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ie 27 ADMINISTRAGAO DE CAIXA Este capitulo visa detalhar os principais aspectos da administracdo de caixa de uma empresa e dedica também, em varias partes, especial atencao as pecullia- ridades do contexto brasileiro. Com essa meta, o capitulo encontra-se dividido em quatro grandes secdes. A primeira trata dos motivos da procura da moeda e de sua relago com ama. nutengao de um saldo de caixa pelas empresas. A seco seguinte aborda a pro- Dlematica da administragdo de caixa e as estratégias que podem ser usadas para seu melhor controle. A terceira desenvolve os principais modelos quantitativos de administragao de caixa voltados a maximizar o retorno dos recursos disponiveis ¢a manter a liquidez da empresa. A quarta se¢do enfoca a projecio de caixa e as influéncias da inflacdo, sendo computados os ganhos e perdas inflacionérios e 0 montante de reposigo necessario para manter seu valor real, © termo caixa, conforme serd utilizado em varias partes deste capitulo, re- fere-se a ativos de liquidez imediata, ou seja, recursos monetérios armazenados ela empresa e saldos mantidos em contas correntes bancérias (de disponibilida- de imediata). Representa valores que podem ser usados a qualquer momento em Pagamentos de diversas naturezas, Por terem os titulos ptiblicos geralmente as mesmas caracteristicas de liquidez enunciadas, eventuais posigdes nesses titulos sero também consideradas como caixa. Aplicagbes financeiras de curto e curtis- simo prazos sero estudadas ao final desta Parte VI. 27.1 Razdes da demanda de moeda e manutengao de caixa A administracio de caixa visa, fundamentalmente, manter uma liquide ime- diata necessaria para suportar as atividades de uma empresa. Por nao apresentar ! | 636. Financas Corporativas€ Valor + Assaf Neto nenhum retorno operacional explicito, o saldo de caixa ideal deveria ser nulo. Essa posicdo extrema, no entanto, é invidvel na pratica, jé que a empresa precise vomalmente manter certo nfvel de caixa para, entre outras razées, fazer frente & incerteza associada a seu fluxo de recebimentos e pagamentos. ara que se compreendam com maior profundidade as raz6es que levam uma empresa a manter recursos de maxima liquidez em seus ativos, € interessante co” hacer inicialmente as raz8es da procura da moeda, passando-se posteriormente 20 estudo dos outros aspectos relativos & administracéo de caixa. Keynes identificou trés motivos que levam as empresas (€ as pessoas tam- bém) a manter determinado nivel de caixa:* © primeiro, definido como motivo-negécio (ou “motivo-transagao”), ¢ expli- cado pela necessidade que uma empresa apresenta de manter dinheiro em caixa para efetuar os pagamentos oriundos de suas operacdes normais e certas. Ante- Pormente definiurse o ciclo operacional de uma empresa como o intervalo de tempo compreendido entre a aquisicéo de matérias-primas ¢ o recebimento da venda dos produtos elaborados. ‘Nesse interregno foi identificado também o ciclo Ye caina de uma empresa, a ser mais bem detalhado na seco seguinte, 0 qual sbrange o intervalo entre o momento em que ocorrem 0s primeiros dispéndios financeiros (pagamentos de compras e outros fatores) e 0 do recebimento das -vendas realizadas. No ciclo de caixa descrito, as empresas consomem recursos e precisam, consequentemente, manter certas reservas monetdrias para suprir essas saidas ordindrias. (© nivel de caixa mantido por uma empresa para financiar esse perfodo de transiggo é influenciado, segundo Keynes, principalmente pelo valor da produgéo corrente (¢, portanto, da renda corrente) e pela extensio do ciclo operacional. Na verdade, a falta de sincronizacao verificada entre os momentos dos recebi- mentos ¢ dos vencimentos dos compromissos é que determina a demanda por ‘aixa pelas empresas. Ao se admitir a certeza absoluta sobre os periodos ¢ sobre os montantes dos fluxos de entradas e saidas de caixa, a demanda pelo dinheiro para fins de transacio seria desnecesséria. No entanto, como a certeza total (sin cronizacio perfeita) é praticamente impossivel, devido ao ambiente de incerteza ue normalmente envolve os negécios ¢ os naturais desajustes de mercado, @ empresa deverd sempre manter recursos monetérios em caixa para sustentar suas atividades normais. (© segundo motivo abordado por Keynes refere-se & precaugiio. O motivo- transacdo previu a presenca certa de dispéndios na atividade normal de uma. ‘empresa; a incerteza descrita estava associada as datas (momentos) ¢ aos valores de ceus fluxos de caixa. Nao obstante, é comum ocorrerem certas despesas im: previstas e extraordindrias nos negécios empresariais (vatiagées inesperadas nas Ponds e nos precos de alguns fatores de producéo, insolvéncia de clientes etc.), «, quanto maior for o saldo de caixa para enfrentar essas exigéncias monetérias inesperadas, tanto maior seré a margem de seguranca de atuagao da empresa. Deses maneira, o motive-precaucao para a retencéo de ativos de maxima liquidez por uma empresa € justificado pela diferenga normalmente observada entre os fluxos monetérios orgados e os reais. O nivel de caixa exigido pelo ‘motivo-precaugo é funcao, naturalmente, da flexibilidade que uma empresa apresenta em captar recursos nos exatos momen- 7" GENNES, J Maynard. Os motivos psicolégicos ¢ empresarias para a liqudes, In: A teria geral do emprego, do juro e da moeda. So Paulo: Atlas, 1982. Cap. 15, Administragdo de Caixa 637 tos de suas necessidades extraordinérias. A facilidade de acesso imediato ao cré- dito permite que uma empresa trabalhe com maior taxa de retorno em razio da menor necessidade de manter saldo em caixa por precaugéo. Mais uma vez, 0 grau de aversio ao risco em relacgo a uma eventual falta de recursos disponiveis é que iré conciliar o aspecto de maior liquidez imediata ou retorno. Finalmente, 0 terceiro motivo citado refere-se & especulagao, Por exemplo, 0 aproveitamento de oportunidades especulativas em relacdo a certos itens nao monetérios (estoques, normalmente), desde que a empresa acredite numa valo- rizacdo atraente de seus precos, pode justificar maiores investimentos de caixa. Uma situacao frequente ocorre no armazenamento de caixa para tirar proveito de certas aplicagtes financeiras cujos rendimentos apresentam-se atraentes para a empresa, Nos tiltimos anos péde-se observar uma grande demanda por dinheiro pelas empresas (e pessoas também), com o intuito de adquirirem tirulos e valores ‘mobilidrios, notadamente os de operagées a precos fixos. A rentabilidade ofere- ida por essas aplicacdes assumiu percentuais bem elevados nos ultimos anos, chegando, em diversos momentos, a exceder o retorno real sobre os ativos de muitas empresas. 27.2 Ciclo de caixa e controle de seu saldo Com 0 objetivo de alcancar uma visio clara da problemética da administra- ‘cdo de caixa e das medidas que podem ser acionadas para um controle eficiente, ¢ interessante estudar, com mais detalhes, o ciclo de caixa de uma empresa. Anteriormente definiu-se o ciclo de caixa como o periodo de tempo existente desde o desembolso inicial de despesas até 0 recebimento do produto da venda. Para uma empresa industrial, por exemplo, esse ciclo corresponde ao intervalo verificado entre 0 pagamento de matérias-primas (note-se que ndo é data de Figura 27.1 Tlustragdo do ciclo de caixa de uma empresa industrial. Ciclo operacional (sete meses) Compra de Estocagens matéria- de produtos prima Pagamento Produgéo acabados Venda _Recebimento Prazo de /Pagamento ‘a fomnece- Prazo de | Prazo de dores estocagem¥ recebi- Prazo de estocagem Prazo de dos produtos mento das das matérias-primas _produglo acabados __vendas a eae SSS dois meses ummés " ummés ' ummés dois meses pees aces moe oltre. adods.meses Ciclo de caixa’ cinco meses (Necessidades de recursos) 638 Financas Corporativas e Valor * Assaf Neto compra, pois a mesma poderd ocorrer antes, se a aguisicdo for efetuada a pra- so eo recebimento pela venda do produto elaborado (da mesa forma, nao se 2) ¢. > smomento da venda, e sim ao do efetivo recebimento), Se as CoP necessérias e as vendas forem efetuadas totalmente a vista, 0 ciclo de caixa coin- etd exatamente com o ciclo operacional da empresa, conforme estudado no Capitulo 26. ‘A Figura 27.1 ilustra os ciclos de caixa e operacional de ume empresa: Percebe-se na Figura 27.1 que a duragio do cielo de caixa (cinco meses) & menor que a do ciclo operacional (sete meses) exatamente pelo prazo conce- dido pelos fornecedores de insumos pasicos. Claro estd, também, que 0 prazo de pagamento a fornecedotes poderia ser maior, excedendo inclusive 0 perfodo de estocagem desses itens. ‘Nessa situagdo, 0 ciclo de caixa deveria iniciar-se se prevenga dos primeiros dispéndios operacionais (normalinente, partir da ga des matérias-primas na produgéo pela ocorréncia de pagamentos 208 fatores). Na ilustragio considerada, as necessidades de financiamento da empier® ‘ocorrem desde 0 momento do pagamento das compras de insumos até 0 do re- coo onvo das vendas realizadas, o que representa seu ciclo de caixa, Para deter- cinar o niimero de vezes que o caixa de uma empresa gira (se renova) num de- terminado periodo, basta dividir 12 pelo ciclo de ‘caixa encontrado.’ Assim, para tyemplo considerado, o giro de caixa da empresa é igual a 2,4 0% 12+5, 00 seja, os recursos alocados 20 disponivel revezam-se 2,4 vezes Te perfodo (ano). sein ot nieaggo desse valoy, que é lograda por uma gradativa redugio de ciclo de Aina, determina menores necessidades de recursos monetérios 50 disponivel. £ uma medida de eficiéncia na administragéo de caixa de uma empresa, a qual ene colsborar com o objetivo de prover a méxima liquider imediats possivel sem ocasionar Valores significativos de recursos ‘monetérios inativos investidos no dispontvel. ‘As principais estratégias de controle do saldo de caixa s80 discutidas a se- guir. Conforme observado, a necessidade de manter um controle mais acurado ae aisponibilidade de uma empresa é determinada pelo objetivo de ajustar a jmanuitenggo de um saldo de caixa que atenda aos motives de transac&o, precau- ao e especulagio mencionados anteriormente, sem que iso ‘ocasione ao mesmo fempo uma ociosidade (inatividade) dos recursos.” vas medidas de controle que podem ser acionadas para uma eficiente admi- nistragio de caixa sero discutidas com a classificacao em dois grupos: medidas de responsabilidade e competéncia exclusiva do caixa © as determinadas por uma politica mais ampla da empresa. “as medidas de responsabilidade e competéncia exclusivas do caixa so 58 | que podem ser implantadas sem que com isso haja interferéncias nos outros ele- mentos do capital de giro. Nesse elenco de estratégias podem- onde: taxa de juros definida para os titulos negocidveis no perfodo conside- rado. Por definigSo, esse percentual é fixo; gi saldo médio de caixa admitindo-se que seu volume se reduza no periodo a uma taxa constante. Com relagéo 20 valor de C, é interessante a conclusto apresentada por Van Horne.’ Descreve 0 autor que, quanto maior se apresentar C, maior seré 0 saldo médio de caixa (C/2), e menores as aplicagdes médias em titulos negociveis e, consequentemente, as receitas financeiras. Com isso, a administracao de caixa convive com um custo de manutencao (oportunidade) de caixa mais alto. Nao obstante, se for mais elevado o valor de C, menos reposigdes de caixa e con- sequentemente menos custos de obtengdo (transferéncias) sao identificados. objetivo bésico do modelo, em suma, é conseguir um equilfbrio entre esses dois custos de maneira a minimizar os custos totais de caixa. Dessa forma, o nivel étimo de caixa (C’), ou seja, 0 que leva a uma minimi- zaco de seus custos totais, é obtido pela soma das duas identidades de custos enunciados (obtengfo e manutencéo), ou seja: Sabendo-se que 0 ponto étimo do nivel monetério de caixa ocorre quando a reta do custo de obtencéo intercepta a de manutencdo, podem-se igualar esses dois custos Multiplicando-se por C: Ty gnixtx bxPxeaixg xe bernixg J VAN HORNE, James C. Financial management and policy, 10. ed. New York: Prentice Hall, 1995. p. 383. ée-Caixs 645 Multiplicando-se por 2: 2xbuTaixS ad 2xbxTHix@ Por exemplo, admita que a necessidade de caixa de uma empresa, visando a0 agamento ao longo do préximo més, atinja $ 400.000. 0 custo por transacao estimado em $ 45, a taxa de juros de titulos negociéveis é de 3,5%. Diante dessas informagées, podem ser caleulados: @) volume de rransagées étimo de caixa: 2x § 45 x § 400.000 @ 5,085 = $32.071,35 ) saldo médio de caixa para o periodo: > = F = $32,071.35 ~ § 16.035.70 2 2 ©) mtimero de reposigées (transagées) de caixa no periodo: $ 400.000,00 _ 532,07135 ~ 125 transformagGes de titulos negociaveis em caixa no més ) custo total do perfodo (CT): = (5.45 » $-400.000,00 ,, $.32.071,35 bak (s 48% $32.071,35 = (2.008 2 ] CT = $ 561,25 + $ 561,25 = $ 1,122.50 © modelo do lote econdmico de Baumol apresenta limitagbes, principalmen- te ao admitir condigées de certeza na administracdo de caixa. Em verdade, os fluxos de caixa sé muito raramente sao totalmente previstveis, determinando na rética que o administrador mantenha um saldo minimo de seguranca de caixa. Assim, a transferéncia de titulos negocidveis em dinheiro nfo ocorre quando o saldo de caixa chega a zero, conforme propée o modelo, mas em algum nivel anterior ao definido como minimo. 4Jé a variagio do saldo de caixa néo se dé geralmente a uma taxa constante, de acordo com o modelo. As entradas so previstas para uma data inicial do Perfodo de estudo, convertidas em titulos negocidveis, e resgatadas a determi- nado custo toda vez que o caixa chegar a zero. Nao est previsto a nenhum tipo de variagées no volume monetario do caixa. Hipéteses restritivas so também 646. Finangas Corporativas e Valor » Assaf Neco admitidas nos fluxos de saidas de caixa, os quais se supdem ocorrer a um ritmo constante. Em suma, o modelo de Baumol nao prevé variagées para cima e para baixo nos saldos de caixa motivadas por diferentes transagoes. © modelo, apesar de suas premissas, explora importantes principios tedricos basicos da administragio de caixa, servindo mais como um parmetro util para a compreensao do comportamento e avaliagéo do saldo de caixa. Principalmente diante da realidade brasileira, ¢ importante que o modelo de caixa de Baumol seja aplicado na suposicao de moeda constante e abranja um periodo de planeja- mento mais curto. 27.3.2 Modelo de Miller e Orr O modelo de Miller e Orr é probabilistico e sua aplicagdo é recomendada pre- ferencialmente para situagbes de incerteza dos fluxos de caixa. Para os autores, as variagées nos valores de caixa de um periodo para outro so aleatérias, e des- crevem, quando as observacées sao repetidas, uma distribuicdo normal. Miller e Org” ao contrério de Baumol, admitem que o saldo de caixa pode ser elevado ou diminuido em fungéo de transacées desconhecidas com antecedéncia. Com isso, so estabelecidos limites para as transferéncias de titulos negociéveis em caixa, e vice-versa. Ou seja, quando o saldo monetério de caixa atingir deter- minado volume (limite superior), os recursos so transferides para t{tulos mobi- lidrios, ocorrendo o inverso quando o limite inferior for atingido. B interessante notar que a definicao do limite inferior no modelo no é unica, podendo ser fixado em zero, ou em qualquer outro nivel desejado acima. A Figura 27.3 definiu ilustrativamente, em Lo limite inferior de caixa. O modelo de Miller @ Orr objetiva, em esséncia, céleulo do valor étimo dos limites superior e inferior, os quais dependem, basicamente, dos custos fixos associados &s transacées, dos custos de oportunidade e, ainda, da variacdo esperada nos saldos de caixa. A Figura 27.3 ilustra o processo de deciso baseado no modelo de Miller e Orr Na Figura 27.3 so observadas alteragdes nos saldos de caixa da empresa a0 longo de determinado perfodo de planejamento, sendo estabelecidos dois limites para seu controle; h (limite superior) e L (limite inferior). No momento t, 0s re- Figura 27.3 Modelo de Miller e Orr. Limite superior Nivel de retorno Saldo de caixa ($) Limite inferior ‘Tempo 0 & f i MILLER, Merton H.; ORR, Daniel, A model of the demand for money by firms. Quarterly Journal of Economics, Aug. 1966; The demand for money by firms: extension and analytic results. Journal of Finance, Dec. 1968. Administragio de Caixa 647 cursos de caixa atingem seu ponto maximo (limite superior: h), devendo entio ocorrer a transferéncia de (ht-2) para a carteira de titulos negociveis. Com isso, © saldo de caixa reduz-se para o nivel z. Da mesma forma, se o saldo de caixa atingir algum ponto abaixo do limite infe- rior (L), como observado no momento t, a empresa deve direcionar dinheiro para 0 caixa, elevando seu saldo até Z". Com essa providéncia, o caixa retorna ao ponto Z’. Quando o saldo de caixa atingir zero (limite minimo sugerido na Figura 27.3), conforme ocorre no momento t,, so resgatados z de titulos negocidveis, elevando-se o dinheiro em caixa para o nivel Z’, recompondo o equilibrio. Note que essas decisdes de compra e resgate de titulos mobiliérios séo acio- nados quando o saldo do dinheiro em caixa atingir os limites estabelecidos. En- quanto se mantiver entre 0s limites, nenhuma decisio é tomada, deixando-o os- cilar normalmente. Conforme foi colocado, o objetivo bésico do modelo de caixa de Miller e Orr € minimizar 0 custo esperado total das necessidades de caixa, o que ¢ feito pela escolha dos limites étimos h (superior) e L (inferior). O valor étimo de TZ’, ocaixa meta, incorpora a variabilidade dos fluxos de caixa e os custos associados a sua gestio, sendo definido pela seguinte expressio de célculo: Fi 4xi fone) ~ bb = custo fixo de transacdes com titulos negociéveis; o? = variancia dos saldos liquidos didrios de caixa; i = taxa de juros diria de titulos negociaveis. Por sua vez, o valor étimo do limite superior (h’) é definido simplesmente por 8, isto é: h" = 32. Para ilustrar uma aplicagéo prética do modelo de Miller e Orr, admita que: b = $ 60,00; i = 0,20% ao dia; c? = $ 900. Utilizando-se as express6es supra-apre- sentadas: r hv = 3 x $ 272,60 = $ 817,80 Se o limite inferior for definido em zero, Z’ € h’ sero os valores calcula- dos de, respectivamente, $ 272,60 e $ 817,80. Alternativamente, se definido em $ 100 0 limite inferior (caixa minimo), entéo: Z’ = $ 372,60 eh’ = $ 1.117,80. Os dois modelos de administracdo de caixa apresentados diferenciam-se ba- sicamente pelas expectativas dos saldos de caixa. © modelo proposto por Batumol pressupde condigées de certeza nos fluxos de caixa, e € mais aplicdvel quando © planejamento for de curto prazo. Nesse horizonte de tempo, é maior a capaci- dade de previséo do administrador. Jé 0 modelo desenvolvido por Miller e Orr admite uma natureza aleatéria as transagées de caixa, e seu tso é mais explorado em condig6es de incerteza. 648. Finangas Corporativas e Valor * Assaf Neto 27.4 Dilema da administragéo de caixa em inflagdo Em contextos inflaciondrios, a administracao de caixa apresenta dificuldades adicionais pelo conflito marcante com que convivem seus valores. ‘A manutengéo de certo nfvel minimo de caixa, justificada pelos motivos- transacdo e precaugéo anteriormente enunciados, além de no produzir retorno algum A empresa, determina uma queda em seu poder de compra ditada pela taxa de depreciagéo monetéria verificada. Pode-se afirmar que 0 disponivel, pela perda de valor que revela, é normalmente 0 ativo monetério mais sacri- ficado quando exposto a um ambiente inflacionério. Na realidade, os valores a receber, outro item ativo monetério, podem, de alguma forma, incorporar ‘uma expectativa inflacionéria (ou parte dela) ao estabelecer a empresa pregos diferenciados em conformidade com a modalidade de suas vendas. No entanto, o caixa é um valor liquido por sua prépria natureza, e a recuperacdo de uma parte de seu desgaste ocorre unicamente quando seus excedentes estiverem temporariamente aplicados em titulos negociaveis. Dessa maneira, a estratégia de maior minimizacdo de investimentos em caixa torna-se mais rigorosa em conjunturas inflaciondrias em que, conforme foi visto, convive-se com uma ine- xisténcia de retorno e, ao mesmo tempo, perda de valor. De par com o rigor no controle de volume de caixa, a inflagdo conflitan- temente determina necessidades crescentes de aplicagées no capital de giro e, principalmente, no dispontvel, como forma de repor a diminuigéo do poder aquisitivo do dinheiro. Essa dualidade nas regras explica o dilema na admini tracdo de caixa em contextos inflacionarios. Se de um lado tem-se um aumento da necessidade de investimento no caixa, de outro surge a estratégia geral de- finida em manter seu saldo 0 mais baixo possivel. Sobre o assunto, Puggina”™ raciona em termos de que em inflacdo existem duas forcas operando em sentido contrério, no que se refere & administracéo de caixa. Essas necessidades so abordadas, identicamente, pela necessidade de investir o minimo no ativo e pelo crescimento exponencial das necessidades de capital de giro, cujas pres- sdes acabam sempre recaindo sobre o caixa da empresa. O fato € agravado, ainda, segundo o autor, pelas crescentes dificuldades de obtengo de recursos no mercado, o que leva a empresa a adotar uma administragao mais prudente € conservadora em sua liquidez imediata. A solucao preconizada para o conflito & a introdugio de controles frequentes sobre o caixa da empresa e 0 incentivo de sensiveis reduces nos prazos de projecdes de suas necessidades. Em vez de uma estimativa anual da demanda por esses ativos, por exemplo, o administra- dor poderia trabalhar com horizontes de tempo mais curtos (meses, por exem- plo, ou outros intervalos ainda menores de acordo com as caracteristicas de atuacéo da empresa com as caracteristicas de atuacdo da empresa € dos niveis inflacionérios) para projetar suas necessidades. Com a introducao mais genera- lizada de microcomputadores nas empresas, 0 uso de programas de simulacdo apresenta-se como excelente alternativa, 7” BUGGINA, Wladimir A. Decistes financeiras da empresa em um contexto inflaciondrio: notas para debate. Revista de Administrapdo de Empresas, 21(1): jan./mar. 1981. Administraglo de Caixa 649 27.5 Projecdo de necessidades de caixa — Orgamento de caixa A projecdo das necessidades de caixa sera desenvolvida pelo levantamen- to de todas as entradas e saidas de recursos previstas em determinado perio- do de tempo. Conforme preconizado ao longo deste capitulo, pode-se obter mais eficiéncia no controle de seu saldo mediante divisdes de um perfodo de planejamento maior em intervalos de tempo menores (em bases mensais, por exemplo). Isso permite acompanhar o nivel de caixa da empresa e efetuar os ajustes devidos tao logo ocorram os eventuais desvios entre os valores previstos (orgados) e os valores reais. Evidentemente, sendo maior a incerteza de uma empresa com relacdo a seus fluxos financeiros e ao comportamento da econo- mia, é aconselhavel trabalhar com divisdes menores de tempo, tais como quin- zenas ou semanas, por exemplo, Um modelo geral de elaboragio da projecio das necessidades de caixa é sugerido no Quadro 27.1. Outros esquemas poderiam ser utilizados; eles se diferenciariam do modelo geral sugerido em fungdo da importéncia que determinados itens pudessem ter nas atividades da empresa. Por exemplo, as entradas e saidas de caixa poderiam estar clessificadas, ainda, em fluxos operacionais (pagamentos a fornecedores, recebimentos de rendas realizadas, pagamentos de despesas operacionais: ven. das, administragdo etc.) e nao operacionais (vendas e aquisigdes de ativos perma- nentes, rendimentos provenientes de aplicagées financeiras etc.). £ importante ressaltar, ainda, que a elaboragéo de um modelo de projecdo de caixa deve permitir, em tiltima andlise, que a empresa possa antecipar-se a eventuais necessidades futuras de recursos (programando, desde j4, opcées para captar os fundos carentes no mercado), como também melhor programar suas aplicagées com os excedentes de caixa que vierem a ser projetados. Em suma, 0 orgamento (projecéo) de caixa constitui um importante instrumento de controle Quadro 27.1 Modelo de projegéio (orgamento) de caixa. Ao Dos Fiuxos | TOTAL| PEP DeS. | Rh | me | B® | Bm | Py Oo |Ool ol] o|] ® A. Saldo Inicial de Caixa B. Entradas Previstas de Caixa . Total das Entradas mais o Sal- do Inicial (A + B) D. Safdas Previstas de Caixa E. Total das Saidas F Saldo Lfquido de Caixa (C- E) G. Saldo Acumulado de Caixa CCorporativas e Valor + Assaf Neto da liquidez e, em sua elaboragio, a empresa deve dedicar uma atencéo perma- nente evitando ao maximo que surjam, de forma inesperada, saldos insuficientes ou excessivos. Visando também ao esclarecimento das influéncias da inflaco sobre os flu- xos monetérios, a projegdo de caixa ser elaborada mediante o desenvolvimento de um exemplo ilustrativo, Refere-se & elaboracio do orgamento de caixa da Cia. PME para um tinico perfodo (semestre), no qual se prevé uma inflagao de 10%. 27.5.1 Exemplo ilustrativo: projecao de caixa da Companhia PME A Cia. PME deseja elaborar uma projecdo de caixa para o primeiro semes- tre de X5. Para tanto, foram fornecidas as seguintes informagGes referentes ao periodo: a) Saldo de caixa existente no in{cio do semestre: $ 1.800. b) Vendas previstas: $ 17.000. Espera-se que 60% desses valores sejam recebidos no semestre, permanecendo os 40% restantes no realizavel para a liguidago no segundo semestre do ano. ©) As compras de estoque previstas para 0 perfodo atingirdo $ 6.000 e sero totalmente pagas no perfodo de planejamento. ) 0 total das despesas operacionais desembolsdveis atingiré $ 3.000 no semestre. ) Prevé-se, simplistamente, que as vendas, compras e despesas operacio- nais estimadas apresentarao formacao uniforme no periodo. Ao inal de maio, a empresa deveré pagar $ 3.000 a titulo de despesas financeiras. g) No inicio de marco est previsto um aumento de capital mediante subserigio e integralizacdo de novas ages no valor de $ 1.000. h) No periodo (inicio de abril), ainda, a empresa espera receber $ 800 provenientes do realizdvel a curto prazo. i) A inflacdo estimada para o semestre é de 10%, sendo a taxa média do semestre de 4,9% [(,/7,10 - 1)] ea equivalente mensal igual a 1,6%, ou seja: (47,10 - D- 27.5.2 Projecéo de caixa em valores histéricos Para bem detalhar a projeco de caixa da Cia. PME, desconsidere-se inicial- mente a existéncia de inflacdo no semestre. £ interessante que os valores dos saldos de caixa, obtidos neste item em bases histéricas (valores nominais), sejam comparados com os apurados em situagao de inflagdo. Os itens seguintes aborda- ‘do o tema, evidenciando, entre outros aspectos, a necessidade de investimentos suplementares em caixa para manter seu poder aquisitivo. Em valores histéricos, os fluxos monetérios da Cia. PME, previstos para 0 primeiro semestre de XS, sao apresentados no Quadro 27.2. A projecdo de caixa (ilustrada no Quadro 27.2) foi elaborada de acordo com as estimativas fornecidas pela empresa. ‘Administragdo de Caixa 651 Quadro 27.2 Projegao de caixa em valores nominais da Cia. PME. aE area esa DESCRIGAO DOS FLUXOS ue ars aan ‘A~ Saldo inicial de caixa 1.800 B - Entradas previstas de caixa Recebimento de vendas 10.200 ‘Aumento de capital por integralizagéo 1.000 Recebimento de realizavel a curto prazo 800 C~Toral das entradas mais o saldo inicial (A + B) 13.800 D-~ Safdas previstas de caixa Compras de estoques 6.000 Pagamento de despesas operacionais 3.000 Pagamento de despesas financeiras 3.000 E~ Total das saidas 12.000 F ~ Saldo liquido de caixa (CE) 1.800 ESE a ae ON eae eee MeO, O saldo inicial de $ 1.800 corresponde ao valor que a empresa mantém em seu caixa no infcio do semestre (ou final do semestre imediatamente anterior). Como somente 60% das vendas sero financeiramente realizadas no periodo, as entradas de caixa provenientes dessas receitas atingem, portanto, $ 10.200 (60% x $ 17.000). Os demais valores do item A sao facilmente obtidos nas infor- mages fornecidas. Dessa maneira, o total dos ingressos previstos de caixa da Cia. PME, somados ao saldo inicial para o primeiro semestre de XS, é de $ 13.800. As saidas previstas, por seu lado, totalizam $ 12.000, o que resulta um saldo liguido previsto de caixa para o periodo considerado de $ 1.800. Pelos valores finais da projecio, pode-se observar que a empresa conseguird manter, pelo menos em valores nominais, o mesmo nivel de caixa ($ 1.800). Supondo-se que esse valor seja o minimo ideal estabelecido pela Cia. PME, nao se prevé, em principio, nenhum problema em sua liquidez imediata, Segundo os Pardmetros da empresa, 0 saldo Ifquido de $ 1.800 é suficiente para que ela possa conviver com as incertezas associadas aos fluxos financeiros e faltas de sincroni- zacao normalmente verificadas entre os recebimentos e pagamentos. Nao obstante, dois aspectos devem ainda ser analisados no orgamento de caixa. O primeiro diz respeito as eventuais faltas de sintonia entre os momentos de ocorréncia dos recebimentos e pagamentos. Mesmo que apresente um saldo If quido satisfatério ao final do semesire, nada impede que a empresa possa enfren- tar problemas de caixa durante o semestre. Como foi observado anteriormente, ‘uma sincronizagio perfeita entre os fluxos de entrada e os de saida de caixa é de dificil realizacdo pratica. Para poder detectar eventuais desequilibrios financeiros durante o periodo, é importante que a Cia. PME divida sua projecdo semestral em bases mensais, por exemplo (ou em perfodos menores de tempo, de acordo com suas necessidades). Outro ponto que merece ainda cuidadosa atencdo diz respeito & influéncia da inflagdo sobre os fluxos monetdrios projetados. E sabido que o fenémeno infla- cionario determina ganhos em alguns elementos e perdas em outros. No entanto, € praticamente impossivel uma compensasao perfeita entre esses resultados, ou seja, os ganhos produzidos pela inflagéo cobrirem exatamente as perdas infla- 2 Finanges Conporativas ¢ Valor + Assaf Neco cionérias verificadas. Dessa forma, deve a empresa avaliar os resultados (ganhos ou perdas) inflacionérios de cada um de seus elementos de caixa, de acordo com suas caracteristicas de formago, com a finalidade de estabelecer valores finais It- quidos expressos em moeda representativa do poder aquisitivo da época. A se¢o 27.5.3 ilustra a projecdo de caixa da Cia. PME em inflacao. 27.5.3 Projegéio de caixa em moeda constante Conforme foi observado, a inflacéo atua nos itens monetérios determinando ganhos ou perdas de valor. Para cada elemento monetério hé normalmente re- sultados diferentes, determinados, basicamente, pelo tempo de exposicao desses valores & inflagio. Assim, na projecao de caixa da Cia. PME serdo calculados, para cada um dos fluxos considerados, as perdas inflacionérias, motivadas pelos acrés- cimos (entradas) de caixa, e os ganhos inflacionérios, localizados nas reducdes (caidas) de caixa. Os resultados inflacionérios de caixa so mensurados unicamente pelos flu- xos monetérios que afetam seu valor. Por exemplo, as vendas a prazo, mesmo exercendo influéncias sobre os saldos do ativo monetério “valores a receber”, no determinam operagées alguma no caixa da empresa, ndo sendo considerados, por isso, em seu célculo, PERDAS INFLACIONARIAS Saldo Inicial de Caixa O saldo de $ 1.800, por ter sido formado no inicio do periodo, sofre uma des- valorizacio idéntica & inflacio projetada para todo o semestre, ou seja: Perda = $ 1.800 x 10% = $ 180. Recebimento de Vendas O recebimento de vendas previsto no semestre sofrerd perda compativel com sua realizaggo uniforme no perfodo. Se a taxa média de inflaco do semestre for 4,9%, obtém- Perdas = $ 10.200 x 4,9% = $ 500. Aumento de Capital de Integralizacio © aumento de caixa previsto pela venda de novas acées sofreré uma perda determinada pela inflagio da data da realizaco (infcio de marco) até o final do semesire, ou seja, de quatro meses. Se a taxa equivalente mensal for de 1,6%, a inflacdo do quadrimestre (marco a junio) atingira 6,6%; ou seja: ((1,016)*~ 1] Assim, obtém-se: Perdas = $ 1.000 x 6,6% = $ 66 Recebimento de Realizdvel a Curto Prazo Esta entrada de recursos, prevista para 0 inicio de abril (meio do semestre) ocasiona, da mesma forma, uma perda inflaciondria de 4,9%, que corresponde & taxa equivalente trimestral (taxa média) do periodo. Assim: Perdas 800 x 4,9% = $ 39. Administragdo de Caixa 653 GANHOS INFLACIONARIOS Compras de Estoques Considerou-se que essas saidas de caixa ocorrerao uniformemente no perio- do. Dessa maneira, os ganhos inflacionérios, ou melhor, perdas que deixario de ocorrer e que foram, portanto, calculadas em excesso nos itens anteriores, serao avaliadas pela taxa média de inflagéo do semestre, ou seja: Ganhos = $ 6.000 x 4,9% = $ 294 Pagamento de Despesas Operacionais Por terem identicamente uma formacdo homogénea no semestre, os ganhos so medidos pela taxa equivalente trimestral da inflagio, isto é: Ganhos = $ 3.000 x 4,9% = $147 Pagamento de Despesas Financeiras Este encargo financeiro previsto para o final do més de maio produz, pela re- dugéo de caixa que determina, um ganho mensurado pela inflacdo de junho. Ado- tando-se a taxa de 1,6% (equivalente) de inflacio para todos os meses, obtém-se: Ganhos = $ 3.000 x 1,6% = $48 Perdas Inflaciondrias: $ 180 + $ 500 + $66 + 39 = ($ 785,00) Ganhos Inflacionérios: $ 294 + $147 + $ 48 = $4 Resultado Inflacionério (Perda) ($.296,00) Quadro 27.3 Projegdo de caixa da Cia. PME em inflagdo. TAKADE _GANHOS (@) VALORES y DESCRIGAO DOS FLUOS NOMINATS Te . S) APLICADA (s) ‘A= Saldo inicial de caixa 1.800 _—10,0% 180 P B~ Entradas previstas de caixa Recebimento de vendas 10.200 4.9% 500 P ‘Aumento de capital por integralizagdo 3.000 6,6% 66 P Recebimento de realizével a curt prazo 800 49% 39 P C—Total de entradas mais 0 saldo inicial (A+B) 13.800 - 785 P D~Saidas previstas de caixa Compras de estoques 6.000 49% 294 6 Pagamento de despesas operacionais 3.000 4.9% 147 6 Pagamento de despesas financeiras 3.000 16% 48 = E= Total de saldas 12.000 Ee 489 G F ~Saldo liquido de caixa (C—E) =La00 = 296 P 554 Pinangas Corporativas e Valor * Assaf Neto APURAGAO DO SALDO LIQUIDO DE CAIXA Estabelecidos os resultados inflaciondrios previstos para os varios fluxos fi- nanceiros, o Quadro 27.4 demonstra a projegao de caixa da Cia. PME, admitindo uma inflagdo de 10% no semestre considerado. Observe-se no quadro que a manutengdo do saldo final de caixa de $ 1.800, de- finido como minimo pela Cia. PME, somente se verifica em valores nominais, A infla- ‘ho projetada determina uma perda liquida de $ 296 no perfodo, a qual necessita ser reposta (invertida) pela empresa, caso deseje manter seu saldo de caixa em termos compativeis com a capacidade geral de compra da moeda, no nivel minimo desejado ‘Ao manter $ 1.800 em seu caixa, a empresa provavelmente enfrentard pro- blemas de liquidez, pois este valor ndo corresponde, em termos reais, a suas exi- géncias de manter a integridade do poder de compra de suas reservas monetérias. 27.5.4 Supondo uma Unidade Monetéria Constante (UMC) de mesma capacida- ‘ de aquisitiva, variando ento conforme 0 indice projetado de inflagdo, pode-se Outra formula ansformar essa projecdo em projecdo de fluxo de caixa em UMC, conforme de cdlculos—em — desenvolvido no Quadro 25.4 UMC ‘Apurando-se F = C - E, nio se verifica o saldo final de caixa de 163,64 UMGs. (1.325,70 — 1.135,10 = 190,60 UMCs). Ou seja, se o caixa fosse mantido em UMC (ou em délar, por exemplo — se variando exatamente de acordo com a inflagio), deveria terminar com 190,60 UMCS. Mas no saldo final existem efeti- vamente apenas 163,70 UMCs ($ 1.800,00/$ 11,00). Isso significa que houve uma perda de 26,90 UMCs (190,60 - 163,70) por- que o caixa foi mantido em moeda sujeita inflagdo e nao em UMCs. Observe ainda que 26,90 UMCs multiplicado pelo valor final da UMC de $ 11,00 apura a perda de $ 296,00, conforme calculada no Quadro 27.4. | Quadro 27.4 Projegiio em UMC. 2 VALORES UMC FLUXO EM Se NOMINAIS ($) __PREVISTA uMc ‘A Saldo inicial de caixa 1.800,00 10,0000 180,00 B— Entradas Previscas 12,000,00 ss 1.145,70 Recebimento de Vendas 10.200,00 10,4881 972,50 ‘Aumento de Capital (Final de Abril)? 1.000,00 10,3228, 96,90 Recebimento de Realizdvel a Curto Prazo 800,00 10,4881 76,30 C~‘Total das Entradas mais 0 Saldo Inicial (A + B) 13.800,00 z 1.325,70 D - Saidas Previstas ‘Compras de Estaques 6.000,00 10,4881 572,00 Pagamento de Despesas Operacionais 3.000,00 10,4881 286,00 Pagamento de Despesas Financeiras (Final Outubro) _3.000,00 10,8266 277,10 E~ Total de saidas 12.000,00 e 1.135,10 F~ Saldo Liquido Final (C-E) 1,800,00 11,00 190,60 UME = 20,0000 « 2,20)¢ = 10,3228. UMC = 10.0000 x (1,10)! = 10,8226.

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