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lizado com CamScanner Todos os direltos reservados & Egitora FID S.A. = Bela Visia— S80 Paulo Nf — Talox 1190129 | (CEP 01065-970 Mati; Rua Rui Barbosa. 156: CEP 1326-010 — Tol (011)253-50" Fax (011) 280-0182 — Cx. Postal 8242 — EDITOR Altivir Joao Volpe (Sey EDITORA ASSISTENTE : ‘Margaret Presser PREPARAGAO DE ORIGINAIS Luiz Vicente Vieira Filho REVISAO Alice Kobayashi { PROJETO GRAFICO R. Soeiro ILUSTRAGOES Gizé q PESQUISA ICONOGRAFICA E FOTOGRAFICA Elizete Moura Santos CAPA R.Soeiro (Sobre desenho de M.C. Escher) EDITORAGAO ELETRONICA GraphBox Dados interacionals de Catalogacao na Pubicaglo (CIP) (Cimara Brasileira do Livro SP, Brasil) Souza, Sonia Maria Ribeiro de ‘Um ottroolhar: osoia/ Sonia Maria Ribeiro de Souza = Sio Paulo: FTD, 1995. io consumivel ISBN 85322-16155 1. Filosofia (2*grau) 1 Tul 3913 Indices par catlogo stem 1 Flosofia: Estidoe esino 107 Digitalizado com CamScanner MITO,RELIGIAOEFILOSOFIA 49 1, Tentativa de definigéo do mito No texto que se segue, Mircea Eliade, historiador romeno contemporineo, caractetiza 0 mito como 0 relato cle uma hist6ria sagrada, Seria dificil encontrar uma definigdo do mito que fosse aceita por todos 08 eruditos ¢, a0 mesmo tempo, acessivel aos nao-especialistas. Por outro lado, serd realmente possivel encontrar wma tinica definico capaz de cobrit todos 08 tipos ¢ todas as fungdes dos mitos, em todas as sociedades arcaicas e tradicionais? (..] A definicao que a mim, pessoalmente, me parece a menos imperfeita, por ser a mais ampla, € a seguinte: 0 mito conta uma histéria sagrada; ele relata um aconteci- mento ocorrido no tempo primordial, 0 tempo fabuloso do ‘principio’. Em outros termos, 0 mito narra como, gracas as facanhas dos entes sobrenaturais, uma realidade Passou a existir, seja uma realidade total, o cosmo, ou apenas um fragmento: uma ilha; uma espécie vegetal, um comportamento humano, uma instituigio. E sempre, portan- to, a narrativa de uma |‘criagdo”: ele relata de que modo algo foi produzido e come- ou a ser: O mito fala-apenas do que realmente ocorteu, do que se manifestou plena- mente. Os personagens dos mitos so os entes sobrenaturais. Eles sio conhecidos sobretudo pelo que fizeram no tempo prestigioso dos “primérdios". Os mitos reve- Jam, portanto, sua atividade criadora e desvendam a sacralidade (ou simplesmente a “sobrenaturalidade") de’ suas: obras. Em suma, os mitos descrevem as diversas, € algumas vezes dramaticas, irnipgdes do sagrado (ou do “sobrenatural") no mundo. £ essa irrupco do sagrado que realmente findamentao mundo € 0 converte no que € hoje. E mais: € em razo das intervengdes dos entes sobrenaturais que o homem é 0 que € hoje, um ser mortal, sexuado e cultural. [...] O mito € considerado uma historia sagrada ¢, portanto, uma “histria verdadeira”, porque sempre se refere a realidades. O mito cosmogénico é “verda- deiro” porque a existéncia do mundo ai esté para prové-lo; 0 mito da origem da morte € igualmente ‘verdadeiro” porque é provado pela mortalidade do homem, e assim por diante, Pelo fato'de relatar as gesta dos entes sobrenaturais e a manifestagio de seus poderes sagrados, 0 mito se torna’o modelo exemplar de todas as atividades humanas significativas. |. A principal funcao do mito consiste em revelar os modelos exemplares de todos os ritos e atividades humanas significativas: tanto a alimentagdo ou 0 casa- mento, quanto 6 trabalho, a educagao, a arte ou a sabedoria. [...] Para o homem arcaico, 0 mito é uma questo da mais alta importdncia, a0 passo que os contos € as fabulas nao o so. O mito Ihe ensina as “hist6rias” primor- diais, que..o, constituiram existencialmente, € tudo 0 que se relaciona com a sua existéncia e com o seu proprio modo de existir no cosmo o afeta diretamente. [...] Podemos notar que, assim como o homem moderno se considera consti- tuido pela historia, o homem das sociedades arcaicas se proclama o resultado de Digitalizado com CamScanner 50 UMOUTROOLHAR um certo ntimero de eventos miticos. Nem um nem outro se consideram “dados”, “feitos” de uma vez por todas, assim como, por exemplo, se faz uma ferramenta de uma maneira definitiva, Um homem moderno poderia raciocinar do seguinte modo: eu sou 0 que sou hoje porque determinadas coisas sé passaram comigo, mas esses acontecimentos s6 se tornaram possiveis porque a agricultura foi desco- berta h4 uns oito ou nove mil anos e porque as civilizagdes urbanas se desenvol- veram no antigo Oriente Proximo, porque Alexandre Magno conquistou a Asia e Augusto fundou 0 Impétio Romano, porque Galileu ¢ Newton revolucionaram a concepgio do universo, abrindo 0 caminho para as descobertas cientificas € pre- parando’o advento da civilizaciio industrial, porque houve a Revolucao Francesa e porque as idéias de liberdade, democracia e justia social abalaram os alicerces do mundo ocidental apés as guerras napole6nicas, e assim por diante. 1u sou como sou hoje De modo anslogo, um “primitivo” poderia dizer: porque antes de mim houve uma série de eventos. Mas teria de acrescentar imediatamente: eventos que se passaram nos tempos miticas e que, conse qientemente, constituem uma hist6ria sagrada, porque os personagens do drama‘nao sio humanos, mas entes sobrenaturais. Mais ainda: ao passo que um homem moderno, embora considerando-se 0 resultado do curso da hist6- ria universal, nao se sente obrigado.a conhecé-la em sua totalidade, 0 homem das sociedades arcaicas € obrigado nao somente a rememorar a historia mitica de sua tribo, mas também a reatualizd-la periodicamente em grande parte. E aqui que encontramos a diferenga mais importante entre o homem das socie- dades arcaicas eo homem moderno: a irreversibilidade dos acontecimentos que, para este tiltimo, € a nota caracteristica da hist6ria, no constitui uma evidéncia para o primeiro. Euane, Mircea.’ Mito e realidade, Trachicio de Pola Avelli, Si0 Paulo: Perspectiva. 1972. p. 11-3. 2, [0 homem religioso — homo religiosus] Por meio da religiio, segundo Eliade, o homem mantém uma relagao de proximidade, de intimidade com o sagrado. Este se manifesta na vida dos homens e, ao mesmo tempo, a ultrapassa. O homem religioso assume um modo de existéncia especifica no mundo e, apesar do grande niimero de formas hist6rico-religiosas, este modo especifico é sempre reconhecivel. Seja qual for 0 contexto hist6rico em que se encontra, 0 homo religiosus acredita sempre que existe uma realidade absoluta, 0 sagrado, que transcende este mundo, mas que aqui se manifesta, santificando-o e toman- do-o real. Cré, além disso, que a vida tem uma origem sagrada e que a existéncia humana atualiza todas as suas potencialidades na medida em que é religiosa, ou seja, participa da realidade. Os deuses criaram 0 homem e 0 mundo, os her6is Civilizadores acabaram a criagdo, ¢ a historia de todas as obras divinas e semidivi- ‘nas est conservada nios mitos, Reatualizando a historia sagrada, imitando o com- portamento divino, 0 homem instala-se ¢ mantém-se junto dos deuses, quer dizer, no real € no significativo. Funbe, Mircea, 0 sagrado e o profano; a esséncia das religides. Traducio de Rogério Fernandes. Sio Paulo: Martins Fontes, 1992. p. 163. ° Digitalizado com CamScanner 4. [Onde comega a filosofia?] Para Jean-Pierre Vernant, a filosofia nasce na Grécia (século VI a.C.), quando os gregos comegam a olhar 0 mundo sob a Optica da razdo. Tudo comegou no inicio do século VI a.C., na cidade grega de Mileto, no litoral da Asia Menor, onde os jOnios estabeleceram col6nias ricas e prosperas. No espaco de cingiienta anos sucederam-se trés homens, Tales, Anaximandro e Anaxi- Digitalizado com CamScanner 52 UMOUTRO OLHAR menes, Cujas pesquisas sio bastante proximas pela GRECIA natureza dos problemas abordados ¢ pela orien- (Século Vi a.C.) tagio espiritual para que se os tenham considera- do, desde a Antigitidade, como os formadores de “al Mer Negro uma tinica € mesma escola, Quanto aos historia- dores modernos, alguns acreditaram reconhecer, na florescéncia desta escola, o fato decisivo anun- ciador do “milagre grego”. A Razio ter-se-ia subi- famente encarnado na obra desses trés filésofos milésios. Pela primeira vez, em Mileto, descendo do céu para a terra, ela ter-se-ia irrompido no ce- nario da historia; a sua luz, doravante revelada, ‘como se tivessem enfim caido as escaras dos olhos de uma humanidade cega, nao teria mais cessado de iluminar os progressos do conheci- mento. [...] 1 “Admirar-se”, declara'6 ‘Sécrates ‘do Teeteto, “a filosofia nao tem outta origem”. Admirar-se diz-se thaumazein, ¢ este temo, pelo fato de testemunhar a dertocada que CS pices on ee investigacao dos milésios efetia'com felacao. Le Arnica ao mito, estabelece-os no’ mesmo ponto em que se origina a filosofia. No mito, thauma é “o maravilhoso”; 0 efeito de assombro que ele provoca’é o sinal da presenca néle do sobrenatural.! Para os milésios, a estranheza de um fendme- no, em Vez'de'impor o sentiment do divino, propde-no ao espirito em forma de problema: O ins6lito nao’ fascina ‘mais, ele mobiliza’~inteligéncia. “De silenciosa veneracdo, a’ admiracao faz-se quiestioriamento, interrogacdo. Quan- do 0 thauma, no final da investigagao, foi’ reintegrado'na normalidade da natureza, do maravilhoso s6 resta'a engenhosidade da solucao proposta, Essa mudanga de atitude ocasiona toda uma série de conseqliéncias. Para atingir 0 seu objetivo, um discurso explicativo deve ser exposto, ndo somente enuncia- do sob uma forma e nos termos que permitem compreendé-lo bem, mas ainda entregue a.uma publicidade inteira; colocado aos olhos de todos, do mesmo modo que a redagao das leis, na,cidade, torna-se um bem comum para cada cidadao, distribuido com igualdade. Despojada do secreto, a theoria do fisico transforma-se assim no objeto de um debate; ela se prepara para justificar-se; ser-lhe-4 necessario prestar contas do que afirma, prestar-se a critica e 4 con- trovérsia, As regras do jogo politico — a livre discussaio, o debate contradit6- rio, o confronto das argumentag6es contrarias — impdem-se desde entao como regras do jogo intelectual. Ao lado da revelacio religiosa que, na forma do mistério, permanece 0 apandgio de um circulo restrito de iniciados, ao lado também da profusio de crencas comuns de que todo o mundo participa sem que ninguém se interrogue a seu respeito, define-se e afirma-se uma nova nogao da verdade: verdade aberta, acessivel a todos e que fundamenta em sua propria forca demonstrativa os seus critérios de validade. [...] Mar, Mediterraneo Digitalizado com CamScanner MITO, RELIGIAO E FILOSOFIA 53 Assim reconstitui, por detrés da natureza ¢ além das aparéncias, um pano de fundo invisivel, uma realidade mais verdadeira, secreta e escondida, que o fildsofo se encarrega de atingir ¢ da qual ele faz o proprio objeto da’ sua medita- Gao. Ao se prevalecer desse ser invisivel’ contra 0 visivel, do auténtico contra o ilus6rio, do permanente contra 0 fugaz, do Ceit6 contra o incérto, a filosofia subs- titui, a sua maneira, o pensameiito religioso. Ela se situa’ no proprio quadro que a religiio havia constituidé quando, ao colocar além do mundo da natureza as forcas sagradas que, no invisivel, asseguram o seu fundamento, ela estabelecia um completo contraste entre deuses e os homens, os imortais e os mortais, a plenitu- de do ser e as limitagdes de uma existéncia fugaz, va, fantasmatica. Entretanto, a filosofia opde-se a religiio até nesta aspiracdo comum em ultrapassar o plano das simples aparéncias para aceder aos principios ocultos que as confortam e as sus- tentam. Por certo, a verdade que a filosofia,tem o privilégio de atingir e de revelar é secreta, dissimulada.no invisivel Para as pessoas comuns; a sua transmissdo, através do ensino do mestre ao discipulo, conserva em alguns aspectos o cardter de uma iniciagdo. Mas a filosofia traz 0 mistério para a praca. Nao faz mais dele o motivo de uma visdo inefavel, mas o objeto de uma investigagao em pleno dia. Através do livre didlogo, do debate argumentado ou do enunciado didatico, o mistério se transmuta em um saber cuja voca¢ao é ser universalmente comparti- Ihado. O ser auténtico ao qual se liga 0 filésofo aparece assim como o contrario, tanto quanto herdeiro, ‘do sobrenatural mitico; 0 objeto do Jogos é a prépria ra- cionalidade, a ordem que’ preside 4 dedugo, o principio de identidade da qual todo conhecimento verdadeiro tira a sua legitimidade. VeRNANT, Jean-Pierre, Mito e pensamento entre os gregos. Tradugao de Haiganuch Sarian. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. p. 375-81. Digitalizado com CamScanner IDADE ANTIGA Périodo 1, Pré-socriti- ¢0'séeulo VI jlatGavac / (2. Socratico: séculos VelV ac 3. Pos-socrati- co ou hielenis- tico-romano: século IV a. avdc 4.Patristica: século 1a.V dc Contexto histérico 0s gregos Fundam col6nias espalhadas pelo M terrineo (séc. VII .C.): surgimento de um comérci ‘ativo ¢ de uma indistria prospera. A camada social « ‘envolvida nas atividades comerciais e industriais & responsivel pela substituigao da aristrocacia pela de-.° ‘mocracia (sé, VI. a.C.). Primeiros legsladores gre- gos! Dracon, Solon e Clistenes. Fundacao de Roma ) éc. Vac). Hy Guerras médicas (490, 480 a.C.). Em 405 2.C., Ate €derrotada (Guerra do Peloponeso), mas 2 hégemo- nia espartana dura pouco (Tirania dos Trinta), Tebas conquista Esparta em 371 a.C., mas enfrenta a oposi- ao de Atenas e de outras cidades. Gracas & habilida de de Felipe I, a MacedOnia se fortalece, Em 338 | a.C,, Felipe dertota a Liga Pan-helénica em Quero- | néia. Alexandre Magno continua a politica expansio- | nista da Macedonia, peat Fuso da cultura grega com a oriental (maced6nica). Apés a morte de Alexandre Magno em 323 a.C., de- sintegracdo.do-império: Ptolomeu (Egito, Aribia‘e Palestina); sucessores de Antigono (Macedénia e Gré- cia) e Seleuco (Siria, Mesopotimia e Asia Menor). O Império Romano, fundado em 100 a.C., se consoli-. da, Guerras pinicas (Roma/Cartago). A Grécia e suas ‘coldnias: passam ‘a integrar.o Império Romano'(31 aC), Cristanismo (sée. 1-d.C). Apogeu e crise do Império Romano (séc. Ie HIN). Os cristios so perseguidos por decretos de varios imperadores romanos e somente podem praticar livremente sua religiao a partir de 313 (Edito de Milio)Em 395, 0 imperadot Teod6sio divide o Império Romano em dois: 0 do Oriente e 0 do Ocidente. | nto); ntimero (Pitigoras),) | Caracteristicas da flosofia A filosofia desenvolve-se inicialmente nas coldnias gregas da Jia ¢ do sul a ltdlia peninsular e Sicilia, Predominio do problema cosmolégico: 2 arché, ob seja, © priacipio. de tots a coisa, a ongem do univers. A ‘physis(0 elemento primordial etemo, ou Seja, a Natureza eterna e em perene |. transformagio) toma-se 0 bjeto de’ pesquisa e indaga¢o. Os fisicos da Jo- «nia também chamados de “fisiblogos’, so os primeiros filésofos gregos que tenlain explicar a natureza material 0 principio do muindo de todas as “coisas por meio dos seguintes elementos: 4gua (Tales de Mileto), ar (Anaxc ‘> menes); apeiron (Anaximandro); devir ou vir-a-ser (Heraclito); ser (Parménicles); |-~an jg, tera e fogo (Empédoces); homeomerias anergy peo (Dems, 10 advento-do govemo, democrético’ emAteria’ enseja -a-formagao de “cidadios parcipativos: transformar os habitantes da polis‘em politicos, por!meio’da paidéia (formagio integral e harménica’dohomem pela ‘educagio), Dessa forma, 9 ‘centro de .interessesé/desloca da inatureza ‘para 0 homem. Predominio do problema antropalogico! Qs fildsofos ele- ‘gem © ser huimano, como’ objeto’derpesquisa:“A filosofiayengoba um. ‘niimero crescente de problemas e se converte, Sobsetudo com Aristoteles, ‘em um saber enciclopédico (abarca fisicay biologia, Psicologia, metafisica, ética, politica) poética, etc:). SOD EEET | Akt] § | ‘A filosofia transforma-se em um modo de vida: forte preocupacio com a salvacao € a felicidade, que passam a ser vistas como possiveis de alcan- “cat ide forma individual ¢ subjetiva, por meio de conjuntos de regras motais. Predominio da étice, que passa a exercer a funcio desempenhiada utrora pelos mitos religiosos (etapa helenistica). Surgimento de peque- nas escolas filosoficas. A filosofia perde seu vigor, tomando-se repetitiva © pouco criativa (etapa romana). Encontro da filosofia grega com o ctistitnismo, Primeira elaboragio filo- sofica dos contetidos do cristianismo pelos Padres da Igreja,'o que explica reside na necessidade de conciliago das exigéneias dla razio-humana com a revelagio divina. © nome patristica dado a0 periodo. Nesse periodo, a questo central’ Filésofos importantes Escola j6nica: Tales de Mileto, ‘Anaximenes, Anaximandro. Es- cola pitag6rica: [itagoras!| Fie) Taclito e a Escola eleatica: Xe“ ‘nofanes, Parmedides,/ Zena, “Anaxégoras. Empédoclés, Esco! ‘a atomista: Leucipo, Defnbent HD Wee at Hil { récico, Hi pias, Gorgias, Calicles, |Critias| Trasimaco, anni: Scrat, \ Cleanto de Assos, Crisipo de Solos, Séneca, Epiteto, Marco Aurélio. Epicurismo: Epicuro, Lucrécio. Geticismio: Pirro. Ecletismo: Cicero.-Neoplato- | ‘Santo Irineu, /Tértuliano, Justi: ‘no, Clemente de Alexandria; Origenes, Gregorio de. Nazian- 70,Bastlio Magno, Gregorio de »| Nissa: Destaque: Sto. Agostinho. Digitalizado com CamScanner Periodo 1.Patristica: século Va VII 2, Escoléstca: século VII a | xv Contexto histérico Império Romano do Ocidente & invadido pelos barbaros do Nore da Europa, sucumbindo em 476. ‘O lmpério Bizantino perdura até o fim da Tdade Média (2453). Sob 0 governo de Justiniano € redigido 0 Corpus Juris Civils (Compo do Direito Civil), durante o século VI. Data desse século a cria¢ao dos mostei- ros beneditinos. Surgimento do islamismo (séc. VID. Carlos Magno funda o Sacro: Império. Romano- germnico (séc. VID. Estabelecimento do Império Carolingio (séc. VID. Expansio da cultura drabe (invasio da Espanha em 7AD). Tratado de Verdun (843) e apogeu da cultura islamica. Surgimento do feudalismo (sécs. I-20, aps 0 desaparecimento do Império Carolingio. Inicio das Cruzadas (1095-1291) e Cisma do Oriente, (séc; XD. ‘Aparecimento das universidades (séc. XID. Deelinio do feudalismo e formacio das cidades livres (séc- XILD. Criagio da Ordem dos Dominicanos ¢ da Ordem de Sao Francisco. Guerra dos Cem Anos (fran- ceses X ingleses) e Cisma-do Ocidente:(séc. XIV). Incremento da indistria e do comércio (sécs. XIII ¢ XV), Difusao do ensino cientifico nas universidades. ‘Tomada de Constantinopla pelos turcos (1453). | | € IDADE MEDIA Caracteristicas da filosofia Na Idade Média, a filosofia se separa da teologia, porém as duas mantém relagdes, podendo-se afirmar que a filo- sofia é um instrumento a servico da teologia. O tema central é a tentativa de conciliar razao e fé. De maneira simplista, € posstvel dividir a filosofia medieval em dois ‘grandes periodios: a flosofia patristca e a filosofia esco- Histica. A patristica precede e prepara a escolistica medic val, e sua principal caracteristica reside no seu cardter apologgtico: € preciso defender os ideais cristos perante ‘0s pagios e converté-los. Presencia-se a retomada da filo- sofia platénica, especialmente por Santo Agostinho, bem como do neoplatonismo. O termo escolastica designa a filosofia ministrada nas es- colas cristas (de, catedrais € conventos) € posteriormente nas universidades. A patrstica retoma a filosofia platOni- caja escolistica retoma a filosofia aristotélica, nela:en- contrando seus fundamentos e os elementos necessitios para seu desenvolvimento, Santo Toms de Aquino ela bora a sintese magistral do cristianismo com 0 aristotelis- ‘mo, fomecendo as bases filos6ficas para a teologia crit: surge. filosofia aristotélico-tomista. Compatibilizara f€ e a razio continua:a ser 0. problema. central da: filosofia escotistica ‘ Fil6sofos importantes Santo Agostinho. Boécio. Dionisio. Pseudo- Acropagita. Prospero, Cassfodoro. Maximo, ‘0 Confessor. Isidoro. Beda. Joao Damasceno. Jodo Scoto Erigena, Santo Anselmo, Pe- ‘dro Abelardo, Guilherme de Champeaux. Escola de Chartres: Fulberto, Bernardo, Teodorico, Gilberto de Poitiers, Guilher- me de Conches, Jodo de Salisbury, Oto de Freising. Al Farabi, Avicena, AverrGis. Escola de Oxford: Roberto Grosseteste, Ro- get Bacon, Joao Duns Escoto, Guilherme de Ockham. Boaventura, Alberto Magno, Santo Tomas de Aquino, Mestre Eckhart, 4 Nicolau de Cusa. jigitalizado com CamScanner 1. Renasci- ‘mento: sécu- los XV e XVI 2. Racionalis- ‘mo e empiris mo: século XVI 3. uminis- mo: século Contexto histérico Transigao do feudalismo para o capitalismo mercantil (Géc. XV). Ascensio da burguesia € consolidagio dos Estados nacionais (Séc. XVD}; hegemonia espanhola Gob Carlos V ¢ Felipe 1); reinado progressisia de Isabel 1, na Inglatera. Grandes invengdes: biissola, pélvora, papel, gravura,imprensa. Descobrimento de utras rotas maritimas e de novos continentes. Apogeu do mercantlismo e implantacio do sistema colonial. Desenvolvimento das ciéncias exatas e natu- ras; formulacao do heliocentrismo (Copémico). Reformas religiosas: luteranismo (Alemanha), calvinismo (Franca) e anglicanismo (Inglaterra) Renascimento na Itilia e em outros paises da Europa Decadéncia politica da Espanha e predominio:da Franca: consagracao do poder absoluto dos reis, com Luis XIII € Richeliew até o apogen com Luts XIV. Cromwell (Inglaterra). Desenvolvimento da literatu- fa francesa: Corneille, Racine, Moligre, La Fontaine (éc. XVID.Nas artes plasticas, aparecimento do est lo barroco. Fundagio da fisica moderna: Kepler, Galileu, Newton, Gassendi e Boyle. (© Antigo Regime, caracterizado. pelo absolutismo, acede a um novo tipo de govero: despotismo escla- recido ou ilustrado— *Tudo para 0 povo mas sem 0 ovo". Principais representantes: Maria Teresa e José (Austria), Carlos 1 (Espanha), Frederico Il Prussia), Catarina TI (Réssia), Pombal Portugal). Na Franca, Luis XVI, derrotado durante ‘a Revolugio Francesa (2789). Liberalismo e revolugdes burguesas. Revolu- fo Industral na, Inglaterra em 1760 (maquina a va- por). Independéncia dos Estados Unidos. (1776). Inconfidéncia Mineira (1789). Golpe do 18 Brumrio € ascensio de Napoledo Bonaparte (1799). Consoli- dacao do capitalismo industrial e liberal e formagio do, proletariado, Artes plisticas: barroco e rococé; literatura: inicio do romantismo. IDADE MODERNA Caracteristicas da fllosofia, A filosofia medieval se caracteriza por ser religiosa, dogmatica, clerical € fundamentada no princfpio da autoridade, A filosofia modéma, por sua vez, € profana, critica, leiga e encontra na razio e na ciéncia seus pressu- postos fundamentais, O Renascimento marcado por uma profunda re- vvolugio antropocéntrica: durante esse perfodo instaura-se uma.polémica contra’o pensamento medieval (essencialmente teocéntrico), preparando ‘o.caminho para o pensamento moderno, para o qual a natureza fisica e 0 hhomem tornamse 0 tema central. Revalotizacao da Antighidade clissica (losofia greco-romana), buscada em suas fontes originais. Propde-se um novo modelo de homem — considerado um microcosmo— ¢ um novo ‘modelo de Estado. Grande interesse pela epistemologia (teoria do conhe- cimento). Galileu prope 0 método experimental, assentando as bases da iéncia moderna. Fomulagio dos grandes sistemas fos6ficos que traduzem 0 espirito-dos ‘novos tempos, agrupadas em duas.conentes divergentes: o racionalismo, {ue privlegia as verdades da razio, ¢ 0 empirismo, que destaca a validade do puramente fictico, isto €, as impressdes sensiveis como ponto de partida do conhecimento, Nesse periodo, a fisica (Newton) ¢ a quimica (Lavoisier) se separam da flosofa Tluminismo: movimento filas6fico, lterrio e politico que visa combater 6 absolutismo, a influéncia da Igreja e da wadigao, considerando a razio como o tinioo meio para se atingir a completa sabedoria. Dessa forma, as idéias modernas tomam fOlego e se expandem: a confianga na-razio'do século anterior & acompanhada agora por um crescente espirito ctico. Cacionallsmo exacerbado —.Iuzes.da razio" contra as “tevas da igno. sincia"). Sonha-se com um homem universal e ideal que coneilie nature. 22 ratio, defensor dos direitos hurnanos edifusor da cultura. A biologia se separa da filosofia. Filosofos importantes Pomponazzi, Giordano Bruno, Campanella, Telessio, Erasmo de Roterda, Bodin, Maquiavel, ‘Thomas Morus, Montaigne. Racionalismo: Descartes, Pascal, ‘Malebranche; Spinoza, Leibniz. Empirismo: Francis Bacon, Hobbes,-Locke, Berkeley, Hume. Iuminismo inglés: Locke, umi- nismo francés: Bayle, D’Alember, Diderot, La Mettrie) Paul Henri Holbach, Helvetius, Condillac, Cabanis, Desnit de Tracy, Voltai- re, Montesquieu, Rousseau. Ihu- minismo alemao: Tomisio, Wolff, Frederico,II, Reimarus, ‘Mendelssohn, Lessing. Idealism € cttcismo: Immanuel Kant. | Digitalizado com CamScanner IDADE CONTEMPORANEA 1. Século XIX 2. Século XX Contexto hist6rico Primeira metade do século: apés a queda de Napoledo, em Waterloo (1815), surge a Restauraco, movimento que pretende restabelecer 0 absolutismo. Independéncia do Brasil (1822). Segunda metade do séc, XIX: na Franga, Luis Napoledo restabelece 0 império. Unificagio italiana e alema. Guerra franco- prissiana (1870-1871). Independéncia das colénias americanas e Guerra da Secessio nos Estados Unidos | (1861). Repablica brasileira (1889). Incorporagio de novas fontes de energia (eletricidade, petréleo), inovagdes técnicas; consolidacao do capitalismo. Surgimento do socialismo. Literatura:-romantismo, realismo, pamnasianismo ¢ simbolismo. Rivalidade entre poténcias européias devido as aspi- rages imperialistas; Paz Armada e aliancas entre es- tados: Primeira Guerra Mundial (1914-1918), Novas ideologias: comunismo, fascismo e nazismo. Quebra. da Bolsa de Nova York (1929). Crises socioecondmicas, exacerbagio nacionalista, sistemas de. aliancas € armamentismo: Segunda Guerra Mundial. Mudancas politicas ¢ terrtoriais. Criacao da ONU (1945).Guer- ra civil espanhola e ditadura de Franco (1939-1969). Guerra fria entre Estados Unidos ¢ Rissia. RepGiblica Popular da China (1949). Descolonizagao da Africa e da Asia e neocolonialismo, Revolugao Cubana (1959). Desenvolvimento tecnolégico ¢ industrial: neocapitalismo e economia multinacional. Dominio norte-americano. Queda do Muro de Berlim e desa- gregacio dos Estados socialistas. Ascenso ¢ conso- lidagio da economia japonesa. No Brasil: fim da Repiiblica Velha e govemo de Getilio Vargas; Esta- do Novo (1937-1945); repiblica populista (1945-1964); ‘golpe militar de 1964; Nova RepGblica (1985). Caracteristicas da filosofia Valorizagio da cigncia e extensio do métédo cientifico a outras disciplinas. Confianga no progresso indefinido — materiale moral — da humanidade. As correntes filos6ficas que predominam no periodo so o positivismo (muito pro- ximo do Ambito cientifico) e 0 socialismo em todas as suas formas, no contexto da filosofia politica. Desclobramento do idealismo kantiano. A psicologia (Wundh) e a sociologia (Comte) se separam da filosofia e se tomnam cigncias inde- pendentes, dando inicio & formago das ciéncias humanas. vvismo l6gico, racionalismo transpositivista, fenomenologia, existencialismo, hermenéutica, filosofia da vida, neo- escolistica, neokantismo, estruturalismo, escola de Frankfurt, argueogenealogia, etc. Ciéncia como tema central dos fildsofos. Destaque para a -epistemologia (teoria do conhecimento) Fildsofos importantes Idealismo: Fichte, Schelling, Schopenhauer, Hegel. Positivismo: Comte, Taine, Stuart Mill, Spencer. Evolucionismo: Darwin. Pragmatismo: William James, Dewey, Peirce. Socialismo: Saint- Simon, Fourier, Owen, Proudhon, Feuerbach, ‘Marx, Engels. Fenomenologia: Brentano, Hus- serl, Scheller, Hartmann. Psicandlise: Freud. Lingiiistica: Saussure. Filésofos independentes: Kierkegaard, Nietzsche. Neopositivismo: Ayer, Wittgenstein, Russell. Po sitivismo légico (Circulo de Viena): Schick, ‘Carnap, Popper, Nagel, Neurath, Reichenbach. Racionalismo transpositivista: Brunschvicg, Koyré, Poincaré, Meyerson, Piaget, Bachelard, ‘Kuhn, Feyerabend. Lingiistica: Jakobson, Hiel- mslev, Chomsky. Fenomenologia: Merleau-Ponty, Martin Buber. Existencialismo: Heidegger, Karl Jaspers, Jean-Paul Sartre, Albert Camus, Gabriel! Marcel, Hermenéutica: Paul Ricoeur. Persona- lismo: Emmanuel Mounier. Filosofia da vida: Bergson, Blondel, Dilthey, Spengler. Neo-es- coléstica: Jacques Maritain, Garrigou-Lagrange. Neokantismo: Ernst Cassirer. Estrituralismo: Clau- de Lévi-Strauss, Roland Barthes. Marxismo: Gramsci, Georg Lukacs, Lucien Goldman, ‘Althusser. Escola de Frankfurt: Horkheimer, Ador- no, Habermas, Benjamin, Marcuse, Erich Fromm. Arqueogenealogia: Foucault, Deleuze, Guattari, Maffesoli, Baudrillard. Fil6sofos independentes: Teilhard de Chardin, Vladimir Jankélévitch, Digitalizado com CamScanner

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