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Coordenacdo: GIPE ~ Projetos Educativos (Ana Mariza Filipouski ¢ Diana Marchi) llustragées: Eloar Guazzelli Projeto Gréfico: Nubia Hutt Reviséo: Lia Schulz e Renato Deitos Copyright © 2012 Edelbra 12 edigdo, 1* impressao 55931 Simdes, Luciene Juliano Leitura e autoria: planejamento em Lingua Portuguesa e Literatura/ Luciene Juliano Simées ; colaboragéo de Ana Mariza Filipouski, Diana Marchi e JoiceWelter Ramos ;ilustracées de Eloar Guazzelli,- Erechim: Edelbra, 2012. 216 p.: il.;21 x 28 cm, - (Entre Nés - Anos finais do ensino fundamental, v.6). Inclut bibliografia. ISBN 978-85-360-1117-2 1. Lingua Portuguesa ~ Ensino Fundamental - Anos finais. 2. Literatura = Ensino Fundamental. 3. Ensino Fundamental ~ Orientagao pedagdgica. |. Guazzelli, Eloar,ilustrador. Il Titulo. Ill. Série. DU 372.881 Catalogacao na fonte: Paula Pégas de Lima CRB 10/1229 Edelbra wronmedelbra.comlbr Central de Atendimento: 54 3520 5030| caa@edelbra.cam br Todosos direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou copiada, por qualquer meio, sem a permissie por escrito da editor, capitulo 4 ENSINO E AVALIACAO: UM EXEMPLO DE PLANEJAMENTO DIDATICO EM Este capitulo da mais concretude a proposta para o ensino do portugués e da literatura nes- te nivel de escolaridade e discute, de maneira Organica, a avaliagdo como processo continuo e integrado ao desenvolvimento do ensino e da aprendizagem. Para isso, retoma os projetos e detalha: um conjunto de tarefas prepara- torias que possibilita aos alunos participacao Nos projetos, destacando 0 estabelecimen- to da interlacucdo e o estudo do género do discurso, em suas dimensGes textuais, como pontos de partida para as aprendizagens; pro- cedimentos didaticos que viabilizam 0 de- senvolvimento de competéncias de leitura e de producdo de textos, além da construcao de conhecimentos sobre lingua e sobre literatura; procedimentos de avaliacao coerentes com 0s principios e conceitos que amparam nossa proposta. Aparecem, também, apresentadas em quadros ao longo do texto, perguntas para o professor questionar suas proprias acgdes que podem servir como pauta de planejamento. OBJETIVO: PORMENORIZAR A METODOLOGIA DE TRABALHO PROPOSTA E PROBLEMATIZAR A AVALIACAO, ESPECIALMEN- TE NO COMPONENTE CURRICULAR. APONTAR ALTERNATIVAS RELACIONADAS AOS OBJETIVOS E AS DECISOES NECESSA- RIAS A UMA AGAO DIAGNOSTICA QUE FUNDAMENTE A TOMA- DA DE DECISGES DE ENSINO £ DE APRENDIZAGEM. RIR PRATICAS DO PROFESSOR QUE FAVOREGAM UMA ACAO INTERDISCIPLINAR MAIS CONSISTENTE >> DO ACERVO DE TEXTOS SELECIONADOS AO PLANEJAMENTO: DECISOES DE ENSINO, DE APRENDIZAGEM E DE AVALIACAO;: >> A AVALIAGAO FINAL DOS PROJETOS DE TRABALHO: >> PRATICAS DO PROFESSOR: PERGUNTE A SI MESMO E DISCUTA COM SEUS COLEGAS! DO ACERVO DE TEXTOS SELECIONADOS AO PLANEJAMENTO Neste capitulo, discutiremos alguns principios que podergo reger © planejamento das tarefas didaticas, aula a aula, para permitir as aptendizagens necessérias a plena participagdo dos alunos nos projetos escolares até aqui propostos. Privilegiaremos a produgio de uma carta aberta pelos alunos, para tratar de um problema am- biental de saneamento basico. Esse projeto foi sugerido no capitulo anterior, no Quadro 1 - Ambiente. Naquele quadro, a proposta re- ferente a0 7° ano do ensino fundamental, apresentada na terceira coluna, esta colorida em tonalidade mais escura. A focalizacdo no projeto de 72 ano ja comecou a tomar corpo na discussao final do capitulo 3, sobre selecdo de textos, Relela as informagdes dadas a respeito do projeto ~ Sétimo ano fala alto! ~no Quadro 1 e na parte final do capitulo anterior, para que sirvam como um horizonte de concretizacao do que discutiremos a seguir. E da selecio de textos discutida no capitulo 3 que serdo elencados contetidos a trabalhar na aula de Lingua Portuguesa e Literatura, Os textos também seréo tomados como ponto de partida para pen- sar em um conjunto integrado de tarefas preparatérias, questéo bastante importante em nossa proposta. Consideramos a sucessao de aulas e outras atividades de que par- ticipardo os alunos como um conjunto de médulos, organizados como uma espécie de tela de tarefas preparatérias dirigidas a rea- lizagSo de um projeto escolar. As tarefas devem sua organicidade 20 fato de que contribuem para o desenvolvimento pelos alunos das competéncias de leitura e de producdo de textos necessarias 8 realizagéo do projeto proposto desde o inicio daquele conjunto de aulas. Além disso, o modo de organizar os tempos da escola, em nosso componente curricular, serve ao objetivo de integrar as qua- tro praticas fundamentats & aula de LPL, conforme discutido no ca- pitulo 2: leitura, produsao de textos, reflexdo linguistica e reflexdo sobre literatura. A incluso de contetidos relativos a essas duas tltimas ~ reflexdo sobre lingua e sobre literatura - torna fundamental que de fato a selecdo de textos seja um ponto de planejamento inicial, conforme Jé discutimos longamente. Numa concepcao do nosso componen- te curricular que toma 0 texto como peca central, no se organizam curriculos na base de listas de contetidos de lingua e gramatica, ou listas de escolas literérias, autores, nomenclaturas e teorias abstra- tas. Dito diretamente, quando ordenamos pontos de gramética e de literatura a serem estudados antes de realizar a selegio de tex- tos, corremos dois riscos indesejavel 116 Ensino Fundamental - Anos Finais - LINGUA PORTUGUESA E LITERATURA 1. saira catar textos que ilustrem os pontos de gramética ou de lite- ratura a serem estudados, tornando o texto apenas um pretexto; ou 2.fazer uma selegao de textos que nao permite integrar esses diver- 508 aspectos do trabalho em LPL, tornando a producdo e a leitura de textos desvinculadas do estudo da gramética e da literatura. O Unico modo de fazer um trabalho realmente integrado é escolher textos em virtude do que acrescentam ao aluno, do ponte de vista dos questionamentos e da producdo de linguagem. Retomando, realiza-se a selecao de textos dentro da perspectiva do tema e do géneto de discurso estruturante. Em torno desses textos, sao sele- cionados os contetidos para, entao, elaborar e planejar as tarefas e as aulas. Esse planejamento incl 1, elaboracéo de material didético para o ensino e a aprendiza- gem da leitura dos textos; 2a elaboracao de oficinas de producdo textual para o ensino ea aprendizagem da producdo do género do discurso que estrutura 0 projeto; 3) a andlise, pelo professor, dos textos a ler e dos textos produzidos pelos alunos para selecao dos contetidas para a reflexao linguistica @ para a reflexao sobre literatura; 4) a elaboracéo de material didatico para as aulas de reflexdo, seam sobre lingua, sejam sobre literatura; 5) a integragio de tudo isso para a realizacéo de um projeto, por meio do qual os textos dos alunos sero publicados, dirigindo a aprendizagem a participacao efetiva em praticas de linguagem, es- colares ou nao. Uma boa maneira de iniciar esse planejamento é fazer uma analise de um dos textos do género estruturante, que ja tera sido seleciona- do, Essa andlise sera acompanhada de busca de informaces sobre © género. Estudar permanentemente é uma prética de professor que se torna cotidiana na preparacao de aulas e na formulacao de materials didéticos. € por meio de um olhar informado sobre tex- tos concretos, olhar que é fruto de sua formagao, que o professor poderd destacar aspectos importantes para a aprendizagem ligada a0 género com o qual os alunos se ocupardo. Neste ponto, éimpor- tante lembrar que, em nossa concep¢ao de género do discurso, s80 jportantesas relacées entre funcéo - quem, para quem, quando & ‘onde, para qué —e forma —contetido tematico, composicaoe estilo. No quadro seguinte, listamos as perguntas que formulamos para proceder a essa andlise preliminar que fizemos de uma carta aber- ta, a fim de montar 0 conjunto de tarefas que discutiremos mais adiante. Voc® poderd ler nossas respostas a essas perguntas na “Carta aberta de artistas brasileiros sobre a devastacao da Amaz6- nia’, que aparece analisada logo depois do quadro, texto da carta aberta fol retirado da internet. € muito importan- te que vocé navegue na pagina www.amazoniaparasempre.com. br antes da leitura de nossos comentérios. Ao fazé-lo, vocé poder notar 0s pontos abaixo arrolados: —> O link remete diretamente a uma nota comemorativa, Nela, fica- mos sabendo que a carta aberta foi entregue por artistas brasileiros ao presidente da Reptiblica, durante uma audiéncia a eles concedida, na qual também estiveram presentes senadores da sequinte comis- 80 do Senado da Republica: Mudancas Climaticas, Direitos Huma- 1nos e Meio Ambiente. Uma fotografia desse cerimonial de entrega aparece no contexto da nota. Nela, o internauta é informado de que, no momento da entrega, o documento contava com 1.117.993 assi- rnaturas, € 0 movimento contava com o apoio de Pelé; também fica- ‘mos sabendo que o proprio presidente assina uma carta, — Séo fundamentais esses aspectos do suporte de circulagao, que se organiza como hipertexto (conjunto de diversos textos, em di- ferentes linguagens, interconectados). Além da prépria linguagem da carta, sabemos, por meio de textos que a contextualizam, muita coisa sobre sua citculacdo e a esfera de atividade social a que per- tence: é uma carta de responsabilidade de pessoas puiblicas, que assumem um papel institucional, destinada a alguém investido de papel institucional, o presidente da Republica. Além disso, diz res- pelto a questées de clima, direitos humanos e ambiente. Sabemos, também, que é um texto recente, contemporéneo em certo senti- do, pols sabemos em que época o presidente em questdo cumpriu seus mandates. Por fim, podemos perceber, pelos elementos que cercam o texto, a mescla entre a carta aberta e a propaganda. Isso do é de se estranhar, uma vez que uma carta aberta costuma ser uma peca de campanha piblica em torno de uma reivindicacao. — Logo depois dessa nota comemorativa, hé um texto intitulado “Carta de intengdes"e, em seguida, esté a carta que reproduzimos a segult, postada no site neste exato formato, mas sem as anotacoes, evidentemente. Capitulo 4 - Ensino e avaliacao WwW ‘arta Inada or um sino visa una expe ‘elogeorc semehane& que et colocads aqui sta imagem 6 murasinfrmogses acerca co lca et carta & de tesposildae de una ONG), do onto tema edasfr ce atividadeor quecextoseinsere, Em vez de um vocav eta carta tem un la Que r= lagi entrees aspect ea intdocutoesabelcs? Note que oto ds ifemacbes sobre autor pono te visa so arias bases, ors legtiadasjrtos opera. Note tos aa, que seve aks os segues regstosdelnguagen: portugues paddo noha Une cgi empreon tz todos em cnfrridade amas ceneengées de xia com es regis cus da gn 2.vocabsio rice, oquemancasuainso le mic conte atria dos argumeros 3) uo de census plorase expresses peas 0 que et relaconado 30 olneo ‘ana abe de moo ga Two so consis imgem de out e intecat: asa pubis gatas is efrs de poder preaanco persuade ‘unas is outa além do press de ating corcidaos, ‘pots apoindores de una causa. Note que antes incessant hi uma parent conte ko envehcabamos de conemora. "Wao moto para comers dua estat) de sgumen- ho qu xg reéncis Qual 0 poto ce vit do tet: ometorese o nfo! E precio tabahar ona infer clases ela como porto devitadotexta Hosts ses 20 longo daca! \Wdaaimperica ds dipins de Cenc de Geogr faparaotrabahocon oa teniicodeambierte Poe mos compreende este eruniad pontunimete, m3 ales ster mals sot so, ndo mes? (Observe empregs ce inquagemfauad, querer fo reste como ura muhere nga mode imagens come "ves tes deesmenid lem demetsorasconundentes como ddnesupa. Esa pusagen ¢eidertemertespetia. (stenoses ger muasvezesconstoem agumen- tos rabte de conhecrartes de mundo bem espactca, ese case, qual opapeldamencoa Chico Mendes? ‘Ns apenas @mencdo a hico Mendes, mas todo este p> rigao maesidenteaimprtinca de abatarce mado imerdscora com dicipinade Hstoa Serta sia, oportunade? CLIQUE AQUI PARA ASSINAR AMAZONIA ww Carta aberta de artistas brasileiros sobre a devastacao da Amazonia para sempre ‘Acabamos de comemorar 0 menor desmatamento da Floresta Amaz6nica dos titimos trés anos: 17 otros quadracios. € quase a metade da Holanda, Da area total jd desmatamos 16%, 0 equivalente a duas vezes a ‘Alemanhia trés Estados de Séo Paulo, No hé motivo para comemoragses, ‘A Amazinia ndo é 0 pulméo do mundo, mas presta servigos ambientais im- portantissimos ao Brasil ¢ a0 Planeta. Essa vastido verde que se estende por mais de cinco milhdes de quilometros quadrados é um tengol térmico en- gendrado pela natureza para que os ralos solates nao atinjam 0 solo, propi- ciandoa vida da mais exuberante floresta da Terra e auxiliando na regulacao da temperatura do Planeta. Depois de tombada na sua pujanga, estuprada por madelreiros sem escré- pulls, atelam fogo as suas vestes de esmeralda abrindo passagem aos fo- rasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de castanheiras centendrias, Apesar do extraordinario esforco de implantarmos unisiacies ‘de conservagéo como alternativas de desenvolvimento sustentavel, a de- ‘vastagio continua, iviesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado 0 ppacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indigenas, mes- ‘mo depois da allanga dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver’, mesinio depois de Intimeras sagas chelas de herofsmo, morte e paixdo pela Amazonia, a devas- _tagfo continua, Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstéculo a0 progres: 50, como area a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de terras 2 se tornarem pastes pouco proditivos, campos de soja @ espécies vege- tais para combustivels alternatives ou entao uma fonte inesgotével de madeira, peixe, ouro, minerais e energla elétrica. Continuamos um povo itresponsével, O desmatamento e 0 inctndio sao 0 simbolo da nossa inca- pacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amaz6nico e como traté-lo. oto empreg de lacie de valor entra em cor | lean Lag apd es fees ua alo bem consis reco deer depos cet Sou alin wes ipo de conse prs cvs arguments 2 parte dena ees eames Novamente Hist, as eagbes eve pasade presente, | ia construgo de argumentns, 0 uso de conecores ¢ fundamental pare establecimeno da coesio do texto. Neste cso ¢usada uma ‘onjgdo cordenativa que express coiaste, a adversatve "mss primi parka. Sus alunos fazemws0 de periods coordens oe? Com efcicla Conhecem um bom petri de coneioes para fexpessarcontraste? Ha outs conecores dese tipo neste tet, ‘ej comin que ares ats voc conoda com nossa asa ssn tani ta & una vantage mens da nee - uni spss em toma do que aces. Oporuniv asus alas canner xa ‘ungiod edelnteme conide-os3 rig do diode seoxganizarem eevndca erg com ‘ogéneo coo egtina eteoletor que exudente pode aprendet sobre susfunces, lees se dum conte par quecintsrava ase, oe wnbém intron 6 a, além do rete lam «sa el pode pasar deinteocutora sina asimeara axa ide um nfiga de basen (Um pais que tem 165,000 km’ de drea desflorestada, abandonada ou semi abandonade pode dobrar a sua producso de ordos sem a necessidade de ee wraniceasene sims mar one derrubar uma unica arvore.€ urgente que nos tomemos responsévels pelo... | sroloenuesge moagbortactecregeer

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