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Faculdade de Ciências de Saúde

Curso de Licenciatura em Medicina Dentária

Disciplina de Medicina Bucal I

IIIº Nível, 1º Semestre-2023

Manifestações Orais das Doenças Virais

Discente: Docente:

Nuro de Nascimento Aliasse Dra. Sabina Nemane

Sulamita Pompílio Vintuar

Nampula, Março de 2023


Nuro de Nascimento Aliasse

Sulamita Pompílio Vintuar

Curso de Licenciatura em Medicina Dentária/ 3º ano

Manifestações orais das doenças virais

Este trabalho é de carácter avaliativo a ser


entregue no Departamento de Ciências de
Saúde, da disciplina de Medicina Bucal,
leccionada pelo Dra. Sabina Nemane

Nampula, Março de 2023


Índice
1. Introdução ............................................................................................................................................. 4
2. Objectivo geral ...................................................................................................................................... 4
2.1. Objectivo específicos ........................................................................................................................ 4
3. Manifestações Orais Das Doenças Virais ............................................................................................. 5
4. A replicação viral .................................................................................................................................. 6
4.1. Fase da replicação viral ..................................................................................................................... 6
5. Doenças Virais da Cavidade Bucal ....................................................................................................... 7
5.1. Vírus de Papiloma Humano (HPV) .................................................................................................. 7
5.2. Herpesvírus Simples ......................................................................................................................... 9
5.3. Varicela ........................................................................................................................................... 10
5.4. Vírus Epstein-barr ........................................................................................................................... 12
5.5. Herpes-Zóster .................................................................................................................................. 14
5.6. Mononucleose Infecciosa ................................................................................................................ 15
5.7. Citomegalovírus .............................................................................................................................. 17
5.8. Enteroviroses................................................................................................................................... 18
5.9. Sarampo .......................................................................................................................................... 21
5.10. Rubéola ....................................................................................................................................... 23
5.11. Caxumba ..................................................................................................................................... 24
5.12. Vírus da Imunodeficiência Humana e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida ..................... 26
6. Conclusão............................................................................................................................................ 27
7. Referencias Bibliográficas .................................................................................................................. 28
1. Introdução
As manifestações bucais são muito comuns e podem ser os primeiros sinais e sintomas de
doenças ou de alterações sistémicas decorrentes de certas terapêuticas. Essas lesões bucais
podem indicar o início ou evolução de alguma enfermidade, e, portanto, podem funcionar como
um sistema de alarme precoce para algumas doenças. Como a boca representa claramente um
importante reservatório de microorganismos, estes podem acarretar doença sistémica.

A odontologia está voltadas às doenças virais devido as manifestações orais que podem
apresentam afecções em cavidade bucal que quando avaliadas sob uma óptica criteriosa
apresentam impactos bastante significativos tanto locais quanto sistémicos.

2. Objectivo geral
 Descrever as manifestações orais das doenças virais

2.1. Objectivo específicos


 Conhecer as principais doenças virais da cavidade bucal
 Explicar as manifestações orais das doenças virais
 Compreender o método de diagnóstico das doenças virais

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3. Manifestações Orais Das Doenças Virais
Vírus são micro (20-300 ηm de diâmetro) agentes infecciosos que apresentam um genoma
constituído de uma ou várias moléculas de ácido nucleico (DNA ou RNA), as quais possuem a
forma de fita simples ou dupla. (1,2)

Os vírus podem ser classificados como vírus que contêm DNA ou vírus que contêm RNA.

Vírus de DNA: Parvovírus, Papovírus, Adenovírus, Herpesvírus, Poxvírus, Hepadnavírus.

Vírus de RNA: Picornavírus, Calicivírus, Reovírus, Arbovírus, Togavírus, Flavivírus,


Arenavírus, Coronavírus, Retrovírus, Bunyavírus, Ortomixovírus, Paramixovírus, Rabdovírus.

Classificação Dos Vírus

Viroide: vírus sem capsídeo, com apenas uma molécula de RNA circular.

Virusoide: vírus que para actuarem patogenicamente precisam da actuação de um outro vírus,
como o vírus da hepatite D que precisa do vírus da hepatite B. (1,2)

Os vírus que apresentam um envelope na sua estrutura são denominados vírus envelopados

Ex: HIV, HSV, HBV e vírus influenza

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Vírus desprovidos de envelopes são denominados vírus não envelopados ou nús/desnudo são
também chamamos de vírus simples.

Ex: Rotavirus, Papilmavirus, Parvovirus e Adenovirus

Os vírus sem envelope são mais virulentos em comparação com os vírus com envelope porque
costumam causar lise da célula hospedeira. (1,2)

4. A replicação viral
A replicação viral é a formação de vírus biológicos durante o processo de infecção nas células
hospedeiras alvo. A maioria dos vírus de DNA se agrupa no núcleo, enquanto a maioria dos vírus
de RNA se desenvolve apenas no citoplasma. (1,2)

4.1. Fase da replicação viral


Fase 1: Ligação: o seu ciclo de vida quando se liga a receptores específicos( ex: CD4) presentes
na superfície da célula alvo (Linfócito T CD4+).

Fase 2: Transcrição Reversa: o material genético do HIV é encontrado em dois filamentos


idênticos de RNA (ácido ribonucléico) e DNA (ácido desoxirribonucléico).

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Fase 4: Transcrição: o material genético do HIV orienta o mecanismo genético da célula a
produzir novo HIV.

Fase 5: Tradução: o RNAm é processado, as cadeias de proteína correspondentes vão sendo


formadas.

Fase 6: Montagem Viral: as novas proteínas virais são divididas por uma enzima viral
denominada protease, para que possam ser agrupadas em partículas virais.

Fase 7: Libertação: todos os vírus envelopados são liberados por brotamentoe os não
envelopados são liberados por lise.

5. Doenças Virais da Cavidade Bucal


As doenças virais são definidas como enfermidades que são causadas devido a infecção de um
vírus, podendo atingir qualquer tecido o órgão do corpo. As doenças mais comuns da cavidade
oral são:

5.1. Vírus de Papiloma Humano (HPV)


Apresenta maior número de infecções que na sua maioria das vezes é assintomático e são de
regressão espontânea.

O agente causador: Papiloma vírus humano (PHV)

A infecção pelo HPV é considerada doença sexualmente transmissível de grande prevalência e


esta relacionada com o câncer de colo do útero.

Tipos de estágios clínicos

Clinicas: lesões papulosas ou micropapulosa, cuja superfície pode ser lisa ou mais áspera ou um
aspecto verrucoso.

Subclínica: lesões aceto brancas

Latente: não há lesão clinica nem subclínica, o vírus não é transmissível, mas pode ser
encontrado por métodos de biologica molecular.

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As lesões laríngeas do HPV apresentam repercussão clinica significativa e muitas as vezes
exuberante, com disfonia e dispneia associadas

As lesões orais causadas por HPV tem repercussão clinica muito menos evidente, principalmente
numa fase inicial retarda diagnóstico, mas há presença do vírus em lesões cancerígenas da
cavidade oral, coo a leuoplasia verrucosa e carcionoma espinocelular.

Manifestações clinica

Queixa de lesão em cavidade oral, sem outros sintomas associados.

As lesões podem assumir diversos aspectos: verrugas vulgares, os papilomas propriamente ditos,
a hiperplasia focal epitelial e os condilomas.

As verrugas vulgares acometem principalmente os lábio e mucosa queratenizada e são


decorrentes de auto-inoculação por outras lesões semelhantes nas mãos.

Os papilomas são localizados principalmente na região do palato mole, nos pilares e na úvula,
apresentam coloração rósea e são pediculadas.

Condilomas são múltiplos e sesseis e com tendência a coalescência localizada na língua.

Diagnostico

Exame clinico e histopatológico com biopsia incisional ou excisional das lesões

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Tratamento

Feito da maneira geral o exérase cirúrgica e cauterização da base par evitar recidivas

Cauterização com eletrocauterio ou criocauterização, podem ser feitas caso a área acometida seja
muito extensa.

5.2. Herpesvírus Simples


O herpes simples é uma infecção viral bastante comum, que acomete pessoas das mais diversas
faixas etárias. Isso é porque o herpes simples é causado por um vírus cujo contágio é muito fácil
e bastante corriqueiro.

Classificação da Herpesvírus Simples

A herpes labial afecta a boca ou a face, podendo causar pequenos grupos de bolhas ou apenas
inflamação da orofaringe.

A herpes genital pode apresentar sintomas quase imperceptíveis ou bolhas que se rompem e
provocam pequenas úlceras, que se curam ao fim de duas a quatro semanas. As bolhas podem ser
precedidas por formigueiro ou dores intensas.

Manifstações clínicas

Coceira, ardência ou sensibilidade no local, bolhas avermelhadas e inchadas, pequenas úlceras,


febre, inflamação dos gânglios linfáticosa infecção dura entre 5 a 10 dias. (1,2,3)

Gengivoestomatite herpética aguda. Ulcerações amareladas generalizadas nas mucosas.


(Cortesia do Dr. David Johnsen.)

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Causas

Vírus do herpes simples transmitido por contacto directo

Factores de risco

Imunossupressão, stresse, luz do sol.

Método de diagnóstico

Exame Clinico, cultura de vírus

O Tratamento

Depende da profundidade, do local e da variedade das feridas apresentadas pelo paciente.

V.O: Aciclovir, valaciclovir, paracetamol

Pomadas ou cremes tópicos: lidocaína tópica

5.3. Varicela
A Varicela é uma infeção viral causada pelo vírus Herpes varicella zoster, responsável também
por outras doenças, como o herpes ou a mononucleose.

Manifestações clínicas

 Febre 37,5 °C e 39,5


 Mal-estar;
 Falta de apetite;
 Dor de cabeça;
 Cansaço;
 Lesões avermelhadas na pele. (3)

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Varicela. Criança exibindo erupção exibindo erupção vesicular eritematosa difusa. (Cortesia do
Dr. Sherry Parlanti.)

Transmissão
A transmissão se dá por via aérea, em gotículas de espirros ou de tosse, ou pelo contacto com as
lesões avermelhadas (exantemas)

Causas
É causada pelo vírus Herpes varicella zoster,

Método de Diagnóstico
 Exame clínico
 Ensaio imunoenzimático (ELISA)
 Aglutinação pelo látex (AL)
 Imunofluorescência indirecta

Prevenção
 Vacinação
 O isolamento da paciente infectada até que as bolhas sequem por completo.
 Lavar as mãos com água e sabão

Complicações

As principais complicações da varicela nos casos graves ou tratados inadequadamente são:

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 Encefalite
 Pneumonia
 Infecções da pele e ouvidos

Tratamento

 Pomada de calamina para diminuir o prurido


 Cortar as unhas de modo a diminuir as lesões;
 Administração de paracetamol para diminuir a febre
 Para os grupos com maior risco de complicações é recomendado o uso de antivirais como
o aciclovir.

5.4. Vírus Epstein-barr


É membro da família herpesviridea, vírus envelopado, com genoma composto por DNA de fita
dupla entre os genes existentes, destacam se os oncogenicos e os que permitem a infecção de
linfocitos B.

Tipos de vírus Epstein-barr

EBV-1 mais comum e de distribuição mundial

EB-2 mais frequente na África, porem não há diferença entre os dois subtipos na infecção aguda

A infecção é assintomática ou inespecifica durante a infância e quando ocorre na adolescência ou


entre adultos jovens, se manifesta como mononucleose infecciosa.

Transmissão

Ocorre por contacto com salva dos eliminados virais doença do beijo), por contacto sexual e
hemoderivados.

Os vírus infectam o epitélio da nasofaringe, ouros órgãos com ductos das glândulas salivares e
tecidos linfoides da orofaringe.

Em seguida ocorre uma virema, com infecção do fígado, baço é infecção generalizada nos
linfocitos B, chegando acometer linfocitos circulantes.

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Manifestações clinicas

Período de incubação 4-6 semanas

Faixa etária-adolescentes e adultos jovens

Pródromos: adinamia, anorexia, cefaleia e calafrios

Sintomas clássicos: Febres alta, cefaleia, amigdalite, irritação da pele, presença de gânglios no
pescoço, dor orofaringe que pode ser causada por aumento das tonsila palatinas exsudato de
coloração esbranquiçada com presença de petéquias no palato e linfonodomegalia.

Diagnóstico

Tanto a resposta imune humoral quanto a celular são estimuladas e os anticorpos direccionados
contra as proteínas virais são utilizados para o diagnóstico.

Exame clinico e Hemograma

Tratamento

Não existe um medicamento específico, mais pode ter medidas para aliviar a dor como:

Ingestão de líquidos para manter hidratados, repousar durante a fase aguda da doença, evitar
fazes actividades físicas exigentes e pode tomar paracetamol e ibuprofeno.

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5.5. Herpes-Zóster
O herpes zóster, ou cobreiro, é uma infecção que resulta a reactivação do vírus da varicela zóster
nos nervos cranianos e nos gânglios das raízes das espinhas dorsais. (1,3)

Manifestações clínicas

 Bolhas e vermelhidão;
 Coceira no local afectado;
 Dor, formigamento ou queimação na região afectada;
 Febre entre 37 e 38ºC.

Herpes-zoster. Numerosas vesículas branco-opacas no lado direito da mucosa jugal, no mesmo


paciente

Método de Diagnóstico

Exame clinico

Testes laboratoriais de confirmação (PCR e útil para detectar DNA de vírus da varicela Zóster
em fluido.

O Tratamento

 A utilização de analgésicos para aliviar a dor causada pelas bolhas.

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 Aciclovir 800 mg: 5 vezes ao dia por 7 a 10 dias;
 Fanciclovir 500 mg: 3 vezes ao dia por 7 dias;
 Valaciclovir 1000 mg: 3 vezes ao dia por 7 dias.

Complicações

O herpes zoster pode levar a complicações graves, tais como:

 Varicela hemorrágica ou disseminada em pessoas que têm o sistema imunológico


comprometido;
 Neuralgia pós-herpética, que se caracteriza por uma dor que permanece mesmo após a
cicatrização das lesões cutâneas;
 Ataxia cerebelar aguda, um problema que pode comprometer a coordenação do
indivíduo;
 Infecções bacterianas secundárias da pele, que podem levar a problemas como artrite,
endocardite, meningite e pneumonia;
 Infecção do feto;
 Síndrome de Reyne, que se destaca pela inflamação do cérebro;
 Complicações oftalmológicas, como necrose aguda da retina, conjuntivite e esclerite."

5.6. Mononucleose Infecciosa


A mononucleose, popularmente conhecida como doença do beijo, é uma doença contagiosa
causada pelo vírus Epstein-Barr.

Manifestações clínicas

A maioria dos casos de mononucleose são assintomáticos

 Fadiga
 Mal-estar
 Dor de garganta
 Inflamação da orofaringe, que não melhora com o uso de antibióticos
 Febre
 Inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço e axilas

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 Amígdalas inchadas
 Cefealeia
 Erupção cutânea
 Baço suavemente inchado. (1,2,3)

Mononucleose infecciosa. Amígdala faringiana hiperplásica com exudato amarelado n a cripta.


(Cortesia do Dr. George Blozis.

Método de Diagnóstico

 Exames sorológicos: um teste pode ser feito para detectar a presença de anticorpos para
o vírus Epstein-Barr no seu corpo

 Hemograma completa: pode ser feito para descartar outras infecções a partir da análise
do seu sangue
Tratamento

Não há tratamento específico disponível para mononucleose, envolve principalmente repouso e


beber muitos líquidos.

 Aciclovir
 Metronidazol
Prevençao
 Evite beijar o parceiro ou parceira
 Não compartilhe alimentos, pratos, copos e outros utensílios por até vários dias após
cessar os sintomas

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 Beba muita água e sucos de frutas
 Tome um analgésico para dor, como paracetamol ou aspirina
 Gargarejo com água salgada

5.7. Citomegalovírus
O citomegalovírus, também conhecido como CMV, é um vírus da mesma família do herpes, mas
que causa sintomas diferentes como febre, mal-estar e inchaço na barriga.

Manifestações clínicas

 Febre acima de 38 °C;


 Cansaço excessivo;
 Inchaço da barriga;
 Barriga dolorida;
 Mal-estar generalizado;
 Inflamação do fígado;
 Aborto espontâneo;
 Em pessoas com HIV/AIDS, pode ocorrer infecção na retina, cegueira, encefalite,
pneumonia e ulceras no intestino e esófago. (1,3)

Infecção pelo citomegalovírus (CMV). Epitélio do ducto salivar exibindo alterações


características em “olho de coruja”.

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Método de Diagnóstico
Exame laboratorial de sangue específico

Tratamento

Medicamentos antivirais:Valganciclovir oral D.U 900g, Ganciclovir E.V 2Xdia durante 2 a 3


semanas e Foscarnete 60mg E.V 8/8h ou 90mg 12/12h

Prevenir

 Lavar bem as mãos após ir ao banheiro e trocar a fralda da criança;

 Lavar bem os alimentos na hora de cozinhá-los.

 Usar preservativo nas relações sexuais

 Evitar dividir objectos pessoais com outras pessoas.

Complicações
Ocorrem principalmente nas crianças que são infectadas pelo vírus durante a gravidez, e
incluem:

 Microcefalia;

 Atraso no desenvolvimento;

 Coriorretinite e cegueira;

 Paralisia cerebral;

 Defeitos na formação dos dentes;

 Paralisia de algumas partes do corpo, principalmente das pernas;

 Surdez neurossensorial.

 Nos adultos: Cegueira e perda dos movimentos das pernas,

5.8. Enteroviroses
São um tipo de vírus que afectam o trato gastrointestinal, causando sintomas como febre,
vômitos e dor de orofaringe. As doenças causadas por enterovírus são altamente infecciosas e

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mais comuns nas crianças, já que os adultos possuem o sistema imunológico mais desenvolvido,
respondendo melhor a essas infecções. (1,3)

O principal enterovírus é o poliovírus, que é o vírus causador da poliomielite, e que, quando


atinge o sistema nervoso, pode resultar em paralisia dos membros e alteração da coordenação
motora.

Transmissão

A transmissão do vírus acontece principalmente por meio da ingestão de alimentos e/ou água
contaminados pelo vírus ou contacto com pessoas ou objetos também contaminados.

A melhor forma de prevenir infecções é através da melhoria dos hábitos de higiene, além da
vacinação, no caso da poliomielite.

Manifestações clínicas

 Os sintomas de infecção por enterovírus normalmente incluem:


 Dor de cabeça;
 Febre Vômitos;
 Dor de orofringe;
 Feridas na pele, em alguns casos;
 Feridas dentro da boca, em alguns casos;
 Alterações neurológicas. (1,3)

Doenças causadas por enterovírus

O enterovírus é responsável por diversas doenças, sendo as principais: A poliomielite, A


Meningite viral, Encefalite viral, Conjuntivite viral.

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A síndrome mão-pé-boca é altamente contagiosa e é causada pelo enterovírus do
tipo Coxsackie que causa, além de febre, diarreia e vômitos, o aparecimento de bolhas nas mãos
e nos pés e aftas na boca. (1,3)

Doença da mão-pé-e-boca. Múltiplas ulcerações semelhantes à afta no fundo do vestíbulo

A herpangina pode ser causada pelo enterovírus do tipo Coxsackie e pelo vírus Herpes
simplex e é caracterizada pela presença de feridas dentro e fora da boca, além de garganta
vermelha e irritada. (1,3)

Herpangina. Numerosas ulcerações semelhantes a aftas no palato mole

Transmissão

Acontece principalmente por meio do consumo ou contacto com materiais contaminados pelo
vírus, sendo a via fecal-oral a principal via de infecção.

Método de Diagnóstico

Exme cínico e diagnóstico laboratorial.

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Tratamento

Não existe tratamento específico para grande parte das infecções causadas por esse tipo de vírus.
Normalmente, os sintomas da infecção desaparecem sozinhos depois de um tempo.

5.9. Sarampo
É uma doença altamente contagiosa causada por um vírus que leva ao aparecimento de alguns
sintomas como febre, tosse persistente, corrimento nasal, conjuntivite, pequenas manchas de
manchas de Koplik (avermelhadas ou branco-azuladas na mucosa) que pode durar 2 a 4 dias que
começam perto do couro cabeludo e depois vão descendo, se espalhando por todo corpo e que
não coçam ou causam desconforto, o período de incubação é de 10 a 14 dias (1,3)

Sarampo. Numerosas manchas de Koplik branco-azuladas na mucosa jugal. (Cortesia do Dr.


Robert J. Achterberg.)

Durante a fase de prodromica surgem as características manchas de kplik que são papulas
punctiformes isoladas ou agrupadas esbranquiçadas ou amareladas sobre fundo eritimatosa na
mucosa da cavidade bucal na altura dos dentes pré-molares.

Método de Diagnóstico

Exame físico e Laboratorial

Transmissão

O contágio do sarampo ocorre principalmente através do ar, quando uma pessoa infectada, tosse
ou espirra, já que as gotículas liberadas podem conter partículas virais capazes de causar doença.

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Tratamento

Consiste em diminuir os sintomas através de repouso, hidratação adequada e uso de


medicamentos para baixar a febre, a suplementação com vitamina A para todas as crianças
diagnosticadas com sarampo que deve ser feita de acordo com a idade da criança e seguindo as
orientações do pediatra e/ ou nutricionista.

Complicações

Na maioria dos casos, os sintomas de sarampo desaparecem sem deixar qualquer tipo de sequela.
Porém, no caso de pessoas com o sistema imune mais enfraquecido, há maior chance de
desenvolver complicações, como obstrução das vias aéreas, pneumonia, encefalite, infecção no
ouvido, cegueira e diarreia grave, que pode resultar em desidratação. (1,3)

Prevenção

A melhor forma de prevenir o sarampo é a vacinação contra a doença, cuja primeira dose é
recomendada aos 12 meses, no entanto, existem alguns cuidados simples que também podem
ajudar, como:

 Lavar as mãos frequentemente, especialmente após estar em contacto com pessoas


doentes;
 Evitar tocar nos olhos, nariz ou boca, caso as mãos não estejam limpas;
 Evitar estar em locais fechado com muita gente;
 Não ter contacto muito directo com pessoas doentes, como beijar, abraçar ou partilhar
talheres.

Vacina do sarampo

 Vacina tríplice-viral: contra sarampo, caxumba e rubéola;


 Vacina tetraviral: que protege também da catapora.

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5.10. Rubéola

É uma doença infecciosa causada pelo vírus do gênero Rubivirus que é facilmente transmitido de
pessoa para pessoa através de pequenas gotículas de saliva, que podem acabar sendo distribuídas
no ambiente quando alguém infectado com a doença espirra, tosse ou fala. (1,3)

Manifestações clínicas

 Pequenas manchas vermelhas na pele espalhadas por todo o corpo durante cerca de 3
dias;
 Coceira;
 Sensação de mal-estar geral;
 Ínguas inchadas especialmente no pescoço;
 Olhos vermelhos;
 Dor nas articulações, sendo essa alteração mais rara de acontecer em crianças. (1,2,3)

Método de Diagnóstico

Exame Clinico e Laboratorial

Tratamento

Não existe tratamento específico para rubéola e, por isso, o tratamento tem como objectivo
promover o alívio dos sintomas, já que também não apresenta complicações graves:

 Tomar analgésicos e que controlam a febre, como Paracetamol e Dipirona.


 Beber, pelo menos, 2 litros de água por dia;

 Manter o repouso em casa, evitando ir no trabalho ou em locais públicos;

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 Usar um umidificador no cômodo para facilitar a respiração, ou colocar uma bacia com

água morna no quarto;

Prevenção
Manter a vacinação em dia e evitar o contacto com pessoas infectadas.

5.11. Caxumba
É uma doença infecciosa causada por vírus que se instala nas glândulas salivares e provoca o inchaço
no rosto, que pode ser acompanhado por perda de apetite e dor ao engolir ou ao abrir a boca. É muito
mais comum em crianças e pode afectar uma das glândulas ou todas elas. (1,3)

Transmissão

Quando inalamos gotículas de espirro ou tosse de quem está contaminado, ou seja, pela saliva.

Manifestações clínicas

 Inchaço e dor nas glândulas salivares (paroditite), podendo ser em ambos os lados ou em
apenas um deles;

 Febre;
 Dor de cabeça;
 Fadiga e fraqueza;
 Perda de apetite;
 Dor ao mastigar e ao engolir. (2,3)

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Método de Diagnóstico
Exame clinico e Laboratorial

As doenças comuns da infância, principalmente, crianças e adolescentes em idade escolar,


dos 5 aos 16 anos, inflamação nos testículos e ovários.

Tratamento
Tanto para crianças ou adultos visa, apenas, aliviar os sintomas com o uso de analgésicos e
antitérmico.
A maioria das infecções virais, a caxumba é tratada naturalmente pelo organismo.
A vacinação contra o vírus que a provoca (vacina tríplice viral)

Complicações

São potencialmente sérias, mas raras a maioria envolvem:

 Inchaço dos testículos;

 Inchaço do pâncreas, causando náusea a vômitos;

 Inchaço dos ovários e seios;

 Inchaço do cérebro, podendo se tornar grave;

 Meningite,
 Perda de audição em um ou ambos os ouvidos, em casos raros;
 Complicações fetais, caso uma mulher grávida contraia a doença no primeiro trimestre de
gestação. (2,3)

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5.12. Vírus da Imunodeficiência Humana e Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida
O VIH é o vírus da imunodeficiência humana que causa a SIDA. O vírus ataca e destrói o sistema
imunitário do nosso organismo, isto é, destrói os mecanismos de defesa que nos protegem de doenças.

Existem dois tipos de VIH: o VIH-1 e VIH-2, sendo o primeiro o mais frequente em todo o mundo

SIDA significa síndrome de imunodeficiência adquirida. É um conjunto de sinais e de sintomas que


aparecem pela deficiência do sistema imunitário, que vai ficando com menos capacidade de resposta ao
longo da evolução da doença. Pode surgir após a infecção por VIH.

Importa realçar que estar infectado com VIH não é o mesmo que ter SIDA. As pessoas que estão
infectadas com VIH são seropositivas, e podem ou não desenvolver SIDA.

Classificação das Manifestações Orais Associadas à Infecção pelo HIV em Pacientes


Segundo EC-Clearinghouse

 Candidíase: eritematosa, pseudomembranosa, queilite angular


 Leucoplasia pilosa
 Sarcoma de Kaposi (SK)
 Linfoma Não-Hodgkin Doença periodontal: eritema linear gengival, gengivite
necrosante, periodontite necrosante.(1,2,3)

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6. Conclusão
O reconhecimento das manifestações bucais de doenças e condições sistêmicas é de
responsabilidade dos profissionais com atribuição de diagnóstico.

O reconhecimento de tais manifestações poderá propiciar o diagnóstico precoce e,


consequentemente, melhor prognóstico dos casos, melhora na qualidade de vida e/ou, ainda,
aumento de sobrevida do paciente.

A detecção de tais sinais e sintomas pode, ainda, favorecer racionalização e optimização de


recursos utilizados na terapêutica

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7. Referencias Bibliográficas
1. NEVILLE,DAMM, ALLEN, BOUQUOT Patologia Oral e Maxilofacial,
Tradução Da 3ª Edição.
2. GUERRA LM, Pereira AC. Pacientes imunossuprimidos. In: Pereira AC. Tratado
de saúde coletiva em odontologia. Nova Odessa: Napoleão; 2009. p. 653-672.
3. CLARISSE BEZERRA Médica de Saúde Familiar Infectologista do laboratório
Atalaia, em Goiânia (GO).

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