• 3ª etapa: Casos em que não há armas defeituosas 19


para compor a amostra: A Polícia Civil do Estado do Goiás estava no interior
de uma mata na perseguição de um foragido
Como a ordem de escolha das armas que não são chamado Lázaro.
defeituosas para compor a amostra NÃO importa,
teremos uma combinação. Os peritos estipularam que a sua possível localização
estava descrita em uma circunferência com a
São 4 armas defeituosos e ao total temos 100 armas, seguinte equação: (𝒙 − 𝟏)𝟐 + (𝒚 + 𝟑)𝟐 = 𝟒.
com isso, as armas não defeituosas serão iguais a 96,
pois: A área do círculo cuja circunferência tem a equação
demonstrada acima corresponde a:
100 – 4 = 96 armas.
(A) 16π.
Dessa maneira, devemos escolher 10 armas dentre 96 (B) 4π.
armas, logo teremos uma combinação de 𝐶96,10 . Com (C) 3π.
isso: (D) 2π.
(E) π.
96! 96!
𝐶96,10 = =
10! (96 − 10)! 10! 86! Gabarito: B

• 4ª etapa: Como a banca quer saber qual é a COMENTÁRIO DO PROFESSOR:


probabilidade de não haver armas defeituosas na
amostra, temos: DICA: Equação reduzida da circunferência:
96!
P= 10! 86!
100!
10! 90!

OBS: Quando for fazer a divisão de uma fração por outra


fração, basta multiplicar a fração de cima, pelo inverso da É necessário seguir as seguintes etapas:
fração de baixo.
5 • 1ª etapa: Analisando o item:
4 5 1 5
Exemplo 1: = x = .
2 4 2 8
Note que a equação reduzida da circunferência possui a
2 seguinte forma:
Note que nesse caso o 2 embaixo é como se fosse =
1
2 1
2, por isso o inverso de é igual a . (𝑥 − 𝑥𝑐 )2 + (𝑦 − 𝑦𝑐 )2 = 𝑟 2
1 2

4 (𝑥 − 1)2 + (𝑦 + 3)2 = 4
3 4 4 16
Exemplo 2: 5 = x = .
3 5 15
4

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Note que 𝑥𝑐 e 𝑦𝑐 correspondem as medidas do centro e r


é a medida do raio. Logo, temos que: Caveiras, a presente questão versa sobre o ponto 6
Licitações e contratos administrativos: Lei Federal nº
𝑟2 = 4 14.133/2021. (Através de retificação realizada no
𝑟 = √4 = 2 edital do certame).

Assim, temos que a área de um círculo com raio r Alternativa A – incorreta.


corresponde a: Devemos ficar atentos aos prazos expostos na Nova Lei
Á𝑟𝑒𝑎 = 𝜋 𝑟 2 de Licitações, conforme se observa:

“Art. 32 (...)
Á𝑟𝑒𝑎 = 𝜋 22
§1º Na modalidade diálogo competitivo, serão
observadas as seguintes disposições:
Á𝑟𝑒𝑎 = 4 𝜋
I - a Administração apresentará, por ocasião da
divulgação do edital em sítio eletrônico oficial, suas
• 2ª etapa: Análise final:
necessidades e as exigências já definidas e estabelecerá
Diante do exposto, a alternativa correta corresponde à prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) dias úteis para
letra B. manifestação de interesse na participação da licitação; ”
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Alternativa B – incorreta.
Diverso do previsto na norma de regência, a saber:
Noções de Direito Administrativo
“Art. 32 (...)
20 §1º Na modalidade diálogo competitivo, serão
Concernente à Lei n. º 14.133/2021 (Nova Lei de observadas as seguintes disposições: (...)
Licitações), notadamente acerca da modalidade
diálogo competitivo, assinale a alternativa que “VII - o edital poderá prever a realização de fases
apresenta as disposições corretas que deverão ser sucessivas, caso em que cada fase poderá restringir as
observadas. soluções ou as propostas a serem discutidas; ”

(A) A Administração apresentará, por ocasião da Alternativa C – incorreta.


divulgação do edital em sítio eletrônico oficial, suas Também diverso ao previsto na Nova Lei de Licitações,
necessidades e as exigências já definidas e estabelecerá vejamos:
prazo mínimo de 20 (vinte) dias úteis para manifestação
de interesse na participação da licitação. “Art. 32 (...)
(B) O edital não poderá prever a realização de fases §1º Na modalidade diálogo competitivo, serão
sucessivas, caso em que cada fase poderá restringir as observadas as seguintes disposições: (...)
soluções ou as propostas a serem discutidas.
(C) A Administração deverá, ao declarar que o diálogo VIII - a Administração deverá, ao declarar que o diálogo
foi concluído, juntar aos autos do processo licitatório os foi concluído, juntar aos autos do processo licitatório os
registros e as gravações da fase de diálogo, iniciar a fase registros e as gravações da fase de diálogo, iniciar a fase
competitiva com a divulgação de edital contendo a competitiva com a divulgação de edital contendo a
especificação da solução que atenda às suas especificação da solução que atenda às suas
necessidades e os critérios objetivos a serem utilizados necessidades e os critérios objetivos a serem utilizados
para seleção da proposta mais vantajosa e abrir prazo, para seleção da proposta mais vantajosa e abrir prazo,
não inferior a 30 (trinta) dias úteis, para todos os licitantes não inferior a 60 (sessenta) dias úteis, para todos os
pré-selecionados na forma do inciso II deste parágrafo licitantes pré-selecionados na forma do inciso II deste
apresentarem suas propostas, que deverão conter os parágrafo apresentarem suas propostas, que deverão
elementos necessários para a realização do projeto conter os elementos necessários para a realização do
(D) O diálogo competitivo será conduzido por comissão projeto;”
de contratação composta de pelo menos 2 (dois)
servidores efetivos ou empregados públicos Alternativa D – incorreta.
pertencentes aos quadros permanentes da Fiquemos atentos também aos números de integrantes
Administração, admitida a contratação de profissionais dispostos na Lei de Licitações, conforme se depreende:
para assessoramento técnico da comissão
(E) Os critérios empregados para pré-seleção dos “Art. 32 (...)
licitantes deverão ser previstos em edital, e serão §1º Na modalidade diálogo competitivo, serão
admitidos todos os interessados que preencherem os observadas as seguintes disposições:
requisitos objetivos estabelecidos.
XI - o diálogo competitivo será conduzido por comissão
Gabarito: E de contratação composta de pelo menos 3 (três)
servidores efetivos ou empregados públicos
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: pertencentes aos quadros permanentes da

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Administração, admitida a contratação de profissionais à responsabilização civil pelos atos de improbidade


para assessoramento técnico da comissão; ” administrativa quanto à responsabilização político-
administrativa por crimes de responsabilidade.
Alternativa E – correta. O foro especial por prerrogativa de função previsto na
Nos exatos termos da Lei n.º 14.133/2021, que aduz: Constituição Federal em relação às infrações penais
comuns não é extensível às ações de improbidade
“Art. 32 (...) administrativa.
§1º Na modalidade diálogo competitivo, serão STF. Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki,
observadas as seguintes disposições: red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 10/5/2018
(Info 901).
II - os critérios empregados para pré-seleção dos
licitantes deverão ser previstos em edital, e serão A ação de improbidade administrativa deve ser
admitidos todos os interessados que preencherem processada e julgada nas instâncias ordinárias, ainda
os requisitos objetivos estabelecidos; ” que proposta contra agente político que tenha foro
privilegiado no âmbito penal e nos crimes de
21 responsabilidade.
Acerca da Improbidade Administrativa, assinale a STJ. Corte Especial. AgRg na Rcl 12514-MT, Rel. Min.
alternativa correta. Ari Pargendler, julgado em 16/9/2013 (Info 527).

(A) Os agentes políticos, com exceção do Presidente da Obs.: Em 2008, o STF havia decidido que a competência
República, encontram-se sujeitos a duplo regime para julgar ação de improbidade administrativa proposta
sancionatório, de modo que se submetem tanto à contra Ministro do STF seria do próprio STF (Pet 3211/DF
responsabilização civil pelos atos de improbidade QO). Entendeu-se que haveria um desvirtuamento do
administrativa quanto à responsabilização político- sistema se um juiz de grau inferior pudesse decretar a
administrativa por crimes de responsabilidade. perda do cargo de um magistrado de Tribunal Superior.
(B) Nas ações de ressarcimento ao erário e improbidade Assim, em regra, não há foro por prerrogativa de função
administrativa ajuizadas em face de eventuais em ação de improbidade administrativa, salvo no caso de
irregularidades praticadas na utilização ou prestação de Ministro do STF.
contas de valores decorrentes de convênio federal, o Durante os debates da Pet 3240/DF, o STF não se
simples fato das verbas estarem sujeitas à prestação de manifestou expressamente sobre as ações de
contas perante o Tribunal de Contas da União, por si só, improbidade propostas contra Ministros do STF. Assim,
justifica a competência da Justiça Federal. para a maioria, essa exceção construída na Pet 3211/DF
(C) Comete ato de improbidade administrativa o médico QO ainda persiste.
que cobra honorários por procedimento realizado em
hospital privado que também seja conveniado à rede Alternativa B – incorreta.
pública de saúde, desde que o atendimento não seja Diverso ao disposto na jurisprudência, vejamos:
custeado pelo próprio sistema público de saúde.
(D) Ao particular não se aplica o mesmo regime - Improbidade e verbas transferidas pela União ao
prescricional previsto na lei de improbidade município.
administrativa para os agentes públicos. Nas ações de ressarcimento ao erário e improbidade
(E) Para que o terceiro seja responsabilizado pelas administrativa ajuizadas em face de eventuais
sanções da Lei nº 8.429/92 é dispensável que seja irregularidades praticadas na utilização ou prestação de
identificado algum agente público como autor da prática contas de valores decorrentes de convênio federal, o
do ato de improbidade. simples fato das verbas estarem sujeitas à prestação de
contas perante o Tribunal de Contas da União, por si só,
Gabarito: A NÃO justifica a competência da Justiça Federal.

COMENTÁRIO DO PROFESSOR: Igualmente, a mera transferência e incorporação ao


patrimônio municipal de verba desviada, no âmbito civil,
Caveiras, a questão versa sobre os pontos 7 não pode impor de maneira absoluta a competência da
Improbidade administrativa. 9 Súmulas, Justiça Estadual. Se houver manifestação de interesse
jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores e jurídico por ente federal que justifique a presença no
legislação relacionada com os temas. (Através de processo, (v.g. União ou Ministério Público Federal)
retificação realizada no edital do certame). regularmente reconhecido pelo Juízo Federal nos termos
da Súmula 150/STJ, a competência para processar e
Alternativa A – correta. julgar a ação civil de improbidade administrativa será da
Conforme jurisprudência, a saber: Justiça Federal.
As Súmulas 208 e 209 do STJ provêm da 3ª Seção do
- A ação de improbidade contra agentes políticos é de STJ e versam hipóteses de fixação da competência em
competência do juízo de 1ª instância. matéria penal, em que basta o interesse da União ou de
Os agentes políticos, com exceção do Presidente da suas autarquias para deslocar a competência para a
República, encontram-se sujeitos a DUPLO REGIME Justiça Federal, nos termos do inciso IV do art. 109 da
SANCIONATÓRIO, de modo que se submetem tanto

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CF. Logo, não podem ser utilizadas como critério para as Assim, não é possível a propositura de ação de
demandas cíveis. improbidade exclusivamente contra o particular, sem a
Diante disso, é possível afirmar que a competência cível concomitante presença de agente público no polo
da Justiça Federal deve ser definida em razão da passivo da demanda.
presença das pessoas jurídicas de direito público STJ. 1ª Turma. REsp 1.171.017-PA, Rel. Min. Sérgio
previstas no art. 109, I, da CF/88 na relação processual, Kukina, julgado em 25/2/2014 (Info 535).
seja como autora, ré, assistente ou oponente e não em
razão da natureza da verba federal sujeita à fiscalização 22
do TCU. Consoante às disposições constitucionais referentes
Assim, em regra, compete à Justiça Estadual processar aos servidores públicos, bem como às súmulas, e
e julgar agente público acusado de desvio de verba jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores
recebida em razão de convênio firmado com a ente acerca da temática em tela, assinale a alternativa
federal, salvo se houver a presença das pessoas incorreta.
jurídicas de direito público previstas no art. 109, I, da
CF/88 na relação processual. (A) O servidor reintegrado deve ser ressarcido dos
STJ. 1ª Seção. CC 142354/BA, Rel. Min. Mauro Campbell vencimentos a que faria jus desde o desligamento
Marques, julgado em 23/09/2015. indevido, a fim de restabelecer a situação injustamente
STJ. 1ª Seção. AgRg no CC 133.619/PA, Rel. Min. Sérgio desconstituída.
Kukina, julgado em 09/05/2018. (B) É inconstitucional a norma estadual pela qual se
impõe demissão por ineficiência no serviço público,
Alternativa C – incorreta. apurada em processo administrativo disciplinar, ainda
Diverso ao disposto na jurisprudência, vejamos: que assegurada a ampla defesa.
(C) O mero transcurso do período de 3 (três) anos do
- O agente público deve ter praticado o ato nessa estágio probatório não gera, automaticamente, direito à
qualidade. estabilidade.
NÃO comete ato de improbidade administrativa o médico (D) Nos processos perante o Tribunal de Contas da União
que cobra honorários por procedimento realizado em asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
hospital privado que também seja conveniado à rede da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
pública de saúde, desde que o atendimento não seja administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
custeado pelo próprio sistema público de saúde. apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
Em outras palavras, médico de hospital conveniado com aposentadoria, reforma e pensão.
o SUS que cobra do paciente por uma cirurgia que já foi (E) Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função
paga pelo plano de saúde não pratica improbidade legislativa, aumentar qualquer verba de servidores
administrativa. públicos de carreiras distintas sob o fundamento de
STJ. 1ª Turma. REsp 1414669-SP, Rel. Min. Napoleão isonomia, tenham elas caráter remuneratório ou
Nunes Maia Filho, julgado em 20/2/2014 (Info 537). indenizatório.

Alternativa D – incorreta. Gabarito: B


Vejamos o que realmente dispõe o enunciado de súmula
do STJ, que assevera: COMENTÁRIO DO PROFESSOR:

- Súmula nº 634, STJ: “Ao particular aplica-se o mesmo Combatentes, a questão versa sobre os pontos 8
regime prescricional previsto na lei de improbidade Agentes Públicos: disposições constitucionais
administrativa para os agentes públicos. ” referentes aos servidores públicos. 9 Súmulas,
jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores e
Alternativa E – incorreta. legislação relacionada com os temas. (Através de
Fiquemos atentos aos termos nas alternativas, retificação realizada no edital do certame).
principalmente expressões sinônimas, que são as mais
propícias a cairmos em uma leitura apressada no
momento de resolução da prova. Alternativa A – correta.
Conforme julgado a seguir:
Vejamos:
- Servidor reintegrado deve ser ressarcido dos
- Impossibilidade de ação apenas contra o terceiro. vencimentos e vantagens devidas durante o período de
É possível imaginar que exista ato de improbidade com a afastamento.
atuação apenas do "terceiro” (sem a participação de um O servidor reintegrado deve ser ressarcido dos
agente público)? É possível que, em uma ação de vencimentos a que faria jus desde o desligamento
improbidade administrativa, o terceiro figure sozinho indevido, a fim de restabelecer a situação
como réu? injustamente desconstituída.
Para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 1285218/CE, Rel. Min.
da Lei nº 8.429/92 é INDISPENSÁVEL que seja Mauro Campbell Marques, julgado em 11/09/2018.
identificado algum agente público como autor da prática
do ato de improbidade. Alternativa B – incorreta.

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Vejamos o julgado recente que disciplina o tema da concessão inicial de aposentadoria, reforma e
alternativa: pensão. ”

- É CONSTITUCIONAL a norma estadual pela qual se Alternativa E – correta.


impõe demissão por ineficiência no serviço público, De acordo Tese n. º 600 de repercussão geral, vejamos:
apurada em processo administrativo disciplinar,
assegurada a ampla defesa (nos termos do inc. II do § 1º - A vedação da SV 37 se aplica tanto para as verbas
do art. 41 da CF/88). remuneratórias como também para as parcelas de
caráter indenizatório.
No caso que chegou ao STF, havia uma lei estadual de Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função
São Paulo com a finalidade de avaliação de desempenho legislativa, aumentar qualquer verba de servidores
que pode resultar na anotação de elogio em prontuário, públicos de carreiras distintas sob o fundamento de
aferição do mérito dos integrantes da carreira para fins isonomia, tenham elas caráter remuneratório ou
de promoção e demissão por ineficiência decorrente de indenizatório.
descumprimento de dever funcional que, no caso, A vedação da Súmula Vinculante 37 se aplica tanto para
subsuma-se à hipótese do inc. II do § 1º do art. 41 da as verbas remuneratórias como também para as parcelas
Constituição (perda do cargo por processo administrativo de caráter indenizatório. Logo, a SV 37 também proíbe
disciplinar, assegurada a ampla defesa). que Poder Judiciário equipare o auxílio-alimentação, ou
qualquer outra verba desta espécie, com fundamento na
Cuidado: não se está disciplinando procedimento isonomia.
autônomo de avaliação periódica de desempenho STF. Plenário. RE 710293, Rel. Luiz Fux, julgado em
prevista no inc. III do § 1º do art. 41 da Constituição da 16/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 600) (Info 998 –
República o que contraria a repartição de competências, clipping).
pois é de competência da União.
No caso, trata-se de hipótese prevista no inc. II do § 1º Imperioso colacionar o texto da súmula vinculante n. º 37
do art. 41 da Constituição da República que não equivale para estudo e fixação, a seguir:
à perda de cargo público por avaliação de desempenho
a que se refere o inc. III do § 1º do art. 41 da Constituição - Súmula Vinculante nº 37: “Não cabe ao Poder
da República. Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
STF. Plenário. ADI 5437, Relatora Min. Carmem Lúcia, vencimentos de servidores públicos sob fundamento de
julgado em 23/11/2020. isonomia. ”

Alternativa C – correta. 23
Vejamos: Acerca da Lei Estadual nº 20.756/2020, assinale a
alternativa incorreta.
- O mero transcurso do período de 3 anos do estágio
probatório não gera, automaticamente, direito à (A) Os concursos para provimento de cargos que, pela
estabilidade. especificidade de suas atribuições, com as exceções
O art. 41 da Constituição Federal estabelece que são previstas em lei, sejam privativos de determinado órgão
requisitos básicos a serem apurados no estágio serão realizados sob a direção do respectivo titular, com
probatório: a supervisão e homologação do titular do Órgão Central
"I - Idoneidade moral; II - assiduidade e pontualidade; III de Gestão de Pessoal.
- disciplina; IV- eficiência; V - aptidão" (§ 1º). Dessa (B) Na hipótese de já editado o ato de remoção ou
forma, findo o período do estágio probatório - três (3) disposição e o servidor vier a se afastar por licença para
anos de efetivo exercício, a estabilidade do servidor no tratamento de saúde, por motivo de doença em pessoa
serviço público não se dará de forma automática. Isso da família, maternidade ou paternidade, o prazo a que se
porque o § 4º do art. 41 da CF/88 impõe como condição refere este artigo será contado a partir do término do
obrigatória para a aquisição da estabilidade a avaliação impedimento.
especial de desempenho por comissão instituída para (C) A ajuda de custo destina-se, entre outas, a
essa finalidade. compensar as despesas do servidor que, por iniciativa
STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 52.138/GO, Rel. Min. própria, tenha obtido bolsa de estudo ou inscrição em
Benedito Gonçalves, julgado em 08/06/2020. cursos fora do Estado ou no exterior, desde que a
modalidade de que trate seja correlata à sua formação e
Alternativa D – correta. atividade profissional no serviço público estadual, na
Nos moldes da Súmula Vinculante n.º 3, do Supremo forma do regulamento.
Tribunal Federal, que assim assevera: (D) O substituto assumirá automática e cumulativamente,
sem prejuízo daquele que ocupa, o exercício do cargo de
- Súmula Vinculante nº 3: “Nos processos perante o direção, chefia e assessoramento integrante da estrutura
Tribunal de Contas da União asseguram-se o básica ou complementar, nos afastamentos e
contraditório e a ampla defesa quando da decisão impedimentos legais ou regulamentares do titular e fará
puder resultar anulação ou revogação de ato jus à retribuição pelo exercício do mesmo, paga na
administrativo que beneficie o interessado, proporção dos dias de efetiva substituição, em detrimento
excetuada a apreciação da legalidade do ato de da contraprestação pelo cargo definitivamente ocupado

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pelo substituto, sendo - lhe facultada a opção pela


remuneração ou subsídio apenas do cargo que ocupa Alternativa D – correta.
(E) Uma vez encerrada a fase instrutória do processo De acordo o disciplinado na Lei Estadual nº 20.756/2020,
administrativo de exoneração, com a apresentação do que aduz:
relatório final da comissão processante, será ele
encaminhado, com a manifestação conclusiva do titular “Art. 32 (...)
do órgão ou da entidade de origem do servidor, à decisão
final do Chefe do Poder Executivo. § 1º O substituto assumirá automática e
cumulativamente, sem prejuízo daquele que ocupa, o
Gabarito: C exercício do cargo de direção, chefia e assessoramento
integrante da estrutura básica ou complementar, nos
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: afastamentos e impedimentos legais ou regulamentares
do titular e fará jus à retribuição pelo exercício do mesmo,
Guerreiros(as), a questão versa sobre o ponto 8.1 Lei paga na proporção dos dias de efetiva substituição, em
Estadual nº 20.756/2020. (Através de retificação detrimento da contraprestação pelo cargo definitivamente
realizada no edital do certame). ocupado pelo substituto, sendo - lhe facultada a opção
pela remuneração ou subsídio apenas do cargo que
Alternativa A – correta. ocupa.”
Conforme do disposto na Lei Estadual n. º 20.756/2020,
a saber: Alternativa E – correta.
Nos moldes da Lei Estadual n. º 20.756/2020, a saber:
“Art. 17 (...)
“Art. 35 (...)
§ 3º Os concursos para provimento de cargos que, pela
especificidade de suas atribuições, com as exceções § 2º Uma vez encerrada a fase instrutória do processo
previstas em lei, sejam privativos de determinado órgão administrativo de exoneração, com a apresentação do
serão realizados sob a direção do respectivo titular, com relatório final da comissão processante, será ele
a supervisão e homologação do titular do Órgão Central encaminhado, com a manifestação conclusiva do titular
de Gestão de Pessoal. ” do órgão ou da entidade de origem do servidor, à decisão
final do Chefe do Poder Executivo. ”
Alternativa B – correta.
Segundo o disposto na Lei Estadual n. º 20.756/2020, a 24
seguir: Acerca do poder de polícia, assinale a alternativa
correta.
“Art. 29 (...)
(A) Ele possibilita a aplicação de sanções dentro da
§ 1º Na hipótese de já editado o ato de remoção ou estrutura administrativa, isto é, internamente, sendo este
disposição e o servidor vier a se afastar por licença para poder a base para a aplicação de penalidades aos
tratamento de saúde, por motivo de doença em pessoa servidores infratores bem como às pessoas sujeitas à
da família, maternidade ou paternidade, o prazo a que se disciplina administrativa.
refere este artigo será contado a partir do término do (B) Tem na autoexecutoriedade, a possibilidade de
impedimento. ” imposição unilateral da vontade administrativa.
(C) Tem como um de seus ciclos (fases) as “sanções”,
Alternativa C – incorreta. que são as normas gerais impostas para o exercício de
O erro da alternativa está pelo fato que referido texto fazia determinadas atividades.
parte do inciso III, do artigo 107, ao qual fora revogado (D) Pode ser delegado para uma pessoa jurídica de
pela Lei n. 20.943, de 29 de dezembro de 2020. direito privado. Para isso, dentre outros requisitos, a
Logo, devemos ficar alertas às inovações e atualizações pessoa jurídica precisa exercer serviços de atuação
da legislação constante em nosso edital do certame. próprios do Poder Público, em caráter não concorrencial.
(E) Depende de autorização prévia do Poder Judiciário
Vejamos: para ser aplicado, pois apenas com autorização judicial é
que pode haver limitação das atividades dos particulares.
“Art. 107. A ajuda de custo destina-se a compensar as
despesas: (...) Gabarito: D

III - do servidor que, por iniciativa própria, na forma do COMENTÁRIO DO PROFESSOR:


parágrafo único do art. 176, tenha obtido bolsa de estudo
ou inscrição em cursos fora do Estado ou no exterior, Caveiras, a questão aborda o ponto 4 Poderes
desde que a modalidade de que trate seja correlata à sua administrativos. 4.1 Poder hierárquico. 4.2 Poder
formação e atividade profissional no serviço público disciplinar. 4.3 Poder regulamentar. 4.4 Poder de
estadual, na forma do regulamento; polícia. 4.5 Uso e abuso do poder.
- Revogado pela Lei nº 20.943, de 29-12-2020, art. 3º,
I, b. Alternativa A – incorreta.

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Pois o poder de polícia não tem aplicação interna! Ele é


a prerrogativa da Administração em limitar ou condicionar COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
o exercício dos direitos individuais, como afirma o art. 78,
CTN. E, a sua incidência é sobre pessoas que não Combatentes, a questão aborda o ponto 5 Controle e
possuam vínculo jurídico específico com a Administração responsabilização da administração. 5.1 Controle
Pública. administrativo. 5.2 Controle judicial. 5.3 Controle
legislativo. 5.4 Responsabilidade civil do Estado.
Alternativa B – incorreta.
Na verdade, é a coercibilidade a característica que Alternativa A – correta.
possibilita a imposição unilateral das medidas oriundas Conforme jurisprudência do STF a Administração Pública
do poder de polícia, podendo haver, inclusive, o emprego pode ser obrigada, por decisão do Poder Judiciário, a
de força. manter estoque mínimo de determinado medicamento
utilizado no combate à doença grave, de modo a evitar
Alternativa C – incorreta. interrupções no tratamento, sem que haja violação ao
As fases, ciclos ou aspectos materiais do poder de polícia princípio da separação dos poderes.
são: ordem, consentimento, fiscalização e sanção.
Dessas, a ordem revela as normas gerais da O Poder Judiciário não está determinando as metas nem
Administração, impondo condições ao exercício de prioridades da Administração Pública ou interferindo na
atividades e ao uso de bens. gestão de suas verbas, o que se está a fazer é um efetivo
controle da legitimidade de seus atos que violam o direito
Alternativa D – correta. à saúde dos pacientes e importam em violação da própria
O STF, no Informativo nº 996, assentou a possibilidade dignidade da pessoa humana.
de delegação do poder de polícia para pessoa jurídica de
direito privado, integrante da Administração Indireta, com Alternativa B – incorreta.
capital social majoritariamente público, quando esta Entende o STF que é lícito ao Judiciário impor à
pessoa tem como objetivo exclusivo a prestação de Administração Pública obrigação de fazer consistente na
serviço público, de atuação própria do Estado, em regime promoção de medidas ou na execução de obras
não concorrencial. Essa delegação será feita por Lei. emergenciais em estabelecimentos prisionais. A
supremacia da dignidade da pessoa humana legitima a
Alternativa E – incorreta. intervenção judicial que busca assegurar o respeito à
Uma das características do poder de polícia é a integridade física e moral dos detentos, em observância
autoexecutoriedade, traduzida na possibilidade de a ao art. 5º, XLIX, da Constituição Federal. Trata-se de
Administração atuar independentemente da interferência norma constitucional de eficácia plena e aplicabilidade
do Judiciário. Todavia, por se tratar de intromissão nas imediata.
liberdades de um particular, haverá autoexecutoriedade
somente diante de uma previsão legal ou em caso de Alternativa C – incorreta.
urgência. Conforme a Súmula 429, do STF, a existência de recurso
administrativo com efeito suspensivo não impede o uso
25 do mandado de segurança contra omissão da autoridade.
Com base no entendimento dos Tribunais Superiores
sobre o controle da administração pelo Poder Alternativa D – incorreta.
Judiciário, assinale a alternativa correta. Conforme jurisprudência do STF em sede de
repercussão geral não compete ao Poder Judiciário, no
(A) O Poder Judiciário pode obrigar a Administração controle de legalidade, substituir banca examinadora
Pública a manter estoque mínimo de determinado para avaliar respostas dadas pelos candidatos e notas a
medicamento utilizado no combate à doença grave. elas atribuídas. Excepcionalmente, é permitido ao
(B) Não é possível ao Poder Judiciário impor à Judiciário o juízo de compatibilidade do conteúdo das
Administração Pública obrigação de fazer consistente na questões do concurso com o previsto no edital do
execução de obras emergenciais em presídios. Tal certame.
decisão fere a separação de poderes prevista
constitucionalmente, visto que depende de Alternativa E – incorreta.
disponibilidade de verbas públicas e orçamento prévio. Nos termos da Súmula 473, do STF, a Administração
(C) A existência de recurso administrativo com efeito pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
suspensivo sempre obsta o uso do mandado de que os tornem ilegais, porque deles não se originam
segurança até sua decisão definitiva. direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
(D) O Poder Judiciário pode, pelo controle de legalidade, oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
avaliar a razoabilidade e proporcionalidade das notas ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
atribuídas pela banca examinadora aos candidatos em
certame público. No entanto, o Poder Judiciário deve limitar-se ao exame
(E) A Administração Pública e o Poder Judiciário podem da legalidade do ato administrativo que pode resultar em
anular e revogar os atos administrativos. sua anulação. A revogação é ato exclusivo da
Administração Pública pois pressupõe a análise do
Gabarito: A mérito do ato administrativo.

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Noções de Direito Constitucional De acordo com o art.5, LXXIII da CF “Qualquer cidadão


é parte legítima para propor ação popular que vise a
26 anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
A respeito dos remédios constitucionais, assinale a que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
alternativa correta. meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
(A) Pode o habeas corpus ser impetrado em favor de custas judiciais e do ônus de sucumbência.
qualquer pessoa física ou jurídica, seja nacional ou
estrangeira. 27
(B) O mandado de segurança coletivo pode ser No tocante ao tema poder constituinte, assinale a
impetrado por partido político sem representação no alternativa correta.
Congresso Nacional.
(C) O Habeas Corpus é o remédio constitucional que toda (A) Quanto às dimensões, o poder constituinte originário
e qualquer pessoa pode utilizar para a proteção de direito pode ser considerado material ou formal. O poder
líquido, certo e incontestável. constituinte material é o poder responsável por delimitar
(D) Caberá Habeas Data quando houver a recusa no os valores que serão observados na Constituição,
fornecimento de certidões para a defesa de direitos ou encontra-se atrelado a ideia do conteúdo de uma nova
esclarecimento de situações de interesse pessoal ou Constituição, sendo ele posterior ao poder constituinte
coletivo ou geral, próprio ou de terceiros. formal. O poder constituinte formal, por sua vez, é aquele
(E) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação que formaliza a criação em si da norma jurídica.
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público (B) Considera-se poder constituído decorrente, a
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade capacidade conferida pelo Poder Constituinte Originário
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio aos Estados membros para criarem suas constituições.
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada (C) Considera-se poder constituído reformador, a função
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus de de alterar informalmente a Constituição, de modo a
sucumbência. ajustar o texto constitucional a nova realidade.
(D) O poder constituinte originário é um poder temporário,
Gabarito: E pois após a sua manifestação ele se esgota pela sua
criação.
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: (E) O poder constituinte originário é classificado como um
poder inicial, ilimitado, condicionado e autônomo.
Caveiras, a questão aborda o ponto 3 Direitos e garantias
fundamentais. 3.1 Direitos e deveres individuais e Gabarito: B
coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade,
direitos políticos, partidos políticos, remédios COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
constitucionais. (Através de retificação realizada no
edital do certame). Futuros e Futuras Policiais Civis do Estado de Goiás, a
questão aborda o ponto 1.3 Poder Constituinte.
(Através de retificação realizada no edital do
Alternativa A – incorreta. certame).
A pessoa jurídica pode impetrar habeas corpus, mas
sempre a favor de pessoa física. Somente pessoas
físicas podem ser pacientes de habeas corpus. Alternativa A – incorreta.
O único equívoco da questão reside no fato de mencionar
Alternativa B – incorreta. o poder material como sendo POSTERIOR ao formal. Em
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado verdade, o poder constituinte na dimensão material É
por partido político com representação no Congresso ANTERIOR AO FORMAL.
Nacional.
Corroborando ao exposto, explica Pedro Lenza (2021),
Alternativa C – incorreta. poder constituinte formal: é o ato de criação propriamente
O habeas corpus destina-se a garantir o direito à dito e que atribui a “roupagem” com status constitucional
liberdade de locomoção e não a proteção de direito a um “complexo normativo”; material: é o lado substancial
líquido, certo e incontestável. do poder constituinte originário, qualificando o direito
constitucional formal com o status de norma
Alternativa D – incorreta. constitucional. Assim, será o orientador da atividade do
De acordo com a CF, o remédio próprio é o mandado de constituinte originário formal que, por sua vez, será o
segurança (MS), e não o habeas data quando houver a responsável pela “roupagem” constitucional. O material
recusa no fornecimento de certidões para a defesa de diz o que é constitucional; o formal materializa e
direitos ou esclarecimento de situações de interesse sedimenta como constituição. O material precede o
pessoal ou coletivo ou geral, próprio ou de terceiros. formal, estando ambos interligados.

Alternativa E – correta. Alternativa B – correta.

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Conforme leciona Nathália Masson, poder constituído b) autônomo, visto que a estruturação da nova
decorrente é a capacidade conferida pelo poder originário constituição será determinada, autonomamente, por
aos Estados Membros, enquanto entidades integrantes quem exerce o poder constituinte originário;
da federação, para elaborarem suas próprias c) ilimitado juridicamente, no sentido de que não tem de
constituições. Sua missão, conforme propõe Lenza, é respeitar os limites postos pelo direito anterior, com as
estruturar a Constituição dos Estados-Membros ou, em ressalvas a seguir indicadas e que passam a ser uma
momento seguinte, havendo necessidade de adequação tendência para os concursos públicos;
e reformulação, modificá-la. Tal competência decorre da d) incondicionado e soberano na tomada de suas
capacidade de auto-organização estabelecida pelo poder decisões, porque não tem de submeter-se a qualquer
constituinte originário. forma prefixada de manifestação;
e) permanente, já que o poder constituinte originário não
Em resumo: se esgota com a edição da nova Constituição,
sobrevivendo a ela e fora dela como forma e expressão
da liberdade humana, em verdadeira ideia de
subsistência.

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Concernente à Constituição: conceito; classificação;
histórico e elementos, assinale a alternativa
Alternativa C – incorreta. incorreta.
A mudança informal do texto constitucional é
denominada de mutação constitucional. O poder (A) A Constituição classificada como rígida (quanto a sua
constituinte reformador consagra a alteração FORMAL estabilidade ou alterabilidade) não é considerada
do texto constitucional. imutável, todavia para que seu texto seja alterado exige-
se um procedimento de reforma mais solene e dificultoso
A manifestação do poder constituinte reformador verifica- que o previsto para a legislação infraconstitucional.
se através das emendas constitucionais (arts. 59, I, e 60 (B) O texto constitucional possui normas constitucionais
da CF/88). de duas espécies, as chamadas normas constitucionais
originárias e normas constitucionais derivadas. No
Alternativa D – incorreta. tocante as normas constitucionais originárias, não podem
O poder constituinte originário tem a característica de ser ser objeto de controle de constitucionalidade.
um poder PERMANENTE (e não temporário), o que (C) Quanto à origem, a constituição pode ser classificada
significa dizer que ele não se esgota quando da como democrática, outorgada, cesarista ou dualista.
conclusão da Constituição, permanecendo em estado de Considera-se cesarista a constituição que é constituída
latência. sem qualquer resquício da participação popular, sendo
imposta de forma unilateral pelo governador.
Nesse sentido, explica Pedro Lenza (2021), o poder (D) Classifica-se como escrita, a Constituição formada
constituinte originário é “permanente, já que o poder por um conjunto de regras sistematizadas e organizadas
constituinte originário não se esgota com a edição da em um único documento, estabelecendo as normas
nova Constituição, sobrevivendo a ela e fora dela como fundamentais de um Estado. Por outro lado, as
forma e expressão da liberdade humana, em verdadeira constituições não escritas são aquelas não trazem as
ideia de subsistência”. regras em um único texto solene e codificado. É formada
por textos esparsos, reconhecidos pela sociedade como
Alternativa E – incorreta. fundamentais, e baseiam-se nos usos, costumes,
O poder constituinte é INCONDICIONADO. São jurisprudência, convenções.
características do constituinte originário o fato dele ser (E) Segundo o entendimento da Suprema Corte (STF), o
INICIAL, ILIMITADO, INCONDICIONADO e preâmbulo não é considerado norma constitucional,
AUTÔNOMO. adotou-se a chamada teoria da irrelevância jurídica do
preâmbulo.
Conforme leciona Nathália Masson (2020), o poder
constituinte originário inaugura uma nova ordem jurídica, Gabarito: C
sendo assim considerado INICIAL. É ilimitado do ponto
de vista jurídico, pois não se limita pela ordem jurídica COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
precedente. Além disso, o poder constituinte originário é
INCONDICIONADO pois não se submete a qualquer Combatentes, a questão aborda os pontos 1.2
regra ou procedimento pré-fixado no ordenamento Constituição: conceito; classificação; histórico e
jurídico que o antecede. elementos. 13 Súmulas, jurisprudência dominante dos
Tribunais Superiores e legislação relacionada com os
Nessa esteira, leciona Pedro Lenza (2021): temas. (Através de retificação realizada no edital do
a) inicial, pois instaura uma nova ordem jurídica, certame).
rompendo, por completo, com a ordem jurídica anterior;
Alternativa A – correta.

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A constituição rígida admite mudança em seu texto, Nesse sentido, leciona Pedro Lenza (2020), “as normas
contudo, exige um processo legislativo mais solene e constitucionais fruto do trabalho do poder constituinte
dificultoso. originário serão sempre constitucionais, não se podendo
falar em controle de sua constitucionalidade. Os
Nesse sentido, explica Pedro Lenza (2020): aparentes conflitos devem ser harmonizados por meio da
atividade interpretativa, de forma sistêmica”.
“Rígidas são aquelas Constituições que exigem, para a
sua alteração (daí preferirmos a terminologia Corroborando ao exposto ainda, ensina Nathália Masson
alterabilidade), um processo legislativo mais árduo, mais (2020, pág. 1123), “as normas constitucionais derivadas
solene, mais dificultoso do que o processo de alteração (emendas constitucionais) podem ser declaradas
das normas não constitucionais. Lembramos que, à inconstitucionais, caso haja desrespeito às regras
exceção da Constituição de 1824 (considerada inscritas no art. 60, CF/88. Por outro lado, vale destacar
semirrígida), todas as Constituições brasileiras foram, que a jurisprudência do STF historicamente afastou tal
inclusive a de 1988, rígidas! concepção quanto às normas constitucionais originárias:
A rigidez constitucional da CF/88 está prevista no art. 60, eventuais conflitos entre as normas originárias serão
que, por exemplo, em seu § 2.º estabelece um quórum meramente aparentes (nunca reais) e sanados por meio
de votação de 3/5 dos membros de cada Casa, em dois da tarefa hermenêutica (princípio da unidade da
turnos de votação, para aprovação das emendas Constituição). Em razão disso, é inviável a declaração de
constitucionais. Em contraposição, apenas para aclarar inconstitucionalidade de uma norma constitucional
mais a situação lembrada, a votação das leis ordinárias e originária em face de outra”.
complementares dá-se em um único turno de votação
(art. 65), com quórum de maioria simples (art. 47) e Lembrem-se, não há que se falar em hierarquia entre as
absoluta (art. 69), respectivamente para lei ordinária e chamadas normas constitucionais originárias e
complementar. Outra característica definidora da rigidez derivadas. Ambas são normas constitucionais.
da CF/88 está prevista nos incisos I, II e III do art. 60, que
estabelecem iniciativa restrita: a) de 1/3, no mínimo, dos Alternativa C – incorreta.
membros da Câmara dos Deputados ou do Senado A alternativa trouxe a definição de constituição
Federal; b) do Presidente da República; e c) de mais da outorgada. A constituição cesarista, segundo José
metade das Assembleias Legislativas das unidades da Afonso da Silva, “... não é propriamente outorgada, mas
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela tampouco é democrática, ainda que criada com
maioria relativa de seus membros, enquanto a iniciativa participação popular”. E continua o mestre definindo-a
das leis complementares e ordinárias é geral, de acordo como aquela “... formada por plebiscito popular sobre um
com o art. 61. ” projeto elaborado por um Imperador (plebiscitos
napoleônicos) ou um Ditador (plebiscito de Pinochet, no
Corroborando ao exposto ainda, preleciona Nathália Chile). A participação popular, nesses casos, não é
Masson (2020, pág. 50): democrática, pois visa apenas ratificar a vontade do
detentor do poder.
A alteração desta Constituição é possível, mas exige um
processo legislativo mais complexo e solene do que Alternativa D – correta.
aquele previsto para a elaboração das demais espécies Conforme leciona Nathália Masson (2020, pág. 52/53):
normativas, infraconstitucionais. Tais regras
diferenciadas e rigorosas são estabelecidas pela própria Escrita é a Constituição na qual todos os dispositivos são
Constituição e tornam a alteração do texto constitucional escritos36 e estão inseridos de modo sistemático em um
mais complicada do que a feitura das leis comuns. único documento, de forma codificada —por isso se diz
Temos como exemplo de Constituição rígida a que sua fonte normativa é única. A elaboração do texto
Constituição Federal de 1988, que exige o respeito a um pelo órgão constituinte se dá num momento único, “de
procedimento bem mais severo e rigoroso do que aquele um jato”, conforme o magistério da doutrina.
estabelecido para a construção da legislação ordinária
para a aprovação de suas emendas constitucionais — Não escrita é aquela Constituição na qual as normas e
conforme dispõe o art. 60, CF/88, há que haver a princípios encontram-se em fontes normativas diversas,
aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, todas de natureza constitucional e de mesmo patamar
Câmara dos Deputados e Senado Federal, em dois hierárquico, sem qualquer precedência de uma sobre as
turnos, em cada qual sendo necessária a obtenção da demais. Contrariamente às Constituições escritas —
maioria de 3/5 dos componentes da Casa respectiva. onde todas as normas constitucionais podem ser
encontradas em um único documento — nas
Alternativa B – correta. Constituições não escritas, em razão de as fontes
As normas constitucionais derivadas possuem a mesma normativas constitucionais serem múltiplas, as normas
hierarquia das normas constitucionais originárias e constitucionais estão esparsas e podem ser encontradas
mesmo status normativo, contudo, as normas derivadas tanto nos costumes e na jurisprudência dos Tribunais,
sujeitam-se ao controle de constitucional, ao passo que, como nos acordos, convenções e também nas leis.
as normas constitucionais originárias não passam pelo
controle de constitucionalidade. Alternativa E – incorreta.

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Nesse sentido, leciona Nathália Masson (2020, pág. caracterização da infração penal, não havendo a
1447), segundo a “tese da irrelevância jurídica, o instalação de inquérito e processo penal.
preâmbulo não participa das características jurídicas da
Constituição, situando-se no domínio da política ou da Nessa esteira, quanto ao campo de incidência – limitar-
história, como mera diretriz (ou norte) interpretativo”. se-á as OPINIÕES, PALAVRAS e VOTOS.

Em não sendo e possuindo características de norma Assim, não abarca condutas que consistem em atos de
constitucional, não pode ser utilizado como parâmetro do violência.
controle de constitucionalidade.
Nesse sentido, o texto constitucional:
29
À luz da Jurisprudência do STF e da Constituição “Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil
Federal, acerca do Poder Legislativo, assinale a e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras
alternativa incorreta. e votos. ” (Imunidade material, inviolabilidade
parlamentar ou INDENIDADE)
(A) A inviolabilidade parlamentar no Direito Constitucional
brasileiro é restrita a palavras, opiniões e votos, ou seja, Alternativa B – correta.
não abrange, por exemplo, atos de violência física. Conforme prevê o art. 57, § 4º da CF, “cada uma das
(B) Não é possível a recondução dos presidentes das Casas reunir-se-á em SESSÕES PREPARATÓRIAS, a
casas legislativas para o mesmo cargo na eleição partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura,
imediatamente subsequente, dentro da mesma para a posse de seus membros e eleição das respectivas
legislatura, sendo permitido em caso de nova legislatura. Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, VEDADA a
(C) A norma da Constituição Estadual que preveja a recondução para o mesmo cargo na eleição
possibilidade de a Assembleia Legislativa convocar o imediatamente subsequente”.
Presidente do Tribunal de Justiça ou o Procurador Geral
de Justiça para prestar informações, sob pena de crime Conforme texto constitucional, não é possível a
de responsabilidade é considerada inconstitucional por recondução dos Presidentes da Câmara dos Deputados
violação ao princípio da simetria e à competência e do Senado Federal para o mesmo cargo na eleição
privativa da União para legislar sobre o tema. imediatamente subsequente, dentro da mesma
(D) O fato de o parlamentar estar na Casa legislativa no legislatura. Por outro lado, é possível a reeleição dos
momento em que proferiu as declarações afasta a Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado
possibilidade de cometimento de crimes contra a honra, Federal em caso de nova legislatura.
nos casos em que as ofensas são divulgadas pelo próprio
parlamentar na Internet. Ex: o mandato de Presidente da Câmara e de Presidente
(E) Os Deputados Estaduais gozam das mesmas do Senado é de 2 anos. Cada legislatura tem a duração
imunidades formais previstas para os parlamentares de 4 anos. Imagine que João foi eleito Deputado Federal
federais no art. 53 da CF/88. para a legislatura de 2013 a 2016. Suponhamos que ele
foi escolhido para ser Presidente da Câmara no período
Gabarito: D de 2013-2014. Significa que João não poderá ser reeleito
como Presidente da Câmara para o biênio de 2015-2016.
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: Isso porque seria uma reeleição dentro da mesma
legislatura.
Caveiras, a questão aborda o ponto 7 Poder legislativo.
7.1 Estrutura. 7.2 Funcionamento e atribuições. 7.3 Alternativa C – correta.
Processo legislativo. É inconstitucional norma da Constituição Estadual que
preveja a possibilidade de a Assembleia Legislativa
Alternativa A – correta. convocar o Presidente do Tribunal de Justiça ou o
Segundo ensina a professora Nathália Masson (2020), a Procurador-Geral de Justiça para prestar informações na
imunidade material também denominada de Casa, afirmando que a sua ausência configura crime de
inviolabilidade, imunidade substancial ou real, possui o responsabilidade. O art. 50 da CF/88, norma de
condão de neutralizar, na esfera penal e civil, a reprodução obrigatória, somente autoriza que o Poder
responsabilização do parlamentar por suas opiniões, Legislativo convoque autoridades do Poder Executivo, e
palavras e votos. não do Poder Judiciário ou do Ministério Público. Não
podem os Estados-membros ampliar o rol de autoridades
A imunidade material tem a finalidade de permitir que os sujeitas à convocação pelo Poder Legislativo e à sanção
congressistas, no exercício de seu mandato legislativo ou por crime de responsabilidade, por violação ao princípio
em função dele, opinem, discursem e possam votar com da simetria e à competência privativa da União para
total liberdade sem que sofram pressões e eventuais legislar sobre o tema. STF. Plenário. ADI 2911, Rel.
constrangimentos. Carlos Britto, julgado em 10/08/2006. STF. Plenário. ADI
5416, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 03/04/2020 (Info
A imunidade parlamentar penal implica na inviolabilidade 977).
dos membros do Poder Legislativo por suas opiniões,
palavras e votos, na medida em que exclui a Alternativa D – incorreta.

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O então Deputado Federal Wladimir Costa (SD-PA) (C) É possível a responsabilização penal da pessoa
proferiu discurso no Plenário da Câmara dos Deputados jurídica por delitos ambientais independentemente da
no qual afirmou que determinados artistas seriam responsabilização concomitante da pessoa física que
“bandidos”, “membros de quadrilha”, “verdadeiros agia em seu nome.
ladrões”, “verdadeiros vagabundos da Lei Rouanet”. (D) Consideram-se cruéis as práticas desportivas que
utilizem animais, ainda que sejam manifestações
Esses artistas ingressaram com queixa-crime contra o culturais, registradas como bem de natureza imaterial
então Deputado afirmando que ele teria cometido os integrante do patrimônio cultural brasileiro.
crimes de difamação (art. 139) e injúria (art. 140 do (E) As leis estaduais que proíbem o uso do amianto são
Código Penal). inconstitucionais.

O STF recebeu esta queixa-crime. Gabarito: C

O fato de o parlamentar estar na Casa legislativa no COMENTÁRIO DO PROFESSOR:


momento em que proferiu as declarações não afasta a
possibilidade de cometimento de crimes contra a honra, Guerreiras(os), a questão aborda o ponto 11.3 Meio
porque ele depois divulgou essas ofensas na Internet. ambiente.

Outro argumento está no fato de que a inviolabilidade Alternativa A – incorreta.


material somente abarca as declarações que apresentem - É inconstitucional a redução de unidade de conservação
nexo direto e evidente com o exercício das funções por meio de MP.
parlamentares. No caso concreto, embora tenha feito
alusão à Lei Rouanet, o parlamentar nada acrescentou É INCONSTITUCIONAL a redução ou a supressão de
ao debate público sobre a melhor forma de distribuição espaços territoriais especialmente protegidos, como é o
dos recursos destinados à cultura, limitando-se a proferir caso das unidades de conservação, por meio de medida
palavras ofensivas à dignidade dos querelantes. provisória. Isso viola o art. 225, § 1º, III, da CF/88.

A liberdade de expressão política dos parlamentares, Assim, a redução ou supressão de unidade de


ainda que vigorosa, deve se manter nos limites da conservação somente é permitida mediante lei em
civilidade. sentido formal.

STF. 1ª Turma. PET 7174/DF, rel. Min. Alexandre de A medida provisória possui força de lei, mas o art. 225, §
Moraes, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º, III, da CF/88 exige lei em sentido estrito.
10/3/2020 (Info 969).
A proteção ao meio ambiente é um limite material
Alternativa E – correta. implícito à edição de medida provisória, ainda que não
São constitucionais dispositivos da Constituição do conste expressamente do elenco das limitações previstas
Estado que estendem aos Deputados Estaduais as no art. 62, § 1º, da CF/88.
imunidades formais previstas no art. 53 da Constituição
Federal para Deputados Federais e Senadores. STF. Plenário. ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 5/4/2018 (Info 896).
A leitura da Constituição da República revela, sob os
ângulos literal e sistemático, que os Deputados Estaduais Alternativa B – incorreta.
também têm direito às imunidades formal e material e à - Não é permitido o abate de animais apreendidos em
inviolabilidade que foram conferidas pelo constituinte aos situação de maus-tratos.
congressistas (membros do Congresso Nacional). Isso
porque tais imunidades foram expressamente estendidas É INCONSTITUCIONAL a interpretação da legislação
aos Deputados pelo § 1º do art. 27 da CF/88. STF. federal que possibilita o abate imediato de animais
Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 apreendidos em situação de maus-tratos.
MC/MT, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939). O art. 225, § 1º, VII, da CF/88 impõe a proteção à fauna
e proíbe qualquer espécie de maus-tratos aos animais.
30
Acerca do meio ambiente, assinale a alternativa O art. 25, § 1º da Lei nº 9.605/98 afirma que os animais
correta. apreendidos serão prioritariamente libertados em seu
habitat ou, sendo tal medida inviável ou não
(A) É constitucional a redução ou a supressão de recomendável por questões sanitárias, entregues a
espaços territoriais especialmente protegidos, como é o jardins zoológicos, fundações ou entidades
caso das unidades de conservação, por meio de medida assemelhadas, para guarda e cuidados sob a
provisória. responsabilidade de técnicos habilitados.
(B) É constitucional a interpretação da legislação federal
que possibilita o abate imediato de animais apreendidos Até que os animais sejam entregues às instituições, o
em situação de maus-tratos. órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em

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condições adequadas de acondicionamento e transporte STF. Plenário. ADI 3937/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio,
que garantam o seu bem-estar físico. red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/8/2017 (Info
874).
Assim, não é constitucionalmente adequada a STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min.
interpretação segundo a qual os animais devam ser Rosa Weber, julgados em 29/11/2017 (Info 886)
resgatados de situações de maus-tratos para, logo em
seguida, serem abatidos. 31
STF. Plenário. ADPF 640 MC-Ref/DF, Rel. Min. Gilmar Acerca da segurança pública, assinale a alternativa
Mendes, julgado em 17/9/2021 (Info 1030). correta.

Alternativa C – correta. (A) O exercício do direito de greve, sob qualquer forma


- Responsabilidade penal da pessoa jurídica e abandono ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
da dupla imputação. Servidores públicos que atuem diretamente na área de
segurança pública.
É possível a responsabilização penal da pessoa (B) É inconstitucional a Lei que veda que ocupantes da
jurídica por delitos ambientais independentemente carreira policial exerçam advocacia.
da responsabilização concomitante da pessoa física (C) Há nulidade na ação penal instaurada a partir de
que agia em seu nome. elementos informativos colhidos em inquérito policial que
não deveria ter sido conduzido pela Polícia Federal.
A jurisprudência não mais adota a chamada teoria da (D) O Ministério Público, no exercício do controle externo
"dupla imputação". da atividade policial, não pode ter acesso a ordens de
STJ. 6ª Turma. RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo missão policial.
Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015 (Info 566). (E) É constitucional dispositivo da Constituição Estadual
STF. 1ª Turma. RE 548181/PR, Rel. Min. Rosa Weber, j. que confere foro por prerrogativa de função, no Tribunal
em 6/8/2013 (Info 714). de Justiça, para o Delegado Geral da Polícia Civil.

Alternativa D – incorreta. Gabarito: A


Diversamente ao disposto na Constituição Federal, que
aduz: COMENTÁRIO DO PROFESSOR:

“Art. 225 (...) Combatentes, a questão aborda o ponto 10 Defesa do


Estado e das instituições democráticas. 10.1 Segurança
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § Pública. 10.2 Organização da segurança pública.
1º deste artigo, NÃO SE CONSIDERAM CRUÉIS as
práticas desportivas que utilizem animais, desde que Alternativa A – correta.
sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. - Policiais são proibidos de fazer greve.
215 desta Constituição Federal, registradas como bem
de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural O exercício do direito de greve, sob qualquer forma
brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos
que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (EC os servidores públicos que atuem diretamente na
Nº 96/2017 – PEC DA VAQUEJADA) área de segurança pública.
É obrigatória a participação do Poder Público em
Alternativa E – incorreta. mediação instaurada pelos órgãos classistas das
- É proibida, em todo o Brasil, a utilização de qualquer carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do
forma de amianto. CPC, para vocalização dos interesses da categoria.
STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min. Edson
As leis estaduais que proíbem o uso do amianto são Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
CONSTITUCIONAIS. em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).

O art. 2º da Lei federal nº 9.055/95, que autorizava a Alternativa B – incorreta.


utilização da crisotila (espécie de amianto), é - É CONSTITUCIONAL a Lei que veda que ocupantes
inconstitucional. da carreira policial exerçam advocacia.

Houve a inconstitucionalidade superveniente (sob a A Lei que veda o exercício da atividade de advocacia por
óptica material) da Lei nº 9.055/95, por ofensa ao direito aqueles que desempenham, direta ou indiretamente,
à saúde (art. 6º e 196, CF/88); ao dever estatal de atividade policial, não afronta o princípio da isonomia.
redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de STF. Plenário. ADI 3541/DF, Rel. Min. Dias Toffoli,
normas de saúde, higiene e segurança (art. 7º, inciso julgado em 12/2/2014 (Info 735).
XXII, CF/88); e à proteção do meio ambiente (art. 225,
CF/88). Alternativa C – incorreta.
- NÃO há nulidade na ação penal instaurada a partir
Com isso, é proibida a utilização de qualquer forma de de elementos informativos colhidos em inquérito
amianto. policial que não deveria ter sido conduzido pela

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Polícia Federal considerando que a situação não se cooperação internacional exclusiva da Polícia Federal, e
enquadrava no art. 1º da Lei 10.446/2002. sobre a qual haja acordo de sigilo, o acesso do Ministério
Público não será vedado, mas realizado a posteriori.
Caso concreto: a Polícia Federal, sob a supervisão do STJ. 2ª Turma. REsp 1.365.910-RS, Rel. Min. Humberto
Ministério Público estadual e do Juízo de Direito, Martins. Rel. para acórdão Min. Mauro Campbell
conduziu inquérito policial destinado a apurar crimes de Marques. Julgado em 05/04/2016 (lnfo 590).
competência da Justiça Estadual. Entendeu-se que a
Polícia Federal não tinha atribuição para apurar tais Alternativa E – incorreta.
delitos considerando que não se enquadravam nas - É INCONSTITUCIONAL dispositivo da Constituição
hipóteses do art. 144, § 1º da CF/88 e do art. 1º da Lei nº Estadual que confere foro por prerrogativa de função,
10.446/2002. no Tribunal de Justiça, para o Delegado Geral da
Polícia Civil.
A despeito disso, o STF entendeu que não havia nulidade
na ação penal instaurada com base nos elementos Extrapola a autonomia do estado previsão, em
informativos colhidos. constituição estadual, que confere foro privilegiado a
Delegado Geral da Polícia Civil.
O fato de os crimes de competência da Justiça Estadual
terem sido investigados pela Polícia Federal não geram A autonomia dos estados para dispor sobre autoridades
nulidade. Isso porque esse procedimento investigatório, submetidas a foro privilegiado não é ilimitada, não pode
presidido por autoridade de Polícia Federal, foi ficar ao arbítrio político do constituinte estadual e deve
supervisionado pelo Juízo estadual (juízo competente) e seguir, por simetria, o modelo federal.
por membro do Ministério Público estadual (que tinha a STF. Plenário. ADI 5591/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia,
atribuição para a causa). julgado em 20/3/2021 (Info 1010).

O inquérito policial constitui procedimento administrativo, 32


de caráter meramente informativo e não obrigatório à No tocante à Constituição brasileira e os tratados
regular instauração do processo-crime, cuja finalidade internacionais de direitos humanos, assinale a
consiste em subsidiar eventual denúncia a ser alternativa correta.
apresentada pelo Ministério Público, razão pela qual
irregularidades ocorridas não implicam, de regra, (A) Entende-se, majoritariamente, que todos os tratados
nulidade de processo crime. de direitos humanos são normas constitucionais.
(B) Os tratados sobre direitos humanos, aprovados nas
O art. 5º, LIII, da Constituição Federal, afirma que mesmas condições das emendas constitucionais, serão
“ninguém será processado nem sentenciado senão pela considerados leis supraconstitucionais.
autoridade competente”. Esse dispositivo contempla o (C) Para a teoria do duplo estatuto, tratados incorporados
chamado “princípio do juiz natural”, princípio esse que com quórum qualificado, são recebidos pelo
não se estende para autoridades policiais, considerando ordenamento como emendas constitucionais.
que estas não possuem competência para julgar. (D) Todos os tratados sobre direitos humanos estão
acima da Constituição Federal.
Logo, não é possível anular provas ou processos em (E) Para a teoria do duplo estatuto, tratados
tramitação com base no argumento de que a Polícia internacionais aprovados pelo rito das emendas
Federal não teria atribuição para investigar os crimes constitucionais, não funcionam como parâmetro da
apurados. legislação interna.

A desconformidade da atuação da Polícia Federal com Gabarito: C


as disposições da Lei nº 10.446/2002 e eventuais abusos
cometidos por autoridade policial, embora possam COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
implicar responsabilidade no âmbito administrativo ou
criminal dos agentes, não podem gerar a nulidade do Caveiras, a questão aborda o ponto 12.2 A Constituição
inquérito ou do processo penal. brasileira e os tratados internacionais de direitos
STF. 1ª Turma. HC 169348/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, humanos.
julgado em 17/12/2019 (Info 964).
Alternativa A – incorreta.
Alternativa D – incorreta. Em que pese a doutrina minoritária acreditar que todos
- O MP, no exercício do controle externo da atividade os tratados de direitos humanos devem ser entendidos
policial, pode ter acesso às OMPs. como normas constitucionais, prevalece o entendimento
de que somente os tratados que forem incorporados pelo
O Ministério Público, no exercício do controle quórum qualificado, conforme artigo 5°, §3° da CF, serão
externo da atividade policial, PODE TER ACESSO a considerados normas constitucionais.
ordens de missão policial (OMP).
Alternativa B – incorreta.
Ressalva: no que se refere às OMPs lançadas em face Conforme artigo 5°, §3° da CF, os tratados de direitos
de atuação como polícia investigativa, decorrente de humanos incorporados pelo quórum de 2 (dois) turnos,

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aprovados por 3/5 dos membros do Congresso Nacional, Os bens jurídicos tutelados pelo Direito Penal não são
deverão ser incorporados como emendas necessariamente materiais, de modo que também gozam
constitucionais. de proteção os bens jurídicos imateriais, de titularidade
individual ou metaindividual. Sobre o tema, cumpre
Alternativa C – correta. mencionar que o direito penal tem se distanciado de uma
A teoria do duplo estatuto entende que tratados concepção clássica em que apenas direitos individuais
incorporados com quórum qualificado, deverão ser eram tutelados, passando, assim, a também tutelar
recebidos como emendas constitucionais, já os tratados direitos metaindividuais, como o meio ambiente e as
sobre direitos humanos incorporados pelo quórum relações de consumo.
simples, terão caráter supralegal. Essa expansão da tutela penal é chamada de
espiritualização/desmaterialização/dinamização do
Alternativa D – incorreta. direito penal.
Essa foi uma teoria aventada antes da entrada em vigor
da EC 45/2004. Entendia-se que devido a sua origem Alternativa B – incorreta.
internacional os tratados estariam acima da constituição Para que seja possível a aplicação do princípio da
federal, ou seja, supraconstitucional. Essa não é a insignificância, é necessário que sejam preenchidos
posição que prevalece atualmente. determinados requisitos objetivos e subjetivos.

Alternativa E – incorreta. Os requisitos objetivos são os seguintes:


Para a teoria do duplo estatuto, todas as leis e atos Requisitos objetivos (relacionados ao fato praticado pelo
normativos são validos se forem compatíveis, agente):
simultaneamente, com a Constituição e com os tratados a) mínima ofensividade da conduta;
internacionais de direitos humanos incorporados pelo rito b) ausência de periculosidade social da ação;
das Emendas. c) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
d) inexpressividade da lesão jurídica.
Noções de Direito Penal
Como verificamos no enunciado, a periculosidade social
33 da ação deve ser ausente, e não mínima. Por essa razão,
Acerca dos princípios aplicáveis ao direito penal, a questão está incorreta.
assinale a alternativa correta.
Por fim, vale mencionar que também devem ser
(A) O direito penal possui, como uma de suas funções, a observados requisitos subjetivos para a aplicação do
proteção de bens jurídicos relevantes indispensáveis à princípio da insignificância, de modo que as
harmonia social. Nesse sentido, entende-se por bem características pessoais do indivíduo também
jurídico o ente, necessariamente, material, de titularidade recomendem a aplicação do princípio.
individual, reputado como essencial para o
desenvolvimento do homem em sociedade. Alternativa C – incorreta.
(B) A mínima periculosidade social da ação consiste em O princípio da bagatela imprópria não é amplamente
um dos requisitos objetivos necessários para a incidência aceito pela jurisprudência pátria, sendo objeto de
do princípio da insignificância. constantes divergências. O princípio da bagatela
(C) O princípio da bagatela imprópria, embora não imprópria, diferentemente do princípio da bagatela
previsto em Lei, foi introduzido ao ordenamento pela própria (insignificância), aplica-se a um fato penalmente
jurisprudência, hoje pacífica, quanto a sua aceitação, relevante, mas que, em virtude das circunstâncias
como causa supralegal de exclusão da punibilidade. envolvendo o fato e seu autor, a aplicação de pena torna-
(D) Por constituir afronta à função ressocializadora da se desnecessária. Há posições esparsas entre os juristas
pena, a reincidência impede, por si só, a aplicação do tendentes a aceitar a aplicação de tal princípio, de modo
princípio da insignificância. que este incidiria como causa excludente de punibilidade.
(E) A infração bagatelar é assim definida com base na Entretanto, conforme mencionamos no início desta
aplicação do princípio da insignificância, que se trata de explicação, prevalece pela inaplicabilidade do princípio
causa supralegal de exclusão da tipicidade material. da bagatela imprópria no ordenamento pátrio.

Gabarito: E Alternativa D – incorreta.


Prevalece na jurisprudência que a reincidência, por si só,
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: não impede a aplicação do princípio da insignificância.

Combatentes, a questão versa sobre os pontos 1.11 Vejamos julgados recentíssimos sobre o tema:
Princípios aplicáveis ao direito penal. 12 Súmulas,
jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores e É possível aplicar o princípio da insignificância para o
legislação relacionada com os temas. (Inseridos após furto de mercadorias avaliadas em R$ 29,15, mesmo que
retificação do edital). a subtração tenha ocorrido durante o período de repouso
noturno e mesmo que o agente seja reincidente. STF. 2ª
Alternativa A – incorreta. Turma. HC 181389 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 14/4/2020 (Info 973).

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É possível a aplicação do princípio da insignificância em Caveiras, a questão versa sobre os pontos 1.11
face de réu reincidente e realizado no período noturno. Princípios aplicáveis ao direito penal. 12 Súmulas,
Na espécie, trata-se de furto de R$ 4,15 em moedas, uma jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores e
garrafa pequena de refrigerante, duas garrafas de 600 ml legislação relacionada com os temas. (Inseridos após
de cerveja e uma de 1 litro de pinga, tudo avaliado em R$ retificação do edital).
29,15. STF. 2ª Turma. HC 181389/SP, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 14/04/2020 (Info 973)
Alternativa A – incorreta.
A reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa De fato, atualmente STJ e STF convergem no sentido de
reconheça a insignificância penal da conduta, à luz dos admitir a aplicação do princípio da insignificância aos
elementos do caso concreto. STF. 1ª Turma. HC crimes tributários que não ultrapassem o limite de R$
135164/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. 20.000,00 (vinte mil reais). Entretanto, esse
Alexandre de Moraes. Julgado em 23/4/2019 (Info 938). posicionamento das Cortes Superiores diz respeito
SOMENTE AOS CRIMES TRIBUTÁRIOS FEDERAIS,
Alternativa E – correta. não se aplicando aos crimes relacionados a tributos
Infração bagatelar, ou crime de bagatela, é aquele sobre estaduais e municipais.
a qual houve incidência do princípio da insignificância.
Esse princípio, por sua vez, foi desenvolvido por Claus Qual é o valor máximo considerado insignificante no caso
Roxin e, embora não encontre previsão expressa na de crimes tributários e descaminho? 20 mil reais (tanto
legislação pátria, é pacificamente admitido no âmbito dos para o STF como para o STJ) Incide o princípio da
Tribunais Superiores. insignificância aos crimes tributários federais e de
descaminho quando o débito tributário verificado não
Como consta na alternativa, o princípio da insignificância ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a
retira do delito sua tipicidade material, de modo que, teor do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002, com as
ainda que haja a subsunção do fato praticado à norma atualizações efetivadas pelas Portarias n. 75 e 130,
penal (tipicidade formal), não haverá a prática de crime ambas do Ministério da Fazenda. STJ. 3ª Seção. REsp
caso a lesão causada pela conduta seja insignificante, 1688878- SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado
pois faltará assim um dos requisitos para a formação da em 28/02/2018 (recurso repetitivo). STF. 1ª Turma. HC
tipicidade. 137595 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
07/05/2018. STF. 2ª Turma. HC 155347/PR, Rel. Min.
34 Dias Tóffoli, julgado em 17/4/2018 (Info 898).
Concernente aos princípios aplicáveis ao direito
penal assinale a alternativa correta. Alternativa B – correta.
Trata-se de entendimento sumulado do STJ, nos
(A) Conforme a jurisprudência recente do STJ, que se seguintes termos:
aproximou da já pacificada jurisprudência do STF sobre
o tema, há incidência do princípio da insignificância aos Súmula 606-STJ: Não se aplica o princípio da
crimes tributários federais, estaduais e municipais insignificância a casos de transmissão clandestina de
quando o débito tributário verificado não ultrapassar o sinal de internet via radiofrequência, que caracteriza o
limite de R$ 20.000,00. fato típico previsto no art. 183 da Lei n. 9.472/1997.
(B) De acordo com a jurisprudência sumulada do STJ, STJ. 3ª Seção. Aprovada em 11/04/2018, DJe
não se aplica o princípio da insignificância a casos de 17/04/2018.
transmissão clandestina de sinal de internet via
radiofrequência. Alternativa C – incorreta.
(C) Em razão das frequentes discussões midiáticas As Cortes superiores têm decidido pela POSSIBILIDADE
acerca da temática ambiental, as Cortes Superiores de aplicação do princípio da insignificância aos crimes
firmaram entendimento no sentido de que não se admite ambientais. Nesse sentido, vejamos:
a aplicação do princípio da insignificância aos crimes
ambientais. É possível a aplicação do princípio da insignificância aos
(D) Com base no princípio da adequação social, crimes ambientais, devendo ser analisadas as
condutas que, embora tipificadas, sejam amplamente circunstâncias específicas do caso concreto para se
aceitas e difundidas pela sociedade, não configuram verificar a atipicidade da conduta em exame.
crime. Nesse sentido, decidiram as Cortes Superiores STJ. 5ª Turma. AgRg no Arfsp 654.321/SC, Rel. Min
pela impossibilidade de criminalização da conduta de Reynaldo Soares da Fonseca. Julgado em 09/06/2015.
vender CDs e DVDs falsificados.
(E) O fundamento para que o ordenamento jurídico não No entanto, há decisão no sentido de não admitir a
puna a autolesão está no princípio da ofensividade ou aplicação do princípio da insignificância ao crime de
lesividade. pesca em período ou localidade proibida: O princípio da
bagatela não se aplica ao crime previsto no art. 34, caput
Gabarito: B c/c parágrafo único, II, da Lei 9.605/98 (...)
STF. 1ª Turma. HC 122560/SC, Rel. Min. Marco Aurélio,
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: julgado em 8/5/2018 (Info 891).

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lei penal. 1.6 Contagem de prazo. 1.7 Interpretação da lei


Alternativa D – incorreta. penal. 1.8 Analogia. 1.9 Irretroatividade da lei penal.
A definição acerca do princípio da adequação social,
trazida ao início da alternativa, está correta. Tal princípio Alternativa A – correta.
funciona como causa supralegal de exclusão da Conforme prevê o parágrafo único do art. 2º do CP: “A lei
tipicidade material, assim como o princípio da posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
insignificância. No entanto, a definição do princípio, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
nesse caso, serviu apenas para maquiar a informação sentença condenatória transitada em julgado. ”
incorreta em sequência, dissonante de entendimento Lembrando que tal previsão encontra respaldo
sumulado do STJ: constitucional no art. 5º, XL, CFRB/88: “a lei penal não
retroagirá, salvo para beneficiar o réu. ”
“Súmula nº 502, STJ: Presentes a materialidade e a
autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no Tal instituto trata da extra-atividade da lei penal mais
artigo 184, parágrafo 2º, do Código Penal, a conduta de benéfica ao réu, sendo a lei nova mais benéfica também
expor à venda CDs e DVDs piratas. ” chamada de novatio legis in mellius ou lex mitior. Este
instituto permite tanto a RETROATIVIDADE quanto a
Alternativa E – incorreta. ULTRA-ATIVIDADE de uma nova lei como verdadeira
O princípio que fundamenta a não punição à autolesão é exceção à regra do tempus regit actum, vejamos:
o princípio da ALTERIDADE, que preceitua não haver
crime na conduta que prejudique somente quem a Em regra, os fatos praticados na vigência de uma lei
praticou. Tal princípio foi elaborado pelo notável jurista devem ser por ela regidos (tempus regit actum). Como
Claus Roxin. exceção à regra, é prevista a extra-atividade da lei penal
mais benéfica (CF, art. 5º, XL, e CP, art. 2º),
A princípio da ofensividade ou lesividade, por sua vez, possibilitando a sua retroatividade (aplicação da lei penal
preceitua que o fato praticado represente lesão ou perigo a fato ocorrido antes de sua vigência) ou a sua ultra-
de lesão ao bem jurídico tutelado, de modo que, por atividade (aplicação da lei após a sua revogação, mas a
exemplo, não se admite a punição de atitudes internas fato ocorrido durante a sua vigência), desde que ainda
como as ideias, convicções, e desejos dos homens. não esgotadas as consequências jurídicas do fato
(AZEVEDO, SALIM, 2020, P. 112-113).
35
Acerca da aplicação da lei penal, assinale a Ressalta-se que a lei processual penal possui distinto
alternativa correta. regimento, aplicando-se de imediato sem exceções
referentes à gravidade, como por exemplo uma lei que
(A) Na sucessão de leis penais no tempo, é aplicável diminuísse o prazo para interpor apelação de 5 para 3
aquela mais favorável ao réu, seja ela contemporânea ao dias seria aplicada a processo iniciado antes da
crime, seja aquela em vigor na data da prolação da alteração, visto ser puramente processual, enquanto uma
sentença. lei penal não seria aplicável devido a irretroatividade da
(B) Pelo princípio da extraterritorialidade, aplica-se a lei lei penal maléfica.
penal brasileira aos fatos puníveis praticados no território
nacional, quando o agente for estrangeiro. “Caveiras, mas se a nova lei possuir conteúdo híbrido? ”
(C) Não se consideram extensão do território nacional Norma híbrida é o nome dado a lei que possui conteúdo
aeronaves privadas a serviço do governo brasileiro em penal e processual, devendo prevalecer a parte penal da
espaço aéreo correspondente a outro país. dita lei, em verdadeiro prestígio ao princípio do favor rei
(D) Lei posterior que deixe de considerar crime ou in dubio pro reo, portanto retroagindo se mais benéfica
determinado fato faz cessarem tanto os efeitos penais ou não retroagindo se maléfica.
quanto os efeitos cíveis de eventual sentença
condenatória. Alternativa B – incorreta.
(E) Aplica-se a lei brasileira ao crime de homicídio A extraterritorialidade é exatamente o oposto, seria a
cometido na Argentina contra o Presidente da República aplicação da lei penal brasileira aos fatos praticados EM
do Brasil. Trata-se de hipótese de extraterritorialidade TERRITÓRIO ESTRANGEIRO. A aplicação da própria lei
incondicionada, dada a incidência do princípio da brasileira a fatos praticados sob a jurisdição brasileira é o
representação. próprio princípio da territorialidade (a regra) e não a
extraterritorialidade (exceção trazida pelo art. 7º do CP).
Gabarito: A
Alternativa C – incorreta.
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: Vejamos literalidade do Art. 5º, § 1º - Para os efeitos
penais, consideram-se como extensão do território
Guerreiros(as), a questão aborda o ponto 1 Aplicação da nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de
lei penal. 1.1 Princípios da legalidade e da anterioridade. natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde
1.2 Lei penal no tempo e no espaço. 1.3 Tempo e lugar quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as
do crime. 1.4 Lei penal excepcional, especial e embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
temporária. 1.5 Territorialidade e extraterritorialidade da privada, que se achem, respectivamente, no espaço
aéreo correspondente ou em alto-mar.

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a própria tipicidade do comportamento, e não a


Alternativa D – incorreta. culpabilidade.
Tendo em vista que os efeitos cíveis não são cessados.
Há os efeitos penais primários e secundários, aqueles Alternativa B – incorreta.
referentes à sanção penal imediata e estes referentes às Há inversão de informações na alternativa. Isso porque,
consequências posteriores ao ato condenatório, como a nos termos do art. 20, § 3º, do Código Penal, “o erro
conhecida reincidência. quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não
isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as
Ocorre que, ambos os efeitos penais são removidos pela condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa
lei que não mais considera o fato como criminoso, contra quem o agente queria praticar o crime”. Dessa
entretanto, os efeitos civis/secundários de natureza forma, não se consideram as condições e qualidades da
extrapenal, como a obrigação de indenizar pelo dano “vítima real”, mas sim da “vítima desejada”.
causado, permanecem.
Alternativa C – correta.
Obs.: Súmula 631 do STJ: O indulto extingue os efeitos Entendimento já consolidado pelos tribunais superiores:
primários da condenação (pretensão executória), mas O arrependimento posterior (art. 16 do CP), por possuir
não atinge os efeitos secundários, penais ou extrapenais. natureza objetiva, deve ser estendido aos corréus. O
benefício do arrependimento posterior comunica-se aos
Alternativa E – incorreta. coautores e participes que não tenham participado da
O princípio da representação é aplicável às embarcações restituição da coisa ou da reparação do dano. Assim, uma
aeronaves, no caso da extraterritorialidade vez reparado o dano integralmente por um dos autores
incondicionada se fala em princípio da defesa, proteção do delito, a causa de diminuição de pena do
ou defesa real. arrependimento posterior, prevista no art. 16 do CP,
estende-se aos demais coautores. STJ. 6ª Turma. REsp
36 1.187.976-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado
Concernente à teoria do erro, assinale a alternativa em 07/11/2013.
correta.
Alternativa D – incorreta.
(A) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de Na verdade, são chamados de ponte de ouro do direito
crime exclui a culpabilidade. penal a desistência voluntária e o arrependimento eficaz.
(B) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é
praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste Vejamos:
caso, as condições ou qualidades da pessoa contra
quem o agente queria praticar o crime, senão as da Desistência voluntária: O agente inicia os atos
vítima. executórios, mas por vontade própria, interrompe este
(C) O arrependimento posterior é circunstância de caráter processo, abandonando a prática dos demais atos
objetivo, comunicável aos demais concorrentes do crime. necessários e que estavam à sua disposição para a
(D) A desistência voluntária e o arrependimento posterior consumação. Em regra, conduta negativa.
são chamados também de "ponte de ouro” do direito
penal, pela oportunidade que o agente tem de "corrigir o Arrependimento eficaz ou resipiscência: Depois de já
seu percurso". praticados todos os atos executórios suficientes à
(E) O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir consumação do crime, o agente adota providências aptas
na execução ou impede que o resultado se produza só a impedir a produção do resultado. Sendo assim, é
responde pelos atos já praticados, ocorrendo assim a cabível somente em crimes materiais. Em regra, conduta
hipótese de arrependimento posterior. positiva.

Gabarito: C Características da desistência voluntária e do


arrependimento eficaz:
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
• Os motivos que levaram o agente a optar pela
Caveiras, a questão aborda os pontos 3.7 Erro de tipo e desistência voluntária ou arrependimento eficaz são
erro de proibição. 3.8 Desistência voluntária, irrelevantes.
arrependimento eficaz, arrependimento posterior e • Incompatíveis com os crimes culposos.
crime impossível. (Incluídos após retificação do • Incompatíveis com crimes formais e crimes de mera
edital). conduta! Isso porque, se o crime é formal ou de mera
conduta, a simples realização da conduta já implica na
Alternativa A – incorreta. automática consumação do delito, de modo a não
O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime cumprir a elementar “impede que o resultado se
exclui o dolo, nos termos do art. 20, caput, do Código produza”.
Penal, permitindo a punição por crime culposo, se
previsto em lei. Trata-se do erro de tipo, que, caso exclua Quais as consequências da desistência voluntária e do
o dolo e a culpa (erro invencível ou escusável), afastará arrependimento eficaz? R.: O agente NÃO responde pela
forma tentada do crime inicialmente desejado, mas

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apenas pelos atos já praticados. Em outras palavras: a 38


desistência voluntária e arrependimento eficaz Consoante os crimes contra a pessoa, assinale a
ELIMINAM a tentativa. alternativa correta.

Por isso, são chamados de "ponte de ouro" - pela (A) No delito de homicídio a idade da vítima (tenra ou
oportunidade que o agente tem de "corrigir o seu avançada), por si só, caracteriza a qualificadora do
percurso", voltando à esfera da licitude. recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
(B) O homicídio praticado contra agentes de polícia do
Alternativa E – incorreta. Congresso Nacional atrai a qualificadora do art. 121, §2,
Diverso ao previsto na norma de regência. VII.
(C) Não é possível que o agente seja condenado pelas
Conforme prevê o Art. 15 – Desistência voluntária e qualificadoras do motivo torpe e pelo feminicídio de forma
arrependimento eficaz “O agente que, voluntariamente, simultânea, sem que isso caracterize bis in idem.
desiste de prosseguir na execução ou impede que o (D) Com relação ao delito de homicídio, é correto afirmar
resultado se produza, só responde pelos atos já que tanto a doutrina como a jurisprudência são pacíficas
praticados. ” no sentido de que, a falta de motivo não caracteriza a
qualificadora do motivo fútil.
37 (E) Matar o namorado (a) por motivos de ciúmes, por si
Consoante à classificação dos crimes, assinale a só, torna o homicídio qualificado por motivo torpe.
alternativa correta.
Gabarito: D
(A) Existem crimes sem resultado naturalístico ou
jurídico. COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
(B) É prescindível a ocorrência do resultado naturalístico
nos crimes materiais. Combatentes, a questão aborda o ponto 6 Crimes contra
(C) Caso o resultado não ocorra para consumar um crime a pessoa.
formal, poderá responder pela forma tentada.
(D) Nos crimes de mera conduta o resultado previsto Alternativa A – incorreta.
deve ser genérico. A idade da vítima por si só (tenra por ex. criança ou
(E) É necessária a ocorrência do resultado naturalístico avançada por ex. idosa) não caracteriza tal qualificadora,
nos crimes formais. porquanto constitui característica da vítima e não recurso
utilizado pelo agente. Nesse sentido, Rogério Sanches.
Gabarito: C
ATENÇÃO! Cuidado para não confundir essa assertiva
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: acima com a seguinte decisão do STJ: “A tenra idade da
vítima é fundamento idôneo para a majoração da pena-
Combatentes, a questão aborda o ponto 2.1 base do crime de homicídio pela valoração negativa das
Classificação dos crimes. (Incluído após retificação consequências do crime” (Info 679 STJ).
do edital).
Observação: Sendo assim, temos o seguinte cenário, a
tenra idade da vítima por si só, não caracteriza a
Alternativa A – incorreta. qualificadora “recurso que impossibilitou a defesa da
Resultado jurídico é a lesão ao bem jurídico tutelado pela vítima no delito de homicídio”. No entanto, poderá ser
norma penal, sendo assim ele sempre estará presente. utilizada como fundamento idôneo para a majoração da
pena-base do crime de homicídio pela valoração negativa
Alternativa B – incorreta. das consequências do crime.
Nos crimes materiais se exige o resultado naturalístico.
Alternativa B – incorreta.
Alternativa C – correta. A alternativa está equívoca por uma razão muito simples,
Mesmo que o resultado não ocorra para concretizar a qual seja o art. 144 da CF, que como se sabe possui um
consumação, os atos praticados até então podem ser rol taxativo, não lista os policiais do Congresso Nacional
punidos na forma tentada. Lembre-se que o crime formal como os agentes de segurança, por isso, o homicídio
não exige a produção do resultado para a sua praticado contra agentes de polícia do Congresso
consumação, ainda que seja possível que ele ocorra. Nacional, não atrai a qualificadora do art. 121, §2, VII.
Nesse sentido corrobora o professor Rogério Sanches:
Alternativa D – incorreta. “A CF, em seus art. 51, IV e 52, XIII, estabelece competir
Nos crimes de mera conduta não há previsão de privativamente a CD e ao SF dispor sobre sua polícia.
resultado, a mera conduta do agente já consuma o crime. Com base nessas disposições, A Câmara dos Deputados
e o Senado Federal regulamentaram, por meio das
Alternativa E – incorreta. Resoluções n. 18/03 e 59/02, suas respectivas polícias,
Nos crimes formais o resultado naturalístico pode ou não que, portanto, não estão disciplinadas no art. 144 da
acontecer, não sendo assim imprescindível. Constituição. Sua abrangência pela qualificadora
caracterizaria analogia in malam partem”.

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Alternativa C – incorreta. Consoante à teoria do erro assinale a alternativa
De acordo com o STJ, não caracteriza bis in idem o correta.
reconhecimento das qualificadoras de motivo torpe e de
feminicídio no crime de homicídio praticado contra mulher (A) O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre
em situação de violência doméstica e familiar. Então, o a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena, e, se
agente pode ser condenado pelas duas qualificadoras. evitável, poderá diminui-la de um terço a dois terços.
(B) O agente, quando em Erro de Proibição, equivoca-se
Não caracteriza bis in idem o reconhecimento das quanto às circunstâncias fáticas da conduta delituosa.
qualificadoras de motivo torpe e de feminicídio no crime Nesse sentido, em linguagem popular pode-se dizer que
de homicídio praticado contra mulher em situação de o agente em Erro de proibição “não sabe o que faz”.
violência doméstica e familiar. Isso se dá porque o (C) O Erro de Proibição invencível recai sobre o segundo
feminicídio é uma qualificadora de ordem OBJETIVA - vai substrato do conceito analítico de crime, haja vista,
incidir sempre que o crime estiver atrelado à violência nesses casos, estar ausente a potencial consciência da
doméstica e familiar propriamente dita, enquanto que a ilicitude do fato.
torpeza é de cunho subjetivo, ou seja, continuará adstrita (D) O ordenamento jurídico pátrio adota a teoria limitada
aos motivos (razões) que levaram um indivíduo a praticar da culpabilidade, pela qual todas as espécies de
o delito. STJ. 6ª Turma. HC 433898-RS, Rel. Min. Nefi descriminantes putativas são consideradas Erro de
Cordeiro, julgado em 24/04/2018 (Info 625). Não há Proibição Indireto.
dúvidas acerca da natureza subjetiva da qualificadora do (E) Fazendeiro que, para defender sua propriedade, mata
motivo torpe, ao passo que a natureza do feminicídio, por posseiro que a invade, pensando estar nos limites de seu
se ligar à condição especial da vítima, é objetiva, não direito, atua em erro de proibição indireto.
havendo, assim, qualquer óbice à sua imputação
simultânea. É inviável o afastamento da qualificadora do Gabarito: E
feminicídio mediante a análise de aspectos subjetivos da
motivação do crime, dada a natureza objetiva da referida COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
qualificadora, ligada à condição de sexo feminino. STJ.
5ª Turma. REsp 1739704/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, Caveiras, a questão aborda os pontos 3.7 Erro de tipo e
julgado em 18/09/2018. erro de proibição. 3.8 Desistência voluntária,
arrependimento eficaz, arrependimento posterior e
Alternativa D – correta. crime impossível. 12 Súmulas, jurisprudência
Falta de motivo para o crime, não se confunde com dominante dos Tribunais Superiores e legislação
motivo fútil. Assim tem se posicionado a doutrina (Cezar relacionada com os temas. (Incluídos após
Roberto Bittencourt) e a Jurisprudência do STJ, como no retificação do edital).
precedente a seguir: REsp. 769651 SP 2005/0124029-6,
Rel. Laurita Vaz, Quinta Turma.
Alternativa A – incorreta.
A ausência de motivo significa motivo fútil, ensejando a A alternativa aborda a letra da Lei referente ao erro de
qualificadora do motivo fútil? proibição, com um pequeno erro em relação ao quantum
Prevalece que a ausência de motivo não qualifica o diminuído. O correto seria um sexto a um terço.
homicídio, por constituir-se em analogia in malam
partem, vedada pelo Ordenamento Jurídico Brasileiro. A Vejamos a Lei:
ausência de motivo não deve ser equiparada ao motivo Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro
fútil, pois todo crime tem sua motivação. Na linha da sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena;
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: Na se evitável, poderá diminui-la de um sexto a um terço.
hipótese em apreço, a incidência da qualificadora Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o
prevista no art. 121, § 2º, inciso II, do Código Penal, é agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do
manifestamente descabida, porquanto motivo fútil não se fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou
confunde com ausência de motivos, de tal sorte que se o atingir essa consciência.
crime for praticado sem nenhuma razão, o agente
somente poderá ser denunciado por homicídio simples. Alternativa B – incorreta.
Na realidade, o agente em erro de proibição conhece
Alternativa E – incorreta. perfeitamente as circunstâncias fáticas da ocasião, no
A alternativa está equivocada, pois, conforme a entanto, pensa que tal conduta não é proibida. Em outras
jurisprudência do STJ, o sentimento de ciúme pode tanto palavras, o agente em erro de proibição sabe o que faz,
inserir-se na qualificadora do inciso I (motivo torpe) ou II mas não sabe que não poderia fazê-lo. Sendo assim o
(motivo fútil) do parágrafo 2º, ou mesmo no privilégio do agente se equivoca quando ao conteúdo de uma norma
parágrafo primeiro, ambos do art. 121 do CP, posto que, proibitiva.
a análise deve ser feita concretamente pelo Tribunal do
Júri, caso a caso. Sendo assim, o ciúme, sem outras Alternativa C – incorreta.
circunstâncias, não caracteriza motivo torpe (STJ, AgRg Na realidade, o Erro de Proibição está relacionado a
no REsp 1457054/PR, DJe 29/06/2016). potencial consciência da ilicitude do fato, que é um
dos elementos da culpabilidade. A culpabilidade, por

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sua vez, é o terceiro substrato do crime (Fato típico,


ilícito e culpável). Nesse sentido, o erro de proibição
invencível isenta o agente de pena em decorrência da Alternativa A – incorreta.
exclusão da culpabilidade, e não da ilicitude, conforme Conforme o entendimento do STJ no REsp 1860791 (Info
aponta a alternativa. 685) o crime do art. 345 do Código Penal é um crime
contra a administração da justiça e pune a conduta de
Alternativa D – incorreta. “fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer
O ordenamento pátrio adota, de fato, a teoria limitada da pretensão”. O tipo penal afirma que o sujeito age “para
culpabilidade, entretanto, essa teoria preconiza que satisfazer”. Logo, conclui-se ser suficiente, para a
apenas os erros relativos à existência e aos limites de consumação do delito, que os atos que buscaram fazer
uma causa de exclusão de ilicitude é que serão tratados justiça com as próprias mãos tenham visado obter a
como Erro de Proibição Indireto. O Erro relativo aos pretensão, mas não é necessário que o agente tenha
pressupostos fáticos de uma causa de exclusão de conseguido efetivamente satisfazê-la, por meio da
ilicitude será tratado como Erro de Tipo Permissivo, conduta arbitrária. A satisfação, se ocorrer, constitui mero
havendo exclusão de dolo e culpa quando invencível, e exaurimento da conduta. O crime está consumado
punição a título de culpa quando vencível. mesmo o agente não tendo conseguido o resultado
pretendido. Vejamos:
Alternativa E – correta.
Nesse caso, o agente tem plena consciência das “Exercício arbitrário das próprias razões
circunstâncias fáticas, ou seja, sabe o que está fazendo.
No entanto, por erro em relação à proibição do fato, Art. 345, CP. Fazer justiça pelas próprias mãos, para
supõe estar acobertado por uma excludente de ilicitude. satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei
Mais precisamente, nesse caso, o Fazendeiro erra em o permite. ”
relação à existência de uma causa de exclusão da
ilicitude, o que, segundo a teoria limitada da Alternativa B – correta.
culpabilidade, traduz-se em erro de proibição indireto. Segundo entendimento do STJ no HC 541.447-SP (Info
709), a tipificação do art. 317 do Código Penal exige a
40 comprovação de recebimento de vantagem indevida pelo
Com base na legislação e entendimentos dos médico, o que não se configura quando há mero
Tribunais Superiores, em relação aos crimes contra a ressarcimento ou reembolso de despesas. O uso do
Administração Pública, assinale a alternativa aparelho de videolaparoscopia acarreta custos de
incorreta. manutenção e reposição de peças, não sendo razoável
obrigar que o médico suporte tais gastos. Para tipificação
(A) O crime de exercício arbitrário das próprias razões da corrupção passiva deve ser demonstrada a solicitação
consuma-se quando o agente consegue satisfazer a sua ou recebimento de vantagem indevida pelo agente
pretensão com o emprego do meio arbitrário. público, não configurada quando há mero ressarcimento
(B) Não comete crime de corrupção passiva o médico do ou reembolso de despesa. Vejamos:
SUS que cobra do paciente um valor pelo fato de utilizar,
na cirurgia, a sua máquina particular de “Corrupção passiva
videolaparoscopia, a qual não é oferecida na rede
pública. Art. 317, CP. Solicitar ou receber, para si ou para outrem,
(C) O indivíduo que não atende a ordem dada pelo oficial direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou
de justiça na ocasião do cumprimento de mandado de antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
entrega de veículo comete ato atentatório a dignidade da indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. ”
justiça e também incide em crime de desobediência.
(D) A conduta de ingressar em estabelecimento prisional Alternativa C – correta.
com chip de celular não configura o crime de Conforme entendimento do STF no HC 169417/SP (Info
favorecimento real. 975) comete crime de desobediência (art. 330 do CP) o
(E) O crime de corrupção passiva consuma-se ainda que indivíduo que não atende a ordem dada pelo oficial de
a vantagem indevida esteja relacionada com atos que justiça na ocasião do cumprimento de mandado de
formalmente não se inserem nas atribuições do entrega de veículo, expedido no juízo cível. A conduta do
funcionário público. indivíduo, depositário do bem, que se recusa a entregar
o veículo ou a indicar sua localização configura também
Gabarito: A ato atentatório à dignidade da justiça havendo a previsão
de multa processual no CPC. Ocorre que a Lei afirma
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: expressamente que a aplicação da multa ocorre sem
prejuízo de responsabilização na esfera penal. Vejamos:
Futuros e Futuras Policiais Civis do Estado de Goiás, a
questão versa sobre os pontos 10 Crimes contra a “Desobediência
administração pública. 12 Súmulas, jurisprudência
dominante dos Tribunais Superiores e legislação Art. 330, CP. Desobedecer a ordem legal de funcionário
relacionada com os temas. (Incluído após retificação público. ”
do edital).

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Alternativa D – correta. crime de satisfação de lascívia mediante presença de


Segundo o STJ no HC 619776/DF (Info 693) a conduta criança ou adolescente.
de ingressar em estabelecimento prisional com chip de
celular não se subsome ao tipo penal previsto no art. 349- Alternativa C – incorreta.
A do Código Penal. Vejamos: Essa causa de aumento refere-se ao crime de divulgação
de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de
“Favorecimento real pornografia, conforme art. 218-C, §1º, do CP.

Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co- Alternativa D – incorreta.
autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar Aquele que prática ato libidinoso com menor de quatorze
seguro o proveito do crime. (...) anos incorrerá no crime de estupro de vulnerável, é
irrelevante a relação amorosa prévia. É o que se extrai
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou do art. 217-A, §5º, do CP.
facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação
móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em Alternativa E – correta.
estabelecimento prisional. ” Conforme art. 217-A, do CP, prática estupro de
vulnerável aquele que tem conjunção carnal ou prática
Alternativa E – correta. ato libidinoso com alguém que por qualquer causa não
Conforme decisão do STJ no REsp 1745410-SP (Info pode oferecer resistência.
635) o crime de corrupção passiva consuma-se ainda
que a solicitação ou recebimento de vantagem indevida, 42
ou a aceitação da promessa de tal vantagem, esteja Acerca dos crimes contra a fé pública, assinale a
relacionada com atos que formalmente não se inserem alternativa correta.
nas atribuições do funcionário público, mas que, em
razão da função pública, materialmente implicam alguma (A) Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para
forma de facilitação da prática da conduta almejada. obter vantagem configura crime de estelionato, apenado
com reclusão.
41 (B) O crime de fraude em certames de interesse público
No tocante aos crimes contra a dignidade sexual, configura-se pela divulgação de conteúdo de certame,
assinale a opção correta. ainda que não sigiloso.
(C) A conduta de ceder o documento de identidade a
(A) Pratica estupro de vulnerável aquele que induz menor terceiro, para que dele se utilize, é penalmente atípica,
de quatorze anos a satisfazer lascívia de outrem. sendo crime apenas o uso, como próprio, de documento
(B) Aquele que prática na presença de menor de quatorze alheio.
anos ato libidinoso para satisfazer lascívia própria, (D) O crime de supressão de documento consiste em
responderá por corrupção de menores. destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de
(C) O crime de estupro terá a pena aumentada de 1/3 a outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou
2/3, se o crime é praticado por agente que mantém ou particular verdadeiro, de que não podia dispor.
tenha mantido relação intima de afeto com a vítima ou (E) Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal
com o fim de vingança ou humilhação. empregado pelo poder público no contraste de metal
(D) Incorre no crime de estupro aquele que prática ato precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca
libidinoso com menor de 14 anos, desde que não tenha ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem constitui
relação amorosa prévia. crime apenado com detenção.
(E) Aquele que prática ato libidinoso com adulto de 23
anos poderá responder por estupro de vulnerável se a Gabarito: D
vítima embriagada não pode oferecer resistência.
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
Gabarito: E
Combatentes, a questão versa sobre o ponto 9 Crimes
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: contra a fé pública.

Caveiras, a questão versa sobre o ponto 8 Crimes contra Alternativa A – incorreta.


a dignidade sexual. Conforme prevê o Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a
terceiro falsa identidade para obter vantagem, em
Alternativa A – incorreta. proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
À luz do art. 218, do CP, aquele que induz menor de Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se
quatorze anos a satisfazer lascívia de outrem prática o o fato não constitui elemento de crime mais grave.
crime de corrupção de menores.
Alternativa B – incorreta.
Alternativa B – incorreta. Conforme prevê o Art. 311-A. Utilizar ou divulgar,
De acordo com o art. 218-A, do CP, aquele que prática indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem,
ato libidinoso na presença de criança ou adolescente ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo
com o fim de satisfazer lascívia própria, responderá pelo sigiloso de: (...).

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- Sistema do Cúmulo Material: Há individualização da


Alternativa C – incorreta. pena para cada uma das condutas, somando-as todas ao
Conforme prevê o Art. 308 - Usar, como próprio, final. Ou seja, a assertiva trata do CÚMULO MATERIAL,
passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou e não do sistema da exasperação.
qualquer documento de identidade alheia ou ceder a
outrem, para que dele se utilize, documento dessa Onde se aplica o sistema do cúmulo material?
natureza, próprio ou de terceiro. - Concurso material (art. 69 do CP);
- Concurso formal impróprio (Art. 70, caput, 2ª parte do
Alternativa D – correta. CP); e
Nos exatos termos do Código Penal Brasileiro, que - Concurso das penas de multa – concurso material e
assevera: formal (Art.72 do CP).

“Supressão de documento - Art. 305 - Destruir, suprimir - Sistema da Exasperação: O magistrado, nesses
ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em casos, aplica a mais grave entre as penas cominadas
prejuízo alheio, documento público ou particular para os crimes praticados pelo agente. Posteriormente,
verdadeiro, de que não podia dispor. ” há aumento dessa pena no quantum anunciado pela
Legislação.
Alternativa E – incorreta.
Conforme prevê o Art. 306 Falsificar, fabricando-o ou Onde se aplica o sistema da Exasperação?
alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder - Concurso formal próprio (art. 70, caput, 1ª parte, CP); e
público no contraste de metal precioso ou na fiscalização - Continuidade delitiva (art. 71, CP); e
alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, - Concurso das penas de multa - crime continuado
falsificado por outrem: (conforme jurisprudência do STJ).
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Alternativa B – correta.
43 O Concurso material, conforme a doutrina, divide-se em
Acerca do concurso de crimes, assinale a alternativa homogêneo e heterogêneo.
correta.
Concurso material homogêneo: Os crimes praticados
(A) Chama-se de sistema da exasperação aquele no qual são de mesma espécie (fazem parte do mesmo tipo
o juiz primeiramente individualiza a pena de cada um dos penal e tutelam o mesmo bem jurídico).
crimes praticados, somando-as posteriormente.
(B) Em ocasião em que o agente estupra, e, Sobre o concurso material homogêneo, descreve André
posteriormente, rouba a vítima, estaremos diante de Estefam (2020), há concurso material homogêneo
concurso material heterogêneo. “quando os crimes cometidos forem idênticos (dois
(C) Quando o agente, mediante mais de uma ação ou roubos, dois estupros etc.). Para o reconhecimento desta
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, modalidade de concurso material, em que as infrações
aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se penais são da mesma espécie, é preciso que sejam
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em diversas as circunstâncias de tempo, local ou modo de
qualquer caso, de um sexto até metade. execução, pois, caso contrário, a hipótese seria de crime
(D) Configura concurso formal próprio quando o agente, continuado. Haverá, portanto, concurso material, se os
mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais dois roubos foram cometidos em datas distantes um do
crimes, idênticos ou não, sem a intenção de praticar outro, ou em cidades diferentes, ou, ainda, se foram
ambos os crimes. A esses casos, aplica-se a mais grave cometidos por modos de execução distintos”.
das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas,
mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois Concurso material heterogêneo: Os crimes praticados
terços. não são de mesma espécie, como ocorre na alternativa:
(E) Aos crimes em concurso formal próprio aplicar-se-á a o crime de estupro e o crime de roubo estão em tipos
pena pelo sistema da exasperação, em qualquer penais distintos e tutelam bens jurídicos distintos.
hipótese.
Conforme leciona Rogério Sanches (pág. 625), o
Gabarito: B concurso material heterogêneo acontece quando os
crimes são de espécies distintas (ex.: estupro e roubo).
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: Na aplicação da pena, o juiz seguirá o sistema do cúmulo
material.
Guerreiros(as), a questão aborda o ponto 3.2 Concurso
de crimes. Alternativa C – incorreta.
A alternativa traz o conceito de concurso material, mas
Alternativa A – incorreta. a segunda parte da assertiva traz o sistema da
O Código Penal prevê dois principais sistemas de exasperação (aplicável aos casos de concurso formal).
aplicação da pena para o concurso de crimes: Vejamos como prevê o Código Penal:

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Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação Noções de Direito Processual Penal
ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou
não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas 44
de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação Acerca do acordo de não persecução penal assinale
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa- a alternativa correta.
se primeiro aquela.”
(A) Se o agente tiver sido beneficiado nos 5 anos
Ou seja, aos casos de concurso material (Art. 69 do CP), anteriores ao cometimento da infração com uma
aplica-se o sistema do cúmulo material. transação penal, tal agente não poderá realizar o acordo
de não persecução penal.
Alternativa D – incorreta. (B) Será permitida a proposta de não persecução penal
O erro da alternativa é mencionar que o quantum de no crime de lesão corporal qualificada pela violência
aumento da pena é de um sexto a dois terços, em doméstica (art. 129, § 9º, CP).
verdade, é de 1/6 até metade (vide art. 70, CP). (C) Não sendo caso de arquivamento e tendo o
investigado confessado formal e circunstancialmente a
A alternativa traz o conceito de concurso formal próprio prática de infração penal sem violência ou grave ameaça
trazido pelo próprio Código Penal, mas se utiliza de outro e com pena máxima de 4 (quatro) anos, pode o Ministério
vocabulário. Público propor acordo de não persecução penal.
(D) Será aplicável o acordo de não persecução penal na
Como sabemos, no concurso formal próprio, o agente hipótese de o investigado ser reincidente ou se houver
pratica uma só conduta e atinge mais de um resultado elementos probatórios que indiquem conduta criminal
criminoso, no entanto, os resultados múltiplos não eram habitual, reiterada ou profissional, com exceção da
desejados pelo agente, pois, se fossem, estaríamos hipótese das infrações penais pretéritas serem
diante de um concurso formal impróprio. consideradas insignificantes.
(E) Não sendo caso de arquivamento e tendo o
Vejamos como dispõe o Código Penal: investigado confessado formal e circunstancialmente a
prática de infração penal sem violência ou grave ameaça
“Art. 70 - quando o agente, mediante uma só ação ou e com pena mínima inferior a 6 (seis) anos, o Ministério
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, Público poderá propor acordo de não persecução penal,
aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se desde que necessário e suficiente para reprovação e
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em prevenção do crime observados os requisitos legais
qualquer caso, de um sexto até metade (concurso formal exigidos.
próprio). As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os Gabarito: A
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos,
consoante o disposto no artigo anterior (concurso formal COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
impróprio).”
Caveiras, a questão aborda o ponto 1.4 Acordo de não
Alternativa E – incorreta. persecução penal. (Inserido após a retificação do
O Código Penal prevê a figura do concurso material edital).
benéfico, no Parágrafo Único do Art. 70. Vejamos:
Alternativa A – correta.
“Concurso formal Nos exatos termos do Código de Processo Penal, que
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou assevera:
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não,
aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se “Art. 28-A (...)
iguais, somente uma delas, mas aumentada, em § 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas
qualquer caso, de um sexto até metade (concurso formal seguintes hipóteses: (...)
próprio). As penas aplicam-se, entretanto, III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, persecução penal, transação penal ou suspensão
consoante o disposto no artigo anterior (concurso formal condicional do processo; ”
impróprio).

Parágrafo único - não poderá a pena exceder a que seria Alternativa B – incorreta.
cabível pela regra do art. 69 (concurso material) deste Conforme Art. 28-A do CPP, não será possível acordo de
Código. ” não persecução penal quando o crime for praticado
mediante violência ou grave ameaça,
Ou seja, caso a aplicação do sistema da exasperação, consequentemente, não será cabível no caso de lesão
previsto para o concurso formal, acabe sendo mais corporal qualificada pela violência doméstica. Vejamos:
gravoso caso fosse aplicado o sistema do cúmulo
material, deve-se aplicar, então, o sistema do cúmulo “Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o
material benéfico. investigado confessado formal e circunstancialmente a

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prática de infração penal sem violência ou grave I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na
ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o impossibilidade de fazê-lo; (Incluído pela Lei nº 13.964,
Ministério Público poderá propor acordo de não de 2019)
persecução penal, desde que necessário e suficiente II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados
para reprovação e prevenção do crime, mediante as pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou
seguintes condições ajustadas cumulativa e proveito do crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
alternativamente: (...).” III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas
por período correspondente à pena mínima cominada ao
Alternativa C – incorreta. delito diminuída de um a dois terços, em local a ser
Diverso ao previsto no Código de Processo Penal, que indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do
aduz: Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
“Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos
investigado confessado formal e circunstancialmente a termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
prática de infração penal sem violência ou grave ameaça dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou
e com pena MÍNIMA inferior a 4 (quatro) anos, o de interesse social, a ser indicada pelo juízo da
Ministério Público poderá propor acordo de não execução, que tenha, preferencialmente, como função
persecução penal, desde que necessário e suficiente proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
para reprovação e prevenção do crime, mediante as aparentemente lesados pelo delito; ou (Incluído pela Lei
seguintes condições ajustadas cumulativa e nº 13.964, de 2019)
alternativamente: (...).” V - cumprir, por prazo determinado, outra condição
indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional
Alternativa D – incorreta. e compatível com a infração penal imputada. (Incluído
Contrário ao disciplinado no Código de Processo Penal, pela Lei nº 13.964, de 2019)
a saber:
45
“Art.28-A (...) Consoante aos princípios aplicáveis ao processo
penal assinale a alternativa correta.
§ 2º O disposto no caput deste artigo NÃO se aplica nas
seguintes hipóteses: (A) O conceito de devido processo legal substancial
I - se for cabível transação penal de competência dos refere-se à necessidade de previsão expressa dos ritos
Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; processuais aplicáveis ao caso concreto, no qual seja
II - se o investigado for reincidente ou se houver assegurado o contraditório e a ampla defesa ao acusado.
elementos probatórios que indiquem conduta (B) Atualmente, a doutrina aponta limitações à busca pela
criminal habitual, reiterada ou profissional, EXCETO verdade real, de modo que, para parte desses
se insignificantes as infrações penais pretéritas; doutrinadores, tem-se modernamente o que chamam de
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos busca da verdade materialmente possível.
anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não (C) Em razão da adoção do princípio da verdade real,
persecução penal, transação penal ou suspensão também chamada de verdade materialmente possível
condicional do processo; e para a doutrina moderna, admite-se no ordenamento
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência jurídico pátrio a valoração de provas ilícitas, desde que
doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por essas contribuam efetivamente para a elucidação da
razões da condição de sexo feminino, em favor do verdade buscada no processo.
agressor.” (D) A jurisprudência mais recente do Supremo Tribunal
Federal passou a readmitir a execução provisória da
Alternativa E – incorreta. pena, de modo que o princípio da presunção de
A pena mínima inferior a 4 anos, e não de 6 (seis) anos inocência, atualmente, é objeto de grande relativização.
como afirmado na alternativa. (E) A regra de tratamento trazida pelo princípio da
presunção de inocência estabelece que o ônus de provar
Vejamos: a prática do crime é da acusação.

“Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o Gabarito: B


investigado confessado formal e circunstancialmente a
prática de infração penal sem violência ou grave ameaça COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o
Ministério Público poderá propor acordo de não Combatentes, a questão versa sobre os pontos 5
persecução penal, desde que necessário e suficiente Princípios aplicáveis ao processo penal; 11 Súmulas,
para reprovação e prevenção do crime, mediante as jurisprudência dominante dos Tribunais Superiores e
seguintes condições ajustadas cumulativa e legislação relacionada com os temas. (Inseridos
alternativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) após a retificação do edital).

Alternativa A – incorreta.

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Devido processo legal substancial, em verdade, refere-se


à busca por decisões éticas e justas dentro dos ritos A 1ª Turma do STF aplicou esse entendimento em um
formais inerentes ao processo. A alternativa, por sua vez, caso concreto no qual o réu estava preso unicamente
refere-se ao conceito de devido processo legal pelo fato de o Tribunal de Justiça ter confirmado a sua
procedimental, relacionado ao estabelecimento prévio condenação em 1ª instância, não tendo havido, contudo,
de ritos para assegurar um processo isento e reforçado ainda, o trânsito em julgado. Logo, o STF, afastando a
contra arbitrariedades. possibilidade de execução provisória da pena, concedeu
a liberdade ao condenado até que haja o esgotamento de
Alternativa B – correta. todos os recursos.
O conceito de “verdade materialmente possível”, STF. 1ª Turma. HC 169727/RS, Rel. Min. Marco Aurélio,
cunhado por Guilherme Nucci, contrapõe-se ao conceito julgado em 26/11/2019 (Info 961).
de busca pela verdade real e vem sendo objeto de
discussão e aceitação por parte da doutrina. A verdade Alternativa E – incorreta.
real, que consiste na busca do magistrado pela realidade O princípio da presunção de inocência possui como duas
dos fatos, passa atualmente por espécie de “choque de consequências principais a concepção da (1) Regra de
realidade”, haja vista ser patente a dificuldade que o Tratamento e (2) Regra Probatória e de Julgamento.
julgador encontra para formar a verdade real, tendo em
vista diversos fatores como até mesmo o esquecimento A alternativa traz o conceito da regra probatória e de
das testemunhas diante dos fatos. Por isso, atualmente julgamento (e não de tratamento). A regra de tratamento,
admite-se a utilização do termo “verdade materialmente por sua vez, pressupõe que o réu seja tratado
possível”, ainda em contraponto ao princípio da verdade efetivamente como inocente até o trânsito em julgado,
formal (adotado pelo Processo Civil e limitado ao não podendo as esferas de controle do Estado
processo), mas agora dotada de maior razoabilidade. praticarem atos que indiquem o contrário. Além disso, a
regra de tratamento também atua limitando as medidas
Alternativa C – incorreta. restritivas de direito, de modo que as prisões cautelares
A valoração de provas ilícitas, no ordenamento pátrio, devem ser entendidas como última medida, desde que
ocorrerá apenas em situações taxativamente fundamentais e essenciais para o desenvolvimento do
especificadas no Código de Processo Penal, como, por processo.
exemplo, a teoria da fonte independente, prevista no
Código de Processo Penal, que dispõe: Conforme explica Leonardo Barreto Moreira Alves:

“Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser Expressamente previsto na Constituição Federal de 1988
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim no art. 5°, inciso LVII, é princípio por meio do qual se
entendidas as obtidas em violação a normas entende que ninguém será considerado culpado até o
constitucionais ou legais. trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Em
outros termos, no Processo Penal, todo acusado é
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das presumido inocente até a eventual sentença
ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de condenatória transitar em julgado.
causalidade entre umas e outras, ou quando as
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte O princípio em comento contempla duas facetas, que
independente das primeiras. ” consubstanciam duas regras fundamentais, a saber:

No mais, não há que se falar em aceitação de provas Regra probatória (in dubio pro reo): Em decorrência da
ilícitas pura e simplesmente porque levariam à regra probatória, tem-se que o ônus da prova, em regra,
elucidação da verdade. Desse modo, temos que o cabe à acusação. Considerando que a pessoa já nasce
Código de Processo Penal aborda exatamente o inocente, para que esse estado seja alterado é preciso,
contrário: ainda que a prova ilícita conduza à verdade, em regra, que o autor da ação penal prove o contrário.
não será aceita se foi produzida em violação aos Desde já, registre-se que esta consequência comporta
preceitos normativos vigentes. importante exceção, tendo em vista que o ônus da prova
das causas excludentes de ilicitude ou de culpabilidade
Alternativa D – incorreta. compete ao acusado, embora o art. 386, inciso VI, do
A situação vigente é exatamente oposta ao que prevê a CPP autorize o juiz a absolver o réu mesmo se apenas
alternativa. houver fundada dúvida sobre a existência destas causas,
em respeito ao princípio do in dubio pro reo. Ademais,
A última decisão emblemática do STF nesse sentido é a também é ônus da defesa a prova de causas de extinção
de voltar a INADMITIR o cumprimento provisório da da punibilidade (art. 107 do CP) e de circunstâncias que
pena, fortalecendo-se, assim, o princípio da presunção mitiguem a pena.
de inocência.
Regra de tratamento: Impõe-se que o Poder Legislativo,
Ao julgar as ações declaratórias de constitucionalidade os operadores do Direito e a própria sociedade, de forma
43, 44 e 54, em 7/11/2019, o Plenário do STF firmou o efetiva, tratem a pessoa humana como inocente até que
entendimento de que não cabe a execução provisória da ocorra o trânsito em julgado da sentença penal
pena. condenatória. É esse o fundamento, por exemplo, do teor

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da Súmula nº 444 do STJ, segundo a qual “É vedada a prova de ofício, porém, na fase processual lhe é
utilização de inquérito policiais e ações penais em curso permitido, desde que atue de forma residual.
para agravar a pena-base.”.
Alternativa B – incorreta.
Consequências da regra de tratamento: Enquanto o sistema acusatório é marcado pela oralidade
e por ser público, o sistema inquisitorial tem a
- Excepcionalidade das prisões cautelares; característica de ser escrito e sigiloso.
- Toda medida constritiva de direitos individuais, na
verdade, só pode ser decretada excepcionalmente. Alternativa C – correta.
Como bem explicitado na alternativa A, e com base nos
46 ensinamentos do professor e doutrinador Noberto Avena,
Acerca dos sistemas do processo penal assinale a próprio dos regimes democráticos, o sistema acusatório
alternativa correta. caracteriza-se pela distinção absoluta entre as funções
de acusar, defender e julgar, que deverão ficar a cargo
(A) A publicidade, a imparcialidade, o contraditório e a de pessoas distintas.
ampla defesa são características marcantes do sistema
processual inquisitivo. Nesse sistema, existe uma clara separação entre os
(B) Historicamente, o processo penal acusatório órgãos de acusação e julgamento. O juiz é um terceiro
distinguia-se do inquisitório porque enquanto o primeiro imparcial e a produção de provas está na mão das partes.
era escrito e sigiloso, o segundo era oral e público. O juiz é absolutamente inerte e imparcial, com
(C) O Sistema acusatório prega o respeito incondicional contraditório e ampla defesa assegurados e com
ao contraditório, à publicidade, à imparcialidade, à ampla publicidade dos atos.
defesa, bem como distribui a órgãos distintos as funções
de acusar, defender e julgar. No sistema acusatório, as funções serão exercidas por
(D) No Direito pátrio, o sistema que vige no processo partes distintas. As funções de acusar, defender e julgar
penal é o inquisitivo formal. são atribuídas a pessoas diversas. No referido sistema
(E) No sistema inquisitivo a atividade probatória é haverá respeito ao contraditório. O acusado deixa de ser
atribuição natural das partes. considerado mero objeto e passa a configurar como
sujeito de direitos. A gestão da prova, em um sistema
Gabarito: C acusatório puro, o juiz não poderia produzir prova de
ofício. Por outro lado, a outra parte da doutrina aduz que
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: o juiz pode produzir prova de ofício na fase processual.
Assim, na fase investigatória não é dada ao juiz produzir
Caveiras, a questão versa sobre o ponto 6 Sistemas de prova de ofício, porém, na fase processual lhe é
processo penal. (Inserido no edital após retificação). permitido, desde que atue de forma residual.

Alternativa A – incorreta. Por adequado, cumpre destacarmos que o art. 3-A do


Na realidade trata-se de sistema acusatório e não Código de Processo Penal acrescido pela Lei
inquisitivo como apresentado na alternativa. 133.964/2019, ora suspenso, deixou expresso a
adoção do sistema acusatório.
Conforme explica o professor e doutrinador Noberto
Avena, próprio dos regimes democráticos, o sistema Alternativa D – incorreta.
acusatório caracteriza-se pela distinção absoluta entre as O nosso Ordenamento Jurídico adotou o sistema
funções de acusar, defender e julgar, que deverão ficar a acusatório, o que foi reforçado pelo Pacote Anticrime ao
cargo de pessoas distintas. teor do art. 3-A do CPP.

Nesse sistema existe uma clara separação entre os O sistema acusatório é o adotado pela Constituição
órgãos de acusação e julgamento. O juiz é um terceiro Federal. Vejamos:
imparcial e a produção de provas está na mão das partes.
O juiz é absolutamente inerte e imparcial, com “Art. 129. São funções institucionais do Ministério
contraditório e ampla defesa assegurados e com Público: I - promover, privativamente, a ação penal
publicidade dos atos. pública, na forma da lei. ”

No sistema acusatório, as funções serão exercidas por A função de acusar nas ações penais públicas é do
partes distintas. As funções de acusar, defender e julgar Ministério Público, sendo assim o sistema acusatório,
são atribuídas a pessoas diversas. No referido sistema não é a outra a conclusão que poderíamos ter, haja vista
haverá respeito ao contraditório. O acusado deixa de ser que a Constituição Federal outorgou a titularidade da
considerado mero objeto e passa a configurar como persecução penal ao referido órgão, por excelência.
sujeito de direitos. A gestão da prova, em um sistema
acusatório puro, o juiz não poderia produzir prova de Por fim, conforme destacamos acima, a adoção do
ofício. Por outro lado, a outra parte da doutrina aduz que sistema acusatório foi reafirmado com o advento do art.
o juiz pode produzir prova de ofício na fase processual. 3-A do Código de Processo Penal, oriunda do Pacote
Assim, na fase investigatória não é dada ao juiz produzir Anticrime (Lei n. 13.964/2019).

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inquérito policial. (Inserido no edital após


Corroborando ao exposto, Rogério Sanches e Ronaldo retificação).
Batista:
Alternativa A – incorreta.
A Lei 13.964/19, obediente à Carta Maior, foi clara: o O inquérito policial goza da característica de ser um
processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a procedimento indisponível, o que significa que uma vez
iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição iniciado o inquérito a autoridade policial não poderá
da atuação probatória do órgão de acusação (art. 3-A do encerrar esse inquérito.
CPP). A suspensão deste artigo pelo STF não permite
concluir que nosso ordenamento, sob o comando da Nesse sentido, dispõe Távora e Alencar (2021): a
Constituição Federal, adota sistema diverso do persecução criminal é de ordem pública, e uma vez
acusatório. iniciado o inquérito, não pode o delegado de polícia dele
dispor.
Alternativa E – incorreta.
Na realidade estamos diante do sistema acusatório, e Vejamos o texto normativo do Código de Processo Penal,
não inquisitivo. que assevera:

Em síntese, podemos apontar como características do “Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar
sistema acusatório: arquivar autos de inquérito. ”

- A função de acusar, defender e julgar são atribuídas a Em síntese, Delegado de Polícia não pode mandar
pessoas distintas; arquivar autos do Inquérito Policial.
- Juiz equidistante das partes e imparcial;
- Observância do contraditório e da ampla defesa; Alternativa B – incorreta.
- O processo é público; Nos termos do art. 17 do Código de Processo Penal, a
- Oralidade nos procedimentos; autoridade policial não possui atribuição para mandar
- O julgador possui iniciativa probatória residual (a arquivar autos do inquérito policial, razão pela qual a
atuação do juiz é de natureza supletiva); alternativa encontra-se errada.
- O acusado é sujeito de direitos e possui garantais
constitucionais. Nessa esteira, vejamos a legislação pátria:

47 “Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar


Consoante à presidência, arquivamento e arquivar autos de inquérito. ”
trancamento do inquérito policial, assinale a
alternativa correta. Alternativa C – incorreta.
Conforme prevê o Código de Processo Penal, depois de
(A) Extraordinária e fundamentadamente, a autoridade ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade
policial poderá mandar arquivar o inquérito para evitar judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade
lesão a direitos fundamentais do indiciado. policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras
(B) O delegado de polícia, se estiver convencido da provas tiver notícia.
ausência de elementos suficientes para imputar autoria a
determinada pessoa, deverá mandar arquivar o inquérito Na mesma linha, segundo a súmula nº 524 do Supremo
policial, podendo desarquivá-lo se surgir prova nova. Tribunal Federal, arquivado o inquérito policial, por
(C) Uma vez arquivado o inquérito policial por decisão despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça,
judicial, a autoridade policial não poderá proceder a não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas.
novas pesquisas, se tiver notícia de uma nova prova.
(D) Do despacho da autoridade policial que indeferir Observemos o disposto no Código de Processo Penal, a
requerimento de abertura de inquérito policial feito pelo seguir:
ofendido ou seu representante legal é cabível, como
único remédio jurídico, recurso ao juiz criminal da “Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito
comarca onde, em tese, ocorreu o fato delituoso. pela autoridade judiciária, por falta de base para a
(E) O arquivamento implícito é uma construção denúncia, a autoridade policial PODERÁ proceder a
doutrinária. Ele seria, inicialmente, decorrente da novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. ”
omissão do Ministério Público que deixa de narrar na
denúncia um fato investigado no inquérito ou um Alternativa D – incorreta.
indiciado. Nos termos do art. 5º, §2º do Código de Processo Penal,
caberá “recurso para o Chefe de Polícia”.
Gabarito: E
Vejamos:
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
“Art. 5º (...)
Combatentes, a questão versa sobre o ponto 1.3
Presidência, arquivamento e trancamento do

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§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de “Art. 109, IV da Constituição Federal: Aos juízes federais
abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de compete processar e julgar: IV - os crimes políticos e as
Polícia.” infrações penais praticadas em detrimento de bens,
serviços ou interesse da União ou de suas entidades
Alternativa E – correta. autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
Conforme ensina o professor Noberto Avena, o contravenções e ressalvada a competência da Justiça
fenômeno do arquivamento implícito pode ocorrer em Militar e da Justiça Eleitoral; ”
duas hipóteses, a saber:
Alternativa B – incorreta.
I) Quando o Ministério Público deixa de incluir na Conforme o enunciado de súmula do Supremo Tribunal
denúncia algum dos fatos investigados no inquérito ou Federal, que assevera:
algum dos indivíduos nele indiciados, sem qualquer
justificativa para tanto, quer no sentido de requerer “Súmula 704, STF: NÃO VIOLA as garantias do juiz
diligências, quer no sentido de promover o arquivamento natural, da ampla defesa e do devido processo legal a
expresso quanto a fatos ou indiciados remanescentes. atração por continência ou conexão do processo do
corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos
II) Quando o Ministério Público, diante de inquérito denunciados. ”
policial que indiciou mais de um investigado ou apurou
mais de um fato criminoso, postula e tem deferido pelo Alternativa C – incorreta.
juiz o arquivamento do procedimento policial, referindo- Vejamos o enunciado de súmula do Supremo Tribunal
se, todavia, a apenas um ou alguns investigados ou um Federal, que aduz:
ou alguns fatos, sem qualquer menção aos demais.
“Súmula 721 STF. A competência constitucional do
48 Tribunal do Júri PREVALECE sobre o foro por
Acerca do tema competência, assinale a alternativa prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela
correta. constituição estadual. ”

(A) É de competência da justiça comum estadual o Insta salientar que a Súmula 721 foi convertida na
julgamento de contravenções penais, mesmo que Súmula Vinculante 45.
conexas com crimes de competência da justiça comum
federal de primeiro grau. Alternativa D – incorreta.
(B) Viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e Vejamos o disposto no enunciado de súmula do Superior
do devido processo legal a atração por continência ou Tribunal de Justiça, a seguir:
conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa
de função de um dos denunciados. “Súmula 147 STJ: Compete à Justiça Federal processar
(C) A competência constitucional do Tribunal do Júri não e julgar os crimes praticados contra funcionário público
prevalece sobre o foro por prerrogativa de função federal, quando relacionados com o exercício da função.
estabelecido exclusivamente pela constituição estadual ”
(D) Segundo entendimento do STJ, é de competência da
justiça estadual processar e julgar crime contra Alternativa E – incorreta.
funcionário público federal, estando ou não este no Vejamos o disposto na súmula do Superior Tribunal de
exercício da função. Justiça, que assevera:
(E) Havendo conexão entre um crime federal e um crime
estadual, prevalece a competência da justiça estadual. “Súmula 122-STJ: Compete à Justiça Federal o
processo e julgamento unificado dos crimes conexos de
Gabarito: A competência federal e estadual, não se aplicando a regra
do art. 78, II, "a", do Código de Processo Penal. ”
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
49
Guerreiros(as), a questão versa sobre os pontos 8 Concernente às Nulidades no processo penal,
Competência; 11 Súmulas, jurisprudência dominante assinale a alternativa correta.
dos Tribunais Superiores e legislação relacionada
com os temas. (Inseridos após retificação no edital). (A) Dentre as diversas consequências que podem advir
do desrespeito às normas processuais, entende a
Alternativa A – correta. doutrina que tais irregularidades devem acarretar em, ao
Conforme dispositivos legais e jurisprudenciais a seguir: menos, sanções extraprocessuais, a fim de que seja
vedado que uma irregularidade não gere ônus algum
“Súmula 38 - STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, àquele que agiu em desrespeito aos ditames legais.
na vigência da Constituição de 1988, o processo por (B) Os atos processuais penais devem observar os
contravenção penal, ainda que praticada em detrimento ditames legais quanto as formalidades e procedimentos
de bens, serviços ou interesse da União ou de suas aplicáveis, de modo que a inobservância desses fatores
entidades.” consiste em irregularidades que, a depender das
consequências, pode gerar a nulidade de tais atos.

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(C) Nulidades absolutas decorrem da inobservância de A parte final da alternativa “a depender das
normas de ordem pública, de modo que seu prejuízo é circunstâncias, pode gerar a nulidade de tais atos” se
presumido, podendo ser arguidas a qualquer momento refere ao fato de que nem todos os atos praticados de
do processo, desde que anteriormente ao trânsito em forma atípica, ou seja, em inobservância às regras
julgado da ação. processuais penais, serão efetivamente considerados
(D) Ao estabelecer que as nulidades relativas deverão nulos pelo ordenamento, em razão da vigência de
ser alegadas em momento oportuno, o Código de princípios como o princípio do prejuízo (pas de nullite
Processo Penal incumbe aos magistrados a fixação de sans grief).
momento para alegação das nulidades dentro do
processo. Nas palavras de Nestor Távora e Rosmar Rodrigues de
(E) Uma defesa técnica considerada deficiente constitui Alencar (2021), a tipicidade processual penal é definida
causa de nulidade absoluta, ainda que fique nos seguintes termos:
demonstrado não ter havido prejuízo para o réu.
“Tipicidade do ato processual é a qualidade consistente
Gabarito: B em sua prática em compasso com todas as disposições
constitucionais e legais que o regem. Atipicidade do ato
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: processual penal ocorre quando, ao revés, o ato é
realizado sem a observância das exigências legais e/ou
Guerreiros(as), a questão versa sobre os pontos 10 constitucionais. ”
Nulidades, recursos e ações autônomas de
impugnação; 11 Súmulas, jurisprudência dominante Alternativa C – incorreta.
dos Tribunais Superiores e legislação relacionada A alternativa aborda características fundamentais acerca
com os temas. (Inseridos no edital após retificação). das nulidades absolutas, mas peca ao dizer que as
nulidades absolutas podem ser arguidas apenas
anteriormente ao trânsito em julgado da ação.
Alternativa A – incorreta.
O erro da alternativa se encontra no trecho “acarretar em, Na realidade, as nulidades absolutas podem ser arguidas
ao menos, sanções extraprocessuais”, uma vez que é a qualquer momento, inclusive após o trânsito em
possível que determinadas irregularidades não gerem julgado, desde que em benefício do réu, via revisão
qualquer consequência, como ocorre, por exemplo, em criminal, ou via Habeas Corpus (em caso de
relação à abreviatura de nomes nos atos processuais. condenações que resultem na restrição de liberdade do
indivíduo, como condenações a penas privativas de
Sobre o tema, a doutrina menciona, ainda, as possíveis liberdade).
situações:
Ou seja, o entendimento correto sobre o tema seria: as
Irregularidades que produzem sanções nulidades absolutas podem ser arguidas a qualquer
extraprocessuais: a irregularidade não acarreta em momento do processo, desde que anteriormente ao
nulidade, mas resulta em sanções extraprocessuais. trânsito em julgado da ação, salvo quando a alegação for
Exemplo: multa aplicada ao perito que não entre o laudo feita para beneficiar o réu. As alegações com o condão
no prazo estipulado pelo Art. 277, parágrafo único do de prejudicar o réu são vedadas, em razão da vedação à
CPP). revisão criminal “pro societate”.

Irregularidade que pode acarretar a invalidação do Alternativa D – incorreta.


ato processual (nulidade): Decorre de atos viciados que Na realidade, o Art. 571 do Código de Processo Penal
atentam contra o interesse público ou contra o interesse possui previsões específicas acerca do momento de
das partes, tornando o ato nulo. Exemplo: sentença alegação das nulidades, de acordo com o procedimento
condenatória sem fundamentação (art. 93, inciso XI da processual aplicável a cada situação.
CF/88).
Sendo assim, os magistrados devem obedecer a esses
Irregularidade que acarreta a inexistência do ato comandos legais, de modo a zelar para que, caso não
processual: Irregularidades tão latentes que o ato passa sejam respeitados, haja convalescência das nulidades
a ser considerado inexistente. Exemplo: sentença (para casos em que a convalidação é possível).
prolatada por um Promotor de Justiça.
Vejamos:
Alternativa B – correta.
A alternativa aborda o conceito de tipicidade processual “Art. 571. As nulidades deverão ser arguidas:
penal, que consiste na observância, pelas partes, dos
dispositivos legais previstos na Lei processual penal, com I - as da instrução criminal dos processos da competência
a finalidade de assegurar às partes o desenvolvimento de do júri, nos prazos a que se refere o art. 406;
um processo justo, sem vícios, e preservador dos direitos II - as da instrução criminal dos processos de
fundamentais do acusado. competência do juiz singular e dos processos especiais,
salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro II, nos
prazos a que se refere o art. 500;

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III - as do processo sumário, no prazo a que se refere o


art. 537, ou, se verificadas depois desse prazo, logo
depois de aberta a audiência e apregoadas as partes; Alternativa A – incorreta.
IV - as do processo regulado no Capítulo VII do Título II Nesse caso, remeterão ao Ministério Público as cópias e
do Livro II, logo depois de aberta a audiência; os documentos necessários ao oferecimento da
V - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois denúncia.
de anunciado o julgamento e apregoadas as partes (art.
447); Vejamos:
VI - as de instrução criminal dos processos de
competência do Supremo Tribunal Federal e dos “Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que
Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere o art. conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a
500; existência de crime de ação pública, remeterão ao
VII - se verificadas após a decisão da primeira instância, Ministério Público as cópias e os documentos
nas razões de recurso ou logo depois de anunciado o necessários ao oferecimento da denúncia. ”
julgamento do recurso e apregoadas as partes;
VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em Alternativa B – incorreta.
sessão do tribunal, logo depois de ocorrerem. ” Contrário ao disciplinado no Código de Processo Penal,
que assim dispõe:
Alternativa E – incorreta.
A causa de nulidade absoluta é a ausência de defesa. A “Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida
defesa deficiente, ou seja, a defesa insatisfatória, por denúncia do Ministério Público, MAS DEPENDERÁ,
medíocre, ou até mesmo incompleta, só constituirá quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da
nulidade absoluta caso reste demonstrado o prejuízo Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem
para o réu. tiver qualidade para representá-lo.

Trata-se inclusive de entendimento sumulado do § 1°. No caso de morte do ofendido ou quando declarado
Supremo Tribunal Federal: ausente por decisão judicial, o direito de representação
passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Súmula nº 523, STF: “No processo penal, a falta da
defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência § 2°. Seja qual for o crime, quando praticado em
só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu”. detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado
e Município, a ação penal será pública. ”
50
A respeito do tema ação penal, assinale a alternativa Alternativa C – incorreta.
correta. Observemos o que dispõe o Código de Processo Penal,
a saber:
(A) Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os
juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de “Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação
ação pública, determinarão a imediata instauração de pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo
inquérito policial ou procedimento administrativo para a ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e
cabal apuração dos fatos. oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os
(B) Nos crimes de ação pública, esta será promovida por termos do processo, fornecer elementos de prova,
denúncia do Ministério Público, e independerá, de interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência
requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do do querelante, retomar a ação como parte principal.”
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
(C) Não será admitida ação privada nos crimes de ação Alternativa D – correta.
pública, ainda que esta não seja intentada no prazo legal. Nos exatos termos do Código de Processo Penal, que
(D) São causas de rejeição da denúncia ou queixa a assim dispõe:
inépcia, a falta de pressuposto processual ou condição
para o exercício da ação penal e a falta de justa causa. “Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
(E) A legitimidade para a propositura de ação penal por I - for manifestamente inepta;
crime contra a honra de servidor público em razão do II - faltar pressuposto processual ou condição para o
exercício de suas funções é exclusiva do Ministério exercício da ação penal; ou
Público, condicionada à representação do ofendido. III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.”

Gabarito: D Alternativa E – incorreta.


É concorrente do ofendido, mediante queixa, e do
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: Ministério Público, condicionada à representação do
ofendido.
Caveiras, a questão aborda os pontos 7 Ação penal; 11
Súmulas, jurisprudência dominante dos Tribunais Trata-se do entendimento da súmula 714 do STF.
Superiores e legislação relacionada com os temas. Vejamos:
(Inseridos no edital após retificação).

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“Súmula 714 do STF: É concorrente a legitimidade do


ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, Diante do exposto, contemplamos que o recurso cabível
condicionada à representação do ofendido, para a contra a pronúncia é o Recurso em Sentido Estrito. Art.
ação penal por crime contra a honra de servidor 581, IV, CPP: Caberá recurso, no sentido estrito, da
público em razão do exercício de suas funções.” decisão, despacho ou sentença que pronunciar o réu.

51 Alternativa C – incorreta.
No tocante às nulidades, recursos e ações O prazo é de 2 (dois) dias, e não 10 (dez) dias.
autônomas de impugnação, assinale a alternativa
correta. Conforme prevê o Código de Processo Penal, que
assevera:
(A) Caberá recurso em sentido estrito da decisão que
receber a denúncia. “Art. 588. Dentro de DOIS DIAS, contados da
(B) Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão,
sentença que pronunciar o réu. extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este
(C) Dentro de dez dias, contados da interposição do oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao
recurso, no sentido estrito, o recorrente oferecerá as recorrido por igual prazo. ”
razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por
igual prazo. Alternativa D – incorreta.
(D) Caberá apelação no prazo de 20 (vinte) dias das O prazo é de 5 (cinco) dias.
sentenças definitivas de condenação ou absolvição
proferidas por juiz singular. Conforme prevê o Código de Processo Penal, que
(E) Nos processos de contravenção, interposta a disciplina:
apelação, o prazo para arrazoar será de 03 (três) dias.
“Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
Gabarito: E I - das sentenças definitivas de condenação ou
absolvição proferidas por juiz singular. ”
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
Alternativa E – correta.
Guerreiros(as), a questão versa sobre os pontos 10 Nos moldes do disposto no Código de Processo Penal, a
Nulidades, recursos e ações autônomas de saber:
impugnação; 11 Súmulas, jurisprudência dominante
dos Tribunais Superiores e legislação relacionada “Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e,
com os temas. (Inseridos no edital após retificação). depois dele, o apelado terão o prazo de oito dias cada um
para oferecer razões, salvo nos processos de
contravenção, em que o prazo será de TRÊS DIAS.”
Alternativa A – incorreta.
Conforme prevê o Código de Processo Penal, a saber: 52
A respeito do processo criminal de crimes comuns:
“Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, procedimento comum ordinário, sumário e
despacho ou sentença: sumaríssimo, assinale a alternativa correta.
I - que não receber a denúncia ou a queixa. ”
(A) O procedimento comum será sumário, quando tiver,
Conforme prevê a legislação processual penal, caberá por objeto, crime cuja sanção máxima cominada seja
RESE (Recurso em Sentido Estrito) da decisão que inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade.
não receber a denúncia ou queixa, e não da que receber. (B) O procedimento comum será ordinário quando tiver,
por objeto, crime cuja sanção máxima cominada seja
Qual o recurso cabível da decisão que recebe então inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade.
professor, deve estar a se perguntar o(a) nosso(a) (C) O procedimento comum será sumário para as
membro(a) Caveira? Em situações excepcionais, os infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma
Tribunais têm admitido a interposição de habeas corpus da lei.
para trancamento do processo. (D) Aplica-se a todos os processos o procedimento
sumário, salvo disposições em contrário do Código de
Alternativa B – incorreta. Processo Penal ou de lei especial.
Da decisão que pronunciar o réu, é cabível o RESE – (E) Os processos que apuram a prática de crime
Recurso em sentido Estrito. hediondo terão prioridade de tramitação em todas as
instâncias apenas se houver réu preso.
Conforme prevê o Código de Processo Penal, que
dispõe: Gabarito: A

“Art. 581. Caberá RECURSO, NO SENTIDO ESTRITO, COMENTÁRIO DO PROFESSOR:


da decisão, despacho ou sentença: (...)
IV – que pronunciar o réu.”

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Caveiras, a questão versa sobre o ponto 9 Processo 53


criminal de crimes comuns: procedimento comum De acordo com o atual Código de Processo Penal,
ordinário, sumário e sumaríssimo. (inserido após assinale a alternativa correta.
retificação do edital).
(A) A prisão domiciliar consiste no recolhimento do
Alternativa A – correta. indiciado ou acusado em sua residência ou em casa de
Nos exatos termos do Código de Processo Penal, que albergado, podendo dela ausentar-se com autorização
assim dispõe: judicial.
(B) Não será concedida fiança nos crimes cometidos por
“Art. 394 […] grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou constitucional e o Estado Democrático.
sumaríssimo: (…) (C) Nos crimes de tortura, a fiança só poderá ser
II - SUMÁRIO, quando tiver por objeto crime cuja concedida por órgão judiciário colegiado.
sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) (D) A autoridade policial somente poderá conceder fiança
anos de pena privativa de liberdade; nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade
máxima não seja superior a três anos.
Alternativa B – incorreta. (E) Se assim recomendar a situação econômica do
Diverso do previsto no Código de Processo Penal, que preso, a fiança poderá ser reduzida em dois terços ou
assevera: suspensa, mas não dispensada.

“Art. 394 (…) Gabarito: B


§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou
sumaríssimo: COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
I - ORDINÁRIO, quando tiver por objeto crime cuja
sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 Combatentes, a questão versa sobre o ponto 3.5
(quatro) anos de pena privativa de liberdade. ” Liberdade provisória, fiança e medidas cautelares
diversas da prisão. (Inserido após retificação do
Alternativa C – incorreta. edital).
Nesse caso, será sumaríssimo.
Alternativa A – incorreta.
Vejamos: Vejamos o que dispõe o Código de Processo Penal, a
saber:
“Art. 394 (…)
§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou “Art. 317 CPP: A prisão domiciliar consiste no
sumaríssimo: (…) recolhimento do indiciado ou acusado em sua
III - SUMARÍSSIMO, para as infrações penais de residência, só podendo dela ausentar-se com
menor potencial ofensivo, na forma da lei. ” autorização judicial. ”

Alternativa D – incorreta. A legislação não faz menção a “casa de albergado”.


Na realidade é o procedimento comum e não o sumário
como elencado na alternativa. Alternativa B – correta.
Nos termos da Constituição Federal de 1988, a seguir:
Vejamos:
“Art. 5º XLIV CF: Constitui crime inafiançável e
“Art. 394 (...) imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
§ 2°. Aplica-se a todos os processos o procedimento militares, contra a ordem constitucional e o Estado
COMUM, salvo disposições em contrário deste Código Democrático. ”
ou de lei especial. ”
Alternativa C – incorreta.
Alternativa E – incorreta. Vejamos o que disciplina a Carta Magna:
Vejamos o que dispõe o Código de Processo Penal:
“Art. 5º XLIII CF: a lei considerará crimes inafiançáveis e
“Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
hediondo terão prioridade de tramitação em todas as tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
instâncias. ” terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
Diante o exposto, não existe ressalva de ser somente em podendo evitá-los, se omitirem. ”
casos de réu preso, sendo, portanto, o erro da alternativa.
Ou seja, não faz nenhuma menção à fiança ser
concedida por órgão colegiado.

Alternativa D – incorreta.
Nos termos do Código de Processo Penal, que aduz:

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demonstrado nos autos que existe risco caso ele


“Art. 322 CPP: A autoridade policial somente poderá continue no desempenho de suas funções e que o
conceder fiança nos casos de infração cuja pena afastamento é medida eficaz e proporcional para se
privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 tutelar a investigação e a própria Administração Pública.
(quatro) anos. ” Tais circunstâncias precisam ser apreciadas pelo Poder
Judiciário. [STF. Plenário. ADI 4911/DF, rel. orig. Min.
Alternativa E – incorreta. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
Vejamos o disposto na norma de regência, qual seja, julgado em 20/11/2020 (Info 1000).
Código de Processo Penal:
Alternativa C – correta.
“Art. 325 § 1º CPP: Se assim recomendar a situação Vejamos:
econômica do preso, a fiança poderá ser:
I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código. ” “Súmula 524 do STF: Arquivado o inquérito policial, por
despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça,
54 não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
Acerca do inquérito policial assinale a alternativa
correta. Observação!! Para a diferença:

(A) O indiciamento é ato obrigatório para a conclusão do “CPP, Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do
inquérito policial e necessário para o oferecimento da inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para
denúncia. a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a
(B) Conforme entendimento mais recente do STF, é novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. ”
constitucional a determinação de afastamento
automático de servidor público indiciado em inquérito Alternativa D – incorreta.
policial instaurado para apuração de crimes de lavagem Observem o disposto no Código de Processo Penal, a
ou ocultação de bens, direitos e valores. saber:
(C) À luz da jurisprudência sumulada do STF, uma vez
arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a “Art. 9º. Todas as peças do inquérito policial serão, num
requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e,
penal ser iniciada sem novas provas neste caso, rubricadas pela autoridade. ”
(D) Conforme prevê o código de processo penal, todas
as peças do inquérito policial serão, num só processo, Alternativa E – incorreta.
reduzidas a escrito ou digitadas e, neste caso, há Vejamos o que dispõe o Código de Processo Penal:
dispensa de serem todas as páginas rubricadas pela
autoridade. “Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades
(E) Quanto à suspeição, é possível sua oposição contra policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas
o delegado de polícia nos autos do inquérito policial. declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal. ”

Gabarito: C Legislação Especial

COMENTÁRIO DO PROFESSOR: 55
João portava arma de fogo de uso permitido em via
Caveiras, a questão versa sobre o ponto 1 Inquérito pública quando, ao amarrar seu calçado, ela
policial. 1.1 Histórico, natureza, conceito, finalidade, disparou, sem, no entanto, atingir ninguém. Devido
características, fundamento, titularidade, grau de ao barulho provocado, a polícia foi acionada e
cognição, valor probatório, formas de instauração, notitia abordou João, localizando o armamento e
criminis, delatio criminis, procedimentos investigativos, constatando que o seu registro de cautela estava
indiciamento, garantias do investigado. 1.2 Conclusão, vencido.
prazos.
Nessa situação hipotética, João:
Alternativa A – incorreta.
O indiciamento não é ato obrigatório. Uma das (A) Deverá responder pelos crimes de porte ilegal de
características do inquérito policial é sua arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo,
dispensabilidade, portanto, se todo o inquérito é em concurso formal.
dispensável, o mesmo entendimento se aplica ao (B) Ante a atipicidade de sua conduta, não deverá ser
indiciamento. processado por nenhum crime.
(C) Deverá responder pelos crimes de porte ilegal de
Alternativa B – incorreta. arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo,
É INCONSTITUCIONAL a determinação de afastamento em concurso material.
automático de servidor público indiciado em inquérito (D) Deverá responder unicamente pelo crime de porte
policial instaurado para apuração de crimes de lavagem ilegal de arma de fogo de uso permitido.
ou ocultação de bens, direitos e valores. [...] O (E) Ante a ocorrência da consunção, deverá responder
afastamento do servidor somente se justifica quando ficar unicamente pelo crime de disparo de arma de fogo.

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Gabarito: D 56
A Lei 8.072/90, conhecida por “Lei dos Crimes
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: Hediondos”, tem fundamento constitucional no art. 5,
XLIII de nossa Constituição Federal e sofreu
A) Errada. Caveira, muita atenção a esta explicação, modificações em razão do “Pacote Anticrime”, Lei
vamos dividir em duas partes: 1- de acordo com o
13.964/19. O critério adotado no Brasil, para se definir
entendimento mais recente dos tribunais superiores, no
caso de (POSSE DE ARMA DE FOGO), o agente que já se um crime é hediondo ou não, é o Critério Legal,
procedeu ao registro da arma, a expiração do prazo é por meio do qual será hediondo apenas aquele que o
mera irregularidade administrativa que autoriza a legislador o definir como tal, ou seja, a Lei 8.072/90
apreensão do artefato e aplicação de multa. Porém, a trata de “numerus clausulus” as condutas
conduta não caracteriza ilícito penal. Todavia, O PORTE criminosas tidas por hediondas.
DE ARMA DE FOGO COM REGISTRO VENCIDO
caracteriza ilícito penal. Diante disso, é CORRETO afirmar:

Posse + registro vencido = mera irregularidade (A) O feminicídio (art. 121, § 2º, VI), o Tráfico de
administrativa entorpecentes, o Terrorismo e a Tortura são exemplos de
crimes hediondos.
Porte + registro vencido = CRIME (B) O roubo qualificado pelo emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum é um exemplo
2- De acordo com o Professor Rogério Sanches, o de crime hediondo.
elemento subjetivo do crime de disparo de arma de armo (C) Os crimes hediondos, assim definidos pela Lei
de fogo é DOLO, ou seja, a vontade livre e consciente de 8.072/90, são insuscetíveis de anistia, graça e indulto,
disparar arma de fogo ou acionar munição. No caso da sendo permitida apenas a liberdade provisória mediante
assertiva, o disparo da arma de fogo foi acidental, fiança.
portanto, o crime não será punido, haja vista a (D) O femicídio, o aborto e o furto mediante o emprego
inexistência da figura culposa no art. 15 do Estatuto do de explosivo.
Desarmamento. Vale destacar que se tal conduta atingir (E) São exemplos de crimes hediondos o roubo
alguém, esse agente poderá responder pelo delito de circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima, o
lesão corporal culposa ou homicídio culposo. estupro, o estupro de vulnerável e a epidemia com
resultado morte.
B) Errada. Como vimos acima, o agente responderá
apenas pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. Valos Gabarito: E
relembrar:
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
A posse em residência de arma de fogo com registro
vencido é conduta atípica.
A) Errada. Caveira, esse é o tipo de assertiva que busca
Caracteriza ilícito penal o PORTE de arma de fogo pegar o candidato desatento, não vamos cair nessa
com registro de cautela vencido. pegadinha. Observe: de fato o feminicídio, bem como
todos os homicídios qualificados são considerados
C) Errada. Negativo, caveira. Responderá apenas pelo hediondos. Por outro lado, o Tráfico de Drogas, o
porte ilegal de arma de fogo. Por outro lado, o disparo de terrorismo e tortura não são crimes hediondos, mas
arma de fogo não caracterizou crime, tendo em vista a sim crimes equiparados à hediondo. Ou seja, a
inexistência do dolo em disparar a munição. assertiva erra ao fazer essa afirmação. A lei de crimes
hediondo possui um rol taxativo (numerus clausus),
D) Correta. Isso mesmo, caveira. Caracteriza ilícito penal dessa forma, só pode ser considerado hediondo o que
o porte de arma de fogo com registro de cautela está previsto na Lei
vencido. Todavia, como já foi esclarecido, o crime de 8.072/90.
disparo de arma de fogo só é punido a título de dolo.
Assim, o agente responderá unicamente pelo crime de CF: XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
porte ilegal de arma de fogo. insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
E) Errada. Negativo!! Responderá unicamente pelo crime terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
de porte ilegal de arma de fogo. eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem;

B) Errada. Vamos revisar quais hipóteses que envolvam


o crime de roubo são consideradas hediondo:

Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes,


todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de

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dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou VI - Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º,
tentados: 3º e 4º);

II - Roubo: VII - Epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º).

a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima 57


(art. 157, § 2º, inciso V); A conduta de submeter uma vítima com 61 anos de
idade, sob seu poder, com emprego de violência, a
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. intenso sofrimento físico, como forma de aplicar
157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo castigo pessoal constitui:
de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);
(A) Crime de tortura qualificada.
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou (B) Crime de lesão corporal cumulado com maus-tratos,
morte (art. 157, § 3º). previsto no estatuto do idoso.
(C) Crime de tortura com causa de aumento de pena.
(D) Crime de tortura na modalidade simples.
C) Errada. Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da (E) Crime especificado no Estatuto do Idoso.
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e
o terrorismo são insuscetíveis de: Gabarito: C
I - Anistia, graça e indulto; COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
II - Fiança. Inicialmente, vamos revisar algumas modalidades de
tortura.
Obs: De acordo com o entendimento do STF, a proibição
de liberdade provisória pelo legislador com base na Tortura-Prova ou Tortura Persecutória = constranger
gravidade em abstrato é inconstitucional, cabendo ao alguém com o emprego de violência ou grave ameaça,
juiz, levando em conta as peculiaridades do caso causando-lhe sofrimento físico ou mental com a
concreto, deliberar pela concessão, ou não, da liberdade finalidade de obter informação, declaração ou confissão
provisória. Portando, o magistrado diante do caso da vítima ou de terceiros.
concreto pode conceder liberdade provisória sem
fiança. Tortura-Crime = constranger alguém com o emprego de
violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento
D) Errada. Caveira, não confunda: o FEMICÍDIO (é o físico ou mental para provocar ação ou omissão de
homicídio de uma mulher, sem ser por razões de gênero natureza criminosa.
ou pela condição de ser mulher). Por outro lado,
FEMINICÍDIO (é uma qualificadora do homicídio, quando Tortura-Discriminatória ou Tortura-Racismo =
praticado contra a mulher por razões da condição de sexo constranger alguém com o emprego de violência ou
feminino). Portando, o único crime que é considerado grave ameaça em razão de discriminação racial ou
hediondo, de acordo com a Lei 8.072/90, é o furto religiosa.
qualificado pelo emprego de explosivo.
Tortura-Castigo = submeter alguém, sob sua guarda,
Art.1]: IX - Furto qualificado pelo emprego de poder ou autoridade, com o emprego de violência ou
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental,
comum (art. 155, § 4º-A). como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
Obs: é a única modalidade de furto que é considerada
hediondo. A) Errada. Caveira, questão que demanda conhecimento
da letra de lei. O crime de tortura será qualificado quando
E) Correta. Art. 1º São considerados hediondos os ocorrer lesão corporal de natureza grave ou gravíssima
seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no ou quando ocorrer resultado morte. A assertiva traz uma
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, hipótese de causa de aumento de pena.
consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº
8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984) Art.1º: § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave
ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez
II - Roubo: anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis
anos.
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da
vítima (art. 157, § 2º, inciso V); B) Errada. Negativo, caveira. O agente responderá pelo
crime de tortura com causa de aumento de pena, previsto
V - Estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2°); na Lei 9.455/97.

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Art.1º: § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um crimes que exijam pena mínima igual ou superior a quatro
terço: anos.

I - Se o crime é cometido por agente público; Gabarito: B

II – Se o crime é cometido contra criança, gestante, COMENTÁRIO DO PROFESSOR:


portador de deficiência, adolescente ou maior de 60
(sessenta) anos; A) Errada. Caveira, ação controlada é uma técnica de
investigação, a qual é postergada a ação dos órgãos
III - Se o crime é cometido mediante sequestro. de segurança pública para intervir em um melhor
momento, e, assim, conseguir mais informações. A ação
controlada, para a sua efetivação, não necessita de
C) Correta. Art.1º: § 4º Aumenta-se a pena de um sexto prévia autorização judicial. Porém, o juiz deverá ser
até um terço: comunicado, podendo, inclusive, estabelecer limites para
a operação.
I - Se o crime é cometido por agente público;
Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a
II – Se o crime é cometido contra criança, gestante, intervenção policial ou administrativa relativa à ação
portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 praticada por organização criminosa ou a ela vinculada,
(sessenta) anos; desde que mantida sob observação e acompanhamento
para que a medida legal se concretize no momento mais
III - Se o crime é cometido mediante sequestro. eficaz à formação de provas e obtenção de informações.

D) Errada. Negativo, o crime será de tortura com causa § 1º O retardamento da intervenção policial ou
de aumento de pena de um sexto até um terço. administrativa será previamente comunicado ao juiz
competente que, se for o caso, estabelecerá os seus
E) Errada. O agente responde pelo crime de tortura, com limites e comunicará ao Ministério Público.
base na Lei 9.455/97.
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de
Art.1º: § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um forma a não conter informações que possam indicar a
terço: operação a ser efetuada.

I - Se o crime é cometido por agente público; § 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos
será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado
II – Se o crime é cometido contra criança, gestante, de polícia, como forma de garantir o êxito das
portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 investigações.
(sessenta) anos;
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto
III - Se o crime é cometido mediante sequestro. circunstanciado acerca da ação controlada.

58 Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de


A Lei nº 12.850/2013 define o crime de organização fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou
criminosa e dispõe sobre a investigação criminal e os administrativa somente poderá ocorrer com a
meios de obtenção da prova. Tal diploma legal cooperação das autoridades dos países que figurem
estabelece que: como provável itinerário ou destino do investigado, de
modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto,
objeto, instrumento ou proveito do crime.
(A) A intervenção policial poderá ser retardada, mediante
ação controlada, reclamando prévia autorização judicial. B) Correta. Caveira, por se tratar de uma técnica
(B) A infiltração de agentes exige prévia autorização extremamente delicada, faz-se necessária a autorização
judicial, assim como oitiva do Ministério Público em caso prévia do Juiz.
de representação da autoridade policial.
(C) Poderá ser realizada colaboração premiada, Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de
participando das negociações do acordo o juiz, o investigação, representada pelo delegado de polícia ou
Ministério Público e o acusado assistido por advogado. requerida pelo Ministério Público, após manifestação
(D) O sigilo da investigação poderá ser determinado pela técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso
autoridade policial para garantia da celeridade e eficácia de inquérito policial, será precedida de circunstanciada,
das diligências investigatórias, impedindo, nessa motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá
hipótese, acesso da defesa aos elementos produzidos. seus limites.
(E) O crime de organização criminosa se configura
quando quatro ou mais pessoas se associam de forma § 1º Na hipótese de representação do delegado de
estruturada e com divisão de tarefas para a prática de polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o
Ministério Público.

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(B) O juiz não poderá admitir que o pedido seja formulado


§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de verbalmente, mesmo que estejam presentes os
infração penal de que trata o art. 1º e se a prova não pressupostos que autorizem a interceptação.
puder ser produzida por outros meios disponíveis. (C) Não comete o crime do art. 10 da Lei 9.296/96
(realizar interceptação de comunicações telefônicas, de
§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 informática ou telemática, promover escuta ambiental ou
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou
desde que comprovada sua necessidade. com objetivos não autorizados em lei) o advogado que
grava escondido o depoimento do seu cliente prestado
§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º, o relatório em procedimento de investigação criminal.
circunstanciado será apresentado ao juiz competente, (D) Como regra, a solicitação da interceptação telefônica
que imediatamente cientificará o Ministério Público. será feita por escrito e, em casos excepcionais, o juiz
poderá admitir que seja formulado verbalmente e, em
§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia ambos os casos, deverá ser decidido em 48 (quarenta e
poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério oito) horas.
Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da (E) é inviolável o sigilo da correspondência e das
atividade de infiltração. comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
C) Errada. Caveira, de acordo com Art. 4º, § 6º, O juiz ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
não participará das negociações realizadas entre as estabelecer para fins de investigação criminal, instrução
partes para a formalização do acordo de colaboração, processual penal, investigação de processo
que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e administrativo e cível.
o defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou,
conforme o caso, entre o Ministério Público e o Gabarito: C
investigado ou acusado e seu defensor.
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
D) Errada. Caveira, vamos analisar o Art. 23 da lei
12.850/2013: A) Errada. Caveira, a interceptação telefônica é um meio
de prova subsidiário, ou seja, deve ser encarada como
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado instrumento de ultima ratio. Não será utilizada se existir
pela autoridade judicial competente, para garantia da outra medida menos invasiva para a produção de
celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, determinada prova. Outro ponto, para a utilização da
assegurando-se ao defensor, no interesse do interceptação o crime deve ser, necessariamente,
representado, amplo acesso aos elementos de prova que punido com reclusão.
digam respeito ao exercício do direito de defesa,
devidamente precedido de autorização judicial, Art. 2° Não será admitida a interceptação de
ressalvados os referentes às diligências em andamento. comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das
seguintes hipóteses:
E) Errada. Vejamos abaixo o conceito de organização
criminosa para a lei 12.850/2013: I - Não houver indícios razoáveis da autoria ou
participação em infração penal;
Art. 1, § 1º: Considera-se organização criminosa a
associação de 4 (quatro) ou mais pessoas II - A prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de
tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, III - O fato investigado constituir infração penal
direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, punida, no máximo, com pena de detenção.
mediante a prática de infrações penais cujas penas
máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que B) Errada. Caveira, em regra, o pedido será feito por
sejam de caráter transnacional. escrito e conterá a demonstração de que a sua realização
é necessária à apuração de infração penal, com
59 indicação dos meios a serem empregados. Todavia,
Tendo em vista que, no processo penal, as provas excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido
são de suma importância na busca da verdade, seja seja formulado verbalmente, desde que estejam
para demonstrar ao julgador a existência da infração presentes os pressupostos que autorizem a
penal, seja para negá-la, assinale a opção correta interceptação, caso em que a concessão será
acerca das provas, da interceptação telefônica e de condicionada à sua redução a termo.
institutos correlatos.
Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação
(A) O juiz poderá determinar a interceptação telefônica telefônica conterá a demonstração de que a sua
quando houver indícios razoáveis de autoria de crime realização é necessária à apuração de infração penal,
punido com reclusão ou detenção, desde que inexista a com indicação dos meios a serem empregados.
possibilidade de obtenção desses indícios por outros
meios de provas.

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§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o II. Será punido, com pena de suspensão, o agente
pedido seja formulado verbalmente, desde que público que se recusar a prestar declaração dos bens
estejam presentes os pressupostos que autorizem a dentro do prazo determinado.
interceptação, caso em que a concessão será
condicionada à sua redução a termo. III. A perda da função pública e a suspensão dos
direitos políticos só se efetivam com o trânsito em
C) Correta. Isso mesmo, caveira. De acordo com o julgado da sentença condenatória.
entendimento do STJ, embora não se afigure ética e
moralmente louvável a realização de gravação IV. De acordo com as recentes novidades, para
clandestina, contrária às diretrizes preconizadas pela configurar ato de improbidade administrativa, faz-se
autoridade incumbida para o ato, a realidade é que, necessário o dolo específico.
nessa conjuntura, não se revelou ilegal, muito menos
criminosa a ação do advogado. (HC n. 662.690/RJ, (A) Apenas I e IV.
relator Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, julgado (B) Apenas II e III.
em 17/5/2022, DJe de 19/5/2022.). fonte: dizer o direito. (C) Apenas I, II e III.
D) Errada. O Juiz tem um prazo de 24 horas para decidir (D) Apenas I, III e IV.
sobre o pedido. (E) Apenas II, III e IV.

Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas Gabarito: D


poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a
requerimento: COMENTÁRIO DO PROFESSOR:

I - Da autoridade policial, na investigação criminal; Caveira, a leitura dos artigos 9º, 10, 11, 12 e 13 são
obrigatórias, mais de 70% das questões de improbidade
II - Do representante do Ministério Público, na administrativas vão cobrar esses artigos. Dito isto, vamos
investigação criminal e na instrução processual penal. analisar as assertivas.

Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação Item I (Correto). Art. 11. Constitui ato de improbidade
telefônica conterá a demonstração de que a sua administrativa que atenta contra os princípios da
realização é necessária à apuração de infração penal, administração pública a ação ou omissão dolosa que
com indicação dos meios a serem empregados. viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de
legalidade, caracterizada por uma das seguintes
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o condutas:
pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam
presentes os pressupostos que autorizem a V - Frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter
interceptação, caso em que a concessão será concorrencial de concurso público, de chamamento ou
condicionada à sua redução a termo. de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de
benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros;
§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
decidirá sobre o pedido.

Item II (Errado). Caveira, nesse caso, a pena será de


E) Errada. Negativo, caveira. A interceptação telefônica DEMISSÃO.
é limitada pelo texto constitucional, uma vez que ele só
poderá autorizar a escuta para fins de investigação Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam
criminal ou instrução penal. Assim, caso ocorra uma condicionados à apresentação de declaração de imposto
autorização judicial para interceptação telefônica de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha
destinada a viabilizar uma investigação administrativa ou sido apresentada à Secretaria Especial da Receita
civil (em um processo administrativo disciplinar ou numa Federal do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de
ação de improbidade administrativa, por exemplo), será pessoal competente.
flagrantemente inconstitucional.
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem
60 prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público
A respeito da Lei de Improbidade Administrativa (Lei que se recusar a prestar a declaração dos bens a que se
nº 8.429/1992), analise as assertivas e assinale a refere o caput deste artigo dentro do prazo determinado
alternativa que aponta as corretas. ou que prestar declaração falsa.

I. O agente público que frustra a licitude de concurso


público está sujeito às cominações dos atos de Item III (Correto). Caveira, de acordo com o art.20 da Lei
improbidade administrativa que atentam contra os 8.429/92, a perda da função pública e a suspensão
princípios da Administração Pública. dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em
julgado da sentença condenatória.

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II - Deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de


Item IV (Correto). Isso mesmo, caveira. Há necessidade qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família
de dolo específico para configuração da improbidade, o ou à pessoa por ela indicada;
que importou na superação da jurisprudência do STJ,
que se contentava com o dolo genérico. Outro ponto III - Deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e
importante é que não é mais possível o cometimento de quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade,
improbidade administrativa de forma culposa. Agora, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das
mesmo as condutas que importem em prejuízo ao erário, testemunhas;
só poderão ser punidas a título de dolo.
IV - Prolonga a execução de pena privativa de liberdade,
61 de prisão temporária, de prisão preventiva, de medida de
Ivo foi preso em flagrante pela prática de delito de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo
roubo com emprego de arma de fogo. Mesmo após e excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura
24 horas do flagrante, e sem qualquer justificativa, a imediatamente após recebido ou de promover a soltura
autoridade policial (com animus abutendi) ainda não do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.
havia feito a necessária comunicação da prisão em
flagrante à autoridade judiciária. Nessa hipótese, é 2- Trata-se de um crime omissivo próprio ou puro, ou
correto afirmar que: seja, a omissão está expressa no tipo penal, portanto, é
inadmissível a figura tentada. A consumação ocorre com
(A) A atitude da autoridade policial configura crime a simples omissão.
previsto na lei de abuso de autoridade; crime omissivo
próprio que inadmite tentativa, consumando-se com a B) Errada. Caveira, vamos revisar os crimes que não
mera omissão. admitem tentativa:
(B) A atitude da autoridade policial configura crime
previsto na lei de abuso de autoridade, mas na 1- Crimes culposos: não cabe tentativa, pois não há
modalidade tentada, pois o prazo para a comunicação da dolo, são praticados devido a imprudência, negligência
prisão ainda não expirou com as 24 horas. ou imperícia, (não se pode tentar aquilo que não se
(C) A autoridade policial não praticou crime algum, mas a quer).
prisão em flagrante será considerada ilegal e, portanto,
deverá ser imediatamente relaxada. 2- Crimes habituais: não cabe, pois se exige uma
(D) A autoridade policial não praticou crime algum, mas conduta reiterada para que este crime se consume
será possível ao defensor de Ivo entrar com pedido de (habitualidade).
habeas corpus em virtude da ilegalidade da prisão.
(E) A autoridade policial praticou crime de 3- Crimes omissivos próprios: não cabe tentativa, pois
constrangimento ilegal e cárcere privado; além disso, a o crime se consuma no momento exato da omissão.
prisão será considerada ilegal e poderá anular todo o
processo. 4.- Crimes Unissubisistentes: não cabe tentativa, pois
não há como fracionar o “iter criminis” (não tem como
Gabarito: A fracionar o crime).

COMENTÁRIO DO PROFESSOR: 5.- Crimes preterdolosos: não cabe, pois, essa


modalidade de crime prevê dolo no antecedente e culpa
A) Correta. Caveira, animus abutendi é uma expressão no consequente, (ex: tortura seguida de morte, se há
em latim, que significa (dolo de abusar). Dito isso, vamos culpa no resultado mais gravoso não há que se falar em
dividir a explicação em duas partes. 1- Primeiramente, a crime tentado).
questão cobrou conhecimento do crime de abuso de
autoridade previsto no art.12 da Lei 13.86910, vejamos 6- Contravenções penais: é possível a tentativa nesse
abaixo: caso, mas ela não é punida por ser considerado um crime
anão.
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar
prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo 7- Crimes de atentado: não cabe tentativa, pois nesse
legal: (A comunicação da prisão em flagrante deve caso a tentativa é punida como se o crime já houvesse
ocorrer imediatamente). sido praticado.
Fonte: jus.com.br
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa. C) Errada. Caveira, a prisão em flagrante foi legal, todavia
a autoridade policial cometeu crime de abuso de
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: autoridade, pois, de forma injustificada, deixou de
comunicar imediatamente a prisão ao Juiz.
I - Deixa de comunicar, imediatamente, a execução de
prisão temporária ou preventiva à autoridade D) Errada. Como já vimos acima, autoridade policial
judiciária que a decretou; cometeu crime de abuso de autoridade.

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E) Errada. Negativo, trata-se de um crime previsto na lei Súmula 630 do STJ: “A incidência da atenuante da
de abuso de autoridade: confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de
entorpecentes exige o reconhecimento da traficância
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse
prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo ou propriedade para uso próprio”.
legal: (A comunicação da prisão em flagrante deve
ocorrer imediatamente). D) Errada. O Superior Tribunal Federal julgou
inconstitucional a vedação à substituição da pena
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos
multa. prevista no art. 33, §4º da Lei 11.343/2006. De acordo
com o entendimento do STF, tal dispositivo viola o
62 princípio da individualização da pena.
Assinale a opção correta à luz da Lei n. º 11.343/2006
(Lei de Drogas), do CP, do CPP e da jurisprudência E) Correta. Caveira, o Código de Processo Penal, em seu
dos Tribunais Superiores. artigo 318, diz que o Juiz poderá substituir a prisão
preventiva pela domiciliar quando a agente for mulher
(A) Incide a causa de aumento de pena do art. 40, III, da com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos.
Lei de Drogas se o crime foi praticado nas proximidades Por razões humanitárias e para proteção integral da
de escola fechada em razão da COVID-19. criança, é cabível a concessão de prisão domiciliar a
(B) A denúncia anônima da prática de tráfico de drogas genitoras de menores de até 12 anos incompletos, nos
somada à fuga do acusado, por si sós, autorizam o termos do art. 318, V, do CPP, desde que (a) não se trate
ingresso policial no domicílio do acusado. de crime cometido com violência ou grave ameaça, (b)
(C) O agente condenado por tráfico de drogas, que nega não tenha sido praticado contra os próprios filhos e (c)
a prática desse crime, mas admite a posse ou a não esteja presente situação excepcional a contraindicar
propriedade da droga para uso próprio, faz jus ao a medida. Conforme art. 318, V, do CPP, a concessão
reconhecimento da atenuante da confissão. de prisão domiciliar às genitoras de menores de até
(D) Não se admite a substituição das penas privativas de 12 anos incompletos não está condicionada à
liberdade por restritivas de direitos nas condenações por comprovação da imprescindibilidade dos cuidados
tráfico de drogas. maternos, que é legalmente presumida. (AgRg no HC
(E) A concessão de prisão domiciliar às genitoras de n. 731.648/SC, relator Ministro Joel Ilan Paciornik,
menores de até 12 anos incompletos é legalmente relator para acórdão Ministro João Otávio de
presumida, não estando condicionada à comprovação da Noronha, Quinta Turma, julgado em 7/6/2022, DJe de
imprescindibilidade dos cuidados maternos. 23/6/2022.) Fonte: dizer o direito.

Gabarito: E 63
Considerando as recentes alterações legislativas,
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: assinale a alternativa incorreta sobre a Lei de
Execução Penal.
A) Errada. Caveira, de forma resumida, a razão de ser da
causa de aumento de pena prevista no inciso III do art. (A) O cometimento de falta grave durante a execução da
40 da Lei n. 11.343/2006 é a de punir, com maior rigor, pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a
aquele que, nas imediações ou nas dependências dos obtenção da progressão no regime de cumprimento da
locais a que se refere o dispositivo, dada a maior pena, caso em que o reinício da contagem do requisito
aglomeração de pessoas, tem como mais ágil e facilitada objetivo terá como base a pena remanescente.
a prática do tráfico de drogas. Como as escolas estavam (B) O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano
fechadas, não houve uma maximização do risco exposto da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento do
àqueles que frequentam a escola (alunos, pais, requisito temporal exigível para a obtenção do direito.
professores, funcionários em geral), deve, (C) Os condenados que cumprem pena em regime
excepcionalmente, em razão das peculiaridades do caso fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão
concreto, ser afastada a incidência da referida majorante. obter permissão para sair do estabelecimento, mediante
(AgRg no HC n. 728.750/DF, relator Ministro Rogerio escolta, quando ocorrer falecimento ou doença grave do
Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe de 19/5/2022.) cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou
irmão.
B) Errada. Negativo, caveira. Vejamos o informativo 666 (D) As sanções disciplinares de advertência verbal,
do STJ: a denúncia anônima da prática de tráfico de repreensão e inclusão no regime disciplinar diferenciado
drogas somada à fuga do acusado, por si sós, não serão aplicadas por ato motivado do diretor do
autorizam o ingresso policial no domicílio do acusado estabelecimento.
(E) A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de
C) Errada. Caveira, de acordo com o a Súmula 630 do pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da pena
STJ, para ter direito à atenuante da confissão, faz-se de limitação de fim de semana.
necessário o reconhecimento da traficância.
Gabarito: D

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COMENTÁRIO DO PROFESSOR: E) Correta. Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao


cumprimento de pena privativa de liberdade, em
A banca instituto AOCP vem mudando um pouco o seu regime aberto, e da pena de limitação de fim de
perfil, todavia, ela não abandou as questões que cobram semana.
letra de lei. Fique atento (a).
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano,
A) Correta.Art.112: § 6º O cometimento de falta grave separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-
durante a execução da pena privativa de liberdade se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.
interrompe o prazo para a obtenção da progressão no
regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa
da contagem do requisito objetivo terá como base a pena do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos
remanescente. para acomodar os presos, local adequado para cursos e
palestras.
B) Correta. Art.112, § 7º O bom comportamento é
readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para
antes, após o cumprimento do requisito temporal exigível os serviços de fiscalização e orientação dos condenados.
para a obtenção do direito.
64
C) Correta. Art. 120. Os condenados que cumprem pena De acordo com a Lei nº 11.340/2006 - Lei Maria da
em regime fechado ou semiaberto e os presos Penha, analise os itens abaixo:
provisórios poderão obter permissão para sair do
estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um I. É constitucional o art. 12-C da Lei Maria da Penha
dos seguintes fatos: que autoriza, em algumas hipóteses, a aplicação,
pela autoridade policial, de medida protetiva de
I - Falecimento ou doença grave do cônjuge, urgência em favor da mulher.
companheira, ascendente, descendente ou irmão;
II. Afasta-se a incidência da Lei Maria da Penha na
II - Necessidade de tratamento médico (parágrafo único violência ocorrida em relações homoafetivas se o
do artigo 14). sujeito ativo é uma mulher.

Parágrafo único. A permissão de saída será concedida III. Ação no crime de lesão corporal leve é pública
pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o incondicionada à representação, enquanto o crime
preso. de ameaça é de ação pública condicionada à
representação.
Art. 121. A permanência do preso fora do
estabelecimento terá a duração necessária à finalidade Está(ão) CORRETO(S):
da saída.
(A) Somente o item I.
D) Errada (Gabarito). Caveira, a sanção de regime (B) Somente o item II.
disciplinar diferenciado, conhecido como (RDD) será (C) Somente o item III.
aplicado por prévio e fundamentado despacho do juiz (D) Somente os itens I e III.
competente. Vejamos abaixo: (E) Todos os itens estão corretos.

Art. 53. Constituem sanções disciplinares: Gabarito: D

I - Advertência verbal; COMENTÁRIO DO PROFESSOR:

II - Repreensão; Item I (Correto). Caveira, o plenário do STF, por


unanimidade, declarou constitucionais dispositivos da lei
III - Suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, Maria da Penha que autorizam autoridade policial
parágrafo único); (delegados e policiais) a afastar o suposto agressor do
domicílio ou de lugar de convivência com a vítima quando
IV - Isolamento na própria cela, ou em local adequado, verificada a existência de risco à vida ou à integridade da
nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, mulher.
observado o disposto no artigo 88 desta Lei.
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou
V - Inclusão no regime disciplinar diferenciado. iminente à vida ou à integridade física ou psicológica da
mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou
art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão de seus dependentes, o agressor será imediatamente
aplicadas por ato motivado do diretor do afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a
estabelecimento e a do inciso V, por prévio e ofendida:
fundamentado despacho do juiz competente.
I - Pela autoridade judicial;

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pagamento de tributo estará sujeito a pena de prisão


II - Pelo delegado de polícia, quando o Município não simples e multa.
for sede de comarca; ou (E) O agente que deixar de recolher, no prazo legal, valor
de tributo ou de contribuição social, descontado ou
III - pelo policial, quando o Município não for sede de cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e
comarca e não houver delegado disponível no momento que deveria recolher aos cofres públicos estará sujeito,
da denúncia. unicamente, a pena de multa.

§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste Gabarito: C


artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo de 24
(vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
manutenção ou a revogação da medida aplicada,
devendo dar ciência ao Ministério Público A) Errada. Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária
concomitantemente. suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida (Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000)
ou à efetividade da medida protetiva de urgência, não
será concedida liberdade provisória ao preso. I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às
autoridades fazendárias;
Fonte:link:https://www.migalhas.com.br/quentes/362221
/stf-policiais-podem-determinar-medida-protetiva-na-lei- Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
maria-da-penha
B) Errada. Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária
Item II (Errado). Negativo, caveira. Para incidir a lei Maria suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
da Penha, o sujeito passivo (vítima) deve, qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
necessariamente, ser mulher, independente se o
sujeito ativo (agressor) for homem ou mulher. V - Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota
fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de
Obs: quando o sujeito ativo for a mulher estamos diante mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente
de uma presunção relativa de vulnerabilidade da mulher, realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.
ou seja, deve ser analisado no caso concreto a situação
de vulnerabilidade da mulher. Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Item III (Correto). Isso mesmo, caveira, a ação penal nos C) Correta. Art. 12. São circunstâncias que podem
crimes de lesão corporal leve cometidos em detrimento agravar de 1/3 (um terço) até a metade as penas
da mulher, no âmbito doméstico e familiar, é pública previstas nos arts. 1°, 2° e 4° a 7°:
incondicionada. Essa foi a tese fixada pela 3ª seção do
STJ. Por outro lado, o crime de ameaça é de ação I - Ocasionar grave dano à coletividade;
pública condicionada à representação.
II - Ser o crime cometido por servidor público no exercício
65 de suas funções;
De acordo com a Lei nº 8.137/90, assinale a
alternativa correta. III - Ser o crime praticado em relação à prestação de
serviços ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à
(A) O agente que omitir informação, ou prestar saúde
declaração falsa às autoridades fazendárias estará
sujeito a uma pena de detenção de 1 (um) a 3 (três) anos, D) Errada. Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:
e multa. (Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000)
(B) O agente que negar ou deixar de fornecer, quando
obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre
à venda de mercadoria ou prestação de serviço, rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para
efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
a legislação estará sujeito uma pena de reclusão de 1 a
4 anos, apenas. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
(C) São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um multa.
terço) até a metade: ocasionar grave dano à coletividade;
ser o crime cometido por servidor público no exercício de E) Errada. Art. 2° Constitui crime da mesma natureza:
suas funções; ser o crime praticado em relação à (Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000)
prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais
à vida ou à saúde. II - Deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou
(D) O agente que fizer declaração falsa ou omitir de contribuição social, descontado ou cobrado, na
declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria
outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de recolher aos cofres públicos;

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criminalística.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa. O Autor é reconhecido como o pai da Criminalística no
mundo, publicou o livro Manual Prático de Instruções
Noções de Criminalística Jurídicas, que deu início ao estudo do sistema de
Criminalística, no qual as ciências naturais e as artes
66 eram usadas para a elucidação de crimes.
Acerca das noções de criminalística, assinale a
alternativa incorreta. Alternativa D – correta.
De acordo JOSÉ DEL PICCHIA (1947) - Disciplina que
(A) Um dos objetivos da Criminalística é dar a tem por objetivo o reconhecimento e interpretação dos
materialidade do fato típico, constatando a ocorrência do indícios materiais extrínsecos, relativos ao crime ou à
ilícito. identidade do criminoso.
(B) A Criminalística surgiu a partir dos trabalhos
desenvolvidos pela Medicina Legal nos séculos Os exames dos vestígios intrínsecos (na pessoa) são da
passados. alçada da Medicina Legal;
(C) Francis Galton é considerado o pai da criminalística.
(D) A Criminalística tem por objetivo o reconhecimento e Logo, a Criminalística é a disciplina que tem como
a interpretação dos indícios materiais extrínsecos. objetivo o reconhecimento e a interpretação dos indícios
(E) A Criminalística tem por objetivo indicar a autoria do materiais extrínsecos, relativos ao crime ou à identidade
delito, quando possível. do criminoso.

Alternativa E – correta.
Gabarito: C
Criminalística é uma ciência que tem por objetivos:
dar a materialidade do fato típico, constatando a
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
ocorrência do ilícito penal; verificar os meios e os modos
como foi praticado um delito, visando fornecer a dinâmica
Caveiras, a questão versa sobre os pontos 1 Histórico e
do fenômeno; O reconhecimento e a interpretação dos
doutrina da Criminalística; 2. Postulados da
indícios materiais extrínsecos; indicar a autoria do
criminalística; 3. Noções e princípios da Criminalística;
delito, quando possível; Interpretar os elementos que
conduzam à identificação do agente; elaborar a prova
Alternativa A – correta.
técnica, através da indiciologia material.
Os objetivos da criminalística como ciências são: dar a
materialidade do fato típico, constatando a ocorrência do
ilícito penal; verificar os meios e os modos como foi 67
praticado um delito, visando fornecer a dinâmica do Concernente à cadeia de custódia, assinale a
fenômeno; indicar a autoria do delito, quando possível; alternativa correta.
elaborar a prova técnica, através da indiciologia material.
(A) Vestígio é toda circunstância já conhecida, provada e
Alternativa B – correta. documentada pela perícia criminal.
A Criminalística é uma disciplina nova que surgiu a partir (B) O procedimento de distinguir os elementos que
dos trabalhos desenvolvidos pela Medicina Legal nos tenham potencial relevância para a produção pericial é
séculos passados. uma etapa do isolamento do local de crime.
(C) O ambiente fechado que sofre alterações por
Nos primórdios da fase técnico-científica, a partir do interferência externa é considerado mediato e idôneo.
século XIX, cabia à Medicina Legal, além dos exames de (D) O poder judiciário deverá ser o responsável por
integridade física do corpo humano, toda a pesquisa, documentar formalmente e detalhar os vestígios
busca e demonstração de outros elementos relacionados coletados no local do crime.
com a materialidade do fato penal, como o exame dos (E) O perito oficial será o responsável por coletar os
instrumentos do crime e demais evidências extrínsecas vestígios e fazer o encaminhamento necessário à central
ao corpo humano. de custódia, mesmo quando for necessária a realização
de exames complementares.
Com o advento de novos conhecimentos e
desenvolvimento das áreas técnicas, como física, Gabarito: E
química, biologia, matemática, toxicologia etc, tornou-se
necessidade real a criação de uma nova disciplina para a COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
pesquisa, análise, interpretação dos vestígios materiais
encontrados em locais de crime, tornando-se, assim, Caveiras, a questão versa sobre o ponto 5. Métodos da
fonte imperiosa de apoio à polícia e à justiça. Criminalística; 6. Corpo de Delito: conceito; 7.
Classificação dos locais de crime: 7.1. Quanto à natureza
Alternativa C – incorreta. do fato; 7.2. Quanto à natureza da área: local de crime
Na realidade, o nome Criminalística foi adotado pela interno e local de crime externo; 7.3. Quanto à divisão:
primeira vez por Hans Gross, considerado o pai da local mediato, imediato e relacionado; 7.4. Quanto à
preservação: idôneo e inidôneo; 7.5. Isolamento de local.

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(C) Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos


os procedimentos utilizados para manter e documentar a
Alternativa A – incorreta. história cronológica do vestígio coletado em locais ou em
O vestígio é considerado como todo objeto ou material, vítimas de crimes, mas não para rastrear sua posse e
visível ou latente, recolhido que se relaciona com o crime. manuseio.
Art. 158-A, §3º do CPP. Vejamos: (D) A etapa de isolamento consiste em distinguir um
elemento como de potencial interesse para a produção
“Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto da prova pericial.
de todos os procedimentos utilizados para manter e (E) A etapa de fixação consiste em recolher o vestígio
documentar a história cronológica do vestígio coletado que será submetido à análise pericial, respeitando suas
em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua características e natureza.
posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o
descarte. (...) Gabarito: A

§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível COMENTÁRIO DO PROFESSOR:


ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona
à infração penal.” Combatentes, a questão versa sobre o ponto 5. Métodos
da Criminalística; 6. Corpo de Delito: conceito; 7.
Alternativa B – incorreta. Classificação dos locais de crime: 7.1. Quanto à natureza
É considerada a etapa de reconhecimento o ato de do fato; 7.2. Quanto à natureza da área: local de crime
distinguir elementos para produção da prova pericial. Art. interno e local de crime externo; 7.3. Quanto à divisão:
158-B, I do CPP. Vejamos: local mediato, imediato e relacionado; 7.4. Quanto à
preservação: idôneo e inidôneo; 7.5. Isolamento de
“Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o local.
rastreamento do vestígio nas seguintes etapas:
Alternativa A – correta.
I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como De fato, o início da cadeia de custódia dá-se com a
de potencial interesse para a produção da prova pericial; preservação do local de crime ou com procedimentos
” policiais ou periciais nos quais sejam detectadas a
existência de vestígio, conforme art. 158-A, §1º, CPP.
Alternativa C – incorreta. Vejamos:
O ambiente que sofre alterações e interferências
adjacentes é considerado inidôneo. “Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto
de todos os procedimentos utilizados para manter e
Alternativa D – incorreta. documentar a história cronológica do vestígio coletado
O procedimento na esfera judicial é responsável pelo em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua
julgamento das provas que serão dependentes da fase posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o
investigatória. descarte.

Alternativa E – correta. § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a


O item corresponde a dicção do art. 158-C do CPP, o qual preservação do local de crime ou com procedimentos
explica que a coleta dos elementos materiais deve ser, policiais ou periciais nos quais seja detectada a
preferencialmente, realizada por perito oficial existência de vestígio.”
(concursado e com diploma). Vejamos:
Alternativa B – incorreta.
“Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada O agente público que reconhecer um elemento como de
preferencialmente por perito oficial, que dará o potencial interesse para a produção da prova pericial fica
encaminhamento necessário para a central de custódia, responsável por sua preservação, conforme art. 158-A,
mesmo quando for necessária a realização de exames §2º, CPP. Vejamos:
complementares.”
“Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto
68 de todos os procedimentos utilizados para manter e
Acerca da cadeia de custódia, assinale a alternativa documentar a história cronológica do vestígio coletado
correta. em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua
posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o
(A) O início da cadeia de custódia dá-se com a descarte. (...)
preservação do local de crime ou com procedimentos
policiais ou periciais nos quais sejam detectadas a § 2º O agente público que reconhecer um elemento como
existência de vestígio. de potencial interesse para a produção da prova pericial
(B) O agente público que reconhecer um elemento como fica responsável por sua preservação.”
de potencial interesse para a produção da prova pericial
deverá entregá-lo para as autoridades competentes. Alternativa C – incorreta.

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Cadeia de custódia consiste no conjunto de todos os (D) Apenas a II e a III estão corretas.
procedimentos utilizados para manter e documentar a (E) Apenas a III está correta.
história cronológica do vestígio coletado em locais ou em
vítimas de crimes, inclusive para rastrear sua posse e Gabarito: B
manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte,
conforme art. 158-A do CPP, a seguir: COMENTÁRIO DO PROFESSOR:

“Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto Caveiras, a questão aborda o ponto 7. Classificação dos
de todos os procedimentos utilizados para manter e locais de crime: 7.1. Quanto à natureza do fato; 7.2.
documentar a história cronológica do vestígio coletado Quanto à natureza da área: local de crime interno e local
em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua de crime externo; 7.3. Quanto à divisão: local mediato,
posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o imediato e relacionado; 7.4. Quanto à preservação:
descarte. ” idôneo e inidôneo; 7.5. Isolamento de local.

Alternativa D – incorreta. Vejamos os argumentos das assertivas:


Na verdade, na etapa de reconhecimento deve-se
distinguir um elemento como de potencial interesse para A assertiva I está correta. Local idôneo, preservado ou
a produção da prova pericial, conforme art. 158-B, I, do não violado é aquele no qual os peritos encontram os
CPP, que assevera: vestígios da mesma forma que foram deixados na ação
delituosa.
“Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o
rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: A assertiva II está correta. Local relacionado é aquele
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) que tem relação do mesmo fato em outros locais.

I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como A assertiva III está errada. O local mediato compreende
de potencial interesse para a produção da prova pericial; as adjacências da área reservada ao ambiente imediato,
” ou seja, toda área além da demarcada como área
imediata.
Alternativa E – incorreta.
Na realidade, na etapa de coleta deve-se recolher o Para acréscimo de conhecimento, observemos:
vestígio que será submetido à análise pericial,
respeitando suas características e natureza, conforme O local de crime pode ser definido como sendo uma área
art. 158-B, IV, do CPP, que aduz: física onde ocorreu um fato esclarecido, ou não, até
então, que apresente características e/ou configurações
“Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o de um delito.
rastreamento do vestígio nas seguintes etapas: (...)
Ou seja, trata-se de um espaço territorial, imediato ou
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido mediato, de interesse público, onde tenha sido praticado
à análise pericial, respeitando suas características e um fato que configure uma infração penal exigindo, dessa
natureza;” forma, as providências legais por parte das autoridades
competentes. É primordial a correta preservação desse
69 local, pois dela dependerá a exatidão dos exames
Sobre locais do crime e suas classificações, analise periciais que se sucederem.
as assertivas abaixo.
Dessa forma, os peritos passam a ter uma garantia legal
I. Local preservado: Quando os indícios foram para a preservação e o isolamento de locais de infrações
preservados desde a ocorrência dos fatos até o penais, tarefa essa à cargo da autoridade policial, sob
completo registro. pena de responsabilização futura pelo juiz, conforme art.
6º, incisos I e II, do CPP.
II. Local relacionado: Quando duas áreas se
associam ou se completam na configuração do Ao mesmo tempo em que o art. 6º e seus incisos I e II
delito. determinam a autoridade policial que preserve o local e o
corpo de delito, também exige que o perito relate em seu
III. Local mediato: É considerado o local laudo se preservação deixou de ser feita ou ocorreu com
propriamente dito, ou seja, o local onde ocorreu o falhas, conforme art. 169 do CPP.
fato e comumente se encontra o corpo da vítima.
Diante o exposto, a Alternativa B é a correta.
Com base nas informações, assinale a alternativa
correta. 70
O perito designado para analisar um ambiente, ao
(A) Apenas a I está correta. chegar ao local do crime, se depara com um cenário
(B) Apenas a I e a II estão corretas. todo revirado, com rastros de sangue, impressões
(C) Apenas a I e a III estão corretas. digitais impregnadas nos móveis, além de diversos

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cartuchos e projéteis espalhados pelo chão. Diante a (D) Orla de esfumaçamento.


situação hipotética descrita, assinale a alternativa (E) Zona de queimadura.
que corresponde aos sinais descritos no ambiente.
Gabarito: A
(A) Prova Indireta.
(B) Indícios. COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
(C) Vestígios.
(D) Evidências. Caveiras, a questão aborda o ponto 7. Traumatologia
(E) Circunstância de autoria. forense. 7.1 Energia de ordem física. 7.2 Energia de
ordem mecânica. 7.3 Lesões corporais: leve, grave e
Gabarito: C gravíssima e seguida de morte.

COMENTÁRIO DO PROFESSOR: Alternativa A – incorreta.


O sinal de Werkgaertner é aquele que se verifica pela
Combatentes, a questão versa sobre o ponto 4. Tipos de marca da boca da arma de fogo, assim como da alça da
Provas: prova confessional, prova testemunhal, prova mira sobre a pele, o que caracteriza o tiro como
documental e prova pericial; encostado e não a curta distância.

O cenário descrito na situação hipotética corresponde a Alternativa B – correta.


ideia de material que possibilita a análise de crime, ou Halo de tatuagem, característica do tiro a curta distância,
seja, toda marca, impressão ou sinal por mais sensível varia de cor e intensidade conforma a pólvora, resultante
que pareça se enquadra no conceito de vestígio. da impregnação de grãos de pólvora incombustos que
alcançam o corpo.
Alternativa A – incorreta.
Para que toda análise seja prova, deverá antes ser Alternativa C – correta.
confirmado os aspetos circunstanciais. Não sendo O Halo de enxugo é explicado pela passagem do projetil,
aplicado ao caso em tela. por meio dos tecidos, atritando e contundindo, limpando
neles suas impurezas e ocorre nos tiros a curta distância.
Alternativa B – incorreta.
O indício é uma circunstância conhecida e já provada. Alternativa D – correta.
Não sendo aplicado ao caso em tela. Orla de esfumaçamento, também é característica do tiro
a curta distância, é decorrente do depósito deixado pela
Alternativa C – correta. fuligem que circunscreve a ferida de entrada. Também
É considerado vestígio qualquer rastro, marca ou sinal chamada de zona de falsa tatuagem, pois, lavando-se ela
deixado no local do crime. desaparece. As roupas retêm essas fuligens.

VESTÍGIO: é toda marca, objeto, sinal, rastro, substância Alternativa E – correta.


ou elemento que seja detectado em local onde haja sido Característica do tiro a curta distância, a zona de
praticado um fato delituoso (DOREA et al., 2010). Na queimadura consiste na ação superaquecida dos gases,
visão de Velho et al. (2012), é todo objeto ou material que queimam e atingem o alvo.
bruto constatado e/ou recolhido em local de crime ou
presente em uma situação a ser periciada e que será 72
analisado posteriormente. No tocante aos sinais que decorrem de uma morte
por afogamento, assinale a alternativa incorreta.
Alternativa D – incorreta.
Após análise do vestígio é que falamos da evidência, pois (A) Não pode haver sinal de cogumelo de espuma.
o conjunto de elementos coletados devem ser tratados (B) Haverá sinal de manchas de Paltauf.
para que se afirme se há ligação do material examinado (C) O afogamento apresenta, em regra, três momentos,
ao caso. quais sejam, resistência, exaustão e asfixia.
(D) Haverá sinal de Bernt.
Alternativa E – incorreta. (E) Haverá mancha verde de putrefação.
A partir da análise dos vestígios materiais é que se visa
identificar as circunstâncias e autoria do crime. Gabarito: A

Noções de Medicina Legal COMENTÁRIO DO PROFESSOR:

71 Caveiras, a questão aborda o ponto 2. Noções de


Todas alternativas abaixo apresentam características Asfixiologia Forense: 2.1. Por constrição cervical:
de tiros a curta distância, a exceção de uma. enforcamento, estrangulamento, esganadura; 2.2. Por
modificação do meio: afogamento, soterramento,
(A) Sinal de Werkgaertner. confinamento; 2.3. Por sufocação: direta e indireta.
(B) Halo de tatuagem.
(C) Halo de enxugo. Alternativa A – incorreta.

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Poderá haver sinal de cogumelo de espuma, o cogumelo


de espuma é um sinal externo de afogamento. Como a Alternativa C – incorreta.
questão pede para marcar a alternativa incorreta, deverá Não confunda “fases” com “fenômenos”. As fases do
ser essa alternativa o nosso gabarito. percurso do veneno através do organismo são:
penetração, absorção, distribuição, fixação,
Alternativa B – correta. transformação e eliminação.
As manchas de Paltauf é um dos sinais de morte por
afogamento. Nos afagamentos, internamentos, são Alternativa D – incorreta.
encontrados os pulmões distendidos, enfisema aquoso, Na realidade, a questão refere-se ao efeito coagulante
manchas de Paltauf (maiores de 2 cm, roturas das encontrado nos cáusticos, enquanto equivalente tóxico é
paredes alveolares e capilares sanguíneos, contornos um fenômeno que pode ocorrer após a penetração do
irregulares). veneno no organismo.

Alternativa C – correta. Alternativa E – correta.


O afogamento possui três fases: da resistência, da A gravidade da lesão varia de acordo com a quantidade,
exaustão e da asfixia. a concentração e a natureza do cáustico, e seu
prognóstico depende do seu desdobramento por
Alternativa D – correta. infecção, cicatrizes retráteis ou lesões mais graves como
O sinal de Bernt está presente nas mortes por a cegueira.
afogamento, em que ocorre os eriçamentos dos pelos.
74
Alternativa E – correta. Acerca da sexologia forense, assinale a alternativa
A mancha verde da putrefação também está presente correta.
nos afogamentos, ao nível do esterno ou parte inferior do
pescoço. (A) A síndrome da criança maltratada caracteriza-se por
alterações e perturbações que podem ocorrer nas
73 crianças quando o pai ou mãe guardião, por motivos
Concernente às noções de agentes químicos, injustificáveis, tenta isolá-la gradativamente do outro
assinale a alternativa correta. progenitor.
(B) A acopulia, ou a incapacidade de a mulher manter o
(A) Sinergismo é o fenômeno caracterizado pela elevada ato sexual, pode ser física ou psíquica, podendo ser
resistência orgânica aos efeitos tóxicos dos venenos. motivo de anulação de casamento.
(B) Os efeitos coagulantes dos cáusticos produzem (C) No transtorno da preferência sexual a pessoa se
escaras úmidas, translúcidas, moles e têm como modelo identifica sexualmente com o mesmo sexo, imitando o
a soda, a potassa e a amônia. sexo oposto ou agindo como se fora igual.
(C) Mitridatização, toxicidade, intolerância, sinergismo e (D) Superfecundação é a fecundação de dois ou mais
equivalente tóxico são as fases do percurso do veneno óvulos de ciclos diferentes.
através do organismo. (E) Frotteurismo é um transtorno sexual pelo qual o
(D) Equivalente tóxico é o fenômeno que desidrata os indivíduo sente forte atração por bonecas e manequins.
tecidos e causa escaras endurecidas e de tonalidade
diversa. Gabarito: B
(E) Cáusticos são substâncias que, de acordo com sua
natureza química, provocam lesões tegumentares mais COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
ou menos graves, podendo resultar em efeitos
coagulantes ou liquefacientes. Combatentes, a questão aborda o ponto 6. Noções de
sexologia forense.
Gabarito: E
Alternativa A – incorreta.
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: A alternativa traz o conceito da Síndrome da alienação
parental ou Síndrome de Medeia. O conjunto de
Guerreiros(as), a questão aborda o ponto 4. Noções de agressões, incluindo a sevícia e os maus-tratos a
agentes químicos; crianças que vão desde a prisão e o isolamento em
ambientes insalubres até os espancamentos brutais
Alternativa A – incorreta. seguidos de morte é denominado Síndrome da Criança
A alternativa aborda o tema da mitridatização, fenômeno Maltratada ou Síndrome de Silverman.
obtido através da ingestão repetida e progressiva de
substâncias de alto teor venenoso, onde alcança-se um Alternativa B – correta.
estágio de resistência não encontrado em outros As deformidades permanentes, ocultas ou simuladas,
indivíduos. anteriores e desconhecidas ao casamento, assim como
certas anomalias ligadas aos órgãos sexuais, são
Alternativa B – incorreta. motivos de anulação de casamento.
O erro da alternativa está no termo “coagulantes”. Na
verdade, a questão trata-se dos efeitos “liquefacientes”.

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I) Deformidade física: cicatriz, aplasia, malformações, lácerocontusa ocorre a destruição total de tecidos, o que
vaginas infantis e afecções localizadas. impossibilita muitas vezes o reconhecimento dos corpos,
sendo necessário assim a realização de exames de DNA.
II) Deformidade psíquica: vaginismo, dispareunia ou
cópula dolorosa, coitofobia. Alternativa E – incorreta.
O esquartejamento é a separação por desarticulação ou
Alternativa C – incorreta. amputação do corpo em quatro partes (cabeça, tronco e
O transtorno da preferência sexual é quando o indivíduo membros). É sugestivo de homicídio.
faz opção por certas práticas sexuais que, na intimidade,
são toleradas sem censuras mais graves como a Noções de Legislação Estadual
mixoscopia e o onanismo.
76
Alternativa D – incorreta. Conforme expressamente previsto na Lei Orgânica
A alternativa traz o conceito de superfetação. Já a da Polícia Civil do Estado de Goiás, assinale a
superfecundação ocorre quando dois ou mais óvulos são alternativa correta.
fecundados em um só coito ou em coitos diversos, com o
mesmo homem ou homens diferentes, no mesmo ciclo. É (A) A função policial é incompatível com qualquer outra
um fenômeno raro (gravidez dupla – 1/100; tripla – Atividade. Essa proibição se estende a todo o quadro da
1/7.000; quádrupla – 1/700.000). corporação, e independe da natureza cargo, ainda que
haja compatibilidades de horários.
Alternativa E – incorreta. (B) O exercício da função policial, por suas
O conceito apresentado na alternativa refere-se ao características e finalidades, fundamenta-se nos
transtorno sexual chamado Dolismo. Frotteurismo é princípios da hierarquia. Todavia, a Polícia Civil, de
quando o indivíduo sente prazer em esfregar o órgão acordo com o a lei 16.901/2010, não se fundamenta no
sexual em outras pessoas. princípio da disciplina, pois a disciplina deve ser
observada apenas pela Polícia Militar.
75 (C) De acordo com Lei orgânica da Polícia civil do Estado
É uma característica da morfologia de uma lesão de Goiás, a hierarquia da função não prevalecerá sobre
causada por instrumento misto decorrente de a hierarquia do cargo.
acidente aéreo. (D) Cada Delegacia de Polícia terá 02 (dois) Chefes de
Cartório, e 02 (dois) Chefes de Investigação, trabalhando
(A) Pérfuro-incisa. em escala de revezamento. Eles serão indicados pela
(B) Cortocontusa. autoridade policial da referida delegacia, designados pelo
(C) Pérfuro-contusa. Delegado Regional de Polícia, escolhidos entre os
(D) Lácerocontusa. ocupantes dos cargos, respectivamente, de Escrivão de
(E) Esquartejamento. Polícia e de Agente de Polícia da Classe Especial.
(E) São símbolos oficiais da Polícia Civil o hino, a
Gabarito: D bandeira, o brasão e o distintivo, conforme os modelos
estabelecidos por ato do Chefe do Poder Executivo,
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: mediante proposta do Secretário da Segurança Pública,
ouvida a direção da Polícia Civil.
Caveiras, a questão versa sobre o ponto 3. Noções de
instrumentos de ação mecânica: 3.1. Ação cortante, Gabarito: E
perfurante, contundente e mista.
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
Alternativa A – incorreta.
A ferida pérfuro-incisa é causada por pressão e Caveira, nessas questões, faz-se necessária a leitura
deslizamento, com instrumentos pontiagudos de um ou constante dos dispositivos legais, não há outro caminho.
dois gumes. Façam isso e terão êxito nesta disciplina. Vamos
responder as alternativas de acordo com a Lei n.º
Alternativa B – incorreta. 16.901/2010 (Lei Orgânica da Polícia Civil do Estado
A ferida cortocontusa é causada por pressão e de Goiás)
esmagamento, com instrumentos de grande massa.

Alternativa C – incorreta. A) Errada. Negativo, caveira. De acordo com a Lei


A ferida pérfuro-contusa é causada por pressão e 16.901/2010, existe uma exceção: atividade técnico-
penetração. É uma das mais cobradas em provas, visto científica, sendo possível que o policial civil exerça um
se enquadrar nesta ferida, o projétil de arma de fogo. cargo de professor, público ou privado, desde que
possua compatibilidades de horários.
Alternativa D – correta.
As feridas laceradas contusas são aquelas que Art. 9º A função policial é incompatível com qualquer
aparecem em acidentes com trens e aviões. outra atividade, salvo, no caso daquela de natureza
Diferentemente das demais lesões, a lesão técnico-científica, com o exercício de um cargo de

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professor, privado ou público, respeitada a


compatibilidade de horários entre este e o regime de A) Errada (Gabarito). Caveira, são classificados com
trabalho definido nesta Lei. RESERVADOS.

Art. 8º Os processos decorrentes da violação do presente


B) Errada. Art. 8º O exercício da função policial, por suas Código classificam-se como reservados e pautam-se
características e finalidades, fundamenta-se nos pelas determinações gerais da Lei estadual nº 13.800, de
princípios da hierarquia e da disciplina, exceto em 18 de janeiro de 2001.
relação aos atos de autoridades próprios da atividade-
fim, e no cumprimento de leis, regulamentos e normas de B) Correta. Art. 6º As possíveis condutas de violação
serviço de acordo com os preceitos abaixo: deste Código serão apuradas pela Câmara de
Compliance do Conselho de Governo, nos termos do seu
I – A hierarquia da função prevalecerá sobre a hierarquia regimento interno, de ofício ou em razão de denúncias,
do cargo, na forma desta Lei; e poderão resultar em censura ética ou recomendação
sobre a conduta adequada, sem prejuízo da apuração do
II – A precedência entre os integrantes das Classes dos fato em outras instâncias.
Quadros de Pessoal da Polícia Civil será estabelecida
pela subordinação funcional. C) Correta. Art. 6º As possíveis condutas de violação
deste Código serão apuradas pela Câmara de
C) Errada. Art. 8º O exercício da função policial, por suas Compliance do Conselho de Governo, nos termos do seu
características e finalidades, fundamenta-se nos regimento interno, de ofício ou em razão de denúncias, e
princípios da hierarquia e da disciplina, exceto em poderão resultar em censura ética ou recomendação
relação aos atos de autoridades próprios da atividade- sobre a conduta adequada, sem prejuízo da apuração
fim, e no cumprimento de leis, regulamentos e normas de do fato em outras instâncias.
serviço de acordo com os preceitos abaixo:

I – A hierarquia da função prevalecerá sobre a D) Correta. Art. 6º As possíveis condutas de violação


hierarquia do cargo, na forma desta Lei; deste Código serão apuradas pela Câmara de
Compliance do Conselho de Governo, nos termos do seu
D) Errada. Art. 47. Cada Delegacia de Polícia terá 01 regimento interno, de ofício ou em razão de denúncias, e
(um) Chefe de Cartório e 01 (um) Chefe de poderão resultar em censura ética ou recomendação
Investigação, indicados pela autoridade policial da sobre a conduta adequada, sem prejuízo da apuração do
referida delegacia, designados pelo Delegado Regional fato em outras instâncias.
de Polícia, escolhidos entre os ocupantes dos cargos,
respectivamente, de Escrivão de Polícia e de Agente de § 2º Toda apuração de conduta levará em
Polícia da Classe Especial. consideração a situação fática na qual ocorrer a
violação deste Código.
E) Correta. Art. 7º São símbolos oficiais da Polícia Civil
o hino, a bandeira, o brasão e o distintivo, conforme E) Correta. Art. 6º As possíveis condutas de violação
os modelos estabelecidos por ato do Chefe do Poder deste Código serão apuradas pela Câmara de
Executivo, mediante proposta do Secretário da Compliance do Conselho de Governo, nos termos do
Segurança Pública, ouvida a direção da Polícia Civil. seu regimento interno, de ofício ou em razão de
denúncias, e poderão resultar em censura ética ou
77 recomendação sobre a conduta adequada, sem prejuízo
Sobre o Código de Ética (Decreto Estadual nº da apuração do fato em outras instâncias.
9.837/2021), assinale a alternativa INCORRETA.
78
(A) Os processos decorrentes da violação do presente Considere:
Código classificam-se como públicos.
(B) O processo de apuração desencadeia-se de ofício ou I. De acordo com o que está expresso na Lei
em razão de denúncias. 13.800/01, a Administração pública obedecerá, dentre
(C) Do processo de apuração poderá resultar censura outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
ética ou recomendação sobre a conduta adequada, sem motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
prejuízo da apuração do fato em outras instâncias. moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
(D) Toda apuração de conduta levará em consideração a jurídica, interesse público e eficiência.
situação fática na qual ocorrer a violação desse Código.
(E) As possíveis condutas de violação desse Código II. Nos casos de processo eletrônico, o requerimento
serão apuradas pela Câmara de Compliance do inicial de interessado não pertencente à
Conselho de Governo. Administração Pública Estadual pode ser formulado
e inserido eletronicamente no sistema, via assinatura
Gabarito: A eletrônica, ou ainda, ser formulado por escrito,
assinado pelo requerente ou representante,
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: digitalizado e inserido no sistema de gerenciamento

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eletrônico de documentos em conformidade com a lei sistema de gerenciamento eletrônico de documentos em


específica. conformidade com a lei específica.

III. Considerando os procedimentos de instrução do Item III (Correto). Art. 41 – Os interessados serão
processo administrativo no âmbito da Administração intimados de prova ou diligência ordenada, com
Pública, os interessados serão intimados de prova ou antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-
diligência ordenada, com antecedência mínima de se data, hora e local de realização.
três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de
realização. Além disso, quando deva ser Art. 42 – Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um
obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo
parecer deverá ser emitido no prazo máximo de máximo de quinze dias, salvo norma especial ou
quinze dias, salvo norma especial ou comprovada comprovada necessidade de maior prazo.
necessidade de maior prazo.
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Considerando a regulamentação do processo Referente à Lei Estadual nº 20.491/2019, que
administrativo no âmbito da Administração Pública estabelece a organização administrativa do Poder
do Estado de Goiás, está correto o que se afirma Executivo, analise as assertivas e assinale a
APENAS em: alternativa que aponta a(s) correta(s).

(A) II e III. I. O Conselho Consultivo de Gestão, que será


(B) III. presidido pelo Governador do Estado, terá a
(C) I. composição de no mínimo 3 (três) e no máximo 10
(D) I e II. (dez) membros por ele livremente escolhidos entre
(E) I, II e III. pessoas de notável qualificação nas mais diversas
áreas do conhecimento.
Gabarito: E II. Para fins de cumprimento do disposto nesta Lei
considera-se direção o conjunto de atribuições
COMENTÁRIO DO PROFESSOR: concernentes à aptidão para auxiliar, em razão de
determinado conhecimento ou qualificação, na
Caveira, a Lei 13.800/01 Regula o processo execução de atividades administrativas.
administrativo no âmbito da Administração Pública do
Estado de Goiás. Com base nessa lei vamos analisar as III. A atribuição de função comissionada implica a
assertivas: obrigatoriedade de cumprimento de jornada de oito
horas diárias de trabalho.
Item I (Correto). Art. 2º – A Administração pública
obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, IV. São órgãos colegiados da Secretaria de Estado de
finalidade, motivação, razoabilidade, Segurança Pública, entre outros, o Conselho
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, Estadual de Segurança Pública, o Conselho Estadual
contraditório, segurança jurídica, interesse público e de Trânsito e o Conselho Superior da Polícia Civil.
eficiência.
(A) Apenas III.
(B) Apenas I e IV.
Item II (Correto). Art. 6º – O requerimento inicial do (C) Apenas III e IV.
interessado, salvo casos em que for admitida solicitação (D) Apenas I, II e III.
oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes (E) Apenas II, III e IV.
dados:
Gabarito: C
I – Órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II – Identificação do interessado ou de quem o COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
represente;
III – Domicílio do requerente ou local para recebimento Item I (Errado). Art. 12. O Conselho Consultivo de Gestão
de comunicações; funcionará junto à Governadoria com os objetivos de
IV – Formulação do pedido, com exposição dos fatos e debater, avaliar, orientar e indicar melhores técnicas e
de seus fundamentos; estratégias para a implementação dos planos de ação
V – Data e assinatura do requerente ou de seu definidos pelo Governador do Estado de Goiás:
representante.
§ 2º O Conselho Consultivo de Gestão, que será
§ 2º Nos casos de processo eletrônico, o requerimento presidido pelo Governador do Estado, terá a
inicial de interessado não pertencente à Administração composição de no mínimo 5 (cinco) e no máximo 15
Pública Estadual pode ser formulado e inserido (quinze) membros por ele livremente escolhidos
eletronicamente no sistema, via assinatura eletrônica, ou entre pessoas de notável qualificação nas mais
ainda, ser formulado por escrito, assinado pelo diversas áreas do conhecimento.
requerente ou representante, digitalizado e inserido no

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Item IV (Correto). Art. 30. Integram a estrutura básica da


Item II (Errado). Caveira, a assertiva trouxe o conceito de Secretaria de Estado da Segurança Pública:
assessoramento. Vamos analisar as diferenças entre
essas funções: I – como órgãos autônomos:
a) a Delegacia-Geral da Polícia Civil;
Art.62: § 2º Para fins de cumprimento do disposto nesta b) a Polícia Militar;
Lei considera-se: c) o Corpo de Bombeiros Militar;
I –Direção: conjunto de atribuições que, desempenhadas d) a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária;
nas posições hierárquicas mais elevadas de órgão ou
entidade, dizem respeito ao cumprimento de atividades II – como órgãos colegiados:
de dirigir, coordenar, controlar equipes, processos e
projetos; a) o Conselho Estadual de Segurança Pública;
b) o Conselho Estadual de Trânsito;
II – Chefia: conjunto de atribuições que, desempenhadas c) o Conselho Estadual de Proteção a Vítimas e
na posição hierárquica mais elevada de unidade Testemunhas Ameaçadas no Estado de Goiás –
administrativa integrante da estrutura básica ou CONDEL/PROVITA-GO;
complementar, dizem respeito ao cumprimento de d) o Conselho Superior da Polícia Civil, da Delegacia-
atividades de dirigir, coordenar, controlar equipes, Geral da Polícia Civil; e
processos e projetos; e) o Conselho Penitenciário, da Diretoria-Geral de
Administração Penitenciária.
III– Assessoramento: conjunto de atribuições
concernentes à aptidão para auxiliar, em razão de 80
determinado conhecimento ou qualificação, na execução Dentre os requisitos para celebração do acordo de
de atividades administrativas. leniência com as pessoas jurídicas responsáveis
pela prática dos atos previstos na lei estadual n.
18.672, de 13 de novembro de 2014, cita-se:

Item III (Correto). A Assertiva encontra-se no artigo 59, (A) A proposta do acordo de leniência deverá ser
inciso IV: apresentada formalmente pela pessoa jurídica
interessada à autoridade competente, na forma escrita ou
Art. 59. As Funções Comissionadas (FC), destinadas ao oralmente, desde que reduzida a termo, até o ato de
atendimento das necessidades dos órgãos da intimação para as alegações finais, devendo conter as
administração direta e das entidades autárquicas e condições necessárias para assegurar a efetividade da
fundacionais do Poder Executivo, são as especificadas colaboração e o resultado útil do processo.
no Anexo VI desta Lei, observado o seguinte: (B) A proposta do acordo de leniência deverá ser
apresentada formalmente pela pessoa jurídica
I – as funções comissionadas são privativas de servidor interessada à autoridade competente, somente na forma
ocupante de cargo efetivo ou emprego público escrita, até o ato de intimação para as alegações finais,
permanente ou, ainda, de militar titular de posto ou devendo conter as condições necessárias para
graduação; assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil
do processo.
II – com exceção dos quantitativos das funções (C) A fase de negociação da proposta do acordo de
comissionadas da Secretaria de Estado da Educação e leniência terá a duração de sessenta dias, a contar da
da Função Comissionada de Administração Educacional data da sua apresentação, podendo ser prorrogada uma
Superior – FCAES, constantes das alíneas “c” e “d” do vez e por igual período mediante ato fundamentado da
Anexo VI desta Lei, respectivamente, as demais funções autoridade competente para celebrar o acordo.
comissionadas serão, por decreto do Governador do (D) A fase de negociação da proposta do acordo de
Estado, distribuídas entre os órgãos e as entidades, leniência terá a duração de noventa dias, a contar da data
conforme as suas necessidades devidamente da sua apresentação, podendo ser prorrogada uma vez
comprovadas em processo regular instruído com parecer e por igual período mediante ato fundamentado da
técnico da Secretaria de Estado da Administração; autoridade competente para celebrar o acordo.
(E) Os efeitos do acordo de leniência não serão
III – são competentes para atribuir as FC os Secretários estendidos às pessoas jurídicas que integram o mesmo
de Estado e seus equivalentes hierárquicos, no âmbito grupo econômico, de fato e de direito.
da administração direta, bem como os presidentes e seus
equivalentes hierárquicos, no âmbito da administração Gabarito: A
autárquica e fundacional;
COMENTÁRIO DO PROFESSOR:
IV – a atribuição de função comissionada implica a
obrigatoriedade de cumprimento de jornada de 8 A) Correta. Art.23: § 2º A proposta do acordo de leniência
(oito) horas diárias de trabalho. deverá ser apresentada formalmente pela pessoa
jurídica interessada à autoridade competente, na forma
escrita ou oralmente, desde que reduzida a termo, até

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o ato de intimação para as alegações finais, devendo


conter as condições necessárias para assegurar a
efetividade da colaboração e o resultado útil do processo.

B) Errada. Como vimos acima, a proposta também pode


ser apresentada de forma oral, desde que reduzida a
termo.

C) Errada.Art.23, § 3º A fase de negociação da proposta


do acordo de leniência terá a duração de 30 (trinta) dias,
a contar da data da sua apresentação, podendo ser
prorrogada uma vez e por igual período mediante ato
fundamentado da autoridade competente para celebrar o
acordo.

D) Errada. Como vimos, caveira, a fase de negociação


terá a duração de trinta dias.

Art.23, § 3º A fase de negociação da proposta do acordo


de leniência terá a duração de 30 (trinta) dias, a contar
da data da sua apresentação, podendo ser prorrogada
uma vez e por igual período mediante ato fundamentado
da autoridade competente para celebrar o acordo.

E) Errada. Caveira, os efeitos do acordo de leniência


serão estendidos às pessoas jurídicas que integram
o mesmo grupo econômico.

Art.23: § 4º Os efeitos do acordo de leniência serão


estendidos às pessoas jurídicas que integram o
mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde
que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as
condições nele estabelecidas

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