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TOXOPLASMOSE E GESTAÇÃO

Causada por Toxoplasma gondii, um


protozoário intracelular obrigatório.
TOXOPLASMOSE E GESTAÇÃO

Quando a infecção ocorre durante a


gestação, a parasitemia materna pode
acometer o feto.
O risco de infecção fetal e a gravidade do
acometimento estão relacionados com a idade
gestacional na infecção aguda materna.
TOXOPLASMOSE E GESTAÇÃO

No início da gravidez, a infecção é menos


frequente, mas pode levar ao abortamento ou
a sequelas graves.
O período entre 10-24 semanas é
considerado de maior risco.
EPIDEMIOLOGIA

A toxoplasmose aguda na gravidez


apresenta incidência de 1-8 casos para cada
1.000 gestantes suscetíveis.
FONTES DE INFECÇÃO MATERNA:

Toxoplasma gondii é um parasita


intracelular obrigatório que existe em três
formas:
Oocisto
O qual é eliminado apenas nas fezes de
gatos;
Taquizoítos
A forma infectante observada na fase
aguda da infecção
APRESENTAÇÃO CLÍNICA

A maioria das infecções agudas em


gestantes é assintomática. Mas 10-20%
apresentam sintomas inespecíficos:
 Febre;
 Linfonodomegalia;
 Fadiga;
 Faringite;
 Hepatoesplenomegalia;
 Cefaleia;
 Mialgia;
FONTES DE INFECÇÃO MATERNA:

Bradizoítos
Forma de crescimento lento observada em
cistos teciduais.
FONTES DE INFECÇÃO MATERNA:

Na infecção primária, o gato pode eliminar


milhares de oocistos diariamente por um
período de uma a três semanas.
Estes oocistos podem permanecer
infectantes por períodos maiores de um ano
em ambientes quentes e úmidos.
FONTES DE INFECÇÃO MATERNA:

A infecção materna geralmente resulta da


ingestão de oocistos presentes no meio
ambiente ou da ingestão de bradizoítos ou
taquizoítos presentes em carnes ou produtos
derivados.
FONTES DE INFECÇÃO MATERNA:

Exemplos de possíveis fontes incluem:


 Mãos mal lavadas após manipular jardins ou
caixa de areia com fezes de gatos.
 Consumo de comida ou água contaminada
com oocistos de T. gondii.
 Inalação de poeira contaminada com
oocistos.
FONTES DE INFECÇÃO MATERNA:

 Consumo de carne (principalmente de


caprinos ou suínos, mas também bovinos ou
aves) ou derivados de carne contendo
taquizoítos ou bradizoítos viáveis (carnes
cruas).
 Via transfusão sanguínea ou transplante de
órgão.
FONTES DE INFECÇÃO MATERNA:

A infecção fetal resulta da passagem


transplacentária e transmissão de parasitas
após a infecção primária materna durante a
parasitemia.
Mulheres infectadas anteriormente à
concepção não transmitem a infecção para o
feto, com a rara exceção de gestantes
imunocomprometidas.
DIAGNÓSTICO MATERNO

IgG e IgM negativos


• Paciente suscetível.
• Realização de sorologia a cada dois ou três
meses durante a gravidez e no momento do
parto.
DIAGNÓSTICO MATERNO

A triagem pré-natal deve ser realizada pela


detecção de anticorpos da classe IgM e IgG na
primeira con.sulta de pré-natal.
Podemos encontrar quatro perfis
sorológicos distintos
DIAGNÓSTICO MATERNO

IgG positivo e IgM negativo


• Paciente imune.
• Neste caso, considera-se infecção passada e
não há risco de reativação nas pacientes
imunocompetentes.
• Nas pacientes imunodeprimidas, existe um
risco significativo de reativação
DIAGNÓSTICO MATERNO

IgM positivo e IgG negativo


• Provável infecção aguda.
• Pode-se estar diante de uma infecção recente
que ainda não desenvolveu anticorpos IgG ou
de um falso-positivo.
• Iniciar imediatamente o tratamento específico
Espiramicina 1 g de 8/8h via oral.
• Repetir a sorologia em três semanas, visando
detectar o aparecimento de anticorpos IgG.
DIAGNÓSTICO MATERNO

A positivação do IgG confirma infecção


aguda, mas caso o anticorpo IgG continue
negativo após esse período a espiramicina
deverá ser suspensa, considerando a hipótese
de um resultado falso-positivo, e a sorologia
deverá ser repetida a cada três meses.
DIAGNÓSTICO MATERNO

IgM e IgG positivos


• Provável infecção aguda.
• Solicitar teste de avidez toxoplasmose IgG.

Avidez fraca ou intermediária:


Significa doença recente, devendo, então,
ser iniciado o tratamento e a paciente
encaminhada para referência de gestação de
alto risco.
DIAGNÓSTICO MATERNO

Avidez forte:
• Idade gestacional (IG) > 16 semanas:
Infecção recente. Deve-se iniciar
tratamento, e a paciente deve ser
encaminhada para acompanhamento em
referência de gestação de alto risco
DIAGNÓSTICO MATERNO

Avidez forte:
• IG ≤ 16 semanas:
Doença antiga. Acompanhamento de
rotina pré-natal. Gestante imunizada.
DIAGNÓSTICO FETAL

Após o diagnóstico de infecção


materna:
PCR para Toxoplasma gondii no líquido
amniótico (por amniocentese).
Realizar depois de 18 semanas de idade
gestacional e após 5 semanas da infecção
materna.
DIAGNÓSTICO FETAL

Sequelas fetais:
O rastreio pode ser realizado por
ultrassonografia, embora os achados sejam
inespecíficos.
ABORDAGEM TERAPÊUTICA

Se diagnóstico antes da 14ª semana de


gestação:
o Iniciar Espiramicina 750-1.000 mg VO de
8/8 horas
o Solicitar PCR do líquido amniótico a partir
da 18ª semana e USG fetal.
ABORDAGEM TERAPÊUTICA

Se diagnóstico após ou na 14ª semana de


gestação:
o Iniciar Pirimetamina 50 mg VO de 12/12 horas,
nos primeiros 2 dias. Seguido de 25 mg VO de
12/12 horas
o Sulfadiazina 0,5-1,0 g VO de 6/6 horas
o Ácido folínico 15 mg VO de 24/24 horas;
o Solicitar PCR do líquido amniótico e USG fetal.
ABORDAGEM TERAPÊUTICA

Se exame do líquido amniótico negativo e


USG sem sinais sugestivos de toxoplasmose
congênita:
Se em uso de Espiramicina:
o Manter até o termo;
Se em uso de Pirimetamina + Sulfadiazina:
o Trocar por Espiramicina até o parto.
ABORDAGEM TERAPÊUTICA

Se exame do líquido amniótico positivo ou


USG com sinais sugestivos de toxoplasmose
congênita:
Se em uso de Espiramicina:
o Trocar para Pirimetamina 50 mg VO de 12/12
horas, nos primeiros 2 dias. Seguido de 25 mg VO
de 12/12 horas
o Sulfadiazina 0,5-1,0 g VO de 6/6 horas
o Ácido folínico 15 mg VO de 24/24 horas.
o Manter o esquema até o parto.
ABORDAGEM TERAPÊUTICA

Pirimetamina:
Altamente teratogênica (não deve ser
usada antes de 14 semanas)
PROFILAXIA

 Não ingerir carnes mal cozidas, mal passadas,


carne seca ou defumada;
 Evitar contato com mucosas enquanto manusear
carne crua, e lavar bem as mãos após o contato;
 Evitar contato com materiais potencialmente
contaminados por fezes de gatos (usar
preferencialmente luvas);
 Desinfetar a caixa de areia de gatos por 5 minutos
(com água fervente) antes de enchê-la novamente;
 Beber somente água filtrada.

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