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Você está sempre tentando modificar seu parceiro?

:: Sirley Bittú ::

Você já tentou ou pelo menos desejou mudar algo em seu parceiro?


Dar uma “arrumadinha” nele... deixá-lo mais romântico, ou deixá-la
mais econômica, ou mais organizado(a)? Mais objetivo(a) ou mais
sentimental?

Nos relacionamentos algumas vezes chegamos a crer que estaríamos


mais felizes com pessoas que pensam da mesma forma que nós, ou
que possuem as mesmas crenças e pontos de vista, e de certa forma,
realmente seria mais fácil, pois com esse perfil as chances de você ser
confrontado certamente seriam menores.

A grande questão é que os relacionamentos que mais nos estimulam a


crescer e a repensar nosso forma de vida são aqueles travados com
pessoas que se orientam por parâmetros diferentes dos nossos, pois é
com elas que aprendemos a exercitar nosso conceito de respeito.

Respeito implica em receber e entender o outro a partir de sua


perspectiva, de seu prisma, o que significa estar na mesma hierarquia,
no mesmo patamar, sentir-se nem maior nem menor que o outro,
apenas fazendo parte de uma relação simétrica e não complementar.

Desse ponto de vista, sempre teremos a acrescentar em nossa vida, à


medida que possamos nos permitir entrar em contato com o genuíno
que existe em cada um de nós.

Quando tentamos modificar o outro, sem respeitar suas


particularidades, talvez estejamos buscando nos relacionar com nosso
espelho, impondo nossas verdades e entendimentos de mundo, numa
busca desesperada de evitar o medo do novo e do diferente. Para lidar
com eles, temos que estar muito convictos de nossa identidade e de
nossas certezas, e ao mesmo tempo dispostos a checá-las e
consequentemente repensá-las.

Em contrapartida, muitas vezes queremos mudar no outro o que ele


tem de nós; implicamos com a chatice do outro para não olharmos
para a nossa, olhamos o mau do outro para evitarmos entrar em
contato com o nosso mau interno, implicamos com sua desorganização
para não lidar com nosso excesso de ordem que muitas vezes nos
escraviza.

Nossas escolhas de vida são processos de amadurecimento e


transformação pessoal. A maturidade emocional passa pela capacidade
de fazer escolhas e lidar com suas conseqüências.

Aprender a apurar nosso foco de atenção, perceber nossas


necessidades, desejos e dificuldades é o primeiro passo. Em
decorrência desse processo ganhamos a capacidade de sermos
assertivos em nossas atitudes e consequentemente fortalecemos nossa
auto-estima, condição indispensável para lidar com nossas escolhas.

Sendo assim olhe para seu companheiro(a) não com os olhos críticos
de quem procura defeitos a serem corrigidos, mas com os olhos de
quem está pronto e aberto a conhecer outras formas de existir.

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