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SLD 3
SLD 3
A ação relaciona-se com o direito de ação inerente ao sujeito (titular) da pretensão resistida,
que provoca a função jurisdicional do Estado para a solução de controvérsia apresentada no
caso concreto.
Ação “é o direito ao exercício da atividade jurisdicional (ou o poder de exigir esse exercício).
Mediante o exercício da ação provoca-se a jurisdição, que por sua vez se exerce através
daquele complexo de atos que é o processo.”
(CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel.
Teoria geral do processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 279).
A ação é dirigida ao Estado, porém, uma vez acolhida, a sentença a ser dada terá efeitos
desfavoráveis na esfera jurídica de uma outra pessoa, que é o réu.
O acolhimento do pedido do autor importa reconhecimento
da juridicidade de sua pretensão e interfere na esfera jurídica
do réu, cuja liberdade sofre uma limitação ou uma vinculação
de direito.
Ação – Natureza Jurídica
Ação é o:
Direito ao provimento jurisdicional de qualquer natureza:
favorável ou desfavorável, justo ou injusto.
Direito de natureza abstrata.
Direito autônomo, que independe da existência do direito
subjetivo material.
Direito instrumental, eis que visa dar solução a uma pretensão
de direito material.
Condições da ação
Condições da ação são requisitos indispensáveis para que se possa dar, de forma plena
e adequada, o exercício do poder constitucional de ação, isto é, para a análise do direito
material postulado em juízo (CPC, art. 17). São duas, a seguir:
Interesse de agir.
Legitimidade “ad causam”.
Condições da ação: interesse de agir (1/2)
Interesse de agir: a prestação jurisdicional solicitada deve ser constituída de dois elementos:
necessidade e adequação.
Tem interesse de agir aquele que ajuíza demanda útil ou necessária e aquele que o faz
utilizando-se do meio adequado para satisfação do direito material. É preciso que seja
necessária e adequada.
Necessidade da tutela jurisdicional corresponde à impossibilidade que o autor tem de obter
a satisfação do alegado direito:
sem a intercessão do Estado, ou
porque a parte contrária se recusa a satisfazê-lo ou, ainda,
porque a própria lei exige que determinados direitos só
possam ser exercidos mediante prévia declaração judicial
(ação constitutiva).
Condições da ação: interesse de agir (2/2)
Adequação é a relação existente entre a situação pretendida pelo autor ao vir a juízo
e o provimento jurisdicional concretamente solicitado.
Exemplos:
Caso de adultério, o outro cônjuge deve buscar o desfazimento do vínculo conjugal por meio
do divórcio e não da ação de anulação de casamento; caso se utilize do segundo
instrumental, ocorrerá falta de interesse de agir por inadequação do meio utilizado.
Incorre em inadequação da ação a impetração de Mandado de Segurança para cobrança
de créditos pecuniários.
Condições da ação: legitimidade
No que se refere à legitimidade, entendem-se que “é titular de ação apenas a própria pessoa
que se diz titular do direito subjetivo material cuja tutela pede (legitimidade ativa), podendo
ser demandado apenas aquele que seja titular da obrigação correspondente
(legitimidade passiva)”.
(CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel.
Teoria geral do processo. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 290).
Ação de conhecimento: existe uma pretensão deduzida em Juízo que sofre uma resistência da
parte contrária, e cabe ao juiz decidir o mérito. Tipos de ação:
Ação declaratória: declaração da existência ou inexistência de uma relação jurídica ou de um
fato juridicamente relevante. Exemplo: ação de nulidade de casamento.
Ação condenatória: há a violação do direito material, com a consequente condenação a uma
obrigação de dar/pagar, fazer, não fazer, entregar coisa. Exemplos: ação de cobrança.
Ação constitutiva: há a criação, modificação ou extinção de
uma relação ou situação jurídica. Exemplo: ação de divórcio
ou rescisão de um contrato.
Classificação das Ações (2/2)
A jurisdição é função estatal, naturalmente una. Para o seu exercício, exige o concurso de
vários órgãos do Poder Judiciário. A competência é o critério de distribuir entre os vários
órgãos judiciários as atribuições relativas ao desempenho da jurisdição.
(THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil, vol. I. 60. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 199).
Pedido de cooperação jurisdicional deve ser atendido de imediato, não há forma prescrita
e pode ser executado como (CPC, art. 69 e § 2º):
auxílio direto;
reunião ou apensamento de processos;
prestação de informações;
atos concertados entre os juízes cooperantes, como: citação,
intimação ou notificação, obtenção de provas e depoimentos,
efetivação de tutela provisória etc. (CPC, art. 69, § 2º).
Interatividade
O que é a distribuição da Jurisdição entre seus órgãos ou agentes nela investidos (juízes),
limitando a atuação jurisdicional para melhor administração da justiça?
a) Jurisdição.
b) Cooperação internacional.
c) Cooperação nacional.
d) Tratado internacional.
e) Competência.
Resposta
O que é a distribuição da Jurisdição entre seus órgãos ou agentes nela investidos (juízes),
limitando a atuação jurisdicional para melhor administração da justiça?
a) Jurisdição.
b) Cooperação internacional.
c) Cooperação nacional.
d) Tratado internacional.
e) Competência.
Classificação da competência em razão do local, matéria e pessoa
Jurisdição é uma das funções do Estado, exercida pelos juízes e tribunais. É una, porém
distribuída em muitos órgãos jurisdicionais cada qual limitado em sua competência,
determinada pela CF e lei ordinária (CF, arts. 92-126; CPC, arts. 44-66).
Competência interna: aquela que indica qual o órgão responsável pelo julgamento de cada
caso concreto apresentado em juízo.
Princípio da perpetuatio iurisdictionis corresponde à inalterabilidade da competência quanto
ao juízo, que deve prevalecer durante todo o curso do processo (CPC, art. 43).
A competência é determinada no momento da propositura da ação.
Competência interna
Para definir a competência interna, diante de cada caso concreto, cabe perguntar:
Justiça comum: competência para processar e julgar matéria cível e criminal, apurada
em razão da qualidade das pessoas (ratione personae) e da matéria (ratione materiae):
Justiça federal: pela participação no processo, como parte
ou interveniente, de pessoas jurídicas de direito público federal
e empresas públicas federais ou pela matéria (CF, art. 109).
Exemplo: Justiça Federal.
Justiça estadual: competência residual, o que não for de
competência das justiças especiais e da justiça federal.
Exemplo: Justiça Estadual e do Distrito Federal.
Competências originária e territorial
Competência originária: em regra inicia o processo nos órgãos de primeiro grau ou primeira
instância. Excepcionalmente, inicia nos tribunais.
Competência territorial ou de foro (ratione loci): critério indicativo do local a ser ajuizada
a ação. O exercício da jurisdição deve aderir a um território (princípio da aderência).
Foro é a indicação territorial onde o juiz exerce sua atividade (comarca). São dois foros:
Foro comum ou geral (regra):
No processo civil: domicílio do réu (CPC, art. 46).
No processo penal: local da consumação do delito (CPP, art. 70).
No processo do trabalho: local da prestação de serviços pelo empregado (CLT, art. 651).
Numa mesma circunscrição territorial pode haver vários juízes em exercício, a cada um
se atribui uma Vara (cada qual responde por um Juízo), com competências distribuídas
por dois critérios:
em razão da matéria (ratione materiae): distribuição da lide se dá pela matéria discutida
a uma Vara especializada, como Vara de Família, Vara de Falência, Vara de Acidente
do Trabalho etc.
por simples distribuição: compete a todos os Juízos, como diversas Varas Cíveis
na mesma Comarca.
a) Modificação de competência.
b) Competência relativa.
c) Conflito de competência.
d) Prorrogação de competência.
e) Competência absoluta.
Resposta
a) Modificação de competência.
b) Competência relativa.
c) Conflito de competência.
d) Prorrogação de competência.
e) Competência absoluta.
ATÉ A PRÓXIMA!