You are on page 1of 77

CENTRO DE ESTUDOS E FORMAÇÃO

ÉTICA E
DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

SUMÁRIOS CAP. 1 A 3

Pulquéria Van-Dúnem/Mariza Sequeira


INTRODUÇÃO
I. Introdução à Disciplina

1.1.Conceito de ética e deontologia profissional


1.2.O exercício da advocacia em angola - Enquadramento histórico
1.3.Ordem dos Advogados de Angola – Função auto reguladora
1.3.1.Órgãos da OAA – natureza e características
1.3.2. Competências e deveres perante os advogados
1.3.3 . Símbolos da OAA – Identificação, significado e uso
1.1.Conceito de ética e deontologia
profissional
O Advogado é membro de um grupo profissional com importância
determinante para o progresso económico e social da nossa
sociedade, por vocação, está apto a resolver problemas práticos e
complexos, visando servir o direito e a justiça.
Para contribuir com a sua quota-parte na boa governação, como
cidadão activo, o Advogado, para além de possuir uma sólida
formação jurídica e de estar disponível para a mudança e o
aperfeiçoamento contínuos, deve também possuir uma cultura geral
sólida e ter consciência da importância do seu papel na sociedade.
Por isso, para além de dominar os conceitos teóricos do direito, deve
também preocupar-se com a dimensão ética da sua conduta,
aspecto que é actualmente tão importante na profissão como o
domínio das disciplinas técnicas. A consciência ética diz respeito aos
valores que devem orientar o comportamento do Advogado nos
contextos económicos e sociais em que exerce a sua actividade.
Ao reger-se por elevados padrões éticos, o Advogado cria confiança
no público, eleva o seu estatuto profissional e contribui para o bem
estar da sociedade.
1.1.Conceito de ética e deontologia
profissional
Todos conhecemos a expressão "o homem é um animai social".
Isso significa simplesmente que os seres humanos vivem em
sociedade. Para subsistir, qualquer sociedade precisa de normas,
escritas e não escritas, que ligam os indivíduos e regulam os seus
comportamentos quando estes se relacionam nos seus vários
papéis ou domínios de intervenção (familiar, social, profissional,
etc.), de forma a manter a coesão e a integração social
harmoniosa.
O grau de eticidade dos nossos actos pode ser avaliado pelo
nosso posicionamento perante o trinómio:
QUERER
PODER
DEVER
O VALOR DA ÉTICA E DA DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE ADVOGADO

ORIGEM ETIMOLÓGICA

ÉTICA DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

•Ethike (grego) ou •DEONTOS + LOGO •Relativo ao


Etica (latim) área exercício da
da filosofia que •Dever + Tratado profissão
estuda o juízo de
distinção entre o •Tratado dos
bem e o mal e deveres
traça as directrizes
pelas quais o
homem se rege
tendo em vista
uma filosofia
moral
dignificante.


O VALOR DA ÉTICA E DA DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE ADVOGADO

• O objetivo da deontologia é reger os comportamentos dos membros de uma


profissão para alcançar a excelência no trabalho, tendo em vista o
reconhecimento pelos pares, garantir a confiança do público e proteger a
reputação da profissão.
• Trata-se, em concreto, do estudo do conjunto dos deveres profissionais
estabelecidos num código específico que, muitas vezes, propõe sanções para os
infractores.
• Melhor dizendo, é um conjunto de deveres, princípios e normas reguladoras dos
comportamentos exigíveis aos profissionais, ainda que nem sempre estejam
codificados numa regulamentação jurídica.
VALOR DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE PARA O EXERCÍCIO
DA ADVOCACIA (ART.º 103.º -108.º EOAA)

CONDIÇÃO INDISPENSÁVEL PARA O EXERCÍCIO DEFINITIVO DA PROFISSÃO


DE ADVOGADO

O QUE É?
PERÍODO DE 18 MESES DE FORMAÇAO, SUJEITO A AVALIAÇÃO, DURANTE O QUAL SE INÍCIA O
EXERCÍCIO PROVISÓRIO DA PROFISSÃO DE ADVOGADO

PARA QUE SERVE?


Aprofundar o conhecimento adquirido na Universidade e o contacto, com matérias directamente
ligadas a prática da advocacia ; apreensão da vivência da advocacia no escritório, nos tribunais
e noutros serviços relaccionados com a aplicação da justiça; Exercício efectivo dos
conhecimentos teóricos previamente adquiridos

RAZÃO DA INCLUSÃO DA ÉTICA E


DEONTOGIA PROFISSIONAL NO
CURRICULUM DO ESTÁGIO
O conhecimento, ainda antes do início da profissão, das suas normas ético-deontológicas é
determinante para que o Advogado saiba como se abster de as violar relativamente aos colegas,
magistrados, quaisquer entidades públicas ou privadas, funcionários de qualquer Instituição de
qualquer natureza, e a comunidade onde está inserido e saber defender-se das violações contra
si praticadas por qualquer daqueles.
1.2. O Exercício Da Advocacia Em Angola
Enquadramento Histórico

PROCESSO CONSTITUTIVO

A Ordem dos Advogados de Angola foi proclamada aos 20 de Setembro de 1996, no Palácio dos
Congresso em Luanda.

O acto da proclamação foi precedido da aprovação do Estatuto da Ordem dos Advogados de


Angola pelo Decreto n.º28/96, de 13 de Setembro do Conselho de Ministros (Dr. n.º39, I Série,
1996) e seguido de um acto eleitoral para o provimento dos seus cargos estatutários.

As eleições do Bastonário, Conselho Nacional e Conselho Provincial de Luanda da Ordem dos


Advogados de Angola para o 1º triénio (1996/1999) realizaram-se no dia 16 de Novembro de
1996.

Criada em 1926, a Ordem dos Advogados da ex-colónia - Portugal, nunca se estendeu ao então
"Ultramar", apesar das reivindicações profissionais dos advogados do território, razão porque a
advocacia praticada em Angola no período colonial caracterizava-se, essencialmente, por:

 Exercício liberal da profissão;

 Inscrição dos advogados no Tribunal da Relação de Luanda;

 Controle ético-deontológico e competência disciplinar dos Juízes.


O Exercício Da Advocacia Em Angola
Enquadramento Histórico

1975-1982 ACTIVIDADE LIBERAL


COMO CONTINUIDADE DO MODELO COLONIAL

APÓS A INDEPENDÊNCIA A ACTIVIDADE PASSOU A SER REALIZADA A COBERTO DA LEI


CONSTITUCIONAL QUE CONSAGRAVA O DIREITO DE DEFESA (art.º 23.º)

Era então exercida por:

Advogados que permaneceram em Angola depois de 25 de abril de 1974 e da Independência


Nacional (11 de novembro de 1975) e por aqueles que regressaram, neste período, à Angola
após terminarem em Portugal os seus estudos em direito e em regra exerciam-na conjuntamente
com outras actividades.

Advogados portugueses chegados à Angola como cooperantes e que a exerciam de forma


tímida e ocasional.

A Ausência de escolas de formação jurídica até 1977 e com interregno até 1979 não permitiu a
formação de juristas em Angola no período anterior.
1982-1995 – ACTIVIDADE ESTATAL
Por adequação ao sistema político económico
adoptado com a independência

FORMAÇÃO DE LEI SOBRE A ADVOCACIA MINISTÉRIO DA


ADVOGADOS POPULARES 9/82 de 18 DE FEVEREIRO JUSTIÇA
1980
DURAÇÃO DE DOIS ANOS Lei Reguladora da Órgão De Tutela Administrativa
HABILITAÇÕES MÍNIMAS Actividade da Advocacia da Actividade da Advocacia
ANTIGO 5º ANO DO LICEU

CONSELHO NACIONAL DE
1985 ADVOCACIA SUJEIÇÃO DOS
DURAÇÃO DE UM ANO Órgão Disciplinar e de Orientação ADVOGADOS A
HABILITAÇÕES MÍNIMAS Metodológica e de Apoio Técnico ESTA DUPLA
ANTIGO 4º ANO DO LICEU Profissional SUBORDINAÇÃO

DEPARTAMENTO NACIONAL
DE ADVOCACIA
Órgão do Ministério da Justiça de
Gestão Administrativa dos Colectivos de Advogados
COLECTIVOS DE ADVOGADOS

Órgãos do Estado, sedeados nas capitais das províncias de Benguela,


Cabinda, Huambo, Huíla, Luanda e Malange, dirigidos por um
Coordenador e administrados por um Secretário, integrados por
Advogados Populares com exercício em tempo integral, Advogados
licenciados e solicitadores com exercício em disponibilidade de tempo,
destinados ao exercício da Actividade de Advocacia a qual podia ser
exercida perante qualquer jurisdição e Instituição pública ou privada em
todo o território nacional.
1995-Advocacia como profissão liberal, independente e
autónoma como resultado da alteração do sistema político e
económico

Lei 1/95 de 6 DE JANEIRO - LEI DA ADVOCACIA*


(Art.º 1.º ) (Art.º 10.º)

DEFINE A ADVOCACIA COMO PROFISSÃO DETERMINA A CRIAÇÃO DE UMA INSTITUIÇÃO DE


LIBERAL; DETERMINA COMO DIPLOMA UTILIDADE PÚBLICA INDEPENDENTE DOS ÓRGÃOS
REGULADORES DESTA ACTIVIDADE ALÉM DO ESTADO, DOTADA DE PERSONALIDADE JURÍDICA
DA PRESENTE LEI TODA A REGULAMENTAÇÃO E DE AUTONOMIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
FUTURA SOBRE ESTA MATÉRIA E CONDICIONA QUE SE REGULA POR ESTATUTO PRÓPRIO E DEMAIS
O SEU EXERCÍCIO A INSCRIÇÃO NA OAA E DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS, DENOMINADA ORDEM
ESTABELECE A VIOLAÇÃO À ESTA NORMA COMO DOS ADVOGADOS DE ANGOLA CUJA FUNÇÃO É A DE
EXERCÍCIO ILEGAL DE PROFISSÃO REPRESENTAÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS E LEGÍTIMOS
INTERESSES DOS ADVOGADOS E DE ORIENTAÇÃO
METODOLÓGICA E DE APOIO TÉCNICO PROFISSIONAL

(INSTITUCIONALIZA A OAA)

PROCLAMAÇÃO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DE ANGOLA


(20 de SETEMBRO DE 1996)

APROVAÇÃO DOS ESTATUTOS DA ORDEM DOS ADVOGADOS DE ANGOLA


Dec. 28/96 DE 13 DE SETEMBRO
Dec. 56/05 DE 15 DE AGOSTO (REVISÃO)

* REVOGADA PELA LEI 18/17 DE 13 DE MARÇO


CONSTITUIÇÃO DE 2010
O exercício da advocacia e o advogado conhecem pela primeira vez consagração constitucional
sendo referidos neste importante instrumento legal como:

 INSTITUIÇÃO ESSENCIAL A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA (Art.º 193.º n. 1)


 SERVIDOR DA JUSTIÇA E DO DIREITO (Art.º 193.º n. 2)

AO ADVOGADO ATRIBUI E CONFERE:

COMPETÊNCIAS:
Prática de actos profissionais de consultoria e representação jurídicas e o exercício do patrocínio
judiciário nos termos da lei, em todo território nacional (Art.º 193.º n. 2)

GARANTIAS:
Imunidades nos limites consagrados na lei em qualquer acto ou manifestação processual forense
necessários ao exercício da sua actividade (Art.º 194 nº 1)

Inviolabilidade dos documentos respeitantes ao exercício da profissão, dos limites previstos na lei. (Art.º
194 n.º 2)

Admissibilidade de buscas, apreensões, arrolamentos e diligências semelhantes apenas sob decisão


judicial e realizadas na presença de magistrado competente, do advogado e de representantes da
OAA mas só se recaírem sobre o advogado fortes indícios da prática de facto ilícito punível com prisão
superior a dois anos (Art.º 194.º n. 2)

Direito à comunicação pessoal e reservada com os seus patrocinados, mesmo que estes se encontrem
presos ou detidos em estabelecimentos prisionais de qualquer natureza (Art.º 194.º n.º 3)
(continuação)

LEI DOS TRIBUNAIS


Lei 2/15, de 2 de Fevereiro – Estabelece os princípios e as regras da organização
e funcionamento dos Tribunais da Jurisdição Comum que, igualmente, se
designam Tribunais Judiciais

CONSIDERA O ADVOGADO PARTÍCIPE DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA NA PRÁTICA DOS ACTOS


PROFISSIONAIS DEFINIDOS POR LEI E ATRIBUI-LHE A TÍTULO EXCLUSIVO O EXERCÍCIO DO PATROCÍNIO
JUDICIÁRIO (Art.º 86.º n. 1 e 3)

ESTABELECE COMO GARANTIAS DOS ADVOGADOS NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO A VINCULAÇÃO


APENAS AO CRITÉRIO DA LEGALIDADE E AS REGRAS DEONTOLÓGICAS DEFINIDAS PELA PROFISSÃO

(Princípio Da Independência)

ESTABELECE IMUNIDADES E GARANTIAS NECESSÁRIAS PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO, DESDE QUE


REALIZADO COM RESPEITO PELA LEGISLAÇÃO TANGENTE AO SEU EXERCÍCIO (Art.º 87.º n. 1 E 3)
LEI DAS SOCIEDADES E ASSOCIAÇÕES DE ADVOGADOS DE 2016
Lei 16/16 de 30 de Setembro
Regulamento do Registo das Sociedades e Associações de Advogados
Conselho Nacional Da OAA de 17 De Novembro de 2016

LEI DA ADVOCACIA LEI 8/17 DE 13 DE MARÇO*

DIGNIDADE CONSTITUCIONAL DO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA


DO SEU CONTEÚDO E DO ADVOGADO
(Art.º 196.º DA CRA- 2010)

CONTEÚDO DO
ADVOCACIA ADVOGADO EXERCÍCIO DA
ADVOCACIA

INSTITUIÇÃO ESSENCIAL À SERVIDOR DA JUSTIÇA E DO DIREITO CONSULTORIA


ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA A QUEM COMPETE PRATICAR EM TODO REPRESENTAÇÃO
O TERRITÓRIO NACIONAL ACTOS PROFISSIONAIS PATROCÍNIO JUDICIÁRIO
NOS TERMOS DA LEI

* REVOGOU A LEI 1/96 DE 6 DE JANEIRO


1.3. ORDEM DOS ADVOGADOS DE ANGOLA - OAA
Função auto reguladora
(Art.ºs 1º e 7.º dos Estatutos da OAA, 193.º n.º 3 CRA e 15.º LA)

INSTITUIÇÃO INSTITUÍDA POR LEI SOB A FORMA DE ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL COM


FUNÇÃO DE AUTO REGULAÇÃO DA PROFISSÃO DE ADVOGADO E REPRESENTATIVA DA
CLASSE. É INDEPENDENTE DOS ÓRGÃOS DO ESTADO, LIVRE E AUTÓNOMA NAS SUA REGRAS
DE FUNCIONAMENTO, COM PERSONALIDADE JURÍDICA E GOZA DE AUTONOMIA
ADMINISTRATIVA, FINANCEIRA E PATRIMONIAL A QUEM COMPETE ASSISTÊNCIA JURÍDICA, O
ACESSO AO DIREITO E O PATROCÍNIO FORENSE EM TODOS OS GRAUS DE JURISDIÇÃO. É
REPRESENTADA EM JUÍZO E FORA DELE PELO BASTONÁRIO, COM COMPETÊNCIA
DISCIPLINAR EXCLUSIVA E EXERCE AS SUAS ATRIBUIÇÕES ATRAVÉS DOS SEUS

ÓRGÃOS
ASSEMBLEIA GERAL ***
O BASTONÁRIO*
O CONSELHO NACIONAL*
AS ASSEMBLEIAS PROVINCIAIS***
OS CONSELHOS PROVINCIAIS*
OS DELEGADOS **
A COMISSÃO DE ÉTICA E DISCIPLINA**
O CENTRO DE ESTUDOS E FORMAÇÃO **

*ÓRGÃOS ELEITOS
** NOMEAÇÃO DIRECTA
*** CONSTITUI-SE POR CONVOCAÇÃO
ORDEM DOS ADVOGADOS DE ANGOLA -O.A.A.
NATUREZA

Dentro da categoria das corporações profissionais, a OAA é uma Associação de


Direito Público (pessoa colectiva pública de base associativa) dotada de
personalidade jurídica e autonomia;

É uma forma de administração pública autónoma em consequência da devolução


de poderes do Estado;

A sua criação opera-se por lei num processo de aprovação negociada com a
classe profissional (Estatuto aprovado pelo Decreto n.º 28/96, de 13 de Setembro, do
Conselho de Ministros, publicado no Diário da República n.º 39, I Série/1996);
ORDEM DOS ADVOGADOS DE ANGOLA -O.A.A.
CARACTERÍSTICAS

Unicidade: a Ordem é única em todo o espaço territorial angolano para a classe


profissional dos advogados;
Obrigatoriedade de inscrição: a inscrição constitui requisito do exercício da profissão e a
Ordem tem o controlo legal-deontológico das inscrições (só é Advogado em Angola
quem estiver inscrito na Ordem);
A Ordem é independente dos órgãos do Estado e goza de autonomia administrativa,
financeira e patrimonial;
Instituição Aberta, sem numerus clausus, a todos os profissionais que preencham os
requisitos legais e estatutários.
Autonomia Regulamentar e Autonomia Disciplinar;
Tem receitas próprias (taxas e quotas livremente fixadas pela Ordem), sem prejuízo de
doações e subsídios de instituições públicas ou privadas;

Organização desconcentrada com dois níveis: Nacional (Assembleia Geral, Bastonário e


Conselho Nacional) e Provincial (Conselhos Provinciais e Delegados), coexistindo
competências administrativas e disciplinares (dos Conselhos Provinciais e Nacional);
É presidida por um Bastonário, órgão uninominal, eleito pelo conjunto dos associados em
Assembleia Geral.
COMPETÊNCIAS E DEVERES PERANTE OS
ADVOGADOS

 Defesa do Direito e da Justiça


 Representação e Defesa da Profissão
 Apoio aos Membros
 Regulação da Profissão
 Cooperação internacional
COMPETÊNCIAS E DEVERES PERANTE OS
ADVOGADOS

Defesa do Direito e da Justiça


•Defender os valores do Estado democrático de Direito, os direitos,
liberdades e garantias individuais dos cidadãos;
•Colaborar na administração da Justiça;
•Promover o acesso ao conhecimento e aplicação do direito e contribuir
para o desenvolvimento da cultura jurídica;
•Contribuir para o aperfeiçoamento da elaboração do direito (poder de
proposta e de participação legislativa);
•Desenvolver actividade consultiva perante os órgãos intervenientes nos
processos legislativos "lato sensu", devendo ser obrigatoriamente ouvida
em matérias que interessem ao exercício da advocacia, à aplicação da
justiça e ao patrocínio judiciário em geral;
•Organizar a prestação de Assistência Judiciária aos cidadãos sem
possibilidades económicas para a constituição de advogado.
COMPETÊNCIAS E DEVERES PERANTE OS
ADVOGADOS

Representação e Defesa da Profissão


•Zelar pela função social, dignidade e prestígio da profissão;
•Defender os interesses, direitos, prerrogativas e imunidades dos
advogados;
•Reforçar a solidariedade entre os advogados;
•A representação e defesa da profissão face ao exterior é feita por
tomadas de posição públicas, reclamações, exposições, pareceres,
consultas, representação em órgãos públicos e ligação com outras
instituições.

Apoio aos Membros


•Criação de condições de acesso à informação e cultura jurídica
(nomeadamente através do seu Centro de Documentação e Informação
e Biblioteca);
•Formação técnico-profissional e ético deontológica;
•Diversos serviços.
COMPETÊNCIAS E DEVERES PERANTE OS
ADVOGADOS
Regulação da Profissão
1. Regulação do acesso à profissão
•Regulamentação das inscrições;
•Regulamentação dos estágios;
•Controlo legal-deontológico das inscrições (verificação dos requisitos
académicos e do estágio, controlo das incompatibilidades e
apreciação da idoneidade moral);
•Titulação profissional (atribuição de cédulas aos advogados estagiários
e advogados);
•Organização do registo profissional (com funções externas de
publicidade e de protecção da boa fé dos cidadãos quanto à
habilitação profissional e efeitos associativos como a elaboração dos
cadernos eleitorais);
2. Regulação do exercício da profissão
•Estabelecimento de normas de conduta profissional (v.g. regulamento
de laudos, do trajo profissional, normas limitativas da concorrência
profissional em matéria de publicidade);
•Vigilância sobre o exercício profissional;
•Fiscalizar o exercício ilegal da profissão por não inscritos e do exercício
da advocacia por estrangeiros legalmente interditos de exercer a
profissão no país;
•Dar laudos sobre honorários.
COMPETÊNCIAS E DEVERES PERANTE OS
ADVOGADOS

Regulação da Profissão (Cont.)


3. Disciplina da Profissão
•Elaboração de normas ético-deontológicas;
•Elaboração do Regulamento Disciplinar;
•Exercício da função disciplinar (com aplicação de penas que vão da
advertência à proibição definitiva do exercício da profissão);

Cooperação internacional
•Adesão a organizações internacionais de Advogados;
•cooperação com os organismos congéneres estrangeiros, regionais e
internacionais;
•Participação em fóruns internacionais sobre o exercício da profissão, o
Direito e a Justiça.
SÍMBOLOS

O BASTÃO - AUTORIDADE E PASSAGEM DO TESTEMUNHO


A CÉDULA DE ADVOGADO - COMPROVATIVO DA INSCRIÇÃO DEFINITIVA E
REPOSITÓRIO DA VIDA PROFISSIONAL DO ADVOGADO
A CÉDULA DE ADVOGADO ESTAGIÁRIO - COMPROVATIVO DA INSCRIÇÃO
PROVISÓRIA
O CARTÃO DE IDENTIDADE - COMPROVATIVO DA IDENTIDADE E DA
INSCRIÇÃO DEFINITIVA
A MEDALHA - PROVA DE INTEGRAÇÃO COMO MEMBRO DOS CONSELHOS
DA OAA
CERTIFICADO DE INSCRIÇÃO
CERTIFICADO DE MEMBRO DO CONSELHO
SÍMBOLOS
II. O EXERCÍCIO
PROFISSIONAL DA
ADVOCACIA
II. O exercício profissional da
Advocacia

2.1. A consagração constitucional do exercício da profissão


2.2.A Lei da Advocacia e os Estatutos da OAA
2.3.Os normativos produzidos pela OAA no exercício da sua actividade
auto-reguladora
2.4.Função e definição do Advogado
2.5.A advocacia como profissão
2.6.Actos próprios da profissão
2.6.1.Representação: defesa oficiosa e o mandato judiciário
2.6.2.O patrocínio judiciário aceitação e renúncia do patrocínio judiciário
2.6.3.A assistência judiciária
2.6.4.A consulta e a assistência
2.7.O exercício ilegal de profissão
2.7.1.O exercício não autorizado
2.7.2.O exercício sem inscrição em vigor
2.7.3.O exercício sobre impedimento e incompatibilidade
2.7.4.O afastamento da situação de impedimento ou incompatibilidade -
circunstâncias
2.7.5.O dever de informação sobre a mudança de domicílio profissional e
da existência de impedimentos e incompatibilidades
2.1. A consagração constitucional do
exercício da profissão
A Constituição da República de Angola aprovada em 2010 considera a advocacia como
sendo uma instituição essencial à administração da justiça e o Advogado um servidor da
justiça e do direito.

A CRA ATRIBUI E CONFERE AO ADVOGADO COMPETÊNCIAS E GARANTIAS DESIGNADAMENTE:


• Prática em todo território nacional de actos profissionais de consultoria e representação
jurídicas e o exercício do patrocínio judiciário nos termos da lei, (art.º 193.º n. 2)
• Imunidades nos limites consagrados na lei em qualquer acto ou manifestação processual
forense necessários ao exercício da sua actividade (art.º 194 nº 1)
• Inviolabilidade dos documentos respeitantes ao exercício da profissão, nos limites previstos
na lei. (Art.º 194 n.º 2)
• Admissibilidade de buscas, apreensões, arrolamentos e diligências semelhantes apenas
sob decisão judicial e realizadas na presença de magistrado competente, do advogado
e de representantes da OAA mas só se recaírem sobre o advogado fortes indícios da
prática de facto ilícito punível com prisão superior a dois anos (art.º 194.º n. 2)
• Direito à comunicação pessoal e reservada com os seus patrocinados, mesmo que estes
se encontrem presos ou detidos em estabelecimentos prisionais de qualquer natureza
(Art.º 194.º n.º 3)
2.2. A Lei da Advocacia e os Estatutos
da OAA
A Lei da Advocacia (Lei 8/17 ) Estabelece o regime jurídico sobre o exercício
da Advocacia em Angola, define os actos próprios da profissão, bem como
o regime de responsabilização pelo exercício ilegal da Advocacia.
Estabelece igualmente que a Advocacia é exercida em regime de profissão
liberal que se rege pela CRA, pela LA e pelos EOAA, e que a advocacia e os
actos próprios da profissão só podem ser praticados por Advogados com
inscrição em vigor na OAA a quem compete o uso Exclusivo do Título de
Advogado.
Define os actos próprios da profissão, assim como as incompatibilidades e
impedimentos para o exercício da profissão.
Estabelece os princípios da Independência e da liberdade de Exercício da
profissão.
2.3.Os normativos produzidos pela OAA no
exercício da sua actividade auto-reguladora

Constituem atribuições da Ordem regulamentar o exercício da respectiva


profissão, assim como elaborar e aprovar o regulamento de inscrição de
advogados estagiários, o regulamento de estágio, o regulamento dos
laudos, o regulamento dos Conselhos Nacional e Provincial, o regulamento
disciplinar, o regulamento do trajo e insígnia profissional, o regulamento do
Centro de Estudos e Formação e outros regulamentos, designadamente os
dos diversos institutos e serviços da Ordem dos Advogados, os relativos às
atribuições e competências do seu pessoal e os relativos à contratação e
despedimento de todo o pessoal da Ordem.
2.3.Os normativos produzidos pela OAA no
exercício da sua actividade auto-reguladora

Abaixo alguns dos Regulamentos existentes:


Instrutivo sobre publicidade - Conselho Nacional da OAA – 21 de Maio de 1999
Regulamento do Processo de averiguação de falta de idoneidade moral – Conselho
Nacional da OAA – 24 de Março de 2000
Regulamento Disciplinar dos Advogados - Conselho Nacional da OAA – 06 de Julho de
2002
Código de Ética e Deontologia Profissional – Assembleia Geral - 20 e 21 de Novembro de
2003
Regulamento do Centro de Estudos e formação
Regulamento de Acesso à Advocacia
Regulamento do Exame Nacional
Regulamento Eleitoral
2.4.Função e definição do Advogado
O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ADVOCACIA
A advocacia nasceu da necessidade moral de defender os
fracos e os justos, tendo sido exercida primordialmente por
homens que se norteavam pelo espírito de servir a VERDADE, O
DIREITO E A JUSTIÇA, os três grandes pilares em que, ainda hoje,
assenta a dignidade da profissão.

FUNÇÃO DO ADVOGADO

Desde o surgimento da advocacia, que o conceito de ética está


intrinsecamente ligado a actividade do advogado.
Servir a justiça foi e é a motivação do advogado. Advogado é
aquele que é chamado à defender uma causa, devendo
cumprir o seu dever com dignidade e competência, buscando
mais a realização da justiça do que os honorários, embora
devidos.
O advogado serve a justiça mais do que o direito, e o direito mais
do que a lei.
CONCEITO DE ADVOGADO
(Art.º 41.º EOAA, 7.º e 14.º LA)

ANGOLANO CIDADÃO NACIONAL ANGOLANO OU


(REGRA) ESTRANGEIRO PROTEGIDO PELA LEI PARA
O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA

LINCENCIADO EM DIREITO
(COMPETÊNCIA ESPECIALIZADA) LICENCIATURA VÁLIDA EM ANGOLA

INSCRITO OU REGISTADO NA OAA


(ADVOGADO (ADVOGADOS E ADVOGADOS POPULARES)
ADVOGADO E ESTAGIÁRIO

ESTANDO A INSCRIÇÃO OU O REGISTO EM VIGOR

TÍTULO PROFISSIONAL EXCLUSIVAMENTE O NÃO INSCRITO NEM REGISTADO, AINDA QUE


RESERVADO AOS LICENCIADOS EM DIREITO AUTORIZADO POR LEI A PRATICAR QUALQUER DOS
COM INSCRIÇÃO EM VIGOR NA OAA ACTOS QUE INTEGRAM O CONCEITO DE ACTOS
PRÓPRIOS DA PROFISSÃO DE ADVOGADO, NÃO DEVE
USAR O TÍTULO PROFISSIONAL DE ADVOGADO
INTEGRADO EM ESCRITÓRIO DE
ADVOGADOS

A ADVOCACIA PODE SER EXERCIDA A TÍTULO


INDIVIDUAL, EM SOCIEDADES E ASSOCIAÇÕES
DE ADVOGADOS, SENDO ESTAS AS ÚNICAS
FORMAS LEGALMENTE ACEITES COMO ESPAÇO
ONDE REALIZA A SUA ACTIVIDADE DA REALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA
O PROFISSIONAL ADVOGADO

O ADVOGADO ESTÁ NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO SUBORDINADO À LEI DA ADVOCACIA, AOS ESTATUTOS


DA ORDEM DOS ADVOGADOS E À DEMAIS LEGISLAÇÃO QUE LHE SEJA APLICÁVEL, DEVENDO CUMPRIR
PONTUAL E ESCRUPULOSAMENTE OS DEVERES NELA CONSIGNADA, NOS USOS, COSTUMES E TRADIÇÕES
IMPOSTAS AOS ADVOGADOS PERANTE OS CLIENTES, COLEGAS, MAGISTRADOS E QUAISQUER ENTIDADES
PÚBLICAS E PRIVADAS . (ART.º 60.º N. 3 EOAA)

O ADVOGADO É UM SERVIDOR DO DIREITO E DA JUSTIÇA A QUEM COMPETE PRATICAR EM TODO


TERRITÓRIO NACIONAL ACTOS PROFISSIONAIS DE CONSULTORIA E REPRESENTAÇÃO JURÍDICAS E O
PATROCÍNIO JUDICIÁRIO NOS TERMOS DA LEI (ART.º 194.º CRA)

O ADVOGADO DEVE NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO E FORA DELA CONSIDERAR-SE UM SERVIDOR DA


JUSTIÇA E DO DIREITO E, COMO TAL, MOSTRAR-SE DIGNO DA HONRA E DA RESPONSABILIDADES QUE LHE
INERENTES, SENDO ISENTO E INDEPENDENTE MORAL TÉCNICA E CIENTIFICAMENTE PERANTE QUAISQUER
CIRCUNSTÂNCIAS E NÃO DANDO AO MANDATO USO QUE PERMITA PROSSEGUIR OBJECTIVOS QUE NÃO
SEJAM MERAMENTE PROFISSIONAIS. (ART.º 43.º E 60.º N.S 1 E 2 EOAA)

DIGNIDADE
ISENÇÃO
INTEGRIDADE
INDEPENDÊNCIA
SENTIDO DE SERVIÇO PÚBLICO
SENTIDO DE DEFESA DE TERCEIROS
O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA ADVOCACIA

CONCEITO DE ADVOCACIA COMO PROFISSÃO

SENTIDO FUNCIONAL SENTIDO MATERIAL


PELA SUA FUNÇÃO RECEBEU RECONHECIMENTO ACTIVIDADE PROFISSIONAL DE NATUREZA ESPECIALIZADA
CONSTITUCIONAL E A QUALIFICAÇÃO DE COM DIGNIDADE CONSTITUCIONAL DE CARACTER LIBERAL,
INSTITUIÇÃO ESSENCIAL À ADMINISTRAÇÃO REMUNERADA, NÃO CONDICIONADA À PRODUÇÃO DE
DA JUSTIÇA E CONFERE GARANTIAS AO SEU RESULTADOS MAS À UTILIZAÇÃO DE MEIOS, DE COMPETÊNCIA
EXERCÍCIO - (ARTSº 193º e 194.º CRA) EXCLUSIVA, SUJEITA À AUTORIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO AUTO
REGULADOR DA PROFISSÃO, REALIZADA POR ANGOLANO
LICENCIADO EM DIREITO ADVOGADO INTEGRADO EM
ESCRITÓRIO DE ADVOGADOS ONDE A REALIZA E A QUAL

INCIDE SOBRE: PODE SER EXERCIDA


DEFESA DE DIREITOS E INTERESSES DE EM TODO O TERRITÓRIO NACIONAL
TERCEIROS, MANIFESTADA EM ACTOS PERANTE QUALQUER JURISDIÇÃO,
DE REPRESENTAÇÃO, EXERCICÍO DE INSTÂNCIA , AUTORIDADE, ENTIDADE
MANDATO, PATRÓCINIO JUDICIÁRIO PÚBLICA OU PRIVADA
EM RELAÇÕES JURÍDICAS CONTROVERTIDAS;
COMPOSIÇÃO DE INTERESSES EM PROCESSOS
DE NATUREZA DIVERSA
(AVERIGUAÇÃO DE QUALQUER NATUREZA)
A ADVOCACIA COMO PROFISSÃO
NÃO SUBORDINADA E PERCEPÇÃO DE
ACTIVIDADE INDEPENDENTE HONORÁRIOS
LIBERAL FUNCIONAL E REMUNERADA INCLUINDO NA
(art.º 2.º LA) INTELECTUALMENTE ASSISTÊNCIA
(art.º 5.º nº 1 LA) JUDICIÁRIA

A PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DO
COMPETÊNCIA E TÍTULO
ADVOGADO NÃO É DE
EXCLUSIVOS
RESULTADOS MAS DE MEIOS
(art.º 3.º n. 2 e 7.º LA)
PORQUE O QUE ELE PODE
NÃO GARANTIR NÃO É O RESULTADO
CONDICIONADA MAS A COLOCAÇÃO AO
À PRODUÇÃO DE SERVIÇO DA DEMANDA DE
RESULTADOS MAS LIMITADA ÀQUELES A QUEM A
TODOS OS MEIOS TÉCNICO– OAA AUTORIZA O EXERCÍCIO DA
AO RECURSO A JURÍDICOS E INTELECTUAIS, AO
MEIOS ACTIVIDADE OU NÃO ESTANDO
SEU DISPOR DENTRO DA LEI, QUE AUTORIZADO ESTEJA COBERTO
LHE PERMITAM CHEGAR AO PELAS EXCEPÇÕES
RESULTADO PRETENDIDO PELO CONSAGRADAS NA LEI.
CLIENTE

INSTITUIÇÃO ÀQUELA A QUEM POR LEI É ATRIBUÍDA ESTA QUALIDADE E


AUTO CONFERIDAS AS DEVIDAS COMPETÊNCIAS-OAA, INSTITUIÇÃO
REGULADORA REPRESENTATIVA DOS LICENCIADOS EM DIREITO QUE EXERCEM A
DA PROFISSÃO ADVOCACIA, INDEPENDENTE DOS ÓRGÃOS DO ESTADO, LIVRE E
AUTÓNOMA NAS SUAS REGRAS E FUNCIONAMENTO, COM
PERSONALIDADE JURÍDICA, AUTONOMIA FINANCEIRA E PATRIMONIAL
E SEDEADA EM LUANDA.
(art.ºS 3.º n.º 2 e 13.º LA ; art.º 41.º n.º 1 EOAA)
ACTOS PRÓPRIOS DA PROFISSÃO DE ADVOGADOS
(PRATICADOS SEMPRE NA DEFESA E INTERESSES DE TERCEIROS
A NÃO SER QUANDO PRATICADOS EM CAUSA PRÓPRIA)
(art.º 4º, 20.º e 16.º LA e 41.º e 42.º E.O.A.A.)

REPRESENTAÇÃO E DEFESA

EXERCÍCIO DE MANDATO PATROCÍNIO JUDICIÁRIO POR


(RESULTA DA ESCOLHA DO MANDANTE) NOMEAÇÃO OFICIOSA
(RESULTA DE INDICAÇÃO POR
ÓRGÃO JUDICIAL OU JUDICIÁRIO)
PODENDO NÃO RECAIR SOBRE
MANDATO FORENSE* MANDATO NÃO ADVOGADO
(art.º 20.º n. 1, al. a), LA) JUDICIAL (art.º 16.º LA)

PATROCÍNIO JUDICIÁRIO REPRESENTAÇÃO


(INCLUI ASSISTÊNCIA PERANTE QUALQUER ASSISTÊNCIA JURÍDICA
JUDICIÁRIA) TERCEIRO
E
CONSULTA JURÍDICA
(art.º 20.º, n. 1, al. b) LA) ACOMPANHAMENTO EM
REPRESENTAÇÃO E DEFESA
NOS ÓRGÁOS JUDICIAIS E ASSUNTOSQUE LHE TENHAM
PARAJUDICIAIS SIDO COMETIDOS
PRODUÇÃO DE PARECERES
(art.º 20.º n. 1, als. c), d), e) e f)
ESCRITOS E ORAIS
LA)
(art.20.º n. 1, al. c) LA)
2.6.Actos próprios da profissão
• São actos próprios dos Advogados:
a) O exercício do mandato forense em qualquer tribunal
incluindo os tribunais arbitrais;
b) A consulta jurídica a entidades públicas e privadas;
c) A elaboração de contrato e a prática dos actos preparatórios
tendentes à constituição, alteração ou extinção de negócios
jurídicos, designadamente os praticados junto das entidades
reguladoras públicas, de Conservatórias e Cartórios Notariais,
órgãos da Administração Central, Administração Local e
Administração Autónoma.
d) As negociações tendentes à cobrança de créditos;
e) O exercício do mandato no âmbito de actos administrativos
ou tributários;
f) Acompanhamento de clientes a reuniões e entrevistas com
quaisquer autoridades.
2.6.1.Representação: defesa
oficiosa e o mandato judiciário
Defesa oficiosa ou nomeação oficiosa (Art.º 43.º do CPC
e 69.º e 70.º do CPP)

•Feita pela OAA ou pelo Juiz da causa a pedido do


interessado.

Mandato Judiciário (judicial ou forense) Art.º 35.º do CPC


Art.º 169.º CPP

•Conferido por meio de instrumento público ou de


documento particular, com intervenção notarial nos termos
da respectiva legislação ou por Declaração verbal da parte
no auto de qualquer diligência que se pratique no processo.
2.6.2.O patrocínio judiciário aceitação
e renúncia do patrocínio judiciário
Aceitação (Art.º 43.º do CPC e n.º 2 do Art.º 70.º do CPP)

•Salvo pedido de escusa no prazo de 48h, sob pena


de procedimento disciplinar.

Renúncia do patrocínio judiciário Art.º 43.º do CPC e n.º 2


do Art.º 70.º do CPP

•Pedido de escusa devidamente fundamentado, por


conta de eventual impedimento nos termos legais.
2.6.3.A Assistência judiciária
•Assistência Judiciária
O sistema da Assistência Judiciária destina-se a providenciar para que a
Justiça não seja denegada a ninguém por insuficiência de meios.

•Responsabilidade, âmbito e remuneração Art.º 2, 3 e 4 do Dec-Lei


15/95 da Assistência Judiciária.
•Dispensa ou diferimento do pagamento de custas
•Responsabilidade Conjunta do Estado e das instituições representativas da
profissão forense.
•Dispensa do pagamento dos serviços do advogado
•O Estado garante a remuneração de acordo com o Dec. Exec. Conj 46/97 de 07
de Novembro.

• Beneficiários e pedido
•São beneficiários os cidadãos a quem se presume a insuficiência de meios nos
termos do Art.º 9.º.
•O pedido de assistência deve ser expressamente formulado no articulado ou
requerimento autónomo e devidamente fundamentado, juntando logo todas as
provas. Art.º 12.º.
2.6.4. A Consulta e a Assistência

Consulta

•Consulta jurídica – Primeiro contacto com o cliente.


•Nota: Saber escutar e compreender quem nos procura e em nós confia,
é virtude indispensável.

Assistência
•Inclui o exercício do mandato forense, a consulta jurídica a
entidades públicas e privadas, a elaboração de contrato e a
prática dos actos preparatórios tendentes à constituição,
alteração ou extinção de negócios jurídicos, as negociações
tendentes à cobrança de créditos, o exercício do mandato no
âmbito de actos administrativos ou tributários, assim como o
acompanhamento de clientes a reuniões e entrevistas com
quaisquer autoridades.
PRÁTICA AUTORIZADA DE ACTOS PRÓPRIOS DA PROFISSÃO DE
ADVOGADO FORA DOS ESCRITÓRIOS E ASSOCIAÇÕES DE ADVOGADOS
SEM NECESSIDADE DE INSCRIÇÃO NA OAA
(Art.º 21 LA e 44.º n. 2 EOAA e Lei 16/16)

SERVIÇOS DE CONTENCIOSO E CONSULTA JURÍDICA MANTIDOS POR


SINDICATOS , ASSOCIAÇÕES PATRONAIS OU OUTRAS LEGALMENTE
CONSTITUÍDAS SEM FIM LUCRATIVO E DE RECONHECIDO INTERESSE PÚBLICO,
DESTINADOS A FACILITAR A DEFESA, MESMO JUDICIAL, EXCLUSIVAMENTE
DOS INTERESSES DOS ASSOCIADOS
(Art.º 41.º n. 5 EOAA)

O EXERCÍCIO DA CONSULTA JURÍDICA, EM


REGIME DE EXCLUSIVIDADE PARA OS SERVIÇOS
OS DOCENTES DAS FACULDADES
EM QUE ESTÃO INTEGRADOS, POR LICENCIADOS
DE DIREITO QUE SE LIMITEM A DAR
EM DIREITO QUE SEJAM FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
PARECERES JURÍDICOS ESCRITOS
OU QUE EXERÇAM EM REGIME DE TRABALHO
(Art.º 41.º n.4 EOAA)
SUBORDINADO, AINDA QUE EM TEMPO PARCIAL
(Art.º 41.º n. 2 EOAA)
ESCRITÓRIOS PROIBIDOS DE PRATICAR ACTOS DA PROFISSÃO DE ADVOGADO
E PRÁTICAS PROIBIDAS FORA DE ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS
(Art.º 21.º e 25.º LA e 44.º EOAA)

PRESTAÇÃO REITERADA DE CONSULTORIA


Escritórios de Procuradoria JURÍDICA SOB DIRECÇÃO OU NÃO DE
Art.º 44.º nº 1
JUDICIAL
ADVOGADO, DESTINADA A TERCEIROS
MEDIANTE PAGAMENTO

JUDICIAL
ADMINISTRATIVA
FISCAL SANSÃO
LABORAL
(art.º 44.º n. 3)

1. ENCERRAMENTO POR AUTORIDADE


RECURSO PARA O CN
POLICIAL A REQUERIMENTO DO CP OU
COM EFEITO SUSPENSIVO
DELEGADO DA OAA (art.º 44.º n.4)

2. RESPONSABILIDADE CRIMINAL
(art.º 25.º LA)

DIREITO DE ACÇÃO EXERCIDO:


PELA O.A.A. QUE SE PODE CONSTITUIR ASSISTENTE NOS AUTOS
POR QUALQUER INTERESSADO
ESCRITÓRIOS AUTORIZADOS PARA O EXERCÍCIO
DA ADVOCACIA
(art.º 21 LA e 44.º n. 2 EOAA e Lei 16/16)

ESCRITÓRIOS CONSTITUIDOS EXCLUSIVAMENTE POR


ADVOGADOS VISANDO O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO
CONSEQUÊNCIAS DO PATROCÍNIO JUDICIÁRIO POR NÃO
INSCRITOS NA OAA NEM PROTEGIDOS POR LEI PARA A PRÁTICA
DE ACTOS PRÓPRIOS DA PROFISSÃO DE ADVOGADO
(Art.º 102.º e 41.º n. 1 EOAA)

-RESPONSABILIDADE CRIMINAL
-EXCLUSÃO DO MANDATÁRIO - por ordem juiz, em resultado de conhecimento
oficioso da prática infraccionária, por reclamação dos conselhos
ou delegações da OAA ou a requerimento dos interessados *

-INIBIÇÃO DA CONTINUAÇÃO DA INTERVENÇÃO NA LIDE se o facto for


descoberto na sua pendência, e nomeação, pelo juiz, de Advogado
oficioso que será afastado pela constituição de mandatário dentro do
prazo determinado pelo Juiz no despacho de inibição e de nomeação

*O INTERESSE DA PARTE DEVE SER SEMPRE ACAUTELADO EVITANDO-SE QUE A MEDIDA PRODUZA DANOS IRREPARÁVEIS NOS SEUS
LEGÍTIMOS INTERESSES.
EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO CONSISTE NA PRÁTICA
DE ACTOS PRÓPRIOS DA PROFISSÃO DE ADVOGADO POR
QUEM NÃO ESTEJA AUTORIZADO A EXERCÊ-LOS OU PELOS
SEUS AUXILIARES E COLABORADORES *
(art.º 22.º LA e 44.º EOAA)

CONSTITUI CRIME PUNÍVEL NOS TERMOS DA LEI PENAL(Art.º 210.º)**,


PODENDO SER SEUS AUTORES O CIDADÃO ESTRANGEIRO OU NACIONAL
AQUELE QUE EXERÇA A PROFISSÃO ILEGALMENTE, OS SEUS AUXILIARES E
COLABORADORES

É DEVER ESPECIAL DA O.A.A. A RECORRER AOS INSTRUMENTOS LEGAIS


ADEQUADOS PARA REPRIMIR O EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO DE
ADVOGADO

* Incluem-se nos actos proibidos a visita e aconselhamento de clientes nacionais ou estrangeiros, efectuados em
território nacional.

**Punível com pena de prisão até 3 anos ou com a de multa até 360 dias.
2.7.5. O dever de informação sobre a
mudança de domicílio profissional e da
existência de impedimentos e
incompatibilidades Art.º 63.º e 57.º do
EOAA
• Constituem deveres do Advogado para com a Ordem dos Advogados:
 Declarar ao requerer a inscrição, para efeito de verificação de
incompatibilidade, qualquer cargo ou actividade profissional que
exerça;
 Suspender imediatamente o exercício da profissão e requerer, no
prazo máximo de 30 dias, a suspensão da inscrição na Ordem
quando ocorra incompatibilidade superveniente
 Comunicar, no prazo de 30 dias, qualquer mudança de escritório;
 Responder, pontualmente, às solicitações de informações e
convocatórias do Conselho Nacional e do conselho provincial da
OAA)
• Os Delegados, os Conselhos Provinciais ou o Conselho Nacional podem
solicitar aos advogados e advogados estagiários as informações que
entendam necessárias para verificação da existência ou não de
incompatibilidade. Não sendo tais informações prestadas no prazo de
30 dias, poderá o Conselho Nacional deliberar a suspensão.
III. Inscrição na OAA
3.1.Competências instrutórias e decisórias
3.2.Verificação dos Requisitos de inscrição
3.3.Investigação da idoneidade moral
3.4.O dever de informação e colaboração do
advogado
3.5.Processo de inscrição
3.6.Factos que constituem restrições ao direito
de inscrição após a aceitação desta
3.7.Efeitos da inscrição
3.8.O estágio
3.9.A inscrição definitiva
3.10.A inscrição em vigor
3.11.A relevância da inscrição para o
exercício da profissão
3.12.A quotização como consequência da
inscrição em geral
3.13.Perda da validade da inscrição
3.13.1.Reinscrição
3.14.A dispensa de inscrição para a prática de
actos respeitantes à profissão
O INÍCIO DO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO

A INSCRIÇÃO NA O.A.A.

ADVOGADO ADVOGADO ESTAGIÁRIO


(art.º 98.º n.3 E.O.A.A.) (art.º 98.º n.º 1)

REQUISITOS DA INSCRIÇÃO/RESTRIÇÕES AO DIREITO


DE INSCRIÇÃO
(art.ºs 98.º e 99.º E.O.A.A.)
ONDE SE REQUER A INSCRIÇÃO
(Art.º 100.º n. 1 E.O.A.A.)

CONSELHO PROVINCIAL DA ÁREA DO DOMÍCILIO ESCOLHIDO PELO

REQUERENTE COMO CENTRO DA

SUA VIDA PROFISSIONAL

COMPETÊNCIAS PARA INSTRUIR E EFECTUAR A INSCRIÇÃO

CONSELHO PROVINCIAL escolhido que instrui o processo e emite parecer

CONSELHO NACIONAL NA PESSOA DO BASTONÁRIO com base no parecer do Conselho Provincial


PROCESSO DE INSCRIÇÃO
(Art.º 100.º n. 4 e 5)

REQUERIMENTO PARA A INSCRIÇÃO*


CÓPIA A CORES DO B.I.
COMPROVATIVO DA LICENCIATURA (ORIGINAL OU PÚBLICA FORMA)
CERTIFICADO DO REGISTO CRIMINAL
3 FOTOGRAFIAS
FORMULÁRIOS PREENCHIDOS E ASSINADOS
ATESTADO DE RESIDÊNCIA
DECLARAÇÃO DE COMPATIBILIDADE DE FUNÇÕES
DECLARAÇÃO DE SERVIÇO

* INDICAÇÃO DE NOME PROFISSIONAL, ABREVIATURA DO NOME COMPLETO**

EFEITOS DA INSCRIÇÃO
(Art.º 100.º n. 2 e 3, 101.º n. 1 EOAA e 7.º LA)

AUTORIZA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO


FIXA O DOMICÍLIO PROFISSIONAL (O DO ESTAGIÁRIO É O DO PATRONO)
CONFERE O DIREITO À CÉDULA PROFISSIONAL E DEMAIS INSTRUMENTOS CERTIFICATIVOS
DA AUTORIZAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO

**SERÁ RECUSADO SE FOR SUSCEPTÍVEL DE CAUSAR CONFUSÃO COM OUTRO JÁ REQUERIDO OU INSCRITO

SALVO SE O UTILIZADOR DESTE CONCORDAR


3.1.Competências Instrutórias e
decisórias

Onde se Requer a Inscrição?

• CONSELHO PROVINCIAL da área do domicílio escolhido pelo requerente como


centro da sua vida profissional (Art.º 100.º n. 1 EOAA)

Competência para Instruir e autorizar a Inscrição

• CONSELHO PROVINCIAL escolhido que instrui o processo e emite parecer.


• CONSELHO NACIONAL na pessoa do BASTONÁRIO com base no parecer do
Conselho Provincial

Entrega de cédulas

• A cédula de Advogado ou de Advogado Estagiário é entregue pessoalmente em


cerimónia publica, e sob juramento se quem a recebe for Advogado
3.2.Verificação dos Requisitos de
Inscrição
Quais são os requisitos para a Inscrição?(Art.ºs 98.º e 99.º
EOAA e Art. ºs4 e 5 do RAA)
•Ser angolano (regra)*
•Ser licenciado em direito
•Ter idoneidade moral para o exercício da profissão
•Estar em pleno gozo dos seus direitos civis
•Não ter sido condenado por crime gravemente desonroso
•Não estar judicialmente declarado como incapaz de administrar a sua
pessoa e bens
•Não estar em situação de incompatibilidade ou inibição do exercício da
advocacia
•Não ter sido demitido, aposentado ou colocado em inatividade por falta de
idoneidade

Quem os deve verificar?

•O Candidato que se pretenda inscrever – mediante consulta ao


Regulamento
•O Patrono quando recebe a solicitação do candidato
•O Conselho Provincial no acto de recepção do pedido de inscrição
Processo de Inscrição
Não podem inscrever-se como Advogado ou
Advogado Estagiário, por incompatibilidade, (Art.º
11.º E 12.º LA e 56.º e 57.º EOAA e art.º 6.º, n. 1 do RAA) os
cidadãos no exercício das funções seguintes:

•Presidente da República;
•Vice-Presidente da República:
•Magistrados Judiciais e do Ministério Público;
•Ministros de Estado, Ministros, Secretários de Estado
•Provedor de Justiça e Provedor-Adjunto;
•Governador e Vice-Governadores Provinciais;
•Governador e Vice-Govemadores do Banco Nacional
de Angola:
•Funcionários dos Tribunais, da Polícia e dos Serviços
equiparados;
•Quaisquer outras entidades que exerçam funções que,
por lei, sejam incompatíveis com o exercício da
advocacia.
INSCRIÇÃO DE ESTRANGEIROS
(art.º 14.º n. 2 e 3 L A e 98.º E.O.A.A.)

Estrangeiros licenciados em direito por universidades


angolanas desde que nos respectivos países os licenciados
angolanos em igualdade de circunstâncias gozem do mesmo
direito*
Os residentes em angola há mais de 15 anos inscritos no
antigo departamento de Advocacia do ministério da justiça
*Com a inscrição o advogado estrangeiro na OAA este não
adquire capacidade electiva passiva para os seus órgãos
mas não prejudica a sua capacidade activa (art.º 14.º n. 3
LA)

* OSTRIBUNAIS PODEM EXIGIR SEMPRE AO ADVOGADO E AO ADVOGADO ESTAGIÁRIO A APRESENTAÇÃO


DA CÉDULA COMO PROVA DE AUTORIZAÇÃO PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE ADVOGADO
3.3. Investigação da idoneidade
moral
Não podem ser inscritos na Ordem dos Advogados de
Angola como Advogado Estagiário ou Advogado:
•Os que não possuem idoneidade moral para o exercício da profissão e, em
especial, os que tenham sido condenados por qualquer crime gravemente
desonroso. Art.º 99.º n.º 1, alínea a) do EOAA e Art.º 4.º do RAA

Quem faz a verificação da Idoneidade moral?

•Cabe ao Patrono apreciar a idoneidade moral, ética e deontológica do


Advogado Estagiário para o exercício da profissão - Art.º 23, n.º 2 do RAA
•A verificação de falta de idoneidade moral é sempre objecto de processo
próprio, que segue os termos do processo disciplinar, com as devidas
adaptações.
•A declaração da falta de idoneidade moral só pode ser proferida mediante
deliberação do Conselho Nacional da Ordem dos Advogados de Angola
que obtenha dois terços (2/3) dos votos de todos os seus membros. Art.º 99,
n. 3 e 4 do EOAA e Art. 4.º nº 2 e 3 do RAA
3.4. O dever de informação e
colaboração do advogado

Constituem deveres do Advogado para com a Ordem


dos Advogados:
•Dirigir com empenhamento o estágio dos advogados estagiários e elaborar a
respectiva informação final; Art.º 63.º n.º 1, alínea g) do EOAA
•Responder, pontualmente, às solicitações de informações e convocatórias do
Conselho Nacional e do conselho provincial da OAA - Art.º 63.º n.º 1, alínea k)
do EOAA

Qual a Função do Patrono?

•Compete ao Patrono orientar e dirigir a actividade profissional do Advogado


Estagiário, iniciando-o no exercício efectivo da advocacia e na sua actuação
dentro do cumprimento das regras deontológicas da profissão. Art.º 23.º, n. 1
do RAA
Quem é o Patrono?
• Latim PATRONUS, no sentido de “modelo a ser seguido”, de
PATER, “pai”.Padroeiro, protector, defensor, padrinho.
Personalidade que protege ou patrocina uma pessoa, grupo,
organização ou evento.
• Como uma definição generalista, o patrono é alguém que
defende alguma causa ou ponto de vista, aquele que
defende, aconselha e direciona.
• Advogado, em relação ao seu cliente ou a um estagiário que
está sob a sua orientação.
3.5.Processo de Inscrição
Onde é feita a inscrição como Advogado estagiário ou
Advogado?
• A inscrição deve ser requerida no Conselho Provincial da área do domicílio
escolhido pelo requerente como centro da sua vida profissional. Art.º 100.º
n.º 1do EOAA
•O domicílio profissional do advogado estagiário é o do seu patrono. Art.º
100.º n.º 3 do EOAA

A partir de quando se considera a inscrição efecuada?

•Só se considera efectuada a inscrição depois de aprovada pelo Conselho


Nacional, sendo essa, para todos os efeitos, incluindo a contagem
antiguidade, a data de inscrição na OAA. Art.º 15.º, n. 5 do RAA
•A cada advogado ou advogado estagiário inscrito será entregue a
respectiva cédula profissional, a qual servirá de prova da inscrição na
Ordem dos Advogados. Art.º 101.º, n. 1 do EOAA.
3.6. Factos que constituem restrições ao direito de inscrição
após a aceitação desta

Os que não possuam idoneidade moral para o exercício da profissão e, em especial, os


que tenham sido condenados por qualquer crime gravemente desonroso;

Os que não estejam no pleno gozo dos direitos civis;

Os declarados incapazes de administrar as suas pessoas e bens por sentença


transitada em julgado;
3.6. Factos que constituem restrições ao direito de inscrição
após a aceitação desta (Cont.)

Os que estejam em situação de incompatibilidade ou inibição do exercício da


advocacia;

Os magistrados e funcionários que, mediante processo disciplinar, hajam


sido demitidos, aposentados ou colocados na inactividade por falta de
idoneidade moral.;

NOTA: Aos advogados e advogados estagiários


que se encontrem em qualquer das situações
enumeradas no número anterior será suspensa ou
cancelada a inscrição.
VERIFICAÇÃO DE FACTOS QUE CONSTITUEM RESTRIÇÕES AO
DIREITO DE INSCRIÇÃO APÓS A ACEITAÇÃO DESTA
(art.º 99.º E.O.A.A.)

SUSPENSÃO OU CANCELAMENTO (art.º 99.º n.º 2)

(art.º 99.º n.º 2)


RESULTA DE PROCESSO DE AVERIGUAÇÃO DE FALTA
DE IDONEIDADE MORAL CUJA DECLARAÇÃO DEPENDE
DA APROVAÇÃO DE 2/3 DOS VOTOS DE TODOS OS
MEMBROS DO CONSELHO NACIONAL (art.º 99.º n. 3 e 4)

ALTERAÇÃO DA RECUSA DA INSCRIÇÃO MOTIVADA POR


CONDENAÇÃO CRIMINAL
(art.º 99.º n.5 E.O.A.A.)

TEM LUGAR APENAS POR REABILITAÇÃO JUDICIAL E OPERA-SE DECORRIDOS 10 ANOS DA CONDENAÇÃO E
DESDE QUE NOS ÚLTIMOS 3 ANOS QUE ANTECEDAM A SOLICITAÇÃO DA INSCRIÇÃO FIQUE COMPROVADA
A MANIFESTA DIGNIDADE DO SEU COMPORTAMENTO E DA SUA COMPLETA RECUPERAÇÃO MORAL
3.7. Efeitos da Inscrição

Art.º 100.º n. 2 e 3, 101.º n. 1 E.O.A.A e 7.º LA

•Autoriza o exercício da profissão a nível de todo o País


•Fixa o domicílio profissional (o do estagiário é o do patrono)
•Confere o direito à cédula profissional e demais instrumentos certificativos a
autorização para o exercício da profissão

Que fazer em caso de suspensão ou cancelamento da Inscrição?

•O advogado suspenso ou com a inscrição cancelada deve restituir a cédula


profissional ao Conselho Provincial em que esteja inscrito e, se o não fizer no prazo de
15 dias, poderá a Ordem proceder à respectiva apreensão judicial. Art.º 101.º, n. 5 do
EOAA
3.8. O estágio
Qual a finalidade do Estágio?

• O estágio tem por fim familiarizar o Advogado Estagiário com os


actos e termos mais usuais da prática forense e, bem assim, inteirá-
lo dos direitos e deveres dos Advogados. Art.º 19 do RAA
• Durante o período de estágio, o Advogado Estagiário é obrigado
a prestar em média, um serviço mínimo de três horas diárias no
escritório do patrono. Art.º 20.º, n.º 4 do RAA

Conteúdo do estágio? Art.º 21.º do RAA

• Exercício da advocacia em qualquer processo, por nomeação


oficiosa;
• Exercício da advocacia em processos penais, devendo intervir em
um mínimo de quinze processos de natureza penal sendo sete
processos em fase de instrução e oito em fase de julgamento;
• Exercício da advocacia em processos não penais cujo valor caiba
na alçada dos tribunais da 1.a instância e ainda nos processos dos
tribunais de menores, em um mínimo de doze processos.
• Consulta jurídica.
FINALIDADE DO ESTÁGIO

EXERCÍCIO EFECTIVO DOS CONHECIMENTOS TEORICOS


PREVIAMENTE ADQUIRIDOS NA UNIVERSIDADE ATRAVÉS DO SEU
APROFUNDAMENTO E MATERIALIZAÇÃO PRÁTICA EXERCIDA NO
ESCRITÓRIO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO, NOS TRIBUNAIS E
NOUTROS SERVIÇOS RELACCIONADOS OU NÃO COM A
APLICAÇÃO DA JUSTIÇA, ESPECIALMENTE:

FAMILIARIZAÇÃO DO ADVOGADO ESTAGIÁRIO COM OS TERMOS E


PROCEDIMENTOS MAIS USUAIS DA PRÁTICA FORENSE E DOS SEUS
DIREITOS E DEVERES

FAMILIARIZAÇÃO COM O SISTEMA SOCIAL, JURÍDICO E JUDICIAL


ANGOLANO
REALIZAÇÃO
(art.ºs 103.º-108.º E.O.A.A.)
DISPENSA EQUIVALÊNCIA
(art.º 108.º) (art.º 107.º)
Docentes com categoria de Exercício da magistratura judicial
Professores com exercício ou do ministério público com boa
Superior a 5 anos no activo informação exercida por período
ou não superior a 5 anos

MODO E LOCAL DE REALIZAÇÃO


DURAÇÃO (art.º 103.º n. 1 e 2)

18 MESES SOB ORGANIZAÇÃO GERAL DA OAA


(CONTADOS DA INSCRIÇÃO) A PRÁTICA EM ESCRITÓRIO DE ADVOGADOS SOB A
DE ACTOS PRÓPRIOS DO ESTÁGIO SEM ORIENTAÇÃO DE UM PATRONO
INSCRIÇÃO CORRESPONDEM A (ADVOGADO COM PELO MENOS 5 ANOS DE
EXERCÍCIO ILEGAL DE PROFISSÃO EFECTIVO EXERCÍCIO DA ADVOCACIA)

POR RAZÕES FUNDAMENTADAS APRESENTADAS DE


O ESTÁGIO É CANCELADO E PERDE O SEU EFEITO E FORMA ESCRITA AO CONSELHO PROVINCIAL
IMPÕE O SEU O REENÍCIO SE NÃO FOR CONCLUIDO O PATRONO PODE RENUNCIAR AO PATROCÍNIO
NUM PRAZO MÁXIMO DE 3 ANOS DO ESTAGIÁRIO

(art.º 104.º n. 5 EOAA)


ESTÁGIO DESTINADO A ADVOGADOS CUJA LICENCIATURA E
ESTÁGIO PROFISSIONAL TENHAM TIDO LUGAR NO
ESTRANGEIRO Art.º 20º n.º 3 do RAA

SISTEMA DE DIREITO

ANGLO-
6 MESES 3 MESES
ROMANO
SAXÓNICO

6 meses 3 meses

FINALIDADE

FAMILIARIZAÇÃO COM O SISTEMA SOCIAL, JURÍDICO E JUDICIAL ANGOLANO


3.8.7. COMPETÊNCIAS DO ESTAGIÁRIO

1º ao 6º MÊS
(Art.º 105.º n. 1, EOAA e 20.º e 21.º n.º 1 do RAA

EXERCÍCIO REDUZIDO A CAUSA PRÓPRIA


DO CÔNJUGE ASCENDENTES OU DESCENDENTES
7º ao 18º MÊS
(Art.º 105.º n. 2, EOAA e 20.º e 21.º n.º 2 do RAA)

CONSULTORIA REPRESENTAÇÃO E
PATROCÍNIO JUDICIÁRIO ASSISTÊNCIA

POR NOMEAÇÃO OFICIOSA EM QUALQUER PROCESSO SEM RESTRIÇÕES


PROCESSOS PENAIS
PROCESSOS DE MENORES
DEMAIS PROCESSOS CUJO VALOR NÃO EXCEDA
A ALÇADA DA 1ª INSTÂNCIA

A QUALIDADE DE ESTAGIÁRIO DEVE SER MENCIONADA EM TODAS AS PEÇAS ASSINADAS POR ESTE (Art.º
105.º n. 3 e 30.º do RAA)
3.8.8. NOMEAÇÃO OFICIOSA E PATROCÍNIO NA ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA POR ESTAGIÁRIOS
(Art.º 106.º EOAA e 31.º DO RAA)
DEVE RESPEITAR TANTO QUANTO POSSÍVEL AS COMPETÊNCIAS DO ESTAGIÁRIO E A INDICAÇÃO
DEVE SER FEITA PELA OAA NO PRAZO DE 5 DIAS, A PEDIDO DO INTERESSADO OU DO TRIBUNAL.

RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR
DO ADVOGADO ESTAGIÁRIO

DURANTE O ESTÁGIO O ADVOGADO ESTAGIÁRIO RESPONDE NOS TERMOS DOS ESTATUTO DA OAA
MAS NÃO GOZA DE CAPACIDADE ELEITORAL (Art.º 103.º n. 2)

TERMO DO ESTÁGIO

O ESTÁGIO DÁ-SE POR CONCLUIDO COM A DECLARAÇÃO DE APROVEITAMENTO E CONCLUSÃO


EMITIDA PELO PATRONO DO ESTAGIÁRIO

O TERMO DO ESTÁGIO COM APROVEITAMENTO É O INSTRUMENTO DE ACESSO À INSCRIÇÃO


DEFINITIVA NA O.A.A.
3.9. A Inscrição definitiva
Requisitos

• A inscrição como advogado depende da realização de um


estágio com boa informação.
• No termo do período de estágio o Patrono elabora um
relatório sumário da actividade exercida pelo Advogado
Estagiário que inclui a sua opinião sobre o trabalho de ética
e deontologia e conclui por um parecer
fundamentado sobre a aptidão ou inaptidão
do Advogado Estagiário para o exercício da
profissão. Art.º 28.º do RAA

• O Advogado Estagiário deve organizar um processo


completo com cópias dos articulados, cartas e actas de
reuniões que produzir, bem como de requerimentos e
alegações que fizer, procedendo à sua entrega à Ordem
dos Advogados de Angola, no final do estágio, anexo ao
relatório do Patrono. Art.º 21.º, n.º 5 do RAA
3.10 Relevância da inscrição
A inscrição habilita o Advogado a:

a) Exercer em todo o território nacional e perante


qualquer jurisdição, instância, autoridade ou entidade
pública ou privada;
b) Praticar actos próprios da profissão e,
designadamente, exercer o mandato judicial ou
funções de consulta jurídica em regime de profissão
liberal remunerada.
c)Capacidade eleitoral activa e passiva;
3.13.1. Reinscrição

• O período máximo para a conclusão de estágio é de 3 anos,


findos os quais o estagiário tem de iniciar novo estágio. Art.º
104.º n.º 5 do EOAA
• Às reinscrições correspondem novas cédulas. Art.º 101.º n.º 7 do
EOAA
• As reinscrições estão isentas da realização do Exame Nacional.
Art.º 22 do RENOAA
MUITO OBRIGADA
MARIZA SEQUEIRA

You might also like