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Análise de Investimentos e Avaliação

de Empresas

Análise de Investimentos

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Sumário:
Noção de investimento
Projeto de investimento : noção e tipos
Etapas/Fases de um projeto:
Elementos relevantes para avaliação de projetos
Determinação do cash flow do projeto
Critérios de avaliação de projetos
Critérios de seleção de projetos
Financiamento do projeto
O Risco e a Incerteza associados à Decisão de Investimento

2
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- NOÇÃO

Noção de Investimento

“(…) investimento significa acumulação de possibilidades de produção, quer


directamente através de projetos produtivos, quer indirectamente através de
projetos não directamente produtivos mas que, de uma forma ou de outra
contribuem para a dinamização da actividade económica, o crescimento da
produtividade, o aumento do produto e dos rendimentos sociais (…).”
Marques,A.(2006), Concepção e Análise de projetos de Investimento, Edições Sílabo, pág.19

“É uma proposta de aplicação de recursos escassos que possuem aplicações


alternativas a um negócio, que se espera que venha a gerar rendimentos
futuros durante um certo tempo, capazes de remunerar a aplicação (…).”
Barros,C.(2000), Decisões de Investimento e Financiamento de projetos,Edições Sílabo, pág.15

3
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- NOÇÃO

Noção de Investimento
Um investimento consiste na aplicação de fundos reais ou financeiros, durante um
determinado período, de forma a gerar um retorno/excedente que remunere os gastos
efetuados e maximize a riqueza da empresa.

Investimento Real vs Investimento Financeiro

Investimento em ativos financeiros – dizem respeito a aplicações efetuadas tanto por


indivíduos como por organizações, em que a responsabilidade não está presente (exº
depósito bancário, compra de obrigações)

Investimento em ativos reais – existe uma dimensão de controlo ou de capacidade de


gestão que influencia decisivamente a sua rendibilidade futura (ex. edifícios, equipamentos)
Esperança, J., Matias, F. (2010). Finanças Empresariais, Texto Editores, 3.ª Ed., pág. 79

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- NOÇÃO

Projeto de Investimento - Noção

É simultaneamente:

•Uma intenção, uma ideia de negócio - uma intenção/ideia de


aplicação de recursos escassos.

•Um plano de negócios, um estudo - é o planeamento escrito dessa


intenção de negócio e a previsão dos retornos que o investimento vai
gerar

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- TIPOS

1) Por setor de atividade 2) Dimensão

• Agrícola •Grande
• Industriais •Pequeno
• Comerciais
• De serviços
• De infraestruturas

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- TIPOS

3) Por contexto geográfico


4) Por natureza do investidor

• Nacional
•Públicos
• Estrangeiro
•Privados
•De organismos de direito público
(ONG)

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- TIPOS

5) Por relação com a atividade produtiva

• Diretamente Produtivos- Dão origem a bens e serviços que são transacionados


no mercado

• Indiretamente Produtivos- suportam as atividades produtivas

• Sociais- garantem somente o funcionamento do sistema político e social

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- TIPOS

6) Quanto à atividade geral da empresa

• projeto de raiz ( projeto não inserido em qualquer unidade empresarial e cuja realização
originará uma nova empresa)

• projeto integrado numa empresa


• Reposição ou substituição (visam substituir equipamentos com as mesmas
características técnicas)
• Expansão (visam dotar a empresa de maior capacidade permanente de produção)
• Inovação/modernização ou racionalização (visam substituir equipamentos com
características técnicas diferentes)
• Diversificação (visam produzir novos produtos/linhas de fabricação, satisfazer
novas preferências)
• Estratégicos ou elevado potencial tecnológico (visam dar vantagens estratégicas
à empresa)

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- TIPOS

7) Quanto aos efeitos recíprocos de diferentes oportunidades de investimento

◦ Independentes
◦ Dependentes
◦ Complementares
◦ Alternativos ou mutuamente exclusivos
As empresas necessitam com frequência de estudar projetos de investimento
simultâneos, cuja relação entre si pode ser relevante para o processo de decisão. Os
investimentos são dependentes quando o resultado esperado de um deles é afetado pela
decisão de aceitar ou de rejeitar o outro investimento. Se tal não suceder, os
investimentos são independentes.

Os investimentos complementares são aqueles que têm de ser analisados conjuntamente


e em que a realização de um facilita a do outro. Os investimentos alternativos ou
mutuamente exclusivos são aqueles em que a realização de um anula totalmente os cash-
flows do outro.

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- TIPOS

8) Quanto à sequência de Cash Flows


 Convencionais: uma fase inicial de cash flows negativos, que decorre
durante um ou mais períodos, é sucedida por um ou mais períodos de cash
flows positivos.

-CF0 +CF1 +CF2 +CF3 +CF4 +CFn-1 +CFn


………
0 1 2 3 4 n-1 n t

 Não convencionais: ao longo da vida do projeto os cash flows gerados


sofrem mais do que uma variação no sinal e/ou a uma sequência inicial de
cash flows positivos, seguem-se cash flows negativos.
-CF0 +CF1 -CF2 +CF3 +CF4 -CFn-1 +CFn
………
t
0 1 2 3 4 n-1 n

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- ETAPAS/FASES
1.Pré – Investimento
2.Investimento (aquisição e construção de ativos fixos)
3.Exploração (pode ser subdividida em período de arranque e de cruzeiro)

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO DE PROJETOS

A avaliação empresarial de um projeto de investimento e desenvolvida


em duas etapas:

•Avaliação económica - visa estudar a viabilidade económica do projeto


sem ter em consideração a sua forma de financiamento, ou seja
assumindo que o projeto é financiado exclusivamente com capitais próprios.

•Avaliação financeira – visa estudar a viabilidade do projeto considerando


a forma particular de financiamento.

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- ELEMENTOS

Elementos relevantes para a avaliação de projetos

•Plano de Investimentos Cash Flow Investimento


•Planos de Exploração Cash Flow Exploração

•Plano de Financiamento

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- ELEMENTOS

Plano de Investimento

Investimentos em ativos fixos tangíveis


• Terrenos, edifícios, construções, máquinas, móveis
• Descrição, características, valoração

Investimentos em ativos fixos Intangíveis e gastos/custos


• Despesas iniciais de constituição e arranque, formação pessoal, publicidade, juros a
suportar, registo de patentes, marcas

Investimentos em Fundo de Maneio Necessário


• De acordo com os parâmetros de funcionamento

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- ELEMENTOS

Plano de Investimento

Investimento em Fundo de Maneio


NFM =Necessidades cíclicas – Recursos cíclicos

Investimento em FM (período t) = NFM t - NFMt-1

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- ELEMENTOS
Plano de Exploração

• Pressupostos de cálculo dos rendimentos


• Vendas de produtos, mercadorias, quantidades, preços unitários
• Prestação de Serviços
• Trabalhos própria empresa
• Subsídios destinados à exploração
• Rendimentos Suplementares

• Pressupostos de cálculo dos gastos


• Custo das matérias vendidas e das matérias consumidas
• Subcontratos
• Fornecimentos e Serviços Externos
• Pessoal
• Depreciações e amortizações

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- NOÇÃO CASH FLOW

Na avaliação do projeto é usado o conceito de cash flow.


O cash flow desagrega-se em duas componentes:

Cash flow de exploração/operacional (também designado Meios


libertos de exploração- MLL)

 Cash flow de investimento

 O cash flow é o fluxo líquido real gerado pelo projeto, ou seja, a diferença
entre recebimentos e pagamentos totais ( de lucro contabilístico)

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- NOÇÃO CASH FLOW

•Determinação
•Identificação do período de tempo e do momento em que o fluxo se
verifica
•Estimativa numa base incremental. Ao analisar a viabilidade de um projeto,
terão de ser considerados todos os cash-flows incrementais, ou seja, todos os
cash-flows que resultam da implementação do projeto. Quando o projeto se insere
numa empresa já em laboração, teremos que apurar a diferença entre cash flow da
empresa após e antes a realização do projeto.

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- NOÇÃO CASH FLOW

Cash flow de exploração/operacional:


Para cada período n da vida útil do projeto

Cash flow Operacional = Resultado Operacional (1-t)


+ Depreciações/Amortizações
+ Imparidades

Onde t é a taxa de IRC


Pressupostos:
Há sempre lugar a estimativa de imposto sobre o rendimento
Todos os gastos operacionais são fiscalmente aceites
Os impostos são pagos no período a que respeitam

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- NOÇÃO CASH FLOW

Cash Flow de Investimento

Para cada período n da vida útil do projeto

- Investimento em ativo fixo


- Investimento em fundo de maneio necessário (FMN)
+ Desinvestimento em ativo fixo
+ Desinvestimento em fundo de maneio
+ Valor residual do investimento
= Cash flow de investimento
Adaptado de: Esperança, J. e Matias, F. (2010) Finanças Empresarias, Texto Editores, pág. 94

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- NOÇÃO CASH FLOW
Onde:
Investimento em ativo fixo: inclui as despesas associadas à aquisição de imobilizado
tangível e intangível.

Investimento em fundo de maneio necessário: regista todas as variações


positivas/negativas do nível de fundo de maneio necessário do projeto. O fundo de
maneio necessário depende das condições operacionais da empresa e regista as
diferenças entre necessidades financeiras de exploração e recursos financeiros de
exploração.

Valor residual do investimento: o valor dos investimentos no final da vida útil do projeto.
Divide-se em:
• Valor residual do investimento em ativo fixo (valor de mercado do património ou
valor contabilístico deduzido do imposto de mais –valia se aplicável e encargos a
suportar na desativação da unidade);
• Valor residual do capital corrente (valor das NFM do último ano do projeto).
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- NOÇÃO CASH FLOW

Cash Flow do projeto

Cash flow total, n = + Cash flow operacional/exploração, n


+ Cash flow de investimento, n
= + Resultado Operacional (1-t)
+ Depreciações/Amortizações + Imparidades
- Investimento em Ativo Fixo
- Investimento em FM
+ Desinvestimento em Ativo Fixo e/ou FM
+ Valor Residual do Investimento

Adaptado de: Esperança, J. e Matias, F. (2010) Finanças Empresarias, Texto Editores, pág. 94
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- NOÇÃO CASH FLOW
•Observações
 Quando os projetos são promovidos por empresas pré-existentes, só devem ser
incluídos os gastos e rendimentos adicionais (valores incrementais) que não se
verificariam na ausência do projeto.
 Os gastos irrecuperáveis/irreversíveis (sunk costs), isto é, os gastos decorrentes da
elaboração do estudo de viabilidade, não devem ser considerados na avaliação do
projeto.
 O período relevante de análise corresponde ao período de vida útil, a qual representa o
tempo durante o qual o investimento está em exploração.
 A vida útil global do projeto deve ser definida em função das componentes mais
significativas.
 A vida útil de um investimento deve corresponder ao menor dos seguintes valores: vida
tecnológica, vida física, vida do produto ou vida económica.

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Critérios de avaliação
Critérios de Avaliação
• VAL – Valor Atual Líquido
• TIR - Taxa Interna de Rendibilidade
• Período de Recuperação Atualizado (PR)
• Índice de Rendibilidade

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA
Critérios de Avaliação VAL- Valor Atual Líquido

NPV – Net Present Value


CF- Cash Flow projeto previsto para o período t
K- Custo de Oportunidade do Capital / Taxa de atualização

VAL>0 → projeto viável, com interesse


O projeto gera benefícios que permitirão recuperar os recursos aplicados e proporcionará uma
rendibilidade superior à alternativa de referência (k), que traduz o custo de oportunidade de
capital. O projeto recupera o investimento inicial e gera um excedente correspondente ao VAL
.
VAL=0 → projeto viável, mas não cria excedentes
O projeto gera benefícios que permitirão recuperar os recursos aplicados e proporcionará uma
rendibilidade igual à alternativa de referência (k), que traduz o custo de oportunidade de capital.

VAL<0 → projeto não viável, sem interesse

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Critérios de Avaliação
VAL- Valor Atual Líquido
1 500

1 000

500

0 Projeto convencional
0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 18% 20% r
-500

-1 000

Exemplo: Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4

Cash Flow -3500 1000 1000 1000 1600

k=10%
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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Critérios de Avaliação
TIR- taxa interna de Rendibilidade (IRR- Internal Rate
of return) VAL

TIR

0 i

TIR > k → projeto viável, com interesse

TIR = k → projeto viável, mas não cria excedentes

TIR < k → projeto não é viável, sem interesse

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Critérios de Avaliação

TIR- taxa interna de Rendibilidade


Cálculo da TIR por Interpolação Linear

Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4


Cash Flow -3500 1000 1000 1000 1600

k=10%→VAL=79,67
k=12%→VAL=-81,34
(12%-10%)________(-81,34-79,67)
(TIR-10%)_________(0-79,67) TIR Exata=10,97%

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Critérios de Avaliação
Período de Recuperação Atualizado (PR)-Pay Back Period
É o período de tempo que decorrerá até que os fluxos de tesouraria
acumulados igualem o montante de investimento inicial.

PR < Vida útil projeto → projeto é viável, com interesse


PR = Vida útil projeto → projeto tem interesse reduzido, não gera excedentes
financeiros
PR > Vida útil projeto → projeto deve ser rejeitado, sem interesse

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Critérios de Avaliação

Período de Recuperação Atualizado (PR)-Pay Back Period


Exemplo:
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3

Cash Flow -2000 1000 1000 1000

PR:

C.F Acumulado -2000 -1000 0 1000


12____751,31
k= 10% X_____264,45
P.R= 2 anos Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3
Cash Flow -2000 1000 1000 1000
PR,k=10%
C.F Atualizado -2000 909,09 826,45 751,31
C.F At.Acumu -2000 -1090.91 -264.45 486.86

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Critérios de Avaliação
Indíce de Rendibilidade

Permite-nos avaliar a rendibilidade gerada por unidade de capital investido.

IR > 1 → projeto viável, com interesse

IR = 1 → projeto viável, mas não cria excedentes

IR < 1 → projeto não é viável, sem interesse


Exemplo: IR=1,3→Significado- por cada euro investido, o investidor obtém um
retorno de 1,3 euros.
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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Critérios de Avaliação
Em síntese:
 Na avaliação de projetos independentes e convencionais:
 O VAL e a TIR são critérios alternativos uma vez que conduzem ao
mesmo resultado – aceitar/rejeitar
 As conclusões obtidas através da aplicação do PR e do IR são
consistentes com as obtidas através do VAL ou da TIR, mas o tipo de
informação fornecido é diferente e complementar

 Na avaliação de projetos não convencionais o VAL e o IR são os critérios a


utilizar.

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Seleção de projetos
1. Seleção de Projetos Mutuamente Exclusivos
1.1. Diferentes dimensões e/ou diferentes sequências de cash flows
1.2. Períodos de vida distintos
2. O Momento Ótimo de Investimento
2.1. Recursos cujo valor se encontra em crescimento
2.2. Projetos de Substituição
3. Seleção de Projetos sob Restrições Financeiras

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Seleção de projetos
Projetos mutuamente exclusivos com diferentes dimensões e/ou diferentes
sequências de cash flows
Exemplos:
Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 VAL (k=10%) TIR
A -10.000 7.000 7.000 7.000 7.407 48,7%
B -1.000 800 800 800 989 60,7%
A-B -9.000 6.200 6.200 6.200 6.418 47,3%

Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 VAL (k=10%) TIR


A -20.000 4.000 24.000 5.000 7.228 28,8%
B -20.000 20.000 6.250 5.000 7.104 37,0%
A-B 0 -16.000 17.750 0 124 10,9%

 VAL e TIR conduzem a conclusões contrárias

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Seleção de projetos
Projetos mutuamente exclusivos com diferentes dimensões e/ou diferentes
sequências de cash flows
Cash flow diferencial e taxa de indiferença

VAL
B
A Taxa de
indiferença
VALA=VALB

TIR TIR TIR k


D B
A
VALA-B

TIRA-B

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Seleção de projetos
Projetos mutuamente exclusivos com diferentes vidas úteis
Utiliza-se um dos seguintes critérios:

Horizonte comum aos dois projetos


1º Define-se o mínimo múltiplo comum entre a vida útil dos dois projetos;
2º Replicam-se os projetos durante esse tempo;
3º Aplicam-se os critérios científicos.

Critério da anuidade equivalente

Transformam-se os cash flows em anuidades constantes.

 Ambos os critérios têm subjacente a hipótese de que os projetos poderão


repetir-se sucessivamente nas mesmas condições.
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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Seleção de projetos
Projetos mutuamente exclusivos com diferentes vidas úteis
Horizonte comum aos dois projetos
Projeto A
-100 -100
CF -100 70 70 70 70 70 70
VALA=53,9
0 1 2 3 4 5 6 t

Projeto B -100

-100 50 50 50 50 50 50
CF

t
VALB=42,6
0 1 2 3 4 5 6

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Seleção de projetos
Projetos mutuamente exclusivos com diferentes vidas úteis
Critério da anuidade equivalente

Exemplo: c t0 t1 t2 t3 VAL(k=10%)
A -100 70 70 --- 21,5
B -100 50 50 50 24,3

Critério da anuidade equivalente


Valor atual anuidade = anuidade * fator de atualização

Deve optar-se pelo projeto A.

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Seleção de projetos
Projetos de substituição
Exemplo: Máquina A
Valor aquisição 15.000 u.m.

Cash flow anual: 7.500 u.m.

Vida útil: 3 anos

Valor residual líquido:

Final do 1.º ano: 10.000 u.m.

Final do 2.º ano: 5.000 u.m.

Final do 3.º ano: 1.000 u.m.

→ U lizar: anuidade equivalente ou horizonte temporal comum


Nota: Pressupõe-se que o equipamento pode ser substituído exatamente nas mesmas condições.

40
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Seleção de projetos
Projetos de substituição

As condições do exemplo equivalem a três projetos mutuamente exclusivos, com diferentes vidas úteis.
Método a aplicar: anuidade equivalente ou o horizonte comum.
Venda 0 1 2 3 VAL(k=10%)
Fim 1.º ano (15.000) 17.500 909
A. Equivalente - 1.000 - - 909
Fim 2.º ano (15.000) 7.500 12.500 - 2.149
A. Equivalente - 1.238 1.238 - 2.149
Fim 3.º ano (15.000) 7.500 7.500 8.500 4.403
A. Equivalente - 1.770 1.770 1.770 4.403

Nota: Pressupõe-se que o equipamento pode ser substituído exatamente nas mesmas condições.

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Seleção de projetos
Recursos cujo valor se encontra em crescimento

 A existência de datas alternativas para o início de um projeto equivale à existência vários


projetos alternativos.

 Selecionar a data ótima equivale a selecionar o melhor projeto.

Para calcular a data correta para o início do investimento:


1.º Considerar todas as datas alternativas

2.º Calcular o valor líquido futuro para cada uma das alternativas

3.º Atualizar os valores líquidos futuros para o momento zero

4.º Selecionar a data que maximiza os retornos, ou seja, que maximiza o VAL

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Seleção de projetos
Recursos cujo valor se encontra em crescimento
Supondo uma taxa de atualização de 10%
0 1 2 3 4 5
Valor Futuro Líquido 50 64,4 77,5 89,4 100 109,4
Valor Atual Líquido 50 58,5 64,0 67,2 68,3 67,9
Variação do VFL (%) 28,8 20,3 15,4 11,9 9,4

Fonte: Brealey et al. (2007) Princípios de Finanças Empresariais, p.131

Melhor opção: investir no ano 4.

O VAL cresce enquanto a taxa de crescimento do valor futuro é superior à taxa de atualização.

43
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Seleção de projetos
Seleção de projetos sob restrições financeiras

O capital ao dispor das empresas é escasso → restrições financeiras ou restrições de


capital
Objetivo: selecionar os projetos de forma a maximizar o VAL
As restrições de capital podem ser:
Restrições de capital flexíveis – Restrição de capital previsional imposta pela administração
como forma de impor controlo financeiro; não impede o recurso a novos financiamentos, caso
sejam necessários.

Restrições de capital inflexíveis – Impossibilidade das empresas recorrerem aos mercados


de capitais para se financiarem.

44
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Seleção de projetos
Seleção de projetos sob restrições financeiras
Exemplo:
Projeto Investimento VAL IR
A 16.500 3.300 1,20
B 5.000 750 1,15
C 30.000 25.750 1,86
D 15.000 11.250 1,75
E 75.000 15.000 1,20
F 12.500 11.750 1,94

Restrição Financeira: montante disponível para investir em t0, é de 125.000u.m.

45
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO ECONÓMICA

Seleção de projetos
Seleção de projetos sob restrições financeiras

Maximizar o VAL

Solução (obtida pelo solver): Investir nos projetos B, C, E e F

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO FINANCEIRA

A avaliação global do projeto abrange dois tipos de decisões:

 DECISÃO ECONÓMICA
baseada no pressuposto de que o projeto é financiado na íntegra por
capitais próprios – dita se o projeto é ou não economicamente viável

 DECISÃO DE FINANCIAMENTO
que se traduz na escolha das fontes de financiamento com menor custo
real e maior valor para o projeto

47
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO FINANCEIRA

Financiamento do projeto:
Noção de Financiamento do projeto
O financiamento do projeto consiste no conjunto das operações necessárias
para assegurar ao projeto os recursos necessários.

Requisitos para a tomada de decisão acerca do Financiamento do projeto

Para tomar decisões acerca do financiamento do projeto é necessário:

•Definir as necessidades financeiras;


•Selecionar os processos/ modos de financiamento que melhor se adequam a
essas necessidades;
•Não esquecer a princípio da racionalidade económica (minimizar os meios
para atingir determinado objetivo).
48
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO FINANCEIRA
Financiamento do projeto:
Recursos Financeiros Disponíveis

• Capitais Próprios
•(Aumento) de Capital
•Prestações suplementares
•Prestações Acessórias
•Capitais Alheios
•Empréstimos bancários MLP
•Capital de Risco
•Leasing
•Créditos de Curto Prazo
•…
•Autofinaciamento
•Subsídios estatais
49
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO FINANCEIRA

Critérios de avaliação

Métodos alternativos usados para refletir o financiamento na avaliação


de projetos:
•Custo Médio Ponderado do Capital (Km) Taxas de
•Custo Marginal do Capital (Kmc) atualização

•Valor Atual Líquido Ajustado (VALA)

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO FINANCEIRA
Critérios de avaliação
Custo Médio Ponderado do capital- (Km)

Km - Custo médio Ponderado do Projecto


CP- Capitais Próprios utilizados no projecto
CA- Capitais Alheios utilizados no projecto
Kel - Custo do Capital Próprio do Projecto
Relembrar:
Kd - Custo do Capital Alheio do Projecto
t- Taxa de imposto sobre o rendimento

•O projeto deve ser aceite se:


•Utilizando o km como taxa de atualização, o VAL  0
•Em projetos convencionais, a TIR for, no mínimo, igual ao km.

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO FINANCEIRA

Critérios de avaliação
Custo Médio Ponderado do capital- (Km)
Exemplo:
CP-200.000 Kel=6% t=25%
CA -250.000 Kd=7%

Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4


Cash Flow -450.000 150.000 150.000 150.000 150.000

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO FINANCEIRA

Critérios de avaliação
Custo Marginal do Capital (Kmc)
Determina-se o custo da última unidade de capital utilizada
Kmc - Custo Marginal do Capital
CTf- Capitais Total Final
Kmf- Custo Médio Ponderado Final
Cti - Capitais Total Inicial
Kmi - Custo Médio Ponderado Inicial
CTf- CTi – Variação dos Capitais Totais
O projeto deve ser aceite se:
O VAL, utilizando o Kmc como taxa de atualização, for maior ou igual a zero;

Em projetos convencionais, a TIR for, no mínimo, igual ao custo marginal do capital.

53
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO FINANCEIRA
Critérios de avaliação
Custo Marginal do Capital (Kmc)
Exemplo:
1.Situação Inicial (Pré-projeto): t=25%
Capitais u.m. %no Total K
Cap.Alheio MLP 50.000 0,5 0.07
Cap.Próprios 50.000 0,5 0.10
Total 100.000 1 0,07625
2.projeto:
•Despesas Totais de investimento:100.000u.m
•Financiamento:
•Emp.Bancário (taxa anual 8%) 75.000u.m.
•Cap.Próprios (Remuneração esperada : 10%) 25.000u.m.

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO FINANCEIRA

Critérios de avaliação
Custo Marginal do Capital (Kmc)
3.Situação Final (Pós-projeto):
Capitais u.m. %no Total K
Cap.Alheio Iniciais 50.000 0,25 0.07
Cap.Alheio Novos 75.000 0,375 0.08
Cap.Próprios Iniciais 50.000 0,25 0.10
Cap.Próprios Novos 25.000 0,125 0.10
Total 200.000 1 0,073125

55
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO FINANCEIRA

Critérios de avaliação- Valor Atual Líquido Ajustado ( VALA)


VALA=VAL+VA

O cálculo do VALA tem como objetivo a determinação dos efeitos resultantes do


recurso a capitais alheios;

Calcula-se o VAL assumindo que o projeto é financiado integralmente por


capitais próprios (utiliza-se como a taxa de atualização, o custo de oportunidade
do capital próprio);

Determina-se o valor atual da decisão de financiamento (VA) (utiliza-se como


taxa de atualização o custo nominal do capital alheio a que a empresa tem acesso
em condições normais de mercado)

Critério Aceitação: VALA≥0


56
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- AVALIAÇÃO FINANCEIRA

Critérios de avaliação
Valor Atual Líquido Ajustado - VALA
No caso de um empréstimo:

•VALA= VAL+VA
•VALA: Valor Atual Líquido Ajustado
•VAL: Decisão Económica
•VA: Decisão Financeira

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- RISCO/ INCERTEZA

A teoria distingue risco de incerteza:

Risco: possibilidade de perda. Existe risco quando o decisor pode estimar


objetivamente as probabilidades dos acontecimentos.

Incerteza: o decisor não pode estimar objetivamente as probabilidades dos


acontecimentos.

Neves, J. (2001). Análise Financeira: Vol I- técnicas fundamentais, Texto Editora, pág.112.

58
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- RISCO/ INCERTEZA

Critérios tradicionais

 Período de recuperação

 Correção de parâmetros (Ajustar a taxa de atualização, reduzir o período de


vida do equipamento; ignorar o valor residual do equipamento)

 Método do equivalente certo

 Análise de sensibilidade e determinação de pontos críticos

 Análise de cenários

59
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- RISCO/ INCERTEZA

Método do Equivalente Certo (MEC)

O risco é diretamente incorporado no projeto ajustando o cash flow previsional

 Corrige os cash flows através de um coeficiente α, que é variável ao longo do


tempo (αt traduz o índice de confiança do investidor na realização dos cash flows e
(1-α) é o prémio de risco

Para aferir a viabilidade do projeto, deverá calcular-se o VAL da seguinte forma:

A taxa de atualização não inclui prémio de risco.

60
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- RISCO/ INCERTEZA

Análise de sensibilidade
Visa aferir em que medida a rentabilidade de um projeto se altera na
sequência da modificação, face ao previsto, de um pressuposto do projeto,
mantendo os outros inalterados.

Alteração do pressuposto  alteração no valor de uma variável

Permite concluir:
 De que forma essa alteração afeta o projeto;

 Em relação a quais variáveis o projeto é mais sensível.

61
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- RISCO/ INCERTEZA

Análise de sensibilidade
1.Determinar o VAL do projeto

2.Admitir valores possíveis/realistas para cada variável do projeto

3.Alterar uma das variáveis que influencia o cash flow e manter as restantes
constantes

4.Determinar o impacto dessa variação no VAL

5.Repetir 3 e 4 para todas as variáveis que se pretende analisar

6.Verificar quais são as variáveis críticas

62
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- RISCO/ INCERTEZA

Ponto crítico
O ponto morto/crítico para uma determinada variável é o valor dessa variável que
torna o VAL igual a zero;

A determinação do ponto crítico consiste no cálculo dos valores limite das variáveis
de forma a manter uma rendibilidade mínima, isto é, os valores máximos ou
mínimos que mantêm o projeto viável;

Os valores críticos são valores mínimos para rubricas dos rendimentos e máximos
para rubricas dos gastos.

Complementa a análise de sensibilidade.

63
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- RISCO/ INCERTEZA

Análise de cenários
Consiste na definição de diferentes alternativas envolvendo a confluência de
comportamento relativamente às variáveis essenciais.

Cada cenário corresponde a uma combinação consistente de valores para as


variáveis, determinada pela possível ocorrência de um qualquer impacto exterior
ao projeto.

Quando se possam atribuir probabilidades de ocorrência aos diferentes cenários, e


tendo-se calculado para cada um deles um indicador de avaliação (ex. o VAL), pode
obter-se o valor esperado do indicador e o respetivo desvio padrão.

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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS- RISCO/ INCERTEZA

Critérios Modernos
 Valor esperado
 Regras de Decisão
 Critério Maximin (Wald)
 Critério Maximax
 Índice de Otimismo-Pessimismo (Hurwicz)
 Perda Minimax de Savage
 Princípio da razão insuficiente (Laplace)
 Árvores de decisão
 Simulação – Método de Monte Carlo

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