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10 CriativipaDe COMO QUALIDADE DO PENSAMENTO (2000) DTT QUE ALGUMAS DAS QuUESTOHS mais importantes que -mos nos fazer, como professores, mas tamlbém educa- sem geral, e adultos, io essas: + Como podemos ajudar as criancas a encontrar 0 sen- tido daquilo que fazem e vivenciam? "+ Como podemos responder & sua busca pelo sentido das coisas, pelo sentido da propria vida? Como podemos dar respostas is suas constantes per- guntas, aos seus “por qués” e “comos'”,& sua procura por aquilo que gostamos de pensar que no apenas, ‘© sentido das coisas, mas o sentido da propria vida, ‘uma procura que comeca no nascimento, no prim 0 “por qué” silencioso da crianga, e vai até aquilo _que, para nés, éo sentido da vida? questdes centrais, vse de uma busca dificil, especialmente para as de hoje, que tem tantos pontos de referéncia dis seu dia adia: a experiéncia da familia, a televisio, de socializacdo. Criangas pequenas fazem um es- ‘enorme para juntar todos esses fragmemtos, normal ‘mente desconexos, que elas encontram nfo durante toda uma vida, mas no periodo de um tinico dia. E, nesse esfor {¢0, muitas vezes elas si0 deixadas sozinhas, tanto por suas familias quanto por suas escolas. Mas continuam sua busca mesmo assim, coms teimosia, ser cansar, cometendo err0s ¢,em geral, sozinhas, porém, perseverando. Desisti signifi caria baldar todas as possbilidades ¢ esperancas, impedindo 1 oportunidade nio sb de ter um passado, mas também de garantir um fururo, E as criancas fazem isso desde 0 come: {go de suas vides. Essa procura pela vida ¢ pelo eu nasce com a crianga, € 6 por isso que falamos de uma crianga competente e forte, cengajada nessa busca em diregdo a vida, em direc aos ou: ‘tr0s, em diregio as re'agdes entre o eu e a vida, Uma crian «2, portanto, que no é mais considerada frégil, softedora, incapaz; uma crianga que nos pede que olhemos para ela com olhos diferentes. de modo a fortalecer seu direito de aprender e saber, de encontrar 0 sentido da vida e da propria ‘vida, sozinha ¢ com os outros. Nossa ideia © nossa atitude ‘em relagio a crianca pequena sio diferentes, pois a vemos de forma ativa, todos os dias, assim como nos, procuranda entender alguma cois, extrair um significado, capturar um pedago de vida. ‘O grande problema é compreender o significado daquila {que estamos construindo, o porqué das coisas, é buscar ra bes € respostas. Biso nao se prende a uma idade especifi ca—acredito que seja uma qualidade da vida humana. Tet ‘uma compreensio diferente da realidade nao representa tef direitos diferentes. No entanto, em geral, esse parece set ‘caso de um tipo de hierarquia imposta, que cra certos nivelt an | Canta NALD ‘compreensio € depois os relaciona ao reconhecimento dos direitos. B muito comum as teorias e os entendimen- {os expressados pela crianga serem definidos como “equi ‘vocados” ou “ingénuos" e, como tais, nfo merecedores de go ou de respeito. Isso coloca a erianca num patamar define como “imperfeita’, considera significante contribuigio. No entanto, sabemos muito bem o que representa ser companheiro de viagem da crianga nessa busca por sig- -ados. Os sentidos que as criancas produzem, as teorias tivas que elas desenvolvem na tentativa de encon- respostas sio da maxima importncia, pois revelam, ‘maneira vigorosa, como as criangas percebem, ques- am ¢ interpretam a realidade e scus relacionamentos cla, Essasteoria, essas explicagOes que as criangas produzem maravilhosamente meigas: “Esti chovendo porque o em da TV disse que fa chover”; ou “Esta chovendo por- ie Jesus est4 chorando' Essasafirmages, no entanto, nfo. em, de manciranenhurs ser omadas como “equto termo normalmente utilzado na cultura pedagogica quer dizer que alguma coisa deve ser corrigida, De- sim, set vistos como algo muito mais importante: sc do desejo da crianga pequena de fazer perguntas si mesma, desde a mais tenra idade. Isso da uma signi- ‘maior as situagdes em que a crianga fica observando flor, durante dez minutos, em que se encanta com a ‘na jancla e levanta suas virias indagagdes, seus “por "Os momentos mais criadores da crianca acontecern ‘la pergunta “por que”. DDuuocos cont Reccxo Eun | 05 Desde a mais tenca idade as criangas tentam produair tcorias interpretativas, dar respostas. Alguns podem consi- derar essas teoras ingénuas e nocentes, masisso tem pouca importincia: 0 que importa mesmo nao € apenas dar valor a alguma coisa, mas, cima de tudo, entender 0 que hé por tris dessas questdes 2 teorias, e 0 que ha por tras delas & algo verdadeiramente extraordinario, Ha a intengio de pro: duzir questdes ¢ buscar respostas, o que constitui um dos aspectos mais excepcionais da criatividade. ‘Accrianga competente tem um adulto que a enxerga des se jeito: 0 nivel de expectativas & um fator determinante. Acredito, por exemplo, que para nés, em Reggio Emilia, foi fundamental o afastamento da ideia de “observacio obje- tiva’, isto & a eliminagio da objetividade em beneficio do sujeito, mas, em especial, a possbilidade de olhar para a crianga com amor, com cumplicidade.” Essa visio cimplice também pode ajudara compreender que os elementos que fundamentam as observagOes das criangas slo os seus mu tos "por qués’, suas tentativas de explicar para si mesmas, por que uma flor é como €, por que a mamae diz flor € 0 que € uma flor. Mas na flor existe o sentido da vida, € no relacionamento com uma flor existe a busca pelo sentido da vida. E por essa razio que eu gostaria de refletir um momen: to sobre aquilo que chamamos, embora nio seja original, a “pedagogia relacional ¢ da escuta”, que se origina preci samente da ideia de que as criangas so os mais avidos in * Uso “cumpliciade” aqui o semi dealings on saidaiedade, que fem range or adultos se sriem com se exvessem uns liad por am deseo corm de compretnereconkecer ede seem capuns de nae des legrariumen, 206 | Canta Rex, vestigadores do significado e da significancia, e produzem teoriasinterpretativas. Bssa ideia constitui nfo apenas a ge nese dessa pedagogia relacional e da escuta, mas também a possivel origem de uma “criatividade relacional”. Tan to para adultos quanto para criancas. como afirmei ante. riormente, entender significa elaborar uma interpretacio, © que chamamos de “teoria interpretativa”, ou seja, uma ‘teoria que dé significado as coisas c aos eventos do mundo, Juma teoria no senso de uma explicacio satisfatia, Pega: ‘mos o termo “teoria", que normalmente tem uma cono- taco muito séria, 0 transformamos num diteito de todo dia, reconhecendo esse direito na erianca que definimos como “competente” ‘Uma crianga de trés ou quatro meses de vide ¢ capaz de desenvolver teorias? Gosto de pensar que sim, porque sinto ‘que essa conviccio pode levar a uma abordagem diferente le, em particular, 20s conceitos de escutar e de criatividade lacional, Uma teoria, portanto, é vista como uma explica- io satisfatéria, embora também provisiria, £ algo mais do simplesmente uma ideia ou grupo de ideias; deve ser razcrosa € convincente, til e capaz de satisfazer nossas -essidades intelectuais, afetivas e ainda estéticas. Ou seja, sve nos dar a sensacio de completude, que produz a sen- Jo de beleza e satisfagao, De certa maneira, se possivel, uma teoria deve ser praze- para os outros também, e precisa ser ouvida pelos ou- . Isso permite transformar um mundo intrinsecamenite ssoal em algo partihado: meu conhecimento © minha ntidadc também sio construidos pelo outro. Comparti- 3 teorias é uma forma de resposta a incerteza e a solidio. Drivocos cos Reco Ean | 207 Eis aqui um exemplo. Uma crianga de tés anos disse 0 se- uinte: “O mar nasce da mae onda.” Essa crianca elaborou (© conceito ¢ esti desenvolvendo a ideia de que tudo tem ‘uma origem, Reunindo todos os elementos que possui de ‘modo eviarivn, ela formila vim explicagia satistitéria ‘enguanto elabora 0 conceito, dvide.a com os outros. Eis ‘outros exemplos: + “O clima nasceu da tempestade.” Aqui, a crianga faz uma associagdo € 56 espera ser ouvida, no rejeita dda. Ela consegue criar representacées compostas com linguagens e combinagdes incomuns. + "O vento nasceu do ar e tem o formato de bater nas coisas”: uma declaragio como essa confere dignidade 4 expressio “crianga competente”. + "Mas quando uma pessoa morre, ela vai para a bar: tiga da morte e depois nasce de novo?” £ isso 0 que a busca de signifcado ¢ a formulagdo de teorias re- presenta: aqui, a crianca uniu todos 0s elementos que tinha em mios ¢,talvez, suas ansiedades. ‘A palavra “escutar", entio — nio somente no sentido fi sico, mas também no metaférico —, deixa de ser apenas uma palavra e se torna uma abordagem sobre a vida. E as sim que entendemos seu significado: eseutar é uma atitude {que requer a coragem de se entregar A conviccio de que ‘o nosso ser &s6 uma pequena parte de um conhecimento ‘mais amplo; escutar é uma metéfora para estar aberto aos outros, te sensibilidade para ouvir e ser ouvido, em todos fs sentidos. £ uma palavra que no deveria ser dirigida 208 | Cama Rian somente as criancas, Em particular, escutar € dar a si pro prio e 20s outros um tempo para ouvir. Por trés de cada ato de escuta, hi um desejo, uma emogdo, uma abertura as diferengas, a valores e pontos de vista distintos. Por con: seguinte, devemos escutar e dar valor as diferencas, aos Pontos de vista dos outros, sejam homens, mulheres ou criancas, especialmente para lembrar que, por tris de cada ato de escuta, restam a criatividade e a interpretagio de ambas as partes. Desse modo, escutar é dar valor a0 outro; ‘no importa se voe® concorda ou nfo com ele. Aprendet fa cscutar & uma tarefa dificil; ¢ preciso se abrir para os ou- 110s, € todos nés necessitamos disso. A escuta competente ria uma profunda abertura e uma forte predisposigao a mudanca. Escutar € uma premissa para qualquer relacionamento e aprendizado. & claro que 0 aprendizado € algo indivi- al, mas também sabemos que € possivel elevéclo @ um stamar mais alto quando existe possibilidade de agit refletir sobre o mesmo, Representar 0 ato de aprender € capaz de dividilo com os outros ¢ indispensivel para ‘eflexividade que gera conhecimento, Desse modo, ima- ns € intengOes sio reconhecidas pelo sujeito; elas to- forma e evoluem por meio da acio, da emogio, da ssividade e das representagSes icdnicas e simbélicas. sa € a base geradora das linguagens, do aprendizado € criatividade. (O conceito que mencionamos antes sobre o mare a onda foi provavelmente uma resposta dada a uma questio, ‘um contexto especifico, e poderia ter sido ainda mais avilioso e poderoso se pedissemos4 crianca que o repre: uivocos com Reco Enis | 209 sentasse graficamente, Para ser mais explicita: vamos pegar ‘oexemplo de um desenbo feito por Federica (coma dade de rts ‘anos e dois meses) e ver como ela resolve o problema de retratar um cavalo correndo (vera figural). Federica sabe que cavalos tm quatro patas; ela vira a folha de papel e desenta as outras dias patas no verso (ver figura 2. la conseguiu juntar inguagens miliplas e aprendeu a coilfci-las: sso ¢ expressividade, 6 criatividade. Uma solu fo semelhante foi encontrada por uma garotinha de cinco anos que pegou o pedco de papel e o colocou contra a ja~ rela, fazendo tragos ne outro lado. Esses sio momentos extremamente criativos, tanto no fvel cognitive quanto no expressivo; as duas meninas bus- caram a tridimensionalidade num meio bidimensional. Figura 1 2x0 | Cana Rovatoe (© que emerge com clareza aqui é uma imagem parti- cular da crianga e do educador, assim como uma cultura de escuta, Por um lado, ha escolas que nfo ouvem nesse sentido, pois tém um curriculo a seguir e tentam corti- gir oF “erros” imediatamente, a fim de dar solugies 1 pidas para os problemas, nfo permitindo que as criangas tenham tempo para encontrar as proprias solucSes. Por outro, ha escolas que consideram certo e apropriado es- cutar com maior atengio e criar outras oportunidades em ‘que essas meninas possam continuat realizando a propria investigacio, de modo a avancar tanto no nivel cognitivo. quanto no comunicativo, Figura 2 © extraordindrio na mente humana é nio apenas a cidade de passar de uma linguagem para outra, de Docos cout Reeco Ema | a1 ‘uma “inteligéncia” para outra, mas também a habilidade de escuta reciproca, que é 0 que torna possivel 0 didlogo € a comunicacio. As criangas slo os ouvintes mais ex traordinsrios de todos; elas codificam e decodificam, in- terpretanda dads cem incrivel eriatividade: as eviancas, “ouvem” a vida em todas as suas facetas, ouvem os ou: ‘ros com boa vontade, percebendo rapidamente como 0 ato de escuta & essencial para a comunicacio. As crian- ‘488 sio biologicamente predispostas a se comunicar € a estabelecer relacionamentos: é por isso que devemos sempre Ihes dar oportunidades plenas de representar suas imagens mentais € conseguir representé-las para os outros. ‘Assim, ao passar ce uma linguagem a outra, de um cam- po de experigncias a outro, as eriancas podem crescer com aideia de que 0s outros sio indispensiveis para aidentida- de ea existencia delas proprias. Essa ¢ uma concepeo fun- damental de valores que podemos escolher seguir ou nao. Percebemos no s6 cue 0 outro se torna imprescindivel para nossa identidade, nosso entendimento, nossa comu- nnicagio nossa escuta, como também que aprender junto 6 prazeroso para o grupo, € que 0 grupo se torna um Iu gar de aprendizagem. Criamos, entio, aquilo que chama- ‘mos de “audiéncia corpetente”, que sio sujeitos capazes de ‘ouvir, de ouvir reciprocamente e de se tornar sensiveis As ideias dos outros, para entiquecer as proprias ¢ geraridcias, de grupo, Essa, portanto, a revolucio que precisamos fi zer: desenvolver a sensibilidade natural das criancas para apreciar e expandir as ideias dos outros, compartilhando- as em conjunto. ara | Canta Rina E por isso que consideramos © processo de aprendliza- {gem um processo criativo, Por criatividade entendo a ap- tidio para construir novas conexdes entre pensamentos € ‘objetos, trazendlo inovacio ¢ mudanga, tomando elemen- 10s conhecidos e criando novos nexos. Eis um exemplo (ver figuras 3, 4 ¢ 5): uma crianca de trés anos esta brincando com um pedaco de fio. Primeiro, ela faz uma pulseira e, depois, nas costas de uma cadeira,o fio se transforma num ‘avaleiro montando seu alazio e, por fim, vira a oretha de um cavalo, Figura Como sabemos, os seres humanos sio equipados com s formas de pensamento: 0 pensamento convergente, tende & repetigio, ¢ 0 pensamento divergente, que ten 8 reonganizacio dos elementos. Didvocos one Recoro Esai | ats Figura 4 © pensamento divergente € do tipo que vimos nesse cexemplo. £ a combinicio de elementos incomuns, que as criangas pequenas realizam com grande facilidade j4 que do possuem nenhum fundamento tedrico particular ou nenhum telacionamento fixo. Por que, entio, é tio diff cil para os adultos utilizar 0 pensamento divengente? Em primeiro lugar, porque o pensamento convergente € con: veniente, mas também porque mudar a mente em geral representa perda de poder. As criancas, por outro lado, bus: cam 0 poder mudando a mente, com a honestidade que tém em relagio As ideias e aos outros, com a honestidade ppara escutat. Entretanto, rapidamente aprendem que tet ideias divergentes das dos educadores ou dos pais ¢ expres si-lasno momento etrado ndo € algo positivo. Quando isso acontece, entdo, o que morre ndo é o pensamento criativo ‘mas a legitimagio da criatividade do pensamento, aia | Canta Rina © pensamento criativo pode, ainda, levar & solidi. A criatividade € relacional; precisa da aprovacio para se tor. nar um bem compartihado. £ muito comum, no entanto, termos medo dessa criatividade, mesmo da nossa, porque ela nos torna “diferentes” ‘Ao brincar, como observou Piaget, as criangas pegam a realidade nas maos, de modo a tomar posse dela; com liber: dade, elas a decompdem e recompéem, consolidando essa qualidade de pensamento convergente e divergente. Por ‘meio da brincadeira, as criangas confrontam a realidade e a aceitam, desenvolvern 0 pensamento criativo e escapam da Fealidade, que & quase sempre opressiva. E aqui que alguns dos nossos erros mais sérios criam raizes. Figura 5 Dutnocos cow Resco Eats | 25 or conseguinte, a dimensio do brincar (com palavras, “pregat” pecas, ¢ assim por diante) € um elemento essen- cial a0 ser humano, Se tirarmos essa dimensio das cian: «as € dos adultos, estaremos eliminando a possibilidade do prcndizado, rompendo o eelacionamento dual entre brin- care aprender. O processo criativo precisa, em vez disso, ser reconhecido c legitimado pelos outros. ‘A criatividade ndo é somente a qualidade do pensamen- to de cada individuo,¢ também um projeto interativo, rela onal e socal. Exige um contexto que Ihe permita exits, se expressar, se tornar visivel, Nas escolas, a criatividade ddevera ter condigfes de se manifestar em todo lugar e em todo momento. O qce desejamos € aprendizado criativo ¢ ‘educadores criativos,e nfo somente uma “hora da crati dade”. & por isso que oateié deve apoiare garantir todos os processos crativos que podem acontecer em qualquer am- Diente da escola, da casa e da sociedade. Devernos lembrar {que nto ha criatividade na eianga se ndo hi criatvidade no adulto: a crianga comperente e critiva existe se existir um adulto competente ¢ crativo. ensemos em nossa relagio com a arte: com muita ffe- _quéncia, eparamos a arte da vida e, assim como a criativi- dade, a primeira nfo tem sido reconhecida como.um direito cotidiano, como uma qualidade da vida. O desenvolvimen: to disciplinar das cincias trouxe indimeros beneficios: mas também nos legou problemas, como a superespecializacio ea compartimentalizagio do conhecimento. Em geral,nos- so sistema social também adere a essa logica de separacio « fragmentacio, Soros sempre ensinados a separar 0 que esté conectado, a dvidir em vez de juntar as disciplinas, 216 | Cana Rosato climinar tudo o que pode levar & desordem. Por essa razio, € absolutamente indispensivel reconsiderar nosso relacio- ‘namento com aarte como uma dimensGo essencial do pen ‘samento humano. A arte da vida cotidiana e a criatividade da vida cotidiana devem ser direitos de todos. Para que a arte seja, assim, parte de nossas vidas, de nossos esforgos para aprender e saber. Concluo, entdo, em homenagem a Gianni Rodari, que inspirou esta apresentagao, com uma citagio de seu livro Gramética da fantasia: “Qualquer uso possivel das palavras deveria se tornar disponivel para qualquer pessoa — isso me parece um bom lema, com sonoridade democritica. Nao porque todo mundo deva ser artista, mas porque ninguém, deve ser escravo.” rt Drhvocos com Reco Esa | ty

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