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I-Introdução

Em arquitetura, Ecletismo designa a atitude dos arquitetos do século XIX que


utilizaram elementos escolhidos na história, com a intenção deproduzir uma nova
arquitetura. Eles se permitiram todas as doutrinas e teorias, pois pretendiam situar a
arquitetura no seu tempo. Assim, o Ecletismo não foi uma forma, entre outras, de
historicismo. Enquanto o historicismo buscou reviver um passado e construiu
representações da história,inscrevendo a arquitetura moderna em um estilo antigo, o
Ecletismo usou elementos e sistemas da história para inventar uma arquitetura adaptada aos
novos tempos.

Objetivos Gerais
 Conhecer o reportório da Arquitetura Eclética

Objectivos Específico
 Definir Arquitetura Ecletica

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2-Conseito de Arquitetura Eclética

O termo “arquitetura eclética” também se aplica livremente à variedade de estilos


que surgiram no século XIX após o boom neoclássico. Em todo caso este período passou a
ser denominado como “historicista” com o passo do tempo.
Nas últimas décadas do século XX, por outro lado, um novo surto de ecletismo se
desenvolveu, de mãos dadas com os conceitos de pós-modernismo. Esta corrente foi
chamada “neoeclética”.

2.1 Reportório
Ecletismo na Europa
Com o surgimento do Iluminismo na Europa, durante o segundo quartel do século
XVIII, houve a renovação do pensamento político e filosófico, e a convicção do progresso e
da razão. Nesse contexto surgiu uma nova concepção em arquitetura, o Ecletismo, que
aprofundou o questionamento de beleza e gosto até então estabelecidos pelos padrões
clássicos (PEDONE, 2005).
Segundo Weimer (1987) e Pedone (2005), o ecletismo foi uma fase da evolução das
artes, onde o repertório formal era baseado nas experiências do passado e havia o uso
criativo de conceitos consagrados, como o neogrego, neoegípcio e neogótico.
O ecletismo agradou principalmente a classe burguesa, que prezava pelo conforto, o
progresso (principalmente quando melhorava suas condições de vida), gostava de
novidades, mas rebaixava a produção artística e arquitetônica ao nível da moda e do gosto
da época (PATETTA, 1987).
Iniciado pela Revolução de 1830, na França, o Ecletismo correspondeu à
necessidade de um novo pensamento sobre a arte de projetar. Juntos, na Academia Francesa
em Roma, quatro arquitetos - Henri Labrouste, Leon Vaudoyer, Félix Duban e Louis Duc –
desencadearam a busca pela liberdade para a arte, assumindo-se contrários ao despotismo
acadêmico, e buscando a libertação das doutrinas impostas. Fomentada por este
pensamento, as manifestações ecléticas do século XIX permitiram todas as doutrinas,
confrontando-as entre si, na ânsia de uma resposta às questões levantadas pela sociedade
moderna (PEDONE, 2005).

A revolução industrial e social, ocorrida na metade do século XIX, também trouxe a


multiplicidade de novos temas edílicos e a alteração da infraestrutura arquitetônica. A
chegada das novas técnicas favoreceu uma arquitetura de caráter científico e tecnológico,
tornando-se a beleza um fato subjetivo, ligado ao gosto do seu tempo e do próprio artista.
Deu espaço a elementos construtivos metálicos de certa estranheza às formas e proporções

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dos estilos e ordens arquitetônicas que até então existiam, conforme Patetta (1987) e
Pedone (2005).

Os adeptos da arquitetura eclética tinham interesse em formas geométricas


elementares e pela grandiosidade de escala, inovando seus esquemas compositivos, onde a
livre associação de elementos independentes passou a predominar na composição dos
projetos (PEDONE, 2005). Segundo Patetta (1987), o século XIX consumia muito depressa
os ideais, absorvendo-os em sua vocação comercial.

O Ecletismo e sua arquitetura foram propagados pelo mundo através do


desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação. Os barcos à vapor que
trafegavam de um país ao outro, os novos meios de comunicação surgidos com a
Revolução Industrial, como os telégrafos submarinos e, mais tarde, o cinema, favoreceram
o intercâmbio de conhecimentos. A Era Industrial principiava, os produtos industrializados
penetravam em escala crescente em todo o mundo e desenvolviam-se novos métodos e
materiais de construção (SANTOS, 1981).
Três correntes estilísticas
1 Composição Estilística, imita corretamente as formas do passado (neogregos, neoegípcio
e neogótico)
2 Historicismo Tipológico, relação estilo-função
Estilo metalúrgico moderno: Estufas, armazéns, mercados, pavilhões de exposição
Românico ou gótico: igrejas
Clássico: Edifícios públicos
3 Pastiches Compositivos, libertos inventavam soluções estilísticas. 2

2.2. Ecletismo e Historismo


O ecletismo, análogo ao historicismo, também é usado como um conceito épico. O
ecletismo, no entanto, é considerado inadequado como tal conceito de época, já que naquela
época também havia outras atitudes arquitetônicas. Como designação e delimitação
substitutivas, o ecletismo contra o historicismo pode ser usado para classificar melhor o
pluralismo de estilo então difundido: Assim, os numerosos neo-estilos na arquitetura (neo-
românico, neogótico, neo-renascentista, neobarroco) não serviram apenas uma referência à
história passada, mas também para estabelecer uma referência de localização, uma
caracterização da tarefa de construção ou uma coerência da construção.

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O ecletismo, dentro do historicismo, também pode significar a mistura de estilos do
aparato de forma usado em um prédio. O termo ecletismo, no contexto do historicismo e da
conotação pejorativa, também pode ser uma crítica ao processo de design seletivo de
muitos arquitetos do século XIX.

2.3. Características
 O elemento mais significativo da arquitetura eclética é que ele reúne dois ou mais
movimentos artísticos em uma única construção. Esse fator tornou uma tendência
muito difícil de distinguir porque se desenvolveu em contextos muito variados em
cada país e, portanto, há mais diferenças do que semelhanças.
 Uma maneira de combinar estilos era usar desenhos e idéias de obras antigas, mas
com ferramentas e materiais da modernidade. Isso destacou o grande impacto que a
Revolução Industrial teve em todos os aspectos.

2.4. Ecletismo como um termo de método

O projeto arquitetônico pode resultar em um processo de seleção de estilos e


formulários existentes. Elementos de diferentes modelos podem ser combinados entre si.
Estes exemplos, por vezes, vêm de círculos arquitetônicos similares (tipo de templo romano
com colunas gregas) ou de completamente diferentes (pórtico renascentista ao lado de
colunas egípcias e molduras de janelas mouriscas com pináculo gótico). No processo de
seleção, referências temporais (como no historicismo) ou espaciais (como no exotismo)
podem desempenhar um papel.

O ecletismo como uma metodologia também pode significar o uso de diferentes


formas e estilos em diferentes edifícios dentro do trabalho global de um arquiteto, se ele
quiser atender a tarefa de construção respectiva, diferente.

Na arquitetura, o ecletismo é a citação de elementos de estilo arquitetônico de várias


épocas passadas em uma nova estrutura. Esta metodologia pode ser encontrada em
particular no historicismo do século XIX, mas também, por exemplo, no século XI no
românico do sul da Itália, onde foi criado um estilo de mistura árabe-bizantino-normando.
Também na arquitetura pós-moderna do século XX.

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Um eclético é aquele que escolhe o que é adequado a partir do existente e tenta
adaptá-lo aos seus propósitos.

George Gilbert Scott viu o método do ecletismo positivamente:

“O eclecticismo em si é um bom princípio, isto é, emprestar da arte de todos os


tipos os elementos com os quais podemos enriquecer e aperfeiçoar o estilo que
identificamos como nossa base e núcleo de acordo com o nosso plano.”

Gottfried Semper, por outro lado, criticou o “discípulo da arte” que “empalha seu
herbário com desenhos bem colados de todos os tipos”

“Na expectativa de que a nomeação de um Walhalla à la Panthenon, uma basílica à


la Monreale, um boudoir à la Pompeii, um palácio à la Pitti, uma igreja bizantina ou mesmo
um bazar em sabores turcos não podem deixar de durar muito tempo.”
Fritz Schumacher diferencia o ecletismo como um método de design:

2.5. Neo-Negípcio

“Há um ecletismo imprudente-superficial e científico-consciente, há um ecletismo


de conforto e de convicção, um ecletismo de espírito e de sentimento.”
A Egiptologia, um dos primeiros grandes temas da Arqueologia científica, vai
inspirar o Neo-Egípcio.
Tem grande incremento nos tempos do Primeiro Império napoleônico, devido em
parte à sua campanha militar e ao apreço deste líder por aquela cultura ancestral.
Grandes arquitetos do Império, como Etiènne Boullée, J-N.Ledoux, Percier e Fontaine,
trabalharam com as figuras típicas da arquitetura egípcia –a pirâmide, a mastaba, a esfinge,
o obelisco, os pilones, os capitéis em forma de papiro ou lótus, e a sala hipostila. s, por
exemplo.
O gosto francês para o Egito foi confinado principalmente a móveis e objetos decorativos.
Em Londres, o interesse puramente arqueológico misturado com o fervor imperial deu ao
Salão egípcio de Londres, concluído em 1812, e a galeria egípcia projetada por Thomas
Hope, especialista em matéria, para exibir suas antiguidades egípcias e ilustrada com

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gravuras de seus desenhos meticulosos, em seus móveis de casa (1807), uma das bases do
estilo Regencyem relação ao mobiliário britânico.
Com a abertura do cemitério de Highgate, com suas avenidas egípcias, o estilo egípcio
encontrou uma popularidade particularmente bem adaptada ao contexto mortuário,
especialmente com o portal do cemitério

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III-Conclusão

O Ecletismo é uma atitude do espírito. A existência dessa atitude está relacionada a


uma busca da verdade e da beleza sem se submeter a nenhuma doutrina imposta pela
tradição, moda ou autoridade. Eclético é aquilo que é formado por elementos escolhidos em
diferentes sistemas. Do grego eklektikós, refere-se àquele que escolhe, à atitude de escolha,
e caracteriza a seleção entre as diversas opções das quais se têm conhecimento, sem
observância de uma linha rígida de pensamento.
Ecletismo é também o método que consiste em reunir esses elementosescolhidos
dentre todos os sistemas que foram propostos na história em uma unidade nova e criativa.

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IV-Bibliogafia

COLLINS, Peter. Los ideales de la arquitectura moderna: su evolución 1750-1950. 5. ed.


Barcelona: Gustavo Gili, 1998.
CURTIS, William J. R. Modern architecture since 1900. London: Phaidon, 1996.
DREXLER, Arthur (Org.). The architecture of the École des Beaux-Arts. Cambridge: MIT,
1977.
ÉPRON, Jean-Pierre. Comprendre L’Éclectisme. Paris: Norma, 1997.
FABRIS, Annateresa. Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo: Nobel, 1987.
KAUFMANN, Emil. Tres arquitectos revolucionarios: Boullee; Ledoux e Lequeu.
Barcelona: Gustavo Gili, 1980.
L’ARCHITECTURE D’AUJOURD’HUI. École des Beaux-Arts de Paris. Paris, n. 310,
avr. 1997.
MIDDLETON, Robin; WATKIN, David. Architettura ottocento. Milano: Electa, 1998.
ROWE, Collin; KOETTER, Fred. Collage city. 3. ed. Cambridge: MIT, 1980.
TAFURI, Manfredo. Teorias e história da arquitectura. Lisboa: Presença, 1988.

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