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Armaduras
Armaduras
1 – INTRODUÇÃO
A fase de armação das estruturas, também chamada de colocação das ferragens ou
armaduras é uma das mais importantes de uma obra e para a qual a atenção do
engenheiro deve voltar-se nos seus mínimos detalhes. Acrescente-se, ainda, que é
nesta etapa da obra, preliminar a concretagem, que se deve providenciar a colocação
dos chamados embutidos, como por exemplo: tubulações de água (prumadas),
eletrodutos e caixas nas lajes e passagens nas vigas etc. Nem todo tipo de obra exige
um projeto estrutural, ficando a cargo do engenheiro da obra a tarefa de fazer o
dimensionamento dos elementos estruturais. Em obras simples, essa tarefa pode ficar
por conta do mestre ou de um oficial experiente (sempre com a supervisão de um
engenheiro). O ideal em termos de trabalho de equipe, seria que o próprio calculista
realizasse algumas visitas à obra para verificar e acompanhar a execução do projeto,
para então discutir e promover, em conjunto com o engenheiro de obras as
modificações necessárias e possíveis.
1.1 – Definições de projetos e previsão de perdas
Os projetos estruturais são bem detalhados no que diz respeito às armaduras. Todo
o projeto apresenta quadros que mostram a posição, a quantidade, diâmetro,
comprimento e detalhes de dobragem, além de quadros com resumo por bitola,
levando ou não em consideração as perdas que ocorrem na obra. Embora tabelas de
composição de preços indiquem para efeito de orçamento uma perda provável de
15%, nos levantamentos mais recentes foram apontadas perdas por diversos fatores
na ordem de 10% em média (obras razoavelmente controladas). Em obras pouco
controladas as perdas podem chegar até em 30%, pois além dos desperdícios normais
de obra ainda ocorrem perdas por roubo, retrabalhos etc. Para efeito de execução de
obras pode-se admitir até 5% de perdas em armaduras onde predominem aços com
diâmetro menor ou igual a 10 mm (3/8”).
O projeto estrutural fornece as seguintes informações:
a) seções e comprimentos dos elementos de concreto armado (fôrmas e
armaduras);
b) desenho detalhado das peças estruturais;
c) definição das bitolas do aço;
d) espaçamentos entre as barras de aço;
e) definição de cobrimentos, esperas, emendas ou transpasse;
f) pranchas contendo:
planta de locação de estacas;
planta de fôrma dos blocos e vigas de fundação;
planta de fôrmas dos pavimentos;
detalhamento das vigas, lajes, pilares, escadas etc.
g) volume de concreto e área de fôrmas;
h) tabela do aço (posição do aço, comprimentos e pesos parciais e global).
A v a lia ç ã o p r á tic a d e o b r a
C o n s u m o to ta l d e a rm a d u ra (k g )
Í n d ic e d e a r m a d u r a s ( k g / m 3 ) =
V o lu m e t o t a l d e c o n c r e t o ( m 3 )
A t é 8 0 - b a ix o
8 0 a 1 0 0 - m é d io
M a io r q u e 1 0 0 a lt o
Obra
C A 2 5 - lis o (a in d a é e n c o n tr a d o n e r v u r a d o ) b a r r a s e r o lo s
C A 5 0 - n e rv u ra d o b a rra s d e 1 2 m
C A 6 0 - lis o e c o m e n ta lh e s b a r r a s r o lo s o u b a r r a s d e 1 2 m
A r a m e r e c o z id o - a m a r r a ç ã o d e v e r g a lh õ e s r o lo s d e 6 0 , 3 5 o u 1 k g
T e la s s o ld a d a s p a in é is o u r o lo s e 6 0 e 1 2 0 m
De acordo com a norma NBR 7480/96, as barras de aço, seja de que tipo for, com
diâmetro igual ou superior a 10 mm deverão apresentar marcas de laminação em
relevo (de identificação) com a marca do fabricante, a categoria e o diâmetro. Nos
aços em barras de diâmetro menos que 10 mm a identificação poderá ser feita com a
pintura de uma das pontas em cores padronizadas.
C a te g o r ia D iâ m e tr o
do aço d a b a rra
Id e n tific a ç ã o
d o fa b r ic a n te
Nos quadros a seguir são apresentados os aços usados na construção civil com suas
características físicas e mecânicas, bem como o diâmetro mínimo dos pinos para
dobragem dos aços. Em geral, os fabricantes fornecem aços nas categorias: CA-50,
com superfície nervurada (a Gerdal especifica o GG-50; a Belgo Mineira especifica
Belgo 50) e CA-25 com superfície lisa. No caso dos aços CA-50 de boa qualidade
pode-se fazer emendas com solda a topo (para diâmetros de 10 a 40 mm). Há
também, por parte dos fabricantes com certificados de qualidade, a preocupação em
fornecer barras de comprimentos definidos com rigoroso controle dos diâmetros, o
que possibilita reduzir as perdas por transpasse nas emendas, sobra de pontas no
corte e por desbitolamento. Os aços da categoria CA-50 são indicados para ferragem
longitudinal de vigas, pilares, estacas e blocos. Os ferros em CA-25 são admitidos em
elementos de fundações - estacas brocas e baldrames.
CA 50
Resistência Diâmetro do
Diâmetro Massa característica Limite de Alongamento pino para
Nominal Nominal de escoamento Resistência mínimo em dobramento
(DN) (kg/m) (fy) (Mpa) 10 ø a 180º
(mm) (Mpa) (mm)
6,3 0,245
8,0 0,395
10,0 0,617
12,5 0,963 4 x DN
16,0 1,578 500 1,10 x 8%
20,0 2,466 fy 6 x DN
25,0 3,853
32,0 6,313 8 x DN
40,0 9,865
Adaptado do Catálogo da Gerdal (outubro de 2000)
CA 25
Resistência Diâmetro do
Diâmetro Massa característica Limite de Alongamento pino para
Nominal Nominal de escoamento Resistência mínimo em dobramento
(DN) (kg/m) (fy) (Mpa) 10 ø a 180º
(mm) (Mpa) (mm)
6,3 0,245
8,0 0,395
10,0 0,617 2 x DN
12,5 0,963
16,0 1,578 250 1,20 x 18%
20,0 2,466 fy
25,0 3,853 4 x DN
32,0 6,313
40,0 9,865
Adaptado do Catálogo da Gerdal (outubro de 2000)
3 ,4 0 0 ,0 7 1
4 ,2 0 0 ,1 0 9
5 ,0 0 0 ,1 5 4 >=
6 ,0 0 0 ,2 2 2 600 660 1 ,0 5 5% 5 x DN
7 ,0 0 0 ,3 0 2
8 ,0 0 0 ,3 9 5
9 ,5 0 0 ,5 5 8
A d a p ta d o d o C a tá lo g o d a G e rd a l (o u tu b ro d e 2 0 0 0 )
Os arames de aço recozido são obtidos por trefilação de fio-máquina, com posterior
recozimento em fornos de tratamento térmico com temperaturas e tempo controlados.
Possuem elevado grau de ductibilidade e alta resistência à tração. Suas
características garantem sua utilização em operações que exigem dobras e torções,
como as amarrações de armaduras para concreto, embalagens de feixes, fardos, etc.
São fornecidos em rolos de 1Kg, 35Kg e 60Kg.
4 – EXECUÇÃO DA ARMADURA
Tubo de FG
Pino de dobra
Barra de aço
Pinos de suportes
pranchão Bancada de dobragem
b) Chapas de dobrar – são chapas prontas com pinos de dobragem soldadas
que devem ser fixadas na bancada para servir de apoio para o uso da
ferramenta de dobragem. O diâmetro dos pinos deve seguir o especificado
na tabela a seguir:
Pinos de dobragem
Chapa
Pranchão
D iâ m e t r o d o p in o d e d o b r a
D iâ m e t r o d o a ç o C A 25 C A 50 C A 60
M enos de 10 m m 3 Ø 3 Ø 3 Ø
10 a 20 m m 4 Ø 5 Ø 6 Ø
M a is d e 2 0 m m 5 Ø 8 Ø
c) Máquinas de dobrar – para obras de médio a grande porte pode-se usar
máquinas para realizar o trabalho de dobragem em série. Exigem mão-de-
obra qualificada para a operação do equipamento.
A ra m e re c o z id o d o b ra d o
N ó s im p le s N ó d u p lo
8 0 x
D is tâ n c ia e n tr e a s b a r r a s
b) Emendas com luvas – são luvas prensadas e/ou rosqueadas que exigem
cálculo específico feito para cada situação e executadas em oficinas com
equipamentos apropriados.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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