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Triste Fim de Policarpo Quaresma:

O Triste fim de Policarpo Quaresma  é uma obra do escritor pré-modernista Lima Barreto (1881-
1922). Trata-se de um dos maiores clássicos da literatura brasileira do período.
Dividida em três partes, ela foi publicada em 1911 nos folhetins do Jornal do Commercio. A obra
integral foi publicada em livro em 1915.
Triste fim de Policarpo Quaresma é um romance pré-modernista de Lima Barreto.
A obra ironiza o Romantismo, representado pelo excêntrico protagonista do livro. A
narrativa se passa no Rio de Janeiro, nos primeiros anos da República. O livro evidencia os costumes
e os elementos políticos da época.

Personagens da obra Triste fim de Policarpo Quaresma

 Policarpo Quaresma: funcionário público e protagonista da obra. É um exímio patriota, erudito e


apaixonado por livros.
 Ricardo Coração dos Outros: professor de violão de Quaresma.
 Olga: afilhada de Policarpo.
 Vicente Coleoni: pai de Olga.
 Amando Borges: marido de Olga.
 Adelaide: irmã de Quaresma que morava com ele.
 Anastácio: caseiro de Quaresma.
 Mané Candeeiro: empregado do sítio de Quaresma.
 Felizardo: empregado do sítio de Quaresma.
 Sinhá Chica: esposa de Felizardo.
 Tenente Antonino Dutra: escrivão e funcionário da prefeitura de Curuzu.
 Doutor Campos: presidente da Câmara de Curuzu.
 General Albernaz: vizinho de Quaresma.
 Dona Maricota: esposa do general Albernaz.
 Lulu: aluno do Colégio Militar e filho do general.
 Ismênia: filha mais velha do general Albernaz e de Dona Maricota. Também é noiva de Cavalcanti.
 Cavalcanti: estudante de odontologia e noivo de Ismênia.
 Quinota: filha do general Albernaz e de Dona Maricota. É esposa de Genelício.
 Genelício: escriturário do Ministério da Fazenda e noivo de Quinota.
 Zizi: filha do general Albernaz e de Dona Maricota
 Lalá: noiva do tenente Fontes, filha do general Albernaz e de Dona Maricota.
 Tenente Fontes: artilheiro e noivo de Lalá.
 Vivi: filha do general Albernaz e de Dona Maricota.
 Contra-almirante Caldas: amigo do general Albernaz.
 Doutor Florêncio: engenheiro e amigo do general Albernaz.
 Senhor Bastos: contador e amigo do general Albernaz.
 Capitão de bombeiros Segismundo: amigo do general Albernaz.
 Marechal Floriano: governante do país. Foi presidente do Brasil de 1891 a 1894.

Resumo 1 da obra Triste fim de Policarpo Quaresma

O romance fala de Policarpo Quaresma, um funcionário público que pretende valorizar a


cultura do país.
A história inicia em fins do século XIX, e tem como espaço a cidade do Rio de Janeiro, onde
Quaresma é o subsecretário do ministro de guerra.
Uma de suas ações é propor ao ministro o reconhecimento da língua tupi como língua
nacional. Policarpo tem uma postura nacionalista forte e, segundo ele, os índios são os verdadeiros
brasileiros.
Após esse evento, Quaresma é tido como louco e permanece um tempo internado. Durante
esse período, Olga, o compadre de Quaresma e o professor de violão, Ricardo Coração dos Outros,
que acreditam em suas ideias, são os únicos a visitá-lo.
Após sair do hospital psiquiátrico, ele resolve se afastar da sociedade e passa a viver em um
sítio. O local, situado na cidade interiorana de Curuzu, ficou conhecido como “Sítio do Sossego”.
Ainda que sua proposta inicial estivesse associada ao cultivo e à dedicação à agricultura, com
o tempo Quaresma começa a se aproximar de algumas pessoas.
A partir daí, ele se envolve com diversos políticos locais. Durante a Revolta da Armada, vai ao
Rio de Janeiro com o intuito de apoiar o governo do Marechal Floriano, que estava sendo enfrentado
pela marinha do país. No entanto, acaba sendo preso.
Desiludido com a falta de patriotismo do povo, Quaresma encontra na figura do presidente um
totalitário e cruel ditador.
Acusado de traição pelo Marechal Floriano, além de preso é condenado ao fuzilamento.

Resumo 2 da obra Triste fim de Policarpo Quaresma

O Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, narra a trajetória de Policarpo


Quaresma, um patriota ímpar, que causa estranheza nas pessoas pelos seus ideais e coragem. O livro
é dividido em três partes. A primeira parte começa descrevendo a rotina do Major Policarpo Quaresma.
Major que não era major realmente; era um apelido.
Policarpo era um homem respeitado pela vizinhança, mas ao mesmo tempo o estranhavam,
por causa de seu amor pelos livros e pelo patriotismo exaltado. Começou a aprender violão, o que
causou mais espanto em seus vizinhos. Seu professor de música se chamava Ricardo Coração dos
Outros; seu amigo que irá lhe acompanhar até o fim. Além de aprender violão, também se dedicava
aos estudos do tupi-guarani. Nem seus vizinhos, nem seus colegas de trabalho o compreendiam.
Policarpo buscava coisas verdadeiramente brasileiras, desde comida, até a vestimenta. O auge de seu
amor pela pátria foi quando fez um ofício para o ministro, escrito em tupi, defendendo que a língua
oficial deveria ser então essa. Como consequência, foi internado por seis meses em um hospício,
recebendo a visita apenas de Olga com seu pai.
Na segunda parte do livro, seguindo o conselho de sua afilhada Olga, Policarpo compra um
sítio e se muda para lá com sua irmã. Chama o sítio de “O Sossego”. Retirado da cidade, surge uma
nova paixão em Policarpo: a de estudar botânica e aproveitar ao máximo a terra brasileira, que
segundo ele, era a melhor. Até que um dia o Tenente Antonino Dutra, escrivão, foi até a casa de
Policarpo lhe pedir ajuda para a festa da Conceição. O major, contrário à política e das suas trocas de
favores, nega ajuda. A partir de então os políticos da área começam a fazer de tudo para prejudicar o
sítio; começam a cobrar taxas e impostos que não eram cobrados anteriormente, pedem para que seja
capinado todo ao redor do sítio. Além disso, os lucros eram pequenos. Todos esses contratempos
começaram a desanimar a Policarpo, que pensou que uma reforma agrária poderia até ser uma
solução, mas que ainda era pequena diante de seus desejos de progresso para o Brasil. Policarpo
queria uma mudança no governo.
Na terceira parte, Policarpo volta para a cidade assim que sabe que está ocorrendo uma
revolta. O major faz um memorial acerca de suas experiências com a agricultura e entrega ao Marechal
Floriano. Sem dar muita importância, Floriano convida Policarpo para ingressar na revolta. Policarpo
aceita e é listado como Major. Com a revolta, o cotidiano do Rio muda e a guerra acaba fazendo parte
do cotidiano dos brasileiros. Ricardo, amigo de Policarpo, por ser considerado um patriota rebelde, é
convocado para fazer parte como voluntário recalcitrante. Preocupado, Ricardo pede ajuda ao Major,
que não pode fazer nada. Triste por estar afastado de seu violão, Ricardo continua a servir. No
decorrer da guerra, Policarpo dá ordens, vai para troca de tiros e mata um homem. Muito arrependido e
não acreditando ter feito isso, escreve a sua irmã num sentimento de perdão e culpa. Acabou se
ferindo, levemente, mas precisava de cuidados e precisou se afastar por um tempo. A revolta tem seu
fim e Policarpo é levado para uma prisão, sem um motivo que justifique. Quaresma se questiona por
que sendo ele tão patriota e tão apaixonado pelo país, teria aquele fim. Sabendo da notícia da prisão,
Ricardo tenta salvar o major a todo custo; procura o tenente Albernaz, o coronel Bustamante, que,
mesmo sendo amigos de Policarpo, para não ficarem mal vistos, não fazem nada. Até que tem a ideia
de procurar Olga, que mesmo contra a vontade de seu marido, vai até a prisão tentar liberar seu
padrinho. Ao chegar lá e ouvir que seu padrinho é um traidor e bandido, Olga reflete que é melhor
deixa-lo morrer com seu orgulho, como um herói.

Análise da obra Triste fim de Policarpo Quaresma


Inserida nos primeiros anos da república no país, a obra faz uma análise da sociedade
brasileira da época. A maior crítica recai sobre o universo da política.
Em um tom profético, Barreto aborda questões como as injustiças sociais, o clientelismo, a
burocracia e os interesses pessoais e políticos, dentre outros.
Por meio do nacionalismo exacerbado e da postura ingênua e idealista do protagonista, o
escritor traz à tona questões de denúncia social.
Em algumas passagens, é possível identificar o tom irônico e cômico utilizado como recurso
estilístico. Floriano Peixoto é um personagem real da história do país, sendo uma figura que oferece
maior veracidade aos fatos apresentados.
Além disso, algumas guerras, que de fato aconteceram, também são mencionadas. Podem ser
citadas como exemplo: a Revolta da Armada, a Guerra do Paraguai e a Revolução Federalista.

Contexto histórico da obra Triste fim de Policarpo Quaresma


O contexto histórico de uma obra indica, através de circunstâncias ou fatos, a época em que a
história acontece.
Essa indicação pode ocorrer por meio de um cenário político, social, cultural e/ou econômico.
O Triste fim de Policarpo Quaresma  conta uma história que teve lugar durante o governo de
Marechal Floriano Peixoto (conhecido como Marechal de Ferro por conta de seu rigor), que ocorreu
entre 1891 e 1894.
O autor faz referências, por exemplo, à Revolta da Armada, rebelião organizada pela Marinha
brasileira para fazer oposição aos dois primeiros governos republicanos do Brasil, que cada vez mais
apresentavam características da ditadura: primeiramente o governo de Marechal Deodoro da Fonseca
e, em seguida, o governo do Marechal Floriano Peixoto.
Além de o contexto histórico de Triste fim de Policarpo Quaresma  ter como base o governo
ditatorial de Floriano Peixoto, o autor também fez críticas sociais a algumas questões da sociedade
dessa época, como, por exemplo, a troca de favores políticos, as injustiças sociais e a burocracia.

Estilo literário da obra Triste fim de Policarpo Quaresma


O Triste fim de Policarpo Quaresma é um romance pré-modernista.
Dentre as características pré-modernistas presentes na obra, destacam-se as seguintes:
 Nacionalismo e regionalismo.
 Denúncia social.
 Temas históricos e cotidianos.
 Linguagem coloquial.
É importante referir que, para muitos estudiosos, o Pré-modernismo não é considerado uma escola
literária por possuir várias produções artísticas e literárias diferentes.

Questões de vestibular
1. (PUC) Da personagem que dá título ao romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, podemos
afirmar que:
a) foi um nacionalista extremado, mas nunca estudou com afinco as coisas brasileiras.
b) perpetrou seu suicídio, porque se sentia decepcionado com a realidade brasileira.
c) defendeu os valores nacionais, brigou por eles a vida toda e foi condenado à morte injustamente por
valores que defendia.
d) foi considerado traidor da pátria, porque participou da conspiração contra Floriano Peixoto.
e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas pessoas que o cercavam.
2. (Fuvest) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo exaltado e delirante da
personagem principal motiva seu engajamento em três diferentes projetos, que objetivam “reformar” o
país. Esses projetos visam, sucessivamente, aos seguintes setores da vida nacional:
a) escolar, agrícola e militar;
b) linguístico, industrial e militar;
c) cultural, agrícola e político;
d) linguístico, político e militar;
e) cultura, industrial e político.

3. (Enem-2012) Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de
estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe
contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele
tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas...
Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!
O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção.
E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra
decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava
a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros,
inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de
decepções.
A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete.
BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011.
O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911. No fragmento
destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que:
a) a dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar
inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país.
b) a curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de prosperidade e democracia que o
personagem encontra no contexto republicano.
c) a construção de uma pátria a partir de elemento míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do
solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica.
d) a propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção e desistência de
Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu gabinete.
e) a certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz parte de um projeto
ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época do autor.

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