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UNIDADE III

Teoria Geral do Processo

Profa. Dra. Maria Teresa


Ação – Generalidades e conceito

 A ação relaciona-se com o direito de ação inerente ao sujeito (titular) da pretensão resistida,
que provoca a função jurisdicional do Estado para a solução de controvérsia apresentada no
caso concreto.
 Ação “é o direito ao exercício da atividade jurisdicional (ou o poder de exigir esse exercício).
Mediante o exercício da ação provoca-se a jurisdição, que por sua vez se exerce através
daquele complexo de atos que é o processo.”
(CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel.
Teoria geral do processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 279).

 A ação é dirigida ao Estado, porém, uma vez acolhida, a sentença a ser dada terá efeitos
desfavoráveis na esfera jurídica de uma outra pessoa, que é o réu.
 O acolhimento do pedido do autor importa reconhecimento
da juridicidade de sua pretensão e interfere na esfera jurídica
do réu, cuja liberdade sofre uma limitação ou uma vinculação
de direito.
Ação – Natureza Jurídica

 Para a doutrina, a natureza jurídica da ação é de direito público subjetivo, da espécie de


direito cívico, o direito de ver assegurada a prestação da tutela jurisdicional pelo Estado.
 Natureza jurídica da ação: “Sendo um direito (ou poder) de natureza pública, que tem por
conteúdo o exercício da jurisdição (existindo, portanto, antes do processo), a ação tem
inegável natureza constitucional (CF, art. 5º, XXXV)”.
(CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel.
Teoria geral do processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 285).

Ação é o:
 Direito ao provimento jurisdicional de qualquer natureza:
favorável ou desfavorável, justo ou injusto.
 Direito de natureza abstrata.
 Direito autônomo, que independe da existência do direito
subjetivo material.
 Direito instrumental, eis que visa dar solução a uma pretensão
de direito material.
Condições da ação

 O direito de acesso à justiça é incondicionado, independe do preenchimento de qualquer


condição, mas nem sempre haverá o direito a uma resposta de mérito.
 A ação em sentido estrito é um direito condicionado. Para o adequado exercício do poder de
ação, que atinja uma sentença de mérito, deve-se verificar a presença de certas exigências,
chamadas de condições da ação.

Condições da ação são requisitos indispensáveis para que se possa dar, de forma plena
e adequada, o exercício do poder constitucional de ação, isto é, para a análise do direito
material postulado em juízo (CPC, art. 17). São duas, a seguir:
 Interesse de agir.
 Legitimidade “ad causam”.
Condições da ação: interesse de agir (1/2)

Interesse de agir: a prestação jurisdicional solicitada deve ser constituída de dois elementos:
necessidade e adequação.
 Tem interesse de agir aquele que ajuíza demanda útil ou necessária e aquele que o faz
utilizando-se do meio adequado para satisfação do direito material. É preciso que seja
necessária e adequada.
 Necessidade da tutela jurisdicional corresponde à impossibilidade que o autor tem de obter
a satisfação do alegado direito:
 sem a intercessão do Estado, ou
 porque a parte contrária se recusa a satisfazê-lo ou, ainda,
 porque a própria lei exige que determinados direitos só
possam ser exercidos mediante prévia declaração judicial
(ação constitutiva).
Condições da ação: interesse de agir (2/2)

 Adequação é a relação existente entre a situação pretendida pelo autor ao vir a juízo
e o provimento jurisdicional concretamente solicitado.

Exemplos:
 Caso de adultério, o outro cônjuge deve buscar o desfazimento do vínculo conjugal por meio
do divórcio e não da ação de anulação de casamento; caso se utilize do segundo
instrumental, ocorrerá falta de interesse de agir por inadequação do meio utilizado.
 Incorre em inadequação da ação a impetração de Mandado de Segurança para cobrança
de créditos pecuniários.
Condições da ação: legitimidade

 No que se refere à legitimidade, entendem-se que “é titular de ação apenas a própria pessoa
que se diz titular do direito subjetivo material cuja tutela pede (legitimidade ativa), podendo
ser demandado apenas aquele que seja titular da obrigação correspondente
(legitimidade passiva)”.
(CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel.
Teoria geral do processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 290).

Há a legitimidade ordinária e extraordinária, a seguir:


 Legitimidade ordinária: o titular do direito material é o titular do direito de ação. É aquele
que demanda em nome próprio direito próprio (CPC, art. 18, primeira parte).
 Legitimidade extraordinária: exceção autorizada por lei, em
que o titular do direito de ação não é o titular do direito
material, é aquele que demanda, em nome próprio, direito
alheio (CPC, art. 18, in fine). Exemplo: substituição processual.
Carência da ação

 Carência da ação ocorre quando não configuraram as condições da ação, dizendo


que o autor é carecedor da ação, impossibilitando ao juiz apreciar o mérito (pedido).
 É matéria de ordem pública, que na ausência de uma das condições da ação pode ser
conhecida de ofício pelo juiz, a qualquer tempo, implicando na extinção do processo sem
resolução de mérito.
 Momento do exame das condições da ação: a presença das condições da ação deve ser
apreciada pelo juiz antes de apreciar o mérito, ou a parte contrária, na própria defesa, como
preliminar, deve alegar a ausência de uma ou mais condições da ação, que pode ocorrer em
1º e 2º grau de jurisdição, só não é possível em recurso especial ou extraordinário, que se
restringe à matéria constitucional prequestionada (CPC, arts. 337, XI, e 485, VI e § 3º).
Classificação das Ações (1/2)

 Quando se ingressa com uma ação em juízo, busca-se um provimento de conhecimento


e executivo.

Ação de conhecimento: existe uma pretensão deduzida em Juízo que sofre uma resistência da
parte contrária, e cabe ao juiz decidir o mérito. Tipos de ação:
 Ação declaratória: declaração da existência ou inexistência de uma relação jurídica ou de um
fato juridicamente relevante. Exemplo: ação de nulidade de casamento.
 Ação condenatória: há a violação do direito material, com a consequente condenação a uma
obrigação de dar/pagar, fazer, não fazer, entregar coisa. Exemplos: ação de cobrança.
 Ação constitutiva: há a criação, modificação ou extinção de
uma relação ou situação jurídica. Exemplo: ação de divórcio
ou rescisão de um contrato.
Classificação das Ações (2/2)

Ação de execução ou execução forçada:


 Existe um direito reconhecido por sentença condenatória ou em dívida constante de nota
promissória ou letra de câmbio e não cumprido espontaneamente a obrigação pelo devedor,
cabe o ajuizamento de ação para o cumprimento forçado da obrigação com a utilização da
máquina judiciária, que poderá proceder à expropriação de bens do executado em garantia
para o pagamento. Exemplo: ação de execução de cheque sem fundos.
Interatividade

Quanto à carência da ação, assinale a alternativa incorreta.

a) Ocorre quando faltar uma das condições da ação.


b) Pode ser declarada de ofício.
c) Acarreta a extinção do feito com resolução do mérito.
d) Acarreta a extinção do feito sem resolução do mérito.
e) Impossibilita ao juiz apreciar o mérito (pedido).
Resposta

Quanto à carência da ação, assinale a alternativa incorreta.

a) Ocorre quando faltar uma das condições da ação.


b) Pode ser declarada de ofício.
c) Acarreta a extinção do feito com resolução do mérito.
d) Acarreta a extinção do feito sem resolução do mérito.
e) Impossibilita ao juiz apreciar o mérito (pedido).
Competência – Conceito

 Competência é a distribuição da Jurisdição entre seus órgãos ou agentes nela investidos


(juízes), limitando a atuação da Jurisdição, para melhor administração da justiça.
Competência é a medida ou quantidade de jurisdição atribuída aos seus órgãos de exercício.

 A jurisdição é função estatal, naturalmente una. Para o seu exercício, exige o concurso de
vários órgãos do Poder Judiciário. A competência é o critério de distribuir entre os vários
órgãos judiciários as atribuições relativas ao desempenho da jurisdição.
(THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil, vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 199).

 Quanto à diferença entre jurisdição e competência: “Jurisdição


é o poder de julgar e executar, que todo órgão judicial detém.
Competência são os limites dentro dos quais a jurisdição é
exercida por determinado órgão judicial”.
(THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil, vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2019, p. 199).
Competência – Classificação: competência internacional e nacional (1/2)

Competência internacional: é aquela em que há distribuição das atribuições da atividade de


dizer o direito entre juízes de países diferentes. Envolve exercício de poder estatal e parcela da
soberania pátria. Divide-se em:
 Cumulativa ou concorrente: ação pode ser ajuizada perante a Justiça brasileira ou a
estrangeira (CPC, arts. 21 a 22). Exemplo: réu, qualquer que seja sua nacionalidade, estiver
domiciliado no Brasil.
 Exclusiva: competência exclusiva da Justiça brasileira, sendo que se julgada no exterior não
terá efeito no nosso território (CPC, art. 23). Exemplos: ações relativas a imóveis situados
no Brasil, a seguir:
 Testamento particular, inventário e partilha de bens situados
no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade
estrangeira ou resida fora do Brasil.
 Divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável,
proceder à partilha de bens situados no Brasil.
Competência – Classificação: competência internacional e nacional (2/2)
Critérios determinativos
Competência nacional ou interna: jurisdição exercida nos limites em que o Estado brasileiro
tem soberania para executar suas sentenças, com a repartição das atribuições entre juízes
e tribunais. Critérios determinativos da competência:

Objetivo: competência determinada por certos elementos da própria lide, como:


 Competência em razão da matéria.
 Competência em razão do valor.
 Competência em razão da pessoa.
 Territorial: competência determinada pela distribuição
das atribuições inerentes ao ato de dizer o direito baseado
no elemento geográfico, como a competência em razão
do território.
 Funcional: competência determinada pelas atribuições
funcionais exercidas pelos juízes nas diversas fases
processuais, como a competência da vara e dos tribunais.
Cooperação internacional (1/2)

Cooperação internacional corresponde à colaboração e assistência entre os Estados


para assegurar o pleno funcionamento da Justiça, para:
 a execução de atos processuais;
 a coleta de provas;
 a simples troca de informações.
Tratados internacionais: dispõe sobre as regras de cooperação para a prática de atos
processuais entre diversos países.
Na ausência de tratado, será considerada a reciprocidade pela via diplomática.
Homologação de sentença estrangeira perante o STJ para execução no Brasil.
Não será admitida a cooperação se os atos contrariarem
ou produzirem resultados incompatíveis com as normas
fundamentais do nosso Estado.
Cooperação internacional (2/2)

A cooperação internacional se dará por três maneiras fundamentais:


 Por auxílio direto (CPC, arts. 28 a 34): para fazer cumprir medida que não decorrer
diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo
de deliberação no Brasil.
 Por carta rogatória (CPC, arts. 35 e 36): procedimento de jurisdição contenciosa,
em que se deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal.
 Pela homologação de sentença estrangeira no STJ (CF, art. 105, I, “i”; CPC, arts. 960 e ss):
necessária para tornar eficaz, para que possa ser executada a sentença estrangeira
no Brasil.
Cooperação nacional

 Dever de recíproca cooperação entre os órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal,


especializado ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdição, por meio dos juízes
e servidores (CPC, art. 67).
 Função de permitir o intercâmbio e o auxílio recíproco entre juízos para a prática
de ato processual.

Pedido de cooperação jurisdicional deve ser atendido de imediato, não há forma prescrita
e pode ser executado como (CPC, art. 69 e § 2º):
 auxílio direto;
 reunião ou apensamento de processos;
 prestação de informações;
 atos concertados entre os juízes cooperantes, como: citação,
intimação ou notificação, obtenção de provas e depoimentos,
efetivação de tutela provisória etc. (CPC, art. 69, § 2º).
Interatividade

O que é a distribuição da Jurisdição entre seus órgãos ou agentes nela investidos (juízes),
limitando a atuação jurisdicional para melhor administração da justiça?

a) Jurisdição.
b) Cooperação internacional.
c) Cooperação nacional.
d) Tratado internacional.
e) Competência.
Resposta

O que é a distribuição da Jurisdição entre seus órgãos ou agentes nela investidos (juízes),
limitando a atuação jurisdicional para melhor administração da justiça?

a) Jurisdição.
b) Cooperação internacional.
c) Cooperação nacional.
d) Tratado internacional.
e) Competência.
Classificação da competência em razão do local, matéria e pessoa

 Jurisdição é uma das funções do Estado, exercida pelos juízes e tribunais. É una, porém
distribuída em muitos órgãos jurisdicionais cada qual limitado em sua competência,
determinada pela CF e lei ordinária (CF, arts. 92-126; CPC, arts. 44-66).
 Competência interna: aquela que indica qual o órgão responsável pelo julgamento de cada
caso concreto apresentado em juízo.
 Princípio da perpetuatio iurisdictionis corresponde à inalterabilidade da competência quanto
ao juízo, que deve prevalecer durante todo o curso do processo (CPC, art. 43).
 A competência é determinada no momento da propositura da ação.
Competência interna

Para definir a competência interna, diante de cada caso concreto, cabe perguntar:

a) Competência jurisdicional (qual a Justiça competente?)


b) Competência originária (qual órgão inicial superior ou inferior?)
c) Competência de foro (qual a comarca para propor a ação?)
d) Competência de juízo (qual a vara competente?)
e) Competência interna (qual o juiz competente?)
f) Competência recursal (competente o mesmo órgão ou o superior?)
Competência de jurisdição

Justiça especial ou Justiça especializada: a competência é apurada pela matéria discutida


(ratione materiae), são:
 Justiça do Trabalho (CF, art. 111 e ss).
 Justiça Eleitoral (CF, art. 118 e ss).
 Justiça Militar (CF, art.122).

Justiça comum: competência para processar e julgar matéria cível e criminal, apurada
em razão da qualidade das pessoas (ratione personae) e da matéria (ratione materiae):
 Justiça federal: pela participação no processo, como parte
ou interveniente, de pessoas jurídicas de direito público federal
e empresas públicas federais ou pela matéria (CF, art. 109).
Exemplo: Justiça Federal.
 Justiça estadual: competência residual, o que não for de
competência das justiças especiais e da justiça federal.
Exemplo: Justiça Estadual e do Distrito Federal.
Competências originária e territorial

 Competência originária: em regra inicia o processo nos órgãos de primeiro grau ou primeira
instância. Excepcionalmente, inicia nos tribunais.
 Competência territorial ou de foro (ratione loci): critério indicativo do local a ser ajuizada
a ação. O exercício da jurisdição deve aderir a um território (princípio da aderência).
Foro é a indicação territorial onde o juiz exerce sua atividade (comarca). São dois foros:
Foro comum ou geral (regra):
 No processo civil: domicílio do réu (CPC, art. 46).
 No processo penal: local da consumação do delito (CPP, art. 70).
 No processo do trabalho: local da prestação de serviços pelo empregado (CLT, art. 651).

Foros especiais: determinada em razão das pessoas, das coisas


e dos fatos envolvidos nos litígios (CPC, art. 47 a 53).
Cumulatividade de juízos competentes

Numa mesma circunscrição territorial pode haver vários juízes em exercício, a cada um
se atribui uma Vara (cada qual responde por um Juízo), com competências distribuídas
por dois critérios:
 em razão da matéria (ratione materiae): distribuição da lide se dá pela matéria discutida
a uma Vara especializada, como Vara de Família, Vara de Falência, Vara de Acidente
do Trabalho etc.
 por simples distribuição: compete a todos os Juízos, como diversas Varas Cíveis
na mesma Comarca.

 Competência por distribuição: quando há mais de uma Vara


com a mesma competência na Comarca, considera proposta
pelo protocolo da petição inicial para a respectiva distribuição
(CPC, art. 312 c/c art. 240).
Competência em razão do valor da causa

Competência em razão do valor da causa:


 Valor da causa: a toda causa é atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo
econômico imediatamente aferível, que deve constar da petição inicial ou da reconvenção
(CPC, art. 291).
 Competência dos juizados especiais: critério do valor de até 40 salários mínimos
(Lei n. 9.099/1995).
 Competência relativa.
Competência funcional

Competência funcional refere-se à repartição das atividades jurisdicionais entre diversos


órgãos que devam atuar no processo.
 Estabelecido o juízo competente para processar e julgar a ação, quais os órgãos
jurisdicionais que funcionarão nas diversas fases do processo.

Classificação da competência funcional:


 Fases do procedimento: fase de execução, a penhora por carta precatória; fase instrutória,
a oitiva de testemunha por carta precatória.
 Grau de jurisdição: competência hierárquica originária da vara
(regra) e do tribunal em recurso.
 Objeto do juízo: tutela provisória decretada por um juiz
e cumprida por outro, em diferente circunscrição territorial.
Interatividade

A justiça comum compreende:

a) A justiça estadual e a do Distrito Federal, incluída a justiça federal.


b) Apenas a justiça estadual.
c) Apenas a justiça federal.
d) A justiça especial.
e) A justiça do trabalho.
Resposta

A justiça comum compreende:

a) A justiça estadual e a do Distrito Federal, incluída a justiça federal.


b) Apenas a justiça estadual.
c) Apenas a justiça federal.
d) A justiça especial.
e) A justiça do trabalho.
Diferença entre competência absoluta e competência relativa

Competência absoluta Competência relativa


Interesse público Interesse privado
Nulidade absoluta (insanável) Nulidade relativa (sanável)
Reconhecível de ofício pelo juiz ou arguida pela parte Depende de arguição da parte em preliminar de
em preliminar de contestação, não gera a preclusão contestação, sob pena de preclusão
Alegável no prazo da resposta do réu, sob pena de
Declarada a qualquer tempo e grau de jurisdição
prorrogação de competência
As partes não podem modificar as regras de Partes podem modificar as regras de competência,
competência como o foro de eleição
Exemplo: competências em razão da matéria, da Exemplo: competência territorial e em razão do valor
pessoa e funcional (CPC, art. 62) (CPC, art. 63)
Modificação da competência – Hipóteses

Modificação da competência relativa nas seguintes hipóteses:


 Prorrogação de competência: depende da arguição de incompetência territorial da parte
em preliminar de contestação, que se não o fizer ocorre a prorrogação, passando a ser
competente o juízo incompetente.
 Derrogação de competência: alteração da competência por consenso das partes
em contrato, estabelecendo o foro de eleição, que será competente para a propositura
de eventual ação fundada em direito das obrigações (CPC, art. 63).
 Conexão: quando duas ou mais ações têm mesmo pedido ou a mesma causa de pedir.
Estas ações são reunidas em um único processo (CPC, art. 55).
 Continência: quando duas ou mais ações têm identidade
de partes e de causa de pedir, e o pedido de uma, por ser
mais amplo, abrange o das demais (CPC, art. 56).
Prevenção

 Ocorre a prevenção quando há necessidade de fixação de um juízo competente


para determinada causa, entre vários igualmente competentes.
 O registro ou distribuição da petição inicial torna prevento o juízo, que tem ampliada
por prevenção a sua competência para todas as ações interligadas que se seguirem
(dá-se preferência de competência, desprezando os demais juízos).

Ocorre a prorrogação de competência por prevenção nos casos de:


 Conexão e continência à que tiver sido a primeira a ser registrada ou distribuída
(CPC, art. 59).
 Ações acessórias que são distribuídas por dependência
a outra já em tramitação (CPC, art. 61). Exemplo: ação
de prestação de contas do inventariante; embargos
de terceiro.
Declaração de incompetência

 Competência é pressuposto de regularidade do processo e da admissibilidade


da tutela jurisdicional.
 Primeiro dever do juiz é verificar se possui competência para a causa.
 Reconhecimento da competência é feito de maneira implícita pelo deferimento
da petição inicial.
 Reconhecimento da incompetência absoluta de ofício pelo juiz e a qualquer momento,
não admitindo a prorrogação de competência (CPC, art. 64, § 1º).

A solução da controvérsia sobre a competência se dá por meios dos incidentes:


 Em preliminar de contestação, cabe à parte alegar
incompetência, absoluta ou relativa (CPC, art. 64).
 Conflito de competência (CPC, arts. 66 e 951 a 959).
Conflito de competência (1/2)

 Inadmissível mais de um órgão judiciário seja igualmente competente ou nenhum


competente para processar e julgar a causa.

O incidente de declaração de incompetência do juízo ocorre quando (CPC, art. 66):


 dois ou mais juízos se consideram incompetentes para o julgamento de determinado feito
(conflito de competência negativo, que é o mais comum), ou
 dois ou mais juízos se consideram igualmente competentes para o mesmo feito (conflito
de competência positivo).
 Entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos.
Conflito de competência (2/2)

Legitimação para suscitar o conflito:


 Ao juiz;
 À parte;
 Ao Ministério Público.

Competência para julgar o conflito de competência:


 entre juízes, do tribunal hierarquicamente superior;
 entre tribunais, entre tribunal e juízes a ele não vinculados, entre juízes vinculados a tribunais
diversos, do STJ;
 entre tribunais superiores, do STF.
Interatividade

Os critérios de fixação da competência pela matéria, pela pessoa e funcional, são


estabelecidos em favor do interesse público, não sendo, portanto, passíveis de modificação
pela vontade das partes mediante foro de eleição. A sua não observância gera a nulidade do
processo. É dever do juiz reconhecer tal competência de ofício, determinando a remessa dos
autos ao juízo competente, tornando nulos todos os atos decisórios praticados, preservando
os atos probatórios realizados. A assertiva acima refere-se à (ao):

a) Modificação de competência.
b) Competência relativa.
c) Conflito de competência.
d) Prorrogação de competência.
e) Competência absoluta.
Resposta

Os critérios de fixação da competência pela matéria, pela pessoa e funcional, são


estabelecidos em favor do interesse público, não sendo, portanto, passíveis de modificação
pela vontade das partes mediante foro de eleição. A sua não observância gera a nulidade do
processo. É dever do juiz reconhecer tal competência de ofício, determinando a remessa dos
autos ao juízo competente, tornando nulos todos os atos decisórios praticados, preservando
os atos probatórios realizados. A assertiva acima refere-se à (ao):

a) Modificação de competência.
b) Competência relativa.
c) Conflito de competência.
d) Prorrogação de competência.
e) Competência absoluta.
ATÉ A PRÓXIMA!

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