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UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS, HUMANIDADES E EDUCAÇÃO


CURSO DE SERVIÇO SOCIAL EAD

Projeto de pesquisa

Cotas raciais: reflexões investigativas

Ana Emília Friedrich

Dezembro de 2021
SUMÁRIO

1. Introdução......................................................................................................02
2. Tema..............................................................................................................02
3. Problema........................................................................................................02
4. Hipóteses.......................................................................................................03
5. Objetivos........................................................................................................03
6. Justificativa....................................................................................................04
7. Referencial teórico.........................................................................................05
8.Metodologia....................................................................................................06
9. Aspectos Éticos.............................................................................................06
10. Referências..................................................................................................06
1. Introdução:

Esta pesquisa visa conhecer e entender as indigências da população


negra que vive à margem da sociedade, bem como a importância de políticas
públicas afirmativas para a inclusão social visando a equidade e justiça social.
De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
54% da população brasileira é negra, tornando o Brasil a maior nação negra fora
da África, mesmo assim existe uma enorme lacuna de pessoas negras
ocupantes de cargos de poder, o que nos remete a dívida histórica deste país
para com esta população que foi escravizada, privada dos direitos mais básicos
e, após quase 3 séculos de cativos foram “libertados” sem indenização e,
principalmente, sem uma política de inclusão na sociedade e no mercado de
trabalho, foram privados da oportunidade de estudar, entre outros... Enfim,
jogados à própria sorte, sendo desprezados pela maioria da população que os
considerava seres inferiores e incapazes. Já fazem 133 anos da abolição da
escravatura no Brasil e o que vemos ainda é a marginalização do povo que
outrora fora escravizado e inferiorizado em função da sua cor preta. Temos o
dever de reparar este erro histórico propiciando, a esta parte da população
subjugada, políticas de inclusão social, tais como as políticas de cotas raciais.

2. Tema:

Política de cotas.

3. Problema:

Por que a população brasileira tem tanta resistência à política de cotas


raciais em universidades e concursos públicos?
4. Hipóteses:

 Considerando-se a baixa incidência de pessoas negras, pardas e


indígenas nos cargos de gerência e poder em detrimento às pessoas
brancas, busca-se a motivação para tal, o que remete-nos à baixa
escolarização e ao difícil acesso ao conhecimento desta classe. Embora
as desigualdades nas oportunidades para negros e brancos ainda sejam
enormes, as políticas públicas de cotas raciais mostram-nos que tem
potencial transformador nesta área.
 Conforme leituras, observações e vivências relacionadas ao assunto,
considera-se relevante a conscientização para com este tema, visto que
não é de conhecimento da população em geral a motivação para
existência das políticas afirmativas de cotas raciais.
 A deficiência de conhecimentos e entendimento da história escravagista
brasileira, bem como a prevalência branca nos espaços de poder, incute
o pensamento de inferioridade aos menos favorecidos (no caso negros
pardos e indígenas) fazendo com que estes conformem-se com o sistema
de meritocracia.

5. Objetivos:

- Objetivo geral:

Promover a reflexão da população brasileira acerca do tema de políticas


públicas raciais, com ênfase na política de cotas, visando a equidade social.

- Objetivos específicos:

 Conhecer um pouco do histórico escravagista brasileiro;


 Reconhecer políticas públicas já existentes no campo de cotas raciais;
 Identificar a necessidade da existência de cotas raciais;
 Entender a importância das cotas raciais para a sociedade brasileira;
 Desmistificar a meritocracia (por que não se aplica em um país com alto
índice de desigualdade social)

6. Justificativa:

As políticas públicas de cotas surgiram da necessidade de inserir a


população negra e indígena nas universidades públicas, bem como em cargos
públicos (oriundos de concursos públicos), para promover a equidade social e
diminuir a desigualdade oriunda do racismo estrutural advindo dos tempos da
escravização dos povos africanos e indígenas em nosso país. Dito isto, devemos
entender a dívida histórica que a sociedade, oriunda da casa grande, tem para
com este povo que foi trazido de seu país de origem contra sua vontade e, de
forma desumana foi escravizado, acorrentado, silenciado e encarcerado e, assim
permaneceu por mais de três (03) séculos. Sendo assim, temos uma dívida
histórica para com a população negra e indígena, que tiveram seus direitos mais
básicos cerceados. A ideia de meritocracia não cabe em um país que detém um
altíssimo índice de desigualdade social que está diretamente ligada ao abismo
racial entre brancos e negros.

A sociedade brasileira tem uma visão engessada e comodista quanto às


políticas de cotas raciais, pois acostumaram-se a pensar assim, a agir assim,
afinal, se os negros foram alforriados, o que mais eles querem? Desde os áureos
tempos em que a escravidão era costumaz os negros são vistos como inferiores,
não dignos de cursarem uma universidade ou ocuparem altos cargos em
empresas. Até mesmo na indústria do entretenimento vemos reproduzida esta
máxima de que o negro é subalterno, atuando em papéis de serventes,
empregadas domésticas, garis, ambulantes, entre outros. Esta pesquisa visa a
reflexão acerca da importância das políticas públicas de cotas, trazendo autores
brancos e negros que escrevem acerca desta temática.

Um exemplo é o Dr Willian Douglas que antes era contrário à política de


cotas raciais e mudou de opinião após ser convidado a participar, como
professor, na ONG Educafro, que oferece cursos pré-vestibular para jovens
negros da periferia, onde descobriu através da vivência com aqueles jovens que,
ser negro e pobre é uma barreira quase intransponível para a ascensão
profissional, visto que a pobreza, por si só já é um dificultador social, mas a
discriminação racial enraizada na sociedade brasileira é ainda pior. Segundo
este autor “...as cotas raciais ajudam a responder pela urgência de se consertar
um país que ainda precisa de alforria. Ou seja, até que se implante um sistema
melhor de modo eficiente, não podemos abrir mão dos outros instrumentos
possíveis, mesmo que não sejam os ideais” (DOUGLAS, 2014) referindo-se às
políticas de cotas como sendo uma necessidade premente, até que tenhamos
um modo mais eficaz de garantir a equidade social.

7. Referencial teórico:

Esta pesquisa será norteada com base em dois autores que são notórios
conhecedores e estudiosos do tema em questão:

 Djamila Ribeiro, filósofa, feminista negra, escritora e ativista,


pesquisadora e mestra em Filosofia Política. Através dela temos a
perspectiva do lugar de fala, uma vez que a mesma vivencia na prática as
agruras do racismo estrutural;
 Dr William Douglas, desembargador federal, professor, autor e
empreendedor. Este autor era contra as políticas de cotas raciais e, após
vivencias tornou-se ferrenho defensor das mesmas.

Artigo: O discurso favorável sobre as cotas raciais em artigos de opinião de


circulação universitária, de Juliana Silva Santos, Mestre em Estudos
Linguísticos (UFMG)

Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012

Lei nº 12.990, de 9 de junho de 2014


8. Metodologia:

A metodologia utilizada no presente trabalho é de pesquisa bibliográfica,


realizada através de livros, revistas, periódicos, informações obtidas em sites na
internet, bem como outros meios de pesquisa que abordam o tema, compilando
conteúdo pertinente à pesquisa.

9. Aspectos éticos:

Esta pesquisa será inteiramente bibliográfica, não havendo contato direto


com pessoas, portanto, não haverá a exposição de indivíduos, nem riscos
desnecessários que comprometam a integridade destes.

10- Referências:

DOUGLAS, Willian. “Cotas raciais nos concursos: o exagero só atrapalha”; Jus


Brasil. Disponível em:
https://williamdouglas.jusbrasil.com.br/artigos/176110591/cotas-raciais-nos-
concursos-o-exagero-so-atrapalha. Acesso em 06 de dezembro de 2021.
PORFíRIO, Francisco. "Cotas raciais"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/educacao/sistema-cotas-racial.htm. Acesso em
16 de novembro de 2021.
RIBEIRO, Djamila. Lugar de fala. 7ªedição, São Paulo: Jandira, 2020.
RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das
Letras, 2019.
SANTOS, Juliana Silva. O discurso favorável sobre as cotas raciais em artigos
de opinião de circulação universitária. Palimpsesto, Rio de Janeiro, Ano 15, n.
23, jul-dez 2016. p.592-609. Disponível em:
<http://www.pgletras.uerj.br/palimpsesto/num23/dossie/palimpsesto23dossie08.
pdf>.Acesso em: 13/11/2021.

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