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ARMADURAS

ELEMENTOS DE CONCRETO ARMADO


1 – INTRODUÇÃO
2 – PROCEDIMENTOS PRELIMINARES A EXECUÇÃO
DAS ARMADURAS

3 – AÇOS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL


4 – EXECUÇÃO DA ARMADURA
GLOSSÁRIO
NORMAS TÉCNICAS
BIBLIOGRAFIA

1 – INTRODUÇÃO
A fase de armação das estruturas, também chamada de colocação das ferragens ou
armaduras é uma das mais importantes de uma obra e para a qual a atenção do
engenheiro deve voltar-se nos seus mínimos detalhes. Acrescente-se, ainda, que é
nesta etapa da obra, preliminar a concretagem, que se deve providenciar a colocação
dos chamados embutidos, como por exemplo: tubulações de água (prumadas),
eletrodutos e caixas nas lajes e passagens nas vigas etc. Nem todo tipo de obra exige
um projeto estrutural, ficando a cargo do engenheiro da obra a tarefa de fazer o
dimensionamento dos elementos estruturais. Em obras simples, essa tarefa pode ficar
por conta do mestre ou de um oficial experiente (sempre com a supervisão de um
engenheiro). O ideal em termos de trabalho de equipe, seria que o próprio calculista
realizasse algumas visitas à obra para verificar e acompanhar a execução do projeto,
para então discutir e promover, em conjunto com o engenheiro de obras as
modificações necessárias e possíveis.
1.1 – Definições de projetos e previsão de perdas
Os projetos estruturais são bem detalhados no que diz respeito às armaduras. Todo
o projeto apresenta quadros que mostram a posição, a quantidade, diâmetro,
comprimento e detalhes de dobragem, além de quadros com resumo por bitola,
levando ou não em consideração as perdas que ocorrem na obra. Embora tabelas de
composição de preços indiquem para efeito de orçamento uma perda provável de
15%, nos levantamentos mais recentes foram apontadas perdas por diversos fatores
na ordem de 10% em média (obras razoavelmente controladas). Em obras pouco
controladas as perdas podem chegar até em 30%, pois além dos desperdícios normais
de obra ainda ocorrem perdas por roubo, retrabalhos etc. Para efeito de execução de
obras pode-se admitir até 5% de perdas em armaduras onde predominem aços com
diâmetro menor ou igual a 10 mm (3/8”).
O projeto estrutural fornece as seguintes informações:
a) seções e comprimentos dos elementos de concreto armado (fôrmas e
armaduras);
b) desenho detalhado das peças estruturais;
c) definição das bitolas do aço;
d) espaçamentos entre as barras de aço;
e) definição de cobrimentos, esperas, emendas ou transpasse;
f) pranchas contendo:
planta de locação de estacas;
planta de fôrma dos blocos e vigas de fundação;
planta de fôrmas dos pavimentos;
detalhamento das vigas, lajes, pilares, escadas etc.
g) volume de concreto e área de fôrmas;
h) tabela do aço (posição do aço, comprimentos e pesos parciais e global).
A v a lia ç ã o p r á tic a d e o b r a

C o n s u m o to ta l d e a rm a d u ra (k g )
Í n d ic e d e a r m a d u r a s ( k g / m 3 ) =
V o lu m e t o t a l d e c o n c r e t o ( m 3 )

A t é 8 0 - b a ix o

8 0 a 1 0 0 - m é d io

M a io r q u e 1 0 0 a lt o

Obra

Calculate Edifício Príncipe da Rumânia


Louis Torone Título
Eng.Civil
Crea 123456-P Pilares térreo
Cod Fck Aço Data Folha

0023 20 MPa CA-50 10/07/00 03PT

Legenda de dobramento (c/redução de dobra) Estribo Gancho


Ferro reto Ferro emL Ferro emU A
A A B B A

Número Qtd Φ Comp Uso Tipo A B


1 10 16 393 P4 reto
2 19 4,2 125 P4 estr 22 35
3 12 16 393 P8 reto
4 13 6,3 60 P9 gan 47
. . . . . . . .
. . . . . . . .
n 20 20 410 P12 reto

A maioria dos projetistas de estruturas utiliza programas de computador bastante


completos, que fornecem os detalhes imprescindíveis para a execução da estrutura e
outros detalhes que facilitam em muito o trabalho de montagem das armaduras. No
caso da tabela de ferros mostrada acima, pode-se ver que foram consideradas as
reduções devidas aos dobramentos das barras, o que dispensa o armador de ter de
fazer o desconto da dobragem.
Obra

Calculate Edifício Príncipe da Rumânia


Louis Torone Título
Eng.Civil
Crea 123456-P Pilares térreo
Cod Fck Aço Data Folha

0023 20 MPa CA-50 10/07/00 03PT

Legenda de dobramento (c/redução de dobra) Estribo Gancho


Ferro reto Ferro emL Ferro emU A
A A B B A

ØFerro Comp Peso Peso+0%


(mm) (m) (kg/m) (kg)
4,2 1030,85 0,109 112,0
6,3 243,80 0,248 61,0
8,0 0,00 0,388 0,0
10,0 0,00 0,559 0,0
12,5 310,10 0,994 308,0
16,0 408,72 1,553 635,0
20,0 246,00 2,236 550,0
Peso total + 0%(kg) 1666,0

2 – PROCEDIMENTOS PRELIMINARES A EXECUÇÃO DAS ARMADURAS

2.1 – Aquisição do aço


Antes de qualquer coisa, o engenheiro da obra deve procurar conhecer os detalhes
do projeto estrutural e das instalações, fazer uma revisão de todos os elementos de
concreto e principalmente, conferir a ferragem. Em geral, o calculista fornece um
quadro resumo anexado no projeto. No entanto o projetista não é infalível e é
recomendado fazer essa verificação, antes de processar o pedido de compra do
material. Por ocasião da compra o engenheiro deve estar atento nos seguintes
detalhes:
a) quantidade de cada tipo de aço;
b) fazer uma pesquisa de preços junto aos diversos fornecedores;
c) as condições de pagamento;
d) prazo de entrega.

2.2 – Fiscalização na entrega do material


Para receber o material na obra, é necessário planejar o local de armazenagem das
barras de aço, levando em consideração o seu peso e dimensões. O local deve
suportar o material sem riscos para as demais instalações, serviços já executados e
para os vizinhos. Verificar as condições dos acessos, se a carreta e os equipamentos
de descarga conseguem manobrar para descarregar as barras no local desejado, se
haverá necessidade de sinalização e/ou interdição temporária da via pública ou de
acessos de particulares vizinhos. Em obras localizadas nas regiões centrais, com
freqüência é recomendado solicitar que a entrega do material fique para um fim de
semana, evitando assim maiores transtornos. O responsável pela obra deve fiscalizar
os seguintes pontos:
a) verificação da nota fiscal;
b) quantidade de barras;
c) dimensões das barras;
d) conversão de peso x metro.
Nas obras de médio e grande porte recomenda-se retirar amostras para testes em
laboratório de acordo com as normas vigentes (NBR 6152 e NBR 6153) para ensaios
de tração e dobramento. A amostra será de dois pedaços de 2,20 m de cada bitola,
desprezando-se os 20 cm das pontas de cada barra. Em nenhuma hipótese aceitar
barras de aço (CA 50 e CA 60) já dobradas, seja no transporte como no
armazenamento. Nos casos de grandes fornecedores é cada vez mais comum a
entrega de aço já com certificado de qualidade que atesta que o produto foi testado
nos laboratórios da própria fornecedora ou de certificadora conveniada. A seguir é
mostrado um exemplo de certificado de qualidade que acompanha a nota fiscal de
entrega do material.
CERTIFICADO DE QUALIDADE
Certificamos que este produto está de acordo com os requisitos das normas vigentes

Cliente Nota Fiscal Certificado


DENGE Eng. E Construções Ltda 234567 8567-pr

Descrição do produto Norma Data Folha


Vergalhão CA50 ABNT NBR7480/96 11/07/2000 1/1

Bitola Corrida Peso LE LR LR/LE Along Dobr


(mm) (kg) (Mpa) (Mpa) (%)
10,0 234789 2139 565 652 1,15 18,50 Ok
12,5 234793 3166 561 675 1,20 17,60 Ok
16,0 235004 3301 594 714 1,20 15,94 Ok
20,0 235256 1093 589 697 1,18 12,83 Ok
20,0 235347 2181 609 720 1,18 13,63 Ok
6,3 113567 1046 519 807 1,56 13,10 Ok
6,3 113568 1053 585 866 1,48 11,90 Ok
8,0 114349 1038 567 841 1,48 11,98 Ok

Código das propriedades mecânicas Observações Responsável


LE – Limite de Escoamento
LR – Limite de Resistência Louis Hernandis Nogueiri
Along – Alongamento Eng. Civil CREA/-RS 4321-D
Dobr - Dobramento

2.3 – Preparação da área de corte, dobramento e montagem


Reservar (prever) um local adequado no canteiro de obras para instalar as bancadas
de corte, dobra e montagem das armaduras. Na execução de edifícios é comum
utilizar o subsolo ou térreo para instalar essas bancadas. A bancada de corte deve ter
comprimento suficiente para se trabalhar com barras de 12 metros e caso não seja
possível, pode-se instalar o equipamento de corte (policorte ou tesoura) no próprio
local de armazenagem das barras. Essas bancadas devem ser feitas de pranchões
de madeira firmemente fixados ao solo ou ao contrapiso por meio de cavaletes. Os
pinos de dobra devem ter diâmetro entre 3 e 6 vezes o diâmetro da barra a ser
dobrada. A montagem pode ser executada em bancadas secundárias feitas de
cavaletes de madeira ou de restos de barras de aço. O local de trabalho das
armaduras deve ficar próximo do local de armazenagem e preferencialmente cobertos
de forma a abrigar os armadores e os equipamentos das intempéries.

2.4 – Contratação da mão-de-obra para os trabalhos de armação


Os trabalhos de corte, dobra e montagem das armaduras deve ser feita por pessoal
habilitado sempre com a supervisão de um encarregado de armação. Na maioria das
vezes utiliza-se mão-de-obra contratada (própria), constituída de armadores e
ajudantes de armação, podendo em outros casos contratar empreiteiros para executar
os trabalhos de armação. Nos centros maiores já é possível terceirizar totalmente as
armaduras contratando empresas especializadas em fornecimento de armaduras
prontas.

3 – AÇOS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL

3.1 – Tipos de aços

Os aços utilizados na construção civil são classificados de acordo com suas


características mecânicas (tensão de escoamento) e conforme o processo de
fabricação – laminação a quente, encruamento por deformação a frio ou trefilação fio-
máquina. No quadro a seguir são mostrados os tipos de aços mais comuns utilizados
na confecção de peças em concreto armado:

C A 2 5 - lis o (a in d a é e n c o n tr a d o n e r v u r a d o ) b a r r a s e r o lo s

C A 5 0 - n e rv u ra d o b a rra s d e 1 2 m

C A 6 0 - lis o e c o m e n ta lh e s b a r r a s r o lo s o u b a r r a s d e 1 2 m

A r a m e r e c o z id o - a m a r r a ç ã o d e v e r g a lh õ e s r o lo s d e 6 0 , 3 5 o u 1 k g

T e la s s o ld a d a s p a in é is o u r o lo s e 6 0 e 1 2 0 m

De acordo com a norma NBR 7480/96, as barras de aço, seja de que tipo for, com
diâmetro igual ou superior a 10 mm deverão apresentar marcas de laminação em
relevo (de identificação) com a marca do fabricante, a categoria e o diâmetro. Nos
aços em barras de diâmetro menos que 10 mm a identificação poderá ser feita com a
pintura de uma das pontas em cores padronizadas.
C a te g o r ia D iâ m e tr o
do aço d a b a rra

Id e n tific a ç ã o
d o fa b r ic a n te
Nos quadros a seguir são apresentados os aços usados na construção civil com suas
características físicas e mecânicas, bem como o diâmetro mínimo dos pinos para
dobragem dos aços. Em geral, os fabricantes fornecem aços nas categorias: CA-50,
com superfície nervurada (a Gerdal especifica o GG-50; a Belgo Mineira especifica
Belgo 50) e CA-25 com superfície lisa. No caso dos aços CA-50 de boa qualidade
pode-se fazer emendas com solda a topo (para diâmetros de 10 a 40 mm). Há
também, por parte dos fabricantes com certificados de qualidade, a preocupação em
fornecer barras de comprimentos definidos com rigoroso controle dos diâmetros, o
que possibilita reduzir as perdas por transpasse nas emendas, sobra de pontas no
corte e por desbitolamento. Os aços da categoria CA-50 são indicados para ferragem
longitudinal de vigas, pilares, estacas e blocos. Os ferros em CA-25 são admitidos em
elementos de fundações - estacas brocas e baldrames.

CA 50
Resistência Diâmetro do
Diâmetro Massa característica Limite de Alongamento pino para
Nominal Nominal de escoamento Resistência mínimo em dobramento
(DN) (kg/m) (fy) (Mpa) 10 ø a 180º
(mm) (Mpa) (mm)

6,3 0,245
8,0 0,395
10,0 0,617
12,5 0,963 4 x DN
16,0 1,578 500 1,10 x 8%
20,0 2,466 fy 6 x DN
25,0 3,853
32,0 6,313 8 x DN
40,0 9,865
Adaptado do Catálogo da Gerdal (outubro de 2000)
CA 25
Resistência Diâmetro do
Diâmetro Massa característica Limite de Alongamento pino para
Nominal Nominal de escoamento Resistência mínimo em dobramento
(DN) (kg/m) (fy) (Mpa) 10 ø a 180º
(mm) (Mpa) (mm)

6,3 0,245
8,0 0,395
10,0 0,617 2 x DN
12,5 0,963
16,0 1,578 250 1,20 x 18%
20,0 2,466 fy
25,0 3,853 4 x DN
32,0 6,313
40,0 9,865
Adaptado do Catálogo da Gerdal (outubro de 2000)

Os aços da categoria CA-60 admitem emendas soldáveis, dobragem e alta


resistência. Vergalhões de aço CA-60 são indicados para a produção de vigotas de
lajes pré-fabricadas, treliças, armações para tubos, pré-moldados, armações em lajes
e estribos.
C A 60
R e s is tê n c ia D iâ m e tro d o
D iâ m e tro M assa c a ra c te rís tic a L im ite d e R e la ç ã o A lo n g a m e n to p in o p a ra
N o m in a l N o m in a l d e e s c o a m e n to R e s is tê n c ia fs t/fy m ín im o e m d o b ra m e n to
(D N ) (k g /m ) (fy ) (M p a ) 10 ø a 180º
(m m ) (M p a ) (m m )

3 ,4 0 0 ,0 7 1
4 ,2 0 0 ,1 0 9
5 ,0 0 0 ,1 5 4 >=
6 ,0 0 0 ,2 2 2 600 660 1 ,0 5 5% 5 x DN
7 ,0 0 0 ,3 0 2
8 ,0 0 0 ,3 9 5
9 ,5 0 0 ,5 5 8

A d a p ta d o d o C a tá lo g o d a G e rd a l (o u tu b ro d e 2 0 0 0 )

Os arames de aço recozido são obtidos por trefilação de fio-máquina, com posterior
recozimento em fornos de tratamento térmico com temperaturas e tempo controlados.
Possuem elevado grau de ductibilidade e alta resistência à tração. Suas
características garantem sua utilização em operações que exigem dobras e torções,
como as amarrações de armaduras para concreto, embalagens de feixes, fardos, etc.
São fornecidos em rolos de 1Kg, 35Kg e 60Kg.
4 – EXECUÇÃO DA ARMADURA

4.1 – Corte dos ferros


a) Arcos e serras de aço rápido – indicada para pequenas obras com laje pré-
fabricadas, tem como principal vantagem o menor investimento em
equipamentos e mobilidade e como desvantagem o fato de exigir maior tempo
de execução e conseqüente maior custo de mão-de-obra;
b) Tesouras de corte – é indicada para obras de pequeno é médio porte com lajes
maciças ou mistas, com a vantagem de possibilitar maior rapidez no corte dos
vergalhões, exigindo, porém, maior esforço humano;
c) Máquinas de corte (n.º 1, 2, 3 etc.) – cujo emprego é indicado para obras de
médio a grande porte, permitindo o corte de bitolas maiores, tendo como
desvantagem relativa a necessidade de ter que ser fixada em local único;
d) Serra de corte (disco de corte) – para obras de médio e grande porte, com o
corte rápido de qualquer tipo de bitola, tendo como principal desvantagem o
ruído provocado pela alta velocidade do disco.

4.2 – Dobra dos ferros


a) Pinos de dobragem – em obras pequenas e médias pode-se usar pinos
feitos de aço fixados diretamente nos pranchões para servir de apoio na
dobragem dos ferros com uma alavanca (chave ou ferro de dobrar).
Chave de dobrar

Tubo de FG

Pino de dobra

Barra de aço

Pinos de suportes
pranchão Bancada de dobragem
b) Chapas de dobrar – são chapas prontas com pinos de dobragem soldadas
que devem ser fixadas na bancada para servir de apoio para o uso da
ferramenta de dobragem. O diâmetro dos pinos deve seguir o especificado
na tabela a seguir:
Pinos de dobragem

Chapa

Pranchão

D iâ m e t r o d o p in o d e d o b r a

D iâ m e t r o d o a ç o C A 25 C A 50 C A 60

M enos de 10 m m 3 Ø 3 Ø 3 Ø

10 a 20 m m 4 Ø 5 Ø 6 Ø

M a is d e 2 0 m m 5 Ø 8 Ø
c) Máquinas de dobrar – para obras de médio a grande porte pode-se usar
máquinas para realizar o trabalho de dobragem em série. Exigem mão-de-
obra qualificada para a operação do equipamento.

4.3 – Kits de armaduras


Depois de cortadas e dobradas as barras soltas podem ser imediatamente montadas
ou amarradas em feixes, chamados kits de armaduras para serem transportadas para
a obra, quando montadas em central ou do local de corte e dobra (térreo) para o local
de aplicação (pavimento). Cada kit deve conter a armadura de um pilar ou viga ou
parte da armadura de laje. Os kits devem receber identificação conforme o projeto
estrutural por meio de etiquetas (plaquetas) a fim de evitar erros de montagem. A
armazenagem deve ser feita em local livre de passagem de equipamentos e
preferencialmente colocados sobre berços de madeira. Para transportar usar guincho
(grua) com os devidos cuidados de manuseio.
K it d e a r m a d u r a
E tiq u e ta d e id e n tific a ç ã o

4.4 – Amarração dos ferros


a) Arame trançado (dobrado ou retorcido) – a amarração das barras cortadas e
dobradas para solidarizar a armação é feita com arame recozido n.º 18 em par
trançado (no mínimo), executando-se o nó mais apropriado de acordo com
número de barras concorrentes no ponto de amarração pela aplicação de
torniquete com a ferramenta do armador - torquês de cabo comprido – e que
depois de devidamente apertado é cortado rente ao nó.
b) Nó simples – é usado para amarrar duas barras lisas e de menor bitola em um
nó apenas, comum em solidarização de armaduras de laje maciça e armaduras
de pele.
c) Nó duplo – para bitolas maiores é necessário utilizar o nó duplo.

A ra m e re c o z id o d o b ra d o

N ó s im p le s N ó d u p lo

d) bancadas de amarração – na maioria das vezes as armaduras são


montadas na própria obra e o mais próximo das fôrmas que irão receber a
armadura. Pode-se, para isso, utilizar bancadas secundárias para a
amarração das armaduras feitas com cavaletes de madeira ou de barras de
ferros.
4.5 – Emendas nos aços
As emendas devem ser evitadas pois quase sempre acrescentam custos e podem a
vir a comprometer a segurança. No entanto, caso seja necessário usar emendas é
recomendável consultar profissional qualificado.
a) Emenda por transpasse – devem ser desalinhadas e o mínimo transpasse
em vergalhões é de 80 vezes o diâmetro da barra e a distância entre as
barras deve seguir a norma de acordo também com o diâmetro.

8 0 x 

D is tâ n c ia e n tr e a s b a r r a s
b) Emendas com luvas – são luvas prensadas e/ou rosqueadas que exigem
cálculo específico feito para cada situação e executadas em oficinas com
equipamentos apropriados.

c) Emendas por solda – existe norma específica para aços soldados e as


condições de aceite após ensaios próprios. As emendas com solda podem
ser por caldeamento e por eletrodo (mais comum) e ainda com sistema de
soldagem com cadinhos (moldes).

4.6 – Montagem das armaduras


Após a amarração das barras constituindo as armaduras ou parte delas (dependendo
das dimensões e peso) os conjuntos podem ser levados para as fôrmas para a
montagem final. No caso de armaduras de pilares e vigas recomenda-se colocar a
armadura na fôrma com pelo menos uma das faces (fundo) já com as pastilhas
(espaçadores) devido a dificuldade em colocar as pastilhas depois da armadura estar
na fôrma. A seguir uma pequena listagem de itens e cuidados na montagem das
armaduras:
a) Colocação dos espaçadores – são pequenas peças de plástico, argamassa ou
metálicos usados para garantir o recobrimento mínimo no concreto e são
colocados entre a armadura e a fôrma e/ou entre as barras de aço. Nas lajes
colocar no mínimo 5 espaçadores por metro quadrado.
b) Colocação de caranguejos – são espaçadores feitos de pedaços de barras de
aço próprios para a colocação dos ferros negativos das lajes.
c) Amarração das armaduras das lajes – deve amarrar alternadamente as barras
cruzadas nas lajes (nó sim, nó não). Fazer uma verificação final e ajustes,
momentos antes da concretagem.
d) Verificar a necessidade de armaduras de pele em vigas e pilares e em pontos
próximos às caixas e tubulações. Cuidar para evitar fissuras por retração.
e) Conferir o posicionamento dos embutidos (caixas, tubulação) e aberturas.
f) No caso de armadura muito densa, evitar fechar totalmente a passagem do
vibrador, deixando para colocar eventuais barras no momento do lançamento
e adensamento do concreto.
g) Protetores de pontas – luvas plásticas que são colocadas nas pontas de ferro
(esperas) para proteger os operários de cortes acidentais.

4.7 – Telas soldadas


Telas soldadas são armaduras de aço prontas para ser utilizadas nas obras,
dispensando a amarração dos nós com arame recozido, reduzindo com isso a mão-
de-obra significativamente (até 75%, segundo um dos fabricantes). Podem vir em
rolos com largura de 2,45 m e comprimento de 60 a 120 m ou em painéis de 4 x 6
metros. Pode-se cortar as pontas das telas para formar cruzetas de ancoragem. A
norma técnica estabelece limites para os transpasses.

GLOSSÁRIO NA ÁREA DE EXECUÇÃO DE ARMADURAS


Armador – profissional oficial encarregado das armaduras na obra.
Bitola – designação dada em obra para o diâmetro das barras de aço.
Desconto de dobra – diz-se que a barra aumenta no comprimento devido a dobragem
e portanto cabe ao armador fazer o desconto, ou seja, cortar a barra alguns
centímetros amenos do que está especificado no projeto (isso se já não foi
considerado pelo projetista).
Embutidos – tubos de instalações elétricas e/ou hidráulicas que devem ser colocadas
junto com a armadura antes da concretagem.
Espaçamento – espaço entre as barras de aço numa armadura.
Ferro – termo consagrado para designar os aços utilizados na construção civil.
Ferro negativo – barras de aço dobradas localizadas em pontos específicos das
estruturas para combater momentos negativos.
Pastilhas – os elementos feitos de argamassa na obra ou comprado pronto para
garantir o recobrimento na montagem das armaduras nas fôrmas.
Pranchões – pranchas de madeira de 2 a 2 e meia polegadas usada para servir de
bancadas de corte e dobra de aços.
Recobrimento / cobrimento – espaço que deve ser deixado entre a barra de aço e a
fôrma de modo a garantir os limites estabelecidos pela norma.
Torquês – ferramenta manual do armador para amarração das barras e corte do
arame recozido
Transpasse / superposição – são maneiras usuais de fazer a continuidade das
armaduras (emendas).
Vergalhão – designação para as barras de aço.
NORMAS TÉCNICAS PERTINENTES
Título da norma Código Última
atualização
Barras de aço CA 42 S com características EB1570 07/1985
de soldabilidade destinadas a armaduras NBR8965
para concreto armado
Barras de aço destinadas a armaduras para MB1804 08/1984
concreto armado com emenda mecânica ou NBR8548
por solda - Determinação da resistência à
tração
Barras e fios de aço destinados a EB3 02/1996
armaduras para concreto armado NBR7480
Determinação do coeficiente de MB1021 08/1982
conformação superficial de barras e fios de NBR7477
aço destinados a armaduras de concreto
armado
Projeto e execução de obras de concreto NB1 1980
armado NBR6118

NORMAS DO MINISTÉRIO DE TRABALHO


NR – 18 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção
LINKS NA INTERNET
Gerdal S.A http://www.gerdau.com.br/
Belgo Mineira http://www.belgo.com.br/content/grupo/index.asp

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
AGOPYAN, V. et al. Pesquisa ”Alternativas para a redução de desperdício de
materiais nos canteiros de obras”. Relatório final – volume 4 – Resultados e
análises: aço, concreto usinado, blocos/tijolos. EPUSP/FINEP/ITCQ, 1998.
AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Edgard
Blücher, 1987. 1178p.
AZEREDO, Hélio Alves de. O edifício e sua cobertura. São Paulo: Edgard Blücher,
1977. 182p.
BAUER, L A Falcão. Materiais de construção. 5ª edição. Rio de Janeiro: RJ. LTC-
Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1994. 935p.
Belgo Mineira. Dobramento de aço para Construção Civil. Disponível em:
http://www.belgo.com.br/content/produtos/pdf/Dobramento.PDF Acessado em
10/07/2001.
Belgo Mineira. Emendas com soldas: cuidados e procedimentos básicos na
confecção de emendas. Disponível em:
http://www.belgo.com.br/content/produtos/pdf/emendascomsolda.PDF Acessado em
10/07/2001.
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA UEPG. Notas de aulas da disciplina
de Construção Civil. Carlan Seiler Zulian; Elton Cunha Doná. Ponta Grossa: DENGE,
2000.
DIRETÓRIO ACADÊMICO DE ENGENHARIA CIVIL DA UFPR. Notas de aulas da
disciplina de Construção Civil (segundo volume). Diversos autores. Revisor: Lázaro A.
R. Parellada. Apostíla. Curitiba: DAEP, 1997.
GUEDES, Milber Fernandes. Caderno de encargos. 3ª ed. atual. São Paulo: Pini,
1994. 662p.
HELENE, Paulo R.L. Manual prático para reparo e reforço de estruturas de
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