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1.

Introduçao

O presente trabalho, visa abordar sobre o tecido empresarial moçambicano em três perspectivas.
Nomeadamente antes da colonização, durante a colonização, pós colonização.
Moçambique situa-se na zona austral e na costa oriental de África. Com uma superfície de
799.380Km2 faz fronteira a norte com a Tanzânia, a ocidente com Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e
África do Sul, e A sul com Suazilândia e África do sul. A sua faixa costeira na zona este do
território é banhada pelo oceano Índico numa extensão de 2515km.
Cada vez mais, os mercados estão se tornando mais globais e, portanto muitas oportunidades estão
surgindo para novos competidores. Devido a terciarização de manufaturas, as cadeias de
fornecimentos estão se tornando cada vez mais complexas. Portanto, coordenar esse novo processo
da cadeia de fornecimento se tornou um grande desafio, e a colaboração entre os parceiros se tornou
um ponto indispensável.

O presente trabalho está decidido em 6 partes nomeadamente Introdução, Objectivo geral, Objectivo
Específico, Metodologia de estudo, contextualização, conclusão e Bibliografia.
2. Objectivo Geral

 Conhecer o processo de evolução de Gestão das empresas Moçambicanas

2.1 Objectivo específico

 Conhecer o contexto histórico do surgimento das empresas Moçambicanas


 Saber o modelo de gestão adotados antes e apos a colonização
 Analisar os modelos de gestão pelas adoptadas pelas Grandes empresas.
3. Metodologia de estudo

Para o presente trabalho optou-se por consulta bibliográfica e pesquisa na Internet.

3.1 Contextualização

Entre a chegada do primeiro navegador português a Moçambique (1498) e o controle efectivo do


território e a instalação da administração colonial, decorreu um processo difícil de dominação
das diversas organizações políticas africanas que detinham o poder no território. A ocupação
efectiva ocorreu em finais do século passado, com a dominação do Estado de Gaza no sul do
país, embora apenas na década de 20, a administração colonial tenha passado a assumir um real
controle do território.

O desenvolvimento do colonialismo Português em Moçambique, pode ser grosseiramente


dividido em três períodos:

 1885-1926: com uma economia dominada por grandes plantações exploradas por
companhias majestáticas não portuguesas onde se praticava a monocultura de produtos de
exportação (sisal, açúcar e copra), no centro e norte do país, com base em mão-de-obra
barata. As companhias, por sua vez, também controlavam o mercado da venda de força
de trabalho para países como a Rodésia, Malawi (Niassalândia), Tanganhica, Congo
Belga e em alguns casos a África do Sul (WUYTS, 1980:12-13). No sul, predominava a
exportação de mão-de- obra para alimentar o capital mineiro da África do Sul. Os
acordos assinados entre Portugal e a África do Sul para a exportação da mão-de-obra,
traziam rendimentos específicos ao Estado colonial, quer através de impostos,
quer da utilização dos caminhos-de-ferro que ligavam o porto de Lourenço
Marques (Maputo) à África do Sul, quer ainda através da utilização do próprio porto, para
o trânsito de mercadorias;

 1926-1960: sob influência da construção do nacionalismo económico, este período é


marcado por uma intensificação do trabalho forçado e integração crescente da economia
de Moçambique numa economia regional dominada pela África do Sul. O princípio do
trabalho forçado e da introdução de culturas forçadas marcam este período, como uma
forma de proteger a burguesia portuguesa, incapaz de concorrer com o capital mineiro e
com as plantações, no acesso à mão de obra.

 1960-1973: As mudanças políticas mundiais e a crise do regime de Salazar durante este


período levaram a diversas reformas políticas e económicas que, conduziram entre outras
medidas, à abolição do trabalho e das culturas forçadas e ao traçar de novas estratégias de
desenvolvimento para as colónias. Algumas das consequências das reformas políticas
levaram à modernização do capital, com a abertura da economia ao investimento
estrangeiro. É neste período e neste contexto de modernização do capital que se fazem
investimentos na indústria manufactureira.

A economia colonial sobreviveu durante muitos anos na base de uma dependência de dois
sistemas, o trabalho migratório e o trabalho e agricultura coercivos, mesmo depois da abolição
formal das culturas e do trabalho forçado. O colonialismo português introduziu mecanismos
impeditivos do crescimento de uma burguesia negra, agrícola ou comercial. Assim, embora
houvesse uma diferenciação de classe e até mesmo alguns ‘koulaks’ e pequenos comerciantes, o
sistema de produção agrícola e industrial manteve-se nas mãos da burguesia portuguesa (FIRST,
R., MANGHEZI, A., et al ,1983; CEA,1998; WUYTS, M. & O’LAUGHLIN, B.,1981).

Um olhar sobre a rede de estradas e caminhos-de-ferro de Moçambique, no período colonial,


facilmente nos ajudará a avaliar a orientação destes para uma economia de serviços, que ligava
os países do ‘hinterland’ ao exterior, através dos portos moçambicanos. Cerca de metade das
divisas de Moçambique eram geradas pelos serviços de transportes e portos para os países
vizinhos.

A reacção à dominação colonial havia sido marcada por vários tipos de contestação, através da
literatura, arte e greves de trabalhadores, movimentos esses que assumiram aspectos mais
radicais com o desenvolvimento dos movimentos nacionalistas em finais da década de 50 e
inícios da década de 60. Nos anos 60, a FRELIMO, Frente de Libertação de Moçambique,
fundada no exílio, inicia a luta armada de libertação nacional (1964), que só veio a culminar 10
anos depois.
No processo de luta, a FRELIMO criou as ‘zonas libertadas’, áreas no interior do território
moçambicano fora do controle da administração portuguesa, funcionando como um ‘Estado
dentro de um Estado’, com um sistema próprio de administração. À medida que a guerra
avançava, as ‘zonas libertadas’ foram nascendo sucessivamente nas províncias de Cabo Delgado,
Niassa e Tete. A sua forma de organização é uma ilustração dos esforços tentativos feitos pela
Frente de Libertação de Moçambique para criar uma alternativa à sociedade colonial, com uma
economia sem ‘exploração do homem pelo homem’, com formas colectivas de produção e de
comercialização e a implantação de bases democráticas (ADAM, 1997: 4). Como diz Yussuf
Adam, o modelo idealizado pela FRELIMO, acabou por ser mais uma utopia do que uma
realidade, tendo porém, pelo menos até certo ponto, servido de inspiração para traçar o modelo
socialista de desenvolvimento implantado em Moçambique depois da independência, onde se
pretendia negar quer os modelos de desenvolvimento coloniais, quer os neo-coloniais.

Período de Transição na Economia Moçambicana (Maria da Cruz e Silva) Tema:


Moçambique um perfil) RES-Moçambique CES-UC

Logo após os primeiros anos de independência, a África do Sul iniciou um processo de


repatriamento de trabalhadores moçambicanos com contratos nas minas, e o fluxo de
recrutamento de trabalhadores sofreu uma redução nos anos seguintes (de 120 000 para 40 000
num só ano) (HERMELE, 1998). Este processo foi acompanhado por um redireccionamento da
utilização dos serviços dos portos e caminhos-de-ferro de Lourenço Marques, pela África do Sul
(recorde-se que por altura da independência nacional, mais de 90% dos serviços prestados pelos
portos e caminhos de ferro de Moçambique eram direccionados para os países vizinhos). Em
1976,Moçambique adere às sanções das Nações Unidas contra a Rodésia (Zimbabwe) e encerra
as suas fronteiras com este país. Recorde-se que a Rodésia era uma importante fonte de captação
de divisas para Moçambique, não só através da utilização do porto e dos caminhos-de-ferro da
Beira, para o transporte de mercadorias de trânsito, mas também através do consumo de
derivados do petróleo provenientes da refinaria em Maputo, para suprir os problemas de uma
economia embargada. O encerramento das fronteiras com a Rodésia, para além das
consequências económicas mencionadas, trouxe também um processo de desestabilização a
Moçambique (HANLON, 1997), como será referido mais à frente. Com uma economia
largamente dependente dos serviços prestados aos países vizinhos, e na sequência do novo tipo
de relações agora existentes com a Rodésia e a África do Sul, Moçambique viu assim
drasticamente diminuída a entrada de divisas para o país.
As calamidades naturais que afectaram o país entre 1977 e 1978, os efeitos da depressão sobre a
economia moçambicana, de base agrícola, agravados pelos aspectos acima mencionados,
levaram o país a um declínio económico em espiral.
A estratégia económica preconizada pela FRELIMO assentava na transformação social baseada
na modernização do campo através da criação de aldeias comunais com facilidade de acesso a
infra-estruturas sociais como a saúde e educação, aumento da produtividade através de um
programa de introdução de uma agricultura mecanizada nas machambas estatais, uma tentativa
para inverter o processo de exploração colonial dos camponeses, e onde o Estado passava a fazer
a acumulação. Caberia também às machambas estatais o fornecimento de alimentos às zonas
urbanas, antes abastecidas pelos farmeiros portugueses. Esta estratégia foi aprovada pelo 3o.
Congresso da FRELIMO, realizado em Maputo, em Fevereiro de 1977, e era conhecida como a
‘estratégia de socialização do campo’. Neste Congresso, a FRELIMO também declarou a sua
passagem de Frente para um ‘Partido de Vanguarda Marxista-Leninista’, com a missão de
liderar, organizar, orientar e educar as massas, visando destruir as bases do capitalismo e
construir uma sociedade socialista.
As estratégias introduzidas pela FRELIMO depois da independência para manter a produção e a
economia em andamento, não conseguiram superar de imediato a crise económica que afectava o
país:

‘Entre 1974 e 1976, a produção de colheitas para exportação diminuiu em 40%, o milho
cultivado pelos camponeses em 20%, a mandioca em 61% e a produção agrícola dos colonos
(produtos hortícolas e alimentares para abastecimento das cidades) em 50%. No mesmo
período, a produção industrial baixou em 36%  (NEWITT, 1997: 473; WUYTS, 1985: 186).

Os mesmos factores contribuíram ainda para a criação de dívidas de importação. Assim, os


trabalhadores desempregados do sector agrícola e das minas sul-africanas iniciaram um processo
de migração para as cidades. Numa tentativa de controle da crise, o governo criou a Comissão
Nacional de Abastecimentos. Nesse processo, foi introduzido um sistema de controle de preços e
um cartão de racionamento, o ‘cartão de abastecimento’, por cada agregado familiar.
‘A estratégia de desenvolvimento permitiu um total monopólio pelo poder do estado, e a sua
hegemonia sobre todas as forças económicas e políticas’  (ADAM, 1997: 5-6).

Depois de uma fase de economia centralmente planificada, em 1985 dão-se os primeiros passos
para a sua liberalização, o que leva a uma transição. Visando reverter as tendências negativas do
crescimento económico através de um reajustamento estrutural, em 1987 é introduzido o
Programa de Reabilitação Económica (PRE) e em 1990 o Programa de Reabilitação Económica
e Social (PRES). O programa de ajustamento estrutural, é um pacote que envolve o livre
comércio, a desregulamentação e a privatização. O governo liberalizou os preços, praticamente
terminou a sua gestão do mercado, cortou o seu orçamento nos sectores sociais, e introduziu
mudanças nas políticas da saúde e da educação, onde foi estabelecido um sistema que atribui
acesso com base no rendimento. As reformas económicas introduzidas em Moçambique, nas
duas últimas décadas levaram a uma revitalização da economia, o que não pode ser
mecanicamente traduzido por uma redução da pobreza.  ‘A pobreza, entendida como ausência
das condições para uma vida longa, instrução e um padrão de vida aceitável, afecta a maioria
esmagadora da população de Moçambique’  (PNUD, 1996: 81). Organizações como o Banco
Mundial e o Fundo Monetário Internacional classificaram este país na posição dos mais pobres
do mundo.

Bibliografia

Sobreviver à transição: o legado das antigas empresas coloniais em Moçambique**

http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1218791363I3gSX5sc0Tn03TK0.pdfM. Anne
Pitcher*

Em 1982, cerca de 73% das empresas da indústria, comércio e agricultura eram já empresas
estatais ou «intervencionadas»; apenas 27% das empresas continuavam a ser privadas. No
apogeu do período de intervenção e nacionalização, o sector estatal incluía cerca de 600
empresas, muitas das quais criadas a partir da fusão de diversas antigas empresas coloniais. Com
algumas excepções notáveis, o Estado controlava a maior parte dos sectores estratégicos da
economia, gerindo grandes e pequenas empresas no Norte e no Sul do país. A maior parte do
investimento e dos recursos humanos e técnicos disponíveis era canalizada para as explorações
agrícolas e fábricas estatais. A linguagem, os objectivos e o método de implementação dos
planos de produção não deixavam quaisquer dúvidas quanto ao desejo do Estado de assumir um
papel de controlo da economia. Nestas circunstâncias, é surpreendente que algumas empresas
privadas tenham conseguido sobreviver. De facto, continuaram a existir grandes e pequenas
empresas, que começaram a estabelecer relações com o governo e, subsequentemente, deram
forma a alguns aspectos da economia de comando, participaram na sua erosão e influenciaram a
transição para uma economia de mercado livre. Alguns analistas sugerem que a existência
continuada de um sector privado indica a natureza de improvisação das primeiras intervenções
do Estado na economia. Alguns relatórios do governo apresentam a intervenção como uma
resposta pragmática, mas hesitante, à fuga de capitais, ao absentismo e às sabotagens que se
seguiram à revolução, impondo a medida de modo quase apologético. Mas a predominância das
abordagens estatísticas à produção e à distribuição sugere que a abordagem ao sector privado
constituiu uma concessão necessária, e não uma preferência política. Tendo em conta a clara
intenção do Estado de criar uma economia planificada, por que razões decidiram as empresas
privadas permanecer no país? Uma análise mais profunda de algumas destas empresas revela
diversas razões. No ramo da banca, um dos bancos privados, o Banco Standard Totta de
Moçambique (BSTM), sobreviveu à transição e continua a operar em Moçambique actualmente.
A longevidade do BSTM tem que ver com a sua base de capital, em comparação com a dos
outros bancos privados.

QUAIS AS IMPLICAÇÕES DESTE SECTOR PRIVADO HISTÓRICO PARA A


CONSTRUÇÃO DE UMA ECONOMIA DE MERCADO?

Muitos dos autores que estudaram os processos de transição reconhecem que as características
das elites económicas no período de transição e o papel que desempenham durante o mesmo
podem influenciar de modo decisivo o resultado das reformas. Por sua vez, o modo como os
governos lidam com as elites pode afectar a capacidade do sector privado para lidar com a
transição. Podemos ver esta dinâmica em acção durante ambos os períodos de transição de
Moçambique. O modo como o governo tratou o sector privado durante o período socialista
permitiu a sobrevivência do sector e, simultaneamente, sufocou-o. Similarmente, o sector
privado sustentou o regime socialista e, contudo, a sua própria existência minou a economia
centralizada. Na transição para o capitalismo, às elites do sector privado juntaram-se
frequentemente elites económicas e políticas criadas pelo socialismo, administradores estatais,
directores de institutos, funcionários do governo e altos representantes do partido. Hellman faz
notar que em alguns países ex- -socialistas estes insiders controlaram o processo de reforma e
detiveram-no

NOTA: TRABALHO NÃO ORGANIZADO.

Falta Objectivo Geral, especifico, método de estudo e conclusão

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