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Economia Internacional 1509

Última aula: Pensamento grego clássico – Houve uma grande pausa até ao século XVII.
Questão de ética na Grécia. A palavra livre comércio só aparece no final do século XVI.

Fator inibidor do comércio medieval:

Portagens – Fator muito inbidor do comércio medieval. Entre os seculos 13 e 15, existiam 35-
60 portagens ao longo do rio Reno. No século 15, o rio Sena, ao longo de 200 milhas, as
portagens aumentavam em 50% o preço dos cereais.

Como o sistema de transporte era rudimentar (barcos, cavalos) só os bens ricos


poderiam ser exportados para locais distantes. Ou seja, cada comuniade produzia grande parte
daquilo que consumia – a produção e o consumo estavam geográficamente concentrados.

Após as viagens inaugurais de Colombo e Vasco da Gama, a economia mundia lentra


numa nova era, que levou a que o comércio internacional fosse sucessiva e cumulativamente
analisado sobre diversas óticas:

- Mercantilismo.

- Livre-cambismo.

- Protecionismo.

Embora muitos autores confundam o mercantilismo com o protecionismo e algumas


práticas protecionistas constem dos ideais mercantilistas, estamos perante duas realidades
distintas.

- O mercantilismo está orientado para os mercados externos e procura receitas por via
das exportações.

- O protecionismo centra-se na defesa do mercado interno, visando proteger a


produção nacional.

De qualquer modo, a reflexão teórica sobre o comércio internacional desenvolveu-se a poartir


das respostas que foram sempre dadas ao longo dos séculos a duas questões fundamentais:

- Quais as razões que levam um país a importar/exportar certos bens e serviços e não
outros?

- O comércio é benéfico ou prejudicial para os países envolvidos?


O comércio internacional suscita problemas geralmente diferentes do comércio
interno. Ex: Para o queijo da Serra da Estrela chegar a Lisboa não surgem muitas despesas, mas
se for exportado, por exemplo, para o Brazil, terá de pagar direitos aduaneiros, uma moeda
diferente, possível necessidade de alterar o rótulo.

Mas, em países como o Canadá, existem fronteiras entre as próprias províncias


internas, resultando na ausência de um verdadeiro mercado interno. Em 2017 passa a existir
um sistema de resolução de litígios e uma abordagem ao setor da energia (que estavam antes
ausentes no acordo de 1996) que, juntamente com outras medidas, visava o desenvolvimento
do mercado interno.

Isto mostra que, apesar de os problemas do comércio internacional serem diferentes,


existem algumas excessões.

Mercantilismo:

O sistema mercantil está associado à expansão ultramarina dos dois Estados Ibéricos e
ao afluxo de metais preciosos.

Diz-se que o mercantilismo vigorou durante os séculos 16 e 17, mas existem autores
que dizem que surgiu mais cedo e até acabou mais tarde (Revolução Francesa, 1846 – Corn
Laws – Leis inglesas que defendiam o setor agricola).

Os metais preciosos na altura eram visto como poder, daí a sua grande importância
(houve uma aumento de 800% de metais preciosos na Eruopa no século XVI).

Para o reino de Castela, a procupação fundamental era conservar os metais preciosos a


que tinha acesso direto (exploração de minas nas américas), instituindo um sistema de
proibições e monopólios (proibido exportar ouro e prata sob pena de morte; controlo
apertado das importações de produtos de luxo; direito de quinto para o Rei; Monopólio de
pavilhão entre Sevilha e as américas – Limitando o comércio colonial ao porto de Sevilha).

Espanha proibia o comércio bilateral entre as colónias (México tinha de enviar os


têxteis para Sevilha, e Sevilha enviava para o Peru, não podendo dazê-lo diretamente).

Um dos autores mercantilistas Espanhóis foi Luis Ortiz, que publicou em 1558 uma
obra entitulada Memórias do Contador Luis Ortiz a Filipe II, onde defende a adoção de
medidas protetoras a industrias nacionais de modo a permitir o seu desenvolvimento; a
proibição de importar bens manofaturados estrangeiros; Proibição de exportar matérias-
primas (devendo antes ser trabalhadas pela indústria nacional).

Segundo ele, a Espanha não enriqueceria mais caso continuasse a vender as suas
matérias-primas e a pagar um preço dez vezes superior pelos produtos que países-terceiros
produzissem com as suas matérias-primas.
Espanha tinha um problema: Os preconceitos aristocráticos que implicavam que as profissões
de manufatura gozavam de pouca consideração social, o que levou a que Espanha recorresse
aos seus vizinhos para carregar os barcos da companhia das índias Ocidentais.

No século XVII o peso da dívida pública correspondia 12x à receita anual de Castela.
Sancho d eMoncada diz que a Espanha era próspera antes do descobrimento das Américas,
ainda que não existisse uma abundância de mertais preciosos No entanto, o descobrimento
das amércias em si não foi a causa de decadência de Espanha, mas sim o abandono dos ofícios.

Ou seja, a Epsanha empobrecia, não obstante à abundância de riqueza natral que


possuia (metais preciosos), ao passo que outros países da Europa enriqueciam através da
produção de riqueza artificial (bens manufaturados e do comércio).

Outro problema. O afluxo de metais preciosos implicou uma subida dos preços e dos
salários em Espanha, o que diminuiu a competitividade dos seus produtos no mercado
Europeu. Espanha foi inundada por importações devido a isto.

As estradas internas eram também de baixa qualidade, haviam muitas portagens e


muitos impostos indiretos com o valor elevado (o mais famoso era o Alcabala – Imposto sobre
o consumo). Tudo isto contribuiu para que a Espanha entrasse em decadência.

Isto resultou a que cerca de 90% dos metais preciosos que entraram das Américas em
Espanha acabaram noutros países.

Mercantilismo francês (Colbertismo):

- Colbert foi o ministro das finanças de Luís XIV.

França não tinha acesso direto aos metais preciosos, então apostou no
desenvolvimento industrial (permitiria trocar os bens produzidos pelos metais preciosos aos
quais não tinha acesso direto.

Para Colbert, a maneira da França enriquecer passaria pela liberalização do comércio


interno e pelo deenvolvimento das exportações, que permitiria reinforçar a segurança
nacional.

Medidas adotadas por Colbetrt:

- Adoção de técnicas de prodiução mais eficientes, contratando os serviços d mestres


estrangeiros;

- Importação livre de matérias-primas;

- Proibição de exportar matérias-primas;

- Pesada tributação de importação de bens manofaturados.

- Exploração das colónias no interesse da metrópole (as colónias eram vistas como
fontes de matérias-primas e como mercados).

- Expansão da marinha mercante.


Havia uma grande atenção à regulamentação da atividade industrial, sendo a
qualidade dos produtos e métodos de produção regulados de muito perto (ex: As regras
adotadas relativas ao tingimento manual eram marcadas por 317 artigos).

O objetivo era proteger os consumidores e conquistar uma boa reputação para os


serviços franceses.

França aposta principalmente nas indústrias de luxo (ceda, porcelana, jóias, tapeçarias,
perfumes, etc.).

O poder político concedia vários subsídios para apoiar as indústrias.

Colbert chegou a dizer que a moda era para França o que as minas de ouro eram para
Espanha.

Mercantilismo inglês:

- Menos centralista que o francês;

- Não dedica grande atenção à regulamentação industrial;

- Procura de uma balança comercial favorável como preocupação fundamental; Isto é,


o valor das exportações deve passar o valor das importações.

Segundo os autores mercantilistas, isto mede-se através do desenvolvimento


industrial, assim como numa a posta na realização de investimentos no estrangeiro e na
pretação de serviços a países terceiros (seguros e transportes marítimos)

Como diz Thomas Mun no seu livro “England’s Treasure by Foreign Trade”, que é
considerado a “bíblia” do mercantilismo inglês, “a forma mais comum de aumentar a nossa
riqueza e o nosso tesouro é através do comércio externo, por isso todos os anos devemos de
observar esta regra: Vender mais aos estrangeiros do que aquilo que consumimos deles”.

Poderiam existir déficites com alguns países, mas a balança comercial geral não
poderia ter déficites. Thomas Mun não defende a limitação das importações, encorajando as
mesmas caso seja necessário para exportar mais (importação de matérias-primas).

Os próprios mercantilismos ingleses admitem como legítima a política de exportar


bens para países inimigos em tempo de guerra (a ideia de bloqueio *deixar de fornecer bens a
países inimigos* é incompatível com a concessão mercantilista de que os ganhos do comércio
resultam das exportações e não das importações).
Razões políticas para a defesa do mercantilismo: Mercantilismo tinha como subjacente
a lógica da guerra, logo uma acomulação de metais preciosos poderia ser muito improtante
em alturas de guerra para equipar exércitos e navios; Contratar mercenários estrangeiros;
Corromper os inimigos; Subsidiar os aliados.

Apesar disto, Thomas Mun diz que há duas excessões de bens que não devem de ser
exportados para países inimigos: Alimentos e munições.

Razões económicas: O afluxo de mercados preciosos aumentava a liquidez interna,


reduzindo as taxas de juro, que permitia aos agentes económicos a contração de impréstimos
e o financiamento de projetos a taxas mais lucrativas. Com isto, estimulava-se a atividade
económica e promovia a criação de emprego.

Ideias fundamentais do pensamento mercantilista: Forte intervenção do Estado na


economia (havendo autores que falam de um Estado omnipotente e omnipresente).

Uma ideia de direção abrangente da economia por parte do Governo, daí alguns
autores concluírem que o mercantilismo foi o percursor do fascismo e do comunismo.

Outra ideia é a obtenção de uma balança comercial favorável, que está mais presente
no mercantilismo inglês, mas está também presente no mercantilismo espanhol e no
mercantilismo francês.

Primeira empresa multinacional: British East India Company, criada em 1600, e recebe
direitos de monopólio do soberano inglês que exerce sobre os territórios coloniais.

O mercantilismo promove a riqueza coletiva, não a individual.

Para obter a balança comercial favorável:

1 - Medidas que aumentassem a segurnaça dos comerciantes nacionais no estrangeiro;


Medidas que melhorassem/permitissem a navegação nos rios; Medidas que eliminassem as
restrições sobre as exportações;

2 - As importações de produtos de luxo deveriam de ser proibidas ou sujeitas a direitos


adoaneiros elevados, principalmente caso podessem ser produzidos internamente.

Deu-se preferência à corança de direitos aduaneiros elevados. As proibições iriam


levar ao contrabando e limitar as receitas arrecadadas.
3 - As exportações de maquinarias, ferramentas e mão-de-obra especializada seriam
igualmente condenáveis. Caso contrário, os países concorrentes poderiam tornar-se mais
competitivos. (Exemplo: Lambert, um mestre-carpinteiro, pretendia estabelecer uma loja em
Lisboa, mas o próprio

A economia deveria de ser orientada no sentido da importação de matérias-primas e


exportação de bens manofaturados, visto que as atividades ligadas à transformação de
matérias-primas geravam mais emprego que as outras, daí a defesa da aplicação de direitos
aduaneiros reduzidos, importação de matéras-primas e a aplicação de direitos aduaneiros de
valor elevado à importação de bens manofaturados.

Defendia também a agricultura, que era vista como fator essencial ao


enriquecimento. Era uma fonte de alimentos, de matérias-primas e mantinha a população
ativa.

A exportação de matérias-primas deveriam de ser evitadas para permitir o


abastecimento abundante e barato da indústria nacional, e impedir a sua aquisição por
concorrentes estrangeiros.

Durante o reinado de Isabel I, foi adotada uma lei que proibia a exportação de ovinos
vivos (lã), podendo levar ao corte da mão esquerda na primeira violação e à segunda a pena de
morte.

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