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DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, A FORÇA DO MODELO

CAPITALISTA E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA.

Universidade Federal do ABC - UFABC


Programa de Pós-graduação em Ciências Humanas e Sociais - Mestrado
Linha de Pesquisa – Economia, Desenvolvimento e Inovação
Disciplina CHS 003 - TDe – Teorias do Desenvolvimento
Prof. Dr. Ramon Garcia Fernandez
Prof. Dr. Giorgio Romano Schutte
Santo André, 09 de janeiro de 2014

Resumo
Este ensaio faz um breve traçado histórico das teorias que descreveram, discutiram
e influenciaram o direcionamento de economias rumo ao seu crescimento e
desenvolvimento. No núcleo destas teorias discute-se a importância das instituições,
sobretudo o Estado, as garantias e as condições e requerimentos para a
implantação de planos e programas de remodelação dos processos que integram as
diversas áreas da economia e da sociedade. O desenvolvimento das nações tem um
argumento bastante atrelado à evolução tecnológica e muitas vezes implica na
industrialização da economia, produção e eficiência, modificação e introdução de
processos e produtos para criar e atender necessidades, temas característicos da
economia da inovação. Esta conjunção, notadamente nos últimos 120 anos, período
de crescimento e evolução de técnicas, sem precedentes na história, está
fortemente modelada pelas regras de mercado e força do capitalismo, que traz no
seu discurso um elemento que nutre a polêmica, ou seja, a maximização e
acumulação do lucro, e suas ferramentas de fortalecimento da influência e domínio
elitistas. Uma polêmica que nasce em função de que a esperança de justiça,
igualdade e preservação, não são especialidades do capitalismo. O capitalismo que
resiste, sobretudo, porque um modelo alternativo parece distante da possibilidade de
surgimento como uma alternativa que domine todas as estruturas, e que não torne a
expectativa de bilhões de habitantes do planeta em relação ao futuro de suas vidas
e existência, uma expectativa vã de qualidade de vida e bem estar.

1 – Introdução

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O Desenvolvimento Econômico como tema possui uma diversidade de teorias, teses
e opiniões. Possivelmente os pontos comuns de todas as abordagens sejam em
relação ao papel do Estado como agente ativo do desenvolvimento econômico e o
papel do Estado como planejador da economia e seus mecanismos de
regulamentação e em ambos os dois pontos, a influência das relações de poder.

Ao longo da história as nações apresentaram diferentes formas de crescimento,


progresso e desenvolvimento econômico, produção e acúmulo de riqueza. As
relações que deram origem a classificações como, Metrópole-Colônia, Centro-
Periferia, Norte-Sul, são também relações que determinaram formas e capacidade
de apropriação da riqueza produzida pelas diversas economias nacionais.

A terra é uma arca de tesouros traduzidos nos mais diversos recursos. Seja do
ponto de vista capitalista seja do ponto de vista de qualquer outro modelo
econômico, a terra provê todos os meios para colocar em funcionamento a
economia humana. No entanto, a forma de interpretar a transformação da riqueza da
natureza em riqueza humana varia em função do que cada um entende sobre quais
são as variáveis das quais a prosperidade é dependente.

Nas últimas décadas, na forma demonstrada por Hans Rosling (Rosling, 2009) as
tendências estatísticas, mostram que houve significativos avanços, na erradicação
de doenças, na redução da mortalidade infantil, no aumento da expectativa de vida,
na expansão do bem estar e padrão de consumo, isto pode induzir a conclusão de
que há um projeto humano por trás do desenvolvimento das economias das nações.

O desenvolvimento tecnológico e a inovação como sistemas, ganharam destaque


como protagonistas propulsores das economias, tendo como consequência a
modificação de relações sociais, conhecimento e melhoria do bem estar, ainda que
seja para uma parcela ainda limitada dos habitantes do planeta, em contraposição à
estagnação do conhecimento e a degradação de condições para a massiva maioria
dos seres humanos como trade-off. Neste tocante, Zygmunt Bauman (Bauman,
2013), debate sobre o agravamento das desigualdades entre ricos e pobres e a
2
ineficiência dos sistemas e estruturas para promover o bem estar extensivo à
totalidade das pessoas que habitam o planeta.

Como base de análise e corroborando com Bauman, numa possível relação


comparativa entre duas grandezas do sistema econômico, o PIB mundial de 2013,
US$ 72 trilhões e o patrimônio do seleto grupo de pessoas com US$ 1 milhão ou
mais em ativos disponíveis para investimento, o Relatório sobre a riqueza mundial
2013 (WWR – World Wealth Report 2013) sobre indivíduos com patrimônio pessoal
elevado (high net worth individuals – HNWIs) de todo o mundo projeta que o
patrimônio dos HNWIs (uma população pouco maior do que 12 milhões de
indivíduos nos cinco continentes) cresça 6,5% ao ano, atingindo US$ 55,8 trilhões
até 2015, expansão determinada principalmente pela região da Ásia-Pacífico
(Capgemini; RBC, 2013).

O presente estudo teve como objetivo descrever, no âmbito das economias


nacionais e do sistema de nações, alguns elementos da formação e crescimento da
riqueza, com uma visão crítica do modo de produção capitalista com a tentativa de
um debate sobre a dificuldade de modelos substitutos alternativos.

2 - Metodologia
O estudo é uma abordagem com tratamento de um ensaio teórico-descritivo, a partir
da junção e compreensão de trabalhos de especialistas, teóricos e economistas
sobre a questão do desenvolvimento da economia das nações, o progresso humano
e o progresso tecnológico onde a inovação como sistema em um papel fundamental,
e todos estes elementos são partes determinantes da riqueza e promotores da
melhoria das condições de bem estar.

3 – Sobre a evolução da teoria econômica e do desenvolvimento


tecnológico.

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Thomas Malthus (1766-1834) em seu Ensaio sobre a população, trabalha com a
hipótese de que a pobreza assolaria a quase totalidade das pessoas, que o aumento
no padrão de vida da grande massa inevitavelmente causa um aumento da
população, fazendo com que a melhoria seja temporária. Malthus afirmava que
sempre que a produtividade aumenta, a população aumenta de forma
correlacionada e os recursos usados para produção tem seus retornos diminuídos à
medida em que mais trabalho precisa ser investido ou aplicado (Malthus, 1798,
1983).

O modelo aplicava-se certamente à produção das fazendas, e também referia-se a


escalas relativamente pequenas de população e território. Ao longo dos séculos a
hipótese não adquiriu todos os argumentos necessários para que pudesse ascender
ao status de um tese correta em sua totalidade, a demografia mundial atual
contradiz as projeções malthusianas, e ainda que se considere o grau de
miserabilidade de grande parte da população mundial no Século XXI, o
desenvolvimento humano e o desenvolvimento econômico são inegáveis (Harvey,
1990).

A taxa de nascimento pode diminuir ou aumentar expressivamente, mas a transição


demográfica mundial define a forma como a economia opera, produzindo excesso
de força de trabalho nas sociedades onde é aplicada. Averiguando os dados
demonstrados por Rosling (2009) relacionando expectativa de vida com PIB per
capta, pode-se observar que o mundo criou em 120 anos uma riqueza 6 vezes
superior soma de toda a riqueza acumulada durante toda a história econômica
precedente da humanidade.

O mundo está relativamente mais rico, mais saudável, mais longevo. Embora esta
seja uma afirmação generalista, ela é indutiva e pode conduzir a conclusões de que
existe um projeto envolvendo o capitalismo, e que está voltado para a humanidade e
seu bem estar (Harvey, 1990), um projeto que envolve o capitalismo no sentido claro
de que há uma criação e acúmulo de riqueza, há excessos, e o bem estar é relativo
à melhores condições de vida de acordo com a médias apresentadas pelo estudo de
Rosling. Mas para quem efetivamente, e qual o custo desta melhora?
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A população cresce e com ela cresce um número quase incontável de combinações
entre alimentação, habitação, vestuário, transporte, educação, bens de consumo,
serviços, energia, etc. numa multiplicidade de escolhas que causam frustração
(Bauman, 2003), e que contam com a evolução tecnológica. Assim, o
desenvolvimento econômico, a ideia da necessidade de modernização constante e o
aperfeiçoamento da produção geram maior consumo numa combinação destes
vários fatores que culmina com a exploração crescente dos recursos providos pela
terra, criando um ciclo em espiral crescente de consumo de materiais, e serviços, e
energia (MAYUMI, 2001).

Para Collier (2007) durante os recentemente passados quarenta anos o desafio do


desenvolvimento tem sido o enfrentamento de 1 bilhão de habitantes ricos com 5
bilhões de habitantes pobres e uma parcela restante no interstício da ascensão da
classificação considerada inferior para a superior. Confirmando este pressuposto
desafiador, passados quase 15 anos desde o início do projeto dos Objetivos de
Desenvolvimento para o Milênio da Nações Unidas, os relatórios do Programa de
Desenvolvimento das Nações Unidas - UNDP demonstram que 80% da população
mundial vive em áreas em desenvolvimento e uma importante parte dos países que
constituem as listas destas áreas em desenvolvimento, são radicalmente pobres e
rigorosamente distantes dos padrões de qualidade de vida dos demais países
(UNDP, 2000).

O desenvolvimento rápido em termos históricos como é conhecido, coincide com a


era do Capitalismo. Os capitalistas são como ratos brancos em uma esteira,
correndo cada vez mais rápido, a fim de executar sua corrida ainda mais rápido. No
processo, sem dúvida, algumas pessoas vivem bem, mas outros vivem
miseravelmente, mas como, e por quanto tempo, aqueles que vivem bem
continuarão a viver? (Wallerstein, 1983).

Ainda tocante ao desenvolvimento rápido, Adam Smith (e a Mão invisível) trabalha


com uma teoria que não se aplica às corporações, aos monopólios, aos oligopólios
nem monopsônios, mas aplica-se aos ambientes econômicos muito próximos da
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competição perfeita (Smith, 1983). As cinco forças de Michael Porter; Competição
direta; Ameaças à entrada; Ameaça de produtos substitutos; o Poder do fornecedor;
o Poder do comprador (Porter, 1991), são forças que trabalham contra a Mão
Invisível, isto porque o escopo de Porter é entender como as Corporações evitam
ser compelidas a se comportar de forma como Smith preconizava, o que as levaria a
produzir bens para vende-los por uma valor próximo do seu custo marginal.

Dois economistas, Karl Marx e Joseph Alois Schumpeter, o primeiro, definido como
fundador de um movimento revolucionário, o segundo um banqueiro e professor de
Harvard, ambos os dois tinham duas formas de olhar para o mesmo objeto, o
capitalismo, e o ponto convergente em suas abordagens era o de que o capitalismo
é inerentemente um movimento que avança de forma instável. Esta afirmação
perdura até nossos dias.

O capitalismo é incapaz de permanecer inerte, o capitalismo sempre tende para


frente e conta com eventos futuros que não são previsíveis. Marx, um determinista,
pensava que podia predizer o futuro do capitalismo. Schumpeter acreditava que o
futuro do capitalismo é inerentemente indeterminado e que há muitos acasos e
oportunidades para inovações não esperadas tornando qualquer predição da
economia além do curto prazo uma tarefa impossível (Marx, 1982; Schumpeter,
1985).

Hayek (1982), em sua Constituição da liberdade, fala de uma possibilidade de


intensa criatividade a partir de uma sociedade livre. Uma sociedade na qual o direito
de inovar e o direito de escolha, uma sociedade aberta e livre dos limites impostos
por burocracias inconsequentes é uma máquina de aprendizado.

Coase (1937) e De Soto (2000) defendem que o capitalismo depende dos governos,
das cortes de justiça e da formalização dos direitos de propriedade. Um dos
fundamentos da riqueza no mundo ocidental é a possibilidade de comercialização
dos direitos de propriedade. A residência onde se vive, desde que seja uma
propriedade com direitos, é um estoque de capital que pode ser usado como
colateral para dívidas pagáveis com ganhos futuros. Na visão destes economistas,
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esse processo de capitalismo metabólico envolve o que há de mais identificado ao
capitalismo que é a prosperidade sustentável.

Capital é riqueza acumulada e disponibilizada reprodutivamente. Pode tomar a


forma de terra cultivada, sementes para plantio, maquinas de manufatura, ações de
empresas, pode ter a forma de educação graduada e indistinta. Na visão capitalista,
a ação racional e individualista dos homens, dadas as garantias e estabilidade de
uma ordem verdadeiramente capitalista cria o ambiente ideal para o progresso e o
desenvolvimento, de acordo com aquilo que a sociedade mais valoriza, a alocação
de recursos e a produção (IPEA-I, 2009).

Na visão Marxista podemos ter o capitalismo atrelado às empresas privadas que


exploram o trabalho, destroem o meio ambiente e fulminam tradições históricas,
religiosas e míticas (Marx e Engels, 1948). Nesta visão, sem o Estado não há
desenvolvimento nem soberania (IPEA-I, 2009).

Realizar uma pesquisa sobre o termo aponta que não há um autor do que é o
capitalismo, Adam Smith não usava o termo, e assim como Hayek, Schumpeter e
outros economistas o entendiam, o capitalismo é capaz de se auto modificar através
do tempo, na perspectiva dos autores o capitalismo é um sistema orgânico que se
desenvolve com o tempo. No historicismo de Marx, o capitalismo converte-se em
monopólios, os lucros são diminutos, no seu auge a classe trabalhadora é uma
classe miserável, a revolução de sistemas avançados de capitalismo é inevitável, e a
classe trabalhadora passa a ser a única classe universal, inclusive sem o concurso
do estado.

O Manifesto do Partido Comunista faz a seguinte referência:

“A burguesia não pode existir sem que os instrumentos de produção


sejam constantemente revolucionados, e com eles as relações de
produção, e com os dois todas as relações da sociedade. A
conservação dos modos de produção de forma inalterada foi ao

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contrário, a primeira condição para existência das primeiras classes
industriais.
A revolução constante dos meios de produção, a perturbação
ininterrupta das condições sociais, a incerteza duradoura e a agitação
distingue a época da burguesia de todas as suas precedentes.
A burguesia através da exploração do mercado mundial deu um
caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países.
Marx e Engels, 1948, p. 12.

O período de maior produção de riqueza corresponde a era do capitalismo, mesmo


período do uso intensivo do combustível fóssil. E é quando ocorre a urbanização
radical, reflete notadamente, o início e evolução cada vez mais rápida da inovação
tecnológica, indicando que de forma endógena o capitalismo provê incentivos para a
inovação tecnológica e para a disponibilização de tecnologias necessárias e
desejáveis, o que desta forma o difere de qualquer outro sistema (Arrighi, 2007).

Nestes aspectos e formato o capitalismo vigora há menos de 100 anos e produziu


de forma massiva, mais do que soma de todas as gerações precedentes. No prazo
compreendido entre 100 e 120 anos o capitalismo criou mais riqueza e uso de
energia do que todos os sistemas econômicos que compõem a história humana
precedente (Arrighi, 2007).

Comparativamente, as economias socialistas evoluíram significativamente nas áreas


de saúde e longevidade sem no entanto apresentar crescimento importante em
termos de PIB e, portanto, na renda dos indivíduos. No entanto, neste campo não há
como atribuir melhor crédito ao modelo capitalista, o que não se constitui numa
opção de clara vantagem, uma vez que o cuidado social previamente à geração de
riqueza, não é uma característica das sociedades de mercado, capitalistas por
excelência.

Uma crítica igualmente razoável às sociedades de mercado é a exacerbação do


consumo muito além do que realmente possa ser necessário. Na sociedade
capitalista o consumo de bens duráveis, não duráveis, vestuário, alimentos, bebidas

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e serviços representa um dispêndio muito superior ao básico necessário para uma
existência de bem estar em quase todos os sentidos e há uma inclinação natural,
embora não racional para consumir mais do que seria de fato necessário (Bauman,
2008; Scowen, 2002).

Retomando Adam Smith, temos a relação Estado, Propriedade, Capital. Para Smith,
o Estado que prioriza a lei e a ordem, o cumprimento dos contratos, o Estado que
torna possível a uma pessoa a ter direitos de propriedade, dispor sua propriedade
com fins de produzir bens, negociar sua propriedade, e obter receitas financeiras
pela via da satisfação de necessidades de outras pessoas, constituía-se num Estado
onde os fundamentos da obrigação de exigir os direitos de propriedade vigoram
(Smith, 1983). Este é um pré-requisito fundamental para a assunção de risco e a
promoção de desenvolvimento visando o sucesso nos empreendimentos.

4 – O sistema de nações.

O sistema de nações e a formação de processos econômicos com comércio livre


são também vitais para a riqueza que existe. Um novo sistema poderia ser
elaborado e implementado, um sistema que divida o atual mapa de nações em uma
geografia política diferente, com um direcionamento diverso do atual, no entanto, se
este modelo persistir com a ideia de estados e nações, ainda será um modelo que
torna possível a permanência do sistema capitalista (Espinosa, 2011).

O sistema de nações não é conjuntamente um processo justo e imparcial. O império


Britânico em 1920 era uma sistema estatal coercitivo que explorava as colônias para
favorecer e satisfazer as necessidades da metrópole. Não obstante, algumas
medidas generalistas, como a educação por exemplo, criaram condições para que a
Austrália, Canadá e Nova Zelândia, chegassem ao status de nações proeminentes
como são hoje e a Índia se constituísse num possível e talvez polêmico laboratório
de evolução de ciências e técnicas. A educação de qualidade, portanto, é de forma
definitiva um item crítico no conjunto de elementos do progresso econômico

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associado ao progresso técnico. O mesmo processo, não foi aplicado por espanhóis,
portugueses, franceses, belgas, e holandeses, em suas colônias.

Ronald Coase criou um quadro de fatores do sistema de nações que pede um olhar
sobre como a transferência de tecnologia se relaciona com transparência, assim,
onde um segmento da sociedade tem um acesso diferenciado à tecnologia que
outros segmentos não tem, haverá grandes assimetrias na distribuição de
informação que distorcem o funcionamento da economia, o que justifica em parte a
provisão governamental para educação pública e prover o acesso mínimo
necessário à informação e métodos para obter informação que são fundamentais
para o exercício da cidadania numa sociedade democrática e de mercado(Coase,
1988).

O que Coase não menciona é que que a justiça ou simetria coexiste melhor e mais
eficientemente onde os direitos de propriedade caminham, entretanto, quem espera
justiça de uma economia de mercado vive uma expectativa vã, porque esta não é
uma especialidade da economia de mercado.

As leis que os governos criam podem ser bem elaboradas ou serem pobremente
concebidas para criar riqueza, a teoria da maximização da riqueza e da participação
acionária nas corporações, pode propiciar uma boa reflexão. Trata-se de contrapor
aqueles que tomam riscos para maximizar sua riqueza em relação àqueles que
permanecem atrelados a uma fonte de troca de trabalho por garantia de salário e
condições mínimas de subsistência.

O fato de que a desigualdade pode ser remediada com a distribuição do excesso de


riqueza dos que detêm excesso para aqueles para os quais ainda falta uma porção
para atingir o mínimo necessário para um vida de bem estar, não significa que esta
seja uma solução equânime e fundamentada em justiça (De Soto, 2000).

Ainda concernente à questão da justiça, coexistimos com a possibilidade de infringir


a lei, o que conduz inevitavelmente ao processo judicial e suas eventuais punições.
Este é um mecanismo que desde que bem aplicado, serve para que os tomadores
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de risco fiquem atentos quando suas ações possam oferecer alguma forma de
ameaça à vida de outras pessoas (De Soto, 2000).

A rapidez de acumulação de riqueza é um fenômeno no mundo ocidentalizado da


economia capitalista, Hayek (1982) aborda o tema enfatizando a complexidade do
funcionamento do sistema e da diversidade de informações que o compõe, e de tal
forma tão ramificado que isoladamente o máximo de conhecimento que um indivíduo
pode ter acerca da intrincada correlação de operações não supera os 3% da
totalidade do sistema:

“O reconhecimento dos limites insuperáveis para o seu conhecimento


devem na verdade ensinar ao estudioso da sociedade uma lição de
humildade para necessariamente resguardá-lo da possibilidade de se
tornar um cumplice da tentativa do homem de controlar a sociedade,
uma tentativa que não só o transforma em tirano dos seus
semelhantes, mas que pode fazer dele um destruidor de civilizações
que não foram concebidas por um único cérebro mas sim pelo esforço
livre de milhões de indivíduos”. Hayek, 1982.

5 – Inovação tecnológica e seu papel no desenvolvimento das


nações.

A inovação é uma temática que ocupa espaço crescente na economia mundial. Já


em 1992, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)
fazia a seguinte referência: “nos últimos 20 anos e em escala global, a inovação
ganhou papel como protagonista e principal veículo de estímulo à mudança na
sociedade e mais importante alavanca de transformação de negócios e mercados
para empresas e para governos” (OECD, 1992, p.3).

Como resultado da interpretação, elaboração e evolução de diferentes campos de


análise na teoria econômica, a inovação é vista como um processo complexo

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dependente, um caminho caracterizado pela interdependência e interação de uma
variedade de agentes heterogêneos, capazes de aprender e reagir criativamente
com subjetividade e racionalidade processual (OCDE, 2004).

O desenvolvimento de uma nação pode depender crucialmente de sua capacidade


de geração de inovações tecnológicas. Desde o período pós segunda guerra a
literatura sobre o desenvolvimento econômico tem sido dominada por quatro linhas
principais de orientação:

1- Estágios ou Fases lineares de crescimento;


2- Teorias e padrões de crescimento estrutural;
3- Dependência e inserção internacional;
4- Teorias neoclássicas e livre mercado.

Os teóricos da economia nos anos 50 e 60 consideravam o processo de


desenvolvimento como uma série de estágios de crescimento econômico através
dos quais todos os países deveriam passar. Era uma teoria econômica de
desenvolvimento na qual a quantia exata e mistura de poupança, investimento,
ajuda externa era o que se necessitava para habilitar uma nação em
desenvolvimento para se colocar no caminho do crescimento econômico que já
havia sido percorrido por outras nações desenvolvidas. Desenvolvimento então
tornou-se sinônimo de crescimento econômico rápido e agregado (Todaro e Smith,
2011).

Apesar de sua grande importância e participação fundamental no processo de


desenvolvimento, a implementação de processo de inovação não é um processo
autônomo. É um processo dependente de uma conjugação de fatores, sobretudo, a
união da sociedade para o sucesso na elaboração e execução de um plano
direcionador para o progresso.

Acemoglu, Johnson e Robinson (2002) exemplificam uma das barreiras ao processo


de desenvolvimento econômico refletida na disputa por privilégios e poder; diante de

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uma oportunidade de industrialização, se a elite puder fazer investimentos sem ter
ameaçado o seu poder político, é possível que que a oportunidade seja aproveitada.

No entanto, para os autores, há três questões que devem ser pacificadas:

Primeira: As pessoas mais qualificadas para conduzir o processo, podem não fazer
parte da elite, e uma vez que não tenham garantias de propriedade, podem não
querer assumir o risco de fazer os investimentos necessários se tiverem que se
submeter aos interesses políticos da elite.
Segunda: Se o investimento depender de um grupo entrante, a elite pode bloquear
as iniciativas se isto significar que este novo grupo se beneficiará dos resultados da
nova atividade, significando perdas na força original da elite.
Terceira: Se houver uma ameaça de turbulência política ou receio de que a nova
tecnologia implicará em perda de poder político, a elite poder optar por bloquear
novas atividades industriais (Acemoglu, Johnson e Robinson, 2002).

6 - Desenvolvimento como crescimento, e as teorias dos estágios


lineares

Quando o interesse das nações mais pobres do mundo realmente começou a se


materializar a partir da segunda guerra mundial, nos países industrializados os
economistas entenderam que precisavam de informação atualizada e qualificada,
para interpretar a nova realidade. Não havia, portanto, o aparato conceitual
prontamente disponível para uma análise do processo de crescimento econômico
nas sociedades agrárias em grande parte caracterizada pela virtual ausência de
estruturas econômicas modernas. Estes mesmos economistas tinham a referência
recente do Plano Marshall, com a significativa assistência técnica e financeira dos
Estados Unidos que permitiu aos países da Europa, devastados pela guerra
reconstruir e modernizar suas economias em questão de poucos anos.

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A lógica e simplicidade dessas duas vertentes de pensamento, a utilidade de
injeções massivas de capital e os padrões históricos dos países agora
desenvolvidos, eram muito atraentes para serem refutados por estudiosos, políticos
e administradores em países ricos, para os quais os povos e as formas de vida no
mundo em desenvolvimento, muitas vezes não representava muito mais que dados
das estatísticas das Nações Unidas ou capítulos espalhados em livros de sociologia
e antropologia. Devido à sua ênfase no papel central da acumulação de capital
acelerada, esta abordagem é também conhecida como “Fundamentalismo
Capitalista" (Todaro e Smith, 2011).

6.1 - Os estágios de crescimento de Rostow.

O modelo elaborado por Walt Whitman Rostow (1916-2003) se aplica em cinco


etapas que se auto complementam. Quando uma nação movimenta-se em direção à
modernização econômica, passa por uma série de modificações sobre sua condição
inicial, o que ocorre durante um período de tempo. As cinco etapas são definidas
como: Sociedade Tradicional; Pré-condições para o arranque; O arranque rumo à
modernização econômica; O processo de maturidade; Era do consumo de massa
(Rostow, 1971).

Durante a fase de Sociedade Tradicional, o pais encontra-se em sua origem agrária,


com feudos e latifúndios e economia localizada ou regionalizada. A agricultura
determina os rumos da economia e portanto, os latifundiários determinam ou
influenciam as principais políticas e serem seguidas. Os processos acontecem de
forma autônoma, sem rigor científico nem com o propósito claro de evolução dos
meios de produção, assemelhando-se à economia de subsistência. Produção e
consumo nesta fase são entornos reclusos entre si (Rostow, 1971).

Na fase de pré-condições, a sociedade que decide partir para o desenvolvimento


econômico, evolui sua condição anterior com o apoio ao surgimento de classes
empresariais, estimulo ao empreendedorismo e o uso das ciências começa a se

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sobressair com a aplicação de planejamento, matemática, controles e estatísticas.
Capital e investimento começam a desempenhar um papel importante, dado que o
pressuposto do retorno do investimento leva à ideia de que capital + investimento +
retorno seja o modelo e objetivo do gerenciamento da economia. O comércio se
expande, a infraestrutura entra na lista de necessidades, sobretudo a infraestrutura
logística, a moeda ocupa seu espaço, e a partir disso a acumulação de capital, o
sistema financeiro, a poupança e consequentemente, para os objetivos de
crescimento econômico, o investimento (Rostow, 1971).

Na fase do Arranque para o Crescimento Sustentável, a demanda por produtos é


percebida e pede certo nível de industrialização, o que cria uma nova classe de
empregados, fazendo a agricultura jogar um papel secundário, de forma que a
sociedade que planeja seu crescimento econômico, deixa de priorizar a agricultura
para incentivar a manufatura. O crescimento fica então concentrado em poucas
regiões, pois a necessidade de novos conhecimentos exige que as especialidades
estejam próximas à indústria de transformação (Rostow, 1971).

Os métodos de gestão modernizados, passam a utilizar os indicadores de operação


e eficiência de uso e aplicação de recursos. Em termos nacionais, 10% do PIB é
entendido como uma média comum no que se refere aos indicadores de
investimentos. A partir deste estágio as políticas de fomento deste processo passam
a ser fundamentais, que são discutidas entre os vários setores da economia. Com o
aumento de emprego, há o aumento de renda, o consequente aumento de demanda
e investimento, possibilitando o crescimento sustentado (Rostow, 1971).

Na fase de Orientação para a Maturidade, a economia se amplia atingindo novas


áreas, a manufatura evolui, o comercio evolui, e surge a necessidade de
especialidades em serviços, novas técnicas, novas formas de gerenciamento e
controle. A inovação tecnológica associada aos novos conhecimentos, encontra
então um espaço e oportunidade de atuação para acelerar e consolidar o
crescimento (Rostow, 1971).

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Nessa fase a importação e a exportação começam a se destacar nos indicadores da
nova economia, e socialmente começa a concretizar os benefícios do aumento de
renda, da poupança e do investimento, retroalimentando os processos econômicos e
mudando radicalmente o padrão de vida da sociedade (Rostow, 1971).

A radicalização atinge seu ponto máximo quando a economia entra na sua quinta
fase, Consumo de Massa, nesta fase há necessidade de bens de capital, aumenta a
compra de bens duráveis, o consumo de bens não duráveis multiplica-se, o setor de
serviços assume uma força cada vez mais preponderante e necessária, e o
consumidor ganha uma nova atividade quando passa a se dedicar aos prazeres da
escolha para o consumo (Rostow, 1971).

6.2 – Teorias do desenvolvimento pós rostownianas e o alerta de


Furtado.

A abordagem de estágios lineares foi substituída por duas escolas competitivas e


ideológicas de crescimento econômico. A primeira, focada em teorias e padrões de
mudança estrutural, usava a teoria econômica moderna e análise estatística numa
tentativa de retratar o processo interno de mudança estrutural a que o típico país em
desenvolvimento se submetia se fosse bem sucedido em gerar e sustentar um
processo de crescimento econômico rápido.

A segunda, da inserção e dependência internacional, foi mais radical e de orientação


política. Via o subdesenvolvimento em termos de relações de poder internacional e
doméstica, rigidez econômica institucional e estrutural, e a proliferação resultante da
economia dual e das sociedades duais tanto internas quanto entre as nações do
mundo (Todaro e Smith, 2011).

Teorias da dependência tendem a enfatizar as restrições políticas internas e


externas do desenvolvimento econômico. A ênfase é colocada na necessidade de
políticas de erradicação da pobreza, prover oportunidades de emprego, e reduzir a
desigualdade (Todaro e Smith, 2011).

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Estes e outros objetivos igualitários devem ser atingidos dentro do contexto de uma
economia em crescimento, mas o crescimento econômico per se não é devido ao
status exaltado pelos modelos dos estágios lineares ou das mudanças estruturais
(Todaro e Smith, 2011).

Passando pelos anos 80 e 90. Uma quarta abordagem toma lugar e ganha força e
potência como direcionadora das economias, sobretudo nos países onde outros
modelos eram aplicados e que passaram a ser aderentes ao capitalismo. A contra
revolução neoclássica ou neoliberal do pensamento econômico enfatizou o papel
benéfico dos mercados livres, das economias abertas, desmontou o planejamento
central e criou classes de empresários e proprietários juntamente com o
investimento direto (Todaro e Smith, 2011).

Nesta nova onda, acontece a privatização das empresas públicas. Há uma


reformulação nos sistema de forma que a base econômica de exploração e
exportação de energia e matérias-primas é acrescida da atividade industrial e maior
inserção nos mercados (IPEA-II, 2009).

A falha em desenvolver, de acordo com esta teoria, é devida às discordâncias e


desacordos entre as forças internas e externas de exploração. Ainda assim, é
preciso superar os processos de morosidades e desvio de propósitos e alterações
de planejamento resultantes do excesso de intervenção do governo e da
regulamentação da economia (Todaro e Smith, 2011).

Neste aspecto, há um conjunto de complexidades lembrado por Furtado (1996) em


sua crítica ao relatório – Limites do Crescimento, do Clube de Roma, faz uma
análise das várias possibilidades limitantes de crescimento e do otimismo que o
documento expressava sobre o desenvolvimento capitalista. Furtado esclarece que
o modelo utilizado pelo Clube de Roma focava exclusivamente as economias
centrais num mundo globalizado, sem considerar as especificidades do
desenvolvimento nas economias periféricas, o que torna o relatório do Clube de
Roma uma observação inadequada da realidade
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Furtado (1996) frisava não ser possível aceitar a tese exposta pelo estudo segundo
a qual o desenvolvimento capitalista acaba versando sobre elevados padrões de
consumo ligado à concentração de renda e ao mimetismo cultural onde a empresas
multinacionais instalam suas operações. O autor afirma que há um bloco de
economias que lideraram o processo de industrialização e o papel das empresas
multinacionais neste processo de liderança e acesso aos recursos (humanos,
técnicos e naturais) é fundamental.

Este padrão de consumo, segundo Furtado, teria barreiras devido às possibilidades


finitas do sistema (condições e capacidade de produção, disponibilidade de recursos
e energia, entre outros) que o faz girar em torno de 10% da população dos países e
o limitaria a um máximo de 30% da população mundial como classe consumidora
por excelência.

Desta forma, Furtado assevera que não há a eliminação dos extremos da


desigualdade social e econômica, pois o estilo de vida criado pelo capitalismo
industrial sempre será de privilégios para uma minoria, numa forma econômica cujo
custo principal é a degradação e depredação do mundo físico e que se fosse
possível sua consecução, causaria inexoravelmente o colapso de toda a civilização.

Furtado (1996) conclui que as economias periféricas jamais poderão atingir


desenvolvimento e condições de consumo similares àquelas das economias centrais
do sistema capitalista, o que dá forma e conteúdo à sua crítica como o mito do
desenvolvimento econômico, onde expõe e afirma que o próprio sistema impede a
universalização do desenvolvimento nos moldes de produção, consumo e benefícios
sociais então propostos pelo Clube de Roma. Os estudos acima abordados
(Relatório sobre a riqueza mundial, UNDP, Relatório do Banco Mundial na análise de
Bauman) apontam de forma consistente a assertividade de Furtado em sua crítica e
avaliação.

A abordagem eclética de hoje, desenha porções de todas estas perspectivas, cada


qual com seus pontos fortes e pontos fracos (Todaro e Smith, 2011). Enquanto
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houver progresso técnico, haverá história e, portanto, haverá Estado. Hoje, para
muitas nações, o setor ausente é o conhecimento. É preciso buscá-lo, esteja onde
estiver. Por isso, para estas nações não houve inovação tecnológica, nem
crescimento e muito menos desenvolvimento e melhorias sociais. É preciso colocar
na ordem do dia a necessidade premente de reconstrução do Estado e da
capacidade de a sociedade, por seu intermédio, conceber e implementar as políticas
necessárias para a construção do bem comum (IPEA-I, 2009).

7 - Considerações

Este ensaio teve o objetivo de fazer um breve traçado das dificuldades e desafios do
desenvolvimento econômico e tecnológicos e da necessária implementação de
medidas para sua consecução. As dificuldades são históricas e em muitos países as
políticas de desenvolvimento e inovação falham devido à falta de coesão de forças
da sociedade e ausência de planos apropriados para o curto, médio e longo prazos,
com destaque a falta de ênfase, senão o completo descaso quanto ao papel da
educação de qualidade na geração de externalidades e promoção da
competitividade.

Desde Malthus, Smith, Marx, Rostow e Schumpeter, o mundo experimentou


mudanças importantes nos aspectos ideológicos e nos aspectos econômicos, com
maior força nos passados 100 anos, período de maior produção de riqueza
comparativamente a toda a história humana precedente, como é conhecida, e
notadamente nos recentes 40 anos quando a força do progresso tecnológico
revestiu de grande potencialidade o consumo de massa.

A função do Estado, os investimentos públicos, a infraestrutura, os direitos de


propriedade, as regras de mercado são cruciais e as teorias de desenvolvimento
enfatizam sua importância, no entanto, a complexidade dos processos econômicos
esbarra ainda em agravantes que vão desde as distorções resultantes de processo

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colonizadores passando pelo interesses de grupos e elites, até as barreiras de
inserção adequada e favorecedora no sistema de nações.

Conforme apontado pelas estatísticas de Rosling, é inegável que de forma geral


houve grande progresso e melhoria nas condições de vida e bem estar no planeta.
Mas estatísticas são frias. O consumo de produtos, a longevidade, o aumento do
PIB, tem seus efeitos colaterais negativos, tanto sobre o meio ambiente como sobre
as formas de vida, como as conhecemos. O que converge para a necessidades de
criação de possibilidades de mudanças estruturais e diretas, e não residuais, sem
prioridade, posto que com base nas críticas de Furtado, a existência humana, geral
e sem distinção, pautada no bem-estar, não é um trade-off para o desenvolvimento
tecnológico e econômico.

Paralelamente à importância das estruturas é fundamental que haja diálogo. Um


diálogo que modifique o discurso atual, notadamente improdutivo quando defende
ou perpetua as visões restritas e interesses de grupos e elites, e que, portanto,
retomando uma vez mais Furtado, perde em utilidade para 90% da população que
habita o planeta.

Finalmente, é necessário que haja novas proposições, e alternativas de modelos


econômicos, tanto imediatas, no curto prazo, como prospectivas para o médio e
longo prazos a nível micro e macro, individual e coletivos, local, nacional,
transnacional e global, em todas as áreas de conhecimento e da inter-relação de
pessoas e grupos, sem retratos enganosos e para produzir necessariamente um
quadro de conclusões úteis para substituição efetiva do modelo vigente, e não mais
um guia para a análise empírica.

A onipotência do capital e do lucro, a força da tecnologia, a abrangência das


ideologias e das crenças devem prover estruturas consistentes para que haja uma
relação de forças em favor da evolução do homem como ser livre para planejar e
para decidir, com longevidade e suficiência de bem estar para que estas condições,
como premissas, possam sempre prevalecer.

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Este trabalho foi finalizado em Janeiro de 2014.

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