You are on page 1of 29

29/06/2022

3a Diferenciação de lavas e magmas


Prof. Dr. Fábio Braz Machado

 Qual a origem da ampla diversidade de


composições de magmas?

 Até a década de 1980 tinha-se como


principio que todos poderiam ser gerados a
partir de um magma basáltico parental.

 Isso de fato ocorre, mas o volume gerado


neste cenário é muito pequeno perto do
volume das rochas básicas.

 Logo deve haver ambiente geodinâmico


específico, regiões do manto localizadas e
processos de diferenciação magmáticas
individualizados para os diversos tipos de
magma.

 O conjunto dos processos acima é algo


familiar para os geólogos: a DIFERENCIAÇÃO
MAGMÁTICA.

1
29/06/2022

Câmara Magmática

Eyjafjallajökull

Eyjafjallajökull
6

2
29/06/2022

 Todos os processos envolvidos na


cristalização do magma são em função da
ascensão em superfície e o decorrente
resfriamento.

 Este ocorre no interior das crostas


(continental ou oceânica) com inicio nas
plumas mantélicas no próprio manto
associado com hotspot ou nas câmaras
magmáticas fruto das fusão de placa.

 Pluma Mantélica # Câmara Magmática

Bi
Qz FA

Cpx Plag

Ol

Mt

Adaptado de Koppers et al. (2001)

3
29/06/2022

 Experimento laboratoriais:
PETROLOGIA EXPERIMENTAL;

 Estudos geoquímicos (vão


indicar as condições , o
ambiente)

 Rochas cumuláticas em
intrusões estratificadas.

10

 Os processos de diferenciação colocando o


magma básico como parental não podem ser
o único responsável por toda a variação
litológica observada.

 Logo observou-se as condições do líquido


magmático original (profundidade,
porcentagem do sólido original, composição
química de origem  FONTE)

11

 Com a redução da
temperatura parte
dos elementos são
retirados da fase
líquida para formas
espécimes químicas
sólidas.

 O liquido resultante
vai ficando
DEPLETADO naquele
elemento subtraído.

12

4
29/06/2022

 O liquido resultante
vai se
ENRIQUECENDO em
elementos com
menor temperatura
de fusão.

 Um material original,
num ambiente
andino (por
exemplo) pode
sofrer fusão parcial

13

A diferenciação
magmática pode ocorrer
por duas formas:

- Cristalização
Fracionada (uma fonte
única, um hotspot por
exemplo originando
uma pluma mantélica)

14

A diferenciação
magmática pode ocorrer
por duas formas:

- Fusão parcial (fusão de


placa na zona de Benioff
670 km originando uma
anomalia geotérmica)

15

5
29/06/2022

 Os minerais mais importantes e indicativos


de processo de diferenciação de líquidos
magmáticos são : espinélio (2135ºC), olivina
(1750ºC), piroxênio e plagioclásio (até
900ºC).

 Isso ocorre em função do próprio range de


temperatura e composição química
associada.

16

 Fortemente
proporcional
em direção ao
magma mais
primitivos;

 Fortemente
inversamente
proporcional
em direção ao
magma mais
primitivos.

17
Neves (2008)

 Verde: rocha
básica

 Vermelho:
rocha ácida

Machado (2005)
18

6
29/06/2022

19

20

 O losango preto
representa as
coordenadas de um
experimento apenas
com granulação
vítrea.

 O quadrado vazio
representa uma
experimento de
amostra com vidro e
cristais de diopsídio.

21

7
29/06/2022

Quando o experimento termina podemos ter dois tipos de matrizes


dependendo da temperatura e dos minerais constituintes. Se for
instantâneo temos a matriz vítrea e se for mais lenta a matriz
microgranular.

22

 O triangulo
representa um
coordenada do
experimento com
amostra de vidro mais
cristais de anortita.

 O circulo representa
um experimento com
apenas cristais de
diopsídio e anortita
(abaixo da curva do
solidus).

23

 Qualquer ponto sobre


a curva do liquidos ou
acima dela a amostra
se fundiu por
completo.

 O equilíbrio natural é
alcançado no eutético
com 40% de diopsídio
e 60% de anortita.

24

8
29/06/2022

3b Gabros e relacionadas
Prof. Dr. Fábio Braz Machado

25

 De forma simples, os gabros são rochas de


granulação grossa com composição
geoquímica semelhantes a dos basaltos.

 Representam o magma cristalizado


lentamente, mas diferente dos basaltos são
mais heterogêneos em suas fases minerais.

 O aspecto mais importante dos gabros é a


sua ESTRATIFICAÇÃO ÍGNEA.

26

 A estratigrafia ígnea, muitas vezes


complexas, provoca a acumulação de
minerais (SEGREGAÇÃO CRISTALINA).

 Dessa acumulação temos outras rochas que


genericamente chamamos de GABRÓIDES
principalmente quando descrevemos amostra
de mão.

27

9
29/06/2022

 Gabro: rocha ígnea plutônica de


granulação grossa, composta
essencialmente por
augita+plagioclásio com An>
50.

 Diabásio (ou dolerito): gabróide


de mesma definição do gabro,
só que granulação média.

28

29

Motoki (2003) 30

10
29/06/2022

31

32

Tipos Minerais
Minerais essenciais Augita e plag An>50
Minerais qualificadores Opx ; olivina; nefelina; qz; hb
Minerais Acessórios Opacos; ap; zircão
Minerais secundários (pós- Clorita por urolatização; sericita
magmáticos) por saussoritização; iddingsita por
iddingsitização

33

11
29/06/2022

 Mesmo assim, a maioria dos gabros são


intrusivos (ou plutônicos), mas @ geólog@
deve estar atento a rocha que está sendo
descrito.

 Ao nome da rocha dar-se-á preferência pelos


aspectos petrográficos, e não pela
geoquímica e situação geológica.

34

35

 Diorito: gabróide contendo plagioclásio mais


sódico An<50%. Sobretudo se tiver
hornblenda.

 São nomes descritivos, utilizados somente


após o microscópio.

36

12
29/06/2022

DIORITO GABRO

É possível diferenciar
o gabro do diorito.

O diorito possui uma


menor temperatura de
fusão e tende a ser
mais félsico.

37

38

39

13
29/06/2022

 Anortosito: gabróide intrusivo de


granulação grossa composta por
mais de 90% de plag.
40

 Troctolito: gabróide intrusivo de granulação


grossa composta por plagioclásio + olivina em
maioria. Pouco cpx.

41

 Norito: Gabróide de granulação grossa


composta plagioclásio + piroxênio em maioria
(plagioclásio tende a ser até An 70%). Sem
olivina, pouco cpx.

42

14
29/06/2022

 Gabronorito: Gabróide de granulação grossa


composta plagioclásio cálcico (An>50%) e
cpx+opx (em igual proporção).

43

gabronorito 44

 Sendo fanerítica usamos o diagrama QAPF na


classificação (não o diagrama TAS).

 O TAS é recomendado com cautela porque


gabróides, frequentemente, passam por
processos cumuláticos que não representarão a
composição real da amostra.

 Assim, em uma intrusão de gabróide poderemos


ter um conjunto de rochas determinados pelo
microscópio e geoquímica.

45

15
29/06/2022

 Toleíticos: Rochas com Opx, cpx, com ou


sem material intersticial (matriz micrográfica
– arranjo granofírico formado por qz e FA
primários) e olivina. Identificado pelo
microscópio.

 Alcalinos: Rochas subordinada em


feldspatóide (nefelina). Podem ocorrer
hornblenda (hb) e biotita (bt) como
acessórios. Identificado pelo microscópio.

46

Os pontos refletem a composição do mineral47

 A presença de dois piroxênios na afinidade


toleítica reflete a solubilidade mútua limitada
entre dois piroxênios com teores baixos (opx)
e altos (cpx) em Ca com um gap no meio de
imiscibilidade.

Os pontos refletem a
composição do mineral

48

16
29/06/2022

 Em algum momento os
dois piroxênios entram
em equilíbrio no
processo de
cristalização;

 Os mais magnesianos
cristalizam diretamente
como enstatita (mais
comum em alcalinas) e
pigeonita (comum em
toleiíticas)

 Os mais evoluídos
cristalizam a pigeonita
– cpx que poderá ser B - Cristal de A - Cristal de
augita geminado pigeonita com
“invertida” enstatita.
com lamelas de duas direções de
exsolução de lamelas de augita
enstatita. em exsolução
49

50

Os pontos refletem a
composição da rocha

Diagrama AFM com linha de Irvine &


Baraguar (1971)

Santos et al. (2001)

51

17
29/06/2022

Derrames em
Layer cake

Machado (2003)

1 – Estrutura do tipo lacólito

2 – Sea-gull structure

3 – Bismálito formando horst

4 – Intrusão provocando dobras supratênues

5 – Dique

6 – Sill jump (ou escalonado)

7 – Domo associado à lacólito 52

Apófise

53

 Algumas feições em gabróides não são


magmáticas, mas sim estruturais como as
fraturas conchoidais (denominadas também
de en echelon na geologia estrutural)

54

18
29/06/2022

 Em sua definição, é a repetição de camadas


planas com espessura de cm até m. Bandas
ricas em minerais ferromagnesianos,
holomelanocrátricas gradando para
leucocráticas no topo.

 estrutura schlieren
se fala TILIÉN (alemão),
sinmagmática formada
pela segregação mineral
na câmera magmática.

Martins (2016) 55

Barros et al.
(2007)

56

57

19
29/06/2022

58

 Na maioria das vezes, os minerais mais


máficos se acumulam na base de cada
camada, enquanto os félsicos no topo.

 As rochas enriquecidas neste processos são


chamadas de CUMULATOS.

 Minerais cúmulos: mineral acumulado neste processo.

59

 Aqueles que se cristalizam posteriormente


são denominados INTERCÚMULOS.

 Logo uma amostra de um cumulato não


representa a composição do liquido
magmático. Isso só será possível na borda de
resfriamento.

60

20
29/06/2022

Anortosito

Gabro com
muita magnetita (cúmulos entre
minerais intercumulos)

Leucogabro

61

Faria (2008) 62

 1 - ESTRATIFICAÇÃO MODAL: variação nas


proporções modais dos minerais cumuláticos
podendo ser gradual ou abrupto

Veio de riólito cortando o contato


Bolsão de anortosito com estrutura
abrupto entre leucogabro e gabro 63
miarolítica em gabro

21
29/06/2022

 2 – ESTRATIFICAÇÃO EM FASES:
definido pela variação na
identidade dos minerais
cumuláticos.

Perfil simplificado da
intrusão de
Skaergaard, um dos
maiores depósitos de
platina do mundo 64

 3 – ESTRATIFICAÇÃO
CRÍPTICA: variação na
composição dos
minerais cumuláticos,
cada acomodação em
horizontes conhecidos
chamamos de REEF.

65

 1 - A MODAL pode ser pela amostra de mão


como descrição de testemunho de sondagem;

 2 - A EM FASES pode ser pelo controle


petrográfico;

 3 - CRIPTICA depende de análises geoquímicas


(precisa de dados aprofundados para que o
geólogo possa entender o que ocorre e ter o
controle petrológico do que ocorre);

66

22
29/06/2022

Reef de cromitito no Complexo de Bushveld (África do Sul)

67

68

Evidências de múltiplas injeções de


magma durante o processo. Só isso
poderia explicar a estratificação em
fases.

69

23
29/06/2022

Fred

Múltiplas
injeções de
magma em
corpo
gabróico
intrusivo

70

71

Nível com cumulato de


opacos provocado por
injeção de magma
posterior

Ainda assim a injeção é


sin-magmática tendo
em vista o contato
levemente gradacional.

72

24
29/06/2022

 Arranjo miarolítico fora da parte superior do plúton


é outra evidência de múltiplas injeções. Acaba por
formar bolsões pegmatíticos sin-magmáticos em
meio ao gabróide .

Minerais pneumatolíticos serão


mais frequentes em rochas
ácidas

73

 Agulhas de
augita em
bolsão
pegmatítico
em sill
gabróide na
região de
Ponta
Grossa (PR).

 Arranjo
miarolítico

74

75

25
29/06/2022

76

 O nome de uma rocha é mais apropriada quando


embasada nas características descritivas dela (não na
geoquímica e nunca na situação geológica: sill,
dique...etc).

 Dar-se-á preferencia no nome da rocha pela


descrição macro em detrimento a descrição micro.

 SABER SEMPRE QUE A MINERALOGIA É INFLUENCIADA


PELAS CONDIÇÕES NAS QUAIS OCORRE A
CRISTALIZAÇÃO (temperatura, pressão, velocidade de
cristalização, quantidade de voláteis).

77

 gabro (grossa, cpx+plagAn>50);


 diabásio (média,cpx+plagAn>50);
 diorito: (melanomesocrático, plagAn<50+horblenda);
 anortosito: (>90% plag);
 troctolito: (plag,++ol);
 norito: (plag An<70, ++”ortopx);
 gabronorito: (plagAn>50+clipx=ortopx).

78

26
29/06/2022

79

 Zonas de expansão de assoalho


oceânico;
 Ilhas oceânicas (em conjunto com
OIBs);
 Large Igneous Province (LPIs)
 Complexos associados à subducção

80

 Arranjo poiquilítico: Cristais maiores englobam


vários cristais menores, de uma ou mais espécies
minerais em rochas de granulação grossa.

Gabro: cristais de olivina, além


dos plagioclásio ripiforme são
envoltos por OICOCRISTAL* de
augita.

Observe que o tamanho do


cristais inclusos aumenta do
centro para borda.

* Cristal encaixante que cresceu


em volta de outros cristais
81

27
29/06/2022

Px antes do
plag

Px
concomitante
ao plag

82

Cumulato de
olivina 20%) em
gabro

Cumulado de ripas
euhédricas de plag
equigranulares e
critais de olivina
formam arranjo
poiquilítico

A augita seria o
intercumulático

83

 Outro fator capaz de alterar a forma dos


cristais é o ajuste de limite do grão em
estado sólido que só ocorre quando a rocha
ígnea esfria muito lentamente.

Arranjo protogranular, com


cristais subhedrias a anhedrais
de olivina formando junções
tríplices com demais cristais
em articulação planar.

84

28
29/06/2022

 Arranjo granofírico em gabróide com


grãos vermiculares de qz e FA. O
arranjo forma matriz micrográfica (só
vista ao microscópio). Torna a rocha
saturada (mineral primário).
85

 Mineral opaco com o formato


esqueletiforme (arranjo quench),
típico de gabróide com maior
granulação que basaltos.
86

 Livro do Gill (2010), páginas 93 até 115

 LNE2 até segunda 02 às 23h59min.

 Aula prática durante a semana

87

29

You might also like