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International Journal of Advanced Engineering Research

and Science (IJAERS)


Peer-Reviewed Journal
ISSN: 2349-6495(P) | 2456-1908(O)
Vol-9, Issue-12; Dec, 2022
Journal Home Page Available: https://ijaers.com/
Article DOI: https://dx.doi.org/10.22161/ijaers.912.53

Paths of Unsustainability, Forestry Education and


Regional Development
Percursos da Insustentabilidade, Educação Florestal e o
Desenvolvimento Regional
Elielma Santana Fernandes1, Wellington Dantas de Sousa1, Lucia Marisy Souza
Ribeiro de Oliveira2
1Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial, Universidade Federal do Vale do São
Francisco(UNIVASF), Juazeiro, BA.
2Docente do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial, Universidade Federal do Vale do São Francisco

(UNIVASF), Juazeiro, BA.

Received: 25 Nov 2022, Abstract — Degradation of forests and Climate Change are on the agenda
Receive in revised form: 15 Dec 2022, of relevant debates at a global level. Environmental monitoring data
demonstrate the unsustainability of forests and the need to seek ways of
Accepted: 23 Dec 2022,
coexistence, man and the natural environment, dissociated from a purely
Available online: 31 Dec 2022 economic matrix. In the direction of building a thought that encourages
©2022 The Author(s). Published by AI society towards an educational trajectory about forests and the rational
Publication. This is an open access article use of natural resources, this article is presented as a theoretical essay,
under the CC BY license which aims to make some considerations about the idea of Forestry
(https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/). Education - EF as an interdisciplinary and integrative social educational
process; a potential pathway to environmental quality; and its possible
Keywords — Natural Resources, Forests,
contribution to regional development. It was concluded that considering
Sustainability.
Forestry Education as a potential way of contributing to development
Palavras-chave — Recursos Naturais, requires society to change behavior in the way of living and acting in the
Florestas, Sustentabilidade. spaces it occupies, that it is necessary to expand public involvement
through initiatives that enable a raising the level of awareness and
education, ensuring information and institutional consolidation of open
channels for participation in a pluralist perspective.
Resumo — A degradação das florestas e as Mudanças Climáticas, estão
na ordem do dia de debates relevantes a nível global. Dados de
monitoramento ambiental demonstram a insustentabilidade das florestas e
a necessidade de se buscar modos da convivência, homem e meio natural,
dissociados de uma matriz unicamente econômica. Na direção da
construção de um pensamento que estimule a sociedade para uma
trajetória educativa sobre as florestas e do uso racional dos recursos
naturas, esse artigo se apresentou como um ensaio teórico, que traz como
objetivo tecer algumas considerações sobre a ideia da Educação Florestal
- EF como um processo educativo social interdisciplinar e integrador; uma
potencial via da qualidade ambiental; e sua possível contribuição ao
desenvolvimento regional. Concluiu-se que considerar a Educação

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Florestal como uma potencial via de contribução ao desenvolvimento,


exige da sociedade uma tarnsformação do comportamento na forma de
viver e agir sobre os espaços que ocupa, que é necessário ampliar o
envolvimento público por meio de iniciativas que possibilitem um aumento
do nível de consciência e educação, garantindo a informação e a
consolidação institucional de canais abertos para a participação numa
perspectiva pluralista.

I. INTRODUCÃO sociais e ambientais, independente do bioma e exposto a


Há décadas a temática ambiental, sobretudo da ação antrópica.
exaustão dos recursos naturais, está na ordem do dia de Nessa direção, compreende-se a Caatinga como
debates relevantes a nivel global. As Mudanças ambiente florestal, por suas características naturais, estar
Climáticas, por exemplo, tem a atenção mundial, em em constante antropização e por atender demandas de bens
decorrência dos impactos negativos gerados. e serviços da sociedade ao longo do tempo.
O 6º Relatório do Painel Intergovernamental sobre O bioma Caatinga, presente em 09 (nove) estados do
Mudanças Climáticas – IPCC de abril de 2022, indica que território brasileiro (IBGE, 2019), apresenta desafios
para mantermos o aquecimento global no limite de 1,5ºC, constantes como a escassez e a má distribuição das chuvas,
as emissões de gases de efeito estufa, combinados a outras que reverberam sobre a dinâmica ecológica, social e
alterações, a exemplo dos desmatamentos, precisam ser econômica; atividades agrícolas convencionais fomentadas
reduzidos, pois que, o relatório aponta a elevação da pelo que costuma-se chamar de “tradição familiar”; além
temperatura conjuntamente com a aridez e a seca como das constantes ações de desmatamentos e queimadas; e
geradores de uma maior intensidade e frequência dos processos de desertificação.
incêndios em áreas naturais. Toda a complexidade da Caatinga, conduz a sociedade
A relação entre os incêndios, desmatamentos e as para a busca de formas de convivência nesse ambiente tão
mudanças climáticas, por todo o mudo, promovem peculiar, seja através de novas tecnologias; práticas
prejuízos a “saúde humana, funcionamento dos ambientalmente adequadas; e a inserção de processos
ecossistemas, estrutura da floresta, segurança alimentar e educativos em espaços formais e não-formais que
meios de subsistência comunidades dependentes de contribuam nos diversos espaços de diálogos.
recursos” (IPCC,2022, p. 44). Diante do exposto, este artigo se apresenta como um
Outras repercurssões das mudanças climáticas, ensaio teórico, que traz como objetivo tecer algumas
descritas no relatório IPCC (2022), estão relacionadas as considerações sobre a ideia da Educação Florestal - EF
mudanças sociais refletidas no crescimento populacional; como um processo educativo social interdisciplinar e
na evidente desigualdade e demandas por justiça social; integrador; uma potencial via da qualidade ambiental; e
nos avanços tecnológios; na pobreza; na degradação dos sua possível contribuição ao desenvolvimento regional.
recursos naturais (solo, água, biodiversidade); na Para tanto, inicialmente se fez um percurso pela
insegurança alimentar e a própria pandemia – Covid-19. insustentabilidade das florestas, seguido por um olhar
Nesse cenário, compreende-se que a perda de sobre a Educação Florestal e por fim, dessa com o
ambientes florestais além de intensificar as emissões de desenvolvimento regional.
gás carbônico, torna-se fator limitante a
multifuncionalidade desses espaços, posto que ofertam II. A INSUSTENTABILIDADE NO AMBIENTE
matriz energética, recursos madeireiros, medicinais, FLORESTAL
hídricos, além de manter a biodiversidade e a regulação
Quando imaginamos o ambiente de uma floresta, quase
climática; favorecendo a ocupação e destruição de áreas de
que inevitavelmente, trazemos a nossa tela mental uma
preservação permanente; manejo inadequado do solo com
visão de árvores frondosas, pássaros cantando, muito
consequente empobrecimento e infertilidade desse, bem
verde, ar puro nos remetendo a algo bucólico e poético.
como os processos de desertificação.
Essa visão, ainda que agradável, não traduz a maior parte
Para fins das reflexões desse trabalho, adotou-se a
da realidade atual.
visão de floresta ou ambiente florestal como: patrimônio
De acordo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-
natural constituido de todo espaço com cobertura vegetal,
INPE (2020), a taxa consolidada de desmatamento na
fauna característica e componentes naturais integrados
Amazônia Legal Brasileira (ALB) em 2019, atingiu a
(água, solo), passível de utilização para fins econômicos,
extensão de 10.129 km2 de corte raso, correspondendo a

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34,41% de toda a ALB, com destaque para os estados de atender as atividades agropecuárias e de extração de
Roraima (202,56%) e do Acre (53,60%) que apresentaram, madeira.
respectivamente, a maior variação no aumento do Áreas antropizadas por desmatamentos e incêndios
desmatamento. A ALB é constituída por todos os estados definem mudanças paisagísticas, que ocasionam “perda de
da Região Norte; o Tocantins, no Centro-Oeste; e o biodiversidade, o aumento das emissões de gases de efeito
Maranhão, no Nordeste. estufa e a diminuição de territórios de populações
Perdas da cobertura vegetal por desmatamento, tradicionais” (BRASIL, 191-), além do empobrecimento e
também são apresentadas pelo Sistema Nacional de infertilidade do solo, favorecendo a erosão e a
Informações Florestais - SNIF, onde foram computados até desertificação.
2009, 15,3% no Pantanal; 75,90% na Mata Atlântica; e Para o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos -
45,6% na Caatinga, para o bioma Cerrado, até o ano de CGEE (2016),
2010, o percentual alcançou 48,54% (SNIF, 2019). a intensa exploração dos recursos
Pouco mais de uma década, o cenário do desmatamento naturais e o uso inadequado das terras,
avança no país, conforme dados do Relatório Anual do sem considerar suas potencialidades e
Desmatamento no Brasil (2019), que identificou, validou e limitações, são os principais fatores que
refinou 56.867 alertas sobre desmatamento em áreas estão conduzindo à degradação
nativas, ao longo de 2019, num raio de 12.187 km 2 do ambiental na Área Suscetível à
território nacional. Os registros estavam distribuídos em Desertificação do Brasil. A essa
47.269 alertas no bioma Amazônia; 7.402 alertas para o realidade somam-se os impactos da
Cerrado; 1.390 localizados na Mata Atlântica; e 523 na variabilidade e da mudança climática
Caatinga, contabilizando 1.218.708ha de áreas (CGEE, 2016, p.59).
desmatadas. Nesse contexto, as regiões semiáridas, onde se
Outro aspecto que merece atenção são os incêndios apresenta o bioma Caatinga, expostos a degradação
florestais, que demonstram crescimento no território ambiental e seus desdobramentos devem ser pauta
brasileiro. Segundo o Global Forest Watch - GFW (2021), emergencial.
o Brasil registrou no período de abril de 2020 a abril de De acordo o IBGE (2019, p. 112-113), a Caatinga
2021, 127.109 alertas de incêndio, considerando apenas ocupa 10,1% do território nacional, distribuídos nos
alertas de alta confiança; e no período entre 13 de estados do Nordeste, exceto o Maranhão e no norte de
dezembro de 2021 até 05 de dezembro de 2022, foram Minas Gerais. O Sistema de Inteligência Territorial
65.814 alertas de alta confiança, desses, 23.284 alertas Estratégica do bioma Caatinga – SITE Caatinga
foram no estado da Bahia. (EMBRAPA, 2022) definiu 120 microrregiões do bioma,
Dados do INPE (2022) demonstram que em 2021, o baseados na predominância, limites físico e político-
bioma Caatinga registrou 17.917 focos ativos de incêndios administrativo, distribuídas em 1.130 municípios
detectados por satélite e para o ano de 2022, até o dia 06 brasileiros.
de dezembro 13.681 focos, desses a Bahia responde por Levantamentos do Sistema de Estimativas de Emissões
14.359 e 9.701 respectivamente, para os períodos citados. de Gases de Efeito Estufa - Observatório do Clima -
As informações do GFW (2022) afirmam que a perda SEEG/OC (2019), sistematizados no MapBiomas,
de floresta natural em 2021, devido aos desmatamentos e apresentam que dos 58,2% da Caatinga com formação de
incêndios, gerou a emissão de 1,7 gigatoneladas (Gt) de floresta, 92% encontra-se como formação savânica semi-
CO2 na atmosfera. No estado da Bahia, a perda de contínua, restando 8% de composição florestal densa e
cobertura arbórea, em condição de floresta natural, foi de continua. Já as atividades econômicas, como as da
93% entre 2013 e 2021, gerando emissões de 454Mt de agropecuária, ocupam 36,5%; 09% destinam-se a atividade
CO2 . exclusiva de agricultura; 22% com formação de mosaico
Na escala mundial, o Brasil é o 4º maior emissor de entre agricultura e pastagem; e 69% apenas com pastagem.
carbono, o 1º é os Estados Unidos, de acordo análise O percentual correspondente à formação de floresta, na
realizada pelo Carbon Brief (2021) no período entre 1850 Caatinga, deve ser visto com atenção, pois que avanços
e 2021, baseado nas quantidades cumulativas de CO2. nos processos de degradação são registrados
Segundo os dados apresentados, o Brasil emitiu 16Gt de continuamente nesse bioma, “devido principalmente ao
CO2 provenientes dos combustíveis fósseis e 96,9Gt em consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e
atividades de uso da terra, as observações do estudo insustentável (…), ao sobrepastoreio e a conversão para
indicam que os processos de desmatamento no território pastagens e agricultura” (BRASIL, 2016).
nacional ganharam força, a partir da década de 50, para

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Para Antongiovanni (et. al., 2020 p. 2070), ocorre uma naturais relevantes, legalmente instituído
estimativa distorcida sobre o estado de conservação da pelo Poder Público, com objetivos de
Caatinga, pois que seus estudos, realizados em 2019, conservação e limites definidos, sob
comprovaram o nível de perturbação antrópica como regime especial de administração, ao
“distúrbios antropogênicos crônicos” na área estudada. qual se aplicam garantias adequadas de
Informações disponibilizadas no Relatório Técnico de proteção (BRASIL, 2000).
Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros Numa escala nacional a Mata Atlântica possui 449
por Satélite Caatinga 2010-2011 (BRASIL, 2016), indicam UC’s; seguida da Amazônia com 91 UC’s; o Cerrado com
que o desmatamento atinge mais de 46% da área total 142; a Caatinga possui 54; 18UC’s nos Pampas; e 07 UC’s
desse bioma, em decorrência, especialmente, do uso de no Pantanal (BRASIL, 2022). No Nordeste, o Semiárido
lenha nativa com finalidade doméstica e econômica; e da possui 830.205km2 de extensão (IBGE, 2019), desse total
conversão de áreas naturais em áreas agrícolas e pastagens, 58.352,45km2 são ocupados por UC’s de Uso Sustentável,
sendo considerado pelo Instituto Chico Mendes de o que corresponde a 7,05% de toda a extensão. Quanto às
Conservação da Biodiversidade – ICMBio (2013) como a UC’s de Proteção Integral, essas comportam uma área de
maior causa de alteração do bioma. 14.118,02 km2 que equivalem a 1,70% do bioma
No percurso do desmatamento e remanescentes de (BRASIL, 2022).
Caatinga, entre 2010-2011, os estados da Bahia, Piauí e
Entretanto, ainda que as UC’s tenham como objetivo
Ceará são os que apresentaram maiores perdas do bioma
principal a preservação e conservação da natureza, seja
por desmatamento, por consequência, redução na área de
para proteção integral ou uso sustentável e,
remanescentes. No estado da Bahia, os municípios que
consequentemente, o equilíbrio ambiental, o fato é que
despontaram com maior índice, foram, pela ordem:
esses espaços também são ameaçados por ações antrópicas
Mucugê (1,44%); Ibicoara (0,87%); Riacho de Santana
constantes. Aspectos socioeconômicos e ecológicos na
(0,76%); e Bom Jesus da Lapa (0,56%), percentuais
Caatinga, foram levantados por Freire (et. al, 2018) no
considerados a partir da área desmatada e a cobertura total
Atlas das Caatingas, pontuando a situação alarmante de
do bioma no município (BRASIL, 2016).
degradação ambiental, a partir de estudos realizados no
De acordo o IBGE (2020, p.62), o estudo Contas de
período de 2013-2016 em Unidades de Conservação (UC),
Ecossistemas 2014, revelou que das 1.303 espécies da
trazendo à tona um cenário preocupante.
fauna da Caatinga, 31 encontram-se na categoria
Criticamente em Perigo; 59 espécies em Perigo; 44 na Pensar a (in)sustentabilidade nos ambientes florestais,
categoria Vulnerável; 29 em Quase Ameaçada e 110 deve direcionar a sociedade para modelos sustentáveis de
espécies categorizadas como Dados Insuficientes, o que convivência dissociados de uma matriz unicamente
pode denotar a necessidade de mais estudos sobre o bioma. econômica. Algo que exige de seus atores uma percepção
Um aspecto importante sobre a fauna, é a sua contribuição mais lúcida a respeito da condução na forma de viver e
como dispersores de sementes, colaborando com formação agir sobre os espaços que ocupa, vislumbrando a qualidade
e renovação de ambientes florestais. A perda da fauna, de vida e ambiental pelo exercício da educação cidadã.
significa também, perda de florestas.
Em continuidade aos achados do estudo realizado pelo III. REFLETINDO A EDUCAÇÃO FLORESTAL
IBGE (2020, p. 63), foram analisadas 712 espécies, sendo: Inicialmente, é preciso destacar que essa seção busca
35 consideradas Criticamente em Perigo; 131 em estado de evidenciar a Educação Florestal como um possível
Perigo; 66 Vulnerável; 44 Quase Ameaçada; e 39 com processo pedagógico social e não tratou sobre cursos de
Dados Insuficientes, nesse ponto como mais um alerta à nível superior voltados as Ciências Florestais, que segundo
necessidade de estudos sobre a Caatinga. Araújo et al.(2021, p. 18)
Na política ambiental brasileira, um dos instrumentos na Educação Florestal, as nomenclaturas
que buscam a preservação e conservação dos biomas são usuais para os cursos de graduação
as Unidades de Conservação – UC’s, instituídas pelo correlacionados seguiram as seguintes
Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, terminologias: Engenharia Florestal,
por meio da Lei Federal nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Silvicultura, Ciências Agrárias e Florestais,
No SNUC (2000), uma UC é definida como Ciências Florestais, Tecnologia Florestal,
Recursos Florestais, Recursos Ambientais e
espaço territorial e seus recursos Florestais, Recursos Naturais, Gestão dos
ambientais, incluindo as águas Recursos Naturais, Recursos Naturais e
jurisdicionais com características

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Ambientais, Ciências Naturais e da Vida, mudanças climáticas e a seus impactos


entre outros. experenciados e esperados requer um
entendimento sofisticado de como as
Desse modo a expressão Educação Florestal é utilizada pessoas e as organizações lidam com
para tratar de demandas pertinentes a área do informações científicas incompletas e
conhecimento dos cursos descritos. Entretanto, ainda que incertas e as incorporam, as ignoram ou
não ocorra a discussão sobre esses cursos, é fato que as as reinterpretam na tomada de decisão. A
pautas técnicas são de grande importância para a agenda inclui a atenção à cognição
sustentabilidade e dão suporte nas tomadas de decisão individual e aos julgamentos de risco e
relevantes ao desenvolvimento socioeconômico e tomada de decisão em grupos,
ambiental. organizações e instituições sociais
Na direção da construção de um pensamento que (MORAN, 2011. p. 225).
estimule a sociedade para uma trajetória educativa sobre as Nesse caminho, conforme Silva (2012, p. 70) “a
florestas e a (re)pensar os modelos produtivos e os moldes sustentabilidade assume uma perspectiva pluri e
do consumo, com vistas ao uso racional dos recursos transdisciplinar, ligada não somente à sobrevivência
naturas, voltamos o olhar para a EF. ambiental”, mas abarca questões emergenciais da
Segundo Neves (n.d, p.16) “um trabalho de consciência existência em sociedade ligadas a cultura, a política, a
florestal é necessário(...)” que mobilize a todos num trajeto cidadania, a economia e demais setores da vida humana.
em que “se alargue os conhecimentos florestais(...)” no Algumas iniciativas no Brasil, demonstram o potencial
intuito da preservação e conservação de modo claro e da dimensão pedagógico social da Educação Florestal,
assertivo. O autor não delimita um conceito para a essenciais no fortalecimento desse trajeto. O estado de
expressão Educação Florestal, mas demarca a urgência de Roraima registra a experiência do Centro de Educação
apresentar essa perspectiva como um meio da sociedade Florestal Manoa, que atua em prol da conservação da
ter acesso a conhecimentos técnicos e a partir desses floresta Amazônica, por meio de atividades de palestras,
poderem ter uma compressão das florestas para além das cursos e treinamentos, que abordam assuntos de impactos
questões econômicas. ambientais e a importância da exploração adequada do
Partindo dessa ideia, é possível admitir a essência da manejo (BIOFÍLICA, 2020).
Educação Florestal como uma educação social no No Acre há a Escola Centro de Formação dos Povos da
despertar da consciência e difusora de conhecimentos Floresta, uma escola de agroecologia, espaço educacional,
técnicos, mas também de outras perspectivas de anseios e experimental e demonstrativo para o manejo e a
desejos por melhores condições de vida e da complexidade conservação dos recursos naturais e agroflorestais que atua
que envolve as especificidades econômico-sociais e na formação de professores indígenas e ensino técnico
ambientais das mais diversas regiões. profissionalizante (Comissão Pró-índio do Acre, 191-).
Em São Paulo, a Escola da Floresta atua desde 2007,
Para Araújo (et al., 2021, p.4) a Educação Florestal
desenvolvendo ações para preservação da biodiversidade
“intervém aos ecossistemas florestais para salvaguardar o
através de atividades de trilhas interpretativas e projetos
equilíbrio no que diz respeito à preservação e utilização
ambientais (Escola da Floresta, 200-).
dos recursos florestais”, aspecto fundamental para o
Outra experiência no estado é o projeto Florestas para o
equilíbrio ecossistêmico, mas também é possível se
Futuro que visa despertar o interesse de crianças e jovens
considerar implícito na EF a memória e identidade local, o
em cuidar do meio ambiente, transmitindo conhecimentos
sentimento de pertença, a cultura, a utilização de plantas
sobre conservação e a importância das florestas,
medicinais, as crenças religiosas e uma série de outras
desenvolvido pela Escola Superior de Agricultura Luiz de
nuances que compõem a as interações desses ambientes,
Queiroz – Esalq/USP Também na Esalq, a iniciativa do
que a degradação das florestas não torna tão evidente.
Mosaico Educo-Florestal de Itatinga atua com elaboração
O processo de uma educação social voltada a de atividades, cursos, vivências voltados a Arborização
sustentabilidade do ambiente florestal, deve ter atenção a Urbana, Educação Ambiental, Sistemas Agroflorestais e
algumas prioridades descritas por Moran (2011), em Gerenciamento de Resíduos Sólidos (ESALQ, 2018).
âmbito global, mas que compreendemos como necessárias A rede Articulação Semiárido Brasileiro – ASA,
a sua consolidação: desenvolve desde 2015 o Programa de Formação e
Melhorar o entendimento básico da Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido:
tomada de decisão. (...) Antecipar ou Manejo da Agrobiodiversidade – Sementes do Semiárido,
direcionar as respostas aos riscos e com ações que visam a seleção e estoque de sementes
oportunidades percebidos referentes às

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crioulas, contribuindo no resgate e na valorização do cidadania no campo e na cidade,


patrimônio genético florestal da Caatinga, por meio da por meio de iniciativas
auto-organização comunitária. educacionais, sociais, econômicas,
No Ceará, a Associação Caatinga, desde 2011, culturais, ambientais e tecnológicas,
desenvolve o Projeto No Clima da Caatinga com ações contextualizadas e adequadas à vida
integradoras socioeducativas para conservação e na região” (BAHIA, 2016).
preservação do bioma, alinhados aos Objetivos do A menção a iniciativas educativas, reforça a
Desenvolvimento Sustentável (ONU-BRASIL,2022): legitimidade de se vislumbrar a dimensão pedagógica
Ação contra a mudança global (nº 13); e da Vida Terrestre social da Educação Florestal nos processos de
(nº 15). desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida que,
Uma experiência de mobilização e particpação social para Jacobi e Sulaiman (2017, p.308)
no Semiárido, vem sendo desenvolvida no Estado da se fortalece na medida em que se
Bahia, através do Projeto Pró-Semiárido, que oferece ampliem práticas educativas que
assistência técnica e extensão, organização comunitária, (...) conduzam para uma atitude
implantação e fortalecimento da agroindústria e apoio a reflexiva em torno da problemática
comercialização, visando a convivência produtiva no ambiental, visando a traduzir o
Semiárido (Bahia, 2019). O programa Pró-Semiárido adota conceito de ambiente, na formação
por princípios práticas agroecológicas, estoque de água e de novas mentalidades,
de alimentos nas propriedades e nas comunidades, a conhecimentos e comportamentos.
participação das mulheres e dos jovens, o associativismo e Para Guimarães (2021, p. 89 e 91) se a ação é
cooperativismo, a inclusão de povos e comunidades educativa ela deve dialogar diretamente com quem vive a
tradicionais e a agregação de valor aos produtos e acesso a realidade para melhor compreensão dos significados
mercados. integrando diversos saberes, promovendo o
Vale destacar, que a Bahia também realizou, o empoderamento social, a partir de metodologias
Programa de Educação Florestal – PEF, no período entre participativas que intervenham em construções múltiplas
2008 e 2009 na qual, se propunha para uma articulação em conformidade com os valores e práticas dos
social, onde os participantes fossem protagonistas na envolvidos.
implementação de ações e reflexões acerca da conservação Essa perspectiva, pode potencializar as inquietações
das florestas no território baiano. intrínsecas, de cada cidadão, por melhores condições de
O programa foi à primeira experiência no estado, vida, que inevitavelmente permeiam as questões ligadas a
realizada através da Superintendência de Florestas, que saúde ambiental, alimentação, cultura, bem estar e o
buscou levar até a base da sociedade o tema florestal sob o coloquem numa posição mais ativa ante aos desafios
olhar integral e da inserção do homem sobre essa, da enfrentados. Um cenário que retome a convivência do
importância da floresta e do compromisso de homem com as florestas independente do bioma em que
transformação do pensamento para um agir em parâmetros esteja inserido.
ecossustentáveis. Em 2008, o programa certificou 200
A reflexão sobre a integração entre o ambiente –
multiplicadores, durante o Encontro Regional de Educação
espaço florestal, e o homem – sociedade, nos coloca num
Florestal, na cidade de Maracás-BA, onde reuniu
percurso para além das informações técnicas e demosntra a
produtores rurais, agricultores, professores e agentes
necessidade de vir a tona as percepções e significados do
comunitários (BAHIA, 2008).
espaço natural, para cada indivíduo e para a coletividade,
Diante dos exemplos supracitados, torna-se mais
em atenção à função social e educativa que podem emergir
concreta a ideia de que uma educação social com ênfase na
do ambiente florestal e que remete a essência da Educação
sustentabilidade florestal é viável e exequível.
Florestal.
A Política Estadual de Convivência com o Semiárido,
Lei Estadual nº 13.572/2016 no estado da Bahia, traz por Nesse sentido, pode-se conjecturar que a Educação
definição que convivência com o Semiárido é, Florestal seja uma via de integração em espaços de
diálogos abertos, múltiplos, numa construção contínua e
a perspectiva orientadora da permanente de ideias, ações, parcerias, onde se possa
promoção do desenvolvimento ultrapassar os limites conceituais das florestas pela
sustentável do semiárido, cuja dimensão das espécies e viabilize a “consciência florestal”
finalidade é a melhoria das coletiva.
condições de vida e a promoção da Por todo o exposto nessa seção, deixamos nossa
percepção sobre a Educação Florestal como sendo um

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processo de educação social para a preservação e preciso incorporar, no processo, a participação permanente
conservação do ambiente florestal em toda sua dos agentes sociais e da comunidade.
complexidade socioambiental, cultural e econômica, Nesse sentido, existe uma preocupação iminente para o
independente do bioma, que integra o saber científico e os estabelecimento de políticas públicas e uma agenda para o
saberes intrínsecos nas múltiplas coletividades. desenvolvimento regional e sustentável, objetivando
De ante mão, essa é uma percepção aberta a diálogos melhorar a qualidade de vida das comunidades. Assim,
interdisciplinares, que possam convergir em construções torna-se importante a construção de uma visão integradora,
contínuas de ideias e pensamentos que tenham como onde tanto comunidades humanas como os demais
premissa a sustentabilidade da vida. componentes da natureza: ecossistemas naturais,
comunidades de animais, florestas, recursos hídricos e
IV. EDUCAÇÃO FLORESTAL E O demais elementos que compõem a oferta dos recursos
DESENVOLVIMENTO REGIONAL naturais do território, sejam reconhecidos como dignos de
conservar e perpetuar no contexto de um verdadeiro
As primeiras discussões acerca do desenvolvimento
desenvolvimento sustentável (BELTRÁN, 2012).
regional consideravam principalmente fatores econômicos
A consciência e a educação, que se retratam atualmente
e o potencial de produção de valores de uma região
sobre as questões ambientais e o desenvolvimento
(XAVIER et al. 2013). Principalmente a partir da década
regional, é resultado de uma construção que passou pela
de 1970 o tema passou por um processo de
contribuição dos movimentos mundiais. As mudanças
amadurecimento das discussões, e, de forma recente,
ocorridas foram influenciadas pelas pressões da sociedade
define-se o desenvolvimento regional não apenas
sobre esse problema, principalmente pelas principais
relacionado ao contexto econômico, mas estruturado pela
conferências internacionais sobre o meio ambiente e pelos
capacidade de uma região obter crescimento econômico,
estudos realizados desde 1970, como o Relatório do Clube
seguido da melhoria na qualidade de vida, demonstrada
de Roma-limites do crescimento; a Declaração de
por meio de indicadores de bem-estar econômico, social e
Estocolmo; o Relatório de Brundtland-Nosso futuro
ambiental. Nessa perspectiva, para que o desenvolvimento
comum; a Declaração do Rio; a Agenda 21 e a Agenda
de uma região ocorra, pressupõe-se que os fatores
2030.
ambientais, culturais, sociais, humanos e econômicos
No contexto do movimento mais recente, a Agenda
devam ser considerados, com a necessidade de impactos
2030, é um plano de ação global que reúne objetivos e
positivos sobre a vida na terra (MADUREIRA, 2015).
metas, descritos nos Objetivos do Desenvolvimento
Na visão de Becker (2001) o desenvolvimento regional
Sustentável - ODS, que são integrados e abrangem as três
deve ser entendido como um processo de transformações
dimensões do desenvolvimento sustentável – social,
econômicas, sociais e políticas, cuja dinâmica é imprimida
ambiental e econômica – e podem ser colocados em prática
de dentro e por iniciativa própria dos agentes locais,
por governos, sociedade civil, setor privado e por cada
manifestada nas mudanças estruturais ou qualitativas que
cidadão comprometido com as gerações futuras.
um desenvolvimento regional sofre a partir de alterações
Na Agenda 2030, a relação desenvolvimento e
endógenas.
ambiente florestal se faz presente direta ou indiretamente
Em sua análise, o autor salienta a necessidade de se
nos dezessete objetivos traçados. Especificamente, os ODS
tornar sustentável o desenvolvimento regional, no qual se
(ONU-BRASIL,2022) se estabelecem em:
têm dois grandes desafios: os relativos ao mundo do
trabalho e os decorrentes da degradação ambiental:
01- Erradicação da pobreza: acabar com a pobreza em
Simultaneamente, trabalho, enquanto base social do
todas as suas formas, em todos os lugares.
processo de desenvolvimento humano, e natureza,
02- Fome zero e agricultura sustentável: acabar com a
enquanto base natural do processo de desenvolvimento
fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria
regional.
da nutrição e promover a agricultura sustentável.
Para Fernandez (2014) um processo de mobilização e
03- Saúde e bem-estar: assegurar uma vida saudável e
organização dos diversos agentes sociais e de articulação
promover o bem-estar para todos, em todas as
institucional, é indispensável para que as atividades
idades.
relacionadas ao desenvolvimento regional tenham maior
04- Educação de qualidade: assegurar a educação
sustentabilidade, menor degradação e impacto. Para
inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover
planejar e levar a cabo iniciativas de desenvolvimento
oportunidades de aprendizagem ao longo da vida
regional com manejo racional dos recursos naturais, do
para todos.
consumo consciente e da defesa do meio ambiente, é

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05- Igualdade de gênero: alcançar a igualdade de solo e sobretudo, as mudanças climáticas que compõe a
gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. pauta das maiores discussões ambientais da atualidade.
06- Água limpa e saneamento: garantir disponibilidade Nota-se, dessa forma, que são caminhos necessários
e manejo sustentável da água e saneamento para para desenvolver uma sociedade mais equilibrada, mais
todos. justa e mais responsável. Tudo isso perpassa por um
07- Energia limpa e acessível: garantir acesso à processo educativo que insere o homem num processo de
energia barata, confiável, sustentável e renovável reflexão, transformação, organização e preservação do
para todos. ecossistema. Para Jacobi (2003), configura-se como uma
08- Trabalho decente e crescimento questão que diz respeito a um conjunto de atores do
econômico: promover o crescimento econômico universo educativo, potencializando o envolvimento dos
sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno diversos sistemas de conhecimento numa perspectiva
e produtivo, e trabalho decente para todos. interdisciplinar.
09- Indústria, inovação e infraestrutura: construir O desafio que se coloca é de formular uma educação,
infraestrutura resiliente, promover a no entorno da temática, que seja crítica e inovadora em
industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar dois níveis: formal e não formal, sendo acima de tudo um
a inovação. ato político voltado para a transformação social. É possível
10- Redução das desigualdades: reduzir as considerar a Educação Florestal como um, dos tantos
desigualdades dentro dos países e entre eles. percursos que a sociedade precisa trilhar no caminho da
11- Cidades e comunidades sustentáveis: tornar as sustentabilidade.
cidades e os assentamentos humanos inclusivos,
seguros, resilientes e sustentáveis.
12- Consumo e produção responsáveis: assegurar V. CONCLUSÃO
padrões de produção e de consumo sustentáveis.
Refletir a Educação Florestal como uma potencial via
13- Ação contra a mudança global do clima: tomar
de contribuçaõ ao desenvolvimento, dissociado de uma
medidas urgentes para combater a mudança
matriz unicamente econômica, exige da sociedade uma
climática e seus impactos.
tarnsformação do comportamento na forma de viver e agir
14- Vida na água: conservação e uso sustentável dos
sobre os espaços que ocupa e de como tem sido conduzida
oceanos, dos mares, e dos recursos marinhos para
a exploração dos recursos naturais. A qualidade de vida
o desenvolvimento sustentável.
está intrinsecamente ligada à qualidade do ambiente, sendo
15- Vida terrestre: proteger, recuperar e promover o
possível sua materialização pelo exercício da educação
uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir
cidadã.
de forma sustentável as florestas, combater a
Parece uma contradição, numa sociedade constituída de
desertificação, deter e reverter a degradação da
desigualdades, desemprego, poluição e degradação
Terra e deter a perda da biodiversidade.
ambiental conceber um desenvolvimento sustentado por
16- Paz, justiça e instituições eficazes: promover
uma educação social. Entretanto, o que se conhece como
sociedades pacíficas e inclusivas para o
crise ambiental, a grande preocupação da atualidade, é
desenvolvimento sustentável, proporcionar o
fruto do descompasso, construído e estabelecido ao longo
acesso à justiça para todos e construir instituições
do tempo, entre os processos sociais, políticos,
eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os
econômicos, ambientais e educacionais. Nesse sentido, o
níveis.
trajeto para promoção da sustentabilidade e do
17- Parcerias e meios de implementação: fortalecer os
desenvolvimento regional deve ser trilhado, sobretudo,
meios de implementação e revitalizar a parceria
com a educação para a vida, integrada ao ambiente em sua
global para o desenvolvimento sustentável.
totalidade.
A percepção sobre Educação Florestal, meio ambiente,
Dentre os ODS, vale destacar a evidência das florestas
desenvolvimento regional, na maioria das vezes, ainda se
nos de nº 02, 03, 09, 11, 12, 13, 14, 15 e 17 considerando
dá por uma visão reducionista da sociedade. Nesse
que esses ambientes ofertam, dentre outros, alimento, bem
universo, os envolvidos nesse processo precisam ser
estar, equilíbrio climático em tempo que é emergencial
situados com ações amplas e interdependentes, visto que a
repensar os padrões de consumo que demandam a extração
temática abordada requer atenção especial e deve ser
dos recursos naturais e impactam diretamente sobre a
associada a diversas dimensões humanas e ambientais.
fauna e a flora, sobre os recursos hídricos, qualidade do
Nesse contexto, torna-se necessário ampliar o
envolvimento público por meio de iniciativas que

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possibilitem um aumento do nível de consciência e Brasil. Brasília, 2016. Disponível em:


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