You are on page 1of 10

Noções de Comércio Exterior

7º Aula

Termos internacionais de
comércio - (International
Commercial Terms - INCOTERMS)

Ao iniciar a aula 07, é importante reconhecer que aprender é um processo que exige preparo!
Como você pode imaginar, não basta somente construir conceitos e utilizá-los, servindo-se de diferentes
habilidades, ou seja, apenas o conhecimento das informações ou dos dados isolados não é suficiente: é preciso
situá-los em seu contexto para que adquiram sentido!
Vivemos em uma sociedade em que recebemos um número altíssimo de informações advindas de diversos
meios de comunicação. Assim, além de assimilá-las é necessário que saibamos organizar e selecionar as mais
importantes, para que tenhamos condições de aplicar na prática os conhecimentos que construímos na teoria.
Nesse ensejo, sugerimos que ao receber uma nova informação ou reconhecer um novo conceito, procure
buscar formas de entender também o contexto no qual ele se insere para analisar sua importância e organizá-lo
em sua mente junto aos demais conhecimentos construídos ao longo de sua vida. Isso fará a diferença entre
reconhecer informações ou transformar conhecimentos em resultados profissionais!
Pense nisso...
Boa aula!

Objetivos de aprendizagem

Ao final desta aula, vocês serão capazes de:

• reconhecer e interpretar os principais termos internacionais do comércio;


• definir e conceituar o termo “incoterms” e conhecer uma breve contextualização histórica sobre ele;
• apontar os objetivos e as regras definidas pelos incoterms.
45

Seções de estudo Viu como o INCOTERMS é algo simples que você já está deve ter ouvido
em outra ocasião?
Agora, para sedimentar sua aprendizagem, sugerimos que pare
1 - Incoterms: síntese histórica e conceituação um minuto, reflita sobre o que estudou. Com o resultado de sua
2 - Categorias do Incoterms autoavaliação, você poderá escolher entre prosseguir seus estudos ou
pedir ajuda para eliminar eventuais dúvidas, antes que elas se tornem
uma “bola de neve”! Pense nisso...
1 - Incoterms: Síntese Histórica e
Conceituação Por essa razão, os termos internacionais de comércio
são também denominados “Cláusulas de Preço”, pelo fato de
cada termo determinar os elementos que compõem o preço
Para iniciar nossas reflexões sobre os termos internacionais de da mercadoria, adicionais aos custos de produção.
comércio, nesta Seção, vamos compreender brevemente o conceito de Após agregados aos contratos de compra e venda,
incoterms e situá-lo historicamente. os incoterms passam a ter força legal, com seu significado
Ah, durante a leitura desta e das demais seções da aula 07, é importante jurídico preciso e efetivamente determinado.
que tenha sempre a mão materiais de pesquisa para eliminação de
eventuais dúvidas pontuais sobre os termos aqui empregados. Ah,
lembre-se de que na internet é possível localizar e utilizar vários desses Saiba Mais
materiais, tais como: dicionários, enciclopédias, sites de busca etc. Os chamados Incoterms (International Commercial Terms / Termos
Bons estudos! Internacionais de Comércio) servem para definir, dentro da estrutura
de um contrato de compra e venda internacional, os direitos e
obrigações recíprocos do exportador e do importador, estabelecendo
Maia (2007, p. 246) trata sobre a Convenção de Genebra: um conjunto- padrão de definições e determinando regras e práticas
neutras, como por exemplo: onde o exportador deve entregar a
Em 1931, os países membros da Liga das mercadoria, quem paga o frete, quem é o responsável pela contrato
Nações (órgão, naquela época, equivalente à do seguro. Enfim, os incoterms têm esse objetivo, uma vez que se
ONU) reuniram-se em Genebra para adotar trata de regras internacionais, imparciais, de caráter uniformizador,
uma lei uniforme para cheques, letras de que constituem toda a base dos negócios internacionais e objetivam
câmbio e notas promissórias. A finalidade dessa
promover sua harmonia. Na realidade, não impõem e sim propõem
convenção era dirimir os conflitos decorrentes
o entendimento entre vendedor e comprador, quanto às tarefas
das inúmeras leis de cada país, que dificultavam
o comércio internacional, ficando conhecida necessárias para deslocamento da mercadoria do local onde é
como CONVENÇÃO DE GENEBRA. elaborada até o local de destino final (zona de consumo): embalagem,
transportes internos, licenças de exportação e de importação,
Até aquele momento as partes intervenientes nesses movimentação em terminais, transporte e seguro internacionais etc.”
contratos desconheciam as diferenças existentes nas (APRENDENDO A EXPORTAR, 2017).
negociações entre os países devido à legislação.
Desse modo, no âmbito do comércio internacional, essa
falta de uniformidade foi e ainda é constante fonte de atritos, Em outras palavras, os incoterms simplificam e agilizam
provocando desentendimento, questões judiciais, com todo a elaboração das cláusulas dos contratos de compra e venda.
desperdício de tempo e dinheiro que acarretam (LOPES Os incoterms têm como objetivo determinar:
VASQUES, 2007). a) Ponto de entrega da mercadoria;
Sendo assim, os incoterms surgiram em 1936, quando a b) O local exato da divisão das responsabilidades;
Câmara Internacional do Comércio - CCI, com sede em Paris, c) Os custos das partes intervenientes.
interpretou e consolidou as diversas formas contratuais que
vinham sendo utilizadas no comércio internacional, com o “Um bom domínio dos incoterms é indispensável para que o negociador
intuito de uniformizar as cláusulas contratuais entre os países possa incluir todos os seus gastos nas transações em Comércio
signatários. Exterior. Vale ressaltar que as regras definidas pelos incoterms valem
Com o constante aperfeiçoamento do processo negocial apenas entre os exportadores e importadores, não produzindo efeitos
e logístico, com este último absorvendo tecnologias mais em relação às demais partes envolvidas, tais como: despachantes,
sofisticadas, fez com que os incoterms passassem por diversas seguradoras e transportadores” (APRENDENDO A EXPORTAR, 2011).
modificações ao longo dos anos, culminando com um novo
conjunto de regras, conhecido atualmente como “Incoterms
Segundo Lopes Vasques (2007, p. 27), as incoterms não
2000” (LOPES VASQUES, 2007).
tratam:
Representados por siglas de três letras, os termos
a) da transferência dos direitos de propriedade sobre as
internacionais de comércio simplificam os contratos de
mercadorias;
compra e venda internacional, ao contemplarem os direitos e
b) de relevamento de obrigações e exceções das
obrigações mínimas do vendedor e do comprador quanto às
responsabilidades em caso de eventos não previstos;
tarefas adicionais ao processo de elaboração do produto.
Noções de Comércio Exterior 46
c) de consequências de várias falhas em contratos, F de Free (Transporte FCA - Free Carrier Mercadoria entregue
exceto aquelas a respeito da transferência dos riscos e custos Principal não Pago FAS - Free Alongside a um transportador
quando o comprador falha em suas obrigações de aceitar as pelo Exportador) Ship internacional
mercadorias ou designar um transportador sob os termos F FOB - Free on Board indicado pelo
(frete principal por contato do comprador); comprador.
Vale ressaltar que as regras definidas pelos incoterms valem C de Cost ou CFR - Cost and O vendedor contrata
apenas entre os exportadores e importadores, não produzindo Carriage (Transporte Freight o transporte, sem
efeitos em relação às demais partes envolvidas, tais como: Principal Pago pelo CIF - Cost, Insurance assumir riscos por
despachantes, seguradoras e transportadores. Exportador and Freight perdas ou danos às
Representados por siglas de três letras, os termos CPT - Carriage Paid mercadorias ou
internacionais de comércio simplificam os contratos de To custos adicionais
compra e venda internacional, ao contemplarem os direitos CIP - Carriage and decorrentes de
e obrigações mínimas do vendedor e do comprador quanto Insurance Paid to eventos ocorridos
às tarefas adicionais ao processo de elaboração do produto. após o embarque e
Por essa razão, os termos internacionais são também despacho.
denominados “Cláusulas de Preço”, pelo fato de cada D de Delivery DAF - Delivered at O vendedor se
termo determinar os elementos que compõem o preço da (Chegada - Máxima Frontier responsabiliza por
mercadoria, adicionais aos custos de produção. obrigação para o DES - Delivered todos os custos e
Após agregados aos contratos de compra e venda, os exportador) Ex-Ship riscos para colocar a
incoterms passam a ter força legal, com seu significado jurídico DEQ - Delivered Ex- mercadoria no local
preciso e efetivamente determinado. Assim, simplificam e Quay de destino.
agilizam a elaboração das cláusulas dos contratos de compra DDU - Delivered Duty
e venda. Unpaid
DDP – Delivered Duty
2 - Categorias dos Incoterms Paid

Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. INCOTERMS. Disponível em: http://www.mdic.


Procure analisar cuidadosamente cada imagem, antes gov.br/sistemas_web/aprendex/default/index/conteudo/id/30>. Acesso em: 10 mar.
2017.
de prosseguir em sua leitura, uma vez que elas representam
importantes instrumentos para a construção de seus
Antes de iniciar a definição das categorias, serão
conhecimentos!
apresentadas algumas ilustrações para facilitar o entendimento:
Para contextualizar melhor os incoterms, vejamos a
ilustração disponibilizada a seguir: Figura 7.2 Ilustração simplificada
Figura 7.1 Incoterms ou cláusulas dos preços

Fonte: MAP SUPPORT. The data base. Disponível: <http://www.mapsupport.com/


thedatabase/impex/incoterms.jpg>. Acesso em: 10 março 2017..
Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. Incoterms Disponível em: <http://www.
Veja o quadro dos incotems para reconhecer suas aprendendoaexportar.gov.br/gemasejoias/img/tabela_INCOTERMS>. Acesso em: 10
março. 2017.
categorias:

Quadro 7.1 Resumo dos incoterms (2000) Observe que onde tem o Cais – Porto, também pode ser
entendido como aeroporto, ferrovia, rodovia ou porto, ou seja,
E de Ex (Partida - EXW - Ex Works Mercadoria entregue todos os meios de transporte.
Mínima obrigação ao comprador no Lembrando que para cada modalidade terá o meio de
para o exportador) estabelecimento do transporte específico, algumas serão válidos em todos os meios
vendedor. e outras será especifico a um único meio de transporte.
47
• DAF (Delivered At Frontier)
Fique atento (a)! No site do YOU TUBE, você pode encontrar inúmeros • DES (Delivered Ex-Ship)
vídeos sobre os INCOTERMS. Sugiro que realize buscas utilizando esse • DEQ (Delivered Ex-Quay)
termo como palavra-chave, procure assistir alguns deles e se posicionar • DDU (Delivered Duty Unpaid)
criticamente em relação ao conteúdo. Com os conhecimentos que está
adquirindo, cada vez mais, você se torna capaz de superar o senso Incoterms incluídos na versão 2010:
comum sobre as informações disponibilizadas nos diferentes meios • DAT (Delivered at Terminal)
de comunicação e utilizá-las como fontes de pesquisa, sempre que • DAP (Delivered at Place)
considerar que se trata de conhecimentos úteis! Nos dois novos termos (DAT e DAP) pode ser adotada
qualquer modalidade de transporte.
A SEGUIR SERÃO APRESENTADOS OS Para os termos FOB (Free on Board), CFR (Cost and
TERMOS DE FORMA ILUSTRATIVA, PORÉM, A Freight) e CIF (Cost, Insurance and Freight) há uma mudança
SEGUINTE NOTA ESCLARECE AS ALTERAÇÕES importante dos Incoterms 2000 para os Incoterms 2010: a
CONCERNENTES AOS TERMOS: entrega da mercadoria deixa de ser na amurada do navio para
ser a bordo do navio, o que evita erros de interpretação das
A primeira edição dos INCOTERMS aconteceu em 1936 regras.
e, de tempos em tempos, são feitas revisões, análises pela CCI Os Incoterms 2010 foram discriminados pela International
e publicadas atualizações, de modo a refletir as mudanças que Chamber of Commerce (ICC), em sua Publicação Nº 715E,
acontecem no comércio. de 2010. A Resolução Camex nº 21, de 07 de abril de 2011
relaciona os códigos que deverão ser adotados para fins de
Essas mudanças acontecem para adequar as novas identificação de venda praticada, nos documentos e registros
realidades do mercado, novas tecnologias. de controle dos órgãos da Administração Federal (MDIC,
2010).
Sendo assim, a partir de janeiro de 2011 entrou em vigor
Os gráficos ilustrativos das modalidades de Incoterms
a versão das INCOTERMS 2010, que não incorpora quatro
foram inspiradas no livro Condições Internacionais de
termos da versão 2000 e inclui dois novos termos, reduzindo
Compra e Venda - Incoterms 2000, de autoria de Angelo
de treze para onze o número de Incoterms. Observe-se,
Luiz Lunardi, Edições Aduaneiras, São Paulo, 2000.
entretanto, que as versões 2000 e anteriores continuam valendo
e podem ser aplicadas desde que haja vontade manifesta das No vídeos sugeridos ao fim da AULA existem LINKS
partes envolvidas. com animações para melhor visualizar e entender cada termo.
PARA CONHECIMENTO DAS INCOTERMS 2010 2.1 - EXW - Ex Works (À disposição -
http://www.mdic.gov.br/sistemas_web/aprendex/ local de origem)
default/index/conteudo/id/273
Observe a imagem:
As ilustrações e o resumo apresentadas do quadro 7.1, está
baseado nas INCOTERMS 2000, porém, essas não deixam Figura 7.3 EXW – Ex works (...named place)
de existir devido as novas versões, as INCOTERMS 2000
continuam válidas.

“A partir de 1º de janeiro de 2011 entrou em vigor a


versão INCOTERMS 2010, que não incorpora quatro termos
da versão 2000 e inclui dois novos termos, reduzindo de treze
para onze o número de INCOTERMS. Observe-se, entretanto,
que as versões 2000 e anteriores continuam valendo e podem
ser aplicadas desde que haja vontade manifesta das partes
envolvidas”(MDIC, 2010).

ATENÇÃO: PARA AS NOSSAS PROVAS:

► Os vídeos sugeridos, é para conhecimento e fontes de Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. Incoterms. Disponível em: <http://www.
aprendendoaexportar.gov.br/gemasejoias/img/tabela_INCOTERMS>. Acesso em:
pesquisa, mas o que é válido para as avaliações, será o que foi 10 jul. 2009, às 18 horas.
apresentado em nosso material. No caso da EXW - Ex Works:
a) A mercadoria é colocada à disposição do comprador
► Outro ponto, para as provas, não será cobrado cada
no estabelecimento do vendedor ou em outro local nomeado
termo (de forma individual) e suas características.
(fábrica, armazém etc.), não desembaraçada para exportação
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, e não carregada em qualquer veículo coletor.
Indústria e Comércio (MDIC) A DIFERENÇA DAS b) Esse termo representa obrigação mínima para o
INCOTERMS 2000 e 2010 são as seguintes: vendedor.
c) O comprador arca com todos os custos e riscos
Incoterms não recepcionados pela versão 2010: envolvidos em retirar a mercadoria do estabelecimento do
Noções de Comércio Exterior 48
vendedor. b) A partir daquele momento, cessam todas as
d) Desde que o Contrato de Compra e Venda contenha responsabilidades do vendedor, ficando o comprador
cláusula explícita a respeito, os riscos e custos envolvidos responsável por todas as despesas e por qualquer perda ou
e o carregamento da mercadoria na saída, poderão ser do dano que a mercadoria possa vir a sofrer.
vendedor. c) O local escolhido para entrega é muito importante
e) EXW não deve ser usado se o comprador não puder para definir responsabilidades quanto à carga e descarga
se responsabilizar, direta ou indiretamente, pelas formalidades da mercadoria: se a entrega ocorrer nas dependências do
de exportação. vendedor, este é o responsável pelo carregamento no veículo
f) Esse termo pode ser utilizado em qualquer coletor do comprador; se a entrega ocorrer em qualquer
modalidade de transporte. outro local pactuado, o vendedor não se responsabiliza pelo
descarregamento de seu veículo.
d) O comprador poderá indicar outra pessoa, que não
Informação adicional: “EXW – Ex Works: o produto e a fatura devem
seja o transportador, para receber a mercadoria. Nesse caso,
estar à disposição do importador no estabelecimento do exportador.
o vendedor encerra suas obrigações quando a mercadoria é
Todas as despesas e quaisquer perdas e danos a partir da entrega da
entregue àquela pessoa indicada.
mercadoria, inclusive o despacho da mercadoria para o exterior, são
e) Esse termo pode ser utilizado em qualquer modalidade
da responsabilidade do importador. Quando solicitado, o exportador
de transporte.
deverá prestar ao importador assistência na obtenção de documentos
relação a qualquer via de transporte” (SCHUALM, 2011).
Saber Mais
“FCA - Free Carrier: o exportador entrega as mercadorias,
2.2 - FCA - Free Carrier (Terminal de desembaraçadas para exportação, à custódia do transportador, no
cargas do país de origem) local indicado pelo importador, cessando aí todas as responsabilidades
do exportador. Essa condição pode ser utilizada em qualquer tipo de
Vamos iniciar analisando uma ilustração:
transporte, inclusive o multimodal” (SCHUALM, 2011).
Figura 7.4 Free Carrier (Terminal de cargas do país
de origem)
2.3 - FAS - Free Along side Ship (Livre
ao Lado do Navio)
Observe a imagem:

Figura 7.5 Free Alongside Ship (Livre ao Lado do navio)

Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. Incoterms. Disponível em: <http://www.


aprendendoaexportar.gov.br/gemasejoias/img/tabela_INCOTERMS>. Acesso em:
10 jul. 2009, às 12 horas.

No Free Carrier:
a) O vendedor completa suas obrigações quando
entrega a mercadoria, desembaraçada para a exportação,
aos cuidados do transportador internacional indicado pelo
comprador, no local determinado. Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. Incoterms. Disponível em: <http://www.
aprendendoaexportar.gov.br/gemasejoias/img/tabela_INCOTERMS>. Acesso em: 10
jul. 2009, às 18 horas.
“FCA (Free Carrier - Franco Transportador ou Livre Transportador):
nesse termo o vendedor (exportador) completa suas obrigações
No Free Alongside Ship:
quando entrega a mercadoria, desembaraçada para exportação, aos
a) O vendedor encerra suas obrigações no momento em
cuidados do transportador internacional indicado pelo comprador,
que a mercadoria é colocada ao lado do navio transportador,
no local designado do país de origem. Deve ser notado que o local
no cais ou em embarcações utilizadas para carregamento, no
escolhido de entrega tem um impacto nas obrigações de embarque e
porto de embarque designado.
desembarque das mercadorias naquele local.
b) A partir daquele momento, o comprador assume
Se a entrega ocorrer na propriedade do vendedor, o vendedor é
todos os riscos e custos com carregamento, pagamento de
responsável pelo embarque. Se a entrega ocorrer em qualquer outro
frete e seguro e demais despesas.
lugar, o vendedor não é responsável pelo desembarque.
c) O vendedor é responsável pelo desembaraço da
Dessa forma, cabe ao comprador (importador) contratar frete e o
mercadoria para exportação.
seguro internacional. Esse termo pode ser utilizado em qualquer
d) Esse termo pode ser utilizado somente para transporte
modalidade de transporte” (COMXPORT, 2011).
aquaviário (marítimo fluvial ou lacustre).
49
Figura 7.7 - CFR – Cost and Freight (Porto de destino
FAS – Free Along Ship: as obrigações do exportador encerram-se ao designado)
colocar a mercadoria, já desembaraçada para exportação, no cais,
livre junto ao costado do navio. A partir desse momento, o importador
assume todos os riscos, devendo pagar inclusive as despesas de
colocação da mercadoria dentro do navio. O termo é utilizado para
transporte marítimo ou hidroviário interior (SCHUALM, 2011).

2.4 - FOB - Free on board (Livre


a bordo do navio)
Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. Incoterms. Disponível em: <http://www.
Iniciemos pela ilustração: aprendendoaexportar.gov.br/gemasejoias/img/tabela_INCOTERMS>. Acesso em:
10 jul. 2009, às 12 horas.

Figura 7.6 Free on Board (Livre a bordo do navio) É importante saber que no CFR:
a) O vendedor é o responsável pelo pagamento dos
custos necessários para colocar a mercadoria a bordo do navio.
b) O vendedor é responsável pelo pagamento do frete
até o porto de destino designado.
c) O vendedor é responsável pelo desembaraço da
exportação.
d) Os riscos de perda ou dano da mercadoria, bem como
qualquer outro custo adicional são transferidos do vendedor
para o comprador no momento em que a mercadoria cruza a
murada do navio.
e) Caso queira se resguardar, o comprador deve
contratar e pagar o seguro da mercadoria.
f) Cláusula utilizável exclusivamente no transporte
Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. Incoterms. Disponível em: <http://www.
aprendendoaexportar.gov.br/gemasejoias/img/ tabela_INCOTERMS>. Acesso em: 10 aquaviário (marítimo, fluvial ou lacustre).
jul. 2009, às 12 horas.

Já no Free on board: É importante lembrar que CFR – Cost and Freight é “o exportador deve
a) O vendedor encerra suas obrigações quando a entregar a mercadoria no porto de destino escolhido pelo importador.
mercadoria transpõe a amurada do navio (ship’srail) no porto de As despesas de transporte ficam, portanto, a cargo do exportador. O
embarque indicado e, a partir daquele momento, o comprador importador deve arcar com as despesas de seguro e de desembarque
assume todas as responsabilidades quanto a perdas e danos. da mercadoria. A utilização desse termo obriga o exportador a
b) A entrega se consuma a bordo do navio designado desembaraçar a mercadoria para exportação e utilizar apenas o
pelo comprador, quando todas as despesas passam a correr por transporte marítimo ou hidroviário interior” (SCHUALM, 2011).
conta do comprador.
c) O vendedor é o responsável pelo desembaraço da
mercadoria para exportação.
2.8 - CIP Carriage and Insurance
d) Esse termo pode ser utilizado exclusivamente no
Paid to (Transporte e seguros pagos
transporte aquaviário (marítimo, fluvial ou lacustre).
até o local de destino designado)
Observe a imagem:

Informação complementar: “FOB – Free on Board: o exportador deve Figura 7.10 CIP Carriage and Insurance Paid to
entregar a mercadoria, desembaraçada, a bordo do navio indicado (Transporte e seguros pagos até o local de destino designado)
pelo importador, no porto de embarque. Esta modalidade é válida
para o transporte marítimo ou hidroviário interior. Todas as despesas,
até o momento em que o produto é colocado a bordo do veículo
transportador, são da responsabilidade do exportador. Ao importador
cabem as despesas e os riscos de perda ou dano do produto a partir do
momento que este transpuser a amurada do navio” (SCHUALM, 2011).

2.5 - CFR - Cost and Freight (Porto de


destino designado)
Vamos iniciar, analisando criteriosamente a imagem a
seguir: Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. Incoterms. Disponível em: <http://www.
aprendendoaexportar.gov.br/gemasejoias/img/tabela_INCOTERMS>. Acesso em:
10 jul. 2009, às 13 horas.
Noções de Comércio Exterior 50
Assim, na CIP:
a) As responsabilidades do vendedor são as mesmas Com a “DAF – Delivered at Frontier: o exportador deve entregar a
descritas no CPT, acrescidas da contratação e pagamento do mercadoria no ponto e local designados na fronteira, antes, porém,
seguro até o destino. da linha limítrofe com o país de destino. Este termo é utilizado
b) A partir do momento em que as mercadorias são principalmente nos casos de transporte rodoviário ou ferroviário”
entregues à custódia do transportador, os riscos por perdas (SCHUALM, 2011).
e danos se transferem do vendedor para o comprador, assim
como possíveis custos adicionais que possam incorrer.
c) O seguro pago pelo vendedor tem cobertura mínima, 2.10 - DES - Delivered Ex Ship
de modo que compete ao comprador avaliar a necessidade de (Entregue a partir do navio - no porto
efetuar seguro complementar. de destino)
d) Cláusula utilizada em qualquer modalidade de
transporte. Segue imagem para apreciação:

Figura 7.12 DES – Delivered Ex Ship - (Entregue a partir


Informação adicional: “CIP – Carriage and Insurance Paid to...: adota do navio - porto de destino designado)
princípio semelhante ao CPT. O exportador, além de pagar as despesas
de embarque da mercadoria e do frete até o local de destino, também
arca com as despesas do seguro de transporte da mercadoria até
o local de destino indicado. O CIP pode ser utilizado com qualquer
modalidade de transporte, inclusive multimodal” (SCHUALM, 2011).

2.9 - DAF - Delivered At Frontier


(Entregue na Fronteira - local
designado)
Segue imagem para análise:

Figura 7.11 - DAF Delivered At Frontier (Entregue na


fronteira – local designado)

Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. Incoterms. Disponível em: <http://www.


aprendendoaexportar.gov.br/gemasejoias/img/tabela_INCOTERMS>. Acesso em: 10
jul. 2009, às 17 horas.

Na DES:
a) O vendedor deve colocar a mercadoria à disposição
do comprador, a bordo do navio, não desembaraçada para a
importação, no porto de destino designado.
b) O vendedor arca com todos os custos e riscos até o
porto de destino, antes da descarga.
c) Esse termo somente deve ser utilizado para transporte
aquaviário (marítimo, fluvial ou lacustre).

Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. Incoterms. Disponível em: <http://www.


aprendendoaexportar.gov.br/gemasejoias/img/tabela_INCOTERMS>. Acesso em:
10 jul. 2009, às 13 horas.
A DES – Delivered Ex Ship é uma “modalidade utilizada somente
para transporte marítimo ou hidroviário interior. O exportador tem
De acordo com a DAF:
a obrigação de colocar a mercadoria no destino estipulado, a bordo
a) O vendedor deve entregar a mercadoria no ponto
do navio, ainda não desembaraçada para a importação, assumindo
combinado na fronteira, porém antes da divisa aduaneira do
integralmente todos os riscos e despesas até aquele ponto no exterior”
país limítrofe (limite), arcando com todos os custos e riscos
(SCHUALM, 2011).
até esse ponto.
b) A entrega é feita a bordo do veículo transportador,
sem descarregar;
c) O vendedor é responsável pelo desembaraço da 2.11 - DEQ - Delivered Ex Quay
exportação, mas não pelo desembaraço da importação. (Entregue no cais - no porto de destino
d) Após a entrega da mercadoria, são transferidos do designado)
vendedor para o comprador os custos e riscos de perdas ou
danos causados às mercadorias. A DEQ pode ser assim ilustrada:
e) Cláusula utilizada para transporte terrestre.
51
Figura 7.13 DEQ – Delivered Ex Quay (Entregue no cais veículo transportador.
- porto de destino designado) b) O vendedor assume todas as despesas e riscos
envolvidos até a entrega da mercadoria no local de destino
designado, exceto quanto ao desembaraço de importação.
c) Cabe ao comprador o pagamento de direitos,
impostos e outros encargos oficiais por motivo da importação.
d) Esse termo pode ser utilizado para qualquer
modalidade de transporte.

Para Refletir
Entendeu? Com o DDU – Delivered Duty Unpaid, “o exportador deve
colocar a mercadoria à disposição do importador no local e ponto
designados no exterior. Assume todas as despesas e riscos para levar
Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. Incoterms. Disponível em: <http://www.
aprendendoaexportar.gov.br/gemasejoias/img/tabela_INCOTERMS>. Acesso em: 10
a mercadoria até o destino indicado, exceto os gastos com pagamento
jul. 2009, às 13 horas. de direitos aduaneiros, impostos e demais encargos da importação.
Na DEQ: Este termo pode ser utilizado com relação a qualquer modalidade de
a) A responsabilidade do vendedor consiste em colocar transporte” (SCHUALM, 2011).
a mercadoria à disposição do comprador, não desembaraçada
para importação, no cais do porto de destino designado.
b) O vendedor arca com os custos e riscos inerentes 2.13 - DDP - Delivered Duty Paid
ao transporte até o porto de destino e com a descarga da (Entregue direitos pagos - local
mercadoria no cais. de destino designado)
c) A partir disso a responsabilidade é do comprador,
inclusive no que diz respeito ao desembaraço aduaneiro de Figura 7.15 DDP – Delivered Duty Paid (Entregue
importação. direitos pagos - local de destino designado)
d) Esse termo deve ser utilizado apenas para transporte
aquaviário (marítimo, fluvial ou lacustre).

Com a DEQ – Delivered Ex Quay, “o exportador deve colocar a mercadoria,


não desembaraçada para importação, à disposição do importador
no cais do porto de destino designado. Este termo é utilizado para
transporte marítimo ou hidroviário interior, ou multimodal” (SCHUALM,
2011).

2.12 - DDU - Delivered Duty Unpaid


(Entregue direitos não pagos - local de
destino designado)
Figura 7.14 Delivered Duty Unpaid (Entregue direitos
não pagos - local de destino Designado) Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. Incoterms. Disponível em: <http://www.
aprendendoaexportar.gov.br/gemasejoias/img/tabela_INCOTERMS>. Acesso em:
10 jul. 2009, às 13 horas.

Com a DDP:
a) O vendedor entrega a mercadoria ao comprador
desembaraçada para importação, no local de destino
designado.
b) É o incoterm que estabelece o maior grau de
compromisso para o vendedor, na medida em que o mesmo
assume todos os riscos e custos relativos ao transporte e
entrega da mercadoria no local de destino designado.
c) Não deve ser utilizado quando o vendedor não
está apto a obter, direta ou indiretamente, os documentos
Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. Incoterms. Disponível em: <http://www.
aprendendoaexportar.gov.br/gemasejoias/img/tabela_INCOTERMS>. Acesso em: 10 necessários à importação da mercadoria.
jul. 2009, às 17 horas.
d) Embora esse termo possa ser utilizado para qualquer
Na DDU: meio de transporte, deve-se observar que é necessária a
a) O vendedor deve colocar a mercadoria à disposição utilização dos termos DES ou DEQ nos casos em que a
do comprador, no ponto de destino designado, sem estar entrega é feita no porto de destino (a bordo do navio ou no
desembaraçada para importação e sem descarregamento do cais).
Noções de Comércio Exterior 52

Com a DDP – Delivered Duty Paid, “o exportador assume o termo pode ser utilizado com qualquer modalidade de transporte.
compromisso de entregar a mercadoria, desembaraçada para Trata-se do incoterm que estabelece o maior grau de compromissos
importação, no local designado pelo importador, pagando todas as para o exportador” (SCHUALM, 2011).
despesas, inclusive impostos e outros encargos de importação. Não
é de responsabilidade do exportador, porém, o desembarque da Para finalizar nossos estudos, vejamos, a seguir, um
mercadoria. O exportador é responsável também pelo frete interno quadro resumo, na qual constam os incoterms:
do local de desembarque até o local designado pelo importador. Este
Quadro 7.2 Incoterms

Fonte: APRENDENDO A EXPORTAR. Incoterms. Disponível em: <http://www. aprendendoaexportar.gov.br/gemasejoias/img/tabela_INCOTERMS>. Acesso em: 10 jul. 2009, às
10 horas.

2 - Categorias do Incoterms
Retomando a aula Já na Seção 2 conhecemos as categorias dos incoterms,
que são:
a) EXW – Ex Works (À disposição - local de origem).
b) FCA – Free Carrier (Terminal de cargas do país de
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar origem).
essa aula, vamos recordar: c) FAS – Free Along side Ship -(Livre ao Lado do navio).
d) FOB – Free on board (Livre a bordo do navio).
1 - Incoterms: síntese histórica e conceituação e) CFR – Cost and Freight (Porto de destino designado).
Na Seção 1 entendemos que antes da Convenção f) CIF – Cost, Insurance and Freight (Custo, seguro e
de Genebra, as partes intervenientes em contratos de frete).
importação/exportação desconheciam as diferenças g) CPT – Carriage Paid To (Transporte pago até o local
existentes nas negociações entre os países devido à legislação, de destino designado).
o que foi motivo de constantes atritos. h) CIP – Carriage and Insurance Paid to (Transporte e
Para resolver esses problemas, os incoterms surgiram seguros pagos até o local de destino designado).
em 1936, quando a Câmara Internacional do Comércio - i) DAF – Delivered At Frontier (Entregue na fronteira
CCI, com sede em Paris, interpretou e consolidou as diversas – local designado)
formas contratuais que vinham sendo utilizadas no comércio j) DES – Delivered Ex-Ship (Entregue a partir do navio
internacional, com o intuito de uniformizar as cláusulas - porto de destino designado).
contratuais entre os países signatários. k) DEQ – Delivered Ex-Quay (Entregue no cais - no
porto de destino designado).
Vimos ainda que representados por siglas de três letras, os
l) DDU – Delivered Duty Unpaid (Entregue direitos
termos internacionais de comércio simplificam os contratos
não pagos - local de destino designado).
de compra e venda internacional, ao contemplarem os
m) DDP – Delivered Duty Paid (Entregue direitos pagos
direitos e obrigações mínimas do vendedor e do comprador
- local de destino designado).
quanto às tarefas adicionais ao processo de elaboração do
produto, dentre outras questões relevantes sobre o tema. Assim, finalizamos o estudo de mais uma Aula!
53

Vale a pena

Vale a pena ler

BORTOTO, Artur César et al. Comércio e exterior: teoria e


gestão. São Paulo: Atlas, 2007.
LOPES VASQUES, José. Comércio Exterior Brasileiro. 8.
ed. São Paulo: Atlas, 2007.
MAIA, Jayme M. Economia internacional e comércio exterior.
11. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SEGRE, German (Org.) et al. Manual prático de comércio
exterior. São Paulo: Atlas, 2009.
SILVA, Givan F. da et al.; SILVA, José Ultemar da
(Orgs.). Gestão das relações econômicas internacionais e comércio
exterior. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

Vale a pena assistir

APRENDENDO A EXPORTAR. Disponível em:


<https://www.youtube.com/user/CarlosEnrile>.
INCOTERMS – Animação. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=NqHV-0T_xco>.
INCOTERMS - quais são e o que significam?
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=
CCB66iVNXio>.

Com o estudo da aula 07 você já está a um passo de finalizar mais uma


disciplina... Isso significa que já construiu importantes conhecimentos
sobre o Comércio Exterior e, após o estudo da aula 08, estará pronto
para continuar sua jornada em busca de conhecimentos sobre este
tema de forma autônoma! Parabéns!
Agora, é importante verificar suas anotações para averiguar se há
alguma dúvida e, em caso afirmativo, eliminá-la antes de prosseguir,
bem como realizar as atividades disponibilizadas no ambiente virtual!
Até a aula 08!

Minhas anotações

You might also like