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Trabalho de Gestão Empresarial
Trabalho de Gestão Empresarial
Introduçao
O presente trabalho, visa abordar sobre o tecido empresarial moçambicano em três perspectivas.
Nomeadamente antes da colonização, durante a colonização, pós colonização.
Moçambique situa-se na zona austral e na costa oriental de África. Com uma superfície de
799.380Km2 faz fronteira a norte com a Tanzânia, a ocidente com Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e
África do Sul, e A sul com Suazilândia e África do sul. A sua faixa costeira na zona este do
território é banhada pelo oceano Índico numa extensão de 2515km.
Cada vez mais, os mercados estão se tornando mais globais e, portanto muitas oportunidades estão
surgindo para novos competidores. Devido a terciarização de manufaturas, as cadeias de
fornecimentos estão se tornando cada vez mais complexas. Portanto, coordenar esse novo processo
da cadeia de fornecimento se tornou um grande desafio, e a colaboração entre os parceiros se tornou
um ponto indispensável.
O presente trabalho está decidido em 6 partes nomeadamente Introdução, Objectivo geral, Objectivo
Específico, Metodologia de estudo, contextualização, conclusão e Bibliografia.
2. Objectivo Geral
3.1 Contextualização
1885-1926: com uma economia dominada por grandes plantações exploradas por
companhias majestáticas não portuguesas onde se praticava a monocultura de produtos de
exportação (sisal, açúcar e copra), no centro e norte do país, com base em mão-de-obra
barata. As companhias, por sua vez, também controlavam o mercado da venda de força
de trabalho para países como a Rodésia, Malawi (Niassalândia), Tanganhica, Congo
Belga e em alguns casos a África do Sul (WUYTS, 1980:12-13). No sul, predominava a
exportação de mão-de- obra para alimentar o capital mineiro da África do Sul. Os
acordos assinados entre Portugal e a África do Sul para a exportação da mão-de-obra,
traziam rendimentos específicos ao Estado colonial, quer através de impostos,
quer da utilização dos caminhos-de-ferro que ligavam o porto de Lourenço
Marques (Maputo) à África do Sul, quer ainda através da utilização do próprio porto, para
o trânsito de mercadorias;
A economia colonial sobreviveu durante muitos anos na base de uma dependência de dois
sistemas, o trabalho migratório e o trabalho e agricultura coercivos, mesmo depois da abolição
formal das culturas e do trabalho forçado. O colonialismo português introduziu mecanismos
impeditivos do crescimento de uma burguesia negra, agrícola ou comercial. Assim, embora
houvesse uma diferenciação de classe e até mesmo alguns ‘koulaks’ e pequenos comerciantes, o
sistema de produção agrícola e industrial manteve-se nas mãos da burguesia portuguesa (FIRST,
R., MANGHEZI, A., et al ,1983; CEA,1998; WUYTS, M. & O’LAUGHLIN, B.,1981).
A reacção à dominação colonial havia sido marcada por vários tipos de contestação, através da
literatura, arte e greves de trabalhadores, movimentos esses que assumiram aspectos mais
radicais com o desenvolvimento dos movimentos nacionalistas em finais da década de 50 e
inícios da década de 60. Nos anos 60, a FRELIMO, Frente de Libertação de Moçambique,
fundada no exílio, inicia a luta armada de libertação nacional (1964), que só veio a culminar 10
anos depois.
No processo de luta, a FRELIMO criou as ‘zonas libertadas’, áreas no interior do território
moçambicano fora do controle da administração portuguesa, funcionando como um ‘Estado
dentro de um Estado’, com um sistema próprio de administração. À medida que a guerra
avançava, as ‘zonas libertadas’ foram nascendo sucessivamente nas províncias de Cabo Delgado,
Niassa e Tete. A sua forma de organização é uma ilustração dos esforços tentativos feitos pela
Frente de Libertação de Moçambique para criar uma alternativa à sociedade colonial, com uma
economia sem ‘exploração do homem pelo homem’, com formas colectivas de produção e de
comercialização e a implantação de bases democráticas (ADAM, 1997: 4). Como diz Yussuf
Adam, o modelo idealizado pela FRELIMO, acabou por ser mais uma utopia do que uma
realidade, tendo porém, pelo menos até certo ponto, servido de inspiração para traçar o modelo
socialista de desenvolvimento implantado em Moçambique depois da independência, onde se
pretendia negar quer os modelos de desenvolvimento coloniais, quer os neo-coloniais.
‘Entre 1974 e 1976, a produção de colheitas para exportação diminuiu em 40%, o milho
cultivado pelos camponeses em 20%, a mandioca em 61% e a produção agrícola dos colonos
(produtos hortícolas e alimentares para abastecimento das cidades) em 50%. No mesmo
período, a produção industrial baixou em 36% (NEWITT, 1997: 473; WUYTS, 1985: 186).
Depois de uma fase de economia centralmente planificada, em 1985 dão-se os primeiros passos
para a sua liberalização, o que leva a uma transição. Visando reverter as tendências negativas do
crescimento económico através de um reajustamento estrutural, em 1987 é introduzido o
Programa de Reabilitação Económica (PRE) e em 1990 o Programa de Reabilitação Económica
e Social (PRES). O programa de ajustamento estrutural, é um pacote que envolve o livre
comércio, a desregulamentação e a privatização. O governo liberalizou os preços, praticamente
terminou a sua gestão do mercado, cortou o seu orçamento nos sectores sociais, e introduziu
mudanças nas políticas da saúde e da educação, onde foi estabelecido um sistema que atribui
acesso com base no rendimento. As reformas económicas introduzidas em Moçambique, nas
duas últimas décadas levaram a uma revitalização da economia, o que não pode ser
mecanicamente traduzido por uma redução da pobreza. ‘A pobreza, entendida como ausência
das condições para uma vida longa, instrução e um padrão de vida aceitável, afecta a maioria
esmagadora da população de Moçambique’ (PNUD, 1996: 81). Organizações como o Banco
Mundial e o Fundo Monetário Internacional classificaram este país na posição dos mais pobres
do mundo.
Bibliografia
http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1218791363I3gSX5sc0Tn03TK0.pdfM. Anne
Pitcher*
Em 1982, cerca de 73% das empresas da indústria, comércio e agricultura eram já empresas
estatais ou «intervencionadas»; apenas 27% das empresas continuavam a ser privadas. No
apogeu do período de intervenção e nacionalização, o sector estatal incluía cerca de 600
empresas, muitas das quais criadas a partir da fusão de diversas antigas empresas coloniais. Com
algumas excepções notáveis, o Estado controlava a maior parte dos sectores estratégicos da
economia, gerindo grandes e pequenas empresas no Norte e no Sul do país. A maior parte do
investimento e dos recursos humanos e técnicos disponíveis era canalizada para as explorações
agrícolas e fábricas estatais. A linguagem, os objectivos e o método de implementação dos
planos de produção não deixavam quaisquer dúvidas quanto ao desejo do Estado de assumir um
papel de controlo da economia. Nestas circunstâncias, é surpreendente que algumas empresas
privadas tenham conseguido sobreviver. De facto, continuaram a existir grandes e pequenas
empresas, que começaram a estabelecer relações com o governo e, subsequentemente, deram
forma a alguns aspectos da economia de comando, participaram na sua erosão e influenciaram a
transição para uma economia de mercado livre. Alguns analistas sugerem que a existência
continuada de um sector privado indica a natureza de improvisação das primeiras intervenções
do Estado na economia. Alguns relatórios do governo apresentam a intervenção como uma
resposta pragmática, mas hesitante, à fuga de capitais, ao absentismo e às sabotagens que se
seguiram à revolução, impondo a medida de modo quase apologético. Mas a predominância das
abordagens estatísticas à produção e à distribuição sugere que a abordagem ao sector privado
constituiu uma concessão necessária, e não uma preferência política. Tendo em conta a clara
intenção do Estado de criar uma economia planificada, por que razões decidiram as empresas
privadas permanecer no país? Uma análise mais profunda de algumas destas empresas revela
diversas razões. No ramo da banca, um dos bancos privados, o Banco Standard Totta de
Moçambique (BSTM), sobreviveu à transição e continua a operar em Moçambique actualmente.
A longevidade do BSTM tem que ver com a sua base de capital, em comparação com a dos
outros bancos privados.
Muitos dos autores que estudaram os processos de transição reconhecem que as características
das elites económicas no período de transição e o papel que desempenham durante o mesmo
podem influenciar de modo decisivo o resultado das reformas. Por sua vez, o modo como os
governos lidam com as elites pode afectar a capacidade do sector privado para lidar com a
transição. Podemos ver esta dinâmica em acção durante ambos os períodos de transição de
Moçambique. O modo como o governo tratou o sector privado durante o período socialista
permitiu a sobrevivência do sector e, simultaneamente, sufocou-o. Similarmente, o sector
privado sustentou o regime socialista e, contudo, a sua própria existência minou a economia
centralizada. Na transição para o capitalismo, às elites do sector privado juntaram-se
frequentemente elites económicas e políticas criadas pelo socialismo, administradores estatais,
directores de institutos, funcionários do governo e altos representantes do partido. Hellman faz
notar que em alguns países ex- -socialistas estes insiders controlaram o processo de reforma e
detiveram-no