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2 Basalto e rochas relacionadas

Prof. Dr. Fábio Braz Machado

1
Rochas eruptivas encontradas em uma variedade de
ambientes tectônicos na Terra e em planetas
rochosos e luas associadas.

 Dorsais meso-oceânicas (zonas de rifte);


 Arcos de Ilha;
 Grandes Províncias Vulcânicas (LIPs – Large
Igneous Province);
 Riftes intracontinentais;
 Associadas ao vulcanismo andesítico em zonas de
subducção de placa oceânica.

IMPORTANTE

Representa uma amostra do manto superior e do manto


inferior
Divisão geoquímica Divisão geofísica

Basalto
Fonte

Winter (2010)
3
As Grandes Províncias Vulcânicas possuem relação com eventos
geotectônicos, áreas de rifte ou fusão parcial de crosta.
Self, Schmid e Mather (2014)
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BASALTO

Feldspato Alcalino – F.A.

Plagioclásio - Plag

Simplificado

Gill (2010)
BASALTO

Minerais Essenciais Plagioclásio cálcico,


augita (pode ser 1:1)
Pigeonita e olivina
Acessórios Opacos
(magnetita/illmenita),
cromita, apatita
Secundários Iddingsita (olivina),
esmectita (vidro), clorita
(augita e pigeonita),
sericita (plagioclásio)
Para usar a rocha tem que ter
mais de 90% de minerais máficos
na visualização com vista
desarmada.

Chamamos de Índice de
Coloração IC a porcentagem de
minerais escuros em uma
amostra.

Podemos usar o QAPF para


amostra de mão (intrusivas) e
microscópio (extrusivas).

Le Maitre (2002)
Pegue aqui seu ábaco
 Neste diagrama você só
considera a existência dos
elementos que fazem parte do
diagrama, que são plag, FA e
qz/feldspatóides.

 Os outros minerais devem ser


desconsiderados.

 Com a somatória dos minerais


considerados no diagrama,
existe a necessidade de um
recálculo para 100 %
 Até mesmo rochas básicas extrusivas podem
ser muito finas (quase vítreas ) ou ter uma
granulação maior (tudo depende da
geologia);

 Se não conseguirmos ver a mineralogia


consideramos a amostra afanítico (não dá pra
ver mineral a vista desarmada);

 Fazemos uso do microscópio e geoquímica.

12
 Le Maitre
(1986,
2002).
13
 Campos de Le
Maitre (1986,
2002).

 Diagrama
publicado em
Machado et al.
(2009)

 Muitos basaltos
são afaníticos até
mesmo ao
microscópio.
Neste caso
fazemos uso da
geoquímica.

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Os piroxênios (cpx) coexistem
em dois tipos : augita e
pigeonita.

A cristalização começa pela


augita com o líquido rico em Ca. Ajuda em mineralogia óptica

Na medida que o Ca vai sendo


consumido o líquido magmático
se enriquece em Mg e Fe dando
condições para formar as
estruturas sólidas da parte de
baixo do diagrama.

No caso dos basaltos a pigeonita


é minoria ou não ocorre
(depende da composição da
lava), mas a augita tem que estar
lá para ser basalto.

Gill (2010) modificado


15
 Muito Ca, Fe, Mg e
Ti, alta
temperatura, dará
condições para
outros minerais
como grupo das
olivinas e opacos.

Magma BÁsico
Muito CÁlcio
Muito Magnésio
Pouca Água

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Neves (2008)
BASALTO
Mesmo extrusivo, no interior do derrame podem ser
cristalinas.

Diferenciação magmática pode ocorrer dando origem


a termos variados.

+ primitivo: fenocristais de olivina


+ evoluído: fenocristais de pirox/plag

Fenocristais: Grandes cristais que se


destacam na rocha
VARIEDADES DE BASALTO RICO EM
OLIVINA (denomina-se cumulato)

 Picrito: visivelmente rica em olivina (~20%)


sendo ou não fenocristais.

 Ankarito: rica em fenocristais de olivina


(~20%) E augita (mais Ca, temperatura mais
alta). Não se espera pigeonita.

Dúvida de minerais ao microscópio?

Diferenciação magmática
por cristalização
fracionada
Típico PICRITO, variedade de
basalto primitivo (alto Mg, alta
temperatura, manto superior).

Tem que ser ~ 20% de olivina


pois normalmente um basalto
comum terá, no máximo 5%.

Entre 5% até 20% é


considerado uma amostra
anômalo ou um afloramento
anômalo ou um REF.

Simplificado

Gill (2010) 19
 Trata-se de um mineral anidro de alta
temperatura, assim está propenso a reagir
recristalizar na forma de minerais
hidratados;

 Essa alteração é chamada de


IDDINGISITIZAÇÃO e forma um grupo de
minerais chamado iddingista
(óxido/hidróxido de ferro). As vezes forma
serpentina (argilo mineral verde)

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OLIVINA - iddingisitização
Machado (2005)
 Yoder e Tilley (1962)
criaram o substantivo
TOLEÍTO, pirox de
baixo Ca (pigeonita) e
o termo BASALTO
ALCALINO (linha x-Y
colocada em 1964) no
lugar de nefelina
basalto.

Le Maitre (2002) recomenda Toleíto


como uma classificação química

23
24
 Rocha com características gerais idênticas aos
basaltos alcalinos. O nome deriva da cidade de
Tholey, na Alemanha.

 Contudo, apresenta pequenas quantidades de


olivina não zonadas e pigeonita.

 Os basaltos toleíticos são mais ricos que os


basaltos alcalinos em plag e SiO2.

 Abundante em dorsais oceânicas (zonas de


riftes), mas não exclusivas.

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 Se a augita e a pigeonita coexistirem É
basalto toleítico. A pigeonita raramente
ultrapassa 3%.

 Atenção: Uma amostra pode não representar


o afloramento.

26
Machado et al. (2009)

27
 Muito difícil diferenciar
em amostra de mão o
andesito do basalto já
que, por definição, são
afaníticas.

 No microscópio, para o
diagrama QAPF teria
que ter menos de 35%
de IC (menos de 35% de
minerais máficos)

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 No diagrama TAS tem mais
SiO2 o que pode dar
condições de formar
quartzo na mineralogia
acessória.

 Pode representar um
processo de diferenciação
magmática por cristalização
fracionada em derrames
espessos ou ambiente
tectônico do tipo andino.

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 Traqui: significa mais
alcalino, começa
aparecer nefelina na
amostra

 Tefrito: alcalino
ultrabásico, afanítico e
porfiróide
(microfenocristais em
matriz fina/muito fina)

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ALTERAÇÕES
 Alteração do piroxênio: Urolatização
(tipicamente clorita ou hidróxido de
ferro)

 Alteração do plagioclásio:
Saussuritização (tipicamente sericita)
UROLATIZAÇÃO
QUANTO A FONTE MANTÉLICA

 MORB (mid-ocean ridge basalt) – basalto de


dorsal meso-oceânica.

 OIB (ocean-island basalt) – basalto de ilha


oceânica.
O contato marca a
topografia do topo da
Fm. Botucatu no
Eocretáceo.
Mapa de isópacas dos derrames de lava
da Formação Serra Geral, onde é possível
identificar que a zona de maior acúmulo
de lavas segue uma direção aproximada
norte - sul, que se estende de Presidente
Epitácio.

No entanto, dados de Machado et al.


(2018) mostram espessuras de 1800
metros na mesma região.

Zalán et al. (1986)


Mapa de isópacas dos sills
associados à Formação Serra onde
identificam-se centros de
acúmulo de magma nas regiões
noroeste dos estados do Paraná e
São Paulo.

Zalán et al. (1986) e Quintas et al.


(1997)
ROCHAS BÁSICAS -
INTERMEDIÁRIAS
 Os derrames de lava são na maioria constituídos por basaltos,
andesi-basaltos e andesitos toleítico, tendo como mineralogia
principal plagioclásio (43% em média), augita (24% em média),
pigeonita (11% em média), olivina (1% em média), quartzo (0,5%
em média), opacos (7% em média) e apatita (0,5% em média),
além da própria matriz com aspecto vítreo ou microgranular.

 A coloração é cinza-escura a negra, compacto ou vesicular,


subfanerítico, com granulação variando de média a vítrea.
Predominantemente cinza, com tons esverdeados e
avermelhados, mesocráticas, granulação fina – fina média. A
variação da coloração está relacionada principalmente com a
quantidade e tipo de matriz (vítrea, microgranular,
micrográfica), além dos diferentes graus de alteração da
rocha. Tons mais esverdeados são denotativos da presença
de argilominerais, provenientes da alteração sobretudo de
piroxênios e plagioclásios.

Já a coloração mais vermelhada se deve a óxido de ferro, na


forma cristalina próxima a do mineral goetita, como
resultado da alteração sobre os minerais opacos e
piroxênios.
Nunca foi, em termos
litológicos,
homogêneo.

Diabásio leucocrático

Diabásio com arranjo


pegmatítico
ARRANJOS COMUNS
Intergranular, onde cristais ripiformes de plagioclásio
apresentam grãos intersticiais de clinopiroxênio, além
de minerais opacos subhedrais. Amostra coletada em
sill no distrito de Assistência, próximo a cidade de Rio
Claro (SP). Nicóis paralelos.

Subofítica, onde cristais ripiformes de plagioclásio


encontram-se parcialmente engolfados por cristais de
piroxênio (cor acastanhada). Amostra coletada em
Campo Grande (MS). Nicóis paralelos.
ARRANJOS COMUNS
Ofítica em diabásio coletado em sill próximo a cidade de
Irati (PR), exibindo localmente textura ofítica, onde
cristais ripiformes de plagioclásio são envolvidos
totalmente por cristal de piroxênio prismático. Nicóis
cruzados.

Granofírica, com material de composição félsica


microgranular, com forma vermicular, conferindo aspecto
gráfico. Amostra de diabásio da região de Limeira (SP).
Nicóis cruzados.
ARRANJOS COMUNS

Intersertal em amostra coletada próximo a cidade de


Iracemápolis (SP). O material vítreo, rico em cristalitos,
ocupa os interstícios dos cristais ripiformes de
plagioclásio. Nicóis paralelos.

Pilotaxítica em amostra coletada em topo de derrame,


próximo a cidade de Franca (SP), com ocorrência de
arranjo pilotaxítica, onde cristais ripiformes de
plagioclásio estão orientados segundo direção de fluxo da
lava. Nicóis cruzados.
ARRANJOS COMUNS

Hialofítica em amostra coletada em topo de derrame,


na Serra do Canta Galo, próximo a cidade de Ipeúna
(SP), onde cristais ripiformes de plagioclásio
encontram-se dispersos em matriz vítrea. Nicóis
cruzados.
Cristais de plagioclásio com terminação em “cauda de
andorinha”.
MORFOLOGIA DAS LAVAS
GERANDO ESTRUTURAS
FLUXOS PAHOEHOE
 Envolvem um avanço de lobos com pequenas espessuras, a zona superior é
rapidamente formada pelo contato da lava com o meio isolando internamente o
sistema. Esta crosta é inflada pela pressão interna dos voláteis o que facilita a
passagem, o espessamento e o transporte da lava por longas distâncias.

 Os derrames pahoehoe são gerados em um sistema fechado mantendo uma perda


de calor (por condução) lenta, em torno de 0,5º C/km.

 A preservação dos fluxos como pahoehoe exige uma paleotopografia


horizontalizada ( <5° de declividade) e uma vazão (volumetric flow rate) baixa
(< 5 m³/s).
MODELO DE EVOLUÇÃO DE UM DERRAME
PAHOEHOE

Diagramas exibindo a formação de fluxos pahoehoe inflados (Machado et al., 2015).


ESTRUTURAÇÃO
INTERNA
 Crosta superior, núcleo e crosta basal
Frente de lobo pahoehoe com típica
crosta superior e coluna de vesículas
(Próximo de Brotas - SP).

Frente de lobo pahoehoe


maciça (Ribeirão Preto - SP).
 Lobos do tipo S são caracterizados pela distribuição homogênea
das vesículas, enquanto os do tipo P possuem vesículas em
forma de tubo (pipes) na base, e bordas maciças.

 Sheet flows finos ocorrem associados aos lobos são vesiculados


e produzidos por uma única e contínua efusão gerando derrames
horizontais com pequenas espessuras.
Sheet-flows
Figura a) lobo P com pipe
vesicles;
b) arranjo estratigráfico entre
lobos pahoehoe do tipo P;
c) sucessivos sheet flows, as
setas marcam o limite dos
derrames; linha tracejada
superior marca contato entre
sheet flows e um derrame
pahoehoe simples.

Lima et al (2012)
TUBOS DE
LAVA

Waichel et al. (2013)


LAVA TIPO
‘a‘a
FLUXOS ‘a‘a
 São caracterizados por topo e base escoreáceos, vesículas
alongadas/estiradas no topo e por acesso em reentrâncias da porção
maciça superior de blocos em função do deslocamento do derrame.

 Maior vazão eruptiva (> 5-10 m3/s;) e maior declividade do terreno.

 A perda de calor da ordem de 3-5 ºC/km aumenta a viscosidade e a taxa


de deformação durante o escoamento impedindo que fluxos atinjam
grandes distâncias da fonte.

 A carapaça externa blocada/escoriácea é parcialmente misturada com as


porções mais internas durante o avanço do fluxo acelerando o
resfriamento da lava.
Derrames ‘a‘a
a) contato entre topo e base de
derrames 'a’a;
b) brecha de topo de derrame
destacando-se os blocos
vesiculares;
c) brecha de topo do derrame
'a'a, com os espaços entre os
clastos vesiculados preenchidos
por zeolita e quartzo.
INTERAÇÕES ENTRE LAVA E
SEDIMENTOS
Intercalações de sedimentos, com as características
petrográficas tipicas, são comuns em processos
vulcânicos que ocorreram em bacias sedimentares.
Essas intercalações (intertrap) estão associadas a
curtas interrupções no vulcanismo sem que exista
tempo para diagênese.
Jerram & Stollhofen (2002)
+

Lava Ambiente desértico


pahoehoe

= sand-filled craks
+

Lava Slip surface (seco ou


úmido)

= Peperitos
Estrutura compacta

Estrutura
amigdaloidal

Estrutura escoriácea
Machado et al. (2015)
ROOF PENDANT

Ocorre quando a rocha sotoposta ao


sill é engolfada pelo magmatito. O
aspecto é V- shaped (V MODERADO)
com cunha nas laterais.

Foto de Sta. Barbara do Oeste (SP),


Roof pendant da Fm. Serra Alta.
 Sill com feição em jump e mudança de nível.
A espessura pode variar bastante.

Eide et al. (2017)

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 Estrutura macro gerada pelo processo de perda de
volume e contração da lava ou do magma
básica/ultrabásica/intermediária (pode ocorrer em
intrusivas e extrusivas).

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89
90
 Lista norteadora de estudos número 02;

 Capítulo 2 do livro do Gill até página 30;

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