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09/12/2022 18:34 "Mapeando as margens: nterseccionalidade, policas de identidade e violnca contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle aananor7 Escrito por. Kimberlé Wiliams Crenshaw; professora de Direlto na Universidade da Califérni, Los Angeles, BA. Universidade de Cornell 1981; JD. Escola de Direlto de Harvard, 1984; LLM, Universidade de Wisconsin, 1986, No Revista Subjetivo Retirado de: https://negrasoulblog fles wordpress com/2016/04/mapping-the-margins Intersectionality-identity-poltics-and-violence-ogainst-women-of-color-kimberle-crenshaw! pdf Traduzido por Coro! Correia, a fim de aumentar a discussdo referente a violencia contra mulheres, em especial a mulheres ndo-brancas. Observasio: esta traductio serd dividida em 4 partes, devido ao espaco no medium ea fim de melhorar a divuigagéio e disponibiizacto do texto, OOO EL hitps:wwn.geledes.org.brimapeando-as-margens-interseccionalidade-poliicas-de-identidade-e-violencia-contra-muheres-nao-brancas-de-kim.... 1/14 09/12/2022 18:24 "Mapeando as margens: nlerseccionaldade, policas de identidade e vielnca contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle 0. Paro 0 agradecer mith, Apreciel os ¢ Dent, Brent Henry Mond fennedy, Gary Peller Academnico hjro-Americanos da Ul Columbia Law School. Versées anteriores deste artigo foram apresent Teoria Critica da Raca e co Workshop da Teoria Legal de Yole. Esse artigo € dedicado « meméria de Denise Carly-Bennia e Mary Joe Frug INTRODUCAO Durante essos duas ditimas décadas, mulheres tem se orgenizade contra as violéncias quase rolineiras que moldam sues vidos("), Tirande a partir da forgo dessas experiéncias compartilhadas, mulheres tem reconhecido as demandas politicas de milhdes falam de forma mais potente que os apelos de algumes vazes isoladas. Esso politzacée por sua vez transforma: a forme como nds entendemes violéncia contra mulheres. Por exemplo, agressdo e estupro, antigamente visto come de ambito privado (questéo de familia) e aberracional (agressdo sexual errante), agora séo amplamente reconhecidos como parte de um sistema de deminacdo em ‘ampla escale que afeta mulheres enquanto classe[2], Esse processo de reconhecimento como igo social e sistémico foi @ principio percebido como isolado e individual tem também a caracteriza¢do da identidade politica de afro-omericanos, pessoas de outras etnias, e gays e lésbicas, entre outros. Para todos esses grupos, « politica baseada na identidade tem sido ume fonte de force, comunidade e desenvolvimento intelectual {A Inclusde da poltica de identidade, no entanto, tem estado em tensdo com as concepcoes dominantes de justica social, Raca, género e outras categorias de identidade sdo tratados com maior frequéncia no discurso lieral dominarte como vestigios de preconceita ov deminacao. Isto 6, como estruturas intrinsecamente negativas nas quals 0 poder social trabalha para exclu ov marginalizar aqueles que sdo diferentes. De acordo com este entencimento, nosso objetivo libertador deveria ser 0 de esvarior essos categorias de qualaver significado social. No entanto, implicita em certas vertentes dos movimentos de ibertagdo feminista e racial, por exemplo, & a visGo de que 0 poder social na delimitagdo da diferenca ndo precise ser 0 poder da dominacaa; fem vez disso, pode ser a fonte de empoderamento social e de reconstrucao. O probleme com a politica de identidade nao 6 que ele ndo transcende a diferenga, como alguns criticos acusom, mas sim 0 opost /—que frequentemente confunde ou ignore as diferencas intragrupais. No contexto da violEncia contra as mulheres, esta eliséo da diferenca ne politica id experimentam € muitos vezes moldada por outras dimensbes de suas identidades, como raga e trio & problernatica, fundamentalmente poraue a violéncia que muitas mulheres close. Alem disso, ignorar a diferenga dentro dos grupos contribul pare a tensdo entre estes, outro problema de politica de identidade que envolve esforcos pare polttizar a violencia contra as mulheres. Os esforcos feministas para poliizar experiéncias de mulheres e esforcos tps: geledes.org.brimapeando-as-margens-inteseccionalidade-politcas-de-idertiade-e-violencia-contra-mulheres-nao-brancas-de-kim.... 2/14 09/12/2022 18:24 "Mapeando as margens: nlerseccionaldade, policas de identidade e vielnca contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle exclusives. Embore 0 racismo e o sexismo se entrecruzem facilmente na vide de pessoas reais, raramente o faze nas préticas feministos e entirracistas. € assim, quando as préticas expdem & Identidade como mulher ov pessoa ndo-brance como uma ou outta proposi¢6e, elas relegam a Identidade dos mulheres ndo-brancas ¢ um lugar que nao dizem. Meu objetivo neste artigo ¢ avancar © relato dessa locallzacdo, explorando as dimensbes raga e genero da vieléncio contra as mulheres néo-broncas(#] Os discursos feministas e antirracistos contemporneos ndo conseguiram considerar identidades interseccionais como as mulheres ndo-brancos|*]Concentrando-me em duas dimensdes da violéncia masculine contra as mulheres —violéncia coméstica e estupros—considero como as experiéncias das mulheres nao- brancas sGo frequenterente o produto de padres que se cruzam de racismo e sexismo[5] € come esas experléncias ndo tendem a ser representadas dentro dos discursos do ferninismo ou do antirracismo, Por couse de sua identidade interseccionol como mulheres e néo-brancas dentro de discursos que sdo moldados pora responder a um ou outro, mulheres néo-brancas sdo marginalizadas dentro de ambos, Em um artigo anterior, usel 0 conceito de interseccionalidade pora denotar as vérias manelras pelas quais raca e género interagem para moldor as multiplas dimensBes das experiénclas de empregacdo dos mulheres negras[6][7), Meu objetivo era ilustrar que muitas des experiéncias ue as mulheres negras enfrentam néo sto classificados dentro das fronteiras tradicional do raga ou discriminacdo de género, uma vez que essas fronteiras sdo atualmente compreendidas & que a interseccdo do racismo e do sexismo afeta as vidas das mulheres negras de manetras que nde podem ser capturadas completamente examinndo os dimensGes de raca cu género dessas cexperiéncias separadomente, Aprovelto essas observacdes aqui explorando as vérias maneiras elas quais roca e género se cruzom pare molder os aspectos estruturcis, politicos & representacionais da violencia contra os mulheres néo-brencas{8] Devo dizer desde lago que a interseccionalidade no esté sendo aqui apresentade como uma nove teorla totalizante da identidade. Nem quero su borancas 86 posse ser explicads através dos qvadros especificos de raga e género aqui considerados [9] Na verdade, os fatores que ev abordar apenas em parte, como classe ou sexvolidade, sdo muitas vezes bem criticos na formag&o dos experiéncias das mulheres ndo- iF que a violéncia contra as mulheres nao- brancas Meu foco nas interseccdes de raga e género apenas destaca a necessidade de explicar ‘moltipios motives de identidade co considerar como o mundo social é construide,[10] Ev dvidi os questdes apresentados neste artigo em trés categories. No Parte I, discuto a Interseccionalidade estrutural, a forma come ¢ localizagéo das mulheres ndo-brancas no. InterseccGo entre raga e género torna nossa experiéncia real de violencia doméstica, estupro & reforma corretiva quolitativamente diferente de das mulheres brancas. Eu mudo 0 foco na Parte | para a interseccionalidade poltica, onde eu analiso como a poltica feminista e antirracisto, poradoxalmente, multas vezes ojudov a marginalizar a questéo da violencia contra as mulheres ndo-brancas. Entdo, no Parte Il, discuto a intersecclonalidade representacional, com a qual me refiro & construc cultural de mulheres ndo-brancas. Considero como as controvérsias sobre representacdo das mulheres ndo-brancas ne cultura popular também podem eligi « localizacde porticular das mulheres ndo-brancas e, assim, tomnar-se mais uma fonte de falta de poder Interseccional. Finalmente, abordo os implicagdes da abordagem interseccional no émbito mais ‘amplo da politica de identidade contemporénee. SAO OOO SEE hitps:iwwn.geledes.org.brimapeando-as-margens-interseccionalidade-poliicas-de-idertidade-e-violencia-contra-mulheres-nao-brancas-de-kim.... 3/14 09/12/2022 18:24 "Mapeando as margens: nterseccionaldade, policas de identidade e vielncia contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle |, INTERSECCIONALIDADE ESTRUTURAL A Interseccionalidade estrutural e violéncia fisica na seara familiar CObservei c dindmica da interseccionalidade estrutural durante um breve estudo de campo de brigos de mulheres que possaram por violéncia doméstica localizadas em comunidades minoritarias em Los Angeles{'!] No molaria dos casos, @ agress6o fisica que leva os mulheres @ cesses abrigos ¢ apenas a monifestacdo mais imediata da subordinagdo que elas experimentam. Murtas mulheres que procuram protege estao desempregadas ou subempregadas e um bom numero delos s60s pobres. Os abrigos que servem o essas mulheres ndo podem dar-se ao luxo de lidar apenas com ¢ violencia infligide pelo agressor, eles também devem confrontar os outras formas de dominacéio multicamadas ¢ rotineiras que multas vezes convergem para a vido dessas mulheres, dficultando sus capacidade de crior alternativos as relacdes abus'vas que as levaram a abrigos em primeira lugor. Muitas mulheres ndo-brancas, por exemnplo, soo sobrecarregadas pela pobreza, responsobllidades de ossisténcla @ Infancia e a falta de hobliidades de trabaiho.[12] Esses fardos, em grande parte sdo consequéncie do género e da opressto de classe, sdo entdo agravadis pelo emprego racialmente discriminatério e os préticos de moradia que as mulheres ndo-brancas frequentemente enfrentamn[15], bern como pelo desemprego desproporcionalmente lto entre as pessoas ndo-brancas que torna as mulheres ndo-brancaos vitimas de violencia doméstica menos copazes de depender do apoio de amigos ¢ porentes para abrigo temporério[ 14] Onde os sistemas de raga, género e dominagbo de classe convergem, como ocorre nos exoeriéncias de mulheres ndo-brancas, as estratégias de intervencdo baseadas unicamente nos exoeriéncias dos mulheres que ndo compartihham a mesma classe ou raca de fundo seréo de jude limitada para as mulheres que por causa de raca e classe enfrentam obstaculos diferentes[15) Tal fol o caso em 1990 quando 0 Congresso alterou as disposi¢bes de fraude matrimonial do Lel de Imigracéo e Nacionalidade para proteger as mulheres imigrantes que foram vitimas de violencia doméstica ou expostas & extrema crueldade pelos cidaddos dos Estados Unidos ou residentes permanentes, estos mulheres imigraram para os Estados Unidos pora se casar Sob as disposicdes de fraude de cosamento da Lei, uma pessoa que imigrou para (0 Estados Unidos para se casar com um cidaddo dos Estados Unidos ou residente permanente teve de permanecer “corretamente” casado por dois anos antes mesmo de se inscrever para 0 status de residente permonente/ié]momento em que os requerimentos pare o status permanente do imigrante erem exigidos de ombos os cOnjuges [17] Previsivelmente, nestas circunstancias, muitas mulheres imigrantes estavam relutantes em deixar até os mais abusivos porceiros por medo de serem deportadas,(18] Quando confrontades com a escalha entre a protecdo de seus agressores e protecdo contra a deportagto, muitas mulheres imigrantes escolheram o vitime,[19]0s relatos das tragicas consequéncias dessa dupla subordinacéo pressionaram © Congresso a Incluir na Lel de Imigragdo de 1990 uma dsposicée que altera as regras de froude matrimonial pore permitir uma renncia explicta bs dificuldades cousadas pela violncia doméstica [20] No entanto, muitas mulheres imigrantes, em particular as mulheres Imigrantes néo-brancos, permanecerom wuinerdveis 0 agress6es porque ndo conseguem ccumprir a5 condigdes estobelecidas para uma renuncia. As evidéncias necessdrias para opoiar uma renuincia “podem inclulr, mas ndo se limitando, relatos e declaracées de policla, pessoal médico, psicblogos, funciondirios de escola e agéncios de servigos socials"[21] Pare multas mulheres imigrantes, o acesso limitado a esses recursos pode dificultar @ obtencéo dos proves necessérias para uma dispensa. E os barreiras culturais muitas vezes desencorajam mals as mulheres imigrantes de relatar ou escopar de situagdes de violencia. Tina Shum, conselheira de @ Cire asenc de serigcr sec esate queer parece el de cole SE NN hitps:iwn.geledes.org.brimapeando-as-margens-inteseccionalidade-politcas-de-idertidade-e-violencia-contra-mulheres-nao-brancas-de-kim.... 4/14 09/12/2022 18:24 @ "Mapeando as margens:nterseccionaldade, policas de identidade e vielnca contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle complicacées cuiturais na comunidade asidtica que tornam essas exigéncias difice's.. $¢ para encontrar 6 oportunidade e a coragem de nos chamar é uma realizacéo para multas"[22}0 tipico conjuge de imigrantes, ela sugere, pode viver “em uma famille alargade onde varias geragbes viver juntas, pode néo haver privacidade no telefone, sem oportunidade de sair de casa @ sem compraensto de telefones publicos"{25] Como consequéncia, multas mulheres Imigrantes so totalmente dependentes de seus moridos como sua ligag6o com 0 mundo fora de suas casos. ‘As mulheres imigrantes também so vulnerévels 6 violéncia conjugal porque muttas delas dependem de seus maridos para obter informacdes sobre seu status legal '25] Muitas mulheres ue agora sdo residentes permanentes continuam @ sofrer abuso sob ameagas de deportacao por seus maridos. Mesmo que as ameacas sejam infundadas, os mulheres que ndo tém acesso Independente 6 informacdo continuardo a ser intimidadas por to's omeacas 26] E mesmo que a renuncia @ violencia doméstica se concentre em mulheres imigrantes cujos maridos s60 cidaddos dos Estados Unidos ou residentes permanentes, hé um ndmero incontdvel de mulheres casadas com trabelhadores indocumentados (ov que sdo elas préprias indocumentadas) que soffem em sliénclo por medo de que « seguranca de tode a sua familia que busque ajuda ov cchame otenco para si mesma27) {As borreiras Iinguisticas representa autro problema estrutural que muitos vezes limita as oportunicades das mulheres que nao falam inglés pora tirar prove'to dos servicos de opolo existentes [28) Tals barrelras no sé limitam 0 acesso @ informagtio sobre abrigos, camo tamaém limitam © acesso aos abrigos de seguranca. Alguns abrigos recusam mulheres que nGo falam Ingles por falta de pessoal e recursos bilingues.(29), Esses exemplos iustram como os padrées de subordinacdo se cruzam na experiéncic des mulheres de violéncia doméstica, A subordinagdo interseccional ndo precisa ser produziéa Intencionalmente; na verdade, ¢ frequentemente o consequéncia da imposicdo de um fardo que Interage com vulnerabilidades preex'stentes pora criar mais urna dimensdo de destituico de poder, No caso das disposicdes sobre a froude matrimonial da Lel de Imigracdo e Nacionalidade, a imposictio de ume polltica especificamente concebida para sobrecarregar uma classe—os Cénjuges imigrantes que procuram 0 status de residente permanente—exacerbou 0 desempoderomento daquelas jé suborcinadas por outras estruturas de dominacdo. Ao deixar de evar em conta a vuinerabilidade dos cénjuges imigrantes @ violencia doméstica, o Congresso posiclonou essas mulheres para absorver o impacto simulténeo de sua politica anti-imigracéo e © abuso de seus conjuges, ‘A promulgacao da renincia & violencia doméstica das disposicGes de froude matrimonial iustra de forma semelhante como modestas tentativas de responder a certos problemas podem ser Ineficazes quando a localizagio interseccional de mulheres ndo-brancas no consideraca na formulacdo do remédia, Identidode cultural ¢ classe afetam a probobllidade de que um cdnjuge maltratado poderia tirar provelto da rendncla, Embore a rentncia seja formaimente cisponive! ora todas as mulheres, 0s termos da rendncia tornam-no inacessivel para alguns. As mulheres Imigrantes socialmente, culturalmente ov economicomente privilegiadas tém maior probabilidade de serem capazes de ordenar os recursos necessérios para sat'sfazer os requisites, de dispensa. Essas mulheres imigrantes menos capazes de tirar vantagem da renuincia— mulheres social ou economicamente mais marginalizades—sGo os que tén maior probabilidade de serem mulheres ndo-brancas. ODO hitps:iwwn.geledes.org.brimapeando-as-margens-interseccionalidade-politcas-de-idertidade-e-violencia-contra-mulheres-nao-brancas-de-kim.... 5/14 09/12/2022 18:24 "Mapeando as margens:nterseccionaldade, policas de identidade e vielnca contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle B. Interseccionalidade Estrutural e Estupro ‘As mulheres n6o-brancas estdo diferentemente situadas nos mundos econémico, social e poltico. Quando os esforeos de reforma empreendidos em nome das mulheres negligenciam esse fato, as mulheres ndo-brancas tém menos proboblidade de ter suas necessidades atendidas do que as mulheres que 60 racialmente privlegladas. Por exemplo, conselheiros que fornecem servicos de crise de estupro a mulheres no-brancas relatam que ume proporcéio significctiva dos recursos alocados a eles deve ser gasta tratando de problemas que nao sejam © préprio estupro, Reunir essas necessidades multas vezes coloca esses conselhelros em desacordo com suas agéncias de financiamento, que alocam fundos de acordo com padres de necessidade que sdo em grande parte brancos e de classe média [30) Esses padrées uniformes de necessidade ignoram o fato de que diferentes necessidades muitos vezes demandam prioricaces diferentes em termos de alocacdo de recursos e, consequentemente, essas normas dificultam 6 capacidade dos conselheiras de atender as necessidades das mulheres ndo-brancos pobres[31] Um exemple disso & que as mulheres ndo-brancas ocupam posi¢des tanto fisicamente como culturalmente marginallzados dentro da sociedade dominante e, portanto, a Informocdo deve ser direclonade diretemente a elas para alconcé-las[#2]Consequentemente, os centros de crise de estupro devem destinar mais recursos para a disseminagéo basica de InformacSes em comunidades ndo-brancas do que em areas brancas. (©.cumento dos custos ¢ apenas uma consequéncia de servir pessoas que ndo podem ser aicangadas pelos principals canals de informagdo. Conforme observade enteriormente, conselheiros em comunidades minoritarias re'atam gastar horas localizande recursos e contatos ora atender as necessidades de moradia e outras necessidades imediotas de mulheres que foram estupradas. No entanto, este trabalho é apenas considerado “informacdo encaminhamento” por agéncias de financiamento @, como tal, é tipicarnente subfinanciado, ‘apesar da magnitude de necessidade desses servicos em comunidades minoritarias[33] © probleme ¢ agravodo pelas expectativas de que os centros de crise de estupro usardo uma porcela significative dos recursos clocados @ eles em conselheiros pora acompanhor as vitimas a tribunai[’4], mesmo que os mulheres ndo-brancas sdo menos suscept'veis de ter seus casos perseguides no sistema de justice criminal(5] Os recursos previstos pare os servicos judiciais ‘so mal dirigidos nessas comunidades. 0 foto de que as mulheres pertencentes a minorlas sofrem com os efeitos da subordinacae mUltiplo, oliada ds expectativas institucionols baseadas em contextos ndo institucioncis Inadequados, molda e, fnalmente, imita as oportunidades de inter vencdo significativa em seu nome. Reconhecenco a incapacidade de considerar a cinamica interseccional pode ir muito longe pora explicar 0s altos niveis de frustracdo e fracasso completo experimentado por conselheiros que tentam atender as necessidades das vitimes que séo mulheres de grupos minoritarios. Sumario. Parte 1, Parte 2. Parte 3. Parte 4, Referéncias e notas de rodapé: Li] Académicas € otivistas feministos tem feito um pape! central no encorninhamento do desafio © CGeseaesemsttconol a pateos ae prdoom « perpetvon volnce conve rut Ea hitps:iwwn.geledes.org.brimapeando-ae-margens-inteseccionalidade-politcas-de-idertiade-e-violencia-contra-mulheres-nao-brancas-de-kim.... 6/14 09/12/2022 18:24 @ "Mapeando as margens:nterseccionaldade, policas de identidade e vielnca contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle forma geral SUSAN BROWNMILLER, AGAINST OUR WILL: MEN, WOMEN AND RAPE (1975), LORENNE MG. CLARK & RUSSEL DOBASH, VIOLENCE AGAISNT WIVES: A CASE AGAINST THE PATRIARCHY (1979); NANCY GAGER & CATHLEEN SCHURR, SEXUAL ASSAULT: CONFRONTING RAPE IN AMERICA (1979); DIANA EH. RUSSEL, THE POLITICS OF RAPE: THE VICTIM'S PERSPECTIVE (1974); ELIZABETH ANNE STANKO, INTIMATE INTRUSIONS: WOMEN'S EXPERIENCE OF MALE VIOLENCE (1985); LENORE E, WALKER, TERRYFING LOVE: WHY BATTERED WOMEN KILL AND. HOW SOCIETY RESPONDS (1989); LENORE E. WALKER, THE BATTERED WOMAN SYNDROME. (1984), LENORE E, WALKER, THE BATTERED WOMAN (1979) [2] Velo, por exemplo, SUSAN SCHETER, WOMEN AND MALE VIOLENCE: THE VISIONS AND ‘STRUGGLES OF THE BATTERED WOMEN'S MOVEMENT (1982) (argumentando que viele domestica significa « manutenco do posic8o de subordinada das mulheres); S. BROWNMILLER, supra nota 1 (ergumentando que estupro ¢ uma prética patriarcal que subordine mulheres @ homens); Elizabeth Schneider, The violence of privacy, 25 CONN. L. VER. 975, 974 (1991) (discutindo como “conceltuar autorizegéo de privacidade encoroja e reforca violéncia contra mulheres") 11a Susan Estrich, Rope, 95 YALE LJ. 1087 (1986) (analizando leis sobre estupro assim como se lustre © sexismo nas leis penal); veja também CATHARINE A. MACKINNON, SEXUAL HARASSMENT OF WORKIN WOMEN: A CASE OF SEX DISCRIMINATION 143-215 (1979) (argumentande que assédio sexvol deverio ser redefinido como discriminagGo sexual sob o titulo VIl, do que visto como sexvolidade deslocada em locas de trabalho) (31 Este artigo surge de ¢ ¢ inspirado por dois emergentes discursos académicos. A primeira é 0 teoria erica da raga, Para um corte transversal do que & agora un corpo substancial de IMteratura, vejo PATRICIA J. WILLIAMS, THE ALCHEMY OF RACE AND RIGHTS (1991); Robin ©. Bornes, Race Consciousness: The Thematic Content of Racia! Distinctiveness in Critical Race Scholarship, 103 HARV. L. REV. 1864 (1990); John O, Calmore, Critical Race Theory, Archie Shepp, and Fire Music: Securing an Authentic Intellectual Life in a Multicultural World, 65 S. CAL. L REV. 2129 (1992); Anthony E. Cook, Beyond Critica! Legal Studies: The Reconstructive Theology of Dr ‘Martin Luther King, 103 HARV. L. REV. 985 (1990); Kimberle Willams Crenshaw, Race, Reform and Retrenchment: Transformation and Legitimation in Antialscrimination Law, 101 HARV. L. REv. 7331 (1988), Richard Delgado, When a Story is Just a Story: Does Voice Really Matter?, 76 VA.L. REv. 95, (1990); Nell Gotande, A Critique of "Our Constitution is Colorblind,” 44 STAN. L. REv. 1 (1991) Mart J. Matsuda, Public Response to Racist Speech: Considering the Victim's Story, 87 Mich. L REV. 2520 (1989); Charies R. Lawrence lll the fd, the Ego, and Equat Protection: Reckoning with Unconscious Racism, 39 STAN. L. REV. 317 (1987); Gerald Torres, Critical Race Theory’ The Decline of the Universalist ideal and the Hope of Plural Justice-Some Observations and Questions of an Emerging Phenomenon, 75 MINN. L, REV. 993 (1991), Para ume visto gercl Util da teorie eritica da raga, ver Calmore, supra, em 2160-2168. Um segundo corpo, menos formalmente igado, de estudos juridicos investiga as conexées entre raca.e género. Ver, por exemplo, Regina Austin, Sapphire Bound, 1989 Wis. AEv. $39; Crenshaw, supra; Angela P Harris, Race and Essentiaism in Feminist Legal Theory, 42 STAN. L. REV. 581 (1990); Marlee Kine, Race, Racism and Feminist Legal Theory, 12 HARV, Women's LiJ.115 (1989) Dorothy E Roberts, Punishing Drug Addicts Who Have Babies: Women of Color, Equality and the Aight of Privacy, 104 HARV. L REV. 419 (1991); Cathy Scaraorough, Conceptvalizing Black Women’s Employment Experiences, 98 YALE LJ. 457 (1989) (student author); Peggle R. Smith, Separate Identities: Block Women, Work and Tile ViI14 HARV. WOMEN’ LJ. 21 (1991), Judy Scoles-Trent, Black Women and the Constitution: Finding Our Place, Asserting Our Rights, 24 a HARV. CRCLL REV. 9 (1989); Juclth A. Winston, Miror, Mor on the Wall Tite Vil Section 196 ind the Intersection of Race and Gender in the Civil Rights Act of 1990, 79 CALL RévESSEtSas tps: geledes.org.brimapeando-as-margens-inteseccionalidade-pollicas-de-idertiade-e-violencia-contra-mulheres-nao-brancas-de-kim.... 7/14 09/12/2022 18:24 @ "Mapeando as margens:nlerseccionaldade, policas de identidade e vielnca contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle Este trabalho fol informado de uma literatura mais amipla que examina as interacées de raca © género em outros contextos. Vejo, por exemplo, PATRICIA HILL COLLINS, BLACK FEMINIST ‘THOUGHT: KNOWLEDGE, CONSCIOUSNESS, AND THE POLITICS OF EMPOWERMENT (| 990); ANGELA DAVIS, WOMEN, RACE ANO CLASS (1981); BELL HOOKS, AIN'T IA WOMAN? BLACK WOMEN AND FEMINISM (1981); ELIZABETH V. SPELMAN, INESSENTIAL WOMAN: PROBLEMS OF EXCLUSION IN FEMINIST THOUGHT (1988); Frances Beale, Double Jeopardy: To De Black and Female, in THE BLACK WOMAN 90 (Toni Cade ed. 1970); Kink-Kok Cheung, The Woman Warrior versus The Chinaman Pacific: Must @ Chinese American Critic Choose between Feminism and Hero'sm?, in CONFLICTS IN FEMINISM 234 (Morionne Hirsch & Evelyn Fox Keller eds, 1990) Deborah H. King, Multiple Jeopardy, Muitiple Consciousness: The Context of o Black Feminist Ideology, “4 SIGNS 42 (1988), Diane K. Lewis, A Response to Inequality: Black Women, Racism and Sexism, 3 SIGNS 339 (1977); Deborah E, McDowell, New Directions for Black Feminist Criticism, in ‘THE NEW FEMINIST CRITICISM: ESSAYS ON WOMEN, LITERATURE AND THEORY 186 (Elaine Showalter ed, 1985): Valerie Smith, Black Feminist Theory and the Representation of the “Other”, In CHANGING JUR UWN WORDS: ESSAYS ON CAITICISM, THEORY AND WRITING BY BLACK WOMEN 38 (Cheryl A. Wall ed. 1989). [4] Embore 0 objetivo deste artigo seja descrever a locolizago interseccional das mulheres ndo- brancas e sua morginalizacto nos discursos de resisténcia dominantes, ndo quero dizer que & {alte de poder das mulheres ndo-brancas ¢ singular ov mesmo principalmente causada por teéricas e ativistas feministos e antirracistas, Na verdade, espero dissipar quaisquer Interpretagbes td0 simplistas co copturar, pelo menos em parte, as forrnas como as estruturas de dominagto predorninantes moldam diversos discursos de resisténcia. Como observel ern outro lugar, “as pessoas sé podem exigir mudancas de formas que refleter o légica das Instituigbes que estéo desaficndo. As exigéncias de mudancas ave ndo refletem.. ideologia dominante... provavelmente serdo ineficazes”. Crenshaw, supra nota 3, em 1867, Embora existam Importantes obsticulos politicos e conceituais para se mover contra estruturas de dorninacao. com uma sensibilidede intersetorial, o meu argumento é que o esforco pare fazé-lo deve ser um objetivo central teérico e politico tanto do antirracismo como do feminism. [5] Embora este artigo trate de estupros violentos perpetrados por homens contra mulheres, as mulheres tornbém estdo sujeitas a estupros violentos de mulheres. A violéncia entre os lésbicas & um problema oculto, mas significative. Um especialistainformou que em um estudo de 90 casais de lésbicas, cerca de 46% das lésbicas foram abusadas fisicomente por suas parceiras, Jane Garcio, The Cost of Escaping Domestic Violence: Fear of Treatment in a Largely Hornophoble Society May Keep Lesbian Abuse Victims from Calling for Help, LA, Times, May 6, 1991, em 2; veja ‘tambérn NAMING THE VIOLENCE: SPEAKING OUT ABOUT LESBIAN BATTERING (Kerry Label ed, 1986); Ruthann Robson, Lavender Bruises: Intralesbian Violence, Law and Lesbian Legal Theory, 20 GOLDEN GATE UL. REV. 567 (190). Hé poralelos nitidos entre violencia contre mulheres na comunidade lésbica e violéncia contra mulheres em comunidades néo-brancas. A violéncia lésbica 6 multas vezes envolvida em segredo por razdes semelhantes que reprimiramn exposi¢to da violencia heterosexual em comunidades ndo-brancos, o medo de envergonhar outros membros da comunidade, que jé sde estereotipados como desviantes e medo de sere condenadas ao astracismo da comunidade. Apesor dessos semelhangas, existem no entanto distingSes entre 0 abuso de mulheres e o abuso feminino de mulheres que, no contexte do potriorcade, do racisma e de homofobia, merecem uma andlise mals focada do que é possivel aqui a AES 80 “negro” & “afro-americano” de forma intercambidvel oo longo deste ortigo. Eu pitalizo "negro" porque "Os negros, como os asiéticos, os latinos e outros ‘minorio MSHS aa hitps:iwwn.geledes.org.brimapeando-as-margens-inteseccionalidade-poliicas-de-idertiade-e-violencia-contra-mulheres-nao-brancas-de-kim.... 8/14 09/12/2022 18:24 "Mapeando as margens: nlerseccionalidade, policas de identidade e vielnca contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle um grupo cultural especifico e, como tal, requerem uma denotagde como um substantive préprio’. Crenshaw, supra nota 3, em 1552 n2 (citando Catharine Mackinnon, Feminism, Marxism, Method, and the State: An Agenda for Theory, 7 SIGNS 515, 516 (1982)). Do mesmo jetto, nd0 capitalize “branco”, que néo é um substantivo préprio, uma vez que os brancos nao constituen um grupe cultural espectfico. Pelo mesmo motivo, nde capitalize “mulheres ndo-brancas” (7) Kimberle Crenshaw, Dernarginalizing the Intersection of Race and Sex, 1989 U. CHI, LEGAL F. 139. [8] Eu adotel explicitamente uma posido feminista negra nesta pesquisa de violéncia contra mulheres ndo-brancas. Eu fago isso clente de varias tensdes que tal posigto implica. O mais significctivo decorre da erica de que, enquanto o feminismo bronco pretende folar por mulheres: nBo-brancos através de invocagéo do terme "mulher", a perspectiva feminista exclui mulheres ndo-brancos porque se basela nas experiéncios e interesses de um certo subconjunto de mulheres. Por outro lado, quando feministas brancas tentam incluir outras mulheres, muitas vezes agregam nossas experiéncios a um quadro de autra forma inalterado. € importante citer a perspectiva a partir de qual se constréi sua andiise; ¢ para mim, isso é enquanto feminista negra. ‘Além disso, 6 importante reconhecer que os moterials aue ev incorporo na minha anélise S60 muito atratdos pele pesauisa sobre mulheres negras, Por outro lado, velo o meu préprio trabalho como parte de um esforco coletivo mais amolo entre as feministes néo-brancas pore expandir 0 feminismo de forme o inclvir anélises de raga e outros fatores como classe, sexualidade e idade. Tentel, portanto, oferecer o meu sentido das tentatives das conexes entre minhe andlise dos experiéncias intersetoriais das mulheres negras @ as experiéncias intersetoriais de outras mulheres néo-brancas. Eu insisto que esta andlise néo pretende inclul felsomente nem excluir desnecessoriamente outras mulheres ndo-brances, [9] Considero o interseccionalidade um conceito provisério que liga poltica contempordnea & teorla pés- moderna. Ao mapear as interseccdes de raca e género, o conceito envolve pressupostos dominantes de que raga e género sdo categorias essenciaimente separadas. Ao tragar os categorias para as suas interseceBes, espero sugerir uma metodologia que acabe por Interromper as tendéncics para ver a raca e 0 género come exclusives ov separdveis, Enquanto as interseccdes primérias que eu exploro aqui sdo entre raca e género, 0 conceito pode e deve ser expandido com base em questées como classe, orientagdo sexual, dade e cor. [10] A professora Mari Matsuda chama este Inquérite “fazendo a outra pergunta”. Mari J. Matsudo, Beside My Sister, Facing the Enemy: Legel Theory Out of Coalition, 43 STAN. L. REY. 183 (1991) Por exemplo, devemos olhar para uma questéio ov condigdio tradicionalmente considerada como uma questo de género e pergunter: “Onde esté © racismo nisso™ [11] Durante a minha pesquisa em Los Angeles, na Califérnia, visitel o abrigo Jenesee para mulheres que passaram por violencia doméstica, 0 Unico abrigo nos estados ocidentais que server principalmente as mulheres negras e Every wornan’s Shelter, que serve principalmente ‘as mulheres osiatices, Visitel também Estelle Chueng na Asian Pacific Law Foundation e falel com um representante da case La Casa, na comunidade predominantemente latina do leste de LA, [12] Um pesquisador observou, em referéncia o uma pesquisa realizado com abrigos de mulheres que sofreram violencia doméstica, que “muitos mulheres caucasianas provavelmente foram excluldas do omnostra, uma vez que elas tém mals probabllidade de ter recursos Havanese es pertom ewtar 0 abergue. Mts obrgos admtem apenas heres om 1UCos OU nenhuns recursos ou alternatives’, MILDRED DALEY PAGELOW, WOMAN-CSSSS#S MH AL hitps:wwn.geledes.org.brimapeando-as-margens-interseccionalidade-politcas-de-idertiade-e-violencia-contra-mulheres-nao-brancas-de-kim.... 9/14 09/12/2022 18:24 @ "Mapeando as margens:nterseccionaldade, policas de identidade e vielnca contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle VICTIMS AND THEIR EXPERIENCES 97 (1981). Por outro lado, muitas mulheres da classe média e média sao financeiramente devendentes de seus maridos e, portanto, experimentam uma diminuigo no padrao de vide quando dekxam seus maridos, [13] Juntos, eles garantemn até mesmo os necessidades mais bésicos além do alcance de muitos. De fato, um provedor de abrigo relotou que quase 85% de seus clientes retornaram és relagées de agressdo, em grande parte por dificuldades em encontrar emprege e habitacdo, Os afro- ‘americans so mais segregodos do que qualquer outro grupo racial e essa segregacGo existe entre as linhas de classe, Estudos recentes em Washington, DC e seus suburblos mostram que 64% dos negros tentando clugar apartamentos em bairros broncos encontraram discriminacdo. Tracy Thompson, Study Finds ‘Persistent’ Racial Dias in Areo's Rental Housing, Wash. Post, Jan. 31, 1991, at DI. Se esses estudos tivessern levado em consideragdo o status de género e fama na equa¢6o, as estotisticas poderiom ter sido piores, [14] Mais especificamente, os afro-americanos sofrem de oltas taxas de desemprego, balxos Indices e altas taxos de pobreza. De acordo com o Dr. David Swinton, Dean of the Schoo) of Business na Jackson State University no Mississippi, os afro-omericanos “recebem trés quintos uonto incorporam por pessoa como brancos e sde trés vezes mais propensos @ ter Incumbéncios anuais abaixo do nivel de pobreza federaimente definido de US$ 12.675 pare uma: familia de quatro”, Urban League insiste em aco, NY. Times, 9 de janeiro de 1991, em Alt. De. fato, as estatisticas recentes indicam que a desigualdade econémice racial é "maior que quando comecamos na década de 1990 do que em qualquer outro momento nos titimas 20 anos”. David ‘Swinton, The Economic Status of African Americans: “Permanent” Poverty and inequality, in THE STATE OF BLACK AMERICA 1991, at 25 (1991). situacdo econémice das mulheres minoritér'as &, provavelmente, pior do que a dos seus pores masculinos. As mulheres negras, que ganhom uma média de US$ 7875 por ano, ganham muito menos do que os homens negros, que ganham uma renda média de US$ 12.609 por eno e as mulheres brancas, que ganham ume renda médio de US$ 9812 por ano. Id. Em 32 (Tabela 3). Além disso, a porcentagem de familias lideradas por uma negra que vive na pobreza (46,5%) ¢ quase o dobro do que as familias lideradas por mulheres brancas (25.4%). Id. Em 43 (Tabela 8), As famfias latinas ternbém gonham consideravelmente menos do que os agregados fomiliores brancos. Em 1988, a incorporacéo mediana de domictios latinos era de US$ 20.359 € pora familias brancas, US$ 28.540—ume diferenga de quase USS 8.000. HISPANIC AMERICANS: A STATISTICAL SOURCEBOOK 149 (1991). Analisando por origem, em 1988, os domictlios porto-riquenhos foram os piores, com 34.1% ganhando abaixo de US$ 10.000 por ano e um valor médio pera todas as familias porto-riquenhas de US$ 15447 por ano. Id. Em 155. As estotisticas de 1989 pare homens e mulheres latinos mostram que as mulheres obtiveran uma média de US$ 7000 « menos do que os homens: Id. Em 169, [15] Veja 0 texto que acompanha as notes 63-67 (Giscutindo a recusa do abriga de abrigar uma. mulher de lingua espanhola em crise, mesmo que seu jilho possa interpretar por ela porque isso contribuiria para « sua falta de poder). As diferengas racials marcaram um contraste Interessante entre as polticas de Jenesee e os de outros abrigos sitvados fora da comunidade negra. Ao contrario de alguns outros abrigos em Los Angeles, Jenesee recebeu a assisténcia de homens. De acordo com © diretor, « politica do abrigo baseou-se na crenca de que, dade @ necessidade dos afro-omericanos de manter relagGes saudveis para prosseguir uma luta ccomum contra 0 racismo, os programas antivioléncia na comunidade afro-americana nao podem se dar Go luxo de ser antagénicos aos homens. Para ume alscusséo das diferentes necessidades das mulheres negras que passoram pela violencia doméstica, vejo Beth Richie, a pRattered Black Women: A Challenge forthe Black Community, BLACK SCHOLAR, Mar. /Abr 1985, 40. EEEEE II hitps:iwwn.geledes.org.brimapeando-as-margens-inteseccionalidade-politcas-de-idertiade-e-violencia-contra-mulheres-nao-brancas-de-ki... 10/14 09/12/2022 18:24 @ "Mapeando as margens:nterseccionaldade, policas de identidade e vielnca contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle [16] 8 USC. § 1860 (1988), As AlteracSes da Fraude do Casamento preveem que um cdnjuge estrangeiro “seja considerado, no momento da obtencdo do status de estrangeiro legalmente admitide pare residéncia permanente, ter obtide tal status sob condicdes condicionadas 6s disposices desta seco”. § | 186c (a) (1). Um conjuge estrange'ro com status de resident permanente sob esta conci¢ao condicional pode ter seu stotus rescindido se o procurador-geral veriflcar que 0 cosamento era “impréprio", § 1186a (0) (), ou se ela ndo apresentar uma petigo ov falhar em comparecer no entrevista pessoal. § 1860 © (2) (A) [17] As alteragSes do fraude matrimonial preveem que, para que o status de residents condic’onal seja removide, “o cénjuge estrangeiro e o cénjuge requerente (se néo falecido) conjuntamente devem opresentar ao Procurador-Geral... uma peticdo que sollcite a remocao dessa base condicional e que afirma, sob pena de perjirio, os fatos e informagbes”.§ 11860 (b) (0. @nfase adicionede). As AlteracSes preven uma rendncio, a crtério do Procurador-Geral se 0 conjuge estrangeiro puder demonstrar que o deportacdo resultoria em dificuldades extremes ou que o casamente qualificado foi encerrado por uma boa causa, § 1860 © (4). No entanto, 05 termos desta rentncia as dificuldades nao protegeram adequadamente os conjuges ue passaram por violéncia doméstica, Por exemplo, o requisito de que o casamento seja rescindide por uma boo causa pode ser dificll de satisfazer nos estades com dlvércios sem culpe. Elen P. Lunsky, Alteractes de fraude mtrimonial de imigracdo de 1986: Até 0 Congress, Porte ‘A.41 U. MIAM| L REV. 1087, 1095 1.47 (7987) (autor do aluno) (citando Jerome B. Ingber & R. Leo Prischet, The Marriage Fraud Amendments, em THE NEW SJMPSON-RODINO IMMIGRATION LAW OF 1986, at 564-65 (Stanley Mailman ed. 1986). [18] Ativistas de Imigragae sublinharam que “a Lel de Reforma de Imigragto de 1986 e o Emenda de Invasio de Fravde de Casamento combinaram para dar co cénjuge ave solicite residéncia permanente umo poderosa ferramente para controlar sev parceiro”, Jorge Banoles, Abuse ‘among Immigrants; As Their Numbers Grow So Does the Need for Services, Wash. Post, Oct. 16, 1990, em E5, Dean Ito Taylor, dretor executive da Nihonmachi Legal Outreach em Sao Francisco, expllcou que os emendas de fraude do casamento “vincularam essas mulheres imigrantes a seus abysadores", Deanna Hodgin, “Mal-Order’ Brides Marry Pain to Gel Green Cards, Wash. Times, ‘Apr. 16, 1991, em El. Em uma instancia flagrante descrita por Beckie Masaki diretora executiva do ‘Asian Women’s Shelter em Sao Francisco, quanto mais perto a noive chinesa chegou a obter sua residéncia permanente nos Estados Unidos, mais duramente seu marido asiatico-americano © agrecia, Seu marido, chutando-a no pescoso e no rosto, advertiu-Ine que precisava dele e se ele 1ndo fizesse 0 que he folova, ele chamaria funciondrios de imigragto. I. [19] Como Alice Fernandez, chefe do Agéncia de Servicos és Vitimas do Tribunal Penal do Brom explicou: “As mulheres estéo sendo mantidas reféns pelos seus proprietéros, seus namorados, seus chefes, seus moridos...A mensagem é: se vocé dizer a alguém o que ev estou fazendo com vocé, eles vao enviar seu traseiro para casa. € para essas mulheres, nd hé nada mais terrvel do que isso..As vezes, sua resposto é: eu preferira estar morta neste pais do que voltar para casa” Vivienne Watt, Immigrant Abuse: Nowhere to Hide; Women Fear Deportation Experts Say, Newsday, Dec. 2, 1990, em 8 [20] Ato de Imigracdo de 1990, Pub. L. Ns101-649, 104 Stat. 4978, 0 Ato, opresentado pelo Representante Louise Slaughter (DN.Y), prevé que um cénjuge que sofreu violencia deméstica que tenho status de residente permanente condicional pode receber ume rendincia por falha oo cumprimento dos requisites, se ela puder demonstrar que “o casamento fol celebrade em bos fé 7p 78,82. 2068 © casamento, 0 cdnjuge estrangeiro sofreu violencia doméstica ou foi submetido a treme crveldade mentol pelo cidadae dos EUA ov pelo conjuge residente vermon KEEte as Mat tps: geledes.org.brimapeando-as-margens-interseccionalidade-politcas-de-idertidade-e-violencia-contra-mulheres-nao-brancas-de-ki... 11/14 09/12/2022 18:24 @ "Mapeando as margens:nlerseccionaldade, policas de identidade e vielnca contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle REP. N8725(1), 10Tst Cong, 2d Sess, 78 (1990), reimpresso em 1990 USCCAN. 6710, 6758, veja também 8 CFR, § 2165(8) (1992) (regulamentos para pedido de renuncia com base em alegagdo de terem passado por violencia doméstica ou sujeitas 0 extrema crueldade mente. [21] HR. REP. 4e723(1), supra note 20, em 79, reprintado em 1990 USC.CAN. 6710, 6759 [22] Hodgin, supra note 18, (23) 1d [24] Uma pesquise conduzida de mulheres que passaram por violéncia doméstica “levantou @ hipotese de que, se uma pessoa 6 membro de um grupe minoritério discriminado, quanto menor {or 0 nivel socioeconémico acime do nivel de pobreza e quanto mals fracas as hobilidades de lingua inglesa, maior seré o desvontagem”. M, PAGELOW, supra nota 12, em 96, As 70 mulheres minoritérias no estudo “apresentaram uma dupla desvantagem nesta sociedade que serve pora ‘amarré-las mais fortemente aos cénjuges". Id [25] Um cldadéo ou cénjuge residente permanente pode exercer poder sobre urn cénjuge estrangeiro, ameagando ndo apresentar ume peticdo de residéncia permanente. Se ele ndo opresentar ume peti¢do de residéncio permanente, o conjuge estrangetro continua a ser Indacumentado e € considerade ilegal no pals, Essas restricées geralmente restringem a saida de uma esposa alienigena. Deen Ito Taylor conta a histéria de “um cliente que foi hospitalizado—ela ‘0 tomou preso por vencé-la—mas ela continua voltando para ele porque ele promete que ele ira ‘arquivar por ela., Ele segura esse cartdo verde sobre suc cabeca.” Hodgin, supra nota 18, Séo dbundantes outras histérias de abuse doméstico, Moric, uma mulher dominicana de $0 anos, exolico que “Uma vez eu tive cite pontos na minhe cobeca e um corte no outro lado da minha cabeca e ele quebrau minhas costelas... Ele bateria minha cabeca contra @ parede enquanto faziamos sexo. Ele continuou ameacande me matar se eu dissesse ao médica 0 que aconteceu™ Maria teve uma “raze pederose para ficar com Juan durante anos de abuso: um ingresso pare residéncia permonente nos Estados Unidos”. Walt, supra nota 19, [26] Um repérter explicou aue “os mulheres do tercelro mundo tém que enfrentar outros medos, no entanto. Em multas casos, tém medo da autoridade, das instituicées governamentais e da ‘ameaga de seus abusadores de as estregarem aos funciondrios da imigracdo para serem deportadas”. Bonales, supra nota 18, [27] Incidentes de abuso sexual de mulheres indocumentados abundam, Morte Rivera, diretora do Centro Hostos College para Direltos das Mulheres e Imigrantes, conta como uma mulher dominicane de 19 anos “chegou abalada... depois que seu chefe a estuprou no banhelro feminino no trabalho". A mulher disse a Rivera que “70 o 80% das trabelhadoras [em uma fébrica de roupas de Brooklyn] eram indecumentadas e todos aceltaram 0 sexo como parte do trabalho. Ela disse que uma menina de 13 anos fol estuprade 16 um pouco antes dela e @ familia a enviov de volta & Republica Dominicana”, Welt, supra note 19, Em outro exemplo, ume "mulher latino= ‘americana, cujo Ultimo ateque do maride a dekxou com dois dedos quebrades, um rosto inchodo € contusdes no pescoco e no pelt, recusau-se a denunciar @ agressdo 6 policia’. Ele voltou para sua casa depois de uma pequena estadia em um abriga. Ela ndo delxou a sitvacde ebusiva porque era “uma trabalhadora indocumentada e ancifabeta cujos filhos, passoportes e dinhelro so fortemente controlades por seu marido”. Embora tenha sido informade sobre seus direitos, > lene Fol capa de prejudicar os obstéculos estruturis em seu cominho, Bancles, supra note 1 hitps:wwn.geledes.org.brimapeando-as-margens-inteseccionalidade-politcas-de-idertidade-e-violencia-contra-mulheres-nao-brancas-de-ki... 12/14 09/12/2022 18:24 @ "Mapeando as margens: nterseccionaldade, policas de identidade e vielncia contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle (28) Por exemplo, em uma regio com um grande numero de imigrantes do tercelro mundo, "o primeiro obstaculo que esses [abrigos de mulheres que passaram por violéncia domestica] devem superar 6 « borreira de lingua”. Bancles, supra nota 18 [29] Pode haver poucas dividas de que os mulheres incapazes de se comunicorem em inglés do severamente incopacitadas na busca da independéncia, Algumas mulheres assim excluldas foram ainda mais desfavorecidas porque ndo eram cidadas dos EUA e olgumas estovam neste 0's ilegalmente. Para clgumas dessas, a Unica equipe de abrigo de ajuda que poderie prestar era ojudar a reut as com suas fomiios de origem. M. PAGELOW, supra nota 12, em 96-97. As ‘mulheres que no falam inglés séo muitas vezes excluidas mesmo de estudos de mulheres que passaram por violéncia doméstica por causa de sua iinguagem e outras dificuldades, Um pesquisador quolifcou os estatisticas de urva pesquisa, ressaltando que “um numero desconhecido de mulheres do grupo minoritrio fo! excluido desta amostra da pesquisa devido 0 difculdades de linguagem’. Id. Em 96 Para combater esta falta de servicos adequodos para mulheres néo-brancas em muitos abrigos, programas especiis foram criados especificamente para mulheres de comunidades particulares.Alguns exemplos de tais programas incluem o Projeto de Intervencdo de Vitimas em leste do Harlem para mulheres latinas, Abrigo Jenesee para mulheres afro-americanos em Los Angeles, Apna Gar em Chicago para mulheres do Sul do Asia €, pare mulheres osisticas em geral, 0 Abrigo das Mulheres Asiicas em San Francisco, 0 Centro de Mulheres Asibticas de Nova York @ o Centro para a Faria Asitica do Pasifico em Los Angeles. Os programas com linhas diretas incluem Saki para mulheres da Asia do Sul em Nova York e Manavi em Jersey City, também para mulheres do sul da Asia, bers como programas para mulheres coreanes em Filadélfia e Chicago. [30] Por exemplo, 0 Abrigo Rosa Porks € « Linha Direta de Combate & Violacdo de Compton, dois, brigos que servem o comunidade afro-americana, estdo em constante conflto com fontes de financiamento em relacdo @ proporgdo de délares e horas para mulheres atendidas. Entrevista com Joan Greer, Dretora Executiva do Abrigo Rosa Parks, em Los Angeles, Califérnia (abril de. 1990) [31] Um trabalhador explicau: por exemplo, uma mulher pode entrar ou ligar por varios motivos. Ela néo tem lugar pora ir, ela ndo tem emprego, ele nde tem opolo, ela nde tem dinhelro, ela nb tem comida, ela fol espancada e depois de terminar de atender o todas essas necessidades, ou tentor atender @ todas essas necessidades, entdo ela pode dizer, por sinal, durante tudo isso, eu ful estuprada. Isso faz com que nossa comunidade seja diferente de outras comunidades. Uma pessoa quer suas necessidades bisicas primelro. € muito mals fécl discutir as coisas quando estiver cheio, Nancy Anne Matthews,Stopping Rape or Managing its Consequences? State Intervention and Feminist Resistance in the Los Angeles Anti-Rape Movement, 1972-1987, em 287 (1989) (Dissertacdo de doutorado, Universidade da Califérnio, Los Angeles) (descrevende a histéria do movimento de crise de estupro e destacando as diferentes historias e dllemos das linhas diretas de crise de estupro dirigidas por ferinistas brancas e situadas nas comunidades minoritérias), [52] Normaimente, é nacessarlo gaster mais tempo com um sobrevivente que tenha menos recursos pessools, Esses sobreviventes tendem a ser mulheres de minorias étnicas. Muitas vezes, um sobrevivente de minorias étnicas néo-assimiladas requer traducéo e interpretacdo, transporte, abrigo pare noite e para criangas e aconselhomento pare outras pessoas, além dos servicos habituals de aconselhornento e advocacia. Assim, se un centro de crise de estupro ap atender a uma populacto predominantemente de minoria ética, 0 némero “medio” de horas de rvico prestado © cade sobrevivente é muito meior do que pora um centro que ote EASE I A hitps:iwwn.geledes.org.brimapeando-as-margens-inteseccionalidade-politcas-de-idertiade-e-violencia-contra-mulheres-nao-brancas-de-ki... 19/14 09/12/2022 18:24 G ) ) "Mapeando as margens: nterseccionaldade, policas de identidade e vielnca contra mulheres ndo-brancas" de Kimberle populacdo predominantemente branca. Id Em 275 (citando papel de posicdo da Southern California Rape Hotline Alliance). (35) Id. em 297-88 [34] A Diretora do Rosa Parks relatou que ela mutes vezes encontra problemas com suas fontes. de financiamento em relacdo ao némero médio de conselheiros do Centro que acompanham as vkimas a0 tribunal. Entrevista com Joan Greer, supra note 30. [55] Mesmo que as estatisticas atuais indiquem que os mulheres negras so mals propensas a serem vitimas do que as mulheres brancas, os mulheres negras séo menos propensas ¢ relator seus estupros, menos propensas a ter seus casos em julgamento, menos probobllidades de que seus julgamentos resuitem em convicebes e, de forma mois perturbante, menos propensas @ procurar aconselhamento e outros servvicos de apoio. PATRICIA HILL COLLINS, BLACK FEMINIST THOUGHT: KNOWLEDGE, CONSCIOUSNESS ANO THE POLITICS OF EMPOWERMENT 178-79 (1990); em acordo com MUBERT S. FEILD & LEIGH B, BIENEN, JURORS ANO RAPE: A STUDY IN. PSYCHOLOGY AND LAW 141 (1980) (Os dados obtides de 1056 cidadéos que serve como Jurados en casos de estupro simulados geralmente mostraram que “o agressor do mulher negra recebeu uma sentenca mais indulgente do que 0 agressor da mulher branca"), De acordo com Fern Ferguson, um trabalhedor do abuso sexual de Ilincis, falando em uma conferéncia do Instituto Women of Color em Knoxville, Tennessee, 10% das violacSes envolvendo vitimas brancas acabam em condenacdo, em comparagde com 4.2% por viola¢des envoivende vitimas ndo- brancas (@ 23% para © grupo menos inclusivo de vitimas de viola¢&o negra). UPI, 30 de julho de 1985, Ferguson argumente que os mitos sobre as mulheres néio-brancas serem promiscuas & desejam ser estupradas encorajam o sistema de justica criminal e profissionais médicos também {a tratar as mulheres ndo-brancas de forma diferente do que tratam as mulheres brancas apés a ocorréncia de estupro. Id QMO WO SEE hitps:twwn.geledes.org.brimapeando-as-margens-interseccionalidade-politcas-de-idertidade-e-violencia-contra-mulheres-nao-brancas-de-ki... 14/14

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