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calculo e algebra linear Kaplan ee calculo 4 e algebra linear | “" Calculo com mais de uma Varidvel — Equagées Diferenciais Wilfred Kaplan Donald J. Lewis Departamento de Matematica Universidade de Michigan Equipe de tradutores: Marco Antonio Raupp (Coordenador) Hilton Vieira Machado Adilson’ Goncalves José Raimundo Braga Coelho Antonio Conde Mareos: Duarte Maia Eduardo Kanan Marques Professores do Departamento de, Matemética da Universidade de Brasilia Livros Técnicos e Cientificos Editora S.A. Rio de Janeiro - GB/I974 COPYRIGHT © 1973, by LIVROS TECNICOS E CIENTIFICOS EDITORA S.A. ALL RIGHTS RESERVED Authorized translation from English language edition published by John Wiley & Sons, Inc., New York, Copyright © 1971 by John Wiley & Sons, Inc. All Rights Reserved. Tradugdo autorizada de edigso em lingua inglésa publicada por John Wiley & Sons, Inc., New York. Copyright © 1971 by John Wiley & Sons. Todos os Direitos Re- servados.. Titulo do’ original em inglés: “CALCULUS. AND LINEAR ALGEBRA” Volume 11. IMPRESSO NO BRASIL/PRINTED IN BRAZIL 1 edicdo — 1973 Reimpressio — 1974 Capa: ag comunicagso visual Itda. Tiragem desta reimpresséo 4.000 exemplares A_1. edigéo deste livro foi coeditada com 0 Instituto Nacional do Livro/MEC, dentro’ de Programa do Livro-Texto para o Ensino Superior, patrocinada pelo Ministério do Plane- Jamenta e Coordenacéo Geral. (Preparada pelo Centro de Calalogaghons-tonte do Sindicato Nacional dos Bditores de Livros, GB) Kaplan, Wilfred. Seb slcetes aeeal te kee ae BE at Lewis; coordenada a%co! Antonio Sia Hig "te Veneto Livres Recnieos ' Gientiicas, 2 vy. iust.-38em, ‘Do originel em inglés: Calculus and linear algebra. Aptndices, Bibliogratia. 1, CAeulo, 2. Algebra linear. I, Lewis, Do- nald J. IT. Titulo. opp — 17. — 517 LIVROS TECNICQS E CIENTIFICOS EDITORA S.A. Av. Venezuela, .163 — ZC-14 — CP. 823 Rio de Janeiro — GB PREFACIO Nos ‘Voli. 1 € 2' foi desenvolvido o Célculo para uma varidvel, juntamente com 0s vetéres no plano e algumas idéias fundamentais relativas aos espacos vetoriais gerais. Nestes 3.° e 4.° volumes, desenvolvemos a Algebra Linear mais extensiva~ mente e entéo aplicamo-la & Geometria, 0 Calcul para duas variiveis e a equacdes diferenciais. Estes tépicos apresentam-se tao intimamente ligados que 0 assunto em questo é considerado aqui como um corpo de matematicas bem definido e firme- mente unido. A Algebra Linear trata das relacdes cujas representacées gréficas séo Tineares: linhas, planos e seus correspondentes em dimensées maiores. Na Geometri vemos estas representagées gréficas como estruturas no espaco euclidiano R¥, ou, mi generalizadas, no B®. © Céleulo ocupa-se em parte, com relagdes cujas representacdes Bréficas séo objeto curvos: caminhos (ou trajetérias) e superficies. O Célculo Dife- rencial & essencialmente uma ferramenta para a “linearizacdo” destas relacdes (através da diferencial) e seus grSficos (através de linhas e planos tangentes). Uma vez linea- rizadas, as relagSes e representagées grificas podem ser tratadas pela Algebra Linear @ pela’ Geomettia. O Célculo também lida com classes de funcdes: por exemplo, @ classe de tédas as funcSes continuas num intervalo ou numa regigo, a classe de tédas as fungdes que possuem a enésima derivada continua num intervalo, a classe de todos 98 polinémios, 0 conjunto de tédas as funcées racionals, 0 conjunto de tédas as funcées representaveis por séries de poténcias num intervalo '(funcdes analiticas) ou o con- junto de solugéés de uma equacéo diferencial linear homogénea num intervalo, Cada uma destas classes constitui um espago vetorial, e as idéias da Algebra Linear de névo encontram aplicagdes. Talvez, 0 mais belo exemplo destas aplicacées esteja mostrado na Fig, 13-49, indicando 0 nucleo e o dominio dos quatro operadores lineares Y, V?, rot e div. Achamos que as idéias centrais sio mais nitidamente expressadas na Gedmetri @ esperamos que 0s leitores déste livro possam devotar um tempo adequado ao Cap. 11, no qual a Geometria Euclidiana € estudada em detalhes. Fazemos a seguir um breve sumério por capitulo dos Vols. 3 e 4 com alguns ‘comentérios. Volume 3: Capitulo 9. Espacas Vetoriais. Os espacos vetoiiais séo idos_ axiomatic mente; entretanto, foi tornado claro que em quase tédas as aplicacdes, as verificagées dos axiomas requerem simplesmente a observacdo se séo coerentes com as operacies bisicas. A ferramenta essencial da Algebra Linear & desenvolvida: subespacos, adigéo de conjuntos, variedades lineares, independéncia linear, bases, dimensio, aplicagdes lineares, nticleo, dominio, pésto, nulidade, transformacées lineares (aplicacées de um espago em si mesmo), espacos vetoriais das aplicacdes lineares, algebra das transfor- magées lineares, aplicacio inversa. Em muitos casos, ilustragées geométricas so dadas (como antecipacéo do Cap. 11) e muitos exemplos séo tomados do Célculo, vil PREFACIO Copitulo 10. Matrizes ¢ Determinantes, As matrizes séo introduzidas como apli cagées lineares de Vx (0 espaco vetorial de n-uplas * reais) em Vm, a partir do que, utilizando-se os resultados gerais de tais aplicacdes, podemos falar em pésto de uma matriz. As idéias simples da Algebra Linear permitem que seiam obtidos todos os principais resultados relativos as equacées lineares simultaneas, excetuando-se alguns poucos, dependentes dos determinantes. Estas equacdes sio cuidadosamente estudadas @ relacionadas com a Geometria. As operacdes com matrizes sia desenvolvidas ampla- mente (sempre como uma aplicacéo da teoria préviamente desenvolvida das aplicagses lineares). € dada atencSo especial &s matrizes quadrades (transformacées lineares) e suas inverses, Os determinantes sé0 desenvolvidos sistematicamente © & ressaltado seu significado geométrico. As secdes optativas dizem respeito as matrizes de funcées, técnicas de eliminac3o, autovalores e semelhanca. Capitulo 11, Geometria Linear Euclidiana. A énfase & dada neste capitulo 20 espaco tridimensional, embora seja mostrada, de um modo breve, em secdes opcionals, a generalizacao para espacos ®-dimensionals. Introduz-se 0 produto interno, dedu- zem-se as suas propriedades e define-se o R¥ em térmos da funcdo-distancia corres- pondente. O produto vetorial é também deservolvido, sendo apresentado como impor- tante ferramenta no estudo de retas e planos. Sao tratados pela Algebra Linear muitos problemas da Geometria, mas é dada énfase no sentido de demonstrar quo bom é ste método ao invés de ser enfatizada a teoria completa. O tratamento da drea e do volume é relacionado com 0 Célculo. $0 consideradas as aplicacdes lineares de RS no RY; a da matriz jacobiana e seu determinante é destacada e seu signi- ficado geométrico & acentuado, (Neste ponto, na verdade, o Célculo Diferencial e Integral, a Algebra Linear e 2 Geometria reunem-se em uma das idéias centrais da Matemética.) As superficies no espaco e coordenadas esféricas e cilindricas séo dis- cutidas, 0 mesmo sendo feito com relagéo a mudanca de coordenadas, ainda que de um modo sucinto. Volume 4: Capitulo 12, Cileulo Diferencial de Fungées de Vérias Varidveis. Derivadas e diferenciais parciais s40 desenvolvidas e mostradas como sendo parte de uma teoria que destaca as fungdes e operagdes vetoriais, em particular o gradiente e a matriz jacobiana. As varias regras de cadeia sio apresentadas como casos de uma regra muito simples para fungdes vetoriais. Fungées implicitas e inversas séo examinadas, enfi zando-se a aproximacso linear proporcionada pelo Céleulo; existe aplicacées correc- pondentes as tangentes e normais, Sao discutidos os maximos e minimos, incluindo o caso das condigées laterais (Multiplicadores de Lagrange) ; novamente aqui, a Algebra Linear é importante. Capitul Céilculo Integral de Funges de Vérias Variéveis. As integrais duplas € triplas séo estudadas, sendo assinaladas as propriedades essenciais necessitadas para aplicagées. A integraco em coordenadas curvilineas (essencialmente cilindricas e esfé- ricas) & considerada com referéncia 4 Férmula de Jacobi. Séo discutidas numerosas aplicagées. As integrais de linha so estudadas sistematicamente, destacando-se 0 Teorema de Green e a independéncia do caminho percorrido. As operagées de diver- géncia e rotacional si0 introduzidas e através do Teorema de Green s30 mostrados deradas rapidamente. Capitulo 14, Equagées Diferencisis Ordindrias. Este é, de fato, um breve curso sobre 0 assunto, dando-se énfase &s equacées lineares e métodos matriciais. O Teo- rema da Existéncia e aplicacées priticas ndo sio demonstrados, mas é dada grande i portancia a idéia de estabilidade. A anélise do plano de fase, os métodos das séries & técnicas numéricas séo brevemente considerados. © Pronuncia-se énuplas. PREFACIO x Curso Minimo Sugeride. © esbéco seguinte estabelece um curso completo, mas apenas os assuntos essenciais de cada tépico sio tratados: Secs. 9-1 até 9-9, 9-1! até 9-14, 9-16, até 9-21, 10-1 até 10-13, 11-1, 11-2, 11-4, 11-6 até 11-8, W1=10, 11-12, 11-14 11-15, 11-17, 11-19, 11-20, 12-1 até 12-14, 12-17 até 12-19, 13-1, 13-2, 13-4 até 13-9, 14-1 até 14-9, 14-11 14-13. Pode-se inclusive omitir completamente o Cap. 14; para muitos fins, as: secdes sobre equagies diferenciais no Cap, 7 so suficientes. Pospondo-se um tratamento completo das equa- ‘g6es diferenciais para um nivel mais: adiantado, haveria tempo para uma visio mais completa dos Caps. 9 até 13, Sinais (*) @ (4). Como nos Vols. 1 e 2, um sinal (+) assinala uma seco opcio- nal e um sinal ($) indiea-uma seco tanto opcional quanto extremamente dificil. Algumas demonstracées e problemas sfo marcados com um sinal (+), como indicativo de dificuldade. Agradecimentos. Expressamos 0 nosso reconhecimento a0’ editor pelo apoio e encorajamento dados através de téda a preparacéo déste volume; agradecemos espe- cialmente a John B. Hoey pelos seus incanséveis esforcos como representante do projeto, A Helen M. Ferguson e Anna Church expressamos nosso apréco pelo belo trabalho na datilogratié do manuscrito, Wilfred Kaptan Donald J. Lewis Ann Arbor, 1970 CONTEUDO Volume 3 CAP. 9 — ESPACOS VETORIAIS, 833 9-1 9-2. 9-3. 9-4. 95. 9-6. 9-7. 9-8. 9-9. 49-10. 9-11. 9-12. 9-13. 9-14. 19-15. 9-16. 9-17. 9-18. 9-19. 9-20. 9-21. 9-22. 9-23. Conceito de Espaco Vetorial, 833 Subespagos, 839 Intersegao ‘de Subespacos, 845 Soma de Subconjuntos, 848 Variedades Lineares, 854 Envoltéria Linear de um Conjunto, 859 Bases, Independéncia Linear, 860 Dimensio, 867 Dimenséo’ de Subesacos e de Variedades Lineares, 869 Demonstragées de Teoremas Sdbre Dimensées, 872 Transformacées Lineares, 878 Imagem de uma Transformacio Linear, 884 Nacleo de uma Transformagio Linear, 886 Pésto e Nulidade de uma Transformacso Linear, 889 Demonstragéo de Dois Teoremas, 892 Soma de Transformacées Lineares, Multiplos Escalares de Transformacées Lineares, 895 Composigéo de Transformacées Lineares, 897 Inversa de uma Transformagéo Linear, 900 Transformagées Lineares num Espaco Vetorial, 903 Polinémios em uma Transformacgo Linear, 906 Transformacées Lineares Nao Singulares, 910 © Polin’mio Minimo de uma Transformacso Linear, 913 Autovetores e Autovalores, 916 CAP. 10 — MATRIZES E DETERMINANTES, 920 10-1 10-2 10-3 - 10-4 - 10-5. 10-6 . 10-7 . 10-8 . 10-§ Matrizes, 920 Matrizes e TransformagSes Lineares Vs em Va, 921 Matrizes como Transformacées Lineares, 925 Nicleo, Imagem, Nulidade e Pésto de uma Matriz, 927 Matriz, Identidade, Matriz Escalar, Matriz Zero, Matrizes Complexas, 931 Equagées Lineares, 934 Soma de Matrizes, Escalar Vézes Matriz, 947 Multiplicagio de Matrizes, 949 A Transposta, 952 xu 10-10. 10-11. 10-12. 10-13. 410-14, 110-15. *10-16. 10-17 410-18 410-19. 310-20. 10-21 CONTEGDO Partigfo de uma Matriz, 955 A Algebra de Matrizes Quadradas, 958 Matrizes Nao Singulares, 964 Determinantes, 969 Demonstragdes de Teoremas Sébre Determinantes, 982 Outras Observacdes Sébre Determinantes, 988 © Método da Eliminagéo, 994 Matrizes de Fungées, 1001 Autovalores, Autovetores, Polinémit Matriz, 1004 Representagdes Matriciais: de uma Transformacgo Li- rear, 1010 Matrizes de Jordan, 1012 Matrizes Semelhantes, 1016 Caracteristico. de uma CAP. 11 — GEOMETRIA EUCLIDIANA LINEAR, 1020 Introd, M15. 11-16, W017. t11-18. 11-19. 11-20. 11-21, 19-22. 1020 Produto Interno e Norma em Va 1021 Vetores Unitérios, Angulos Entre Vetores, 1023 Espaco Vetorial Euclidiano de Dimensdes’n, 1025 Pontos, Vetores, Distancia, Retas no Espaco Euclidiano Tridimensional R*, 1028 Retas no Espaco Euclidiano n-dimensional, 1035 Produto Vetorial, 1037 Produtos Triplos, 1043 Aplicagéo do Produto Vetorial a Retas no Espaco, 1045 © Produto Vetorial em Vs, 1047 Planos em R8, 1051 Relacdes Entre Retas e Planos, 1058 Relacées Entre Dois Planos, 1060 Hiperplanos e Hipersuperficies Lineares em R*, 1062 Quiros Sistemas de Coordenadas Cartesiana sem R', 1065, Comprimentos, Areas e Volumes em R*, 1069 Novas Coordenadas e Volume em BR, 1076 Transformacées Lineares de R* em R*, 1079 Transformacées Lineares de R* em R™, 1082 Superficies em R2, 1084 Coordenadas Cilindricas e Esféricas, 1088 Mudanga de Coordenadas em.R®, 1092 Mudanga de Coordenadas em R*, 1096 RESPOSTAS DOS PROBLEMAS, 1099 Volume 4 CAP. 12 — CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGGES DE VARIAS VARIAVEIS, 1:11 Introdugso, 121. 12-2. 12.3. 12.4. 12-5 . 12-6 . 12.7. 12-8. mu Conjuntos no Plano, 1112 Fungées de Duas Varidveis, 1115 Fungdes de Trés ou Mais Varidveis, 1121 1122 fais, 1125 Operagées com Fungdes, 1125 Limites e Continuidade, 1128 Derivadas Parciais, 1197 CONTEODO 12.12! 12.13, 12-14. #1215. 12.16. 12.17. 12.18. 12-19. 412.20. 12-21. 12.22, 312-23. 312-24. 412-25, A Diferencial, 1143 Regras de Cadeia, 1151 Derivada Direcional, 1157 Diferencial de uma Funcio Vetorial; Matriz Jacobiana,, 1163 A Regra Geral da Cadeia, 1168 Fungdes Implicitas, 1173 Teorema da Funcéo Implicita,, 1189 Fungées Inversas, 1189 Curvas no Espago, 1196 Superficies no Espaco, 1199 Derivadas Parciais de Ordem Mais Alta, 1207 Demonstracéo do Teorema Sobre Derivadas Parciais Mistas, 1210 Formula de Taylor, 1215 Méximos e Minimos de FungSes de Duas Variaveis, 1221 Multiplicadores de Lagrange, 1230 Demonstracéo do Teorema Sébre Maximos e Minimos Locais, 1233 Alguns Resultados mais Profundos Sébre Continuidade, 1238 CAP. 13 — CALCULO INTEGRAL DE FUNCGES DE VARIAS VARIAVEIS, 1247 13-1. 13-2. 113-3 | 13-4. 413-5 13-6 . 13-7. 13-8. 13-9. 13-10. 13-11. 13-12. 13-13. 13-14. 13-15. A Integral Dupla, 1247 Teoria da Integral Dupla, 1256 Demonstracéo de que a Integral Dupla Pode ser Repre- sentada como Limite, 1265 Integrais Duplas em Coordenadas Polares, 1270 Outras Coordenadas Curvilineas, 1273 Integrais Triplices, 1277 Integrais Triplices em Coordenadas Cilindricas e Esféricas, 1285 Outras Propriedades das Integrais Multiplas, 1293 Area de Superficie, 1299 Outras Aplicagées das Integrais Miltiplas, 1303 Integrais de Linha, 1312 Teorema de Green, 1323 Rotacional e Divergente; Forma Vetorial do Teorema de Green, 1325 Diferenciais Exetas ¢ Independéncia do Caminho, 1337 © Teorema da Divergéncia e 0 Teorema de Stokes -no Espaco, 1347 CAP. 14 — EQUACGES DIFERENCIAIS ORDINARIAS, 1354 141. 14-2 | 143. 144. 45. 14-6 . 14-7. 14-8. 14-9 . 14-10. 14-11, Conceitos Bésicos, 1354 Método. Gréfico e Método de Integraco por Etapas, 1364 Equagées Exatas de Primeira Ordem, 1369 Equagées com Varidvels Separdveis e Equacdes da Forma y = glylz), 1376 ‘A Equacgo Linear de Primeira Ordem, 1982 Equagées Diferenciais Lineares de Ordem m, 1390 Variaggo de Parametros, 1397 Solugdes com Valéres Complexos de Equacées Diferenciais Lineares, 1401 EquagSes Diferenciais Lineares Homogéneas com: Coefi- cientes Constantes, 1403 Independéncia Linear de Solugées da Equacdo Linear Ho- mogénea com Coeficientes Constantes, 1408 Equagdes Diferenciais Lineares Nao Homogéneas com Coeficientes Constantes, 1410 xiv 14-12. 14.13, 14-14. 14.15. 14-16. 1417, 14-18. 14-19. 314-20. 14:21. 14-22. 14-23. CONTEODO Aplicagées de Equagées Diferenciais Lineares, 1414 Vibragées de um Sistema Mola-massa, 1420 Equagées Diferenciais Lineares Simultineas, 1427 Solugdes Que Satisfazem as Condicées Iniciais; Variagéo dos Pardmetros, 1435 Solugdes com Valéres Comolexos de Sistemas de Equacdes Diferenciais Lineares, 1441 remas Lineares Homogéneos com Coeficientes Cons- tantes, 1444 Sistemas Lineares Nao Homogéneos com Coeficientes Constantes; Estabilidade, 1449 Método de Eliminagio, 1454 Aplicagéo da Fungéo Exponencial de uma Matriz, 1458 Sistemas Lineares Auténomos de Ordem Dois, 1465 Solugdo por Série de Poténcias, 1474 Resolugdo Numérica de Equacées Diferenciais, 1482 RESPOSTAS DOS PROBLEMAS, 1487 fNDICE ALFABETICO, 1499 CAPITULO. 12 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS Introdugao ‘Comecamos nosso estudo do Célculo com a linha reta. No decorrer déste estudo, a reta e a fungdo linear correspondentes tiveram um papel cen- tral. A derivada de uma funcéo de uma varidvel est4 estreitamerite rela- cionada com uma fungiio linear, aquela fungio cujo grafico é a reta tan- gente ao grafico da funcdo dada. CaAlculo das Fungées de Varias Varidveis est4 igualmente baseado nos “objetos lineares”: retas, planos e suas generalizagSes para dimensbes mais elevadas. Nos capitulos precedentes desenvolvemos a Algebra e a Geometria necessérias para trabalhar com éstes objetos lineares. Agora passaremos a relaciond-los com o Cilculo. Veremos que derivadas apro- priadas (derivadas parciais) podem ser introduzidas, através das quais po- demos encontrar ‘retas e planos tangentes para os gréficos correspondentes. O préprio conjunto das derivadas forma uma matriz que podemos considera como a matriz representativa de uma transformagdo linear. Esta transfor- magio linear pode ser considerada como uma boa aproximacdo para a transformacio, geralmente ndo linear, representada por nossa fungdio (ou fung6es) de varias varidveis. O relacionamento est4 sugerido esquematicamente na Fig. 12-1. La, temos uma transformacao nao linear f de R* em R*. Por tal transformagio, cada sélido retanguiar no espago x corresponde a um sdlido curvilineo no espago y; as faces planas do sélido retangular correspondem as superficies curvas no espago y; as arestas do sdlido correspondem a curvas no espaco y. Pelo Calculo, obteremos uma transformago linear 3 H= Dayh, - C= 12,3), & m2 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 Fig. 12-1. Transformagio linear que aproxima a transformagao nio linear ou, em forma de matriz, y =Ax, que aproxima razoavelmente a transformagao ndo linear dada. Em particular, a transformagao linear associa f(O) a 0’; tomamos coordenadas escolhidas de tal forma que f leve a origem do espago x na origem do espago y. Por essa transformacdo linear, o sélido retangular se transforma num parale- lepipedo no espaco y; as arestas do sélido so transformadas nas arestas do paralelepipedo, que s&o retas tangentes as curvas préviamente obtidas; as faces do sélido correspondem aos paralelogramos nos planos tangentes As superficies curvas préviamente obtidas. Assim, “linearizamos” nossa * transformagao f substituindo-a por uma transformacao ar aproximada. Ver-se-A que as notagdes vetorial e matricial simplificam enormemente 0 enunciado e a compreensio dos resultados no Calculo de Varias Varidveis. No decorrer déste capitulo, aumentaremos gradativamente a énfase nestas notacées. 12-1. Conjuntos no Plano Para nosso estudo de fungdes de duas varidveis, necessitamos de varios conceitos relatives a conjuntos no plano xy. Por uma vizinhanga, de raio p, de um ponto Po, entendemos 0 conjunto de todos os pontos P no plano que distam menos de p de Po, isto é, 0 con- junto de todos os P tais que d(P, Po) =||PoPI| 0 (Fig. 12-4); uma vizinhanga qualquer (Fig. 12-2) também é um conjunto aberto. Por motivos técnicos, © conjunto vazio é também considerado aberto. Fig. 12-4. Um semiplano x > 0 como conjunto aberto nw CALCULO DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 Diz-se que um conjunto E é conexo por caminhos se, para cada dois pontos P; e P; em E, se puder encontrar um caminho r= (0) (& = OP), @ <1 b, inteiramente contido em E, tal que x(a) = GP, 1(b) = OPs, isto é, cada dois pontos em E podem ser unidos por um caminho em E. A Fig. 12-5(a) mostra um conjunto conexo por caminhos; a Fig. 12-5(b) mos- tra uma conjunto E formado de duas partes ¢, por conseguinte, nao conexo por caminhos. av av (b) Fig. 12-5. (a) Conjunto conexo por caminnos e (b) ¢onjunto n&o conexo por caminhos Por uma regidio aberta (ou dominio), queremos dizer um conjunto ndo vazio que € aberto ¢ conexo por caminhos: por exemplo, o plano xy inteiro, © interior de um quadrado, o interior de um circulo, um semiplano (Fig. 12-4), os pontos entre dois circulos concéntricos (faixa angular; Fig. 12-6) ou um conjunto como na Fig. 12-5(a). 12-2, FUNGOES DE DUAS VARIAVEIS ms As regides abertas sio andlogas aos intervalos a < x < b (onde a pode ser — ©, b pode ser ), ¢, na maior parte déste capitulo, nossas fungées” serio definidas em regides abertas. As anélogas aos intervalos fechados na reta so as regides fechadas limitadas no plano. Por exemplo, um cir- culo é uma regido fechada limitada, como o é um quadrado. As regides fechadas limitadas serfo consideradas adiante na Seg. 12-22. Elas nfo sio necessdrias .para as partes iniciais déste capitulo, Devido as analogias mencionadas, iremos, de fato, ocasionalmente referir-nos aos intervalos (a, b) no eixo x como regides abertas e aos inter- valos fechados como regides fechadas limitadas. Também, uma vizinhanca de xo de raio p ser4 o intervalo aberto (x) — p, x0 +p). Estas definicgdes s&o coerentes com aquelas para o plano. 12-2. Fungdes de Duas. Variaveis Por uma fungdo real de duas varidveis reais (resumidamente, fungio de duas varidveis) queremos dizer uma fung&o f que associa um numero feal'z a cada par ordenado de'ntimeros reais (x, )) num conjunto E de tais pares. Assim, 0 dominio de f pode ser considerado como um conjunto no plano Xy e, geralmente, considerd-lo-emos assim. A imagem de f é um conjunto de niimeros no eixo 2 Tal fungio pode ser representada graficamente como na Fig. 12-7. .O grafico cOnsiste de todos os térmos (x, y, z) no espaco tais que z = f(x, »). Aqui, f(2, 1) € 0 valor de z para x = 2, y = I, fll, 3) € 0 valor de z para x=1, y =3, flab) € 0 valor de z para x =a, y =b e f(x, y) € 0 valor de z para os x ¢ y dados. Fungdes de duas varidveis so freqiientemente definidas por equagdes: — x2 ~ y2 define z = f(x, y) para todo (x,y). “As equagées i eee ae definem fungdes g(x, y) ¢ Flv, w), a primeira para x #0, y #0, a segunda para |v| > |w]. Uma fungao f de duas varidveis é muitas vézes convenientementetepre- sentada por suas curvas de nivel. Estas séo os conjuntos sobre os quais Jf tem diferentes valéres constantes c. Por exemplo, se z = f(x,y) =x*+ + y*, entéo z=1 para os pares (x,y) tais que x*+ y* = 1, z=2 para xt+ yt=2, 2=0 para x*+y'=0, isto é, z=0 sdmente em (0, 0), z= —1 para xt+y*=-— 1, isto-é, z= —1 para nenhum par real (x,y). Os resultados so apresentados graficamente na Fig. 12-8. 16 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP, 12 (EX wy x? + y* © (b) suas curvas de nivel = @ a Fig. 12-8. (a) A fungio Podemos pensar em z = f(x, ») como a altitude acima do nivel do mar para certos pontos sdbre a superficie da Terra (uma pequena porcdo apro- ximadamente plana), Entio, nossas curvas de nivel correspondem as /inhas de contérno num mapa topografico, como na Fig. 12-9. A pratica com tais mapas torna facil a visualizao do grafico tridimensional da fungZo, como na Fig, 12-7. 109 150 0 OrxXxo (a Para a fungdo z = xy, as curvas de nivel so as curvas xy =¢, para val6res diferentes de c. Para c =0, obtém-se os dois eixos coordenados: x=0ey=0; para c #0, a curva de nivel é uma hipérbole. A funcio e suas curvas de nivel estZo desenhadas na Fig. 12-10. Fig. 12.9. Um mapa topografico 12:2, FUNCOES DE DUAS VARIAVEIS wy @ Fig. 12-10. (a) A fungio z = xy ¢ (b) suas curvas de nivel Para a funcio z —sen (x — 9), cada curva de nivel é definida por uma equagdo sen (x — y)=c. Para cada c entre — 1 e 1, inclusive, obtém-se uma infinidade de retas paralelas, como sugere a Fig. 12-11. Como a fi- gura mostra, grafico da fung&o é uma superficie ondulada como a super- ficie do oceano. De fato, esta fungdo esté relacionada a propagagao de ondas. Se se substituir y pelo “tempo” f, a funcdo se torna z = sen (x —1) descreve a propagacéio de uma onda pelo eixo x (Probl. 10 adiante). y Cc =0,7| 0-0,7-1-0,7 9 07 1 07 0 @ (6) Fig. 12-11. (a) A fungao z = sen (x — y) e (b) suas curvas de nivel ms CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 Para. a fungdo z= I/(xt + y*) (Fig. 12-12), deve-se excluir (0,0) do dominio. De fato, & medida que nos aproximamos da origem, os valéres de z aproximam-se do «, de modo a térmos uma descontinuidade feia (Seg. 12-7 adiante). Observe que o dominio da fungSo é ainda uma regio aberta. ® 7 O Fig. 12-12, (a) A funcdo z = 1)/(x* + y*) e (b) suas curvas de nivel Outras Notagdes. Em vez de escrevermos z = f(x, y), poderemos es- crever z = f(P), onde P representa o ponto (x,y) no plano. Para fungdes definidas geométricamente, esta notagdo é preferivel. Por exemplo, a fun- lo z=x? + y? pode ser escrita como z =f\P) = ||OP||*, onde O 6 a origem, como de costume. Podemos também escrever z = f(v), onde v = xi + yj. Aqui, estamos usando 0 fato de que temos uma correspondéncia biunivoca entre os vetores € os pontos (x, y) no plano. Por exemplo, a funcdo z = 2x + 3y pode ser escrita como z = (2i + 3j)+v. A-notacdo vetorial € especialmente util para tais fungdes lineares, mas também pode ser usada. geralmente ¢ demonstra ser de grande valor. Deve-se acentuar que usando z = f(y) ao invés de z = f(x,y), teremos substituido a fungdo de duas varidveis reais por uma fungio de uma variavel vetorial. 12:2, FUNCOES DE DUAS VARIAVEIS we PROBLEMAS* 1. Para cada um dos seguintes conjuntos no plano xy, faca um esbéco ¢ descreva o inte- rior. Em cada caso, 0 conjunto consiste de todos (x, ») que satisfazem & desigual- dade (ou desigualdades) dada(s): @xzty21. (bo) x—y <2. (©) > 1. @ M+ yZ1 (est yP>0. H) &-Wy-2>0. @ x-y>LMet+y>Ox+ 3y>2 (h) 2x + y >5, —x + dy > 0,42 —y >7. 2. Para cada um dos seguintes conjuntos no plano xy, faga um esbdgo © enuncie se o conjunto € ‘aberto, conexo por caminhos ou uma regido aberta, Em cada caso, 0 conjunto consiste de todos (x,y) que satisfazem & desigualdade (ou desigualdades) dada(s): @) #4 <4. (b) 3x? + 2y? <1. © + y-Me-W+y-N<0 A O 1. . (h) P+ o> 1, y —senx <0. . (a) Demonstre: a unido de dois conjuntos abertos é aberta. (b) Demonstre: a intersecio de dois conjuntos abertos é aberta. ©) A unido de duas regides abertas ¢ necessariamente uma regido aberta? @ A intersegio de duas regides abertas € necessiriamente uma regido aberta? 4, Se z= f(x, y) = x4 + 2y* para todos (x,y), avalie: @) f(b) FB). ©) fla, by. (d) fx, 2y). (e) f(—x, —y). 5. Represente a funco graficamente por curvas de nivel ¢ também por um esbdco de ‘superficie como nas Figs, 12-8 12-10: @ b= . ()z=y?—2. dz +% (e) z= x? + 2y% ® z= vi-#-¥. @ z= VF4 ee (yz = VE i) z=sen (2x + y). cnr * Os problemas numerados em negrito terfo as respostas dadas no final déste volume. 1120 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 Fig. 12-13. A preparagdo de um mapa topogrifico 6. Na preparago de um mapa topogréfico tem-se geralmente informagSo referente & altitude z sémente em certos pontos do plano xy. Por interpolagio linear ‘ad longo de paralelas aos cixos, pode-se entéo estimar z em outros pontos e, em particular, lo- calizar pontos nos quais z tem valéres-padréo 100, 200, .... Unindo-se os pontos nos quais z= c por curvas suaves, poderi-se obter as linhas de contémo. © processo esté ilustrado na Fig. 12-13. Um proceso semethante é usado para desenhar as linhas de presso constante (isobéricas) ou de temperatura constante (isotérmicas) num mapa meteorolégico. Use éste ‘método para esbocar as curvas de nivel da fungdo 2 =f(%,y) partindo dos valéres de z dados no qua- dro ao lado. 7. Seja’v um vetor geral V2, a um vetor fixo de comprimento 2. Seja z =f) Avalie: (@) f0). —(®) fla). (©) F(3a). @fvt+a) — (&) fev). & Sejam a © b vetores fixos em V2 tais que @-a = 1, a-b=3eb-b = 5. Seja fly) = = acvtbey. Avalie: (@) fla). (b) f(b). (©) f(a —b). @) f(da + b) "9. Para uma das fungdes dadas, diga quando o dominio ¢ aberto e quando é uma regio aberta: 2 (@)s=y+x b) z= In|. ()z=Inzy. @ z= Vet¥. 12.3, FUNGOES DE TRES OU MAIS VARIAVEIS 121 10. Para a fungdo z = sen (x — £) (veja Fig. 12-11), vé-se 0 movimento ondulatério consi- derando z como uma fung4o de x para varios val6res fixos de t. A medida que t aumenta, vé-se a onda mover-se pelo cixo x. Fasa 0 grifico de z como uma fungio de x para cada um dos seguintes valores de t: 0, 4/8, 1/4, 37/8, x/2, mostrando tédas ‘as curvas num gréfico no plano xz, Por estas curvas, diga se a onda esta se movendo para a esquerda ou para a direita, A medida que ¢ aumenta. Consegue-se um exemplo fisico grosseiro sacudindo-se uma corda comprida que esteja amarrada numa das ex- tremidades. Outros exemplos so a transmissfo do som e da luz. 12-3. Fungdes de Trés ou Mais Varidveis Os conceitos de vizinhanga, interior, conjunto aberto e regido aberta estendem-se imediatamente ao espago tridimensional R*. Por exemplo, a vizinhanga de Po, de raio p, consiste de todos os P: (x,y, z) cuja distancia de Pp seja menor do que p. Conseqiientemente, a vizinhanca consiste de todos 0s pontos dentro de uma esfera de raio p. Os seguintes conjuntos silo regides abertas em R?; todo o R®, todos os (x, y, z) para os quais | x| < <1, |y| <1, | 21 <1 Gnterior de um cubo), qualquer vizinhanga em R?. Fungdes de Trés Variiveis, Uma fungdo f de trés variiveis associa nimeros reais w a certos pontos (x, y,z) do espago tridimensional. Por exemplo, w = 2x — y +z para todos os (x,y, z). Para esta func&o f, te- mos f(1, 3, 2) —34+2=1, fil, 0,0) =2, fla, b, c)=2a-bt+e, Sy, 2) = 2x -y +z. Uma fungio f de trés varidveis nfo pode ser desenhada como na Fig. 12-7, pois tal gréfico requereria quatro dimens6es; pode ser projetada, sobre um plano, como na Fig. 12-7, mas os resultados sao dificeis de serem visualizados. Pode-se desenhar graficos de w = f(x, y, z) para valores fixos diferentes de z, por exemplo; isto é, desenhar w = f(x, y, 0),w =flx, y, Dw = fle, y,2),... € assim por diante. Tais graficos juntos dao certas informagdes s6bre 0 comportamento da fungéo, Aé curvas de nivel da Fig. 12-8 tornam-se ago- ra superficies de nivel, novamente mais dificeis de desenhar-se e de se- rem visualizadas. Assim, para w =x*+ y*+ 2%, as superficies de nivel so esferas concéntricas, como na Fig. 12-14. Para fungées dé trés varidveis, pode-se usar novamente a nota¢do geo- métrica: w = f(P), onde P é 0 ponto (x, y, z) de R*, ou a notagao vetorial: w=fl), onde v=xi-+yj+ zk ou yv € 0 vetor (v1, ¥%, 3). Podemos também traduzir a discuss¥o sobre conjuntos para linguagem vetorial. Por exemplo, uma vizinhanca de rai p do vetor ¥o € 0 conjunto de todos os ve~ tores y tais que || v — vol| > ig iG Pe R= 9 (P) Fig. 12-15. Transformagao u = fix, y), v = g(x,y) como uma fungao vetorial 12.4. FUNGOES VETORIAIS 1123 definidas num conjunto E no plano xy, pode ser considerado como uma transformagao do plano xy no plano uv, como sugere a Fig. 12-15. A trans- formagio associa um par (u, v) a cada (x, y) em E, ou podemos dizer que ela associa um vetor w = ui + vj a cada vetor r= xi-+ yj. Dai, a trans- formagdo pode ser interpretada como uma fungio vetorial: w=F(). Consideramos muitas fungdes vetoriais semelhantes nos Caps. 9 € 10, a saber, as transformag6es lineares dadas na notacdo matricial por w=Ar Pode-se também descrever a transformagdo da Fig. 12-15 em linguagem geométrica: Q = 4(P), onde P é um ponto do conjunto E no plano xy e um ponto no plano uv, Chamamos Q de imagem de P. Para cada con- junto contido em £, a imagem désse conjunto & o conjunto de todos os pontos $(P) para P no conjunto. EXEMPLO As equasées ua2—y omy so equivalentes a fungo vetorial F dada por ui + of = (2? — y?)i + (2xy)j ou, em notacao de parénteses, por (u, v) = (2 — y?, Bay Assim, (x,y) = (0,0) corresponde a (u,v) = (0,0), (x, ») = (2, 1) corres- ponde a (u, v) = (3, 4); correspondentemente, escrevemos F(0i + Cj) = 01 + + Oj, F(2i+ j) =3i+ 4j. Para esta transformacdo, em linguagem geo- métrica, observamos que a imagem da origem é a origem; a imagem do eixo x (onde y =0) € 0 conjunto de todos os (uv, ) para os quais u = x¢ © v =0, isto é, 0 eixo w positivo. Uma discussio semelhante aplica-se a pares de funcdes de trés varid- veis: u=fe ys v=gr 45), Aqui, temos uma funcdo vetorial w = F(r). onde r é 0 vetor (x,y,z) ¢ W € 0 vetor (u, r). Assim, temos uma transformacio do espaco tridimensional no espaco bidimensional (Fig. 12-16). 1124 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 Fig. 12-16. Fungo vetorial do espaco tridimensional no espago bidimensional Podem-se também considerar os pares de fungdes de uma variavel: x= fit) y=at, astsb (12-40) Estes sio equivalentes a uma fungiio vetorial r — F(t), como na Seg. 3-10. Semelhantemente, um terno de fungdes x=f), y=et) z=), as aay j=1 Cada tal transformag&o linear esté definida em todo o V,. Sua imagem € um conjunto em Vm, mas nfo precisa ser todo 0 Va. 12-5. Fungdes Matriciais Os elementos de uma matriz A = (ay) podem ser fungées de varias varidveis. Por exemplo, podemos ter 2 — y? Ox — Bi he y y x+3y Sry O caso geral é Byes) ott Gag -- + Hy) A=|([: : ' AgylBp ++» %) Ayolty «++ »%), Podemos abrevid-lo de muitas maneiras: A= (Ay(tp +++ %q)) = (@ylX)) = AX). Normalmente, todos os a,; sio definidos no mesmo conjunto E em R* (ou V,). Ent&io, A(x) torna-se uma fungio transformando E no espaco vetorial de tédas as matrizes g por p (Seg. 10-7). Na Seg. 10-17 discutimos tais fungdes, quando os a so fungdes de uma tinica varidvel t. 12-6. Operagdes com Fungédes Fungdes reais de um dado tipo, com o mesmo dominio, podem ser combinadas como foi feito para fungdes de uma varidvel (Seg. 2-3). Assim, para fungdes de duas varidveis f(x, y), g(x, y), .... podemos formar f+ g, 1126 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 S— 8 fe, fig. Semelhantemente, fungdes vetoriais podem ser combinadas ‘com as operacées permissiveis: f + g, f-g, of (onde ¢ é uma fungdo escalar), como © podem as funcdes matriciais. Uma composigao de fungdes requer alguma combinagio de dominios ¢ imagens, e portanto, sé faz sentido para certas combinagées. Assim, no podemos compor f(x,y) e y(u, »). Mas podemos compor F(u,») e 0 par u = fix, y), » = g(x,y) para formar F(f (x, y), ats 9) contanto que fe g tenham o mesmo dominio ¢ que os pares correspondentes (@, ¥) estejam no dominio de F. Em geral, podemos compor F(u) ¢ u = f(x) se a imagem de { esté no dominio de F:: obtemos entiio F(f(x)) ou a composta Fef. Pode-se também compor fungdes matriciais ¢ fungdes vetoriai por exemplo, compor A(u) e u = f(x) para obter a nova fungéo matricial A(f(x)), sob hipsteses apropriadas. Observamos que, se Fe f so transformagées lineares ¢ Ff é definida, entio F+f é uma transformacio linear. Se F é representada pela matriz Ae f pela matriz B, entio Fef é representada pela matriz AB (Seg. 10-8). Esta regra de Algebra Linear desempenha um importante papel no CAlculo, como ser visto. Zeros de Fungées. Como para fungdes de uma varidvel, dizemos que (Go, yo) & um zero de f(x,y) s€ flo, yo) = 0. Em geral, b é um zero de f(x) se f(b) = 0, © b & um zero de A(x) se A(b) = O. Observe que, para uma fungo de duas varidveis f(x, y), 08 zeros de f juntos formam a curva de nivel f(x, y) = 0. PROBLEMAS 1. Se z= f(x, ¥, 2) = (& — YY — 2), avalie: (a) £(2, 3, 0) (b) f(0, 5, -2) (©) fl, 2, 1) (a) (1,2, 2) (e) f(Q, 1, ) ® F(3, 2, 2) (e) fle, b, 0) (h) f(2x, 2y, 22) @® fl-% —y, -2) 2. Descreva as ‘superficies de nivel das fungées: (a) wee —g +z (b) w= x—y te ©) w= fe y= 2—-y @ w=faydar+y? (©) wa mrt yt () wae2tty—2 3. Considere as equagies u = e* cos y, v = e* sen y como uma transformagio do plano xy no plano uv. (@ Ache (u,v) para cada uma das seguintes escolhas do ponto (x, y): (0,0), (0, 7), 12.6, OPERACOES COM FUNCOES 1027 (0, 9/2), (1, 37/4). (®) Ache a imagem do eixo x no plano w. (© Ache a imagem do eixo y. @ £ a transformagao biunivoca? 4. Para vetores u no plano, seja f(a) = (u-(i+ )Ju. Avalie £0), £0), £21 — p), £4 + yD. 5. Para vetores u no plano, seja f(u) = 3(a-u)i + (u-u)%. Avalie £0), (2), £0), fd — D, fGd + »). 6. Para vetores u no plano, seja f(u) = 3u + 2u*. Avalie-f), £(), f(2i + 3), {i + yD. 7. Para ¢ real, seja F(t) = f° + 1 + 3k. Avalie F(0), F(1), F( — 1. 8 Para ¢ real, seja F(t) = cos ti + sentj+ tk. Avalie F(0), F(a/2), F(a). 9. Para vetores v no espaco, soja Fv) v-it+v-v. Avalic Fd), Fi), Fd — §+ 26), Foi + yi + 26). 10. Para vetores v no espaco, seja F(v) = ¥ Xi- (+f). Avalie FO), FU + D, FO, FGd + ++ zk). 31 u. Para vetoes vem Vs ais RO = Br, onde 2 = (¢ ) Ache Fi + j), F(2i — j), F(0), F(xi + yi). 12. Para cada vetor u = xi + yj no plano, seja Flu) = i + j + 9k) + yi — f+ 2k) + 2 + Of +k. @) Avalie FQ), FO, FM, FGI + 7). ©) Qual é a imagem de F? 13. Para cada: vetor w= xi + yj + zk em Vs, seja Fu) = 21 + § + xi +H) + xQi- + +20+)+4). Avalie: FQ@, FQ), F(c), FG —k). Qual ¢ a imagem de F? 2 ot 14. Para cada 1 real, seja ao=(" ) Avalie AQ), A(1), AC — 1). t 15, Sejam f(x, y) = x — y, a(x, y) = xy, Mx, y) =x? + »*, Flu, v) = a? — v. Ache expressies para cada uma das fungSes compostas: (a) Ff 9), a y)). (©) FIf(, y), hie, y)). {e) Fih(x, y), fle wi. @) Fiftz, y), fs yl. 16, Para os vetores ue v no plano, sejam f(x) =(u- uit (u-w)j, gv) = 2v + 3v. (@ Ache uma expresso para gif(a)]. (b) Ackic uma expresso para f[g(v)]. 1128 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP, 12 17, Ache todos os zeros das seguintes fungdes: @feyarty Wb) feyar—y. (© fe =P ty—1 @ fey2arty+e—1. 13: © f(a) = Au, para uem V, ¢ A= & a: 12-7. Limites e Continuidade Para fungées de varias varidveis, 0 conceito de continuidade é de maior importancia do.que a teoria de limites. Damos aqui uma definigio de continuidade que nio se refere a limites e deduzimos as propriedades prin- cipais das fungdes continuas. No final da segilo, fazemos algumas obser- vagdes sobre limites. Seja a funcdo f de duas varidveis definida numa regido aberta D do plano xy e seja P: (xo, yo) um ponto de D. J4 que D é aberto, podemos entdo escolher um 5) > 0 de modo que a vizinhanga de Po de raio 5p esteja contida em D (veja Fig. 12-17). Diz-se que a funcao f & continua em Po se os valres de f puderem ser aproximados de (xo, yo) tanto-quanto o de- Fig. 12-17. Definigdo de continuidade sejado, conservando (x, y) suficientemente perto de (xo, yo), isto é, se para cada € > 0 pudermos escolher um 8 (menor do que és) tal que fle y) — fle. yl K€ paralx — x? + (y — yo)? < 8% Podemos escrever a definigo em notagio geométrica: f é continua em Pa se If) — fol 0 podemos escolher uma vizinhanga de Po, de raio 6, dentro da qual |f(P) — f(Ps)| <€. Podemos também escre- 12-7, LIMITES E CONTINUIDADE 1129 ver a definicdo em notagao vetorial: f € continua em vo se Uf) — Flvo)] << para lv — vol] <8. (12-71) Diz-se que a fungio f € continua em Dsef for continua em cada ponto Pde D. Se P esti em De f nfo & continua em P, entdo diz-se que f é des- continua em P. A fungdo f é também automaticamente descontinua em todo "ponto onde ela ndo estiver definida. EXEMPLO. A fungSo f(x,y) = x+y € continua para todo (x, y), pois sejam dados um ponto (xo, yo) ¢ um mimero € > 0. Entio, lz + y — @ + yo)! = Ile — x0) + (y — Yo) Sle — 01 + LY — Yol 0 tao pequeno que |/(P) ~ /(Ps)| < «1 para d(P, Py) < 8” Fig. 12-18. Demonstragio do Teorema C e escolhemos 5” > 0 téo pequeno que |[g(P) — g(Po)| < € para d(P, Po) < <6”. Finalmente, seja 6 o menor entre 8’ ¢ 6”. Para d(P, Ps) < 6, po- demos entio concluir que UFR) - f 0, for possivel achar um 6 > 0 tal que |f(P) — f(Po)| << para todo P em Etal que a(P, Po) < 8. Por exemplo, fix, ») = Vzv'y € definida somente para x > 0 ey > Oe & continua em Po: (0,0), como se pode 'verificardiretamente (veja Probl. 10 adiante). Aqui, toda a vizinhanga de Pp contém pontos nos quais J no é definida, mas simplesmente ignorames tais pontos ao testar a conti- 32 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP, 12 nuidade. A situagdo € andloga Aquela para a fungdo de uma varidvel defi- nida num intervalo (a, 6); aqui, f € continua em a se for continua @ direita em a. Os Teoremas Be Ce suas demonstrag6es permanecem validos, com as modificag6es apropriadas, para fungdes continuas definidas em conjuntos gerais. Existéncia de Maximos e de Minimos. O bdsico Teorema F sébre mé- ximos e minimos para fungdes de uma varidvel tem sua contrapartida para fungdes de duas varidveis: uma fung&o definida e continua numa regiio fechada limitada E tem um maximo e um minimo absolutos em E. Este teorema sera discutido nas Segs. 12-22 e 12-25 adiante. Observamos que ndo ha necessidade de haver maximo ou minimo absolutos para fungdes definidas numa regido aberta. Por exemplo, a funcdo f(x,y)=x+y, 0 ¢ é um conjunto aberto. Em outras palavras, as * condigdes fey>o (yen D carecterizam um subconjunto aberto E de D. De fato, esteja (xo, yo) em E, de modo que f(x», yo) > ¢. Podemos escrever f(xo, yo) = ¢ + 2e, com €>0. Para (x, y)numa vizinhanga suficientemente pequena de (xo, yo) (em D), temos [f(x, ») — flo, yo)l< €, © portanto, evidentemente f(x, y) > > +6, de forma que (x, y) est’ em E. Portanto, E é aberto. De modo semelhante, o conjunto caracterizado por duas de tais desigualdades: fey>e, sy) >c, (& y)emD (12-72) & aberto, como o seré também o conjunto caracterizado por qualquer mis mero finito dessas desigualdades. Os conjuntos, naturalmente, podem ser vazios (veja Probl. 14). Observamos que 0 conjunto (12-72) & a intersecdo dos dois conjuntos: f(x, y) > c1, (x, y) em D, g(x,y) > cx, (x,y) em D. Fangies de Mais de Duas Varidveis e Fungies Vetoriais. A discussio precedente estende-se imediatamente as fungdes de mais de duas varidveis. De fato, a formulac&o da continuidade baseada em (12-70) é aplicdvel a fungées de n varidveis e os Teoremas B e C podem ser enunciados novamente e demonstrados com modificagSes Sbvias para o caso geral. 12.7. LIMITES E- CONTINUIDADE 1133 A discussiio também se estende a uma fungéo vetorial F. A definigio basica (12-71) funciona, com f substitufda por F e valor absoluto por nor- ma, O Teorema B tem um andlogo para fungdes vetoriais: se F, G ef sao continuas num Vo em Vx, entdo, assim o serdo F + G, F-G e fF. © Teorema C tem um anélogo: se F e G sao fungées vetoriais tais que a fungdo composta FG é definida em vo, se G é continua em vo e se F & continua em w = G(%), entéo F*G é continua em vo. As demonstragdés sfo semelhantes aquelas dadas acima. Pode-se mostrar (como na Seg, 3-10) que uma fungao veto- rial F(v) = (Fi(y), ..., Fn(¥))-€ continua em vo se, ¢ sdmente se, suas compo- nentes F,(¥), ..., Fn(v) so, cada uma delas, continuas em ve. Entiio, todos 08 teoremas sdbre propriedades de funcées vetoriais podem ser demonstrados por referéncia a teoremas apropriados para fung6es (escalares) de varias variaveis. Para uma fungdo matricial A(x) = (ai(x)), pode-se simplesmente definir continuidade em xo como a continuidade de tédas as fung6es ai{x) em Xo. Pode-se entdio deduzir imediatamente que a soma e o produto de fungdes matriciais continuas sio continuos ¢ também que o anélogo do Teorema C é valido. Limites. A definicdo de limite é a mesma que a de continuidade, sd- mente que a funcdo nao precisa ser definida no valor para o qual a varidvel independente tende e nao se permite nunca que a varidvel independente seja igual Aquele valor. Assim, para uma fungio de n varidveis, definida numa regido aberta D, exceto talvez no ponto Py de D, escreve-se lim f() = Paty se, para cada € > 0, pudermos achar um 6 > 0 tal que fR—ad 1. (Isto pode ser demonstrado.) Do Teorema B resulta que a reunido de tédas as fungdes continuas numa dada regido aberta D no plano xy forma um espago vetorial, vendo-se facilmente que éste é de dimensio infinita. Outros espacos vetoriais de fungSes ocorrem naturalmente: tédas as polinomiais em (x, y), tédas as polinomiais trigonométricas em (x, y), todas as polinomiais em (x, y) de grau no m4ximo n. As fungdes continuas racionais numa regido aberta dada também formam um espaco vetorial. Efeito de Fixar Varidveis. Observamos acima que uma fungao de uma varidvel dé origem a uma fungdo de duas varidveis. Reciprocamente, de uma func&io F(x, y) podemos, fixando y num valor particular, obter uma fung&o de x. Assim, se F(x, y) =cos xy, entiio, para y = 2, F torna-se a fung&io cos 2x. Se F é continua em (xo, yo), entio F(x, yo) é continua em x no ponto x € F(xo, y) € continua em y no ponto ys, como resulta imedia- tamente da definicio de continuidade. (A reciproca desta afirmagio & falsa; veja Probl. 13 adiante.) Em geral, de F(xi, ..., xs) obtemos, por @ste processo, fungSes tais como fle) = Fey %°, Fle, %2) = Fly, xp, 3 Se F é continua em (x:°, ..., X19), estas sfo continuas em x.°, ¢ (x1', x2"), respectivamente, PROBLEMAS 1. Dos resultados estabelecidos no texto, deduza onde as seguintes fungdes sio continuas: @z=243yt ye bra (e+ 9h @<-=te zy 2x + 3 @eayyP (e) = = In(@x + 3y). (s= s @ z=Seart- (h) z= In (1 + eF cosy). (i) w = 2?y? In |e}. @ wat), (k) #i + Intj + ek. () #41 + #73] + tk. (m) (2? — ji + Qxyj- (nn) In (x + -y)i + sen(x + 2y)j. (0) (a: (i + 35 + K)u, onde u = ai + yj+ 2k. (p) Qn Jul] + w+ kju, onde w é como em (0). 1136 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 (@) y= Sap a const. () y= 2%, a const, a #0. {Em (@) e (#), x € a so vetores em R*.] 2. Cada uma das seguintes fungdes de (x, ) deve ser avaliada com um érro de no mé- ximo 0,001 para x = «/2, y = V/3. Dé um numero de casas decimais para x ¢ y que assegure esta exatidio, (a) e+ dy. — (b) Bey. On: @e. 3. Demonstre, da definicio, que a funcdo é continua onde enunciada: @ z=x—y, todos os (x,y). (b) z= =const, todos os (x, »). © z=-x-y, todos os (x,y). [Sugestéo. Escreva x = x9 +h, y= yo +k, mostre que |xy — xayo| pode tomar-se menor do que ¢ fazendo Ihl <4, lhyol < €3, IkI <€€ lkxol < €3, € que estas condigdes sto satisfeitas para A* + k* < 3%, contanto que 5 seja escolhido adequadamente.] @ z=21y, y'>0. (Sugestao. Faca uma andlise geométrica das curvas de nivel de 2.) 4. (@) Pode.o ponto (xo, ») do Teorema do Valor Intermediério para f(x, y) ser tnico? (0) Formule-e demonstre o teorema para uma fungo de trés varidveis. 5. (@) Seja Flu, v) = (a + 2uv + var, f(x, y) = (% — ») + 1, 8G y) = 3? — Bay — 47. Determine as regides abertas no plano xy para as quais a funcio G(x, y) = FUfy), &(%,y)) € definida. @) A funcdo G(x, ») é continua na regido aberta 0 < 4y < x? 6 (@) Sela Flu») = (a — uv + vyMur — »), fle, y) = (Gen DIY — D, s(x,» = x + 3y. Determine as regiées abertas no plano xy para as quais a funco G(x, ») = = FUL, y), aG¢, 9) 6 definida, (b) A fungiio G(x, y) € continua nos pontos (1/2, 1), (x, 2), (Sm/2, 2), (—3m, 7)? Ex: Plique. 7. @ Demonstre: se fix) é continua numa regio aberta D de Vq, ento, para cada c real, © conjunto de x em D para os quais f(x) > ¢ é um conjunto aberto de Va. (®) Seria a mesma concluséo valida para x em D para os quais fix) < ¢? 8. Mostre que cada fungio z = f(x, y) nfo tem limite quando (x, ») — (0, 0): ey + (a) z= 9. Seja z= fix,y) = x(x? + Yb? + (x* + »*))]. Mostre que f tem limite 0 quando (x, ») se aproxima de (0, 0) num raio (x = at, y = bt), mas f nfo tem limite 0 quando »)—+©,0). (Sugestdo. Ache a curva de nivel na qual f = }.) 12-8, DERIVADAS PARCIAIS 1137 10. Demonstre, pela definig’o de continuidade, que a funcio f(x,y) = Vz Vy, x >0 ¢ y > 0, é continua em (0,0). 411. (@_Seja f uma transformaséo continua de uma regio aberta de R* em R™, Demons- tre: para cada conjunto aberto E em R™, 0 conjunto de todos os P para os quais S(P) esté em E é um conjunto aberto. (&) Demonstre a reciproca do resultado da parte (a), isto é, se fé uma transformagéo de uma regio aberta de R" em R™ e, para cada conjunto aberto E em R™, 0 conjunto de todos os pontos P para os quais /(P) esté em E é aberto, entio f é continua em todo o seu dominio. (© Seja f uma transformagao continua de uma regiéo aberta de R* em R™. A imagem de cada conjunto aberto contida no dominio de f é necessiriamente um conjunto aberto em R"? Mostre que, se a imagem de uma regido aberta é aberta, entéo a imagem uma regio aberta. 12. (@ Demonstre 0 andlogo do Teorema C para fungbes vetoriais: se F(v) € f(u) sio tais que a fungio composta F + fé definida numa vizinhanga dew, £¢ continua em uw ¢ F é continua em vp = f(a), entdo Ff é continua em wp. () Mostre que 0 Teorema C, como formulado e demonstrado na Ses. 12-7, € um ‘caso especial da parte (a). (Sugest@o. Use 0 fato de que uma fungéo vetorial é continua se, ¢ somente se, as fungdes componentes forem continuas.) 213. (@)_ Seja fx, ») = xy/(x* + »*) para (x,y) = ©,0),f0,0) = 0. Mostre que f(x, yo) 6 continua para todo x, f(x, ») continua para todo y mas f(x, y) nfo é continua em (0,0). Aqui, xo € yo so mimeros reais arbitrérios. (b) Seja f(x, ») = sen (x/y) para y > 0 ¢ 0 < x < my € suponha que f tenha valor 0 para todos os outros (x,y). Mostre que f(x, 94) & continua para todo x, fx, ) & continua para todo y, mas f é descontinua em (0, 0). 14, Mostre que 0 conjunto caracterizado por 1 — x* — y® > 0, x > 3 € 0 conjunto vazio, 12-8. Derivadas Parciais Seja dada uma fungdo z = f(x, )) numa regio aberta D do plano xy € seja (xo, Yo) um ponto de D. Ent&o, para x suficientemente perto de Xo, todos os pontos (x, yo) estdo também em D (Fig. 12-21). Assim, podemos considerar z = f(x, yo) como uma funcdo de x, em um pequeno intervalo em térno de xo. A derivada em xo desta funcdo de x (se a derivada existir) € chamada derivada parcial de f em relagéo a x em (xo, yo) e € indicada por uma das seguintes notagdes: as Fel%o» Yo)» Zee uss #:(%0 Yo 5 (or Yo). Se voltarmos a definigéo da derivada como limite, poderemos escrever 1138 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 f(t + dx, felt Yo) = im ) = Fle vo). (12-80) Plano tangente Reta tangente, Reta, tangente, inelinagao. fase. Fig. 12-21. Derivada parcial Fig. 12-22. Significado geométrico da derivada parcial Podemos interpretar geométricamente a derivada parcial como uma inclinago, como sugere a Fig. 12-22. Aqui se considera a segdo da super- ficie z = f(x,y) pelo plano vertical y = yo. Naquele plano, a curva z = =f(%, yo) (ou, mais precisamente, sua reta tangente) tem inclinacdo f-(xo, yo) em Xo. Se a derivada parcial de f em relagdo a x existe em todos os pontos de D, entao essa derivada torna-se uma nova fungéo em D, que representamos por fe; AfJOx, z. ou 92/Ox. Considerando-se z como uma fungo de y, para x fixo, obtemos, de maneira semelhante, uma derivada parcial f, = O/JOy = z, = 0z/0y. Esta também corresponde a uma inclinagZo, como na Fig. 12-22. Para tornar claro qual varidvel € mantida constante, escreve-se, algumas vézes, @) por 22, (22) por 22. a Para achar as derivadas parciais de uma fungio dada por uma equagdo pode-se aplicar as regras usuais para fungées de uma varivel tratando-se tédas as varidveis independentes, exceto urna, como constantes. 12:8. DERIVADAS PARCIAIS 139 EXEMPLO 1 z= xty. Aqui, 2 — a,2y, 2 — 43, ax ay EXEMPLO 2 x?+y*+2?-1=0. Aqui, z é dada implicitamente co- mo uma fungdo de xe y. Poderiamos tirar o valor de z, mas também po- demos derivar implicitamente: oz aes e420, dai = — Fs as az y Soo adi Sa-4. By + 22 ea Estas relagdes séio vilidas para téda fungdo z = flx, y) que seja derivavel em relagdo a x e a y € que satisfaga 4 equacao dada. Pela Fig. 12-22, € claro que as duas derivadas parciais f,(xo, yo) € fi(xo, yo) dizem respeito somente ao comportamento de z = f(x, y) ao longo das duas retas y = yo € x =o, Assim, as derivadas parciais podem existir mesmo se f fr definida sdmente nas duas retas. As derivadas parciais parecem nio dizer nada a respeito do comportamento de f ao longo de uma reta obliqua, tal como a linha intérrompida na Fig. 12-21. Ver-se-A_ que, dependendo de outras hipéteses a respeito de f, podemos usar as derivadas parciais para achar a razdo de variag&o de z ao longo de tal reta (a derivada direcional; veja Sec. 12-11 adiante). Plano Tangente. Observamos acima que, no plano y = yo, a reta com inclinag&o f-(xo, yo) & tangente & sec&io de nossa superficie pelo plano. HA um enunciado semelhante para a seg3o de nossa superficie, pelo plano x = = xo. O plano tangente a uma superficie num ponto Po pode ser definido como o plano que contém as retas tangentes em Py a t6das as curvas na su- perficie passando por Po. Mas se existe um plano tangente, entdo (sendo @le um plano), éle é determinado por apenas duas'retas contidas néle. Se usarmos as duas retas tangentes nos planos y = yo € x = Xo, ent4o seremos levados & seguinte equagdo para o plano tangente em Po: 2 — % = fal Yo)l® — %0) + ful™o YoX'y — Yo). (12-81) Aqui, 20 = f(xo, yo). Isto € claro, pois a Eq. (12-81) representa um plano passando por Po:(xo, Yo, 20), € © plano contém as duas retas tangentes men- cionadas; por exemplo, quando y = yo, a equac&o se reduz a 2 — a = felt Yo — 0), que é a equacHo da reta tangente & seco da superficie pelo plano y = yo. Veremos na Seg. 12-18 que, quando as derivadas parciais de f so continuas, 140 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 © plano (12-81) também contém as retas tangentes em P a tédas as outras curvas na superficie passando por Po. EXEMPLO 3 Seja z = x? + y* (Fig. 12-8). Entio, 82/8x = 2x, dz/dy = =2y; para (x,y) = (3,1), z= 10 © d2/dx = 6, Az/dy = 2. Portanto, o plano tangente em (3, 1, 10) é z— 10 = 6x —3) + Ay—1)ou 6x + 2y~—z=10. Vetor Gradiente. Maximos e Minimos Locais. Com duas derivadas parciais de f num ponto podemos formar um vetor em V2 chamado vetor gradiente ¢ indicado por grad f ou Vf: ava 4i4 %j. grad f= Vf = it 55 Quando as derivadas parciais existem numa regiio aberta, grad f torna-se uma fungdo vetorial naquela regiéo. O simbolo Vf é pronunciado “del f”.* EXEMPLO 4 Seja f(x, y) = x? + 3xy*. Entio, grad f = (3x? + 3y)i + + 6xyj. Dizemos que f(x, y) tem um mdximo local em (xo, yo) se, em alguma vizinhanga de (xo, yo), f(x, ) S f(xo, yo). Analogamente, f tem um minimo Jocal em (xo, yo) se, em alguma vizinhanga de (xo, yo), f(x, ») & flxo Yo). EXEMPLO 5 A funcéo z = x* + y* tem um minimo local em (0,0), pois Se, y) = x* + y* > 0 =f(0, 0) para todos os (x, y). EXEMPLO 6 A funcSo z =e"**»* tem um maximo local em (0, 0), pois SU, Y) S FO, 0) = 1 para todos os (x, y), visto que e“ <1 para u > 0. TEOREMA 1. Seja f(x,y) definida na regio aberta D e tenha um mdximo ou minimo local em (xo, yo). Se fe € fu existem em (xo, Yo), entéo, Fil% Yo) =9 © ilo» Yo) = 0 isto , num méximo ou minimo local, grad f é 0. DEMONSTRACAO. Tenha f um maximo local em (xo, y»). Ent&o, podemos escolher uma vizinhanga de (xo, yo) na qual f(x,y) < flxo yo). Entio, ao formar a derivada parcial acima, obtemos f(x, yo), uma fung&o de x, definida num intervalo (xo — 5, x0 +8), no qual f(x, yo) < flxo, Yo). Portanto, a fungdo de uma varidvel f(x, yo) tem um maximo local em x0, INR) Este simbolo também & pronunciado “nabla f” ou “atled f”, mas aqui uusaremos como no inglés, “del f”. 12-8, DERIVADAS PARCIAIS na no qual sua derivada em relagdo a x existe. Mas entdo essa derivada deve ser 0, isto é, fa(xo, yo) =0. Anadlogamente, f{xo, yo) = 0. O caso de um minimo é tratado da mesma maneira. Para o Ex. 5 anterior, Vf == 2xi+2y}. O tinico ponto no qual vf é 0 € (0,0). Portanto, éste é 0 tinico ponto no qual um méximo ou um mi- nimo local pode ocorrer. Vimos anteriormente que ha um minimo local no ponto. Num méximo ou minimo local, a equagZo do plano tangente (12-81) (se houver um) torna-se B= hy Assim, o plano tangente é horizontal em cada mdximo ou minimo local. To- davia, como para fungdes de uma varidvel, o fato de o plano tangente ser horizontal nfo nos garante que tenhamos um mAximo ou minimo local. EXEMPLO 7 z=xy. Aqui, Vf= i + xje um méximo ou minimo local pode ocorrer em (0,0), onde Vf = 0 e o plano tangente € horizontal. To- davia, (0, 0) =0, fla, a) =a", fla, — a) = — a’. Podemos tornar os pon- tos (a, a) € (a, — a) to perto de (0, 0) quanto desejarmos; f € positiva nos Pprimeiros ¢ negativa nos iltimos. Portanto, f néo tem nem méximo local nem minimo local em (0,0). A funcdo é representada na Fig. 12-10; 0 desenho é chamado “superficie de sela”. Em (0,0) tem-se uma formacéo como aquela no ponto mais alto de um passo de montanha. Observagio. A equacao do plano tangente (12-81) pode ser escrita em fung&io do vetor gradiente como 2—m =Vf- (et, onde r = xi + yj, Yo = Xol + yoj eC VS € avaliado em (xo, Yo). Generalizagées. As derivadas parciais podem ser definidas de mancira andloga para fungdes de trés ou mais varidveis. Para uma fungio de n varidveis z = f(x) ou flix, ..., %»), pode-se escrever fur para a derivada par- cial em relacZo a x, todas as outras variaveis conservando-se constantes; pode-se também abreviar isto como fj. Esta notagdo (embora menos fre- qientemente usada) tem vantagens mesmo para fung6es de duas varidveis: Ai para fr, fo para fy, onde fix, y) é dada. O vetor gradiente de f(x, ..., x.) € 0 vetor de Va: Vf = grad f = (fey +++ fen) = faxes + °° + Santas onde e: = (1,0, ...,0), €: =(0,1,...,0),... Assim, para fix, y, 2), 1142 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 Wh =SA + fai + Sik. Os méximos e minimos locais sio definidos para f(x, ..., X.) como acima para f(x,y) € 0 Teorema 1 e sua demonstracio permanecem vélidos: num maximo local de f(x, ..., X»); grad f =0 (contanto que tédas as derivadas parciais existam no ponto). A Eq. (12-81) tem uma generalizacdo em fun- so de um “hiperplano tangente” (veja Seg. 11-13), mas ndo discutimos isto aqui. 1. Ache dz/8x € dz/dy: (@) z= 2x + 3y. (@) z= 3x? + ay? (g) = = e¥ cos (x — 2y), () z= log. y. (m) 2 + ye +2=0 PROBLEMAS (b) 2= 5" Ty. (©) z= Ixy. z-y xty (z= Wy = x sen xy (oz z= @ z= In (2 — day — y?), () xyz + 2? (0) In z + xye¥ Fig. 12:23, Probl. 2 2. Das curvas de nivel de f dadas na Fig. 12-23, estime as seguintes derivadas parciais: 12.9. A DIFERENCIAL 143 (@) f.(1,0)- (b) f,(1, 0). (©) f.(0, 1). (a) (0, 1) ) f(=1, -)). ® f{-L -). 3. Ache o plano tangente no ponto pedido: (a) = 2? — yem(2, 1,3). (b) 2 = Sry em(l, 2, 6). {c) z= In(x + y)em(2, —1,0). (d) z= e* cosy ein(0, #, —1). 4, Ache o vetor gradiente no ponto especificado: (a) 2 = 2x? + yem(l, 1). (b) 2 = 322 — yPem@2, 1) (z= ; ein(1, 1). (@) z= xe%em(1, 0). (e) z = sen(x + 2y) em(x, y). (f) # = In — 3y)em(x, y). 5. Localize todos os pontos onde grad f é 0 determine se f tem um médximo local ou minimo local em cada um déles: (a) f = 2x? + 4y?, (b) f= 2? + 3y?, OFF @fei-s—yi @fast—y — O) faa — 342 @ fart ryty — ) faar+y "> 6. Ache o vetor gradiente para cada funcio: (9) fs y, 2) = xy%. (©) fle y, 2) = ay — yA (c) flu, 0, w) =sen(u + 20 — Sw). (@ f(t, 0, w) = In (u? + vo? — w), (©) fleece ty) =r tage yh CE) Flee tn) = ate Re 12-9. A Diferencial Para uma fungio y = f(x) de uma varidvel, a diferencial dy foi intro- duzida na Seg. 3.22 como a “aproximacio linear” de Ay. Assim, dy = = mAx, quando Ay = mAx + Axp(Ax), onde p(Ax) € continua em Ax =0 e p(0)=0. Por exemplo, poderiamos ter Ay = mAx + Ax’. Vimos que m tinha que ser a derivada no ponto considerado, de modo que poderiamos escrever dy =f)dx on dy =fa)dr Para fungdes de duas varidveis, procuramos agora uma aproximacdo linear andloga para o incremento. Seja z = f(x,y) dada na regiao aberta D seja (xo, yo) um ponto de D. Agora consideramos a variagfo Az em z quando tanto x como y variam, digamos por Ax, Ay em relacio a Xo, Yo, respectivamente. Assim, estudamos 1144 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 Az = f(x + Ax, yo + Ay) — fle Yo) (12-90) (veja Fig. 12-24). Consideramos um exemplo: EXEMPLO 1 Seja z = x? + xy" = f(x, y) e sejam xo = 2, yo =3. Entio, SL (%0, Yo) =fl2, 3) = 22 € fli + Ox, Yo + Ay) = f2 + Ax, 3+ Ay) = (2 + Ax)? + (2 + AaB + dy)? = = 22 + 13Ax + 12Ay + (Ax? + GAx Ay + 2(Ay)? + Bx(Ay)? Portanto, Az = f(2 + Ax, 3+ Ay) — fl2, 3) = 13Ax + 12Ay + (Ax)? + 6Ax Ay + 2(Ay)? + Ax(Ay)? (x + Ax yot Ay)* ay (xo, 90) At Fig. 12-24. Incrementos para f(x, ») Assim, em nosso exemplo, Az iguala-se a uma fungdo linear 13Ax + 12Ay mais térmos de grau mais alto. Quando Ax e Ay sio muito pequenos, 08 térmos lineares dominam. Por exemplo, para Ax = 0,1, Ay =0,1, Az = 13 X 0,1 + 12 x 0,1 + 0,01 + 6 x 0,01 + 2 x 0,01 + 0,001. A soma dos térmos lineares é 2,5. A soma dos outros € 0,09. Assim, po- demos escrever Az ~ 13Ax + 12Ay, onde a aproximacio melhora & medida que Ax e Ay aproxima-se de 0. No- tamos que cada um dos térmos de grau mais alto pode ser escrito com Ax ou Ay vézes uma expresso que se reduz a0 para Ax =0, Ay=0. Todas estas observacdes sugerem nossa definigdo geral: Definigio. A fungio z=f(x,y) tem uma diferencial dz = aAx + + bAy = df num ponto particular (xo, yo) se, para (Ax, Ay) numa vizinhanga de (0, 0), 12.9, A DIFERENCIAL 145 Aa = ft + Ax, Yo + Ay) — fle Yo) = =abx + bAy + Axp,(Ax, Ay) + Ayp,(Ax, Ay), onde a e b s&o constantes ¢ pi(Ax, Ay), px(Ax, Ay) so definidas numa vizinhanga de (Ax, Ay) = (0,0) e so continuas em (0,0) com valor 0 em ©, 0). No nosso exemplo, podemos escrever Az = 180 + 12dy + Aa(Ax + BAy) + Ay(2dy + dx Ay), (12-91) de modo que a = 13, b = 12, pi(Ax, Ay) = Ax + 6Ay, px(Ax, Ay) = =2Ax + AxAy; agrupando-se os térmos de grau mais alto de outras maneiras, obteremos outras escolhas permissiveis de pi e ps. TEOREMA 2. Se z=/tx,y) tem uma diferencial dz = adx + bhy em (Xo, Yo), entdo fu(xo, Yo) € f(x, Yo) existem e Selo» Yo) = 4 — F,lto» Yo) =, de modo que da = F(X» Yo) Ax + fylt or Yo) dy. DEMONSTRAGAO. A definigo de 4z/x em (12-80) pode ser escri- ta como 0 limite quando Ax->0 de Az/Ax, para Ay=0, Para Ay=0, (12-91) dé Az =a dx + Axp,(dx, 0), Haat mlds 0) (dx # 0). Se agora Ax—0, ent&io ps(Ax,0)— p:(0, 0) == 0. Por conseguinte, lim Lo + 4% yo) = Feo Yo) _ bx90 dx Assim, f:(%o, Yo) =a ¢, semelhantemente, f,(xo, yo) = b. Observagio. O teorema mostra que a diferencial, se existe, é univo- camente determinada. Se dz = aAx + bAy, ent&o a deve ser fz(Xo, Yo) & b deve ser fi(xo, Yo). Quando f tem uma diferencial em (xo, yo), dizemos que f & diferencidvel em (%o, yo). Quando f tem uma diferencial em cada ponto da regio aberta D, dizemos que “f é diferenciével em D”. Neste caso, podemos escrever ae lim —= Ae90 1146 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 a way aa Feet say ou dem ae Tay, onde O/J0x ¢ Affdy sio fungdes de xe y. Outras notagées sfio usadas para a diferencial: a= tna te a= Zar tay, a= Leas Ley yo toms. Assim, Ax e Ay podem ser representados por outros simbolos. O uso de dx e dy ser& explicado adiante. Podemos também escrever a diferencial em notacdo vetorial: dz =Uf+ dr, onde dr = dxi + dyj. Quando f tem uma diferencial num ponto (%o, yo), temos informagio a respeito do comportamento de f em tédas as diregSes por (xo, Yo). Po- demos escrever Fl 9) ~ flo» Yo) + a(x — %) + Bly — Yo). (12-92) Assim, f é aproximada, perto de (xo, yo), por uma funcdo linear cujo grafico é um plano no espago. Vimos, na Seg. 12-8, que éste plano é o plano tan- gente & superficie z = f(x, y) em (Xo, yo, za). A telagdo (12-92) pode ser usada para calcular valéres de f aproximadamente. EXEMPLO 2 Avalie (2,01)'°?, Fazemos z = x. Entio, = & dy = yw dz= at ay Y= dx + In x dy. Tomamos x. = 2, yo = 1, dx = 0,01, dy = 0,02, de modo que de = de + 2In2 dy = 0,01 + 0,04 In2 = 0,037 z~2 + 00377 = 2,0377. Consultando uma tabela, acha-se que o valor exato é 2,0383. TEOREMA 3. Se z=/f(x, y) tem uma diferencial em (xo, yo), entéo Ff é continua em (xo, yo). 12.9. A DIFERENCIAL nar DEMONSTRACAO. Podemos escrever (12-91) como segue: £0 9) — Fl» Yo) = ale — Xo) + Bly — yo) + (% — xP — os Y — Yo)-F + (y — yolpel — XY — Yo). Ja que pi € p2 so continuas em (0,0), resulta do Torema C (Seg. 12-7) que © lado direito da equacio continuo em (xo, yo). J& que flx, y) € igual a ‘Fl%, yo) mais 0 lado direito, f deve sex continua em (xo, yo). TEOREMA 4. Seja z = f(x,y) definida na regido aberta D e sejam 8z/8x, d2/y continuas em D.- Entéo, f é diferencidvel em D. DEMONSTRAGAO. Sejam f(x, ») = (x »), Ala, ”) =W(x, »), de mo- do que ¢ e ¥ sio continuas em D. Ent&o, podemos escrever Fle + Ie Yo +) — flo Yo) = = fle’ + hy Yo +k) — Flo Yo - K) + fl Yo + ) — fle yo)= “f " flsyo + Wa + Filo» 9) dy = zo+h =f Hote + Bde + ie ” YW) dy. (12-93) Assim, obtivemos o incremento total em f como a soma de um incremento devido a uma variagio em x e de um incremento devido a uma variacio em y (veja Fig. 12.25). (20, Yo + 8) R——— (x0 + A, yo +k) (x9 + h, yo) Fig. 12-25. Demonstragio do Teorema 4 Avaliamos cada um déstes incrementos integrando a derivada parcial cor- respondente. Agora, para h #0, 0 primeiro térmo da Ultima expresso & J eye + ae = WEF” wa 40+ 8 ae] = ha onde gi(h, k) € a média de @ no segmento de (xo, yo + k) a (xo +h, Yo + K). Mas ¢ € continua em D, Entio, para h e k suficientemente perto de 0, po- a8 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 demos assegurar que os valéres de @ permanecem téo perto de (xo, yo) quanto desejado. Portanto, o mesmo se aplica para a média, q.(h, k). Nao definimos g.(h, k) para A = 0; damos o valor ¢(xo, yo) para tais pontos e podemos entio dizer que q:(h, k) € continua em (0,0) com 9:(0,0) = = 6(%0, yo) = f(x, Yo). Entio, o primeiro térmo a direita do sinal de igual em (12-93) iguala-se-a hgi(h, k) para todos os (/, k) numa vizinhanga de (0,0). Semethantemente, o segundo térmo em (12-93) pode ser escrito como kga(h, k), onde g2(h, k) & continua em (0, 0) € 9:(0, 0) = W(xo, yo) = =fulxo, yo). Portanto, Fl + A, Yo +k) — Flo» Yo) = hay(h, k) + kaa(h, k) = = AL flo» Yo) + Pill, K)} + Lfy% Yo) + Pall, *)], onde pi(h, k) € px(h, k) sio continuas em (0,0) ¢ tém valor 0 em (0,0). Assim, finalmente, Fl + By yo +k) — flo» Yo) = Afel%o» Yo) + KF,» Yo) + hypy(ls k) + kpa(h, k) ef tem uma diferencial em (xo, Yo)-t Observasiio. A mera existéncia das derivadas parciais (sem continui- dade) ndo nos assegura a diferenciabilidade de f; de fato, nem mesmo impli- ca continuidade de f! (Veja Probl. 9 adiante,) © Teorema 4 permite-nos concluir que muitas fungdes conhecidas sio diferencidveis (exceto em pontos dbvios). Por exemplo, o polinémio z = = 2xty — 3xty’ & diferencidvel para todos os (x,y), j& que z= 4xy — — 15x*y", zy = 2x? — 2ix'y* e estas derivadas so continuas em todos os lugares. Assim, dz = (dxy — 15x*y")dx + (2x* — 21x'ydy, Os seguintes so mais exemplos de diferenciais: day) = y dx + xdy (todos os (x, y)), d(e* cos y) = e* cos y dx — e* seny dy, 'y) _ ~yde + xdy ary. -yde+xdy a(2) =A 40, a(te 4) = Rt x x (xy? In x) = y9(1 + In.x) dx + 3xy? Inx dy, (x > 0). Notamos que as diferenciais dadas aqui sio as mesmas que aquelas obtidas no Célculo Elementar, com x ¢ y considerados como fungdes de ¢, por exemplo. A razdo disto é dada na secdo seguinte. TEOREMA 5. Seja f diferencidvel na regido aberta De seja df =0 em D. Entdo, f é idénticamente constante em D. 12.9. A DIFERENCIAL 1149 DEMONSTRAGAO. Pelo Teorema I, devemos ter f; = 0, fy = 0 em D. Entio, pelo célculo de uma varidvel, f € constante ao longo de cada segmento de reta em D paralelo ao eixo x ou ao eixo y. Logo, em cada viinhanga circular D, em D, f € constante, pois se (xi, yx) € (tx, ys) esto ‘em Dy, ent&o éstes dois pontos podem ser unidos por uma linha quebrada em Dy, na qual f é constante: de (x1, y1) a (x2, 1) (paralela ao eixo x) & depois de (x2, y1) a (x2, 2) (paralela ao eixo y). Sejam agora P: P: dois pontos quaisquer de D. _J4 que D é conexa por arcos, podemos uni-los por um caminho r= OP =K(t), a 0 tal que r(z) fica na vizinhanca Dp para —6<1 dy ow ox Ov Ox Assim, (12-103) esté demonstrada e (12-104) é demonstrada da mesma ma- neira, Supondo que G tenha uma diferencial em (xo, 3s), temos, naquele ponto, 154 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 aG aG = Gays Gaye dc = 5 Ax ay OY _ (2 au 2.20) a4 ae du a de) = 22 Ou, dz G0!) Neu dx” 0 Ox ou dy | dv oy =2(% ou ) z(z oe )= aa as St + ay AY, as ae St +5, 4y, = ayy % = au + Edo Assim, (12-105) procede, A demonstraciio de que G tem uma diferencial 6 deixada para a Seg. 12-13 (Teorema 9). Nota. Em (12-103), dz/dx & (02/0x)s, 02/Ou € (02/9u)., OujOx & (OujOx)y ¢ assim por diante. As duas regras de cadeia dadas podem ser generalizadas para a compo- sigdo de fungdes de duas ¢ trés varidveis, trés e trés, quatro e duas e assim por diante. O caso geral é mais facilmente descrito com a ajuda de ma- trizes; veja Seg. 12-13 adiante. Para z = Flu, ¥,w,...), onde u,¥, ... sio fungdes de x, y, as _ ox EXEMPLO 4 Seja z =u? + v4, onde we v so fungdes de x ey. Entio, a. ees Bz _ 94,94 Bo BL UE Gem aeoeee cir. oy euioy dz = 2u du + 20 do +2050» (onde as diferenciais podem ser interpretadas como se referindo a z, ue v como fiingdes de x ¢ y). EXEMPLO 5 Seja z = (e* + y)' + cos v, onde v é uma funcio de xe y. ~Podemos escrever z = u* + cos v, onde u = e* + y, we v sfio funcdes de x ey [a fungao (x,y) sendo nao especificada]. Entio, Poe ie oo 82 = Sut SH — son 050 = Sie + yet — sen 5” > az au ae a a5 _ Vise 4 —senv2. ig = Bey — enw T = Sle + yt — sense EXEMPLO 6 Seja z=/lu, ¥), onde u = x*— y, v= 2xy, Ento, 12-10, REGRAS DE CADEIA 1155 oz a Bt +f, 2 = af + Ruf ox fet hae = —2yf, + Qf, - EXEMPLO 7 Seja s = Flu, v, w) =u? + v° +, onde u, ¥ € w so fun- bes de xe y. Encontramos, por exemplo, que Me Be Rw = mM + 0 f+ ow Be. EXEMPLO 8 Seja w = F(x, y, z, 1), onde x, y ez so funcdes de 1. Ache dw/dt. Aqui, podemos escrever w = F(x, y, z, ), onde x,y,z e u sio fun- des de t e acontece sabermos que u(t) =#. Entao, dw dy dz du dk dy dz BanGt AP tn Gt RG ng th Geng +k. TEOREMA 8. Sejam f e g fungées de duas varidveis que tém diferen- ciais em (xo, yo). Entdo, f+. f— 2g. fg. fig tém diferenciais em (Gro, Yo) € aft =afrdg df—Q=af—dg, : _ eof — fag je =fae+ eas, a(f) - 29-1, onde, a direita, f e g sito avaliadas em (xo, yo) e para d( fig) considera-se que g(Xo, Yo) ¥ 0. DEMONSTRACAO,. Sejamz = F(u, ») =u+v,u=fo%y ¥=8O%))- Entio, o-Teorema 7 & aplicdvel em (xo yo). J& que 0z/du = 1, dz/dv =, temos, por (12-105), d& = dif(x,y) + ex y)] = 1+ dut+1-do=df+dg- As outras regras seguem da mesma maneira com F =u — y, u-v, w/v (v 0), respectivamente. Este resultado se estende também a fungdes com um numero qualquer de varidveis. 1156 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP, 12 PROBLEMAS 1. Sejam x(¢), (¢), u(t), v(t) derivaveis para a <¢ <5. Aplique uma regra de cadeia para achar dz/dt em cada um dos seguintes casos: @)za32—y z= xy®. (e) 2 = yu? @zsm—yo. (@) z= senu tty). — (f) z= e** 008 (u + 0) 2. Sejam z = f(x,y) ¢ x = x(t), y = (ft) dadas. Avalie dz/dt segundo hipéteses ade- quadas: (@)t=2-1, (c) 2 + at + #? ase ) eae tet, y= Mt — om Ly-yt+P=1.d@)t=xte,t=ytsny. 3, Para os seguintes exercicios faga hipéteses de derivabilidade adequadas: (@) Sejam z= flu,v), u = 3x¢y — y8, v= x8 — 3xty, Ache 87/8x, 82/dy. (b) Sejam u = ¢(x,y), x= 2+, y= zw. Ache du/dz, dulaw. © Sejam z = flu, v, w), w= 2%, v = x2y, w= xt, Ache dz/dx, dz/dy. @ Sejam w=/G,y,2, x= dv — 8, y= tut, z= ut, Ache dw/du, dw/av, aw/at. 4, Faca hip6teses de derivabilidade adequadas: @) Se z=flx — y) [isto & z =f), u = x ~ y], mostre que 2/ax + dz/dy = 0. (0) Se z= f(x — 3), mostre que 3(8z/8x) + 2(82/8y) = 0. © Se z=f2 — y9, mostre que 2(82/8x) + 2x(8z/dy) = 0. @ Se z= flay), mostre que x22 — yzy = 0. . Seja z = Flu, v), u = 2x — 3y, ¥= x + 2y, de modo que z pode também ser expressa em x ¢ » © seja F derivavel para todos x, v. (@) Se zz + zy =0, mostre que 4 — 32, = 0. (b) Se % —z = 0, mostre que z+ 3zy = 0. 6. A funcdo z= f(x,y) torna-se uma fungéo de r, @ quando x © y sio expressos em funcdo de coordenadas polares r, 8. Supondo a derivabilidade necesséria, mostre que F sen0 + 2,7 008 85 a, = 4; 9000 + Lz, cos 8 7 Sejam as hipoteses do Teorema 7 satisfeitas ¢ sejam as derivadas parciais tOdas avalia- das emt (up, v9) ou (xo, »x) como descrito, (@) Se zy = 1, 2) = 3, us = 5, ty = — 1, ve = 2 vy = 7, ache 2, 2y. Ache também, aproximadamente, G(x + 0,3, yo + 0,1) — G(X, ¥0). ) ice ty = 2, ue =2, wy =3, = —1, vy =4, ache.zy ez. Ache bém, aproximadamente, F(up + 0,1, v9 — 0,2) — Fluo, vo). 12-11, DERIVADA DIRECIONAL 1157 . Seja z= fix, y) derivavel numa regiéo aberta D incluindo o circulo x? +)? = 1. Mostre que, se f tem seu valor maximo no circulo no ponto (xe, ¥), entdo yfz — xf = =O neste ponto. (Sugesio. Use a representagdo paramétrica x = cos 1, y = sent.) 9. Ache o valor maximo de f no circulo x* +. y* = 1 (veja Probl. 8): @ fleyazty — (b) fey) = Hy. 10. Seja z= 2(x,y) uma fungdo derivavel numa dada regio aberta D. (a) Se xyz + 2? = 1, ache expresses para z, € z, em fungdo de x,y ¢ = (b) Se yz? — xz + yz = 1, ache expresses para z, € zy em fungio dé x, ye z, 11, Sejam u(x, ») € v(x, y) fungées derivaveis numa regido aberta D. (a) See“ + u2 + uv = 0, mostre que e“ws + Quy + uve + Yue OE eMMy + Quy + + iy + ty = 0. (b) Se u* + ¥* — cos(u + v) =0, ache duas equagées relacionando uz, Uy Ye & Vy. © Se xP + wy +x m1 © xy + yw? = 1, ache expressdes para uz € v2 em fungdo de x, ¥, we ¥. @) Se xu + xyvinu = 1 © Yur +29 Inv = 1, ache expresses para uy © %y em fungao de x, y, we v. 12, Demonstre as partes do Teorema 8 relacionadas com d(fg) e (fig). 12-11. Derivada Direcional Tenha F uma diferencial em (xo, yo), como acima. Consideramos entio uma reta orientada através de (xo, yo), como na Fig. 12-27. Seja a o Angulo Fig. 12-27. Definigfo da.derivada direcional do eixo x positive com a direg&o escolhida. Resulta, por geometria, qué a reta tem equagdes paramétricas x= x + scosa = xis), = yo + ssena = y(s) (12-110) 1158 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 com s aumentando na orientag%o escolhida e s =0 em (xo, yo). J& que F € definida numa vizinhanga de (xo, yo), F é definida ao longo da reta para s suficientemente perto de 0. Avaliamos F no ponto (x(s), y(8)), obtendo uma fungao: als) = Fas), yis)). Pelo Teorema 6 (com f substituido por s), sabemos que gs) existe a& ean rnd F, cosa + F,sena, onde F, =02/8x e F, =0z/Ay so avaliadas em (x(8), (5)). © valor da derivada g’(s) em s =0 € denominado derivada direcional de F em (x, ys) na diregdo a. Assim, em (xo, Yo), derivada direcional de F na diregio a = (2-111) = F(x, Yo) COS & + Fy(%q, yo) Sena. Observamos que quando a direcdo escolhida ¢ aquela do eixo x (a = = 0), estamos simplesmente achando a derivada parcial F,(xo, yo), € que é exatamente o que (12-111) d& para a =0; semelhantemente, para a = 7/2, obtemos F,(xo, yo). [Também, para a = x, obtemos — F.(Xo, yo).| Assim, a derivada direcional é uma generalizacio da derivada parcial. Dé a razio de variacio de F (com relacSo a distancia) na diregao a. Esta idéia ocorre em muitas situagdes praticas. Caminhando numa lagoa, observa-se que a 4gua se torna mais funda mais rapidamente em algumas direcdes do que em outras; aqui, F é a profundidade e estamos observando a derivada dire- cional de F em varios pontos nas varias direg6es. Dirigindo por uma ci- dade, observa-se que 0 trafego esté se tornando pior numa determinada diregdo, ¢ dai, podemos tentar outra diregSo; aqui, F é a “densidade do trafego”. A derivada direcional é algumas vézes indicada por dF/ds, mas esta notagdio nfo explicita a direcio, Uma notagdo melhor é sugerida por uma interpretagdo vetorial de (12-111): 4 = Rosa + Fysena = (Ri + Fj) * (cosai + senaj) = VF -u, onde wu =cosai + senaj. Conseqiientemente, a derivada direcional é simplesmente a componente de VF na direcdo do vetor unitério w na direydo escolhida, Podemos, portanto, representar a derivada direcional por 12-11, DERIVADA DIRECIONAL 1159 VF Outras notagbes slo VaF ¢ VyF onde v € qualquer vetor ndo nulo na dire- Go de-u, de modo que u=v/||v|| € VF=V,F=VF:—~. Iv EXEMPLO 1 Seja F=x —2y. Entio, VF é o -vetor constante i — 2j Portanto, a derivada direcional na direcdo de u = cos ai + senaj é @ = 2) - (Cos ai + senaj) = cosa — 2sen a. Se, por exemplo, u for o vetor unitério (i — 2j)/-/5, entio — 2) _ VE = v5 Se u=(2i+ §/-V5 (perpendicular & escolha anterior), entio VF = (i — 2) VuF e J — 9) 2! i) VE As curvas de nivel de F so linhas retas, como mostra a Fig. 12-28, e o ve- tor gradiente VF é perpendicular 4 curva de nivel em cada ponto. Esta é a raziio pela qual VF tem componente 0 na diregdio de um vetor ao longo da reta, Fig. 12-28 Curvas de nivel vetor gra- Fig, 12-29. Derivada direcional ao longo diente para F(x, ») = x —2y de uma curva Derivada Direcional ao Longo de uma Curva. Seja F derivavel na re- gio aberta D ¢ seja dado um caminho suave C: x =f(), y =e, @ 51S 1160 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 < b, em D (Fig. 12-29). Como na Seg. 4-29, podemos introduzir 0 com- primento de arco como parametro ao longo de C. Supomos que [/'(0)]? + + {el > 0 para a 0 ou f(x) < 0, que é tio importante para fungSes de uma varidvel, é que a matriz jacobiana tenha pésto mdximo (isto 6, pésto igual ao menor dos dois niimeros m ¢ n). Por exemplo, se esta condigao é valida ¢ m = n, entdo a transformacio y = F(x) tem uma inversa numa vizinhanga convenientemente restringida. EXEMPLO 1 Seja uma fungo vetorial de V2 em V2 definida pela equa- $80 (u 0) = Fie, y) = (= — y*, 2ay). As equacées escalares correspondentes sio u=P—y, o= Qay, A matriz jacobiana ¢ A=(oy ~ae)- ‘4 =2) Agora, F2,1)=(,4), 6 em 0,4 = (5 4), de modo que 4 tem pésto mdximo 2 é nfo singular. Aqui, ‘du 4 —2\ (de a =(2)=(¢ a) (ay) > ou, em componentes, du = 4de—2dy, do = 2de + 4dy (12-124) Pata dy = 0, du = 4dx e dy = 2dx, de modo que (du, dv) esth numa reta de inclinagfo 4 no plano uv; para dx =0, du = — 2dy, dy = 4dy, de modo que (du, dv) esté numa reta de inclinacgdo — 2 no plano wv (veja Fig. 12-31). 12:12, DIFERENCIAL DE UMA FUNGAO VETORIAL 167 Ambas as retas contém (3,4), A reta dy = 0 é a reta y = 1 © sua imagem pela transformacio dada F é a curva u = x? — 1, vy = 2x; estas so equa- ges paramétricas, com x como parametro, para a parabola u = (v*/4) — 1. A reta dx = 0 (veja Fig. 12-31) é a reta x = 2 € sua imagem é a curva u = =4-—y*, v= 4y. Estas so equacSes paramétricas, com y como para- metro, para a parabola u = 4 — (v*/16). Notamos que, como na Fig. 12-31, as imagens das retas dy = 0 e dx = 0, pela transformacao linearizada (12-124), so retas tangentes as imagens daquelas retas pela transformacdo nfo linear original F. EXEMPLO 2 Seja (y1, ya) = F(x, x2, %3) = (xn? + x? — 5%, oi? — Bx + + xs"), de modo que My = HP + ay? — 4 = Fy(ty Xp %9), Yo = Hy? — Bx? + 44? = Foxy, yp 5). Entio, aF, aF, aF, _. _ . on, 2x, Oy 2x, iy > aF, oF, aF, = 2 6x, 2 = 2x. eo ee Assim, a matriz jacobiana é = (Fi) a (2% % -2% . =(S)=(8 ~6x, 1) . Em (xx %) = (1,3, 1), @=(ie)=() a5 de, 2 6 -2 i. . ( -18 ‘(é) ls, Por conseguinte, dF, = 2dx, + 6dx, — 2dx,, dF, = 2dr, + 18dx, + Qdrg. No ponto escolhido, Fi =9, Fe = - 25. As equagdes precedentes dio aproximadamente as variagdes de F, ¢ F; em relacdo a éstes valéres se x1, Xe @ Xs variam por dx:, dx: € dxs, respectivamente. 68 CALCULO -DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 Casos Especiais da Matriz Jacobiana. Para n=2, m=1, isto é, uma fung&o de duas varidveis, digamos z = f(x, y), a matriz jacobiana é o vetor-linha (fz, fi). Logo, € 0 vetor gradiente. Semelhantemente, para n qualquer e m = 1 (uma funcdo den variéveis), digamos y = F(x, ..., Xs), ‘a matriz jacobiana é 0 vetor-linha (Fr, ..., Fs,), que 6 0 vetor gradiente VF. Para n = 1e m= 1, a matriz reduz-se & derivada de uma fung3o de uma varidvel. Para n=1 e m =2, isto 6, duas fungdes de uma varidvel, digamos x=f(O), y = g(t), a matriz jacobiana é 0 vetor-coluna Co) 8 (e), Portanto, é 0 nosso vetor velocidade f'(t)i + g'(Oj. Semelhantemente, para n=1 e m geral (mm fungdes de uma varidvel), digamos x; = fit), ..... (Os i=1,...,m, a jacobiana € 0 vetor coluna (f(f), ....f,(), que pode ser interpretado como o vetor velocidade para um caminho em um espago de dimensfo m. Quanto a m=2 (veja Seg. 3-11), podemos. mostrar que ste vetor € um vetor tangente ao caminho. 12-13. A Regra Geral da Cadeia Podemos agora formular e demonstrar a regra geral da cadeia para fung6es vetoriais compostas: TEOREMA 9 (Regra geral da cadeia). Seja y = F(x) definida para x na regio aberta D-de V,, com valéres em.Vn. Seja F expressa como @ composigéo de duas fungées y = f{u), u = 2(x), de modo que F =f-g. Se, num x determinado, g tiver uma diferencial du =B Ax e se, no valor correspondente w = g(x), f tiver uma diferencial dy =A Au, entéo F tem uma diferencial em x: dF = AB Ax = f,g, Ax, (42-130) de modo que, para y = F(x), a matriz jacobiana é dada por F,=yx = Yutx- (12-131) DEMONSTRACAO. No particular x e correspondente a conside- rados, Au = (B+ P(dx]Ax, Ay = [A + P,(Au)] Au, ‘12-13, A REGRA GERAL DA CADEIA 69 onde P; ¢ P; sio fungdes matriciais continuas em 0 com valor O em 0. Se substituirmos a expressio para Au naquela para Ay, acharemos que Ay = [A + Pa(IB + Py(Ax)] Ax}I[B + Py(As)] Ox = = [AB + APi(Ax)+ Pa( JB + Po }P,(Ax)] Ax, onde P:{} =P2{[B + P:(Ax)]Ax}. Como Pi(Ax) é continua em Ax =0, com valor O em Ax = 0, P2{} € continua em Ax e também é¢ igual a O para. Ax = 0 (Teorema C, Seg. 12-7; veja a discussio sébre fungdes matri- ciais nessa seco). Entio, P(Ax) = AP,(Ax) + Po} B + Pa{}Pi(Ax) 6 continua em 0 com valor 0 em 0, e podemos escrever ay = [AB + P(Ax)] Ax = AB Ax + P(Ax) Ax como exigido, de modo que dy = dF = AB Ax, e (12-130) © (12-131) pro- cedem. Observagées. A demonstragao, como foi apresentada, é estritamente paralela A demonstragdo do teorema correspondente para fung6es réais de uma varidvel (Teorema 16, Seg. 3-23) ¢ mostra como a Algebra Linear nos permite generalizar amplamente o CAlculo de uma Varifvel substituindo simplesmente varidveis reais por.varidveis vetoriais. Naturalmente, certas precauges so necessdrias. Por exemplo, a ordem das funcdes matriciais num produto nfo pode ser alterada como o pode a ordem das fungdes de valéres reais, Em fung&o das componentes das fungées vetoriais, a Eq. (12-131) tor- na-se OF, _ S Of, ee — . t=1,...,m; Ox, Ai Ou, dx, yeeeygm. (12-131’) EXEMPLO 1 Seja y = (1, y2) = F(x), [onde x =.(x1, x)], definida como uma funcio composta f°g pelas equacdes: (Yp Yo) = Bly» Ua) = (4yPtigt — uy4y?, u,8ty° + 3u,5u9), (ty, te) = fey, 2) = (1 Sema, + 24? cos'x,, x4? Sex, — x, COS x). Entio, y, = Yul, onde = (iit Maat tated — aut) Ye \ austin? + Iuytuy Susu? + Su? )” = ee) NOx, sem x, — 008 x2 4,2 COS x, + x, SEN Zp 170 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 Poderfamos facilmente multiplicar as duas matrizes, Mas € muito mais simples deixar o resultado, como acima, na forma indicada. Para quaisquer valéres numéricos: de x1 € Xa desejados, podemos facilmente calcular y, ¢ Ge © portanto, %. Por exemplo, para x, = 1 ¢ x: = 7/2, achamos que m=lw=lLe »=(75 ol “1)=(0 —2) Neste exemplo, poderiamos também ter expressado a fung3o dada y= feg diretamente em fungio de x pela eliminagao de u: ¢ u;, Isto nos teria dado expressdes muito complicadas. O proceso. seguido acima, baseado na regra da cadeia, é muito mais simples. EXEMPLO 2 Dé-se uma fungSo diferencidvel F=fog e sabe-se que 80) = 0, 10) = (1,3, 5) ¢ 1 0 (0) = 8 a . (0) = eae wo=(— 5) c= —4 2, Ache F(0) ¢ F.(0). Solugéo. Observamos que F(0) = f{g(0)] = (0) = (1, 3,5). Também, 1 0 3 4 2 F,(0) = £,(0)g,(0)=( 7 2 (: : = 31 268 oe 5 +1 6/” 4° 2, \-2 —18 4 Este exemplo ilustra como podemos usar a regra da cadeia para achar os valéres das derivadas (isto 6, as matrizes jacobianas) de fungdes compos- tas sem saber nada a respeito das fungdes além de um par de valéres cor- respondentes ¢ das matrizes jacobianas nestes valéres. Em muitas situa- ges praticas, as matrizes jacobianas_ podem ser encontradas empiricamente por tentativas, Ent&o, como no exemplo, através da regra da cadeia, po- de-se deduzir as matrizes jacobianas para relagdes mais complexas. Como para o Calculo de uma Varidvel, pode-se também ter cadcias maiores. Por exemplo, Yx.= YulwWews + Aqui, existe uma “‘reaco em cadeia” ligando o vetor x ao vetor w, Wa ¥, vau,@a y, como na Fig. 12-32, Muitos fendmenos do mundo fisico podem ser descritos por tais relagdes. © vetor x descreve um conjunto de varid- PROBLEMAS 75 O-(4)-$ ESQ Fig. 12-32. Uma cadeia de espacos vetoriais veis fisicas. Uma vez que estas varidveis estejam determinadas, conhece-se x € um outro conjunto de varidveis que forma o vetor w é também determi- nado, e assim por diante. Os exemplos poderiam ser a temperatura, humi- dade, velocidade do vento, pressdo barométrica 4s 7 horas da manh& como © primeiro conjunto de varidveis x; elas, por sua vez, determinam a quanti- dade de neve ¢ gélo em certas estradas 4s 8 horas da manha, um outro con- junto de varidveis fisicas qué forma o vetor w; entdo w conduz (de maneira menos previsivel) & presenga de numeros{ssimas trilhas sébre a neve nas estradas as 8h 30min da manha, o vetor v. Semelhantemente, v conduz au, a quantidade de neve e gélo na estrada As 9 horas da manh e u con- duz a y, a taxa de ocorréncia de acidentes em varias estradas entre 9 ¢ 10 horas da manha. Agora, perguntamos o que acontecer& se x mudar ligei- ramente, isto é, se for substituido por x + dx. Entfo, cada vetor da ca- deja também muda ligeiramente. Cada mudanca é obtida da anterior na cadeia, multiplicando-se pela matriz jacobiana apropriada: dw=Ddx, dv=Cdw, du=Bdv, dy=Adu de modo que se descreve efeito combinado multiplicando-se as matrizes dy = ABCD dx A regra da cadeia diz-nos que esta ingénua teoria ¢ correta. Observamos que o Teorema 9 inclui tédas as regras da cadeia anteriores {as das Secs. 12-10 ¢ 3-23) como casos especiais. A questdo da diferen- ciabilidade da fungdo composta, deixada em aberto na demonstragdéo do Teorema 7 na Seg. 12-10, fica também agora estabelecida. PROBLEMAS 1. Ache a matriz jacobiana para cada uma das seguintes transformagbes. Enuncie as dimensdes implicadas em cada caso: wn CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 (2) (thy Hg) = (Hy — Big, Bay + Sy). (©) (Hy tg) = (21? + 24%, Oty + Sey). (©) (ay thay tg) = (tytetes 432ty + x22 (ty + 9)%). (A) (Uy, ta» Hs) = (% 008 xz, x Se xz, %, COS x2 SeNZ2). (©) (t 0) = (4 + ay, 29? — 3y4), © (uo) = (eine + y), (y—2)In Hy), (@) (u, ©) = @ + ys — 2, ay — az + 27), (B) (4, ©) = (xe” — ys, yo" + xy — 22), 2. (@) Ache as equacées lineares que aproximam 2 transformagio ty = 1 00822 — 2, Mg = SENT + ky Uy = A yTy perto de x; = 2, x; = 1/2, xy = — 1, ¢ use estas equacdes para achar, aproxi: madamente, 0 vetor (us, us, ) para x1 = 2,1, x2 = 1,6, x3 = — 0,9. (®) Proceda como em (a) para a transformacéo (1, us, ms) = (xi¥e%s, ai8t2 — 25%, 412 — xm) perto de x= (1,1, 1) © use a transformagSo aproximadora para avaliar w em x = (1,01, 1,03, 0,99) aproximadamente, 3. Para a transformacao dada, ache a matriz jacobiana e determine seu posto. [Obser- vaio. O pésto de uma transformagio linear dé a dimenséo da imagem. Portanto, numa regiio onde a matriz jacobiana tem pésto r, espera-se que a tfansformagéo no. linear dada tenha uma imagem de dimensio r: para r= 0, um ponto; para r= 1, uma curva; para r = 2, uma superficie, ¢ assim por diante, Isto pode ser inteiramente justificado com base no Teorema da Fungéo Implicita (Seg. 12-14).] (a) (,») = (Cos(x + 2y), sen (x + 2y)) (qual é a imagem?) ©) @&W=A+tx+y,0 +x+y),x+¥+1> 0 Qual é a imagem?) (0) (u,v, w) = (e+ 2,2 — yx? — ay — yz + x2), @) (u,0, w) = (es, Inf ty +2), ety tz), sty tz>0. 4. Para cada transformag&o, ache todos os pontos em que a matriz jacobiana exista ¢ tenha pdsto menor do que o pdsto mAximo, ©) (ue) = (ean, y=). ) w= (Fat). @zaety (@ cay. () y= — 52. (f) y = 29 — 322 — Ox. 5. Uma transformagio diferenciével y = F (x) é dada como uma composta de y = f(a) eu=g(x). Em um certo ponto xo, gx € conhecida do mesmo modo que fy ¢m ty = = 8(%). Determine F,(x:) a partir dos valores gx (£0) € fu (uo) dados. 12:44, FUNGOES IMPLICITAS 173 io 3 To 7 @et)={7 1-1), f)={2 1 0 5 2 0 3 0 -2 6. Em cada caso uma transformagdo y = F(x) & definida por composigio. Determine Fx no ponto pedido. (8) ¥ = (Yar Yo) = (Uy? — ttt, thytty +4"), = Xy my? — m7) © x = (3,2). (b) y = (U4 Seng, ty cos 44), u = (aye, (my — me) © (0, 0). Ce) ¥ = (t4y?, tatty, 2"), U = (1 — Ry By + 5a) © (1, 2,0). (A) ¥ = (tty/thy tha /thgy hg /t1y), W = (my) + 4? — Hy BytpXQy HyPy + Hy7Hq) # (1, 1, 1). 7. @) Para a aplicagio w= 2x +x*—y, v=x + 4y + y* avalie a aplicagdo linear aproximada em (x, y) = (0,0) ¢ compare grificamente as imagens dos cixos x e y sob @ transformagio dada e a aproximagdo linear. (b) Repita o item (a) para a aplicacio u = e* cosy, v= e sen y. 12-14 Fungdes Implicitas Em nosso estudo de funges de uma varidvel,.fomos levados as fungdes implicitas, isto é, fungdes definidas por uma equacdo tal como Stayt y—L=0 Em geral, dizemos que uma fungio y = f(x), a < x < 6 era definida impli- citamente por uma equacio Fe y) =0. Fe f@)=0, adxrsb. Do mesmo modo, dizemos que uma fungio z = f(x, y), (x,y) estando na regido D, é definida implicitamente pela equacio Ww ‘CALCULO DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 F(x, y, 2) =0 (12-140) se tivermos F(x, y, fle, y)) =, (x, y) estando em D. Por exemplo a funcao zeVi-#—-9%, + y<1, € definida implicitamente pela equacdo 2+pP4¢2=1 (12-141) Observamos que a fungado ze-Vi-#-¥, f4+y¥<1, € definida implicitamente pela mesma equacdo. Obviamente o conceito estende-se para fungdes dé um muimero qualquer de varidveis. Em geral ocorre somente uma equacdo implicita, como em (12-140) sendo impossivel resolvé-la explicitamente para uma funcdo de x ou de y. Pode-se entretanto, obter uma expressdo para as derivadas, do mesmo modo que para funcdes de uma varidvel. Por exemplo, a partir de (12-141) pode-se observar que se z = f(x, y) 6 uma fungo diferencidvel defi- nida pela equacdo, ent&o é possivel diferenciar parcialmente com relacio a xeay Oe _ = ae = Qe + 22% =O (y = const), By + eam ( = const). Isto implica em a. | zo oy Assim obtivemos as derivadas em térmos de x, y ¢ z onde z significa f(x, y). Mesmo que nfio conheamos f(x, ») explicitamente, as express6es para deri- vadas parciais sio convenientes. TTEOREMA 10. Seja uma fungio F = F(x, y,2) definida e diferencié- vel em uma regido aberta D de R*. Seja a fungdo z = flx,y) definida e diferenciavel em uma regido aberta D, de R*. Seja a fungio f tal 12:14. FUNCOES IMPLICITAS 175 que F(x, y, f(x, »)) = 0 em Dy, de modo que f & uma fungdo definida implicitamente pela equagéo F(x, y,z) = 0. Entéo para (x, y) em D, of ee one E of F, i) (12-142) ay & y) RE? ¢ ) onde a direita as derivadas parciais F., Fy, F, so caleuladas em (x,y, 2) com z = f(x,y), e supde-se F, # 0 em cada um déstes pontos. DEMONSTRACAO: Temos que F(x y, f(x y)) = 0- para todo (x, y)em D;. Isto implica que a derivada do membro da esquer- da desta equagao com relagio a x € 0, Pela regra da cadeia, concluimos que n+endeo, onde # & calculada em (x,y) e F,, F, so calculadas em (x, y, z) sendo z=fix, y). Se F, #0 para éste valor, podemos dividir por F, para obter a primeira expresso em (12-142). A outra 6 obtida do mesmo modo. Observagio 1. Ao invés de tomarmos as derivadas parciais, podemos tomar a diferencial de ambos os lados: F, dx + F, dy + F,dz=0, onde dz = df(x,y). Donde F, F, df = d= — Gar — Fay, a partir de onde obtemos as derivadas parciais conforme é dado pela Eq. (12-142). Observacio 2. O Teorema 10 estabelece que se uma funcao diferen- cidvel é definida por uma equacdo implicita, ento a fung&o possui derivadas parciais conforme é indicado. O teorema nio estabelece se existe tal funcaio Jf. © Teorema da Funcdo Implicita (veja a seco seguinte) fornece condi- des suficientes para existéncia de uma solucdo. 117%6 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 © raciocinio estende-se imediatamente a uma equacao Ftp. +5%q) = 05 que pode definir uma funcio x, =f(, .... %»-1) implicitamente. Mediante hipéteses andlogas, obtém-se formulas para derivadas como segue: teas cepa) = — Eee - (19-143) Ora Aqui, as F.; so avaliadas em (x, ..., Xn) COM Xn =f (x1, «--» ¥n-1). Quando n = 2, estamos considerando uma equacdo F(x, y) = 0 e a formula torna-se wk Co EXEMPLO 1 Dada a equagdo implicita 2 + xy? + v3 + yu + wv — 0? —1=0, supomos que v = f(x, y, u) € uma funcio diferencivel que satisfaz 4 equagdo ¢ concluimos, de (12-143), que aU” Oy av St yrtur dv _ ytu dv Se +yt Quo - . + - ? — 30?” du u? — 3p? onde, a direita, v é f(x, y, u) e supde-se que os denominadores sejam nfo nulos, Poderiamos também tomar diferenciais: (8x? + y? + 08) dx + (xy + u) dy + (Bx? + y + 2uv) du + (u? — 30”) dv = 0- Portanto, __ w+y tu Qxy + u Sau? + y + Quo Sea or ee e podemos de névo obter as derivadas parciais. Em alguns casos, se é levado a equagdes simultaneas; por exemplo, FQ yu o)=0, Gey uv) =0. (12-144) 12-14, FUNGOES IMPLICITAS "77 Aqui, esperamos ser capazes de resolver para duas incégnitas em fun¢iio das outras duas, digamos, x = f(u, v), y = g(u, v). Se supusermos que tais funges existam e que condicdes de derivabilidade apropriadas sio validas, ento poderemos derivar (12-144) implicitamente em relagio a u, com v mantido constante, pata obter Ox ox a a +R th =O, G+ Gt +e, =0. Estas so equagSes lineares simultineas para Ox/Ou, Oy/Ou. Se as resol- vermos pela Regra de Cramer, obteremos RK Rr ax lag, wy le & oie ee cot A tes Ou , Fy l a oa EF (12-145) G G, G, v Aqui, é essencial que os denominadores sejam nfo nulos. Os determinantes que aparecem aqui sio conhecidos como determinantes jacobianos ow sim- Plesmente jacobianos. Escreve-se, por exemplo, eG _|Fe Fy ay) Ie «, Com esta notacio, (12-145) torna-se aE, G) oF, G) Gee cory | oy BE eeu) 12-145") du «BG ou ARG a(x y) a(x, y) onde supomos que 4(F, G)/A(x, y) #0. Estas férmulas podem ser-lem- bradas observando-se que ambos os denominadores so 0 jacobiano de F e Gem relagdo a xe y. Indo-se do denominador para o numerador, subs- titui-se a varidvel dependente, cuja derivada estamos achando, pela varidvel independente em questo; na primeira equagio, x é substituido por u, na segunda, y & substitufdo por u. Existem formulas andlogas a (12-145’) para 9x/dv e Ay/Av. De fato, pode-se simplesmente substituir sempre u por y. Observamos que os determinantes jacobianos que aparecem aqui sfo, exceto pelo sinal, menores de ordem dois da matriz jacobiana da: fungio vetorial (F, G): (& RF e) . GGG G 78 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 EXEMPLO 2 2 xu — xy + 0} Encontramos que 0, xy + yy? — ue = 0. ae, G)_ |ar+u-y x a(x, y) y xt 2y = 2x? + dxy — 2y? + xu + Qyu, a, G) au, y) 7 + Qxy — xv. xt 2y e, por conseguinte, que xt + day — 2y? + xu + 2yu As outras derivadas sio encontradas da mesma maneira. A discussio formal estende-se imediatamente ao caso de n equacdes com n + m incégnitas: Fy(xqo ooo ye May esos My) = 0, : (12-146) Eley oes Sms Ups eo Ug) =O. (Quando o numero de equagées iguala-se ou excede ao nimero de incégnitas, via de regra, nenhuma funco é definida implicitamente.) De (12-146), pode-se esperar resolver para x1, X2, ...,X, como funcdes de wy, ..., Um? = Fillies tad very te = fully e es Unde Se se proceder como para as Eqs. (12-144), obtém-se equag6es simultaneas para as derivadas parciais 0x;/@u;, para j fixado. A solucdo pela Regra de Cramer leva a férmulas das quais a seguinte é tipica: a, ---+F,) Bf Ber Uy Xp +++) (12-147) Oey OF, F,) CES) Aqui, por exemplo, o denominador é o determinante jacobiano OF,/ox, +++ 2F,/Oxq : : (12-148) a) 12:14, FUNGOES IMPLICITAS W79 ¢ o numerador é obtido déste substituindo-se a segunda coluna por 0F;/Ot, wo OF Ou. Estas formulas também podem ser obtidas por matrizes. Se derivarmos (12-146) em relago a 1, ..., Um, obteremos um conjunto de equagdes que podem ser escritas Fyfy + Fy = O- (12-149) Aqui, Fx é a matriz cujo determinante é (12-148). E uma matriz jacobiana de F em relacdo a x1, ..., Xa, tratando-se wm, ..., um como constantes; Fy é definida de modo semelhante. Se (12-148) nao é 0, entéo a matriz Fy é nao singular ¢ resolvemos (12-149) multiplicando ambos os lados pela inversa de F, para obter fy= —Fo'F,. (12-1491) Das férmulas para a invetsa de uma matriz (Teorema 18 na Seg. 10-13), ‘obtemos novamente equacées tais como (12-147). Observamos que (12-149") € uma forma excepcionalmente concisa para tédas as férmulas. Para o Ex. 2 acima, consideramos x como x1, y como x2, u como mH, Qe tu 7 Cry) ¥ como ts, Entio, 20 ) y x + Qy, : —u alte -% eG 2) y x + 2y, -o -u)~ a -1 (1 x \(z 2) (Ox? + 4xy — 24? Fou + 2Qyy)\ -y %e+u—y)\-v —-w F, € portanto, (ee 2/20) ay/eu dy/d0 = -1 ( a2 + Qny — xv 2xv + 4yv — xu ) (2x? + +++ + 2yu) \ xy — 2x0 — uv + yo —2yo — 2xu — uF + uy. Agora podemos eliminar x/u (conseguindo a mesma expresso que acima), bem como dx/dv, Ay/du, dy/dv. EXEMPLO 3 F, = 3x, — Sty — 4 + 2try — 5uy = 0, F, = 2x, — 3x, + u, + dug + Qu; = 0- Aqui, n =2, m=3. Também, 1180 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 3-5 F, =( ) 2=(5 73) Fy. Fe) _ 43 2 Cle (> %) f=f de modo que as férmulas s&o aplicdveis. Se x1 = fi(tn, uo, us), x2 = fal, Uz, Us), entio Fp Fe) UC eu 8(F, Fa) Ey : (x1 %2) 2 = assim por diante. Também verificamos que Fx tem inversa (G a 3) _. 14 2° . : (ie (7) 2 “)-(28 -4 =") ea Mg Glas es 16)? da qual deduzimos i, i i ae 8, aa 4, Bug 25, ae Bye see e que Fu é Neste exemplo, acontece de as equagdes dadas serem lineares ¢ poderem ser escritas na forma 3-5 -1 2-5 Ax + Bu=0, a=( . =( s on So Nt 4 2) Jé que A é no singular, podemos resolver para x multiplicando por A-! = 3 5 _ (3 3 -8 -14 -295 noe xa eapu=("S — Tie)® Isto é, = fi(tty Up» tg) = —8ty — Mau, — 25u5, Hy = faltty, Uy, Ug) = —5uy — Burg — 16u5. 12:14. FUNGOES IMPLICITAS 81 Destas equagtes, deduzimos a matriz fu e as derivadas parciais como acima, Quando as equagées nfo forem lineares, como no exemplo, é normal- mente muito dificil resolver explicitamente para as fungdes fi. Todavia, tomando as diferenciais, de fato substituimos as equa¢es nao lineares dadas pelas equagées lineares nas diferenciais. Estas equag6es lineares sfio tra- tadas exatamente como no exemplo, isto 6, sfio resolvidas pata as diferen- ciais dx; multiplicando-se pela inversa da matriz Fx =(0F/Ox)). (Toman- do diferenciais no exemplo, nés simplesmente substituimos x; por dx;, u; por duj; as equagées j4 esto linearizadas.) Uma vez que temos as dx; em fungao das du;, podemos deduzir as derivadas parciais. Assim, a idéia crucial € a de linearizar as equagées. J& que as diferenciais. dio aproxima- g6es lineares, podemos também dizer que estamos aproximando equac6es nao lineares dadas por equag6es lineares; as aproximagées s&o tais que, em cada ponto considerado, as derivadas podem: ser obtidas exatamente das equages lineares. Geomeétricamente, o procedimento é andlogo ao de encontrar a derivada de y = /(x) num ponts como:a inclinac&o da reta tan- gente (grafico da aproximacio linear) no ponto, Observagio 3. Quando as eqnagdes iinplicitas nao lineares forem di- ficeis de resolver, podem-se usar as férmillas de derivadas obtidas acima como um auxilio para encontrar as solucdes. Mustramos isto por uma equagio da forma F(x,y) =0, selecionando uma que, de fato, podemos resolver explicitamente: EXEMPLO 4 F(x, y) = x? + 2ay + 3y? — 6 =0. Observamos que © grafico passa através do ponto (1,1) no plano xy ¢.tentamos obter uma solug%o através déste ponto. Por derivagao implicita, Qx dx + 2y dx + 2xdy + By dy =0, dy_ ety de Oxt+by OE, oye tty dz e+ By Todavia, esta ¢ a derivada de uma fungo incégnita y = f(x), em relaglo & qual sabemos sdmente que f(1) =1. Nossa equagdo d& 1182 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 Agora, usamos a idéia de que a reta tangente aproxima a curva e seguimos esta reta (de inclinagiio — 3) & medida que x aumenta de | para 1,5. Assim, Fig. 12-33. A solugdo aproximada da equagio x + 2xy +3)? — ° y varia de ~ } ¢ alcangamos 0 ponto (1,5, 0,75) (veja Fig. 12-33). Neste ponto, nossa inclinagiio é 1,5 +.0,75 ~~ TB + 30,75) = 0,60, Portanto, seguimos a reta com inclinagiio — 0,60 para x — 2, com y decres- cendo de — 0,3 e alcancamos o ponto (2, 0,45). Pode-se continuar o pro- cesso indefinidamente. Também podemos conseguir melhores aproximagdes usando intervalos menores. A solucdo exata é dada por Tomamos o sinal mais e obtemos uma fungio derivavel f com f(l) = I: -x+ Vis- a y= fe) =e, “3K r<3. Esta fungio € representada na Fig. 12-33 juntamente com a solugao apro- ximada. (O grafico é parte de uma elipse; veja Seg. 6-5.) 12-15, PUNGOES IMPLICITAS 183 © processo descrito pode ser aplicado geralmente a uma equacio F(x, y) =0 para a qual.conhecemos um ponto inicial (xo, yo) sdbre o gré- fico. Obtemos uma férmula para y’: Fr, = gm y) (12-143) e podemos ent&o mover distancias curtas ao longo de linhas retas para obter uma linha quebrada que aproxima a solugdo. A Eq. (12-143') é uma equaco diferencial de primeira ordem e nosso processo € simplesmente um método numérico comum para resolver tais equagées (Cap. 14). O método foi altamente melhorado a ponto de permitir uma alta precisio e adaptado para computadores digitais. O processo pode ser estendido a equacées simultaneas gerais com varias incdgnitas. Para tédas as férmulas deduzidas, tivemos de supor que o denominador apropriado nfo era 0. fsse denominador € 0 jacobiano das fung6es F, G,... em relag&o as varidveis dependentes escolhidas. Pode-se mostrar que, quando éste determinante nao fér 0 ¢ as condigdes de continuidade apro- priadas forem validas, estamos seguros de que as equacdes implicitas de- finem fung&es diferencidveis tais como se procurou. Esta é a esséncia do Teorema da Fungo Implicita, discutido na seco seguinte. Se o Jacobiano em quest&o for 0 no ponto considerado, normalmente nenhuma fung&o derivavel € definida. Isto é ilustrado pela equaco x* + +y'=1. As formulas levam a dy/dx = — (2x/2y) = — (%/y) € 0 deno- minador € 0 onde y =0, Mas y'= -& +/1 — x e, com qualquer dos dois sinais, temos dificuldade onde y = 0, isto é, onde x = + 1, pois a derivada dy/dx nao existe (a inclinagio da tangente ao circulo é =), 112-15. Teorema da Fungdo Implicita A discussio das equagées implicitas na segdo precedente ¢ puramente formal; supomos que podemos resolvé-las e entdio damos férmulas para as derivadas das soluges. £ importante saber quando podemos resolvé-las. Na pratica, a situagdo tipica é aquela em que se conhece inicialmente exa- tamente um ponto no grafico da solugao procurada e depois tenta-se encon- trar uma solugdo continua passando pelo ponto. O Teorema da Funcao Implicita, em suas varias formas, assegura que, se 0 jacobiano relevante ndo Sor zero no ponto, entéo isto é possivel pelo menos numa vizinhanca suficien- temente pequena do ponto inicial. A-base do teorema € 0 fato de que, perto do ponto, nossa equacdo pode ser aproxiinada por equagées lineares (to- 1184 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 mando as diferenciais), de modo que, desde que a matriz relevante seja nfio singular, pode-se sempre resolvé-las. Aqui consideramos sdmente 0 caso mais simples de uma equagio com duas incégnitas, que escrevemos como F(x, y) =0. (12-150) Para uma discusso do caso geral, indicamos ao leitor 0 Cap. 9 do livro Principles of Mathematical Analysis de Walter Rudin (McGraw-Hill, New York, 1964). TEOREMA 11. .Seja F(x, y) definida numa regido aberta D do plano xy, esteja (Xo, yo) em D e seja F (x0, yo)=0; sejam as derivadas parciais Fs, Fy continuas em D e suponhamos que F,{xo, yo) #0. Entdo, existe uma fungdo y =f), com dominio |x — x| <8, 6>0 (12-151) eujo gréfico esté em D, com fix) = yo e que satisfaz a Eq, (12-150). Além disso, um niimero positive pode ser escolhido de modo-que 0 gré- Fico de (12-151) fique no conjunto x= am <8 ly—yol 0. Ent&o, por continuidade, F,(x,y) > 0 numa vizinhanca de (xo, yo). Por- tanto, podemos escolher 5 e 7 tio pequenos e positivos que a regido retan- gular fechada 12:15, FUNGOES IMPLICITAS 185 E:|r— x <8, ly—yol $0 estaem De F,>OemE. A funcio g é também ‘continua em E e, por conseguinte, tem minimo me maximo M absolutos em E (Teorema F, Seg. 12-7 ¢ Seg. 12-25 adiante): m 0 em E e F(X, yo) = 0, F € monotona estritamente crescente ao longo da reta x =xo em E e, por conseguinte, € positiva para y > yo, negativa para y <-yp. Ao longo da reta Y¥ — Yo = Ax — 9) F torna-se uma funcdo de x ¢ Parte Ba n+ = Bg tM = B02. Ent, se 4 € maior que M, 0 méximo de g, dFidx € positiva ao longo da reta; assim, a propria F é positiva para x > x9, negativa para x < Xo. Existe 1186 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 um raciocinio semelhante, com troca de sinais, para \ < m. Assim, o sinal de F & como na Fig. 12-34. Visto que F, > 0, F é monétona estritamente crescente em y sObre cada reta x = const. em E, e portanto, deve ir de ne- gativa para positiva. Portanto, pelo Teorema do Valor Intermediério (Ses. 2-7), F(x, y) =0 para exatamente um y, para cada x. Bste valor de y indicamos por f(x). Assim, FO fz) = © y =f(x) fornece tédas as solugdes da equacio implicita em E. O grafico de f esté comprimido entre as duas retas (12-152). Portanto, Sf € continua em Xo, com f(x) — yo = f(x) quando x— xo. Mas o mesmo ‘argumento se aplica para cada ponto (x, y) no grafico de f; podemos achar © retangulo £ centrado no ponto, e assim por diante, como para (%o, yo). Portanto, f é continua para todos os x no intervalo |x — x0] < 5. (Po- demos também definir f nos pontos extremos do intervalo xo +: 6, mais ignorar éstes valéres na discussio subseqiente.) Finalmente, procuramos a derivada de f em xo. Ao longo da reta Y = Yo = Nx — x0) com A = g(xo, Yo) + €,€ > 0, temos, como acima, # ok =F, latin) — oy) +4 Visto que g € continua em (xo, yo), |g(%, Y) — B(%, Yo)| <€ para (x, y) suficientemente junto de (xo, yo); assim, a expresso ‘entre colchétes € posi- tiva ¢ dF/dx > 0. Portanto, a propria F é positiva ao longo da reta, para X > xo © x suficientemente perto de xo. Mas isto significa que o gréfico de f deve estar abaixo da reta, isto ¢, Fl) < Yo + [el= yo) + «l= — 20) ou f= 109 < gag) +6 para x > x» como acima, An&logamente, F(z) — fl%) ita x > l%o» Yo) ~ para x > x ¢ x suficientemente perto de x. Assim, tim £2)- fs ee ee ee Oe 0 Do mesmo modo, o mesmo limite 4 encontrado quando x—> x»—. Por- tanto, FG) = lt» Yo). Novamente o argumento se aplica a cada ponto (x, y) no grafico de fe con- cluimos que, em cada ponto, f'@) = ey) = - 2 4. Assim, o teorema esté demonstrado. Observacio. Notamos que a demonstracio d4 alguma informagao a respeito do tamanho do intervalo x no qual uma solugio y =ftx) pode ser encontrada. Pode-se, especificamente, escolher um retangulo E: |x — = x0] < 8, |y — yo] <7 no qual F, > 0 (ou Fy < 0) € no qual 6 foi res- tringido de modo que 5K < 7, onde K = Max |g(x,y)| em E. Como foi ressaltado na Seg. 3-8, tem-se algumas vézes mais informag&o a respeito de F, de modo a permitir que se calcule melhor o tamanho do intervalo. Por exemplo, se F, > 0 em E e F € positiva para y = yo + , negativa para y= Yo — 7, ent&o a solugdo é definida e unica para |x —x| <5. A restrigio |y — yo| <1, em geral, é necessiria para assegurar a unicidade da solugio. Por exemplo, a equagio y? — ysenx — ey + senx =0 satisfaz & hipdtese do teorema com x) = 0, yo = 0 ¢ uma solugo é dada por y=senx. Contudo, uma outra solugio é y = e*; excluimos esta solucdo restringindo-nos a um retingulo suficientemente pequeno E em tdrno de (0,0). PROBLEMAS 1. Ache as derivadas parciais indicadas supondo que o Teorema da Fungio Implicita seja aplicdvel em cada caso: (2), e (2) see + yt ey 10. w (%). e (#), se uo — uo? + uow — 2w = 0. ies, CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 ‘Oz aa © (B)eae- 8-92-84 a0 3: (2), pe Ina ta) + xen — 4) + cos es +4) = 2 oat — yt? —y+2=0, y? — Qyt + xt? -y—t—x=0. (ay atetene 0, tu? + Qo? ~ w? + uv —v—-1=0. () « (%) 90 {008 * + x8eRU — y cos v — sen y = 0, ® oul, , \senx — y senu + x cos v + cosy = 0. © dsfdt © dyldt, se { ©) duldr, se ao 0), (3) et x — ty + tz — uy? +27 +1=0, @ (a [eis A |e yt et te — au ‘ue* + seno — ow + x? — xyz + 1=0, ® (2) solue? + cosu — uo + 22 + 2ayz —y = 0, % (wer +86n.u — ow + cos w — ay = 0. 2, Em cada um dos seguintes casos, tém-se equagdes Fi(tis w+ Xn) = 0, 1 = 1, son a A matriz jacobiana (@F,/x;) 6 dada; avaliada num certo ponto (x1, .... %,°), no qual tOdas as equagées sfio satisfeitas. Desta informacSo, obtenha a matriz pedida, na forma indicada, como um ponto de matrizes; por exemplo, em (@) esté se resolvendo para x1 € x2 em funcio de x3 € x. (5 2 Sam). ae sentiaas w(§ i : 8). ans (), para i= 3,4,j = 1,2. oe dae lee | w(t 01 ta) ae Se) pace 4 = 12,344 513 0 2 421 217 a ali 02-10 day para i= 2,3,5,7=1,4,6. 611 52.3, 35; 3. (@) Para o sistema do Probl. 2a), suponha que (x°, x:°, 2°, x) seja (0, 0, 0,0) ache x1, x; aproximadamente para x; = 0,5, x = 0,2. (b) Para o sistema do’ Probl. 2(b), suponha que (x1°, x:% x3°, x) seja (2, 1,3,5) & ache xs 5x4 aproximadamente para x, = 2,2, x2 = 0,9. 4. Mostre que a equagio (1 +2? + yz-+2z*+1=0 pode ser resolvida para z= = fix, y), onde f é definida ¢ derivavel para todos os (x,y). 12-16, FUNGOES INVERSAS a9 5. Eqiagdes algébricas, Seja F(x,y) um polinbmio em x, y sem térmo constante, de modo que F(0,0)=0. © Teorema da Fungéo' Implicita pode entéo ser aplicado para mostrar que, proximo a (0, 0), o grifico da equagio F(x, ) = 0 pode ser repre- sentado na forma y = f(x) ou x = g(). @) Mostre que, se F(x, ») = ax + by + térmmos de grau mais alto ¢ at + 6 <0, entio ax + by = 0 € a equacio da reta tangente a0 grifico de Flx,») = 0-em 0). @) Ache a reta tangente ao grifico em (0, 0) (veja parte (a)): (i) 2x — 8y + 27 =0, (ii) x + y? + xy? = 0; (iit) 2y — ?y = 0. © Para cada uma das equacdes seguintes, mostre que o Teorema da Funsio Impli- cita no & aplicével em (0,0) © descreve a natureza do grifico proximo a (0, 0): @ 2 =O; (ii) y=, Gi) x? yt =0, (iv) 8-2? + =O. 12-16. Fungdes Inversas Equagdes da forma u=fey, v=exy) (12-160) podem ser interpretadas como uma transformag&o de um conjunto do plano xy no plano wy, como na Fig. 12-35. Se esta transformagao for biunivoca, pode-se formar uma transformagiio inversa da forma x= 940) y= ¥(u,0). (12-161) Achar a transformagio inversa € equivalente & resolugio das Eqs. (12-160) para x e y em fungio de ue v. Se escrevermos (12-160) na forma fly)-u=0, gy) — 0 =0, (12-160’) veremos que estamos realmente tratando com duas equagdes implicitas com quatro incégnitas e que estamos tentando resolvé-las para duas das incé- gnitas, a saber, xe y. Por conseguinte, 0 Teorema da Fungo Implicita é . Felevante para éste caso. Para aplicar o teorema, selecionamos um ponto Go, Yo) no qual fe g sdo definidas e supomos Uo = Fl» Yo Po = Blo» Yo) como sugere a Fig. 12-35. Assim, (xo, Yo, uo, Yo) € um conjunto dé valéres que satisfaz a ambas as Eqs. 12-160’). Supomos que f, g ¢ suas derivadas Parciais satisfazem as condigdes de continuidade usuais na vizinhanga de (@o, yo). Entiio, como na Seg. 12-14, a condigo essencial é que o jacobiano 1190 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 17 Fig. 12-35. Transformagio inversa do sistema (12-160') tenha um valor diferente de zero; dispomos Fi = Fi(x, Ys u,v) = f(x, y) — u, Fe = g(x, ) — ¥, © a condigéo torna-se oF, F) 0 atx, y) Z em (Xo, Yo, Wo, Yo). Mas AFF) _ fe ful _ he) A(x, y) Be By! Ax y)” Portanto, se af) ey FO — em (x, Yo), (12-162) conseguimos uma solugio [a transformacdo inversa (12-161)] numa vizinhan- ga de (uo, vo). As fungdes-solucdo sio continuas.e tém derivadas parciais continuas: ey u OF) ahead a(x, y) (x, y) a(x, y) ¢ assim por diante. Observamos que (wo, %0) nfio aparece em (12-162). raciocinio estende-se a um sistema de n equacdes: sean. (12-163) ty = Bilty-- ++ %)s 12-16. FUNGOES INVERSAS un Escrevemos estas como equagées implicitas —4=0, i=]..n Bilt @ queremos resolver para x1, ...,X. em funco de th, ..., un» (transformacio inversa). A condigo sébre o jacobiano torna.se en) (12-164) Podemos interpretar éste resultado em forma matricial: temos uma fungdo vetorial diferencidvel u=g(x) para x uma regido aberta Do de V,, com valéres também em V,. Temos du = gxdx ¢ desejamos resolver para x préximo a x°, isto & desejamos expressar dx em fungio de du, Mas a ultima equaglo é uma equagéo matricial: 06; 36; ‘du, = a\ (ax, : Oxy ox, : au ae, JV, du, On, ty, € pode ser resolvida univocamente, desde que a matriz n por n g, seja ndo singular no ponto considerado [condic¢ao (12-164)]. A solugio é dx = go'du. (12-165) Desta equac&o deduzimos as derivadas parciais 0x,/0u;. las so os ele- mentos da matriz Xu, onde dx = Xu du = gx! du, de modo que Xa = ect Sut (12-166) Assim, @ matriz jacobiana da transformagao inversa é 0 inverso da matriz Jjacobiana da transformagao. Observagio. Para n = 1, temos uma equacao u = gs) 1192 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 ¢ (12-166) torna-se a regra de Célculo Elementar: dx 1 du (du/dx)" Se acontecer de que as prdprias Eqs. (12-163) tenham forma linear . uy = Db, i=L...,n, st poderemos tomar (0, ...,0) como 0 ponto dado (x°, ..., xn) ¢ identificar dx; com x;, du; com u; para todos os i. Portanto, temos uma equagdo matricial u=8x, que representa uma transformacdo linear de V,,em V,. Sabemos (Seg. 10-12) que esta transformagio é biunivoca e tem uma inversa quando B for nio singular (isto ¢, det B 0). A inversa é linear e é dada por x=Bu. O Calculo, de fato, permite-nos reduzir o problema geral no linear para um linear. EXEMPLO 1 u = 2x — 5y, v= x+y. Aqui, o determinante jacobiano é aha _ ue). |? 7 | ey) ey) “WT 2-8 A propria transformagio € linear, com matriz a-(; ) 3 © deter- minante jacobiano é det B, Ja que det B > 0, B é nao singular e-a trans- formagao € biunivoca. Resolvemos pata x, y para obter a transformacio inversa: at ote z=FUt5o), y= F(-ut 20). Assim, 12-16, FUNGOES INVERSAS 1193 A transformacio’ pode ser estudada em detalhes considerando as imagens de retas paralelas aos eixos. Por exemplo, retas x = const. =k corres- pondem As retas paralelas u+5v = 7k, enquanto as retas y = const. =k correspondem as retas —u + 2v = Tk. Fig. 12-36. A transformagdo u = 2x — Sy, v—=x+y Notamos que éstes sistemas de retas fornecem coordenadas obliquas no plano uv (Fig. 12-36). Observagiio, No exemplo, um quadrado com lados paralelos aos eixos no plano xy corresponde a um paralelogramo no plano uy ¢ pode-se verificar que a area do paralelogramo & 7 vézes a area do quadrado (Probl. 4 adiante), De fato, tddas as 4reas aqui séo multiplicadas por 7 quando se vai de um conjunto no plano xy para sua imagem no plano uv. Existe um enunciado andlogo para a transformagdo linear geral de R* no R* com matriz B. O valor absoluto do det B d& a razio do n-volume da imagem do conjunto 'E para o n-volume do conjunto E (veja Seg. 11-16). Para uma transforma- do n&o linear u = g(x), temos uma transformacdo linear aproximadora junto a um ponto particular; sua matriz é g, e seu determinante € o deter- minante jacobiano correspondente. Assim, o valor absoluto do determi- nante jacobiano mede, aproximadamente, a razio do m-volume da imagem para o n-volume do conjunto, nas proximidades de um ponto dado; a grosso modo, é o fator de expansio. Quando o determinante é 0, algo se deu errado. 194 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 EXEMPLO 2 x=rcos@, y=rsen@. Estas sio as equag6es relacio- nando coordenadas polares ¢ retangulares. Todavia, podemos consider4-las como representando uma transformagio do plano r8 no plano xy. O deter- minante jacobiano & ala, y) _ cos? —rsend 2,8) |send ros Entio, o determinante é 0 sdmente quando r = 0, de modo que x = 0, y = =0. Para r ¥ 0, o Teorema da Fungdo Implicita se aplica e conseguimos fung6es inversas. Podemos, de fato, resolver: retvEr ey, 0 = costE sent. Todavia, conseguimos muitos valores de re 6 para cada xe y. Para obter expresses univocas, devemos restringir r ¢ @ (e x, y correspondentemente), por exemplo, fazendo com que r>0 e —7 <@<-. (A restrigdo esté de acérdo com o Teorema da Fungo Implicita, que fornece uma soluco iinica sémente numa vizinhanga de um ponto dado.) Observamos final- mente que as retas @ = constante, r = constante correspondem as retas ¢ aos circulos concéntricos no plano xy, como na Fig. 12-37. Fig, 12-37. Transformagio associada com coordenadas polares As coordenadas polares sio um exemplo de coordenadas curvilineas no plano, Outras coordenadas curvilineas so obtidas através de equacées x =flu, »),-y = g(u, ¥), ou, em R*, por x =f(u); veja Probl. 3 adiante. Notamos que, para a transformagio associada com coordenadas polares, © determinante jacobiano € r ¢ que um pequeno retangulo de lados dr, dO no plano r9 corresponde a uma figura aproximadamente retangular no plano xy. A dea da imagem deve ser aproximadamente r dr d9 ¢ podemos veri- ficar, por geometria, que isto, de fato, € uma aproximagao muito boa da Area (Probl. 5 adiante). PROBLEMAS 195 PROBLEMAS 1, Para cada uma das seguintes transformagdes, ache o determinante jacobiano da trans- formagdo ¢ da transformacao inversa: (a) w= 2x —y,vaxt ty. (b) w= 3x + 2y0=%-y. (e) u=x—y—2,0= 2x + Qy t+ Saw Hxt 3s. @ustr+yo=%y—zw=3r, (e-) user + y3v = Sef — Qy3, () u=z* 5,05 -~4: Fry F+¥ (g) w= + xy, 0 = xy — Pw 8 — t+. (h) w= xcosy — 50 = xseny + 2,0 = 22 + 2 2. Para cada uma das seguintes transformages, ache as equagées lineares que se apro- y ximam da transformago e as equagSes lineares que se aproximam da transformagio inversa préximo 20 ponto dado: (@) Como no Probl. 1(@), préximo de x= 0, y= 1. (b) Como no Probl. 1(9, préximo de x= 1, y= 0. (© Como no Probl. 1(—), emx=1, 9 @ Como no Probl. 1h), em x=1, y , zal z= 1, | (@) Sejam as equagdes do Probl, 1(¢) usadas para definir coordenadas curvilineas x, y no plano uv. Esboce as retas x = const., » = const. € suas imagens para varias escolhas das constantes. (©) Proceda como na parte (a) com as equagdes do Probl. 1(f). Sejam a, , ¢, d constantes e suponhamos que as equacdes usaxtby o=ctdy definam uma transformacao biunivoca do plano xy no plano uv, @) Mostre que 0 quadrado de vértices (0, 0), (1,0), (1, 1), (, 1) no plano xy tem ab como imagem um paralelogramo no plano uv cuja area € i: | 4| oe Se e 1-12). (b) Mostre, geralmente, que cada tridngulo de 4rea A no plano xy tem como imagem ab mines no pao ov es tea ¢ | A. ed ‘Sejam r, 6 coordenadas polares no plano xy. Mostre que a 4rea da porgio do plano xy definida pelas desigualdades ToS tS totdr 85 9< 0,4 a, ‘onde rq > 0, dr > 0, 0 < dO < 2x, é r* dr d8, onde r* é um valor apropriado entre ro€ t+ dr, Portanto, para dr pequeno, a drea é aproximadamente ro dr d0. 1196 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 6. Mostre, com base no significado geométrico do determinante jacobiano, que, nas coor- denadas cilindricas r, 8, z, 0 volume da porgdo do espago para o qual STS I+ dn 8 SOSH 4+d, mS ES Hm+ds, onde rp > 0, dr > 0, 0 < d0 < 2x, dz > 0, & dado aproximadamente (para dr, d8, dz Pequenos) por ro dr d@ dz ¢ justifique por um esbégo (veja Probl. 5). $7. Ache um resultado andlogo aquele do Probl. 6 para coordenadas esféricas (Seg. 11-20). 12-17. Curvas no Espaco Como no plano, € mais conveniente representar uma curva no espago por equacées paramétricas: x=f(t), y=et), z=hi), (12-170) onde tédas as fungdes so definidas e continuas num dado intervalo. Estas equagdes definem, entio, um caminho no espaco (Fig. 12-38). Pode-se Fig. 12-38, Caminho no espago ¢ reta tangente pensar em f como o tempo e (x, y, z) como a posigéo de um ponto que se move no espago, Se escrevermos r= OP =xi + yj + xk, entdo a Eq. (12-170) podera ser substituida por uma equacdo vetorial r= F(t). (12-170') 12:17, CURVAS NO ESPACO 1197 Em particular, se a e b sio vetores constantes, r=a+tb, -a0 ‘onde N é um vetor normal unitétio; x € denominado curvatura, p = 1/x raio da cur- vatura e N vetor normal principal unitério. (&) © vetor T x N=B € denominado vetor binormal. Demonstre que B 6 um vetor unitério, normal & curva e demonstre as Formulas de Frenet aN B <=ncNn, “bt ee ae —N, onde + & um escalar denominado torso. (Sugestio. Use as relages N-N = NT =N-B =B-T =0, B-B = I, € derive em relagdo a s.) (© Mostre que = Sry Ae WWII? ny (veia Seg. 6-7. 1206 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNCOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 7. Movimento sob uma forga central. Suponha que uma particula P de massa m se mova no espaco sob a influéncia de uma férca F atuando na diregfo que se afasta de um centro fixo O, distinto de P, de modo que F = @t)OP. Seja r= OF, v = de/dt. Admita téda a derivabilidade necesséria. Observe também 0 resultado do Probl. 5. (@) Mostre que Ze x96, de modo que # x ¥=b, onde b & um vetor cons tante. (®) Mostre por (a) que, se h x0, P se inove num plano fixado passando por O. © Mostre por (a) que, se h = 0, entéo P se move numa reta fixada passando por ©. (Sugestdo. Escreva r = rR, onde r= |(r|| mostre que dR/de = 0.) 8, Sejam as funcdes (12-187) definidas e derivaveis numa regio aberta D do plano uv. fa Bu be)’ Em (m, m), tena a matic jacobiana ( 1) (omer «anges pao 2. Considere as equagdes como definindo uma transformacio de Dem R Seja Pi: Gy, 2) a imagem de (i, »), de modo que x1 = fl, ¥1), -.- (@ Mostre que a reta y = ») em D tem como imagem um caminho em R°, com w como parametro, ¢ que, para u=m, 0 vetor wi = ful, Dl + selun YD) + + hun, v)) ke & tangente a éste caminho em Py. (©) Obtenha um resultado andlogo a (a) para a imagem da reta w= um; seja Wz 0 vetor tangente encontrado. © Conclua, pelos resultados, de (a) ¢ (b), que, sea imagem da transformacio ¢ uma superficie em RY, entio.w: X w; é um vetor normal nao nulo para a superficie em Py, de modo que wi X w:-PiP =0 €.a equacio do plano tangente em Pi. 9. As equagdes x = cos u, y = sen u, z = v so equagdes paramétricas para um cilindro circular reto no espaco. (@) Desenhe as curvas sdbre a superficie correspondentes a cada uma das seguintes escolhas de u = const, ou v= const., como no Probl. 8 @) u =O, i) u= 2/4, (iii) u= 0/2; (iv) 0 =0, (v) v= 1, (vi) v= 2. (®) Ache o plano tangente ¢ a reta normal A superficie para u = x/4, » = h 10. As equaghes x = vcos u, y = vsenu, z = v so equacdes paramétricas para um cone circular reto no espago. (a) Proceda como no Probl. 9(a), usando @o=h (i) 0=2, Gi) o=0, vu =O; WW uaa/d (©) Proceda como no Probl. 9(b), usando w= 4/4, y= 1. 11. As equagies x = (2 + cos u)cos ¥, y = (2 + cos) senw so equagdes paramétricas para a superficie de um foro no espaco. (@) Proceda como no Probl. 9a), usando 12:19, DERIVADAS PARCIAIS DE ORDEM MAIS ALTA 1207 () 0=0, (i) o= 0/2, (iit) 0 = 0/4, ()u=0, (usm (vi) w= 9/2. (@) Proceda como no Probl. 9(b), usando u = 7/4, » = x/4. 12, As equacdes x = 3.cos u sen v, y = 2 sen u sen v, z = cos v sKo equagées paramétricas para a superficie de um elipsdide no espago. (@) Proceda como no Probl. 9a), usando (i) u =0, (ii) u = 0/3, (iii) » = 0, (iv) 0 = 0/6. (b) Proceda como no Probl. 9(b), usando u = 2/3, ¥ = 1/6. 13. Seja dada uma superficie na forma paramétrica pelas Eqs. (12-187). Um caminho ‘na superficie pode entao ser especificado dando u ¢ v como fungdes de ¢, de modo que, finalmente, x, y e z tornam-se fungdes de t. Mostre, admitindo téda a derivabilidade necessdria, que a reta tangente a tal caminho fica no plano tangente correspondente do Probl. 8(c). 12-19. Derivadas Parciais de Ordem Mais Alta Seja a funcio z =f(x, y) definida na regiéo aberta D do plano xy e suponhamos que as derivadas parciais f. e f, existam em D. Ent&o, cada uma destas derivadas parciais é uma funcio com dominio D, ¢ podemos procurar suas derivadas parciais: : fa= ZO fn = Zs (12-190) fa=E> fn = EG. As novas derivadas, quando existem, sio denominadas derivadas parciais de f de segunda ordem. Parece, por (12-190), que existem 4 destas derivadas de segunda ordem. Todavia, ver-se-A que, se f, fz, fi, fev © fyz So continuas em D, entdo as derivadas mistas so iguais: Sau =fis (12-191) Portanto, existem, com efeito, sdmente 3 derivadas parciais de segunda ordem: fez, fey © fry. Uma demonstracSo de (12-191) sera dada na seco seguinte. EXEMPLO 1 Seja z = x*y! + x cos (xy) =/(x, y). Entio, escrevemos 1208 CALCULO DIFERENCIAL DE FUNGOES DE VARIAS VARIAVEIS CAP. 12 BE = flay) = 2ay? + 00s (xy) — ay sen(ry), ah aaty? — soon), # = foals y) = 24? — 2y sen(ay) — zy? 008 (x), ae = fal 9) = aye y)) = Gay? — 2xsen(zy) — xy cos (xy), 2 a7 = halts v) = 2 Ulm y) = Gay? — 2x sen(ay) — xy 00s (ay), = fol) = 2 y)) = 6x2y — 23 cos (ry) Observamos que fey =fys, de acdrdo com (12-191). As notagdes d*2/dx%, 8°2/Ay@x,... so também introduzidas aqui. A diferenga entre d*z/dy0x e €2/Axdy deve ser notada; todavia, por (12-191) estas sfio iguais (nas condi- g®es enunciadas), Se as derivadas parciais de segunda ordem existem em D, podem-se formar derivadas de terceira ordem: a Fults D Ber = fons = Gy Fu W, a Feo fesel ) = Ze ¢ assim por diante. Por causa de (12-191), a ordem de derivago nao impor- ta para fungdes regulares, isto & por exemplo, 8 ae Dy de ~ Dx dy dx Ox? Oy Portanto, obtém-se ao todo (sob condigdes de continuidade apropriadas) quatro derivadas parciais de terceira ordem: fess» feew few fon Semelhantemente, obtém-se, em geral, n + 1 derivadas parciais de ordem n: ee a Bz. aa’ Dattay? Ot As definigdes estendem-se naturalmente a funcdes de trés ou mais va- ridveis. Por exemplo, a funcdo f(x, y,z) tem (sob condigdes de continui- dade apropriadas) 3 derivadas parciais primeiras, 6 derivadas parciais se- gundas:

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