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Proposal for the conference “Philosophies of Life - Seventh Meeting of the North

American Schelling Society – NASS 7”

Author: Wagner Félix


Associate Professor
Department of Philosophy
State University of Maringá

Title: Other Consciousness and the Consciousness of Others

Abstract: Schelling postulates as the origin of mythology a relative monotheism,


preceding the polytheistic system of Gods present in all mythologies. This historical
monotheism, according to Schelling, “could have been preserved through nothing so
decisively as through the consciousness of One universal God common to all
humanity.” (SW XI, 199). The consciousness of one universal God does not mean for
Schelling it is identical with the idea of the one revealed God, that is entirely non-
mythological. A monotheism relative to the polytheism that succeeds it is understood as
an inaugural moment in the formation of the consciousness of the divinity, and the
passage to polytheism will be seen as a necessary development in overcoming a relative
monotheism towards ultimately absolute, non-mythological monotheism, in the history
of the peoples. We would like to argue, however, that the original intuition about the
commonality of all mythologies is perhaps more dependent on a specific interpretation
(and selection) of the mythological material as it was available and hold as completed
than it should be case if the project of the philosophy of mythology remains a
productive possibility. The mere broadening of the concept of mythology to cover other
traditions not initially assessed by Schelling would not seem to meet much resistance.
However, if the initial intuition of mythology is not simply a vague idea of what it
entails, but is the posit of the consciousness of the godhead as the yet unformed
remembrance of a previous harmonious state, before the differentiation, although not
the remembrance of a fully revealed consciousness of God, it is fair to ask if this
relative monotheism can be truly understood as a universal principle of mythology, i.e.
if such an intuition can be found in all mythologies. Furthermore, even if this strict
concept of the divinity and its emergence in consciousness, whose telos may only be a
revealed God, is a too limited perspective to be assumed as overarching principle of
mythology, the question remains, what would then be such a principle? Schelling has
convincingly demonstrated the necessity of a common, original aspect of all
mythologies, as a requirement for the project of a philosophy of mythology – otherwise,
the possible approach to mythology would not be a philosophical one in a systematic
sense, but it would revert to be a merely historical one, aided, perhaps, by anthropology,
linguistics, psychoanalysis and even philosophy, but not philosophically grounded and
unfolded. We elect as a counterpoint to Schelling’s proposed scheme the shamanistic
account of the differentiation of human and non-human peoples throughout several
Amazonian cosmologies, to examine the role of monotheism and polytheism in the
unfolding of mythology and ultimately, of the historical consciousness of the peoples.
Would it be possible to understand the notion of an undifferentiated people that
precedes the irruption of humanity and their others, according to Amazonian
cosmology, as something that echoes the concept of relative monotheism that Schelling
proposes, or do such cosmologies unveil a different kind of productive imagination, and
ultimately, perhaps, other kinds of consciousness?
Key words: Mythology; consciousness; productive imagination.

[TRADUÇÃO]

Título: Outras consciências e a consciência de outros: sobre os limites da Filosofia da Mitologia


de Schelling

Prof. Dr. Wagner Félix

wdcfelix@uem.br

Departamento de Filosofia

Programa de Pós-Graduação em Filosofia

Universidade Estadual de Maringá

Resumo: Schelling postula como origem da mitologia um monoteísmo relativo, precedendo o


sistema politeísta dos deuses presente em todas as mitologias. Este monoteísmo histórico,
segundo Schelling, “poderia ter sido preservado através de nada tão decisivamente como
através da consciência de um Deus universal comum a toda a humanidade” (SW XI, 199). A
consciência de um Deus universal não significa para Schelling que é idêntica à ideia do único
Deus revelado, que é inteiramente não-mitológico. Um monoteísmo relativo ao politeísmo que
o sucede é entendido como um momento inaugural na formação da consciência da divindade,
e a passagem ao politeísmo será vista como um desenvolvimento necessário para superar um
monoteísmo relativo em direção ao monoteísmo absoluto, não mitológico, na história dos
povos. Gostaríamos de argumentar, no entanto, que a intuição original sobre a comunalidade
de todas as mitologias é talvez mais dependente de uma específica interpretação e seleção das
fontes materiais das mitologias tal como eram disponíveis e que deveriam ser tomadas como
completas quanto deveria ser o caso, se o projeto de uma filosofia da mitologia há de
permanecer uma possibilidade produtiva. Contudo, embora a mera ampliação do conceito de
mitologia para cobrir outras tradições não inicialmente avaliadas por Schelling pareça ser uma
solução pacífica para o problema das limitações das fontes originais, o mesmo não se pode
dizer da intuição original à base do projeto vinculada à essas fontes. Se a intuição inicial da
mitologia não expressa simplesmente uma vaga ideia do que ela implica, mas é a afirmação da
consciência da divindade como a lembrança ainda não formada de um estado harmonioso
anterior, antes da diferenciação – embora não seja afirmada como a lembrança de uma
consciência plenamente revelada de Deus –, é justo perguntar se esse monoteísmo relativo
pode ser verdadeiramente entendido como um princípio universal da mitologia, isto é, se tal
intuição pode ser vinculada a toda mitologia ou cosmologia. Além disso, mesmo que esse
conceito estrito da divindade e seu surgimento na consciência, cujo telos pode ser apenas um
Deus revelado, seja uma perspectiva demasiadamente limitada para ser assumida como
princípio abrangente da mitologia, a questão permanece: o que poderia então servir como tal
princípio? Schelling demonstrou convincentemente a necessidade de um aspecto comum e
original de todas as mitologias como requisito para o projeto de uma filosofia da mitologia –
caso contrário, a possível abordagem da mitologia não seria filosófica em um sentido
sistemático, mas reverteria a um projeto meramente histórico, auxiliado, talvez, pela
antropologia, pela linguística, pela psicanálise e mesmo pela filosofia, mas não filosoficamente
fundamentado e desdobrado. Elegemos como contraponto ao esquema proposto por Schelling
o relato xamanístico da diferenciação dos povos humanos e não humanos em várias
cosmologias amazônicas para examinar o papel do monoteísmo e do politeísmo no
desdobramento da mitologia e, em última instância, da consciência histórica dos povos. Seria
possível entender a noção de um povo indiferenciado que precede a irrupção da humanidade
e de seus outros, de acordo com a cosmologia amazônica, como o tipo de monoteísmo relativo
que Schelling propõe, ou tais cosmologias exigem uma compreensão diferente do processo, e
em última análise, um tipo inteiramente diferente de consciência?
Palavras-chave: Mitologia; consciência; imaginação produtiva.

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