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PRINCIPIO DA LEGALIDADE TRIBUTARIA 1 CONSIDERAGGES INICIAIS O principio da legalidade é multissecular, com previsdo inaugural na Carta Magna inglesa, de 1215, do Rei Jodo Sem Terra. A época, a nobreza e a plebe, reunindo esforcos e se insurgindo contra o poder unipessoal de tributar, impuseram ao principe Jodo um estatuto, visando inibir a atividade tibutéria esmagadora do governo. Em outras palavras, objetivavam impor a necessidade de aprovagao prévia dos stiditos para a cobranca dos tributos, do que irradiou a representagdo “no taxation without representation”. O intento marcou a histéria do constitucionalismo inglés: tal estatuto foi a primeira constitui¢ao inglesa, chamada Magna Charta Libertatum, exsurgindo a partir do desejo popular de rechagar a tributacao tradutora de desapropriacao e de chancelar a ideia de que a invasdo patrimonial pressupde 0 consentimento popular. Nascia, assim, o ideal de que, na esteira da legalidade, corre tio somente 0 tributo consentido. Ademais, em outros momentos histéricos, foi possivel observar que 0 condicionamento do poder tributério serviu para limitar os poderes do Estado, v.g.,, a Independéncia dos EUA e a prépria Revolugdo Francesa, que, em grande parte, foram consequencias da atividade tributéria extorsiva. A esse propésito, Dino Jarach1 asseverou que “foi por razées tributdrias que nasceu o Estado moderno de Direito”. No plano conceitual, o principio da legalidade tributéria se pde como um relevante balizamento ao Estado-administragdo no mister tributacional. © Estado de Direito tem-no como inafastével garantia individual a servico dos cidadaos, implicando uma inexoravel convergéncia e, também, equivaléncia — de ambos: se hi Estado de Direito, hi, reflexamente, a legalidade no fenémeno da tributagéo. Em outro giro, se prevalece o arbitrio estatal, tampouco existiré o Estado de Direito. A esse propésito, Ruy Barbosa Noget ady: “0 priepio da legaidade ibuéra & 0 fundamen de toda a iba do, Tem-se dito, nesse diapasdo, que o principio da legalidade é “o vetor dos vetores” 3. Outrossim, tal postulado, intitulado principio da legalitariedade, por Pontes de Miranda, mostra-se como um principio fundante dos demais, irradiando uma carga valorativa de calibragem, no modulado convivio Fisco versus contribuinte. Hugo de Brito Machado assegura, com propriedade, que, “no Brasil, como, em geral, nos paises que consagram a divisdo dos Poderes do Estado, o principio da legalidade constitui 0 mais importante limite aos governantes na atividade de tributacao”. Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pela Procuradoria-Geral de Justiga de Minas Gerais, para o cargo de Promotor de Justica do Estado de Minas Gerais (XLVll Concurso), em 2008: “O Principio da Legalidade Tributéria néo significa um direito do Fisco, visto que traduz uma limitagao em sua agéo, conforme dispée o art. 150 da Constituicéo Federal’ No plano axioldgico, o principio da legalidade tributéria, abrindo-se para a interpretagdo, apresenta- se carregado de carga valorativa, sendo informado pelos ideais de seguranca jurfdica e justiga — vetores que nao podem ser solapados na seara da tributagao. Em nossa érbita doméstica, o principio da legalidade tributéria é previsdo centendria, percorrendo todos os textos constitucionais, com excegio da Constituicio Federal de 1937, omissa a respeito, podendo-se observé-lo, de modo genérico, no art. 5°, Il, da atual Carta Magna, sob a disposi¢ao “Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa sendo em virtude de lei”. No plano especifico do Direito Tributdério, desponta o art. 150, I, CF/88. Observe-o: Art. 150. Sem prejuizo de outras garantias asseguradas ao contrbuinte, ¢ vedado a Unido, aos Estados, aos Municipios e a0 Distrito Federal: | - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleca, Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pelo IPAD (Recife/PE), para o cargo de Fiscal de Tributos da Prefeitura de Barreiros/PE, em 2008: “E vedado aos entes federativos exigir ou aumentar tributo sem lei que 0 estabeleca, em respeito ao principio da legalidade tibutaria’ Assim, prevalece o designio do legislador constituinte de que (néhhuini) tibuto Sera |instituido ow) E fato que o preceptivo em epigrafe é a franca especificagdo do indigitado art. 5°, II, da CF/88, permitindo-se a adocao do importante aforismo nullum tributum sine lege. Em outras palavras, o tributo depende de lei para ser instituido e para ser majorado. Se o tributo é vefculo de invasao patrimonial, é prudente que isso ocorra segundo a vontade popular, cuja lapidagao se dé no Poder Legislativo e em suas Casas Legislativas. Tal atrelamento, no trindmio “tributo-lei-povo” assegura ao particular um “escudo” protetor contra injungGes estatais feitas por instrumento diverso de lei. Note © item considerado INCORRETO, no concurso realizado pelo TRF/a* Regido, para o cargo de Juiz Federal Substituto: "O principio constitucional segundo o qual ‘ninguém seré obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa -sendo em virtude da le? nenhuma relevancia guarda em ambito triutério, uma vez que tributos podem ser criados por decretos emanados do Poder Executivo, sem sequer necessidade de posterior homologacao do Poder Legislativo’. A Constituigdo Federal de 1988 foi explicita ao mencionar os elementos “instituico” e “aumento”, levando o intérprete, & primeira vista, a associar a lei apenas aos processos de criagdo e majoracdo do tributo. Essa nao parece ser a melhor exegese: a lei tributéria deve servir de pardmetro para criar e, em outro giro, para extinguir o tributo; para aumentar e, em outra banda, reduzir a exacao. Com efeito, conforme se estudaré no transcorrer da obra, as desoneracées tributérias, quer no plano da extingao (e.g., isengdes, remissdes etc.), quer no plano das redugdes (v.g., reducdo de base de célculo, concessio de crédito presumido etc.), adstringem-se a reserva de lei (art. 150, § 6°, CF). Daf se assegurar que 0 comando previsto no inciso I do art. 150 da CF/88 atrela-se, inexoravelmente, aos paradigmas fiticos instituigdo-extingGo e aumento-reducao. E imperioso destacar que a tarefa de “instituir o tributo”, conquanto unilateral na forma, nao o & na esséncia. E que a instituicdo pressupde o consentimento popular — consoante se asseverou em linhas anteriores ~, uma vez que este ato, sendo reflexo, aponta que o destinatério do tributo esté disposto a aceitar a invasdo patrimonial privada em prol dos interesses coletivos, pagando-se tio somente aquilo que consentir a quem o exigir. Pontes de Miranda, de hé muito, preconizava a ideia de que a legalidade na tributagao significa 0 povo tributando a si mesmo. Nao hé dtivida: sendo a lei uma expressio da vontade coletiva, ndo se pode imaginar que 0 povo possa oprimir a si mesmo. Com efeito, “o ser ‘instituido em lei’ significa ser o tributo consentido” 5, sinalizando que “é da esséncia de nosso regime republican que as pessoas sé devem pagar os tributos em cuja cobranca consentirem” 6 Aliomar Baleeiro, citado por Maria de Fatima Ribeiro7, reforcando a ideia de consentimento, ratifica: “O tributo é ato de soberania do Estado na medida em que sua cobranca é autorizada pelo ovo, através da representa¢do”. Tal relagdo avoca a nocao de seguranca juridica que, axiologicamente, imantard 0 convivio entre Estado-credor e Cidadao-pagador. 2 O TRIBUTO E AS LEIS ORDINARIA E COMPLEMENTAR © consenimento enanaré, BEE) da (TAGS (SHG NEC ROARS Hb RGD (@ialimentar a5 exag6es Wibutétias, Como ¢ cedico, a lei ordindria é a lei comum, do dia a dia das Casas Legislativas, cuja elaboragao prescinde de quorum privilegiado de votantes. Note o item considerado INCORRETO, no concurso realizado pelo TRF/4* Regio, para o cargo de Juiz Federal Substituto: “E pacifico na doutrina que a Constitui¢éo cria os tributos, constituindo absurdo defender que a génese do imposto seja a lei ordinaria" Exemplo: (1) se hé um IPTU, em dada municipalidade, ha, por certo, uma lei ordindria municipal que © instituiu e que deveré veicular, quicé, um possivel aumento; (II) se hé um IPVA, em dado Estado da Federacao, hd, certamente, uma lei ordindria estadual que o instituiu e que deverd veicular, talvez, um possivel aumento; e (IM) se hé um ITR, na Federagdo, hd, seguramente, uma lei ordindria federal que o instituiu e que deverd veicular, porventura, um possivel aumento. Vé-se, dessarte, que a lei consentida & aquela emanada da entidade titular da competéncia tibutéria correspectiva. Tal fenomenologia sinaliza a unicidade das Casas Legislativas, cujo aprofundamento seré feito em momento ulterior, no estudo da Competéncia Tributdria, todavia pode agora ser sucintamente prenunciado: (I) o tributo federal, dependendo de lei ordindria federal, proviré de ato do Congresso Nacional; (I) 0 tributo estadual, dependendo de lei ordindria estadual, proviré de ato da Assembleia Legislativa (ou da Camara Legislativa, para o Distrito Federal); e, por fim, (II) 0 tributo municipal, dependendo de lei ordindria municipal, provird de ato da Cémara de Vereadores (ou da Camara Legislativa, para o Distrito Federal). Todavia, ha casos excepcionais de tributos federais que, obedecendo ao postulado da legalidade tributéria, avocam o processo elaborativo desencadeado pela maioria absoluta dos representantes do Poder Legislativo Federal, a saber, a edicao de lei complementar. Com efeito, no Brasil, é juridicamente possivel a criacdo de certos tributos por meio de leis complementares. Note 0 item (adaptado) considerado CORRETO, em prova realizada pela UNOESC, para o cargo de Agente Fiscal Tributario Externo da Prefeitura Municipal de lraceminha/SC, em 2016: (Siig 02s art seTeeegacena SS TASCSSNSESIOSD | >¢ Segundo a literalidade do texto constitucional, sao eles: 1. Imposto sobre Grandes Fortunas (art. 153, VII, CF); Note 0 item considerado CORRETO, no concurso realizado pelo CespelUnB, para o Exame de Ordem da OABYSP, em 2008: *O imposto sobre grandes fortunas deve ser instituido por lei complementar’ Observagao: item semelhante foi considerado CORRETO, em prova realizada pelas seguintes Instituigées: (I) Cespe/UnB, para o cargo de Procurador do Estado da Paraiba, em 2008; (ll) FGV, Sefaz/MT, para o cargo de Auditor Fiscal Tributério da Receita Municipal, em 2014; (Ill) CEMAT, para o cargo de Advogado da Preteitura de Pompeia/SP, em 2016, 2. Empréstimos Compulsérios (art. 148, Ie Il, CF); Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pela Consulplan Consultoria, para 0 cargo de Titular de Servigos de Notas e de Registro (TJ/MG), em 2015: “Nao & necessério lei complementar para instituir empréstimos compulsérios” 3. Impostos Residuais (art. 154, I, CF); Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pelo TRF/4* Regio, para o cargo de Juiz Federal Substituto (XVI Concurso), em 2016: “A instituicéo de ‘imposto inominado’, de competéncia residual da Uniéo, poderé ocorrer ‘mediante lei complementar ou ordindria, desde que seja néo cumulativo e néo tenha fato gerador ou base de calculo prdprios dos discriminados na Constituicéo Federal. 4, Contribuigées Social-previdencidrias Residuais (art. 195, § 4°, CF c/c art. 154, I, CF). Tem-se afirmado na doutrina que as leis complementares visam “complementar” 0 texto constitucional. De um modo geral, observa-se que o constituinte, originério ou reformador, atrela a lei complementar certas matérias de especial importancia, tendentes a um dado grau de polemizacao, para cujo regramento seria prudente a obtengdo de um maior consenso entre os parlamentares. Verifique que, nos casos acima expendidos, tal consenso se mostra inafastével, uma vez que encerram situacdes “limitrofes”, vocacionadas a instabilidade na relagao juridica obrigacional tributéria, quando se pensa, por exemplo, em atingir as fortunas vultosas ou mesmo o patriménio privado pela tributagao residual, Assim, evidencia-se que a lei complementar se pée como instrumento de utiliz ago excepcional, 0 que faz com que o legislador constituinte, pretendendo que tal matéria seja por ela disciplinada, estabeleca previsdo explicita no texto constitucional, ressalvados casos esparsos, que avocam uma interpretagao sistematica (vide art. 150, VI, “c”, parte final, CF). Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pela FCC, para 0 cargo de Procurador de Contas do Tribunal de Contas do Estado de Roraima (TCE/RR), em 2008: °O principio da estrta legalidade que rege o Direito Tributério patrio dispée que a instituicéo ou majoragéo de tributos depende de lei. Neste sentido, somente a lei ordindria é fonte insttuidora de tributos" Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pela FGV, para o cargo de Auditor (CGE/MA), em 2014: “A lei complementar s6 de forma excepcional é utiizada para criar tributos'. Quanto ao conceito de “maioria absoluta”, necessria 4 aprovacdo de uma lei complementar, nao é demasiado exemplificar que, havendo 113 parlamentares ocupantes de cargos eletivos existentes na Casa Legislativa, a maioria absoluta seré formada pelo mimero inteiro imediatamente superior 8 metade ou & metade fracionada do total de parlamentares existentes, ou seja, 57 representantes. Diversamente, a aprovacao de uma lei ordindria, nessa mesma Casa Legislativa, nao careceré de tantos votos, mas necessitaré igualmente mimero inteiro imediatamente superior & metade ou 4 metade fracionada do total de parlamentares presentes & sesso (quorum de instalacdo), ou seja, da intitulada “maioria simples”. Exemplo: Casa Legislativa Alfa: Maioria Absoluta: entre 113 Parlamentares Existentes Resposta: 57 parlamentares Maioria Simples: entre 87 Parlamentares Presentes Resposta: 44 parlamentares E facil perceber que a aprovacao de uma lei complementar demanda maior esforco, 0 que a torna naturalmente mais estavel, em face da eventual tentativa de modificac¢ao ulterior. Por fim, registre-se que, segundo 0 art. 62, § 1°, III, CF, inserto pela EC n, 32/2001, (a8 imatétias) “abenes& lei complement nfo porto ser objeto de media provsdrla, Pat se afr que svn inconstitucional, por exemplo, um empréstimo compulsério ou, mesmo, uma residual contribuigdo social-previdencidtia, instituidos por medida proviséria, Note 0 item considerado INCORRETO, no concurso realizado pela FCC, para 0 cargo de Procurador do Tribunal de Contas de Alagoas, em 2008: "O chefe do Poder Executivo poderd, através de medida provisdria, instituir empréstimo compulsério das despesas extraordindrias decorrentes de calamidade piblica’. Note o item (adaptado) considerado CORRETO em prova realizada pela Vunesp, para o cargo de Procurador Juridico da Prefeitura de Aluminio/SP, em 2016: “De acordo com o principio da legalidade tributéria previsto na Constituigéo Federal do Brasil (CFB), uma espécie tributéria que néo passivel de insttuicéo por Medida Proviséria é 0 ‘empréstimo compulsério”. Ainda sobre o ato de instituir o tributo, calha assinalar que & imperioso que na lei tributéria se estabelecam, com clareza meridiana, todos os elementos configuradores da relacéo obrigacional tributéria, v.g., 0 quanto se deve pagar; quem deveré proceder ao pagamento; por que se deve pagar; 0 nus imposto para quem nao pagar; entre outros indicadores8. 3 ALEGALIDADE ESTRITA Em outras palavras, a lei que institui um tributo deve conter, na esteira do art. 97 do CTN, elementos obrigatérios, conforme se nota no preceptivo abaixo reproduzido: At 97. Somente a lei pode estabelecer: | ~a instituigao de tributos, ou a sua extingdo; II a majoraco de tibutos, ou sua reducao, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 87 65; IIL- a detinigéo do fato gerador da obrigagao tributéria principal, ressalvado o disposto no inciso | do § 3° do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV~ a fixagao de aliquota do tributo e da sua base de cAlculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; \V- a cominagao de penalidades para as ages ou omissées contvérias a seus dispositivos, ou para outras infragées nela definidas; Vi--as hipdteses de exclusio, suspensao e extincao de créditos tributérios, ou de dispensa ou redugao de penalidades. Desse modo, o art. 97 do CTN, veiculando nitidas explicitagées do preceito constitucional, sinaliza a necessidade de composigao de uma lista taxativa (numerus clausus) de rudimentos configuradores da estrita legalidade, a seguir expendida: Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pela Universidade Estadual do Ceara (UECE), para o cargo de ‘Auditor Fiscal da Prefeitura Municipal de Taua/CE, em 2008: “Séo prerrogativas legais em matéria trbutéria, ficando re- servada, exclusivamente, @ Lei estabelecer: insttuicéo de tributes; extingéo de tributos; excluséo do crédito tributério € cominagéo de penalidades” Conforme se notou no art. 97, I ao VI, do CTN, sao prerrogativas legais em matéria tributaria, ficando reservadas, exclusivamente, a lei estabelecer: instituicao de tributos; suspensao, extingdo e excluséo do crédito tributério; cominagao de penalidade; fixago de aliquota e de base de célculo; definiggo de fato gerador da obrigacao principal e de sujeito passivo. Quanto 4 “majoracao de tributos”, hé ressalvas descritas nos §§ 1° e 2° do préprio art. 97, cujo detalhamento seré feito em t6pico ulterior. Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pela Universidade Estadual do Ceara (UECE), para o cargo de Auditor Fiscal da Prefeitura Municipal de Taué/CE, em 2008: “Séo prerrogativas legais em materia tributéria, ficando reservada, exclusivamente, & Lei estabelecer:instituicdo de tributos; majoracéo de tributos; excluséo do crédito tributario e cominagéo de penalidades” Tal composicao exaustiva tem sido rotulada pelos teéricos, na forma de variadas denominacées, a saber: Estrita Legalidade, Tipicidade Fechada (Regrada ou Cerrada) e Reserva Legal. Note o item (adaptado) considerado INCORRETO, na prova realizada pela FCC, para o cargo de Agente Fiscal de Rendas (Sefaz/SP), em 2013: "E uma das limitacdes constitucionais ao poder de tributar: a Tegalidade tributéria estrta’,incluida na Constituicdo Federal de 1988 pela EC n. 42, de 19 de dezembro de 2003" Impende mencionar que o intitulado princfpio da tipicidade nao € auténomo perante o principio da legalidade tributéria, mas “um coroldrio do principio da legalidade”, segundo Ricardo Lobo Torres9. Na trilha de Alberto Xavier 10, “antes é a expressdo mesma desse principio, quando se manifesta na forma de uma reserva absoluta de lei”, nos contornos da seguranga juridica. Para Sacha Calmon Navarro Coélho, o principio da tipicidade, dizendo respeito ao contetido da lei, é uma extensio légica do principio da legalidade material. Note o item (adaptado) considerado CORRETO, em prova realizada pela FGV Projetos, para o cargo de Juiz Substituto de Carreira do Para (TJIPA), em 2009: “E principio constitucional tributério, estando lteralmente expresso na Constituicéo, 0 da tipicidade” ‘A tipologia da lei tributéria, sendo fechada e exauriente, remete o intérprete & nocao de tipo ou de tipificagdo, em um elevado grau de determinagao conceitual e fixacdio de contetido 11, 0 que implica ao aplicador da regra que submeta as matérias ali discriminadas 4 moldura legal, sob pena de violacao da estrita legalidade. Ives Gandra da Silva Martins 12 assevera que “é fechada a tipicidade de tributo e pena. E absoluta a reserva da lei. Sua veiculagdo normal deve conter toda a informacao necessdria para a aplicacéo da norma”. Ou, ainda, nos dizeres de Sacha Calmon Navarro Coélho 13: “A tipicidade tibutéria é cerrada para evitar que o administrador ou o juiz, mais aquele do que este, interfiram na sua modelacao, pela via interpretativa ou integrativa”. Nesse passo, nao basta que se disponha na lei que um dado tributo fica assim instituido, deixando-se, por exemplo, para um ato infralegal a indicacao da aliquota, da base de célculo, do sujeito passivo ou do fato gerador. Ou, em outro giro, se houver omissdo ou obscuridade quanto a esses elementos essenciais, descabe ao administrador e ao juiz integrarem a lei, colmatando a lacuna por analogia. Pretende-se, sim, que a lei tributéria proponha-se a definir in abstracto todos os aspectos relevantes da fisiologia do tributo, para que se possa, in concreto, identificar 0 quanto se pagard, por que se pagard, a quem se pagard, entre outras respostas as naturais indagades que se formam diante do fenémeno da incidéncia. Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pela CS-UFG, para o cargo de Procurador (ALIGO), em 2015: "A legalidade tributéria corresponde ao ‘principio da reserva legal, dado que toda imposicéo tributaria, em cada um dos aspectos do fato gerador, deve necessariamente estar prevista em lei no sentido estrto” Desse mio, le wibutia devers tka, com lim clare, por exemplo, aqua, a base de Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pela Universidade de Perambuco (UPE/CONUPE), para 0 cargo de Agente Fiscal de Tributos da Prefeitura de Camaragibe/PE, em 2008: “O tributo sé pode ser insttuido por lei formal, em sentido estrito, porém a definicéo da base de célculo se efetiva através da edigao de ato normativo do Chefe do Poder Executivo’ Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pela FCC, para o cargo de Procurador do Municipio de Campinas, em 2016: “Em relacdo & base de célculo, néo se submete a legalidade e & anterioridade tributéra’ Uma fértil discusso acerca do tema tem sido travada na doutrina e nos tribunais ¢ 0 prazo para pagamento do tributo é ou ndo componente da reserva legal. Em outras palavras, tem-se questionado se € possivel a alteracdo da data de pagamento do tributo por um ato normativo infralegal, v.g., uma portaria. O STF tem entendido que o Poder Executivo detém competéncia para expedir ato infralegal fixando 0 prazo de pagamento do tributo, ao fundamento de que a fixagdo de prazo para recolhimento das exacdes tributérias nao é matéria reservada 4 lei. Note os entendimentos jurisprudenciais: Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pelo Tribunal de Justia de Santa Catarina (TJ/SC), para 0 cargo de Juiz de Diteito Substituto de Santa Catarina, em 2009: “Segundo orientacdo dominante do STF, 0 prazo para pagamento de tributo deve estar definido em lei no sentido formal’ EMENTA: (..) © Tribunal, por maioria, conheceu do recurso e the deu provimento, declarando a constitucionalidade do art. 66 da Lei n. 7.450/85 que atribuiu a0 Ministro da Fazenda competéncia para expedir portaria fixando o referido prazo, a0 fundamento de que a fixagéo de prazo para recolhimento do tributo néo é matéria reservada @ lei. Vencidos os Ministros Marco Aurélio, Sepilveda Pertence e Carlos Velloso, por entenderem que a disciplina sobre prazo de recolhimento de tributos sujeita-se & competéncia legislativa do Congresso Nacional. (RE 140.669/PE, rel. Min. lIlmar Galvao, j. em 02-12-1998) (Grifos nossos) EMENTA: (...) Alegacdo descabida. Prevista, no dispositivo legal sob enfoque, a atualizacéo monetiria dos débitos de ICMS, no ha como se falar, no caso, em ofensa ao principio da legalidade. De outra parte, no se compreendendo no campo reservado a lei, pelo Texto Fundamental, a definicéo do vencimento e do modo pelo qual se procederd a atualizacao monetaria das obrigagSes tributirias. (RE 172.394/SP, rel. Min. Marco Aurélio, j. em21-06-1995) (Grifos nossos) EMENTA: (...) Improcedéncia da alegacao, tendo em vista néo se encontrar sob o principio da legalidade estrita e da anteriotidade a fixagao do vencimento da obrigagao tributéria; j& se havendo assentado no STF, de outra parte, 0 entendimento de que a atualizacao monetéria do débito de ICMS vencido nao atronta o principio da néo cumulatividade (RE 172.394). Recurso néo conhecido. (RE 195.218/MG, rel. Min. Ilmar Galvo, j. em28-05-2002) (Grifos nossos) E salutar, todavia, em abono da dialética, observarmos os sedutores argumentos expendidos nos votos vencidos dos eminentes Ministros Marco Aurélio e Septilveda Pertence, no RE 140.669-PE/98 14, demonstrando que os insignes julgadores se opuseram a ideia de que o prazo para pagamento pode ser disciplinado por ato infralegal. Aduzem que nao tem cabimento, de um lado, a exigéncia da legalidade para a formatacao de todos os angulos estruturais do tributo, e, de outro lado, a sua dispensa no momento da consumacao do sacrificio patrimonial do contribuinte. Observe os selecionados trechos dos votos: Voto do Ministro Marco Aurélio: “(..) A seguranga juridica, a relagao entre Estado e contribuinte reclama estabilidade somente possivel de ser garantida via observancia irrestita ao mecanismo préprio que € 0 revelado pela edigéo de lei em sentido formal e material, isto tendo em vista a competéncia abrangente do Congresso Nacional para disciplinar a arrecadacao de tributos’. E citando Geraldo Ataliba e José Artur Lima Goncalves 15, prossegue: “..) tais autores ressatam que o espago de tempo para a satistago do tributo muito tem a ver com o valor respectivo, sendo que a fixacdo de prazo para cumprimento de obrigagao tibutaria ndo ¢ matéria administrativa. Em titima andlise, segundo os citados tributaristas, © prazo para o recolhimento ‘é tdo juridicamente relevante quanto & base de célculo e a aliquota, para determinacao do quantum’. (...) A cobranga do tributo é uma atividade vinculada a lei, razéo pela qual se mostra descabida constitucionalmente delegacao que implique a possibilidade de, conforme a situacdo do caixa, vir a ser fixado, por ato do Ministro de Estado da Fazenda, este ou aquele prazo (...)° Voto do Ministro Septilveda Pertence: “(..) Certo, a arrecadagao tributéria é matéria essencialmente administrativa. Por isso — como 0 dogma da indelegabilidade efetvamente ndo pode ser levado as uitimas consequéncias — malgrado reservada a lei, a matéria compottaré desenvolvimento regulamentares, no campo préprio do regulamento — independentemente de autorizacao legal expressa — que é o da ordenacéo de atividade administrativa, fundada no poder hierdrquico que the é essencial. Nao disso, porém, que se cogita aqui, mas da disciplina de prisma substantivo da relacdo entre os drgaos de arrecadacdo tributéria e 0 contribuinte, qual o tempo do cumprimento de sua obrigagao: dada a sua inegavel relevancia, néo hd como subtraflo da reserva constitucional lei da regéncia da arrecadacao de tributos (..)" De nossa parte, entendemos que o prazo para recolhimento do tributo, conquanto ausente na lista exaustiva dos elementos configuradores da reserva legal, constante do art. 97 do CTN, apresenta-se como rudimento substancial para a completude da lei tributéria, ao indicar o étimo de tempo em que se deve adimplir, com pontualidade, a obrigacao tributéria. Deixar tal determinagdo ao alvedrio do Poder Executivo, ao sabor da discricionariedade, é sufragar o perene estédio de inseguranga juridica, acintosa ao elemento axiol6gico justificador do postulado da estrita legalidade. Por outro lado, recomendamos que, para concursos piblicos, deve o leitor se manter fiel a lista exaustiva de elementos tfpicos da lei tributéria, concebendo o praxo para pagamento do tributo como item nao adstrito a reserva legal. Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pela FGV, para o cargo de Auditor Fiscal Tributério da Receita Municipal (Sefaz/MT), em 2014: *De acordo com 0 Cédigo Tributério Nacional (CTN), a data de recolhimento de um tributo 6 tema reservado a um Decreto” Note o item considerado INCORRETO, em prova realiza pelo PGE/GO, para o cargo de Procurador do Estado, em 2013: “Em decorréncia do principio da legalidade tributéria, 0 prazo para pagamento do tributo deve ser estabelecido em lei em sentido estrte, isto é, ato emanado do Poder Legislative na medida em que consolidado, ‘no taxation without representation”. Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pela FCC (certame anulado), para o cargo de Procurador do Estado de Sdo Paulo — Nivel | (PGE/SP), em 2009: °O prazo de recolhimento de um imposto s6 pode ser fixado por meio de lei. Este tem sido o posicionamento adotado pelas principais Bancas Examinadoras, a saber, Esaf, Vunesp e Cespe/UnB (atual Cespe/Cebraspe). Curiosamente, 0 TRF da 3* Regido, em provas realizadas para o cargo de Juiz Federal Substituto, tem adotado posicionamento diverso — em mais de uma prova! — entendendo que um decreto que reduz prazo de recolhimento € inconstitucional, uma vez que 0 prazo integra as exigéncias do principio da legalidade, sendo vedado ao decreto tratar dessa matéria. Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pelo TRF/3* Regio, para o cargo de Juiz Federal Substituto: “Decreto federal que reduz o prazo de recolhimento do imposto sobre a renda é inconstitucional, porque o prazo integra as exigéncias do principio da legalidade" Vale destacar, ademais, que exsurgem outros bons exemplos de matérias que passam ao largo da estrita legalidade, Sao eles: 3.1 A estipulagdo de obrigacées acessérias (art. 113, § 2°, CTN) Art. 113. Aobrigagao tributaria é principal ou acesséria.(..) & 2% Acbrigagdo acessiria deco da legisago trbutriae tem por objeto as prestagées, postias ou negates, nea press no itresse da arecadacfo ou da iscalzacéo dos tutes. Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pelo Instituto AOCP, para o cargo de Advogado da Prefeitura Municipal de Juazeiro/BA, em 2016: °A ‘obrigacéo acesséria' decorre da legislagéo tributéria e tem por objeto 0 pagamento das multas decorrentes da fiscalizacéo dos tributos”. ‘As obrigages acessérias, intituladas “deveres de contorno”, segundo o jurista italiano Renato Alessi, citado por Geraldo Ataliba, referem-se aqueles deveres instrumentais do contribuinte, que gravitam no entorno do tributo, na esteira das relacOes jurfdico-tributérias, de cunho nao patrimonial. Nesse passo, as obrigagdes tributérias acessdrias, consistentes nas prestagdes positivas ou negativas, de interesse da arrecadagao e fiscalizagio dos tributos, podem ser previstas em atos infralegais (portarias, circulares, instrugdes normativas, entre outros), € néo necessariamente em lei — esta, sim, necesséria A veiculacdo dos deveres patrimoniais, insitos 8 obrigagdo tributéria principal (art. 114 do CTN). Tal entendimento vai ao encontro da chancela do estimado Hugo de Brito Machado 16, para quem as obrigacdes acessdrias devem ser meros deveres instrumentais — adequados, necessdrios e nao excessivos —, empregados no intuito de se aferir se as obrigacdes principais (estas, sim, previstas em lei) esto sendo adimplidas. Dessa forma, a multa pelo descumprimento de obrigacao acesséria deve se adstringir a lei tributéria (art. 97, V, CTI), mas nao a prépria obrigacdo acesséria. Nesse passo, evidencia-se a obrigagdo acessdria, em seu viés instrumental, como uma obrigacdo imposta para a fiel execugdo de uma lei, que, por sua vez, impde a obrigacao principal (v.g., fiscalizagio do IRPF, a partir do montante declarado na Declaragao do Imposto de Renda ~ DIRPF). O STJ tem assim entendido, como se nota no didatico trecho extraido do voto do Ministro Relator Castro Meira, no RMS 17.940/MT, 2° Turma, em 10-08-2004: *(..) ALC n. 87/96, que dispée sobre o ICMS, da mesma forma, dita que ‘o direito de crédito para efeito de compensacéo com débito do imposto, reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para 0 qual tenham sido prestados os servicos, esta condicionado a idoneidade da documentacao e, se for 0 caso, & escrituragao nos prazos e condigdes estabelecidos na legislacao (art. 23). Como se vé a legislagdo federal prevé limitacdes e autoriza a criagéo de ‘mecanismos para combater a sonegacéo fiscal. Assim, as condigées para o controle do ICM S impostas pela norma mato- grossense néo comportam vicios de legalidade.(..) A portaria estadual néo esté criando ou majorando a aliquota do ICMS, mas esté instituindo obrigacéo acesséria a este tributo: 0 fato gerador da obrigacao acesséria é qualquer situacdo que, na forma da legislagao aplicavel, impée a pratica ou a abstenco de ato que nao configure obrigacdo principal (CTN, art. 115). Nos termos do Cédigo Tributério Nacional, esse fato gerador pode ser definido pela legislagdo e ndo apenas pela lei. Nao hd, pois, 0 maiferimento do citado principio constitucional porque 0 Cédigo Tributario Nacional, em seu art. 113, § 2°, possibilta a instituigdo desta espécie de obrigacéo tributéria por legislacéo de forma ampla.(...) De fato, a exigéncia de preenchimento, pelo contribuinte, de formulétios de pedidos de autorizacao e utlizagao de créditos do ICMS é legal. Pode o Estado criar obvigacéo acesséria, com o fim de exercer suas fungdes de controle e fiscalizagao,- ainda que por mero ato administrativo, como € a portaria, jé que o CTN se refere & ‘legislacéo tributéria, e néo a le. (..) Nesse sentido esta Corte tem precedentes, dos quais destaco: ROMS 8.254RJ, rel. Mn. Eliana Calmon, DJU de 29-11-1999; e REsp 89.967/RJ, rel. Min. Ari Pargendler, DJU de 18-05-1998". (Grifos nossos) Ou, ainda, no trecho da seguinte ementa: EMENTA: EMBARGOS DE DECLARACAO. MULTA ATRASO NAENTREGADADCTEF (..) 3. Ainstrugéo normativa 7396 estabelece apenas os regramentos administrativos para a apresentagao das DCTF's, revelando-se perfeitamente legitima a exigibiidade da obrigagéo acesséria, néo havendo que se falar em violacéo ao principio da legalidade. 4. Embargos de declaragao acolhidos para sanar erro material. (EDcl nos EDcl no AgRg no RE 507.467 - PR, STJ, 1° T., j. em 05-05- 2005). (Grifos nossos) 3.2 Aatualizagao monetaria do tributo (art. 97, §§ 1° e 2°, CTN) Art, 97. Somente a lei pode estabelecer: 0 teor do reterido dispositive foi solictado em prova realizada pela FEPESE/UFSC, para 0 cargo de Fiscal da Fazenda do Municipio de Balnedrio Camboria, em 2008. () § 1°. Equipara-se & majoracao do tributo a modificagao da sua base de célculo, que importe em torné-lo mais oneroso. | S/22/ NG COnSHRUTTRRjOFAEAO|UETHIBUEG, para os fins do disposto no inciso i deste artigo, GHIEAGEG WOVAIOR NORE WA) ‘A atualizacdo monetéria do tributo, quando obedecer a indices oficiais de correcao de dado periodo, devida e publicamente revelados, seré inequivoca atualizacao. Note 0 item considerado CORRETO, em prova realizada pela FUNRIO, para o cargo de Procurador Municipal de Trindade/GO, em 2016: “A atualizacéo anual da base de calculo do IPTU, com base em indices oficiais de inflagéo, podera ‘ser procedida por ato do Poder Executivo” Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pela Vunesp, para o cargo de Agente Fiscal Tributério da Prefeitura Municipal de Suzano/SP, em 2016: “Constitui majoracdo de tributo a atualizacéo do valor monetério da respectiva base de célculo’. Observagdo: item semelhante foi considerado INCORRETO, em provas realizadas pelas seguintes InstituicSes: (I) FEPESEIUFSC, para o cargo de Fiscal da Fazenda do Municipio de Balneério Camborid, em 2008; (ll) FCC, para o cargo de Procurador do Estado de Sao Paulo - Nivel |- PGE/SP — Certame anulado, em 2009, Diversamente, se, sob a capa da “atualizagéo”, forem utilizados indices acima da correcdo monetéria do periodo em anilise, nao se terd atualizagéo, mas induvidoso aumento de tributo. Daf se dizer que, no primeiro caso — em que hi legitima atualizagdo — ndo hé majoragao do tributo, permitindo-se o tranquilo uso de atos normatives infralegais. De outra banda, no segundo caso, em que ha falsa “atualiz aco” — e verdadeira majoracao do tributo -, hé de se ter a lei, como conditio sine qua non, sob pena de eiva de legalidade tributaria. Note 0 item considerado INCORRETO, no concurso realizado pelo TRF/3* Regido, para o cargo de Juiz Federal ‘Substituto: “A atualizacdo monetéria da base de célculo do tributo, por decreto, é sempre ofensiva & limitacéo ao poder de tributar’ ‘A esse propésito, impende citar a Stimula n. 160 do STJ, segundo a qual “é defeso, ao Municipio, atualizar 0 IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao indice oficial de corre¢do monetéria” Em tempo, frise-se que o STE, em 2013, considerou inconstitucional a majoragdo, sem edicao de lei em sentido formal, do valor venal de iméveis para efeito de cobranca do IPTU, acima dos indices oficiais de correcio monetiria (RE 648.245/Reperc. geral, rel. Min. Gilmar Mendes, Pleno, j. em 1°-08-2013). ‘A titulo de exemplificagao, observe as situacdes abaixo, que reproduzem assertivas solicitadas em provas de concursos ptiblicos: a) “Determinado municipio brasileiro estabeleceu, por portaria expedida pela secretaria municipal da fazenda, que a atualizacaio monetéria do IPTU seria feita com base no indice oficial de corre¢ao, acrescido de 0,5% ao més. Nessa situagao, ¢ licita a alteracao feita por portaria, tendo em vista que ndo se trata de majoracao de tributo”. Aassertiva foi considerada INCORRETA, no concurso realizado pelo Cespe/UnB, para 0 cargo de Procurador Municipal de Nata/RN, em 2008, b) “Um Prefeito Municipal, através de Decreto, corrige a base de célculo do IPTU em 45% (quarenta e cinco por cento), em 31 de dezembro de 2007, para que seja aplicada a nova base de célculo a partir de 1° de janeiro de 2008. Esta medida é inconstitucional, porque a correcdo monetiria depende da indicagéo de indice de corrego monetéria, enquanto no fato apresentado hove verdadeira majoracao da base de célculo, violando, portanto, o principio da legalidade”. Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pela FCC, para o cargo de Procurador do Municipio de Sao Paulo, em 2008. A assertiva foi considerada INCORRETA, no concurso realizado pela FGV Projetos, para o cargo de Procurador do Tribunal de Contas do Municipio do Rio de Janeiro, em 2008. ©) “Nao constitui majoragdo de tributo a atualizagdo do valor monetério da respectiva base de cAlculo. No caso do IPTU, pode ser atualizada por decreto do prefeito, ainda que o indice da atualizacao seja um pouco superior ao indice de inflagao oficial do governo”. 4) “O Poder Executivo de uma unidade da federagao resolveu atualizar, aplicando indice oficial de corregio monetéria, pauta de valores imobiliérios, aprovada no ano anterior pela casa legislativa, e cobrar 0 novo valor do IPTU dos contribuintes. Nesse caso, é possfvel afirmar que somente a casa legislativa poderia cobrar novo valor, pois hé cobranga de tributo sem lei nova para sua instituigao. Poder Executivo nao possui competéncia para estabelecer o novo valor da pauta, mesmo que seja para aplicar corregdo monetéria em valor anterior disposto em lei. Portanto, ha ilegalidade no estabelecimento de valor atualizado pela correcao monetéria da pauta de valores imobilidrios para fins de cobranca do IPTU”. Aassertiva (adaptada) foi considerada INCORRETA, em prova realizada pela Fundacdo Universa (Funiversa), para 0 cargo de Advogado da Agéncia Reguladora de Aguas, Energia e Saneamento Basico do Distrito Federal (ADASADF), em 2009 O Principio da Legalidade Tributéria comporta uma atenuacao ou mitigaco — ou, simplesmente, (RRP para alguns doutrinadores. Note 0 item considerado INCORRETO, em prova realizada pela PUC/PR, para 0 cargo de Juiz Substituto (TJ/PR), em 2014: “Da itradiagéo dos valores constitucionais para todo o sistema juridico, é possivel afirmar que inexistem hipdteses de mitigagéo ou atenuagao do Principio da Legalidade Tributaria’ Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pela MPEIGO, para 0 cargo de Promotor de Justica Substiuto, em 2014: *O principio da legalidade é uma protegéo contra 0 poder arbitrério do Estado de cobrar triutos criados por ei estd sujeito 4 mitigacéo” Note o item considerado CORRETO em prova realizada pela Serctam, para 0 cargo de Assistente Juridico da Prefeitura de Quixada/CE, em 2016: °O principio da legalidade tributéria comporta atenuacéo ou mitigagées” Falar em “excecaio” ao principio em tela parece no ser a melhor exegese dos preceptivos que ressalvam a legalidade, haja vista referirem-se eles a exacdes tributérias que dependem de lei, mas que podem ter uma alteracao de aliquotas empreendidas por ato do Poder Executivo. A bem da verdade, todos os tributos estio sujeitos ao principio da legalidade, embora, em relago a alguns, sob as vestes de uma “aparente excecdo”, nos dizeres de José Eduardo Soares de Melo17, (6))principio Se) mostre ‘mitigado, com relago as aliquotas (¢ nio com relagio a base de célculo!). Sigpitica dizer que, em certas circunstincias ~ e dentro dos limites legais -, nao se submetem “completamente” ao principio da legalidade tributéria. Com efeito, ha limites legais, dentro dos quais 0 Poder Executivo alteraré as aliquotas dos tributos considerados “excecdes”. Frise-se que a “alteracdo de base de célculo”, aceita pelo art. 21 do CTN, nao foi recepcionada pelo art. 153, § 1°, da CF, permanecendo apenas a possibilidade quanto as alfquotas. Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pelo Fundatec, para o cargo de Procurador do Estado/RS, (PGES), em 2018 *0 princi da legaledetrbutra aplca-se a todos 0s tuto, mas se admit a atracéo da Evidencia-se, assim, que a terminologia mais burilada para o fendmeno em estudo deve ser aquela que sinaliza a “mitigacao” ou “atenuaao” 18 do postulado, e nao a “excecao”, propriamente dita. E vital destacar, no estudo da legalidade tributéria, que a doutrina tem lapidado a distingao entre lei material e lei formal. A lei material € a prépria norma, na condi¢ao de comando abstrato, geral e impessoal, dotado de hipoteticidade. Diz-se, assim, que determinada matéria se submete & chamada “reserva de lei material” ou “reserva material da lei”. Por outro lado, a lei formal é 0 ato normativo que detém a forma de lei. Assim, destaca-se como 0 comando que deve ser formulado por 6rgfo titular da funcao legislativa, na condigao de ato juridico emanado pelo Poder Competente, segundo a forma estabelecida no texto constitucional. Diz-se, pois, que se trata de “reserva de lei formal” ou “reserva formal de lei” 19. ‘A partir desse trago distintivo, nota-se que o ato que tema “forma de lei” ~a lei formal — nem sempre indicard a presenga da lei em sentido material. Ademais, é fécil perceber que as ressalvas & legalidade tributéria, quando veiculadoras de uma atuagdo do Poder Executivo na seara tributacional, sdo verdadeiras ressalvas 4 “reserva da lei formal”, e nao a “reserva da lei material”. Seq oat. 15, § 1° CF, s SS pao Ge ASG ea RagSS (0 sedsidas) por ato do Poder Exectivo Federal, oq sea comamente por crt presidencil ot Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pela Fundep, para 0 cargo de Auditor fiscal da Receita Municipal da Prefeitura Municipal de Uberaba/MG, em 2016: “Como forma de incentivo fiscal, existe uma restricéo ao ente puiblico que veda a alteracéo das aliquotas dos tributos sobre: (I) importacéo de produtos estrangeiros; (Il) exportacéo, para 0 exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; (Ill) produtos industrializados; (IV) operagées de crédito, cémbio e ‘seguro, ou relativas a ttulos ou valores mobildrios”. Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pela Fundatec, para o cargo de Procurador do Estado (PGE/RS), em 2015: “O principio da legalidade tributéria aplica-se a todos os tributes, mas se admite a alteracéo da aliquota de certos impostos federais, de cardter extrafiscal, desde que sejam atendidas as condicées e os limites estabelecidos em le Como se estudou, € defeso a lei instituir o tributo sem Ihe precisar a alfquota, por exemplo, porquanto € de sua exclusiva competéncia descrever todos os aspectos da hipétese de incidéncia. Definindo-se a aliquota, como elemento essencial a reserva legal, é admissivel que o Poder Executivo provoque uma alteracao em sua fisionomia. Isso nao significa que o Poder Executivo desfrutaré de poder para fixar a aliquota a seu bel-prazer, mas de mera autorizacao para flexibiliz4-la, segundo os parametros legais (maximo e minimo, teto e piso, e ndo apenas um patamar destes). Tais balizas podem ser amplas, mas nao serao ilimitadas. Exemplo: Lei do Imposto de Exportacao estipula aliquota de 20% para um certo bem exportivel. Pode o Poder Executivo reduzi-la para dez (10%) e, se quiser, retornd-la a seu patamar méximo (20%) 20. Dessarte, ndo se trata de atuagdo arbitréria da autoridade administrativa, mas de nftida “atuag@o legalmente cercada”, em que hé uma moldura ou circunferéncia tracada pela lei. Enquanto nao exercida a possfvel alteracaio pelo Poder Executivo, deveré prevalecer aquela aliquota prevista na lei. Insta frisar que, “se quem pode o mais, pode o menos”, a atuagdo do Poder Executivo nao esté adstrita apenas & majoracao das alfquotas, mas também a sua reducdo. Com efeito, tais impostos, ditos “flexiveis”, abrem-se para o manejo de alfquotas no intuito de regulacao do mercado ou da economia do Pais. Daf se dizer que tais exagGes so gravames regulatorios ou reguladores de mercado, Note o item considerado CORRETO, no concurso realizado pelo Cespe/UnB, para o cargo de Procurador do Estado (PGE/ES), em 2008: *Considere que um decreto presidencial tenha majorado a aliquota do imposto sobre a importacéo de determinado bem de 10% para 200%. Nesse caso, por se tratar de tributo com funcéo extrafiscal de controle da balanga comercial, a referida majoragao ndo fere 0 principio do néo confisco’. 4.1 A mitigagao da legalidade tributaria e a extrafiscalidade Com base nas premissas apresentadas, é possivel entender a Idgica de tal flexibilidade, de que dispoe © Poder Executivo, no manejo das aliquotas, prescindindo-se da anuéncia do Poder Legislativo. Tais impostos sao dotados de extrafiscalidade — poderoso instrumento financeiro empregado pelo Estado a fim de estimular ou inibir condutas, tendo em vista a consecucao de finalidades nio meramente arrecadatérias. Note que a extrafiscalidade orienta-se para fins outros que ndo a captacao de recursos para o Erdrio, visando corrigir externalidades. De fato, os impostos mencionados — II, IE, IPI e o OF — atrelam-se & ordenacdo das relagdes econémico-sociais, servindo para a interven¢do em dados conjunturais e estruturais da economia, Note o item considerado CORRETO em prova realizada pela FGV, para o cargo de Analista Administrativo (PROCEMPA), em 2014: “A carga tributéria da pessoa juridica ‘Relevancia Ltda.'é majorada validamente por meio de decreto que eleva a aliquota de IOF que incide sobre sua atividade econémica’. Note o item considerado INCORRETO, no concurso realizado pelo Cespe/UnB, para o Exame de Ordem da OABISP, em 2008: “As aliquotas do OF somente podem ser modificadas por lei em sentido estrito’ Exemplo: quando hé necessidade de um equilibrio no mercado, 0 Poder Executivo Federal pode valer-se de um aumento de tais impostos regulatérios, a fim de que se fomentem comportamentos, como aquisigao de bens produzidos no Brasil (aumentando-se o II), controle de inflagao (aumentando-se o IOF) ou desestimulo a processos industriais (aumentando-se o IPI). Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pela Fundep, para o cargo de Advogado da Cémara Municipal de So Lourenco/MG, em 2016: “A majoracéo da aliquota do imposto sobre produtos industrializados (IPI) via ato do Poder Executivo fere 0 principio da legalidade, que determina ser vedado @ Unido, aos Estados, ao Distrito Federal ¢ aos Municipios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleca’ E fato que, por meio desse mecanismo, nao vai abolir o principio da legalidade, banindo-o por completo, mas apenas amoldurar 0 campo dentro do qual o Poder Executivo transitaré, deixando levé-lo as iltimas consequencias. E cedico que o Estado tributa com vista a auferir receitas, e, assim, a fiscalidade ganha prevaléncia significativa. Todavia, a extrafiscalidade, afastando-se do mecanismo de pura arrecadacao, objetiva corrigit anémalas situagdes sociais ou econdmicas, buscando o atingimento de objetivos que preponderam sobre os fins simplesmente arrecadatérios de recursos financeiros para o Estado. Vé-se, pois, que a fiscalidade, como funcao que demarca quase todos os tributos, visa a finalidade eminentemente arrecadatéria, representando o mero tréfego do montante pecunidrio, a titulo de tributo, que sai do patriménio do destinatério da exagdo de modo compulsdrio em dire¢ao aos cofres piblicos. Para Luciano Amaro21, a distinggo entre tributos com finalidade fiscal e tributos com finalidade extrafiscal reside no objetivo visado pela lei de incidéncia. O eminente autor relata-nos 0 que se entende por tributos extrafiscais: *(..) Segundo o objetivo visado pela lei de incidéncia seja (a) prover de recursos a entidade artecadadora ou (b) induzir comportamentos, diz-se que os tibutos tém finalidade arrecadatéria (ou fiscal) ou finalidade regulatéria (ou extrafiscal) Assim, se a insttuigéo de um tibuto visa, precipuamente, a abastecer de recursos os coftes piblicos (ou seja, a finaidade da lei é arrecadat), ele se identifica como tributo de finalidade arrecadatéria. Se, com a imposigdo, ndo se deseja arrecadar, mas estimular ou desestimular certos comportamentos, por raz6es econémicas, sociais, de satide etc., diz-se que o tributo tem finalidades extrafiscais ou regulatérias (..)" Diante do exposto, o princfpio da legalidade tributéria poderd ser mitigado, em situacao excepcional de extrafiscalidade, permitindo-se ao Poder Executivo a flexibilizagdo no manejo de alfquotas de certos gravames regulatérios. Dai, “a luz das disposigdes em vigor da Constituicéo Federal, nao ser possivel afirmar que qualquer tributo sé pode ter suas aliquotas aumentadas por lei”. Aassertiva (adaptada) foi solicitada em prova realizada pelo Tribunal de Justiga do Rio Grande do Sul (TJ/RS), para 0 cargo de Juiz de Direito Substituto do Rio Grande do Sul, em 2009. AEC n, 33/2001 wouxe 2 lume (iG ianG55 6 FSSA) PPREIO |G (Cegalidade TbUEGA, ambas igualmente justificadas no contexto da extrafiscalidade, abrindo espago a alteracao de alfquotas por ato do Poder Executivo. Confira: Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pelo Cespe/UnB, para 0 cargo de Assessor Juridico da Prefeitura Municipal de NataRN, em 2008: “As contrituicdes de intervencéo no dominio econdmico relativas as atividades de importacéo ou comercializacéo de petréleo e seus derivados, de gés natural e seus derivados e de élcoo! combustivel, | de competéncia da Unio, tém fungéo niticamente fiscal” (2 CDE-Combustivel!)a CIDE ¢ sigla designativa de “Contribuigéo de Intervengo no Dominio Econémico”. A CIDE-Combustivel ¢ tributo federal, instituido no Brasil, em 2001, a luz da EC n. 33, por meio da Lei n. 10.336/2001. Conforme o disposto no art. 149, § 2°, II, c/c art. 177, § 4°, I, “b”, parte inicial, ambos da CF, o Poder Executivo Federal poderé reduzir e restabelecer as aliquotas do tributo por meio de ato préprio — no caso, o decreto presidencial. Nao pode, portanto, ultrapassar este patamar origindrio de alfquota, sob pena de vicio de legalidade. Veja o comando: Art. 177, § 4°. Alei que instituir contibuigdo de intervengo no dominio econémico relativa as atividades de importagao ou comercializacao de petrdleo e seus derivados, gas natural e seus derivados e dlcool combustivel deverd atender aos seguintes requisitos: 1a aliquota da contribuig&o podera ser: (..) b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, (..) Assim, vale dizer que esta mitigagdo da legalidade tributéria consiste apenas na possibilidade de o Poder Executivo reduzir a alfquota e restabelecé-la ao limite maximo fixado inicialmente pela lei. A majoragao, emi, da aliquota da CIDE-Combustivel deve avocar a presenca da lei, passando ao largo da ressalva ora estudada. “2. TEMS-Combustivel: si a ica resalvaindicadora de tibuo no federal: os avo cinco tributos, pertencentes ao rol das ressalvas, como se notou, sao gravames federais. Ademais, a mitigacao nao se refere ao “ICMS” em si, mas a um tipo todo particularizado deste imposto — 0 ICMS- Combustivel, por nds assim intitulado. Observe o comando: Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pela Procuradoria Geral do Estado do Para (PGEIPA), para o cargo de Procurador do Estado do Para, em 2009: “A legalidade constitucional constitui garantia fundamental do contribuinte, contudo a propria Consttuigéo permite excegées como a alteragdes de aliquotas do ICMS pelo Poder Executivo’ Art. 155, § 4°. Na hipstese do inciso Xll,"h*, observar-se-& o seguinte: (..) IV ~ as aliquotas do imposto sero definidas mediante deliberacao dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2°, Xll, 9 observando-se 0 seguinte:(..) €) poderdo ser reduzidas e restabelecidas, (...) Art. 155, § 2°. O imposto previsto no inciso Il atenderé ao seguinte:(..) XIl - cabe a lei complementar: (..) 9) regular a forma como, mediante deliberago dos Estados e do Distrito Federal, isencGes, incentivos e beneticios fiscais, serdo concedidos e revogados; h) definir os combustiveis e lubrificantes sobre os quals o imposto incidiré uma unica vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipétese em que nao se aplicara o disposto no inciso X, "b’s(...) Conforme o disposto no art. 155, § 4°, IV, “c”, da CF, tal ressalva 4 legalidade tributdria refere-se ao ICMS de incidéncia unifésica (ou monoféisica), nas operagdes com combustiveis e lubrificantes previstos em lei complementar federal. Segundo 0 texto constitucional, cabe a esta lei complementar federal definir os combustiveis e lubrificantes sobre os quais o imposto (ICMS) incidiré uma tnica vez, qualquer que seja a sua finalidade (art. 155, § 2%, XII, “h”, CF). Por sua vez, as aliquotas do ICMS incidente sobre esses combustiveis serdo definidas mediante deliberacdo dos Estados e Distrito Federal. Com efeito, os Estados e DF, mediante convénios interestaduais, celebrados no ambito do CONFAZ (Conselho de Politica Fazendaria), definem as aliquotas do ICMS incidente sobre tais combustiveis. Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pelo Cespe/UnB, para o cargo de Procurador do Estado da Paraiba, em 2008: "Nos termos e limites fixados em lei complementar federal, 0 Poder Executivo estadual, mediante decreto, pode reduzi, com o objetivo de regular a demanda, as aliquotas de ICMS de determinados produtos, dada a natureza extrafiscal desse tributo” Frise-se que 0 convénio —e nao um “decreto estadual”! — pode definir e modificar as aliquotas sem a necessidade de lei, o que torna esta ressalva bem mais abrangente do que aqueloutra, adstrita 4 CIDE- Combustfvel. Alids, é possivel assegurar que se trata de caso tinico em que se fixam aliquotas por ato do Poder Executive. Ademais, o preceptivo igualmente menciona a sistemética de redugio e restabelecimento de aliquotas, avocando-se-lhe idéntico tratamento adotado para a CIDE-Combustivel. Posto iso, € de rigor a memorizagio dus

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