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calculo e algebra linear Kaplan Lewis calculo s : volume e algebra linear 2 Vetores no Plano e Funcgdes de uma Varidvel Wilfred Kaplan Donald J. Lewis Departamento de Matematica Universidade de Michigan Equipe de tradutores: Marco Anténio Raupp (Coordenador) Hilton Vieira Machado Adilson Goncalves José Raimundo Braga Coelho ‘Anténio Conde Marcos Duarte Mala Eduardo Kanan Marques Professores do Departamento de Matemética da Universidade de Brasilia Livros Técnicos e Cientfficos Editora S.A. Rio de Janeiro — RJ/1975 COPYRIGHT @ 1972, by LIVROS TECNICOS E CIENTIFICOS EDITORA S.A. ALL RIGHTS RESERVED Authorized translation from English language edition published by John Wiley & Sons, Ine., New York. Copyright @ 1970 by John Wiley & Sons, Inc. All Rights Reserved. Tradugso auiorizada det edigSo am lingua ingltsa publicada por John Wiley & Sons, Ine, New York. Copyright © 1970 by John Wiley & Sons. Todos os Direitos Reservados. Titulo do original em inglés: “CALCULUS AND LINEAR ALGEBRA” Volume 1. IMPRESSO NO BRASIL/PRINTED IN BRAZIL Capa: 9g. comunicarSo visual ttda. Tiragem desta impressso: 3,000 exeriplares 18 edigéo — 1972 Reimpresséo — 1973 e 1975 A primeira edicéo desta obra foi coeditada com 0 Instituto Nacional do Livro/MEC, dentro do Programa do Livro-Texto para o Ensino Superior, patracinada pelo Ministério do Planejamento © Coordenagio Geral. FICHA CATALOGRAFICA (reparada pelo Centro de Catalogacdo-na-fonte do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ) Kaplan, Wilfred o Célculo e éigebra linear [por | Wilfred Kaplan le | Donald’ J. Lewis; traduglo coor- denada Ror Marco Antonio Raupp. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Cientificos, 1975. 3v. Bibliografia. Apéndices: vs. 1 e¢ 2 1, Célculo, 2, Algebra linear. 1. Lewis, Donald J., colab. II Titulo. cDDS17 72-0018 O° 512.897 LIVROS TECNICOS E CIENTIFICOS EDITORA S.A. Av. Venezuela, 163 — ZC-14 — CP. 823 Rio de Janeiro — RJ PREFACIO Este livro 6 0 primeiro volume de um texto sbbre Céleulo ¢ Algebra Linear, que Pretende fornecer material suficiente para cursos de Matemética dos dois primeiros anos universitérios, Nosto objetivo principal & @ integraclo da Algebra Linear com 0 Cfleulo, Abesar de que estas duas disciplines possam ser tratadas indepencentemente, elas ganham muito em profundidade e significado quando relacionadas entre si. A Algebra Linear 4 especialmente valiosa nos tépicos mais avangados do Célculo (fungtes de varies variéveis, equagées diferencisis); por ela a teoria 6 grandemente simplificads. Pare o Céleulo elementar a Algebra Linear 6 menos importante. No entento, ela particular mente til para o estudo de curvas no plano. Af ela simplifica a teoria, revela 0 significado geométrico das férmulas, @ relaciona conceites tedricos com conceltos fisicos; como velocidade ¢ aceleracho. Para o estudo de Algebra Linear (espacos vetoriais ¢ me trizes), © Célculo fornece um reservatério i I de exemplos significativos pera ilustrar e esclarecer a teorla, Neste primeiro volume, » Algebra Linear aparece em dois aspectos: (1) vetores no plano (Cap. 1), © (2) independincia linear @ bases para conjuntos de fungtes. (introdu- rides na Seg. 2.9). Ao primeiro tépico .dé-se muito mais p8so, ¢ aplicagtes aparecem por todo 0 livro. © segundo 6 tratado superficialmente, mas com a freqUéncia suficiente para sq,,ganhar familrizseSo com os conceitos, bem como confianga em menipulé-los. Este fencontro inicial. com a'sidéia -de -Fidependdncia linear tornaré mals fécil um futuro estudo mais. aprofundado db” éépagos vetorials. | Onde & possivel, © texto dé anfase ‘sos aspectos geométricos da teoria, tanto em Céleulo como em, Algebra Linear. Na verdade, gradualmente ficaré claro que a Algebra Lilear¢'4m*ansttuménto essencial, para o desenvolvimento da Geometria e suas releghes com 0 Cécile. Geometiia 6 freqiéntemente usada para motivar. demonstragtex @ enfatizar © ‘aspect qualitativo de alguin teorema. Ao mesmo’ tempo, © aspecto computacional, tanto do Célculo como da Algebra: Linear, 6 intelramente desenvolvido, ¢ © estudante 6 miotivado para o uso de computadores. Nés acreditamos que, para serem efetivos, tanto os mateméticos como os que usar ‘Matemética devem ter uma intviglo qualitativa da teorls, bem como uma destreza nos métodos que déo resultados quantitativos. Este principio motiva a nosse discussio por todo 0 livre, © desenvolvimento matemético de um tépico inclui um tratamento rigoroso @ es- sencialmente autosuficiente do material. Entretanto, em geral,: as idéias dificels so Primeiro apresentades intultivamente, depois formuladas precisamente, Ilustradas, @, finalmente, completamente estabelecidas. As demonstragies difleals esto em segtes sepa- Fades, marcadas com ({), e podem ser facilmente omitides. Aldm disso, segSes de dificuldade média, que podem ser omitidas sem afetar a continuidade, sfo marcadas com (+). O sinal (f) 6 também usado ocasionslmente para indicar um probleme especialmente dificil. PLANO DO TEXTO © Cap. 0, um capitulo introdutério, para ser usado como referdncia .e. para revi- Sto. Parte déle (ov todo) -pode ser estudada em maior profundidade, de actrdo com a aso dos estudantes, © Cap. 1 introduz os vetores no plano; a apresentaglo apdie-se fortemente na © Cop. 2 revise e desenvolve a idéia de fungio @ apresenta o concelto de fimite como primeiro asso no desenvolvimento do Célculc. O axioma do menor limitante superior 6 introduzido no final e, numa segs (}), 6 usado para demonstrar os teoremas principais. © Cop. 3 6. um desenvolvimento sistemético do Célculo diferencial, com algumas aplicagdes & geometria @ as cidncias. As derivadas de sen x, cos x, In x @ of s80 dadas com uma justificagéo intuitiva e sto usedes freqUentemente; as demonstragies rigorosas so transferides para o Cap. 5, Conseqientemente, elas estéo & disposigéo dos estudantes vit PREFACIO. de Engenharia © Fisica para uso imediato. Um estudaite completando éste capitulo fica com uma base sdlida em Célculo diferencial. Vetores aparecem em vérios pontos, espe- cislmente para curves em forma paramétric © Cap. 4 6 um tratamento completo do Céleulo integral. As segSes introdutérias explicam as idéias de definidas @ indefinides. Entéo, 9s principsis técnicas para encontrar _integrais, nidas_s80desenvolvidas. Finalmente, a terceira @ mais longa parte 6 devotada & integral definida, com algumas aplicagées, especialmente Célculos de rea e comprimento de arco. A definigéo da integral baseada nas. estimati Fiores e inferiores, © leva a uma demonstragéo simples do teorema principal para de fungSes continuas. A integral de Riemann 6 também definida e, numa secSo(#), mostrada ser equivalente & integral definide, para funcSes continues. Dé-se eénfase 8 métodes computacionais e computadores. © Cap. 5 6 um tratamento breve @ rigoroso das funsdes trigonométricas, logaritmicas, exponenciais e outras relacionadas com elas, Este capitulo pode ser omitido sem afetar fade, visto que todos os resultados principais si dados em outras partes © Cap. 6 apresenta outras aplicagées do Céleulo diferencial: testes pare méximos ‘¢ minimos, gréficos de curvas planas em coordenadas retangulares polares, 0 método de Newton, 2 férmula de Taylor e formas indeterminadas. A maior parte déste capitulo pode ser estudada imediatamente apés 0 Cap. 3, se assim se desejar, pois a Integrasso sdmente aparece ocasionalmente, Em particular, as Segs. 6-1 a 6-5 néo fazem referencia alguma & integracéo. © Cap. 7 apresenta aplicagées da integral definida 20 Céiculo de reas, coordenadas retangulares e polares, volumes de sélidos de revolugSo, momentos de ges de massa © centrdides. Integrais de linha so introduzidas em vérios pontos. (© papel da integracio nas Citnelas Fisics: 6 bem ilustrado. Existem discusstes sbbre Integraisimpréprias ¢ as regras do trapézin @ de Simpson. Seis segées si. devotadas as equacies diferenciais; elas estéo includes aqui: (1) porque o seu desenvolvimento & ‘uma extenséo natural da teoria anterior e (2) para torné-las disponiveis, jd neste estdgio ial, 20s estudantes de Engenharia e Fisica. © material coberto é adequado pare a matoria dos problemas que éstes estudantes encontrarfo em seus primeiros anos de estudo, Grande parte do material apresentado neste capitulo nfo 6 essencial para os subsequentes. O professor deve escolher os tépicos a serem discutides de acbrdo com o interésse dos estudantes, 0 seu prdprio, e o tempo disponivel. fase séries, testes de convergéncia, reorde- nacho e produto de séries, séries de poténcias, formula de Taylor e série de Fourier. Algu: mas referéncias so feitas as séries complexes. Este capitulo 6 considerivelmente inde- endente dos outros e pode ser estudado mais cedo ou mais tarde. No volume i (a ser publicado) os titulos dos Capltulos serdo os seguintes: © Cap. 8 referese as seqiéncias inf Cap. 9. Espagos Vetoriais. Cap. 10. Matrizes © Determinantes. Cap. 11. Geometria Euclidiana. Cap. 12. Céleulo Diferencial de FungSes de Vérias Variévels. Cap. 13. Céleulo Integral de Fungtes de Vérias Variéveis. Cap. 14. Equagdes Diferenciais. Numerosos problemas 80 propostos em todos os Capltulos. Respostas para alguns selecionados aparecem 20 fim de cade volume. Os problemas para os quais séo fornecidas respostas tém seus niimeros ou letras indicados em negrito. Nés agradecemos 90 editor pela sua colaboracio, e especialmente a John B, Hoey pela sua ajuda e encorajamento. Queremos expressar ainda nossa apreciagic & Sra. Helen M. Ferguson por seu excelente trabalho de datilografia do manuscrito fee ee ae Wilfred Kaplan / Donald J Lewis CONTEUDO Volume 1 CAP. 0 — INTRODUCAO, 1 Revisko. de Algebra, Geometria @ Trigonometria, 1 0.21. Os Nimeros Reais, 1 Desigualdades, 4 Valor Absolute, § Conjuntos, 7 Geometria Plana e Espacial, 10 Geometria Analitica, 12 Equagées Lineares em x © y, 14 Sistema de EquagSes Lineares, 17 Determinantes, 20 Fungées, 24 Fung6es Reais de uma Variével Real, 27 Fungées Resis de Vérias Varidveis Reuis, 28 Gréfico de um Polinémio do Segundo Grau, 30 Circunferéncia, Elipse, Hipérbole, 33 Trigonometria, 39 Coordenadas Polares, 41 Némeros Complexos, 43 EquacSes Algébricas, 47 Expoentes ¢ Logeritmos, 48 Indugto, 51 © Teorema Binomial. Permutagées e CombinacSes, 54 CAP, 1 — GEOMETRIA VETORIAL EM DUAS DIMENSOES, 57 ws 12+ Vs. 1 1s + 16+ iW 1-10. Vite Vet Introdugio, 57 ‘Segmentos Orientados © Vetores, 58 ‘Adigéo de Vetores, 61 Subtragio de Vetores, 63 Multiplicaglo de Vetores por Escalares, 64 Aplicagées Geométricas, 69 Independéncia Linear, Base, 71 Vetores Como Pares de Nomeros, 75 Angulo Entre Vetores, Bases Ortogonais, 78 Produto Interno (Produto Escaler), 62 Propriedades do Produto Interno, 84 Angulo Orientado de Dois Vetores, Férmula da Ares, 88 was we 15 1616 CONTEUDO Aplicagdes & Fisica, Estétice, 92 Equacio da Linha Rete, 96 Equacdes Paramétrices da rete, 98 Equacio Linear da Rete, 99 CAP. 2 — LIMITES, 103 ae 22. 2. 24 25. 212. 213. ae Conceito de Funcéo, Terminologia, Composigo, 103 Anélise Qualitative de Fung6es de uma Variével, 107 Operagées com Funcées de uma Varidvel, 108 Fungées Inversas, 112 Limites, 117 Continuidede, 123 Teoremas Sdbre Limites Continvidade, 128 Continuidade de Polinémios @ Outras FungSes Comuns, 135 Espago Vetorial de Fungées, 140 Limites quando X tende a+ 2 ou — %, 144 Limites Infinitos de uma Fungo, 146 Limites de Sequtncias Infinites, 152 © Axioma do Menor Limitante Superior, 158 Demonstragdes dos Teoremas Sobre CAP. 3 — CALCULO DIFERENCIAL, 171 315. 316 37 318 319 3-20. 322, 323 Motivagto, 17% Definigéo de Derivade, 176 Regras Fundamentais para 8 Derivegio, 187 DemonstragSes das Regras de Derivasfo, 190 ‘A Regra de Cadeia, 199 Derivada de Fungges Inversas, 206 Fungées Relacionades, 213 Fungées Implicitas, 216 Equacdes Peremétricas, 222 Fungies Vetoriais, 227 Derivagéo de FungSes Vetoriais, 290 Regras para a Derivacio das FungSes Vetoriais, 233 Equacio das Retas Tangente © Normal, Angulo Entre Duss Curves, 237 Derivades Segundes, Derivadas de Ordens Superiores, 242 Signifleado Geométrico das Derivadas de Ordens Superiores, 245 Significado Fisico das Derivedas de Ordens Superiores, 248 Derivadas Superiores pars Fung5es Compostas, Fungtes Inversas, Fung6es Definidas por Equacées Paramétrices, 253 Derivadas Superiores de Fungées Vetorisis, 256 Méximos @ Minimos, 259 Teorema de Rolle, 266 Teorema do Valor Médio, 267 A Diferencial, 273 Regras do Céleulo em Fungéo de Diferenciais, 276 CONTEUDO APENDICE x 3:24 Aplicagdes Numéricas da Diferencial, 279 3-25. A Diferencial © as Tangentes, 28: CALCULO INTEGRAL, 286 41 Introduglo, 286 42. - A Integral Indefinide, 286 43+ A Integral Definide, 291 44+ Aree, 297 45 - Propriedades Fundamentals da Integral Indefinids, 302 446+ Aplicagies das Regras de Integracko, 305 47 + Substituigio em Integrais Indefinides, 308 48 - Teoremas Sdbre Substitvigées, 315 49+ Integragfo por Partes, 320 410. Decomposigéo. de Fungtes Nacionais em Fragées Parciais (Caso de Ralzes Reals), 323 4-11. Demonstrago do Teorema da Decomposigo em. Fragtes Parcials para © Caso de Ralzes Reais, 327 4-12 Decomposigéo em FragSes Parciais (Ceso das Ralzes Complexas © ‘dos Fatéres Quadréticos), 331 4-13. Integraclo de Funges Dudes por Férmulas Diferentes em Intervalos Adjacentes, 336 4-14. Mébtodos Aproximados Para Encontrar Integrais Indefinides, 340 415. A Definigho da Integral inida, 344 4-16 Propriedades da Integral Definida, 351 417. © Teorema Fundamental do Célevio, 355 418. Area, 362 4-19 Area sob uma Curva, 364 420+ A Integral Como um Acumulador, 971 4-21. Integragho por Partes © Substituiclo, 376 4-22. FungSes Pares © FungSes [mpares, 379 423. Desigualdades para Integrais, 382 424. Teorema do Valor Médio Para Integrals, 383 4-25 A Integral ida Como um Limite, 367 426. Demonstragio da Existéncia da integral de Riemann de uma Fungto Continua, 392 7 Comprimento de Arco, 397 4:28 A Fungio Compriments de Arco, 402 429. Mudanga de Parimetro, 403 430. Integracto de Fungtes Continues por Partes, 408 4-31 Integragio de Fungées Vetorials, 416 eres Tabela de Integrais Indefinides, 425 Fung6es Trigonométricas Para Angulos em Radlanos, 435 Fungées Exponenciais, 439 Logaritmos Naturais, 443 Férmulas Trigonométricas, 446 RESPOSTA DOS PROBLEMAS CONTEUDO Volume 2 CAP. 5 — AS FUNGOES TRANSCENDENTAIS ELEMENTARES, 463 S-1- As Fungées Seno © CoSeno, 463 4:2 - Extens’o do Cos s © Sens 20 Intervalo Infinito, 467 53 Identidades, 470 5-4 + Fungo Angulo 473 55 + Existéncia © Unicidade da Fungio Angulo.477 5-6 - Integral de Uma Funglo Racional de Sen x © Cos x ,479 5-7 - As Fung6es Exponencial @ Logarftmica, 482 5-8. A Funcéo Exponencial Complexa, 490 5.9 ~ Fungtes Hiperbdlicas, 494 5:10. Relagfo Entre Fungtes Hiperbdlicas @ Trigonométricas, 495 5-11 Classifieago de Fungées, 498 CAP. 6 — APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL , 502 61+ Testes para Méximos @ Minimos, 502 62 = Méximos @ Minimos Condicionados. Multiplicador de Lagrange, 513 63 - Concavidade © Convexidede; Pontos de Inflexio, 5°9 6-4 - Observagées no Tragado de um Gréfico, 522 65 - Mudanga de Coordenadas, 534 4&6 - Curvas Planes: Equagées Vetorieis; Curvatura, 551 67 - Componentes Tangencial e Normal da Aceleragso. Circulo de Curvatura, 551 6-8 = Curves em Coordenades Polares, 556 69 ~ Accleragto ¢ Curvatura em Coordenades Polares, 562 6:10- Método de Newton, 569 G1. Estimativa do Erro, 575 6-12 Férmula de Taylor com Resto, 581 612. Erro no Método de Newton , 586 6-14. Formas Indeterminadas, Regras de L'Hospital. 589 6-18. Demonstragies das Regras de L'Hospital , 595 CAP. 7 — APLICAGOES DO CALCULO INTEGRAL , 601 Tel + Area entre duas Curvas, 601 7-2» rea om Coordenadas Polares, 604 7.3 Uma Formula Geral de Area, 607 7-4 + Uma Nova Aproximagio Para Area, 615 $+ Volume de um Sélido da Revolucso , 620 7. + Sélidos de Revolugéo: Coordenadas Polares © Férmula Paramétrica, 624 7-7 + Volume de Outros Sélidos , 629 78 79 + 710. Te 71d ras Te 71 716 TA? re 719 7:20. 72. 722 7.2%. Area de uma Superficie de Revolugbo, 633 Distribuigio de Massa e Outras Distribuigées, 632 Distribuigées de Massa no Plano, 645 Centréide, 650 Distribuigso de Massa Sthre Curves, 651 Outras Aplicagdes da Integragio, 656 Integrais Impréprias, 665 EquacSes Diferenciais, 675 Equagbes Diferenciais de Primeira Ordem, 677 Lineares de Segunda Ordem, 681 Linear Homogénea de Segunda Ordem com Cosficientes Constantes, 684 ‘A Equagto Linear NBo Homogtnea de Segunda Ordem com Coefi- ientes Constantes, 686 ibragbes , 689 ‘Avaliagéo Numérica de Integrais, Regras dos Trapézios, 694 Regra de Simpson, 697 Demonstragtes de ExpressGes Para Erro nas Regras dos Trapézlos © de Simpson, 701 CAP, 8 — SERIES INFINITAS , 707 ei. a2. as. eae as. a6. ere a. a9 = Introdugéo. 707 ‘Sucessdes Infinitas, 709 A Condigho de Cauchy Pare Sucessbes , 713 Sérles Infinitas, 716 Propriedades das Séries Infinitas , 723 Critério de Cauchy Para Séries Infinites, 726 Testes de Comparagio. Para Séries com Térmos NBo Negatives, 728 © Teste da Integral. 731 Gonvergincia Absoluta, 735 Testes da Rezo e da Reiz.736 Séries Alternadas , 740 Reagrupamento de Sérles , 742 Produtos de Séries, 744 Sucessbes © Séries de Fungées, 748 Sérles de Poténcias, 751 Demonstrago do Teorema do Raio de Convergincia , 754 Propriedades das Séries de Pottncias, 756 Demonstragéo do Teorema das Propriedades de Séries de Poténcies , 761 Férmula de Taylor com Resto, 765 Sérles de Taylor, 767 Avaliagio Numérica de Fungies por Séries de Pottncies , 773 Série de Pottnciss Como Solugto de Equaghes Diferenclals, 778 Séries de Poténcias Complexas, 782 Séries de Fourler, 785 RESPOSTAS AOS PROBLEMAS, 816 INDICE ALFABETICO , 825 CAPITULO 5 AS FUNGOES TRANSCENDENTAIS ELEMENTARES Nos capitulos anteriores as fungdes trigonométricas (seno, co-seno, tangente, co-secante, secante, co-tangente), a fungdo exponencial, a fungdo logaritmica e as outras obtidas a partir delas através de operagdes simples foram utilizadas livremente. Suas definigdes foram dadas de uma maneira informal e muitas propriedades foram estabelecidas sem prova. Neste capitulo, serio dadas definigdes precisas e provadas as propriedades mais importantes. Os métodos aqui usados nao tém a precisio como tnico mérito. Bles podem ser aplicados em outras situagdes para criar novas fungées e determinar suas propriedades, +5-1. As Funcdes Seno e Co-seno Vamos supor que nunca ouvimos falar do seno ou co-seno ou de qualquer conceit trigonométrico incluindo © numero x. Com a ajuda do Catculo poderemos desenvolver a teoria de uma maneira inteiramente nova. Veremos entdio que tddas as propriedades podem ser obtidas com relativa facilidade. Comecaremos com a semicircunferéncia x? + y? = 1, x > 0, mostrada na Fig. 5-1, e introduziremos uma parametrizagio especial: s=0 rn i+? Fig. 5-1. Semicircunferéncia basica Fig. 5-2. x = 464 AS FUNCOES TRANSCENDENTAIS ELEMENTARES CAP. 5 y 1 mL 1 t Fig. 53. y= 7 oh a1 er 7 4 "=Ty8 §"ThE 1 -i aly coss > 0, g7sssdn sen s > 0 para 0 0, on y <0 (Probl. 2). Contudo, para um caminho como no ni- mero 2 da Fig. 5-10, uma tal formula nao sera suficiente e seremos forcados a dar uma fOrmula para uma parte da curva em que y > 0, uma em gue 5-4. FUNGAO ANGULO 475 x <0, e outra para a parte em que y < U, isto é, uma férmula para cada um dos intervalos a 0; assim, pelo menos f ou g deve ser diferente de zero. Se, por exemplo, f > 0 em 1, ent&o, por continuidade, f > 0 num intervalo inclu- indo ¢ (ver Seg. 2-14, Nota 2), ¢ W pode ser definida como uma fungo con- tinua naquele intervalo por uma férmula como acima: v= Tet 8 + ake. (5-50) Férmulas semelhantes podem ser dadas (Probl. 2) se f <0 em t, se g>0 em t,e seg 0 paraasr a 7 Ings nD € determine Js, h, h. (b) Determine uma formula de recorréncia para J,— J sen® x dx. © Mostre do resultado de (a) que B.. 4 (nper) wa wl jin GF? cost xde = (nimpar ) 482 ‘AS FUNCOES TRANSCENDENTAIS ELEMENTARES CAP. ! (@_ Mostre, sem calcular as integrais, que GL? code =f" sentzds, n= 0,12... 4, Seja Ky = J'(sen nx/cos x) dx, n =1,2,3,... (@) Prove: Ky = [2/1 ~ mcos(n— 1) Kon n= 3,4 (b) Determine Kj, Ko, Ks, Ky, Ky. 5. Verifique (5/2) x (5/2) x — sen(3/2) x 0S Sea ae + fsa) Oa +feehe = Of cos Qe de + 2f cos dr + fide een 8x + Bsenx +24 C. 0) fe ae = 2 + fens + Leents + Lecans) +6 (6) f let Dele ae — an [un S| + 2(c0sx + 2 cosas + + Leos ne) +¢ 15-7. As Fungdes Exponencial e Logaritmica Queremos agora definir precisamente a* ¢ logax ¢ estabelecer as pro- priedades basicas destas fungdes, Como na Seg. 5-1 vamos nos colocar na posig#o de quem nunca ouviu falar de logaritmos, de e ou e*. Assim retor- naremos & definig&o algébrica de a*. Para a > 0, temos a=a, @=a-a, ..., a*=a-a...a (nfatores) a =4 @=123...) a=1 aun = Ya, am/n = [a(l/n)}m, el rl A existéncia da raiz n(raiz positiva) segue do fato de que y = x" descreve uma correspondéncia biunivoca entre os intervalos x > 0 e y > 0. Prova- se em Algebra Elementar que a" esta definida sem ambigitidade para to- dos os niimeros racionais m/n. Assim, sabemos o valor de a* para a > 0 e x racional, e que a* > 0 para tais valores. Sabemos ainda que: att = atat, art = a*/at y=", ab =(eby, a1 (5-70) para todos niimeros racionais se t. Gostariamos de definir a* para todos os mtimeros reais de tal maneira que as propriedades (5-70) continuassem vilidas. 5-7 AS FUNGOES EXPONENCIAL E LOGARITMICA 483 Somos levados A definiggo apropriada da seguinte maneira: em vez de considerar a* consideramos a fungao you uma fungio de duas varidveis, x u. Queremos definir esta fungdo para todo w > Oe para todo x. Nés jd conhecemos os valéres para cada racio- nal x e para cada u>0; portanto, conhecemos u* nas semi-retas u > 0, x =const. = mimero racional, como é mostrado na Fig. 5-15. Estas semi- -retas enchem “a maior parte” do semiplano u > 0, mas no todo; existem lacunas consistindo das retas x = const. = niimero irracional. Sao estas lacunas no dominio da fungao que queremos preencher, definindo a fungio propriamente. Podemos preencher algumas das lacunas facilmente, colocando 17 = 1 para todo x. (71) Isto define nossa funcio na reta w= 1, perpendicular as retas anteriores (Fig. 5-15). -2 Fig, 5-15. Dominio para a Agora, fixemos um nimero irracional x e tentemos definir u* para todo u > 0. E natural exigir que, para cada x fixado, ut deva tet uma derivada em relagio a w dada por # =u (6-72) 484 AS FUNGOES TRANSCENDENTAIS ELEMENTARES CAP. 5 visto que isto € valido quando x é racional (Seg. 3-6). Como y =u, escre- vemos (5-72) na forma mais conveniente: dy _ oy ; Gat 72) Procuramos uma fung&o y(u) (x fixado), que satisfaga a (5-72'), e devido a (5-71), que satisfaga também a yl) = 1. Acharemos uma tal fungdo ¢ a partir dai entio definiremos y = u* nas retas paralelas ao eixo u, omitidas na Fig. 5-15. Da Ea. (5-72’), procedemos formalmente ¢ obtemos — YH of aa f Lae fF Como y = I para w= 1, podemos relacionar y ¢ u em fungdo de integrais definidas: fasf4. 6-73) [Nos, de fato, resolvemos a equacio diferencial (5-72’) separando varidveis como no Probl. 68 seguindo a Seg. 4-8.] Veremos que (5-73) realmente dé a definico que procuramos. Para ver isto mais claramente, definimos uma “nova” fungao =iny= f° % valny= f pr O Oe tem derivada d Portanto, In y 6 monétona estritamente crescente. Além disso, € facilmen- te mostrado a partir de (5-74) que lim Iny = co, lim Iny = —c0 ye pate (Probl. 2). Portanto, In y tem como contradominio todo 0 eixo », e existe uma fungdo inversa continua, que representaremos por exp v: 5:7. AS FUNGOES EXPONENCIAL E LOGARITMICA 405 v=lny — se,e sbmente se, y = expe (5-75) Fig. 5-16. In ye exp» As duas funges estéio tracadas na Fig. 5-16. Como In y é mondétona estritamente crescente, exp v também o 6, € lim expo =0, — lim expo = 0. Agora, podemos reescrever (5-73): Iny =xInu, ou, por (5-75), exp[x In ul. Assim, finalmente, nds temos: Definigio: Para u > 0 e para todo real x, u* € definida pela equagdo ut = exp[x Inu] (5-76') nus f'%, © y = exp v € a inversa da fungdo v= In y. onde Veremos que para x racional, a nova fungio w* coincide com u elevado & poténcia x, como definida em Algebra. Portanto, a fungéio pode ser re- presentada consistentemente por u* para todo x, 486 ‘AS FUNCOES TRANSCENDENTAIS ELEMENTARES CAP. 5 TEOREMA 2. 4 fungéo In x tem derivada \/x (x > 0); a fungao exp x tem derivada exp x (— © 0 fixo, a fungio ut & continua em x para todo x. Para x fixo, a fungdo u* é continua em u para u> 0. Para u > x racional, u* coincide com a poténcia x de u, como definida em Algebra. A fungdo u* tem as propriedades: (a) uate = utyts (b) ute = ut /ue (©) (us) = uae (A) (ure)? = uytug® (@ k=1 © 4 ut = xu1 (6 fixado) ® fe =ulnu — (ufixado). DEMONSTRAGAO. A definig&o (5-74), como foi observada acima, implica que In x é continua para x > 0 e tem derivada 1/x. A fung&o x =exp y € a fungdo inversa correspondente e, portanto, tem derivada d =-#__1 1,2. Gye) a agg doles We ‘Assim, a fungdo exp x tem derivada exp x. As propriedades de continuidade de uw, para x ou u fixos, seguem-se daquelas das fungdes In u € exp v. Pela regra de cadeia, para x fixo, d E 2, FE [expleln u)] = exp(einy)- 2 isto é, y = exp(x In u) define uma fungao de u (x fixo) para a qual wy 77 du u (como esperado, visto que esta é a equagdo diferencial que usamos para determinar y). Agora, se x & racional, se y = exp(x In u) € se u* indica a poténcia x de w como definido em Algebra, temos Ae arey = ue Yo gurety = ated — ety = S(uwty) =u awety steed — rely = 0. du Portanto, u* y = const. (para x fixo). Mas para u=1, y = exp(x In 1) = = exp 0 = 1, pela definicéo de In e exp. Assim, uty = const'= um*y|y-. Logo, para x racional, I-l=1-1=1, your como definido em Algebra. Agora, sabemos que y = exp(x Inu) define uma fungdo continua em x € u (para todo x € u > 0) e, para x racional, coincide com u* como de- finida algébricamente. Por isso, faz sentido representar esta fungo por 37, AS FUNGOES EXPONENCIAL E LOGARITMICA 487 u para todo real x ¢ todo u > 0. A continuidade implica que as leis (a), (®),... so vatidas para todo x real. Por exemplo, para u fixo a equagio utur = uate é satisfeita para cada tacional x; fixado e todo racional x. Mas ambos os memibros so fung6es continuas de x para todo x real. Portanto, éles coin- cidem para todo x real (Probl. 3). Assim, a equacio uty = urte é vélida para cada xy real fixado e para todo x racional. Novamente, ambos os membros sfo continuos em x, de modo que a igualdade é valida para todo x real. Mas isto é precisamente a regra (a). As provas de (6), (c) © (@) slo deixadas como exercicios; (e) segue de 1° = exp(xln 1) = exp0 =1 como acima, Em (5-77) temos y = exp(x Inu) =u, de modo que por (6) € (f) esta provada. Para (g) temos tw 7 fp emplelnw) = exp(tinu):Inu = utlnu pela regra de cadeia. TEOREMA 3. Para u > 1 fixo, y = ut é monétona estritamente cres- cente em x, com o intervalo 0 0, é moné- tona estritamente crescente em y, tem imagem (— », ~), lim logyy = = © quando y-+0, e lim logyy = © quando y-> @. Além do mais, (h) logy yay2 = logy yx + logy yo ® tog, 2 = logu ys — logu yo @) Toga y* = xloguy (&) Gems =wy (para u fixado) @) logy y-logy» =loguv para y>1,v>0 O nimero e = exp] = 2,7182818285... 488 AS FUNGOES TRANSCENDENTAIS ELEMENTARES CAP, 5 tem as propriedades: (m)1 = Sf #=me (2) expxse (0) Inx = loge x te) =Iim 4 ym. DEMONSTRAGAO. De (g), para u > | fixo, ué tem uma derivada em relacSo a x positiva tal que y = u* é monétona estritamente crescente € tem uma fungdo inversa: x =loguy. De fato, de y = exp(x In u), temos que Iny=xhu de modo que = Jy logu y = bur YO (5-78) Logo, log.y é continua ¢ monétona crescente como afirmado e tem derivada como em (k). As provas das regras sobre os limites ¢ de (A), (i), (/),€ (I) so deixadas como exercicios. Com e = exp 1, conclui-se (m), visto que exp é a inversa de In. Agora, e* = exp(rine) = exp(z) que é (n) e, como acima, que & (0). A tinica que resta provar é (p). Para isto usamos a regra (In x)! = I/x em x =1: = lim +h) = In hao A Assim, im =li 7h jim A nd + A) = fim In(d + hy =l. Como e* é continua para todo x, lim eln+a1* — gtiminat+ay — 91 — a alt =el=e Mas ¢!* = exp(Inu) =u, € assim nossa equacio pode ser escrita: lim (1 + hy =e PROBLEMAS a9 Valor numérico de e. Podemos verificar (Probl. 1) que a fungao af[Q@+9V, -1 — 1, x =e para 1=0. (@) Demonstre que f é continua para 1> — 1. (b) Demonstre que f(r) = fle) [r- (I + 1)! — In + 1) para t 0, € portanto que f(t) <0 para — 1 0. (©) Do resultado de (a) mostre que In C? = 2In C. (© Do resultado de (b) € do fato de que Iny € mondtona crescente para y > 0 con- lua que im Iny = &, im Iny = —e. @ Do fato de que y = exp v é inversa de v = In y € dos resultados da parte (¢), mos- tre que y = exp y € mondtona estritamente crescente € que jim expo =0, lim expo = co 490 ‘AS FUNCOES TRANSCENDENTAIS ELEMENTARES CAP. § (©) Dos resultados da parte (4), mostre que para u > 1 fixo, a fungio y =u = =exp(xInu),— 0 1), mostre que x = logyy tem imagem (— @, @) e que lima fog y= —c0, lim loguy = eo. (@) Como sfo os resultados (¢) ¢ (f) modificados se 0 0 para algum x, entéo poderemos determinar um § > 0, tal que, f(x) >0 no intervalo (xo - 5, 9 + 8); agora escolha um némero racional x neste intervalo e em [a, 6] para ob- ‘ter uma contradicao.} (b) Prove que, se f(x) ¢ a(x) sto continuas em [a, 6] € p(x) = @(x) para todo racional %, entio p(x) = a(x) em [a, 6). 4. Prove as seguintes partes dos Teoremas 2 ¢ 3. (@) Parte (b) pelo método usado para prova de (a). (©) Parte (6) como conseqiiéncia de (a). © Parte (©) pelo método usado para provar (a). (@ Parte (€) pelo método usado para provar (a). (©) Parte (h) como uma conseqiiéncia de (a) € do fato de que lobe? = x, logy ut = x. © Parte @. (g) Parte (j). (h) Parte (1) com a ajuda de (5-78). . Encontre a fungio inversa e dé seu dominio: @y Toga(e* + 1) ey logs t= #° +5-8. A Fungdo Exponencial Complexa As fungOes trigonométricas e a fungiio exponencial e* niio aparentam ser relacionadas. Contudo, existe uma profunda conexo entre elas que é v= Por uma fungdo F de varidvel real 4, tomando valores complexos, enten- demos uma fung&o que associa um numero complexo a cada ¢ de algum in- tervalo. Assim, F(t) =x + iy, onde x e y so mimeros reais que variam com f; em particular, x € y sfio fungbes reais de ¢, tais que podemos escrever Fit) = fit) + iglt), onde f e g sdo fung6es reais definidas no intervalo dado. Podemos representar a fungio F graficamente como na Fig. 5-17; quando ¢ varia, x + iy descreve um caminho no plano dos mimeros complexos. revelada quando consideramos nimeros complexos x + iy, 58. A FUNGAO EXPONENCIAL COMPLEXA any ee if zaatiy= F(t) Fig. 5-17. Funglio complexa de « Se associarmos a cada ponto P(x, y) o vetor OP, entio nossa fungdo complexa F & simplesmente.outra maneira de descrever a fungi vetorial ADI + s(Hi- Podemos definir limite, continvidade, derivada ¢ integral para estas fungdes complexas. O desenvolvimento é 0 mesmo que o de fungdes ve- toriais (Segs. 3-10, 3-11 © 4-31), ¢ concluimos em particular que F(t) tem um limite quando t+ ¢ se, e sdmente se f(t) € g(f) tém limites e lim F(e) = lime) + é Lim gto. (5-80) Semelhantemente, F é continua se, ¢ somente se fe g so continuas; F tem uma derivada se, e somente se, fe g tém derivadas. Quando F é continua, ela tem uma integral definida. Além disso, PI) =f +g, fs Fad = [° fa) dt+i ie git)dt. (6 Para fungdes complexas, temos duas operagSes que so inexistentes para fungées vetoriais: muitiplicagéo e divisiio, Verificamos que os teo- remas usuais de limite, continuidade, ¢ derivadas para produtos e quocien- tes permanecem validos para fungdes complexas (Probl. 8). Agora, seja F(t)=cost+isent, —-» 0, poderemos definir as-inversas destas fungdes; teremos 5:10, RELAGAO ENTRE FUNCOES HIPERBOLICAS E TRIGONOMETRICAS 495 y=senh-tx, -a 0 para l 1, 1/(. — x?) tem integral indefinida tgh™ (1/x).] +5-10, Relacdo Entre Funcgdes Hiperbédlicas e Trigonométricas A surpreendente semelhanca entre as identidades para as funcdes tri- gonométricas e para fungdes hiperbélicas nos leva a suspeitar que os dois tipos de fungdes estéio estritamente relacionados. A relagdo é encontra- da através de fungSes complexas. Na Seg. 5-8 observamos [Eq. (5-84)] que ev pew — anew zo Seay = Isto sugere, para todo nimero complexo z, a definigdio cosy = ef 4 ent? et ee coss= 2 FS senza 8 08 Z " nz i (6-100) 496 ‘AS FUNGOES TRANSCENDENTAIS ELEMENTARES CAP. 5 Estas definigdes tém sentido, visto que [pela Eq. (5-85)] ja definimos e*+, Semelhantemente, de (5-90), somos levados a escrever, para cada z com- plexo, e—e* 2 As definigdes (5-100) e (5-101) sfo as tradicionais para as fungdes trigono- métricas complexas e fungdes hiperbélicas complexas. Das definigdes notamos imediatamente que cosh z = see, senhz = (101) cosz = coshiz, senz = Asenhiz (6-102) Estas so as relagdes desejadas, Podemos, agora, verificar que a identidade cos? z + sen?z = 1 (6-103) é valida para todo z complexo. Portanto, de (5-102), cosh? iz —senh? iz = 1 ou, como todo nimero complexo pode ser escrito na forma iz, cosh? z —senh? z = 1 (6-104) para todo z complexo. Assim, mostramos como uma identidade trigono- métrica se torna uma identidade hiperbélica. As outras identidades fami- liares podem ser tratadas do mesmo modo. PROBLEMAS saber (bye* Ce etm Cer oe (5-85) de e* concorda com o significado de e* quando z é = x4 01 3. Prove que a fungio xponencal complexa satisfaz as leis: (a) ents: = () ene ©) (ep = @ (ep =e%,n = -1, (e) ert2ni = @ 4. Prove que e* 0 para todo z complexo. 5. Determine todos os z tais que (a) cosz = 0 (b) senz =0 6. Prove, com a regra basica:. (ffx) + ig(2)]! = f'@) + ig(2), que [e@*Y = (a + bije@*0e, (a + bi = constante), 7. Sejam a, 6 ¢ ¢ constantes reais, a + bi 3 0; explique como cada uma das integrais pode ser calculada: (Sugestio, Escreva 21 = 11 + iy, ze = x2 + iys) + Sugestio, Use indugdo (a) Sxe** cos bx dx (b) Sree sen bx dx (©) fae? cos bx de (@) Sxtee* sen bx de (e) Set sen br cos x dx (O) S cos ax cos bx cos cx dx, (a # bb c,a Hc) (@) S cos? ax cos? bx ds, ab (h) Set# Sen bx cos? ox dx PROBLEMAS 497 8. Sejam F(t) = S(t) + ig(t) © G(t) = p(t) + fale) fungdes complexas definidas para a 0. (b) Seu gréfico é simétrico em relagio a0 eixo dos y. (e) ,lim cosh = co, lim cosh x = (d) '¢/2 < cosh x < e* para x > 0. (©) Seu minimo absoluto & 1, assumido somente em x = 0. (© Sua imagem € 0 intervalo [1, ©}. 11, Estabelega as seguintes propriedades da fungio y= senh x: (a) E monotona estritamente crescente para — @ 0. (©) Sua imagem é 0 intervalo (— ©, ©). 12. Com a ajuda das propriedades mencionadas nos Probls. 10 ¢ 11 estabelega as seguin- tes propriedades da fungdo y = tgh x: (@) E monétona estritamente crescente para - © 0 © y=bl= ve @.y=VeFlt+ ve-Le>1 ) yar — Ye . Considere as seguintes fungdes como elementos do espago vetorial de tOdas as fungdes continuas num dado intervalo: (@) Mostre que fi(x) =e ¢ fi(x) = e% sho linearmente independentes, isto é que cre + coe =0 € possivel, para constantes c, € 2, somente se ¢ = 0, ce =0. (b) Mostre que f(x) = xe, f(x) = xe! € f(x) = e* sio linearmente independen- tes. (©) Sei fila) = py(ade* & f(x) = pr@xet*, onde py(x) € psx) 40 polindmios. Mos tre que pi(xe® + palxet* = 0 & possivel sdmente se p(x) = 0 € px(x) <0. O que isto implica em fungdo de independéncia linear? [Sugestdo. Divida a equa- cio dada por e* ¢ derive repetidamente para obter uma equagéo da forma a(x)e* = 0, onde g(x) é um polindmio do mesmo grau que p2(x).] PROBLEMAS 501 @ Prove que, se po(x), Pi(4),..-» Px(&) silo polinmios, entéo (*) pols) + pulser +--+ + pylale =O € possivel sdmente se po(x) = 0,..., p(x) = 0, € mostre que isto implica que e* é transcendental. [Sugestdo. Use indugio. Se a identidade (*) € vélida para um particular k, derive repetidamente para eliminar po(x), mas mostre que deriva- ‘so nfo afeta os graus dos coeficientes de e7,..., e&; entio divida por ee apli- que a hipdtese da indugio.] © Prove que se po(x), p(x). .» pu(x) S40 polindmios ¢ es, , 1...» S40 constantes distintas, entio (°°) pols)ere® + pr(zjent® + +++ + pele? =O € possivel somente se po(x) = 0, p;(x) = 0,..., px(x) = 0, © enuncie conseqiién- ccias déste resultado para independéncia linear a transcendéncia das fungdes. (8) Mostre que o resultado e a prova da parte (e) permanecem vélidos quando po(x), , Px(#) So polinémios com cocficientes complexos € a, ay,...,K S80 cons tantes complexas. (g) Prove que as fungdes sen.x € cos x so transcendentais. [Sugestéo, Veja parte 1 (h) Prove que as fungdes 1, cos x, cos 2x,..., cos mx so linearmente independentes. [Sugest@o. Como em (5-84) escreva cos kx = 2(wk + w-), w = elz, © reescreva a relago co + ccosx +... + ¢,.cosmx = 0 como uma equagdo algébrica em w.) @ Prove que as fungées 1, cos x, sen x, cos 2x, sen 2x,...., costm + n)x, sendin + n)x formam uma base para 0 espaco vetorial de tédas combinagées lineares das fun- ‘gdes sen? x cost x, onde p € q slo inteiros € 0 x0. Entéo f tem um minimo absoluto no intervalo [xo, x]. Este minimo n&o pode ocorrer no ponto xs, pois neste caso f teria que ser constante nas proximi- dades de x0, ¢ isto contradiria a hipdtese de f nao possuir outro ponto de 504 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 0 local em (a, 6) distinto de x. De modo anélogo, con- cluimos que 0 minimo absoluto de f em[xo, xi] no pode ocorrer em (xo, x1). Ent, éste minimo ocorre no ponto x1. Conseqiientemente, f(x1) < fx). De modo anélogo, f(x) < f(x) para x1 < x, e assim concluimos que ‘flot) < fie) para x # x» em [a, 8]. Portanto, f(x.) = M, 6 0 méximo absoluto de f. EXEMPLO 1 Seja f(x) = — 2x*+ Sx—4,1 0 para x <4, f(x) <0 para x >$. Conse- qiientemente, existe um méximo local no ponto $. Pelo Teorema 1, fix) = = —£=M, é0 méximo absoluto de f. Veja o grafico da fungio na Fig. 6-4, EXEMPLO 2 fix) = e# +e, —@ 0 para x > xp. Entao, em cada intervalo (a, 6] contendo xo, flx) > f(x) para x # x. Visto que isto & verdadeiro para todos os intervalos [a, 8], ‘flos) deve ser 0 minimo absoluto de f no intervalo infinito dado. Observagio 1. © Ex. 2 mostra que podemos aplicar o principio do Teoréma 1 para qualquer tipo de intervalo. TEOREMA 2. (Segundo teste de derivadas). Seja f definida e deri- vével no intervalo [a,b] ¢ seja a 0, f tem um minimo relativo em xo; © Se F's) = 0, f pode possuir ou ndo um minimo ou méximo relati- vo em Xx. Nos casos (a) e (b) hd um intervalo (x9 — 6, x» + 6) que ndo contém pontos eriticos de f diferentes de x». DEMONSTRAGAO. No caso (@), f""(xx) < 0. Mas, jé que /"(x.) = 0, “(xp) = iim £0 + h) = f'(0) _ 5, £0 +A) "(o) = lim 2 (0) = lim Peo +) Entéo, para |A| suficientemente pequeno e diferente de zero, digamos, 0 < [hl <8, a fragdo f’(x + Ah deve ser negativa, Assim, 6-1, TESTES PARA MAXIMOS E MINIMOS 505 f'(Ko +h} <0, parad 0, para —8 m. Aqui, mb _ —na+mbr-™ a at ae f") = nin + Da mim +1)b _ nin + Yo — mm + Vbre™ = 2 mt mee Entio, existe apenas um ponto critico ry: Ee ( ines ye So 506 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 Agora, encontramos que £%(o) = nan m( ‘mb’ cea _ na Entao, pelo Teorema 2, a fungéo f tem um minimo local em ro, Pelo Teo- rema 1, f atinge seu minimo absoluto apenas em ro: a(m —n) = MPa <9. Sire) met Desde que f’(r) € continua e possui apenas um zero ro, concluimos também que f'(r) <0 para 0 0 para r > ro, Conseqiientemente, f € mondtona estritamente decrescente para r < ro e estritamente crescente para r > re. Verificamos também (Probl. 8) que lim flr) = 0, lim fir) = 0 PaO e portanto f possui um grdfico, como na Fig. 6-6. EXEMPLO 4 y =senx+sen3x=f(x), 0< x < 2m. Aqui, /'@) cos x +3cos 3x. Pela Trigonometria (Apéndice, Tab. V), cos 3x = 4 cost x — 3 cos x. U n ny r Fig. 6-6. Potencial intermolecular Ent&o, fia) = 12 cos? x — 8 cos x = 4 cos x(3 cos? x — 2) e f(x) =0 quando cos x =0, isto & x = x1 = 7/2, x = x2 = 3a/2, © quan- do cos x =+ ~/2/3. Neste ultimo caso, obtemos quatro valéres de x, os quais representaremos por x2, x1, Xs, Xe, Com 0-< x; 0, f"(xs) > 0. Portanto, f tem um maximo relativo em cada um dos pontos x2, x2, x4, € possui minimos rela- tivos em cada um dos outros 3 pontos criticos (Fig. 6-7). EXEMPLO 5 (Lei da reflexdo). Sabe-se que o caminho de um raio de luz, refletido por um espelho, (Fig. 6-8) é tal que o tempo total é minimo. Ja que a velocidade da luz (aum meio dado) é constante, o caminho também € tal que a distancia total € minima, Se introduzirmos um eixo dos x ao longo do espelho, como na Fig. 6-8 (a qual mostra uma vista num plano perpendicular & superficie do espelht), entdo a distiincia total y depende da posicio x do ponto de reflexio: y= Vi +e + Vin + 6 — a) = fix) © consideramos f no intervalo 0 < x 0, € temos um minimo relative. Visto que a» € 0 nico ponto critico no intervalo, isto nos d& 0 minimo absoluto para f. Conclusdo: 0 caminho que dé a distancia minima é aquéle para o qual 0 dn- gulo de incidéncia se iguala ao dngulo de reflexto. De acdrdo com a épti- ca geométrica, éste é 0 caminho seguido pelo eixo de luz Observagio 2. Se uma fungao continua num intervalo fechado nao é derivavel em um ou mais pontos do intervalo, entéo éstes pontos devem também ser considerados quando se procuram os méximos e minimos, © mais comum em tais casos so tangenies verticais (derivada infinita) e angulosidades (derivada 4 esquerda difergnte da derivada A direita). A Fig. 6-9 (a) mostra uma fungéo tendo seu minimo absoluto em x =a, onde a tangente é vertical; um minimo relativo em x = x;, onde a fangente é outra vez vertical e existe uma ctispide; seu maximo absoluto ocorre em X =X, onde existe uma angulosidade. Em tais casos, como foi dito acima, podemos ainda aplicar o Teorema | e 0 conhecimento do sinal de f’ para determinar 0 comportamento no ponto critico. OL So a x box OL @) () Fig. 69, (2) Funcdo com derivada descontinua; (b) fungio com um nimero infinito de pontos criticos PROBLEMAS. 509 Ontra complicacao € sugerida na Fig. 6-9 (b). Aqui, a funcio é de- tivdvel no intervalo [0,1] mas tem um nimero infinito de pontos criticos (inclusive x = 0). O minimo absoluto é 0, assumindo em um numero infi- nito de valéres de x. O mAximo absoluto ¢ assumido em apenas um valor de x (veja Probl. 21). Se a fungo f nfo é continua, nio sabemos ao certo se f tem um mé- ximo e minimo em cada intervalo fechado e um estudo especial é necessario. Retornaremos as funges descontinuas na Seg. 6-4, PROBLEMAS 1. Mostre que a fungo possui sdmente um ponto critico x) no intervalo dado e deter- mine se existe um méximo on minimo relative. Determine também o méximo abso- luto Me o minimo absoluto m (se existirem) e trace 0 grifico, (@) yao, OS2<2 )ysP-445, OS2<3 © y=P-G24+%-3, O<2<2 @y=8-341, -2¢2<0 @y=P+(/t), O 0 (veja Fig. 6-16). Mostra-se em Fisica ‘que, na origem, a luz tem intensidade kxQ2 + y®9)-¥, onde & € uma cons- tante positiva. Se P s6 pode estar sObre a reta x + 3y = 4 no plano xy, determine onde se deveria colocé-lo para que a iluminagdo na origem f8sse maxima. 13, Quer se inscrever um cone circular reto numa esfera de raio a. Qual deve ser 0 raio da base do cone para que éste tenha um volume méximo? 14, Quer se inscrever um cilindro circular reto numa esfera de raio a. Qual deve set 0 raio do cilindro para que éte tenha um volume maximo? Fig. 6-16. Probl. 512 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP, 6 15. Seja y =fGQ) = x48, -1 Sx <1. (a) Trace o grafico da fungao. (b) Mostre que /"(s) existe exceto em x = 0. (c) Mostre que f tem seu minimo absoluto em x 0. 16, Desenvolva os itens (a), (b) e (©) do Probl. 15 para a fungio y= f(x) = ixl, -isx 0, entio f"(x) > 0 para My 0 © um méximo relative em xo se Fi (x) < 0. (b) Se n é par, f ndo possui maximo relative ou minimo relativo em x. 20, Método dos minimos quadrados. xperiéncias si desenvolvidas para determinar o valor da constante m na equagio y = mx relacionando duas grandezas fisicas x, y. Seia (ei. dih ...5 (tm Yu) 08 Val6res medidos. Geralmente éles no pertenceréo a uma linha reta passando pela origem (Fig. 6-17), Para se achar uma tal reta que melhor Fig. 6-17. Método 2 dos miaimos quadrados se encaixe nos dados, tentamos escolher m do modo 2 minimizar a soma dos quadrados dos erros: E= (yi — mu? +--+ + (ye — mx), Assim, E torna-se uma fungdo de m cujo minimo é procurado. (@) Execute o procedimento descrito para os dados (1, 2,1), (2, 3,8), (G3, 6.3). (b) Mostre que em geral Fé uma fungdo quadrética de m, com um minimo tnico. 421, Seja a funedo f definida pelas equagbes y = x* sen? (1/x) para 0 oy ¢ portanto /”(0) = 0. ' (©) Mostre que os minimos relativos de f ocorrem em x = (nay (n = 1, 2,3, ...) ¢ em x=0, € que o minimo absoluto de f é 0. (© Mostre que f tem um mimero infinito de méximos relativos, um entre cada par de minimos relativos. (@) Mostre que o grafico de f € como o da Fig. 6-9). 22, Para que inteiro x, a funcHo f(x) = — 3x*+ 10x — 1 tem seu valor méximo? 6-2. Maximos e Minimos Condicionados. Multiplicador de Lagrange Algumas vézes encontramos o problema de achar o mfximo ou mini- mo absoluto de z, onde z é dado em fungiio de x e y, ¢ onde x ¢ y so rela- cionados por uma certa equago, que designaremos por condig&o lateral. Desta condig&io lateral y pode ser determinado como uma funcdo implicita de x, de modo que z torna-se uma fungo s6 de x. Pode ser inconveniente climinar y ¢ expressar z em fung&o de x. De qualquer maneira, dz/dx po- de ser achada e, assim, 0s pontos criticos podem ser localizados. EXEMPLO 1 Achar o minimo absoluto de z = x-+ 2y, onde xy =2 € x>0. Aqui poderfamos eliminar y, mas ilustraremos 0 método geral no fa- zendo isto. Pelas duas equagdes dadas, obtemos BaiteW ors yao. (620) Portanto, dz/dx = 0 quando dy/dx = — + e, conseqiientemente, pela segun- da Eq. (6-20), de/dx =0 quando y=4x. A condigio xy =2 nos dé x? = 4e, desde que x > 0, nosso unico ponto criticoéx = 2. Parax = 1, ys2ez=5; paax=2y=lez=4; paax=4y=per=5, Es tes valéres mostram que z, como fun¢gdo de x para x > 0, tem seu minimo absoluto, 4, em x = 2. Neste exemplo, a eliminag&o de y di z =x + (4/x), x > 0, e encon- tramos diretamente que Pz _ 8 Bai- oo oe tas dz 2 des 514 ‘APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 O ponto critico é x = 2 e, desde que z”(2) > 0, z tem um minimo local em x =2. Assim, pelo Teorema 1, z tem seu minimo absoluto, 4, em x = 2. Quando a eliminagdo ¢ dificil, podemos seguir 0 primeiro procedimen- to. Em cada caso particular, uma prova de que o méximo (ou minimo) absoluto foi realmente encontrado pode ser muito dificil. No entanto, muitas vézes um simples argumento fisico ou geométrico: indica 0 que est acontecendo, EXEMPLO 2 z =3x-+ 4y, onde x? + y*=1, y'>0. Procedemos for- malmente como no Ex. 1: a . a ay Bnsts, m4 ey =o. (621) Agora, dz/dx =0 quando dy/dx 4, ie, quando 2x + 2x(- 4) =0. Porém y = $x e assim, x? + x? =1, ov xt =% ¢ x=. Quando x = +4, temos y=$x=+ 4. Desde que y > 0, obtemos sdmente um ponto critico: x= 4, para o qual y=+ez=5, Podemos aplicar o se- gundo teste das derivadas. Por (6-21), Pe _ ar ee Se substituirmos x=, y = $, dyldx =— na segunda equaguo, encon- traremos que dy/dxt = — 485, de modo que d'z/dx* € negativa. Logo, z possui um maximo absoluto 5 em x =. Neste exemplo, podemos outra vez eliminar y: ~. #=3r¢4yT=8, -1 0 no Ex. 2, entéio deveriamos ter escrito: e=3r4 41-2, -l<¢rx0. Foi mostrado na Seg. 6-5 que esta condicao lateral descre- ve uma elipse com centro na origem. Assim, z= x? + y? 6 o quadrado da distancia da origem ao ponto (x, y) na elipse (Fig. 6-18). cS Fig. 6-18. Elipse Ax? + _ + 2Bxy + C= 1 62. MAXIMOS E MINIMOS ‘CONDICIONADOS 517 Assim, é claro que z tem seu valor méximo nas extremidades do eixo maior e seu valor minimo nas extremidades do eixo menor. Para achar @stes pontos seguiremos 0 método do multiplicador de Lagrange. De- rivando temos ds dx Lo ® oy WL & . GF = aS + B= 0, As + 2By) + abe + 20y) 4 = 0. Para simplificar, dividimos por 2. Como acima, os vetores xi+ yi e (Ax + By)i + (Bx + Cy)j so linearmente dependentes em cada ponto critico, Portanto, A+ By=ds, Br+Cy=dy (627) wy (A —A)jx + By =0 Be + (C—Ayy = (627') Para 1 fixo, estas so duas equagdes lineares homogéneas para x, y, como na Seg. 0-8, Se o determinante dos coeficientes nao € 0, a tinica solugéo €x=0, y=0. O ponto (0,0) é excluido claramente como um ponto critico, Assim, obtemos um ponto critico sdmente quando o determi- nante é 0: (* —-A B =0- 6-28) B cal —— Desenvolvendo, obtemos uma equag&io quadrética para 2: 0 — MA + C) + AC - Be = 0. (6-28") O discriminante desta equagio quadritica (A + Of + 4(B ~ AC) = (A — 0)? + 4B? > 0. © discriminante pode ser igual a 0 sdmente quando A=C e B=0. Neste caso, nossa elipse torna-se um circulo, e z = constante. Portanto, suponhamos que o discriminante seja positivo. Entio (6-28) possui duas raizes distintas 41, 42, digamos 41 < Js. Correspondendo a cada raiz, ‘obtemos solugdes (x, y) de (6-27'), formando uma reta passando pela ori- gem, como na Seg. 0-8. Cada reta corta a elipse dada num ponto criti- co de z, isto 6, nas extremidades do eixo maior ou menor. Observamos ainda mais que, por (6-27), em cada ponto critico, Aa? + Ay? = x(Ax + By) + y(Bx + Cy) = Ax? + 2Bxy + Cy? =1 518 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 Conseqiientemente, A(x? + y*) = 1, ou z = 1/A, e a equago A(x? +y%) = =1 mostra que 4 > 0 em cada ponto critico. Portanto, os dois valéres 4x, A, dio 0 maximo e minimo absoluto de z: minimo de 7 = = < maximo de z = 0 MD z= 2+, Po - 4% = 1, x>0 © 2=#4+%, 2-y=l © 2222 ay ty A+ =d y 20 @ z=¥ +, 2 =1, x>0 @) z=4y,% + =1, 720 @ z=x-yx8+y¥=1y20 G) z=2et+y, H+ =1, 20 &@ z=x4+8, + Y=Lyr0 OM 2=3x—y, H+ =I, y D0. 63. CONCAVIDADE E CONVEXIDADE 519 2. Achar as extremidades do eixo maior ¢ menor das seguintes elipses: @ #tyty=l (b) 8 + day + 59% © Sx? + 12xy + 10% =1 @) 13x7 + Sxy + Y= 1. 3. Achar 0 minimo no Ex. 5 da Ses. 6-1 escrevendo y = hy cos 8; + hz cos @, com a con- digdo lateral hy cotg Q) + hy cotg Bs = c. 4, Estabelecer geomeétricamente 0 resultado do Ex. 5 na Seg. 6-1, mostrando que a dis- = | AP| + | PB’, onde BY é a imagem de B por uma reflexfo telativa ao cixo ig. 68), € que assim y € um minimo quando todos os 3 pontos 4, P ¢ B’ estio em linha reta, Achar a rea do retdngulo de méxima drea inscrito na elipse: (x*/a*) + (y*/6%) = 1. Achar o perimetro do retingulo de méximo perimetro inscrito na elipse do Probl. 5. ‘Mostre que a fungéo da Eq. (6-22) tem seu mAximo absoluto para x = §. er aw Mostre, com a ajuda das Eqs. (6-23), que 2 = 3x + 4y tem seu méximo ¢ minimo abso- lutos, sébre 0 circulo x* + »* = 1 nos pontos correspondentes a t= a, t=a +7, respectivamente. Aqui, a = Tg-! 4. 6-3. Concavidade e Convexidade; Pontos de Inflexdo Seja a funcio y =/f(x) dada no intervalo a < x < b, e digamos que Ff possua um unico minimo local em %,a < xo 0, estamos certos que x» nosdé um minimo absoluto, de tal modo que f(x) esté acima déste valor minimo para todo x # xo no intervalo. A condig&o ‘f') =0 diz que a tangente é horizontal em xo, ¢ a condigo adicional Geo) > O nos assegura que a curva permanece acima desta tangente. O que podemos dizer acérca de um ponto x, onde f’(x1) ~ 0, mas (x1) > > 0? E natural conjecturar que a curva outra vez esteja acima da tan- gente em x, ainda que a tangente nfo seja horizontal. De fato, é éste © caso. TEOREMA 3. Seja y =f(x) derivdvel no intervalo a 0, onde a < x1 flee — mn) + fl), m-hSz 0 paraa flax —n) + flu) asxsb (6-31) com igualdade sdmente em x1. DEMONSTRAGAO. Seja’ g(x) a “distancia vertical” de cada ponto da curva A reta tangente em x1: Ba) = fla) — LF") — m1) + fx] (como na Fig. 6-19); desejamos mostrar que g(x) tem um tnico minimo, precisamente 0, em x: sdmente. Agora g@=f@-fm) e@=f"@)- t aa) « " bLTe Fig. 619. £7") > 0 Assim, g'(x1) =0, g(x) = fas) > 0. Portanto, g possui um minimo relativo em x1 & g(x) > (x1) =0 pelo menos no intervalo [x1 — A, x1 + + fi, com igualdade sdmente em x, isto ¢, (6-30) é verificada. Se su- pusermos que f”"(x) existe e que f"(x) > 0 para a 0 para a 0 para a 0 nem f(x) < 0; conseqiientemente, f”(x) =0 em cada ponto de inflexao. Entretanto, assim como f’(i)=0 nfo garante haver um maximo ou minimo local em x, a condigdo f(x) = 0 também nao garante que exista um ponto de inflexdo em 2x1; consideremos o exemplo y = x para o qual f(x) = 0. Uma simples condigio para um ponto de inflexdo é fF") = 0, fa) £0. (6-32) A demonstragéo € deixada como exercicio (Probl. 3). 522 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 Observaciio. Num ponto de inflexio, a condigéo f(x) = 0 implica que a razio de variago da inclinagZo é 0. Ent&o, préximo ao ponto de inflexdo, 0 grafico € aproximadamente uma reta, seguindo a reta tangen- te no ponto de inflex4o. Essas afirmagdes qualitativas podem ser torna- das mais precisas (veja Seg. 6-6). PROBLEMAS 1. Determine os intervalos nos quaiso gréfico € céneavo para cima ou cOncavo para baixo € localize todos 0s pontos de inflexio: (@) y=x? (b) y=xt @) y =x 2242-2 — WS $2243 () y= 25+ 10x + 5x —1 x — 10x94 7 (h) y = seex wx y=inx ky =2lne x Faca cuidadosamente o gréfico de y = sen x num papel apropriado, pelo tragado das retas tangentes nos pontos criticos ¢ nos pontos de inflexdo. (Como na observagio no fim da Ses. 6-3, 0 grafico esté muito préximo das retas tangentes nos pontos de in- flexdo.) Leia os valéres de sen #/6, sen 7/4, sen 2/6, ¢ sen 3/8 pelo grafico e compare com os valéres precisos. . Prove: Se fix) & definida para a 0, onde a< x 0 para [x — x1 + ; logo, a reta y = 2 € a assintota horizontal para a porgo correspondente do gré- fico. Enquanto x-+— ©, 0 grifico sugere que f-+— © e nfo existe assintota horizontal para esta porgdo. Entretanto, 0 gréfico indica que lim [ f(z) — (2 + 5] =0 isto é, que a reta y=x-+5 uma assintota. Em alguns casos, pode- mos encontrar uma fungdo g(x) nfo linear tal que f(x) — g(x) 0 en- quanto x + © oux—+— ©; entéo a curva y = g(x) serve como uma “curva, assintética” para uma porgdo do grafico. As possibilidades ¢ suas combinag6es so tio variadas que restrin- gimos nossa atengéo aqui a alguns exemplos simples, os quais indicam 08 procedimentos tipicos e problemas computacionais. EXEMPLO 1 y=r+(Q/s)-2= fl), -o0 para x>1, f(z) <0 parax<0 ud 1. No ponto critico x = 1, f tem entéo um minimo local, com valor (1) = =I. Notamos que f”(1) =6 > 0, em concordancia com a existéncia de um minimo local. Uma anilise andloga de f”(x) mostra que f“(x) > 0 para — @ < 0; consegiientemente, nestes intervalos, o gra- fico 6 cOncavo para cima. Para — 2 0, € 0 grafico é cOncavo para baixo. Em x = — W/2 existe um ponto de inflexdo. Neste ponto, y=—2,¥ =—-3V2, Emx=0, f” nio é definida. Na descontinuidade x =0 (como na Seg. 2-11), a forma, (t+2-2)= 40, hp (241-2) am 20+ eS Portanto, o eixo dos y é uma assintota vertical. Quando x tende para infinito, temos (veja Seg. 2-11): lim_ fle) = tin (# +22) = +00. xm Assim, no existe assintota horizontal. Podemos usar y = x* ~ 2 = g(x) como uma curva assintética em ambos os lados, desde que f(x) — g(x) = =2/x->0 para x-> + &. Observamos também os sinais de f: para x > 0, fix) > 0; f € cons- tantemente decrescente para x <0 e f(—2)=1>0,f(-l)=—-3<0, de modo que f tem um zero entre — 2 — 1, no qual muda de sinal; f muda também de sinal na descontinuidade x = 0. Pela informag&o obtida, podemos esquematizar o grafico como na Fig. 6-23. . EXEMPLO 2 ee Y= Sen =F, macro. Como o numerador e o denominador s&o continuos e o denominador nunca € 0, f continua para todo x. Antes de considerar derivadas, procuramos as assintotas horizontais, JA que (veja Seg. 5-7), 526 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 e=—1 - = im &ol _ Oe pem = ne ET : concluimos que o grifico tem assintotas y = 1 (parax> + @)e p= —1 (para x — ©), Encontramos que 663" __ 18e2#(1 — e%) Trae Uae ee | Fig. 6-23. y = x? + (2/x) —2 Fig. 624, y = (e7 — e*)/(e + e%2) Conseqiientemente, f’(x) > 0 para todo x, f(x) > 0 para x < 0, f"(x) <0 para x > 0, Existe um ponto de inflexdo em x =0, onde y =O e y' =}. Como f é constantemente crescente, com as assintotas horizontais achadas acima obtemos o grafico da Fig. 6-24. EXEMPLO 3 wp + (xt — 4x + ANy 4 2) (6-40) Aqui a funsio y = f(x) € definida sdmente implicitamente. Pelos mé- todos da Seg. 3-8, verificamos que a equagdo associa um nico ya cada x, — © 0 para —}0. Na descontinuidade em x =0, existem limites & esquerda e A direita: , lim, ev? = lim | e= 00 dim e¥* = lim et = zt bot tame Assim, 0 eixo dos y é uma assintota vertical, para valéres positivos de x. Também lim e# = lim e = lm eVt= lim e¢=1. 90— 00 04 ey Logo, a reta y=1 6 uma assintota horizontal quando x—> + © ou quando x» — =. O grafico esté esbocado na Fig. 6-26. : EXEMPLO 5 r=P4ty=8-3, -oc0; quando t++o, x-—+ + e quando t-+— ©, x-+>— ©. Assim, existe uma fungio inversa t(x), —© 0 para t > 0, isto é para x > 0, e f(x) <0 para 1 <0, isto 6, x <0. Conseqilentemente, existe um ponto de inflexdo em t=0, onde x =0, y=0, y' =—3. Nao existem descontinuidades, logo nfo existem assintotas verticais. Quando x + ©, t+ + © e y+ + ©; conseqiientemente, nao existem assintotas horizontais. 64. OBSERVAGOES NO TRACADO DE UM GRAFICO 529 Notamos que a1 y_ 8-3 x B4+e quando 1» + ©; portanto, & para esperarmos que a reta y=~x sirva como uma assintota. Entretanto, y—x—=—4f + 0 quando 1 + @, e assim esta reta nao € assintota. Podemos obter uma curva assintética como segue: Bart t= Hr—t= ox Vl © que sugere que r—~/x—>0 quando x + @. Isto pode, de fato, ser verificado (Probl. 11). Assim, yO Ha P4+t—4t= — 49% + hie) onde A(x)-+ 0 quando x—> + ©. Conseqilentemente, ays € a curva assintética desejada. quando x—> + © ou quando x->— ©. O grafico desta fungdo pode ser visto na Fig. 6-27. Ble sugere si- metria em relagio & origem; isto pode ser verificado (Probl. 10). y= ea) = EXEMPLO 6 y = fla) = xt — 5x8 + Gx? = 2%(x — 2)(x — 3) Aqui, /(0) =0, f(2) =0, e (3) =0. Assim, pelo Teorema de Rolle, f” tem um zero entre 0 ¢ 2 ¢ outro entre 2 ¢ 3. Mais ainda, f’(0) 0, porque f possui um zero duplo em x=0. Mas f” é um polinémio de grau 3 e, conseqiientemente, possui no méximo 3 raizes reais. Portanto, temos: uma raiz no ponto 0, uma entre 0 ¢ 2, outra entre 2 ¢ 3. Encon- tramos que f(z) = 403 — 15x? + 12x = x(4x? — 15x + 12). f(a) = 12x? — 30x + 12 Os zeros de f’ so 0, 1,2 € 2,6 (aproximados até a primeira casa decimal). Como f"0) =12>0, f(1,2) =—6,7 <0, f"(2,6) =15,1 > 0; temos sucessivamente nestes pontos um minimo relativo, um maximo relativo ¢ um minimo relativo. Pode-se também chegar a estas conclusées de outra maneira. Como f(x) =xx—2\(x—3) o sinal de f ¢ determinado pelos sinais dos trés fatéres. Para x > 3, todos os fatéres so positivos e 530 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 portanto, 0 mesmo acontece com f. Quando x decresce passando para a esquerda de 3, 0 fator (x—3) muda de sinal. Entdo, para x entre 2 € 3, Ff € negativa, e, como sabemos que f tem sdmente um ponto critico no intervalo [2,3], neste ponto ela assumiré seu minimo absoluto para tal intervalo. Semelhantemente, f torna-se positiva entre x=0 e x=2, € © ponto critico deve fornecer um maximo local. Em x =0, f=0, mas f ndo troca de sinal, por causa do fator x*; como f é positiva a esquerda e a direita de x = 0, f tem um minimo local neste ponto. Fig. 6-27. x= +t, y= — 3 Fig. 6-28. y = x%(x — 2)(x — 3) © grafico da fungdo aparece na Fig. 6-28. Claramente, a argumentagdo acima pode ser generalizada e aplicada a uma fungdo fla) = ale — xy) — 22) onde 71, 72, ...,% S40 inteiros positives, isto é, a qualquer polindmio que possua sdmente zeros reais. Se as raizes sio colocadas em ordem: x< my < <%;, ent&o f possui precisamente um ponto critico entre cada par sucessivo de zeros, e éste € um minimo local ou um méximo local, dependendo se f & negativa ou positiva entre as raizes. Em geral, ‘f muda de sinal em cada raiz para a qual o fator correspondente é elevado a uma poténcia impar (raiz de multiplicidade impar). Além disso, para 0s pontos criticos entre as raizes, f tem um ponto critico em cada zero miltiplo. Pela observacdo anterior, se a multiplicidade ¢ impar, éste ndo € nem m&ximo local nem minimo local, sendo portanto, um ponto de inflexéo. Se a multiplicidade ¢ par, existe um mfnimo local ou maximo Tocal no ponto. 6-4, OBSERVACOES NO TRAGADO DE UM GRAFICO a EXEMPLO 7 y? = x‘— 5x3 + 6x?. Podemos escrever Va oy OF = + Vf) onde fé a fungio do Ex. 6. Tendo feito 0 grifico de f, podemos de uma vez tragar o grafico de y = f(x) e y=— Vf); onde f for positiva ou zero, ambas as funges estardo definidas; onde f for negativa, nenhuma sera definida; onde f tem um maximo (€ é positive), f possui um maximo e —V/f possui um minimo. Assim, obtemos o grafico da Fig. 6-29, o qual é a unio dos graficos y= ~/flz) e y=—V Jf). Claramente temos simetria em relago ao eixo dos x. A Fig, 6-29 indica uma angulosidade no grafico de y= V/F(e de y =~ Vf)em x =0. Para ver isto, podemos escrever y = V/x*%(6—5x-+x*) ou y= VBVOa meee. Agora, para x > 0, Vx? =x, € ent&o, y=xVO—-he+e, x>0 Fig. 6-29,» = xt — 5x8 + 62? Como y =O para x =0, podemos interpretar y como Ay, x como Ax © escrever a iiltima equago como Ay = Ax 6 — 5 Ax + Ke ent&éo, quando Ax 0+, —_ tee Vb — 5Ax + 2 > V6. 532 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 Semelhantemente, —xV6= Sx + x, para x <0 € Ay/Ax>—V6 quando Ax-+0—. Assim, as derivadas & esquerda e A direita em x=0 sio V6 e—V/6, respectivamente, ¢ grafico possui uma angulosidade, e em x =3, uma anélise semelhante mostra que a deri- vada & infinita nestes pontos (Probl. 1.12). PROBLEMAS 1, Trace 0 grifico, determinando sempre que possivel os passos descritos no coméco da See. 6-4: @ y= - 32-41 (b) y = 23 + Gx? + 12248 (96a i te (A) y = 9x5 + 5x9 + 15x () y= x 42541 © yar tes =1_2 = @ys- 2 Oo) y=shy OR a Wyant (m) y = 2senx + sen? x (0) y = Tan"tx (p) y = In( tg? =) ‘@y=S4h @ yao () y= aes () y= ster? ys vite (W) y = 92/3 4 a? 2. Trace 0 gréfico da fungéo y = f(x), — » a e tendo uma derivada segunda continua. Além disso, seja lim f(x) = 4, tal que y = 5 é uma assintota horizontal para f. oe (@) Mostre que se f(x) > 0 para x > a, ento f(x) > b para todo x. (b) Mostre que se f(x) > 6 para todo x e f(x) #0, ent&o f(x) > 0 para todo x. 5. Para cada uma das seguintes equagdes verifique que a fungio y = f(x) € definida im- plicitamente, ¢ trace 0 grafico: (@) + (2+ Ny-2=0,-w crc (b) y — Hseny — x = 0, -27 << 2a Mostre que a Eq. (6-40) define uma funclo y = f(x), — @ B s=80= | amerem, se <0 —VEBE FE, seo OSx<2 ov x>3 VE ESTE, se x<0 Com a ajuda da Fig. 6-29, esboce os grificos de Fe Ge mostre, com a ajuda dos resul- tados no texto, que Fe G so derivaveis para — © 0 para hipérboles, B?—44C =0 para pardbolas. (Esta- mos incluindo os casos degenerados, como nas Segs. 0-13 e 0-14.) No que se refere ao cdlculo, é importante saber que quantidades sto invariantes. A derivada, da mesma forma que a inclinagéo de uma reta no é um invariante; entretanto, o Angulo entre duas curvas (Seg. 3-13) 0 é A integral definida representa 4rea e, entio, é um invariante (para a fi- gura especifica envolvida). EXEMPLO 4 Trace 0 grafico da curva x— y =e", Nesta forma a equacio é de dificil tratamento. Como no Ex. 3, uma rotagdo de eixos de Angulo 7/4 poderia ajudar. Sejam_as novas coordenadas u, v ao invés de x’, y’, para evitar confusio com as derivadas. Como no Ex. 3, temos uno utyo y= x= 540 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 assim, x + y = V2u, x — y= —-V2¥ € nossa equacao se torna -V20=e% ou v= —(1/V2)e2"" Portanto, @ = 28 uct? Conseqiientemente, existe um ponto critico em u=0, e existem pontos de inflexio em u= + 1/2. O grafico ¢ facilmente completado como na Fig. 6-35. A curva é simétrica em relagaio ao eixo dos r, isto é, em rela- Gao a reta x+y =0. A equagdo da reta de simetria depende do sistema de coordenadas, mas a propriedade de ser simétrica & uma propriedade geométrica, independente de coordenadas. Sistemas de coordenadas nfo cartesianas. Algumas vézes é vantajoso usar escalas diferentes nos dois cixos, ou usar eixos obliquos. Podemos até usar escalas especiais nos eixos, coma por exemplo, escalas logarit- micas. 2B e-2(1 — 4u2) 05 os # Fig. 635. Curva do Ex. 4 Podemos também usar sistemas de coordenadas baseados em curvas, em lugar de linhas retas; chamamos éstes de sistemas de coordenadas curvi- Hineas, © exemplo mais importante é 0 das coordenadas polares (Seg. 0-16 © Seg. 6-18). PROBLEMAS. 1. Os cixos sio transladados tal que a nova origem ¢ (3, — 2). (@) Ache as equacées que relacionam as novas ¢ antigas coordenadas. PROBLEMAS a1 (b) Ache as novas coordenadas dos pontos sabendo que as antigas coordenadas so ,0), (1,3) € (— 2,4), € teste grificamente. (©) Ache a equacéo da curva cuja antiga equaglo é x ~y+2=0, 2 +y=1, xy = 2. 2. Faz-se uma rotagdo dos eixos de angulo 7/3. (a) Encontre as equagdes de (x, y) em fungSo de (x’, ’) e de (x’, y’) em fungio de Gy (b) Ache as novas coordenadas dos pontos cujas coordenadas antigas sio (1, 0), (0, 1), (1) © (= 3,2. (© Ache a nova equagéo para cada uma das curvas y—~/3.x =0, 2 +97 =1, aye dl 3. Reduza & forma comum por uma translagio de eixos trace 0 grifico: (a) 3x? + 3y? — 6x + 12y —- 16 =0 (b) 2? + y? — 2x4 4y =0 (©) 422 + y? + 8x — By +9 =0 (A) 4y? — 32x + 4y — 63 = 0. 4. (@) Mostre que uma translagio de eixos no afeta os térmos de segundo grau na equa- 40: do segundo grau (6-53). (b) Escolha uma translago que faa o térmo constante.se anular para a equacio tt ayt3x—-2t+5=0, 5. (@) Mostre que uma rotagdo de eixos de Angulo a transforma a equagio de segundo grau (6-53) em uma semelhante A’x’* + B’x’y’ + C'y* + ... =O na qual A’ = Acosta + Boosasena + Csenta _ BY = B@oos' a — sen? a) — (A — C) sen a cos. Cl = Assen? — Boos a sena + Cos? a. (b) Mostre pelo resultado de (a) que B* — 44C = B® — 44’C’, © também que AtCHA4C. (©) Mostre que B’ = 0 se @ & escolhido tal que B tg2a = : g2a= Como deveria a ser escolhido no caso A = C? (@ Mostre que a transformagdo x” = x, y"” = —y transforma a Eq. (6-53) numa semelhante AML? + Bix'y" + Cly’E 4 =O na qual A” = 4, B” = — B,C” = C, € que, assim, B”? — 44"C” = BY — 4AC, A" +C" = A+ C. Mostre que esta transformacéo corresponde a uma mu- danca na orientagdo. (©) Conclua pelos resultados das partes (a), (b) € (€) € pelo Probl. 4(a) que ambos, BY — 4AC e A + C representam invariantes geométricos da equagiio do segundo grau (6-53). (© Mostre pelo resultado da parte (e) que o grau da Eq. (6-53) 6 um invariante geo- miétrico. (Sugestéo, Se é feita uma mudanca de coordenadas, a nova equacéo tem a forma A'x? + B’x'y’ + Cly® +... e assim, 0 grau é no mAximo 2. Mostre que 4’ = 0, B'= 0, C’=0 & possivel simente se BY — 44C =0€ A+ C=0 ¢, portanto, somente se 4=0, B=0e C=0) 542 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL Cap. 6 6. Eliminagto do térmo em xy. Como no Probl. 5(c), sempre podemos eliminar 0 térmo, em xy de (6-53) por uma rotagéo especial, com a escolhido, de modo que tg 2a = = Bi(A ~ C). Podemos sempre escolher 2a entre 0 ¢ x de modo a satisfazer a esta condigio. Se B> 0, consideramos o triangulo com lados B, A—C para conseguirmos cos 2a, sen 2q; sen 2a = Bjd, cos 2a = (A — C)/A, onde d = [BY + (A ~ CP Se B <0, consideramos o triéngulo com lados — B, C — Ae temos sen 2a = — B/d © cos 2a = (C ~- AVN (veja Fig. 6-36). x x Pe B 2a 20 << A-C —c-4 Caso B> 0 Cee Fig. 6-36. (@) Mostre que a rotacdo nao tem efeito algum no térmo constante em (6-53) € que. pelo resultado do Probl. 5a), A’ = FIA +0) + (A — C) cos 2a + B vena) (b) Determine cos 2a, sen 2a para uma rotago que ¢limine o térmo xy na equagao x? — Sry + Ty? — 4 =0 € ache a nova equagto. (Sugestiio. A’ é dado na parte (a) ¢ pelo Probl. 5(b), A'+C’=A+C. Por (a) o térmo constante ndo muda.) 7, Determine o tipo de curva e trace o grifico, com ajuda das técnicas do Probl. 6: (a) 3x? — Bry — 3y?-— 4 =0 (b) 15x? + 2VB.ay + Sy? 1=0 (©) 8x? — dry + Sy? — 36x + 18y + 75 = 0 (d) 2x — day - y? + Tx 2y +3 =0 (Sugestio. Para (e) e (@), primeiro elimine os térmos em x e y, através de uma trans- lagio adequada.) 8. Seja To lugar geométrico de ‘uma equagio polinomial em xe y. Seiad 0 minimo grau possivel de ua equagao para Tm um dado sistema de coordenadas cartesianas. Mostre que d & um invariante geométrico. (Sugesdo. Mostre que se (x', y') sdo novas coordenadas cartesianas, entéo uma equa¢do p(x, y) — 0 se transforma numa equacdo q(x’, ¥) = 0, onde o grau de q é no maximo igual ao grau de p. Agora re- verta os papéis de (x, y) © (x’, y’).) 9. Trace o grafico com a ajuda de uma rotag&o adequada dos eixos: (a) «+ y ssen%{x — y) (b) x + y = & — 9) —(— 9 (6) Sx—4y = de $y?) Bt ay + y= 0 6-6, CURVAS PLANAS 543 10. Reduza A forma y = A sen u por uma translag#o adequada dos eixos e trace o grifico: (a) y =senx + cosx (b) y = Ssenz + 4c0sx (c) y= 2 —Ssenx + I2cosx @) y=34senx+ V3cosr 11, Uma equagio em x, y € dita invatiante em relagio a uma particular mudanga de coordenadas se a nova equagio é a mesma exceto pela substituigfio de x por x’ e y por »’. Por exemplo, a equagio x? + »*= 1 6 invariante em relagdo a qualquer rotagdo de cixos. Para cada uma das seguintes mudangas de coordenadas, que as- pectos especiais tem um grafico se sua equagio ¢ invariante por esta mudanca (ou mudangas) de coordenadas? @) xa tin yey ) xa +L yoy tt () xs —x, vyeyt @x=-x, yo -y (e) Rotagao de eixos por + (fF) Rotagao de eixos por #/3 @ r=! + yIIV2, y= — IVE (b) eax KL yoy e wae yay tl Gi) Tédas as translagdes da forma x = x’ + h, (i) Todas as translagdes. 6-6. Curvas Planas; Equacées Vetoriais; Curvatura Nesta seco estudaremos uma curva plana (ou caminho) dada na for- ma_paramétrica: x Ao, y=ath astsb (6-60) ou, equivalentemente, por uma equagdo vetorial OP = F(t) = fit gj, a 0, como era de se esperar, j4 que s é uma fungio de t nfo decrescente. Geralmente, ds/dt =0 sdmente em pontos excep- cionais e, para simplificar, suporemos aqui ds/dt > 0, de modo que s é uma fung&o de 1 estritamente crescente. Segue que a func&o inversa 1(s) é também bem definida e continua para O 0, como em Py na Fig. 6-45, nds es- colhemos N= cos( + 4)i +sen(p + )i —senpi+ cospj= Ti (6-70a), 552 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL Cap. & € quando dg/ds <0, como em P; na Fig, 6-45, escolhemos N= cos( . 4)i +sen(p . 2)i = sengi — cos pj = —T’. (6-70b) Em cada caso, Te N sio um par de vetores perpendiculares unité- ios, e podemos esctever o vetor aceleragdo como segue: 8 = aacgT + Grom, @n) onde dang € norm So as componentes tangencial e normal de a, como sugere a Fig. 6-44, Devemos observar que, com esta escolha de Ny dsorm & sempre positivo ou zero, de modo que a dirige-se para o lado céncavo da curva (veja Probl. 7). TEOREMA 6. Para o caminho do Teorema 5, seja o vetor normal N escolhido como T+ quando dyjds > 0 e como —T* quando delds < <0. Entdo o vetor aceleragéo a possui as seguintes componentes: tang = 21 = a =P (6-72) DEMONSTRACAO. Escreverios ds aT d {ds G+ G(G)t Como no Teorema 4 ¢ na demonstrago do Teorema 5, a _ dey, Conseqiientemente, oe we |Se|N + Ser = (vren + 2s Pela nossa escolha de N, 0 sinal + acontece quando dy/ds > 0, 0 sinal quando dy/ds < 0. Conseqiientemente, em qualquer dos casos, Bs, Pe di? 2 dp +\vP + WRN 4 ar Assim, as componentes de a sdéo como em (6-72). 6-7, COMPONENTES TANGENCIAL E NORMAL DA ACELERAGAO 553 Observaciio. Por (6-69), dp xy’ — yx" ds @? + YP Por esta equagio, podemos determinar se dyjds é positiva ou negativa e, entio, se a curva é céncava “a esquerda” ou “A direita” como em Py, P2, respectivamente, na Fig. 6-45. Como a figura sugere, a transigiio de + para — ocorre nos pontos de inflexio (Probl. 5). Um jogador de fu- tebol seguindo tal trajetéria sentiria nitidamente a passagem déstes pon- tos, j que sua aceleragio deve mudar de um lado do caminho para o outro. Circulo de curvatura. Este é definido, em cada ponto P ao longo do caminho, como o circulo de raio p passando por P com centro Q ao longo da reta normal em P na diregio de N. Assim, OQ = OP + pN, como na Fig. 6-46, Este circulo é, num sentido, a melhor aproximagdo circular para o caminho na vizinhanca de P (Probl. 4); do mesmo modo, a tangente € a melhor aproximagio linear do caminho em P. y Py Ne a ¢ : : Py . %. oO Fig. 6-45. Variacdo do sinal de dyjds Fig. 6-46, Circulo de curvatura © ponto Q € chamado centro de curvatura. Da definigfo encon- tramos que Q é dado pelas equagoes: ds lp 2 es 0 = OF +| IN= OF + -yitx). (6-73) Assim, Q possui coordenadas (x, y.) dadas por 554 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. & semen AH, = 0-20) aye ity? WRU ae (6-74) a) + f°.) Conforme 1 varia, (Xe, y.) descreve um caminho chamado evoluta do caminho dado. Pelas férmulas vetoriais dadas, observamos que a curvatura, 0 raio de curvatura, o vetor tangente T, ¢ o vetor-normal N, todos tém um signi- ficado geométrico, independentemente das coordenadas escolhidas. O sinal de dgjds depende da escolha da direcdo positiva para os angulos (ou, equivalentemente, da orientacdo da base i, j). A direcdo de T depende da diego do movimento no caminho, mas N sempre se dirige para o lado céncavo e assim € independente da diregéo do movimento. EXEMPLO Uma particula P de massa m esta se movendo no caminho y =x* no plano xy com velocidade constante vo, Determinar a forga exercida quando passa através da origem. Solugdo. J& que a velocidade & constante, ar =0 e ay = wi/p. Na origem-O, p = +, como no Ex. 2 da Seg. 6-6, N=j, tal que ay = 2m? (nas unidades dadas) e a = 2v4j. A fOrca F exercida € ma = 2mvelj. PROBLEMAS 1. Trace 0 gréfico, calcule « para f geral, e desenhe o circulo de curvatura nos pontos men- cionados: @) x=2+1Ly—8 — 341, —2<¢< 2, pontos para os quais = — 1,0, +1 @) x t it — 2, y = th — 48 + Af, — 3 <4 < 3, pontos para os quais # = — 1, ¢= 5 © x= cos 2s, y= 2sen 2s, 0 <1 < m, pontos para os quais t = 0, 1/8, m/4 (@) x= cosht, y = senhi, — 2 <1 < 2, pontos para os quais += — 1,0,1 © » =senx, 0 0 e delds <0, ¢ ache p nos pontos P;, P, mostrados na figura. 3. Complete um esbéco de cada um dos caminhos da Fig. 6-48, dadas as tangentes nos pontos de inflex4o como mostra a figura, dado que o caminho nunca corta a si mesmo, e dado que os pontos Py, Pz, ... pertencem ao caminho nesta ordem. PROBLEMAS 555 4, Significado do circulo de curvatura, Dado 0 caminho x = x(r), » = (4) como na Seg. 66, sejam f, fo, fe valdres paramétricos sucessivos, € seja Ri) = bal) — a? + (y(t) — BP — Bey onde @, 8, R sao constantes. &—7 4 Le ® © © Hig, 6447, Ps ao S a) ee a Ps = Ps oe ‘ ate Hees i = Py ea 2 Ps ee Py a Py fa) (b} () © Fig. 6-48. (a) Mostre gus se o circulo de centro (a, 8) ¢ raio R passa através dos pontos (xf), (tj) para 1 = 0, 1,2, entdo Fis) =0, Rt) =0, Ate) = 0 (b) Mostre pelo resultado de (a) que Fe) = 0, F(') = 0, F'(Q) = 0 para elgum E, & [ot ©£< 4 ooh % F< fer (©) Faga 44--> fo, fa fy para mostrar que, pata a forma limite do circulo, a, 8, R deve satisfazer as 3 equacdes Fito) =0, Flt) = 0, F"(to) = 0» 556 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 | (@— a)? + (y— AP =P (°)] & — ax’ + (y — By’ (x = alex” + (y — By" +P + YP =O onde wv... 1,9"... sdo calculados em ty. (@) Elimine a, 8 das equacdes (*) € mostre que Raps [e? + yey" — xy) Assim, 0 raio de curvatura ¢ 0 limite do raio de um circulo passando por trés pontos sucessivos no caminho quando éstes pontos se juntam. (©) Mostre, pelas equagdes (*), que 0 centro limite (a, 8) pertence a normal da curva em tr ty 5. Para um caminho, como foi dado na Seg. 6-6, seja dyids <0 para 1 < 11, dglds > 0 para 1> 1, de modo que, (pela. continuidade) dy/ds = 0 para =f. Mostre que existe um ponto de inflexdo em 1~ 1. (Sugestéo, Foi dado que v(t) 0, logo, x(r) € »"(1) nfo so ambos 0 para qualquer 1. Se x’(/,) x 0, mostre que x pode ser usado como parametro proximo de 1, € que, quando y é expresso em fungiio de x, yw, (uly de “ds Ve de modo que d*y/dx? muda de sinal em x = x1 = x(t). Agora, aplique os resultados da Seg. 6-3. Se x’(t) = 0, proceda andlogamente usando y como parametro e achando axidy*.) 6. A forca gravitacional de atracdo de um planeta pelo sol tem grandeza kmm'jr?, onde k uma constante universal, m & a massa do sol, m’ é a massa do planeta, ¢ r é a distdncia entre éles. Se o planeta se move numa elipse com um foco no sol, ache o raio de curva- tura da elipse na extremidade do eixo maior, sabendo que neste ponto o planeta est A distancia ry do sol e com velocidade ¥,. 17, Para o caminho do Teorema 6, seja Py a posigdo num determinado instante f no qual dplds # 0 € sejam Ty, Np as escothas correspondentes de T, N no ponto, Mostre que para / suficientemente proximo @ f 0 caminho se situa no lado da reta tangente para © qual Ny se dirige. (Sugestdo. Seja h = PoP» Nc. Mostre com a ajuda do Teorema 6 que para 1 = I, h ~ 0, dhjdt-= 0, d*h[di® > 0, tal que h possui um minimo local para f= tf. Agora interprete / geométricamente.) 6-8. Curvas em Coordenadas Polares Consideremos outra vez, um caminho x =x), y=), aS 1 <4, como nas segdes precedentes, e suponhamos que o caminho ndo passa pela origem. Ent&éo, como na Seg. 6-6, podemos definir ambas coordenadas polares re @ ao longo do caminho, de modo que r e 0 tornam-se fungées continuas de 1: r =r(t), 0 = (0), € x(t) = 1.008 = x(t) cos O(t) y(t) = rsen8 = r(t)send(t) (6-80) nd) = VEOP + YP. 68. CURVAS EM COORDENADAS POLARES 557 Supomos, como na Seg. 6-6, que x(r) e p(t) tém primeiras derivadas conti- nuas, de modo que o mesmo € verdadeiro para r(t) e H(t), € ax + yy’ ga ye t Para estudar estas derivadas, introduzimos os vetores Ra 24 45 = cosi 4 sendj 1 (6-81) B= —seni + cos@j= Rt Assim, R um vetor unitario na direcfo de OP = xi + yj e, de fato, OP = (6-82) Chamamos R de vetor radial unitdrio. O veitor B= R™, € obtido por uma rotacio de R de Angulo 90° no sentido anti-horario, como na Fig. 6-49, Chamamos B de vetor trans- Fig. 6-49. Vetores unitarios: radial e transversal Jé que Re B formam uma base ortonormal para os vetores no plano (Seg. 1-9), podemos expressar um vetor arbitrario como uma combinagdo linear de Re B, isto & podemos achar as componentes radial ¢ transversal de qualquer vetor. Para o vetor posicio r= OP, a Eq. (6-82) nos da a resposta: F possui uma componente radial r ¢ componente transversal 0. TEOREMA 7. Seja 0 caminho x = fit), y = g(t), @S 1S b, dado no plano, ndo passando pela origem. Sejam f e g -fungdes com derivadas primeiras continuas, sejam r(t) e (1) definidas como fungées conti- nuas sébre 0 caminho, de modo que as Eqs. (6-80) sejam verdadeiras. Entdo, 0 vetor velocidade v = f'(t)i + g'(Oj pode ser escrito como segue: 558 [APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 aa #r+rBp de modo que DEMONSTRAGAO. Notamos primeiramente que R é um vetor unitario possuindo funcdo Angulo O(¢), B é um vetor unitario com fungao Angulo (1) + (n/2). Assim, pelo Teorema 4 (See. 6-6), GR _ yi Dy dt (6-83) Bod 2)pi- Opi _ _ = [40 + g]B = Spt = ~ aie visto que B4 = —R. Podemos entdo escrever _dt dip _drp, ,dR_ dp, db == fms Gre Rate be como afirmamos. COROLARIO 1. Para o caminho do Teorema 7, se 0 comprimento de arco s é medido no sentido de crescer quando t crescer, entéo, ds fay, (ay a Jr) +#(4) de modo que 0 comprimento do caminho é _ ar tL AG) +4 (% DEMONSTRAGAO. Desde que R, B formam uma base ortonormal, = Vent Pam = 2) 4 2 (42)? ar JA) +#(4) © Corolario segue, ent&o, do fato de que ds/dt = .v.. Wl COROLARIO 2. Seja um caminho definido em coordenadas polares pela equagao: r = G(8), «<0 0 parax<@< 8. Entdo, para cada 0 0 veror 6:8. CURVAS EM COORDENADAS POLARES 559 us ZR 4+ B= COR + COB é tangente ao caminho no ponto (G(®), 8). © comprimento do caminko é dado por tal? /(4) +0 w= vows tame a DEMONSTRACAO. Podemos tomar @ como o parimetro ft, de modo que as Eqs. (6-80) se tornam x0) y() Como 6 = ¢, dr/di = dr/d8, d8jdt —1 € 0 vetor velocidade v do Teorema 7 torna-se u = (dr/d@)R + 7B, a expressto para / no Coroldtio 1 torna-se aquela dada no Corolirio 2. 1008 6 = G0) cos 8 rsend = Gi)seng «= 7S 9B (6-84) As duas expresses para o comprimento de arco podem ser enun- ciadas concisamente na forma diferencial: (ds)? = {dr}? + (dd)? (6-85) y i « W op 3 : x Fig. 6-50, Tangente a um caminho dado Fig. 6-51. Diferencial de arco em coor- em coordenadas polares denadas polares © Angulo ¥ entre vetores radiais e tangentes. © Angulo dirigido de R para o vetor tangencial u € representado por y (veja Fig. 6-50). Assim, pelo Corolario 2, us |ulcosyR + julsengB = RD 560 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 de modo que {ul cos y= £, Jujseny = e cotgy = if (6-86) Observemos que. como r > 0, sen > Oe W deve ser um Angulo no 1.° ou 2.° quadrante: éle pode ser escolhido univocamente de modo que 0< 0 no ponto; se dB/dt <0, W é o Angulo de R para —v. Entretanto, em qualquer caso, cog yy = ed = SE Lia, (6-86’) Deveriamos também notar que as Eqs. (6-84) permanecem validas para um caminho passando pela origem, isto é, G(@) = 0 para algum 8, ¢ podem ser usadas para achar o vetor tangente (dx/d@)i+ (dy/d0)j no tal ponto (veja Probl. 7). 6-8, CURVAS EM COORDENADAS POLARES 561 EXEMPLO I r= cos20, — 2/2 << n/2. Pelas propriedades da fungo co-seno, obtemos facilmente o grafico da Fig. 6-52, que parece ser um circulo, De fato, ao longo do caminho, r= 2rcosd ou xt+y* = 2x donde vemos que éste circulo tem raio 1 ¢ centro em x=1,y=0. De (6-86) obtemos —2sen6 cots W =F oosg ~~ 8A Assim, para @ = n/4, cotg y =—1 e ¥ = 3n/4, como na Fig. 6-52. Neste caso, podemos de fato mostrar pela Geometria que para todo 6, ¥ =O + 7/2 (veja Probl. 8). Neste exemplo, G(— 2/2) = G(n/2) =0, de modo que o caminho passa pela origem. Nossas Eqs. (6-84) dio x= 2 cos? 8, y =2sent@ a ae SF = ~ 40050 send, = 4 sen Ocos 8. Entio, nosso “‘vetor velocidade” (dx/d0)i + (dy/d0)j reduz-se a 0 para 9 = 47/2, e n&o nos ajuda a encontrar o vetor tangente. Entretanto, © fato de que G(- /2)=0 implica que os raios @ = + 7/2, isto 6, 0 eixo dos y, so tangentes ao caminho (Probl. 7). EXEMPLO 2 x =2 cost, y=sent, 0<1< 2m. Estas sio as equa gdes paramétricas para a elipse: 2 ys Tt yal Podemos estudar 0 movimento em coordenadas polares VEEP = cost Fsen*t - ¥ a (tet te te bem (CE r A equacdo para @ requer especificagio do quadrante, e dos valores pera os quais y/x = ©. Como na Seg, 5-4, podemos também escrever = ft Heyy) - “uly gg ft_1___ at alo) a) a co 562 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 Fig. 652. r= 20s Fig. 6-53. Movimento sbre uma elipse desde que @=0 quando r=0, A relagdio entre @ ¢ ¢ é sugerida na Fig. 6-53. O @ngulo * € chamado dngulo excéntrico. Pelas formulas dadas concluimos que __ Bsent cost oo ae Piene = 2, coty = — Zsentoost 6-9. Aceleragaéo e Curvatura em Coordenadas Polares Procuremos agora as componentes radial ¢ transversal da aceleragdo: TEOREMA 8 Para o caminho do Teorema 7, sejam f e g funcdes com derivadas segundas continuas para a<1 0, de modo que d6/dt > 0, ¢ @ cresce com t Por (6-94), a Eq. (6-93) pode ser escrita on an (6-93) 6-9. ACELERAGAO & CURVATURA EM COORDENADAS POLARES 565 Para qualquer funco vetorial derivavel u = F(t), 4 4 ais uj = ~My ae ae (td ted) = Gt Ged Assim, de (6-93"), obtemos f= (fea) = fe Mas dR/dt = oR, por (6-83), € entio podemos escrever e assim, v4 = — (k/hXR +b), onde b é um vetor constante. Ja que R, B formam uma base ortonormal orientada semelhantemente a base i, j, yt = (FR + r@B)* =—raR + 7B, Portanto, oR + B= -kas+d Formamos 0 produto interno de ambos os membros com o vetor uni- tario R € obtemos = — Ea + cos), onde e=|bl, c @= 4b, R) Por (6-94), nossa equacéio pode ser escrita 1/k Sa (6-95) 1+ ecosé ed Esta tiltima equag&o pode ser escrita como uma equacao de. segundo grau em xe y: 22 + y? = (I2/k — ex)? Assim, (6-95) representa uma segio cdnica (Seg. 6-4). Podemos mostrar diretamente que (6-95) representa uma segdo cénica de excentricidade e, com foco na origem e eixo maior ao longo da dirego dada por b. Quando b =0, 0 caminho é um circulo. Um caso especial da 3.” lei de Kepler ¢ provado no Probl. 4. A 2.* lei est contida em (6-94), como sera mostrado na Seg. 7-2. Curvatura em coordenadas polares. Pelo Teorema 5, Eq. (6-68c), 566 APLICAGOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 Iv ve Como R,B formam uma base orientada semelhantemente & base i,j (porque B = R%), podemos escrever, como na Seg. 1-12, k= v=iR+rwB, vis —wR+ iB Conseqiientemente, por (6-90'), \vi- al - —re(7' — 10) + #(2iw + 10) Me GE Baier (6-96) Para um caminho r = G(@), como no Corolério 2 do Teorema 7, 0 = t, @ =1, «=0, F toma-se r’ =G'Q@), 7 torna-se r” =G"(8), e (6-96) torna-se a! + 2 + 272 “Ge Rpe (6-97) Para o caminho do Ex. 1 da Seg. 6-8, r=2cos@, r’ r’ =—2cos 0, e (6-97) da —2sen 6, ] |4 cos? @ + 4 cos? @ + 8sen?O| _ = ~asen?8 + dens? O72 como era de esperar-se. A concavidade também pode ser estudada em coordenadas polares, De (6-69') dp _ via as WP e, como no paragrafo precedente, encontramos que para um caminho r= G@), ++ 292 dg _ a 7 O sinal do numerador dé o sinal de dy/ds, e, assim, nos diz quando a curva 6 cOncava & esquerda (quando s e 6 crescem juntamente) ou & direita. EXEMPLO 2 r=3—cos6, 0<@< 2m. Aqui r’=send, r’= cosé. Assim, r’ tem raizes em @ =0, x, € 2x, Nestes pontos, r” tem valores I, —1, € 1, respectivamente, e concluimos (ainda que 0 ¢ 2n sejam os ex- tremos do dado intervalo) que r possui seu minimo absoluto, 2, para PROBLEMAS 567 @=0, 2m, € seu maximo absoluto, 4, para @=n, De (6-98), encon- tramos que dp __11—S¢0s8 ds ~ (10 — 6 cos io Assim, dp/ds & sempre positivo, de modo que caminho ¢ sempre céncavo, para a esquerda, Assim,a concavidade nao esté relacionada com ma- ximos e minimos. O grafico déste caminho esta na Fig. 6-54, PROBLEMAS 1, Dado 0 caminho x=1+24,y=2—-1 - © + © ou — =.) (@ Mostre que r’ tem uma raiz, © interprete geométricamente. 2. Seja dado 0 caminho x = 2cost + cos 2, y= 2sen¢ + sen2t, 0 <1 < 2m, (@) Mostre que éle nao passa pela origem. (b) Ache 1) ¢ 00), © mostre que 0 < (1) < 4/3. (© Mostre que 6(1) € monétona estritamente crescente, Mostre pelas equagics em. x ey que @ deve crescer como miltiplo de 2a enquanto # varia de 0a 27. Use 0 resultado de (b) para mostrar que 6{¢) cresce exatamente de 2x. @) Mostte que r(¢) tem seu minimo absoluto para ¢ =, seu maximo absoluto pata 1 = Oe 2m, © r'(¢) =O sdmente nestes valores def. (© Trace o grafico. 568 APLICACOES DO CALCULO DIFERENCIAL CAP. 6 (2) Mostre que virans € Yrad S40 ambos 0 sdmente para 1 = zx, tal que v = 0 neste pon- to. t@ Mostre que em 1= 0 gréfico tem um ponto de cispide. (Sugestio. Mostre que y pode ser expresso em fungéo de x em cada um dos intervalos 2m/3 <1 <'m, aw <1 < 4x/3 € que ambas as fungdes sio definidas para — | 0 para a <0 <6, fib) =0, ef é continua para a<@ 0, Mostre que P(r, 6) satisfaz ao lugar geométrico precisamente quan- do de i) T+ ecos0 Na derivacdio, note que para ¢ > 1 (*) dé valores negativos de r para algum @ € que cada um désses pontos deve ter como grafico (—r, 6 + 7). 6-10. Método de Newton Um problema basico de Matemética ¢ aplicagdes é a resolugio de equagdes. Este problema ocorre, como temos visto, quando queremos achar pontos criticos e pontos de inflexto. Em Algebra se aprende como resolver equagdes lineares e quadraticas. Para as equacdes ciibicas (3.° grau) e biquadraticas (4.° grau) existem formulas para as raizes em funcdo dos coeficientes (veja Dickson, Teoria de Equagdes), mas elas sio muito complicadas, Para polinémios de grau maior ndo ha férmula désse tipo (veja Dickson, citado acima), e somos forgados a usar algum método de aproximago das raizes. O problema é igualmente dificil para a maioria das funcdes nao algébricas (freqtientemente chamadas fungSes transcen- dentais), tais como x? cosx, of + Senx (6-100) Aqui, procedimentos graficos como os desenvolvidos anteriormente neste capitulo podem indicar a localizagéo aproximada das raizes. Além disso, podem separar uma equagio em 2 outras e entdo tragar o grafico. Hustra- remos isto para a primeira fung&o de (6-100), a qual substituimos por y=2, y=cose As coordenadas em x dos pontos de intersegio destas 2 curvas so as ral- zes da fungdo x*— cos x. Se tragarmos o grafico das duas fungdes como na Fig. 6-55, observaremos que os graficos devem se interceptar precisa- mente em 2 pontos, nos quais x é igual a aproximadamente + 0,9. Os procedimentos graficos nao so precisos, mas éles indicam onde as raizes podem existir. Para provar que as raizes existem em certos intervalos, podemos usar o Teorema do Valor Intermediario, propriedades das fun-

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