You are on page 1of 5
REFERENCIA: Espirito-Santo, H., Lemos, L., ‘Torres-Pena, 1., Vicente, B, Silva, E, Costa, M., Marques, M., Simées, . Guadalupe, S. ¢ Daniel, F, B. (2015), Bateria de avaliacdo frontal (EAB), Em M. Simées, 1. Santana © Grupo de Estudos de Envelhecimento Cerebral e Deméncia (coord). Escalas ¢ testes na deméncia (3° ed, pp. 68-75). Porto Salvo: Novartis, Bateria de Avaliacao Frontal (Frontal Assessment Battery, FAB, B. Dubois, A. Slachevsky, I. Litvan & B. Pillon, 2000; C. F. Lima, L. P. Meireles, R. Fonseca, S. L. Castro e C. Garrett, 2008). Helena Espirito-Santo, Laura Lemos, Inés Pena, Filomena Vicente. Giseli Fabiana Silva, Marina Costa, ‘Mariana Marques, Sénia Simées, Sénia Guadalupe e Femanda Daniel (Instituto Superior Miguel Torga). CARACTERISTICAS Tipo de instrumento: E uma ferramenta de rastreio com seis provas, caracterizando-se pela brevidade da sua administragao (5-10 min.) e por nao ser necessério nenhum material. Dimensdes avaliadas: Pensamento abstrato (prova das semetiancas), flexibilidade mental (fluéncia fonémica), programagdo motora (série motora de Luria), sensibilidade interferéneia (instrucdes antagénicas), coutrolo inibitorio (go-no-go) e independéncia do meio (supressdo do comportamento de preensao). Fundamentagio teérica: Cada prova corresponde a uma atividade controlada pelo lobo frontal, adequando-se a FAB a detegao da disfungao executiva (DE) (Dubois et al., 2000) que se refere ao défice das fungdes cerebrais essenciais para o comportamento dirigido, flexivel e adaptativo, especialmente em situagSes novas (Aron, 2008). A DE ¢ frequente em alteragdes frontais, génglio-basais, talamicas, cerebelosas e da substincia branca que liga estas estruturas, e tende a aumentar com o envelhecimento (Bakos et al, 2008). Pela facilidade/rapidez de administragio, a FAB difere das avaliagdes neuropsicolgicas commumente usadas para a DE que exigem tempo, especialistas treinados e doentes motivados (Dubois et al., 2000). Populagdes/grupos a que se destin: : Adultos, pessoas com doenga de Alzheimer (Boban, Malojéié, Mimica, Vukovié, & Zrilié, 2012), com doenga de Huntington (Rodrigues et al., 2019), com doensa de Parkinson (Cohen et al., 2012), com degeneragao lobar frontotemporal (Boban et al., 2012), com deméncia frontotemporal (Lamer, 2013), declinio cognitivo ligeiro (Yamao et al., 2011) ou com doengas mentais (Kumar et al., 2013). A adaptagao & populago portuguesa foi realizada por Lima e colaboradores (2008), envolvendo uma amostra de sujeitos com doenga de Parkinson, tendo sido encontrada correlagao elevada com ontras provas que avaliam as fungdes frontais. ADMINISTRACAO O avaliador devera seguir, de forma rigorosa, as instrugdes contidas na prova, anotando o desempenho do sujeito. COTAGAO: cada prova pode cotar-se entre 0 e 3, comespondendo o total 4 soma das pontuagdes de cada prova, (resultado total/variagao ~ 0-18 pontos/melhor desempenho), indicando a presenga/nio de DE ¢ sua gravidade. PROPRIEDADES PSICOMETRICAS Amostra: 437 idosos institucionalizados: idade = 80,05 + 7.77 anos; 95 idosos ativos da comunidade idade = 70,95 + 7.61 anos, Consideraram-se relativamente sanciveis/com cloenca sem inpacto cognitive 68 idosos sem problemas ou com problema cardiaco, hipertensiio ou doenga pulmonar obstrutiva crénica, com doenca com impacto cognitivo os idosos com doenga de Alzheimer, doenga de Parkinson, epilepsia e esclerase miltipla; com doenca mental os idosos com psicose, depressio, aleoolismo e doenga bipolar afetiva. Aniilise dos itens: apresenta-se a distribuigaio de respostas as provas na Tabela 1. O item Comportamento de preensdo, como noutros estudos (e.g. Lima et al., 2008), tem alta taxa de respostas coretas, indicando que 86 alguns idosos sofrerao de dano cerebral. A fluéncia apresenta a taxa mais baixa de acertos nos idosos institucionalizados. Tabela 1. Distribuicao de Frequéncias das Pontuacdes nas Provas da FAB por Idosos Institucionalizados (If: n = 437) e Idosos Ativos da Comunidade (IAC: n = 95). Smee es tae ames OR genet ‘Validade discriminante moderada nos idosos institucionalizados: diferengas significativas entre os trés agrupamentos de situag6es clinicas por oposigao a amostra ativa da comunidade (Tabela 2) Tabela 2. Diferencas nas Pontuacdes da FAB (Institucionalizados vs. Idosos Ativos da Comunidacde). C95 Amplitude = M pp anor Grupos de Tdos0s Hts Min Mix Instituclonatizados| at 877 407 8358S Seudavel daenga sens innpscto cognitive 138 1007 407 038 938 10772 ‘Doenga cam impacto cogitiva 189 808 382 028 783 8630 Docnga mental 381017 428 072870 nas 0 Comunidade 9s 1808 “at ise? 6S Seuulavel docnga sem impacto cognitivo 15,04 Mal 15866 18 Doerga com impacto cognitive 2 Ms0 261 13; 7 8 Dosnga mental 18 1539329 13751703618 “ous: mi: DP = eine, 2? = ops da mii C954 = neva de conta 295%, = le in. = inte ape r= nw Ne maxi, DSCC = Sande otras spat pats: DCTC = Does cm pars con {Tne dae ete ag Validade e Fiabilidade adequadas e similares as de outros estudos (Tabela 3). O reste-rereste (M+ DP 17; = 4,52 meses; 1 93 idosos institucionalizados; idade = 79,8 + 6,83) foi alto (r= 0,74). ‘Tabela 3. Validade da FAB (Idosos Institucionalizados ¢ Idosos da Comunidade) vs. outros Estudos. Tnstitucionalizados Dubois et aly ahaa cccaacas Lima et al, SDSIC _DCIC DM. 2000 2008+ Subamestras emparethadas (n) ne) 95 163 2 ‘Alfa de Cronbach* 0, O71 0,80 0.66 0,78 0,62 ‘MMSE ogi 08 06S oso = 0.507 Mec 0: 06 = — Corretacoes de . . a . Pearsoncoma MER or 035 ost = oar Pontuaedo total da 4. sai ons i _ ont pans AA oso" oar 02 00 028 eps 052" 0,36" 0,82 = _ Gal 037" 008-019 oar" = = ‘Swi SDSIC = Siadel doena vipa pation DCTC = Dees oe mapa cognire, DAT Doswa memae NRE ie Aseauea. PACK = Fotis uenscas (evs ® Me Ry, vA = Focus tenis (aus “oc eos noi ¢ des com cio pti ot ‘lieu sate Coa dvs de Pala, 2 Duds one fame ee ees FAS 2 2 semua some ac aia NORMAS/INTERPRETACAO As estatisticas descritivas. pontos de corte e as diferengas entre grupos sao apresentados na Tabela 4. Tabela 4. Diferencas nas Pontacdes da FAB emre os Grupos Definidos pelas Varidveis Sociodemograficas em Idosos Institucionalizados (II: n = 437) e Idosos Ativos da Comunidade (IAC: n= 95). TE9R%% Ponto de a MDP AC 1 TAC 60-70 4349 o40s45 a0 gases 0-18 6-18 5 8 810 sai=398 os 618 4 9 1c: 76,91)=2 P<005:97= 008 91-100 31 5882239 on Hy cus 6 nonesas ois 3 6 Escolaridade 4 ance 9912398 O68 5 8 3 ey ae ance 2018 o-t7 1, 4 2 : peta Bp ime 10 8 ws 4 5 - gig Bg Sie a aes 0, 2 owe 8 ‘Manual © as lutesoraal «38 50 Mulhotes 2 8492589 807-891 Homens Bo 968245 877-1031 aus os = 36 a 5 opestere 9 8*4NS 860-954 0-18 6-18 40 ce om site 5-103 7 4 Scwace 4 gg7e4n2 835-1039 0-18 7-18 10 ‘miédia, DP = dese paito, EP = exo pudco da midia, 10 95% = lnervalo de contanga a num M NOVA, p = nivel de significinciaesasucs, ¢= de Hedges, = deta de Gls. TAs portuagies aban dos prcents stuadespoxiz0 da média menos o dense paste foram conssderudas abuso dard Precisao diagndstica: As pontuagdes na FAB diferenciam de modo diverso os idosos com doengas com impacto cognitivo dos idosos saudaveis ou com doengas sem impacto cognitive (analise ROC: AUC 0,68). O ponto de corte/PC para as doengas com impacto cognitivo situa-se abaixo de 7,5 (sensibilidade’S = 75.5%: especificidade’E = 42.1%) (Indice de Youden). A FAB foi mais precisa na diabetes (n = 20. 091; PC = 6, E disfuncao executiva (Kod! & Seaquist, 2008), AUC = 100% 88.4%), remetendo para uma relagio entre esta doenga e a COMENTARIO Nao foram reportadas dificuldades na compreensiio da FAB, nem pelos idosos saudaveis, nem pelos doentes (institucionalizados e nao institucionalizados). Esta é uma medida que pode ser relevante na avaliagio breve das fungdes executivas. As pontuagdes na FAB. tal como as fangdes que mede, sto influenciadas por variaveis sociodemogriticas, neuropsicolgicas e emocionais. Pesquisas recentes com doentes com deméncia de Alzheimer tém identificado défice executivo em fases iniciais da doenga (Yamao et al., 2011). Assim, enquanto teste de rastreio, a FAB deve ser perspetivada como o primeiro passo no exame do fincionamento executivo. A avaliagio da presenga da DE deve ser ponderada a partir da muuttiplicidade de variaveis acima referidas, sugerindo-se por isso que seja efetuada por um especialista treinado, As principais limitagdes para a generalizagio dos resultados sto 0 tamanho relativamente pequeno da coorte clinica a par da heterogeneidade contextual da amostra, Estudos futuros devem incluir mais idosos nas subcategorias diagndsticas das doengas com impacto cognitive para determinar a precisto diagnéstica da FAB. Importa também recolher amostras mais numerosas de idosos saudaveis, seguindo processos de amostragem aleatéria ¢ estratificada, para comparar com amostras de doentes, REFERENCIAS FUNDAMENTAIS Aron, A. R. (2008). Progress in executive+function research from tasks to functions to regions to networks. Current Directions in Psychological Seience, 17(2), 124-129. Bakos, D. S., Couto, M. C., Melo, W. V,, Parente, M. A., Koller, S. H., & Bizarro, L. (2008). Executive functions in the young elderly and oldest old: a preliminary comparison emphasizing decision making. Psychology & Newosctence, 1(2), 183-189. Boban, M., Malojéié, B., Mimica, N., Vukovig, §., & Zrilié, 1. (2012). The Frontal Assessment Battery in the differential diagnosis of dementia. Journal of Geriatric Psychiatry and Newrologs, 23(4), 201-207. Cohen, O. S., Vakil, E., Tanne, D., Molshatzki, N., Nitsan, Z., & Hassin-Baer, S. (2012). The Frontal Assessment Battery as a tool for evaluation of frontal lobe dysfunction in patients with Parkinson disease, Journal of Geriamic Psychiany and Neurology, 25(2), 71-7 Dubois, B.. Slachevsky, A., Litvan, L., & Pillon, B. (2000). The FAB: A frontal assessment battery at bedside. Neurology, 55, 1621-1626. Koil, C. T. & Seaquist, E. R. (2008). Cognitive dysfumetion and diabetes mellitus. Endocrine Reviews, 29(4), 494-511 ‘Kumar, A., Sharma, P., Das, §., Nath, K., Talukdar, U., & Bhagabati, D. (2013). Insight in psychotic disorder: Relation with psychopathology and frontal lobe function. Psychopathology, (ahead of print). doi:10,1159/000348486 Lamer, A. J. (2013). Can the Frontal Assessment Battery (FAB) help in the diagnosis of behavioural variant frontotemporal dementia? A pragmatic study. International Journal of Geriatric Psychiatry, 28(1), 106-107. Lima, C.F, Meireles, L. P, Fonseca, R., Castro, 8. L., & Garrett, C. (2008). The Frontal Assessment Battery (FAB) in Parkinson’s disease and correlations with formal measures of executive functioning. Journal of Newology, 253(11), 1756-1761 Rodrigues, G. R., Souza, C.P., Cetlin, R. S., de Oliveira, D. S., Pena-Pereira, M., Ujikawa, L. T. .. Tumas, V. (2009). Use of the frontal assessment battery in evaluating executive dysfunction in patients with Huntington's disease. Journal of Neurology, 256(11), 1809-1815. Yamao, A., Nagata, T., Shinagawa, S., Nukariya, K., Ochiai, V., Kasahara, H., & Nakayama, K. (2011). Differentiation between amnestic-mild cognitive impairment and early stage Alzheimer’s disease using the Frontal Assessment Battery test. Poychogeriatries, 11(4), 235-241. CONTACTOS: Helena Espirito-Santo. Instituto Superior Miguel Torga. Rua Augusta, 46, 3000-061 $1) 239 483 055, helenum@gmail.com. Coimbra, Portugal; (+ INSTRUMENTO de AVALIACAO. 0 instrumento de avaliagao é do dominio publico e foi obtida autorizagao escrita do autor (Bruno Dubois) para a sua publicagao.

You might also like